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155TÓPICO 4 | VETORES E CINEMÁTICA VETORIAL A direção da aceleração tangencial é sempre a mesma da tangente à trajetória no ponto considerado, e seu sentido depende de o movimento ser acelerado ou retardado. Nos movimentos acelerados, a &t tem o mesmo sentido da velocidade vetorial; no entanto, nos movimentos retardados, a &t tem sentido oposto ao da velocidade vetorial, conforme representam as figuras abaixo. Aplicando o Teorema de Pitágoras e considerando a o módulo de a &, at o mó- dulo de a &t e acp o módulo de a &cp, podemos escrever que: a2 5 a2t 1 a 2 cp Por ter a direção do raio de curvatura da trajetória em cada ponto, a aceleração centrípeta também é denominada aceleração radial. Componente tangencial ou aceleração tangencial (at) A aceleração tangencial está relacionada com as variações de intensidade da velocidade vetorial. • Nos movimentos variados, isto é, naqueles em que a intensidade da velo- cidade vetorial é variável (movimentos acelerados ou retardados), a acele- ração tangencial é não nula. • Nos movimentos uniformes, isto é, naqueles em que a intensidade da ve- locidade vetorial é constante, a aceleração tangencial é nula. Pode-se verificar que o módulo da aceleração tangencial é igual ao módulo da aceleração escalar. |a &t| 5 |a| mo vim ent o v Representação esquemática de movimento acelerado. at • Nos movimentos curvilíneos, isto é, naqueles em que a direção da veloci- dade vetorial é variável, a aceleração centrípeta é não nula. • Nos movimentos retilíneos, isto é, naqueles em que a direção da velocida- de vetorial é constante, a aceleração centrípeta é nula. Pode-se demonstrar (veja boxe na página 156) que o módulo da aceleração centrípeta é calculado por: mo vim ent o v Representação esquemática de movimento retardado. at Componente centrípeta ou aceleração centrípeta (acp) A aceleração centrípeta está relacionada com as variações de direção da velocidade vetorial. |a &cp| v R 2 5 em que v é a velocidade escalar instantânea e R é o raio de curvatura da trajetória. B a n c o d e i m a g e n s / A rq u iv o d a e d it o ra 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top4_p130a176.indd 155 8/9/18 8:49 AM 156 UNIDADE 1 | CINEMÁTICA t m o vi m e n to a cp v n C A direção da aceleração centrípeta (a &cp) é sempre normal à trajetória e o sentido é sempre para o centro de curvatura. Note que a aceleração centrípeta (a &cp) e a ve- locidade vetorial (v &) são perpendiculares entre si. Isso se justifica pois, enquanto a &cp é normal à trajetória, v & é tangencial. Demonstrações de a cp 5 v R 2 Tratamento vetorial Na figura 1, uma partícula realiza movimento circular e uniforme ao lon- go de uma circunferência de raio R. Sua velocidade vetorial tem intensidade v, sendo representada pelo vetor v &A no ponto A e pelo vetor v &B no ponto B. Sendo Dt o intervalo de tempo gasto no percurso de A até B, o módulo da aceleração vetorial média da partícula fica determinado por: |a&m| | v| t (I)& | v &| v5 | vD| v| v &| vD & D A variação de velocidade vetorial Dv& 5 v&B 2 v&A está representada na figura 2. Observando-se na figura 2 que o ângulo formado entre v &A e v &B é igual ao ângulo formado entre os raios da circunferência nos pontos A e B da figura 1 (ângulos de lados perpendiculares têm medidas iguais), pode-se concluir que os triângulos destacados nas duas figuras são semelhantes; logo: t u & &5 | v &| vD| v &D| v| vD | AB |v &|v | R A Admitindo-se Dt muito pequeno, a medida do segmento tABu fica pratica- mente igual à do arco AB. Observando-se que tABu > AB 5 v Dt e que |v&A| 5 v, tem-se: | v| v t v R | v| t v R (II) 2 & &| v & &| v|& &| v& &| v ⇒ | vD| v| v & &| vD & & Dv tDv t 5 | vD| v| v& &| vD| vD& & D 5 Comparando as equações (I) e (II), vem: |a&m| v R 2 5 Para intervalos de tempo tendentes a zero, no entanto, a aceleração vetorial média assume caráter instantâneo, com direção radial e orientação para o centro da trajetória da mesma forma que Dv &, o que justifica a denominação aceleração centrípeta (acp). Finalmente: a v Rcp 2 5 Tratamento escalar Na figura 3, uma partícula percorre uma circunferência de raio R com velocidade escalar constante igual a v (movimento circular e uniforme). Para intervalos de tempo tendentes a zero, o movimento descrito pela partícula pode ser assimilado a uma sucessão de pares de movimentos elementares: um uniforme na direção tangencial e outro uni- Ampliando o olhar v B v A m o vi m en to C R R A B u figura 1 u v B v A Dv figura 2 B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top4_p130a176.indd 156 8/9/18 8:49 AM 157TÓPICO 4 | VETORES E CINEMÁTICA VETORIAL formemente acelerado na direção radial. Em cada movimento tangencial, a partícula percorre uma distância Ds1 5 vt, e em cada movimento radial ela percorre, a partir do repouso, uma distância s t 22 2 D 5sD 52D 5 a , em que a traduz a aceleração escalar nessa direção. Aplicando-se o Teorema de Pitágoras ao triângulo ABC destacado na figura, em que aparecem as distâncias Ds1 e Ds2 com dimensões exageradas para melhor visualização, vem: (R 1 Ds2) 2 5 (Ds1) 2 1 R2 ⇒ R2 1 2RDs2 1 (Ds2) 2 5 (Ds1) 2 1 R2 ⇒ 2 R Ds2 1 (Ds2) 2 5 (Ds1) 2 Para pequenos intervalos de tempo: Ds2 ,, R ⇒ (Ds2) 2 ,, R Ds2 Logo, na soma 2RDs2 1 (Ds2) 2, pode-se desprezar a parcela (Ds2) 2, já que seu valor é muito menor que o da parcela 2RDs2. Assim: D D a ⇒2 R s (D Ds (D DD D>D Ds (> s ) 2 R 2 t (5t (v t)2 1D D2 1s (2 1s (D Ds (D D2 1D D2 1s (D D>D Ds (>2 1>D Ds (s (> s )2 1s ) 2 2a2 2 ⇒ 2 22 R2 2t (2 2t ( 2 a 5 5⇒R t v t a v R 2 2 2 2 Como a aceleração calculada ocorre na direção radial e no sentido do centro da trajetória, trata-se de uma aceleração centrípeta (acp). Finalmente: a v Rcp 2 5 Christian Huygens (1629-1695), físico e astrônomo holandês (aqui em gravura de Gerard Edelinck baseada em pintura de Caspar Netscher, 1655; Bibliothèque Nationale, Paris), elucidou alguns fenômenos luminosos, atribuindo à luz caráter ondulatório. Isso conflitou com as teorias de Newton, que tratavam a luz como um conjunto de partículas. Huygens, ao construir telescópios sofisticados para a sua época, descobriu a lua Titã de Saturno e explicou a natureza dos anéis que circundam esse planeta. A Huygens credita-se a importante equação da aceleração centrípeta: a v Rcp 2 5 . S c ie n c e M u s e u m , L o n d o n /D io m e d ia m o v im e n to C R R A B figura 3 Ds 1 Ds 2 Nível 1Exercícios 55. Se a aceleração vetorial de uma partícula é cons- tantemente nula, suas componentes tangencial e centrípeta também o são. A respeito de um pos- sível movimento executado por essa partícula, podemos afirmar que ele pode ser: a) acelerado ou retardado, em trajetória retilínea. b) uniforme, em trajetória qualquer. c) apenas acelerado, em trajetória curva. d) apenas uniforme, em trajetória retilínea. e) acelerado, retardado ou uniforme, em trajetó- ria curva. 56. Uma partícula movimenta-se ao longo de uma trajetória circular com velocidade escalar cons- tante. A figura a seguir representa a partícula no instante em que passa pelo ponto P: C 5 6 1 2 P 3 4 sentido do movimento As setas que representam a velocidade vetorial e a aceleração vetorial da partícula em P são, res- pectivamente: a) 1 e 2. b) 3 e 5. c) 1 e 4. d) 3 e 6. e) 1 e 5. B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 1CONECTEFIS_MERC18Sa_U1_Top4_p130a176.indd 157 8/9/18 8:49 AM
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