Buscar

Geografia_TSMG_V2_2016-139-141

Prévia do material em texto

TRANSPORTE	AÉREO
O transporte aéreo teve um crescimento expressivo nas últimas décadas, tanto 
nos voos domésticos como nos internacionais. Porém, foi um crescimento que não 
evitou atrasos, cancelamento de voos e congestionamento de passageiros nos princi-
pais aeroportos brasileiros. Isso sinalizava a necessidade de ampliar os investimentos 
na estrutura aeroportuária. A solução foi delegar os aeroportos à iniciativa privada e 
ampliar a capacidade de atendimento em função de grandes eventos que ocorreram 
no Brasil na segunda década deste século, como a Copa do Mundo de 2014 e as 
Olimpíadas de 2016. Veja a figura 14.
Em 2011, quando o governo federal iniciou a concessão para a exploração privada 
dos aeroportos brasileiros, a empresa pública Infraero (Empresa Brasileira de Infraes-
trutura Aeroportuária) controlava os principais terminais aeroviários, responsáveis por 
mais 97% do fluxo aéreo na época. As primeiras grandes concessões de aeroportos 
fizeram parte do Programa de Investimentos em Logística de 2012, que englobaram 
os outros meios de transporte vistos anteriormente. O primeiro aeroporto concedido 
pelo programa foi o de São Gonçalo do Amarante, em Natal (RN). Em seguida foram 
incluídos os principais aeroportos Internacionais: de Brasília (Presidente Juscelino 
Kubitschek); de Guarulhos (André Franco Montoro), em São Paulo; Galeão (Antônio 
Carlos Jobim), no Rio de Janeiro; e de Confins (Tancredo Neves), em Belo Horizonte.
O crescente número de voos domésticos na última década relaciona-se à inclusão 
de novos consumidores, beneficiados pelo crescimento econômico e pela ascensão 
social na primeira década deste século. O aumento da oferta, por sua vez, contribuiu 
para o barateamento das passagens aéreas, tornando-se o modal aeroviário o mais 
utilizado no Brasil para transporte de passageiros nos primeiros anos da atual década.
Brasil:	passageiros	transportados
Modal Ano Passageiros	transportados
Aeroviário (embarque 
e desembarque) 
2015 103,5 milhões
Rodoviário (Interestadual 
e Internacional)
2014 99,6 milhões
Ferroviário (longa distância) 2014 1,8 milhões
Aquaviário (em cruzeiros marítimos 
pelo país 2014/2015)
2015 549,6 mil
Fonte: CNT. Boletim Estatístico – Janeiro de 2016. Disponível em: <www.cnt.org.br>. Acesso em: mar. 2016.
Figura 14. Finalização da obra do 
Terminal 3 do Aeroporto Interna-
cional de Guarulhos, concedido 
à exploração privada em 2012 e 
inaugurado à véspera da Copa 
do Mundo, em 2014.
LEITURA
Transporte aéreo 
no Brasil: uma visão 
de mercado
De Elton Fernandes e 
Ricardo Rodrigues Pacheco. 
Elsevier Campus, 2015.
A obra apresenta uma 
avaliação da aviação civil no 
Brasil diante das grandes 
transformações ocorridas 
no setor. Os autores 
analisam o cenário atual do 
transporte aéreo e apontam 
a necessidade de soluções 
e alternativas para a sua 
melhoria, tanto pela inciativa 
privada como pelo governo.
C
H
IC
O
 F
E
R
R
E
IR
A
/R
E
U
T
E
R
S
/L
A
T
IN
S
T
O
C
K
138 Unidade	3	 |	 Infraestrutura	e	desenvolvimento	
TS_V2_U3_CAP06_124_143.indd 138 17/05/16 19:38
3 MOBILIDADE NO MEIO URBANO NO BRASIL
Os meios de transporte de passageiros nas cidades podem ser coletivos, como 
ônibus, trens, metrô, bondes, balsas e VLT (Veículo leve sobre trilhos), ou individuais, 
como automóveis, motocicletas e bicicletas. Com a maior parte da população brasi-
leira vivendo nos centros urbanos, o transporte, sobretudo nas grandes cidades (com 
mais de 500 mil habitantes), é serviço essencial, devendo ser tratado pelos governos 
municipal, estadual e federal como prioridade.
A deficiência do transporte coletivo urbano no Brasil – fruto de estratégias de 
planejamento urbano de governos que não visavam ao interesse coletivo – acaba por 
estimular a utilização do transporte individual, elevando substancialmente o número 
de veículos que transitam diariamente nas grandes cidades. Isso, além de causar 
engarrafamentos, faz as pessoas desperdiçarem muito tempo para se deslocar da 
residência ao trabalho e vice-versa. Os que não têm condução própria sujeitam-se à 
demora e à superlotação dos coletivos urbanos.
Além de apresentarem elevado custo (com combustível, manutenção e aquisição 
de veículos em quantidade), os ônibus, juntamente com os automóveis e os cami-
nhões, provocam problemas de congestionamento nas grandes cidades brasileiras e 
agravam a poluição atmosférica nos centros urbanos. Cada veículo emite, em média, 
4 toneladas de partículas e gases poluentes por ano. 
MODALIDADES	DE	TRANSPORTE	COLETIVO
