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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO A administração, ao longo do tempo, consolidou-se como uma disciplina essencial para o sucesso organizacional. Historicamente, sua evolução está intrinsecamente ligada às Revoluções Industriais, que transformaram drasticamente a forma como as tarefas eram executadas (Ramos, 2018). Essas mudanças deram origem a diferentes correntes teóricas, cada uma marcando uma fase específica no desenvolvimento da administração. A Revolução Industrial, no século XVIII, foi um marco crucial, levando à produção em larga escala e ao crescimento do mercado de consumo. Esse contexto propiciou o surgimento da administração como uma categoria profissional reconhecida (Ramos, 2018). A partir desse ponto, as teorias administrativas passaram por fases distintas, classificadas didaticamente em Clássica, Científica e Neoclássica. A Teoria Clássica, representada por Henri Fayol, concentrou-se na estrutura organizacional, definindo funções básicas da administração, tais como planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar (Chiavenato, 2013). Por outro lado, a Administração Científica, proposta por Frederick Winslow Taylor, buscava a eficiência operacional por meio da racionalização do processo produtivo e da especialização das tarefas (Ramos, 2018). Essas teorias contribuíram significativamente para a construção do conhecimento administrativo, influenciando a prática profissional até os dias atuais (Maximiano, 2013). Fayol, em especial, destacou-se ao aproximar a administração de técnicas que visavam tornar as organizações mais eficientes (Chiavenato, 2013). A Teoria Neoclássica, desenvolvida no século XX, aprimorou a abordagem clássica ao incorporar a gestão organizacional e os fatores humanos. Henri Fayol, novamente, desempenhou um papel significativo ao direcionar a atenção para a descentralização das decisões e os impactos positivos e negativos dessa abordagem (Chiavenato, 2013). A descentralização tornou-se um foco central, explorando as vantagens e desvantagens dessa decisão, buscando uma abordagem mais holística para a gestão (Chiavenato, 2013). A Teoria Neoclássica, portanto, ampliou o escopo da administração, considerando não apenas as tarefas operacionais, mas também as decisões estratégicas e a estrutura organizacional como um todo. Atualmente, a administração é uma profissão em ascensão, refletida no aumento da oferta de cursos de graduação e pós-graduação na área. No entanto, é comum encontrar negócios e organizações sendo geridos por profissionais de outras áreas ou pessoas de confiança dos proprietários (Ramos, 2018). A administração moderna, segundo Maximiano (2013), ainda é influenciada pelas teorias clássicas, evidenciando a relevância contínua desses fundamentos. As teorias administrativas, em sua diversidade, explicam e ajudam na interpretação dos ambientes organizacionais atuais, oferecendo critérios para compreensão e comunicação eficaz, bem como desafiando as práticas convencionais. 2.2. TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO A Teoria Geral da Administração (TGA) é uma disciplina que busca compreender os princípios e práticas da administração de forma abrangente, proporcionando uma visão integrada das diversas abordagens que moldaram seu desenvolvimento ao longo do tempo (Chiavenato, 2017). Segundo Chiavenato (2017), a TGA é construída sobre uma base sólida, incorporando múltiplas abordagens que se complementam e evoluem de acordo com as transformações no ambiente organizacional. Essa construção teórica visa oferecer uma compreensão holística da administração, considerando não apenas as técnicas e processos, mas também os aspectos humanos e sociais. A TGA é caracterizada por diversas abordagens, cada uma contribuindo para a compreensão dos desafios e complexidades enfrentados pelas organizações. A abordagem clássica, destacada por Fayol e Taylor, enfoca a estrutura organizacional e a eficiência operacional, estabelecendo princípios fundamentais para a administração eficaz (Chiavenato, 2017). A abordagem humanística, por sua vez, destaca a importância das relações humanas no ambiente de trabalho, reconhecendo a influência dos fatores sociais e emocionais na eficácia organizacional (Chiavenato, 2017). A burocracia, proposta por Max Weber, busca a eficiência por meio da racionalização e formalização das organizações, estabelecendo regras e procedimentos claros para a tomada de decisões (Chiavenato, 2017). A perspectiva sistêmica da TGA considera a organização como um sistema interconectado, onde as partes influenciam o todo, e vice-versa, proporcionando uma visão mais abrangente da complexidade organizacional (Chiavenato, 2017). A teoria contingencial, por sua vez, destaca a necessidade de adaptar as práticas administrativas às circunstâncias específicas de cada organização, reconhecendo que não existe uma abordagem única e universalmente válida (Chiavenato, 2017). A TGA não se limita ao âmbito teórico, sendo uma ferramenta valiosa para a aplicação prática dos princípios administrativos. Chiavenato (2017) destaca que ela oferece um conjunto diversificado de conceitos, princípios e modelos que podem ser adaptados conforme as características e desafios específicos de cada organização. A relevância da TGA transcende o tempo, fornecendo uma visão histórica da evolução da