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Conceito de concurso de crimes 
 
Concurso de crimes é a expressão utilizada para designar as hipóteses em que o 
agente, mediante uma, duas ou mais condutas, comete duas ou mais infrações 
penais. Quando se fala em concurso de crimes, significa que o agente efetivamente 
cometeu e, por isso, responderá pelas diversas infrações, não se confundindo com 
as situações relacionadas ao princípio da consunção em que, embora as condutas 
se amoldem em mais de um tipo penal, o agente só responde por um delito, ficando 
os demais absorvidos, quer por se tratar de crime-meio, quer por ser considerado 
post factum impunível. Aplica-se, por exemplo, o princípio da consunção quando o 
agente falsifica um cheque para cometer estelionato, ficando a falsificação do 
documento absorvida pelo crime contra o patrimônio por se tratar de crime-meio 
(Súmula n. 17 do Superior Tribunal de Justiça), ou quando o agente, após furtar um 
quadro, nele ateia fogo, ficando o delito de dano absorvido por se tratar de post 
factum impunível. Em suma, para que se possa cogitar de concurso de crimes, é 
preciso que não se mostrem presentes os requisitos para a aplicação do princípio 
da consunção (para mais detalhes sobre o tema, consultar o tópico conflito 
aparente de normas). Quando há dois delitos em apuração em uma mesma ação 
penal, porém, cada um deles sendo atribuído a réu diverso, não se está diante de 
concurso de crimes. Esta expressão somente é usada para se referir a dois ou mais 
crimes cometidos pela mesma ou pelas mesmas pessoas, mediante uma ou mais 
condutas. À primeira vista, se o agente cometeu dois ou mais delitos, deveria 
responder por todos, somando-se as penas. O legislador, contudo, percebendo que 
ocorreriam inúmeros exageros no montante da reprimenda, estabeleceu regras 
quanto à sua fixação nos casos de concurso de crimes, visando tornar mais justa a 
pena final. Suponha-se que o motorista de um ônibus, distraidamente, avance um 
sinal vermelho e colida com outro ônibus, provocando a morte de 60 pessoas. Caso 
sobrevivesse e as penas fossem somadas, estaria incurso em uma pena mínima de 
160 anos de detenção (art. 302, parágrafo único, IV, do Código de Trânsito Brasileiro) 
— homicídio culposo na direção de veículo praticado por motorista profissional. 
Para tal situação, entretanto, o legislador previu o concurso formal de crimes, em 
que o piloto só recebe uma pena, aumentada de 1/6 até 1/2, de modo que, no 
exemplo acima, a pena máxima seria de 9 anos.

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