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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL ATIVIDADE A2

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LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL ATIVIDADE A2 
 
 
O falante não é um Adão, e por isso o próprio objeto do seu discurso se torna 
inevitavelmente um palco de encontro com opiniões de interlocutores 
imediatos (na conversa ou na discussão sobre algum acontecimento do dia-a-
dia) ou com pontos de vista, visões de mundo, correntes, teorias, etc., (no 
campo da comunicação cultural). Uma visão de mundo, uma corrente, um 
ponto de vista, uma opinião sempre tem uma expressão verbalizada. Tudo isso 
é discurso do outro (em forma pessoal ou impessoal), e este não pode deixar 
de refletir-se no enunciado. 
BAKTHIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 
2003, p. 294. 
 
Bakhtin aborda a característica dialógica da linguagem, ao comparar que tudo 
o que falamos é em resposta a um enunciado anterior. Mas esses enunciados 
prévios não necessariamente precisam ser verbalizados, pois 
d. são constituídos por elementos do arcabouço sociocultural, formado 
pelos discursos correntes dentro de dado espaço. 
 
O termo intertextualidade foi tão utilizado, definido, carregado de sentidos 
diferentes que se tornou uma noção ambígua do discurso literário; com frequência, 
atualmente, dá-se preferência a esses termos metafóricos, que assinalam de uma 
maneira menos técnica a presença de um texto em outro texto: tessitura, 
biblioteca, entrelaçamento, incorporação ou simplesmente diálogo. Ele apresenta, 
no entanto, a vantagem, graças à sua aparente neutralidade, de poder agrupar 
várias manifestações dos textos literários, de seu entrecruzamento, de sua 
dependência recíproca. A literatura se escreve certamente numa relação com o 
mundo, mas também apresenta-se numa relação consigo mesma, com sua 
história, a história de suas produções, a longa caminhada de suas origens. 
SAMOYAULT, Tiphaine. Intertextualidade. São Paulo: Hucitec, 2008, p. 9. 
 
A Intertextualidade estabelece essa relação entre textos, no qual um texto faz 
referência à outra, de maneira implícita ou explícita. Como base nisso, é possível 
dizer que o processo de intertextualidade 
b. resgata significados e/ou significantes, associando novos sentidos à 
elementos anteriores 
 
Julia Kristeva cunha o termo "intertextualidade", ao analisar os apontamentos 
de Bakhtin sobre o caráter dialógico da linguagem. Para a crítica literária, a 
intertextualidade seria "escritura simultânea como escritura e 
comunicabilidade[capaz de criar]espaço textual múltiplo, cujos elementos são 
suscetíveis de aplicação no texto poético concreto". 
KRISTEVA, Julia. Introdução à Semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 71 
 
A partir do texto, pode-se afirmar que todo texto 
a. é construído via absorção e transformação de um outro texto 
 
João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro 
que enriqueceu 
entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do bairro 
do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos, 
que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de 
ordenados vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda 
um conto e quinhentos em dinheiro. Proprietário e estabelecido por sua 
conta, o rapaz atirou-se 
à labutação ainda com mais ardor, possuindo-se de tal delírio de enriquecer, 
que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da 
própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de 
estopa cheio de palha. 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 2 
 
Com base nos termos destacados no texto, pode-se dizer que tratam-se de 
processos de 
d. coesão referencial e sequencial 
 
 
Não obstante, ao lado dele a mulher roncava, de papo para o ar, gorda, 
estrompada de serviço, tresandando a uma mistura de suor com cebola crua e 
gordura podre. Mas 
João Romão nem dava por ela; só o que ele via e 
sentia era todo aquele voluptuoso mundo inacessível vir descendo para a 
terra, chegando-se para o seu alcance, lentamente, acentuando-se. Houve um 
silêncio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma frase que, no 
entanto, era a única ideia que o levava a dirigir-se à mulher. Afinal, depois de 
coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços. 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Rio de Janeiro: Klick, 1997, p. 20 
 
Tendo como base a característica inerentemente intertextual da linguagem, e 
como esta, ao se autorreferenciar, criar mecanismos para conectar seus 
significados e significantes, pode-se dizer que, no texto acima, o que promove 
uma progressão nas ideias são 
a. os conectivos 
 
Trecho do poema de "Sete Faces" de Carlos Drummond de Andrade 
 
"Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida." 
 
ANDRADE, C.D. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 58 
 
TEXTO II 
 
Trecho do poema "Até o fim" de Chico Buarque 
 
"Quando nasci veio um anjo safado 
O chato do querubim 
E decretou que eu estava predestinado 
A ser errado assim" 
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989 
 
Tendo como base os processos de relação intertextual, construção e 
reconstrução de sentidos, pode-se dizer que o poema "Até o fim", de Chico 
Buarque 
C . promove uma continuidade irônica com "Sete Faces", de Carlos 
Drummond de Andrade. 
O lobo e o leão 
 
Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um 
instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, 
para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o 
indesejado risco de ser interrompido por alguém. 
No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram 
de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem 
muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha. 
O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu 
oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não 
tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!" 
O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou 
em volta, mas como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o 
inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse 
com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por 
acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a 
conseguiu?" 
ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 1997, p. 122 
 
O texto acima é uma das famosas fábulas de Esopo. A fábula é uma narrativa 
fantástica na qual animais falam e contam uma narrativa em prol de um valor 
moral. Ao ler essa fábula sobre o viés da produção de enunciados 
significativos, pode-se dizer que o diálogo entre o leão e o lobo 
a. promove uma discussão irônica sobre o conceito de "direitos" e, 
por consequência, sobre o sistema judiciário. 
 
Tome como base o texto: 
 
O estado de saúde do menino piorou. A família levou-o para atendimento 
médico. O hospital estava lotado e não havia vaga para a internação do 
enfermo. 
 
O processo de autorreferencialidade textual também é construído pela 
sequenciação inerente ao texto, ou seja, sua progressão. Qual das opções 
abaixo melhor transmitiria uma ideia de progressão entre as três frases do 
texto? 
C . por isso – entretanto 
 
Impotência 
 
Ouviu a resposta afirmativa com o suspiro de alívio. O que ela queria é que ele 
telefonasse para a polícia, chamasse ambulância ou rabecão, desse um jeito 
para o menino não passar a noite entre os escombros, na enxurrada, ou 
arranjasse um automóvel e alguém para retirar o corpinho. Quis telefonar, 
mas o telefone não dava sinal; enguiçara. E quando meteu uma capa de 
gabardine e um chapéu e desceu a escada, viu que tudo enguiçara, os bondes, 
os ônibus, a cidade, todo esse conjunto de ferro, asfalto, fios e pedras que faz 
umacidade, tudo estava paralisado, como um grande monstro débil. 
BRAGA, Rubem. 50 crônicas escolhidas. 3. ed. Rio de Janeiro: BestBolso. 2011, 
p. 14 
 
Tomando como base os elementos utilizados para construir a progressão 
narrativa do texto, pode-se dizer que, para que a construção da coesão e o 
sentido original do texto sejam mantidos, a conjunção "mas" em "Quis 
telefonar, mas o telefone não dava sinal; enguiçara" pode ser substituída 
por 
a. "porém", mantendo o valor contrastivo.

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