administração. Essa perspectiva histórica permite que os gestores aprendam com experiências passadas, contribuindo para a tomada de decisões informadas e estratégicas (Chiavenato, 2017). No cenário empresarial contemporâneo, a TGA enfrenta desafios impostos por mudanças tecnológicas, globalização e transformações sociais. A abordagem contingencial, que destaca a flexibilidade na adaptação das práticas administrativas, revela-se essencial diante da dinâmica do ambiente organizacional atual (Chiavenato, 2017). As adaptações constantes na TGA refletem a necessidade de enfrentar os desafios emergentes, assegurando sua aplicabilidade e relevância contínua. A flexibilidade dessa abordagem possibilita a incorporação de novos conhecimentos e a evolução constante para atender às demandas contemporâneas (Chiavenato, 2017). Em síntese, a Teoria Geral da Administração é uma disciplina dinâmica e abrangente que visa compreender e aplicar os princípios administrativos em diferentes contextos organizacionais. A construção teórica sólida, as diversas abordagens e a aplicação prática tornam a TGA uma ferramenta valiosa para a gestão eficaz, proporcionando uma visão integrada dos desafios enfrentados pelas organizações ao longo do tempo. Sua relevância contemporânea e capacidade de adaptação reforçam sua importância na formação e atuação dos gestores modernos. 2.3 CONTABILIDADE A Contabilidade desempenha um papel crucial na gestão organizacional, fornecendo informações financeiras e gerenciais essenciais para a tomada de decisões. Segundo Marion (2019), a Contabilidade é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. Seu principal objetivo é fornecer dados confiáveis e relevantes para orientar a administração no processo de planejamento, controle e tomada de decisões. A Contabilidade é, portanto, uma ferramenta indispensável para a gestão eficaz das organizações, permitindo o acompanhamento detalhado das transações financeiras e a avaliação do desempenho econômico-financeiro da empresa (Iudícibus, 2010). A Contabilidade Gerencial emerge como uma vertente da Contabilidade voltada para o fornecimento de informações estratégicas e gerenciais. Segundo Horngren et al. (2009), a Contabilidade Gerencial utiliza técnicas específicas, como custeio, orçamentação e análise de investimentos, para auxiliar os gestores na formulação de estratégias e no controle eficaz dos recursos da organização. A ContabilidadeGerencial destaca-se por seu papel proativo na gestão, permitindo a antecipação de cenários, o estabelecimento de metas e o monitoramento constante do desempenho organizacional (Horngren et al., 2009). A tomada de decisões gerenciais é um processo complexo que envolve análise e interpretação de informações financeiras. Nesse contexto, a Contabilidade se apresenta como uma fonte primordial de dados, possibilitando aos gestores avaliar o impacto financeiro de diferentes alternativas e escolher a melhor estratégia para atingir os objetivos da organização (Marion, 2019). A Contabilidade, por meio de relatórios financeiros e análises de custos, fornece subsídios para decisões relacionadas a investimentos, precificação de produtos, gestão de despesas e alocação de recursos, contribuindo de maneira significativa para o processo decisório na administração (Iudícibus, 2010). No cenário contemporâneo, a Contabilidade enfrenta desafios relacionados à velocidade das mudanças tecnológicas e à necessidade de adaptação às novas demandas. A automação e a informatização dos processos contábeis são aspectos que influenciam diretamente a profissão contábil. Segundo Padoveze (2017), a Contabilidade, ao incorporar tecnologias como softwares de gestão e sistemas integrados, ganha eficiência e agilidade no processamento de dados, permitindo uma análise mais rápida e precisa. Contudo, o profissional contábil contemporâneo também precisa desenvolver habilidades tecnológicas para explorar plenamente essas ferramentas. Em síntese, a Contabilidade desempenha um papel fundamental na administração, fornecendo informações cruciais para o planejamento, controle e tomada de decisões. A Contabilidade Gerencial, ao focar em aspectos estratégicos, contribui para o sucesso e a sustentabilidade das organizações. A relação intrínseca entre Contabilidade e tomada de decisões destaca a importância dessa ciência para a gestão eficaz. 2.4. REFERENCIAL TEÓRICO: CONTABILIDADE NA ADMINISTRAÇÃO A Contabilidade é uma disciplina essencial para a gestão eficaz das organizações, desempenhando um papel fundamental na coleta, registro e interpretação de informações financeiras. Conforme Marion (2019), ela proporciona uma visão clara do patrimônio e das transações financeiras de uma entidade, permitindo que a administração compreenda a situação econômica e tome decisões informadas. Além de cumprir obrigações legais, a Contabilidade oferece suporte à administração no planejamento estratégico, controle de custos e avaliação do desempenho financeiro da empresa (Iudícibus, 2010). Ela é uma ferramenta valiosa para a gestão de recursos, proporcionando informações confiáveis para a tomada de decisões alinhadas aos objetivos organizacionais. A Contabilidade, enquanto sistema de informação gerencial, visa fornecer dados que auxiliem a administração nas diversas dimensões da gestão empresarial. Conforme Ribeiro (2017), ela não se limita apenas ao registro de transações, mas busca proporcionar informações estratégicas para a tomada de decisões. Como sistema de informação gerencial, a contabilidade abrange aspectos como a análise de custos, orçamentação e relatórios financeiros que contribuem diretamente para a administração eficaz dos recursos organizacionais (Ribeiro, 2017). Nesse contexto, ela se torna uma aliada crucial na condução dos negócios, oferecendo subsídios para a formulação de estratégias e a consecução de metas. 