Os ônibus podem operar num sistema conhecido como Transporte Rápido por ônibus 
(BRT, na sigla em inglês de Bus Rapid Transit.). Os ônibus longos e articulados do sistema 
BRT operam em um corredor exclusivo com plataformas de embarque e desembarque 
niveladas à porta de entrada do veículo para facilitar o acesso do passageiro e tornar 
as paradas mais rápidas. A cobrança da tarifa ocorre fora do veículo. Veja a figura 15.
O metrô só foi inaugurado no Brasil em 1974, na cidade de São Paulo (SP). Já 
havia mais de um século que o primeiro metrô fora instalado no mundo: a linha de 
Londres (Inglaterra), inaugurada em 1863, como solução para o transtorno causado 
pelo trânsito de carroças, carruagens e ônibus puxados por cavalos. O sistema 
metropolitano brasileiro ainda está restrito a apenas algumas capitais do país8: São 
Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), 
Brasília (DF), Teresina (PI), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e Curitiba (PR).
8 Dados de 2015.
Figura 15. Plataforma de acesso 
ao sistema Transporte Rápido por 
ônibus (BRT) de Curitiba (PR), 
2015. O sistema BRT, apesar 
da sigla em inglês, foi criado e 
implantado pelo arquiteto e urba-
nista Jaime Lerner, em 1974, 
quando era prefeito da cidade 
de Curitiba (PR). Conhecido na 
capital paranaense como Ligei-
rinho, os princípios básicos que 
caracterizam o sistema, como 
corredores exclusivos com pou-
cas paradas e pagamento antes 
do embarque, foram implantados 
em outras capitais brasileiras. 
JO
Ã
O
 P
R
U
D
E
N
T
E
/P
U
LS
A
R
 I
M
A
G
E
N
S
139Capítulo 6 – Transportes 
TS_V2_U3_CAP06_124_143.indd 139 17/05/16 19:38
Apesar do elevado custo de construção, o metrô apresenta inúmeras vanta-
gens em relação aos demais meios de transporte coletivo urbano: é eletrificado e, 
portanto, não poluente; transporta elevado número de passageiros contribuindo 
para a redução de automóveis nas ruas; trafega em alta velocidade com elevado 
padrão de segurança; e contribui para a diminuição do tempo de deslocamento 
nas grandes cidades.
Outra modalidade de transporte coletivo urbano em crescimento no Brasil é o 
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT): um sistema baseado em um pequeno trem urbano 
elétrico, operado com poucos vagões e bastante flexível para circular em curvas mais 
fechadas. Comparado ao trem urbano e ao metrô, o VLT é um veículo mais lento, mas 
oferece a vantagem de poder ser implantado com custo e tempo de execução menores. 
Faz parte do sistema de transporte de diversas cidades brasileiras, como Brasília (DF), 
Cuiabá (MT), Rio de Janeiro (RJ), e o sistema VLT interurbano, que liga Crato (CE) a 
Juazeiro do Norte (CE), o mais antigo em operação no Brasil e conhecido pelo nome 
de Metrô do Cariri (figura 16). 
Figura 16. Estação do Metrô do Cariri, em Juazeiro do Norte (CE), 2015.
•	 Bicicleta
O uso da bicicleta como meio de transporte urbano expressivo é uma realidade 
em diversas áreas urbanas do mundo há muito tempo. 
A história varia de acordo com o contexto de cada cidade, mas o crescimento do 
número de ciclistas só foi possível com a criação de uma infraestrutura cicloviária 
capaz de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte. Essa infraestru-
tura vai além da instalação de ciclovias e ciclofaixas com segurança. Ela envolve 
também a existência de bicicletários (estacionamentos) próximos às estações de 
ônibus, metrô, trens, VLT e BRTpara viabilizar a intermobilidade com outros meios 
de transporte disponíveis. Acrescenta-se ainda a instalação de serviços públicos 
de empréstimo ou aluguel de bicicleta – em algumas cidades ela é fornecida 
gratuitamente, em outras cobra-se um valor apenas para cobrir o custo envolvido 
no sistema. Além de toda essa infraestrutura, é necessário assimilar mudanças 
e criar novos hábitos e comportamentos de todos os envolvidos no cotidiano do 
trânsito da cidade. 
Mobilize – Mobilidade 
Urbana Sustentável
www.mobilize.org.br
O site define como 
mobilidade urbana 
sustentável os transportes 
urbanos sobre trilhos, os 
ônibus não poluentes, as 
ciclovias e as calçadas 
confortáveis, niveladas, 
sem buracos e obstáculos. 
Apresenta estatísticas, 
vídeos, artigos etc. 
SITE
FILME
O caminho das nuvens
De Vicente Amorim. Brasil, 
2003. 85 min.
A viagem de bicicleta de 
uma família entre Santa 
Rita, na Paraíba, e a cidade 
do Rio de Janeiro nos leva 
a conhecer diferentes 
paisagens brasileiras.
D
E
L
F
IM
 M
A
R
T
IN
S
/P
U
L
S
A
R
 I
M
A
G
E
N
S
140 Unidade	3	 |	 Infraestrutura	e	desenvolvimento	
TS_V2_U3_CAP06_124_143.indd 140 17/05/16 19:38

Continue navegando