2.5. CONTABILIDADE GERENCIAL A Contabilidade Gerencial, por sua vez, vai além do escopo tradicional da Contabilidade, concentrando-se na geração de informações estratégicas para a administração. Segundo Horngren et al. (2009), ela destaca-se por seu foco proativo na gestão, empregando ferramentas como análise de custos, orçamentos flexíveis e relatórios gerenciais. A contribuição estratégica da Contabilidade Gerencial está intrinsecamente ligada à sua capacidade de fornecer insights para a formulação de estratégias competitivas, controle de despesas e avaliação de alternativas de investimento (Horngren et al., 2009). Seu papel vai além do simples registro contábil, influenciando diretamente a tomada de decisões estratégicas que impactam o desempenho organizacional. Utilizando-se de diversas ferramentas, contabilidade gerencial se torna uma aliada poderosa na tomada de decisões. Conforme Garrison et al. (2011), técnicas como custeio variável, análise de ponto de equilíbrio e orçamentação são essenciais para avaliar a rentabilidade de produtos, identificar áreas de custos e planejar metas financeiras. Essas ferramentas possibilitam aos gestores analisar cenários, antecipar desafios e definir estratégias que maximizem o desempenho empresarial (Garrison et al., 2011). Em resumo, a Contabilidade na administração desempenha um papel crucial na gestão eficiente de recursos, fornecendo informações econômicas e financeiras relevantes. A Contabilidade Gerencial, como uma extensão dessa disciplina, amplia essa contribuição ao focar em informações estratégicas e ferramentas específicas que influenciam diretamente a tomada de decisões na gestão organizacional. Ambas são fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade das organizações, proporcionando insights valiosos para a administração moderna. 2.6. ECONOMIA A Economia desempenha um papel crucial na administração, fornecendo conceitos e ferramentas analíticas que auxiliam na compreensão e na análise do ambiente econômico no qual as organizações operam. Segundo Mankiw (2017), a Economia é a ciência que estuda como as sociedades alocam recursos escassos para satisfazer suas necessidades ilimitadas. A escassez de recursos e a necessidade de escolher entre alternativas tornam a Economia uma disciplina fundamental para a tomada de decisões organizacionais (Mankiw, 2017). Compreender os princípios econômicos permite aos gestores antecipar tendências, adaptar estratégias e tomar decisões informadas diante de desafios econômicos. A aplicação dos conceitos econômicos à administração permite uma compreensão mais profunda dos processos de produção, distribuição e consumo. Mankiw (2017) destaca princípios fundamentais, como o custo de oportunidade, a lei da oferta e demanda, e a eficiência econômica, que influenciam diretamente as decisões organizacionais. O custo de oportunidade, por exemplo, refere-se ao valor da melhor alternativa sacrificada ao tomar uma decisão. Esse conceito é crucial na alocação eficiente de recursos, auxiliando os gestores na escolha de opções que maximizem o retorno (Mankiw, 2017). A lei da oferta e demanda, por sua vez, influencia a formação de preços no mercado. Os gestores precisam compreender essas forças para ajustar suas estratégias de precificação e garantir a competitividade no ambiente econômico (Mankiw, 2017). A eficiência econômica, outro princípio fundamental, destaca a importância de otimizar a alocação de recursos para maximizar o bem-estar da sociedade. Os gestores, ao aplicarem esse princípio, contribuem não apenas para o sucesso organizacional, mas também para a eficiência do sistema econômico como um todo. A globalização tornou a Economia global uma força significativa que impacta organizações em escala mundial. As mudanças nas relações comerciais, as variações cambiais e os fluxos de investimento internacional são fatores que requerem a atenção dos gestores. Segundo Krugman e Obstfeld (2009), a interconexão dos mercados globais implica desafios e oportunidades para as organizações. Os gestores precisam considerar as dinâmicas da Economia global ao desenvolver estratégias de expansão, precificação de produtos e gestão de riscos associados às flutuações econômicas. A Economia Comportamental é uma abordagem que reconhece a influência de fatores psicológicos e sociais nas decisões econômicas. Thaler (2016) destacaa importância de compreender as tendências comportamentais dos agentes econômicos, superando a visão tradicional de tomada de decisões como um processo puramente racional. A aplicação da Economia Comportamental na administração permite aos gestores entender as motivações e os padrões de comportamento dos colaboradores, clientes e demais stakeholders. Essa compreensão aprimorada contribui para a formulação de estratégias mais alinhadas às características humanas, melhorando a eficácia das decisões organizacionais (Thaler, 2016).
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