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Avaliação do Estado Nutricional do Adulto I. Cálculo do Índice de massa corporal (IMC) e classificação segundo Organização Mundial da Saúde (OMS); Índice de massa corporal (IMC): É um indicador simples de estado nutricional. Não distingue o peso associado ao músculo ou a gordura. IMC = P/ A² II. Métodos para determinação do peso ideal, peso ajustado, peso habitual, peso seco e perda ponderal; Peso: É a soma de todos os compartimentos corporais e reflete o equilíbrio proteico-energético do indivíduo Em pacientes capazes de deambular deve ser avaliado em balança antropométrica calibrada, em geral pela manhã, após o esvaziamento da bexiga. Limitações: pacientes acamados e presença de edema • Peso atual – mensurado em balança antropométrica • Peso usual/habitual – utilizado como referência referido pelo indivíduo • Peso ajustado – corrigido para determinação da necessidade energética PA = (PI – PU) x 0,25 + PA • Peso ideal – calculado a partir do IMC médio PI = IMC médio x E² ➢ IMC médio masculino: 22kg/m² ➢ IMC médio feminino: 20,8 kg/m² ➢ Peso corrigido para amputados - Em casos de amputação, o peso corporal deve ser corrigido subtraindo-se do peso ideal, o peso estimado da parte amputada • Percentual de perda de peso – informação para avaliar a gravidade do problema de saúde 𝑷𝒆𝒓𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒏𝒅𝒆𝒓𝒂𝒍 (%) = 𝑷𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍 − 𝑷𝒆𝒔𝒐 𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍 𝑷𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍 × 𝟏𝟎𝟎 • Estimativa do peso corporal (Chumlea,1985) ➢ Homens: [(0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37x PCSE) – 81,69] ➢ Mulheres: [(1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + 0,4 x PCSE) – 62,35] • Peso corrigido para edema - Em pacientes edemaciados também deve-se levar em consideração o decréscimo de uma estimativa de peso decorrente do edema Grau de ascite Peso Ascítico (kg) Edema Periférico (kg) Leve 2,2 1,0 Moderada 6,0 5,0 Grave 14,0 10,0 III. Adequação do peso segundo compleição óssea; Na avaliação do peso ideal dos indivíduos, a estimativa acurada da estrutura física (tamanho ósseo ou compleição) melhora a utilidade das tabelas de peso para altura. As medidas são usadas dentro do princípio de que o peso das pessoas varia não somente de cordo com o sexo e a idade, mas também em relação ao tamanho da estrutura óssea. A medida das dimensões esqueléticas fornece dados sobre a estrutura óssea. Através dessa identificação, é possível distinguir entre um indivíduo que está na variação máxima do peso ideal devido a massa óssea grande, mas não em virtude de excesso de gordura. O método ideal para estimar a compleição deve ser simples de usar e não ser influenciado pela gordura corporal. A avaliação clínica para classificar a estrutura, através da visualização, não é apropriada. Entre os métodos antropométricos, os mais comuns são a razão da estatura para a circunferência do pulso e a largura do cotovelo. Os demais (largura do joelho e do pulso, quadril, ombro) são limitados devido a fatores como: falta de padrões para a população, dificuldade de obtenção das medidas e influência da adiposidade. Entre as duas, a medida da largura do cotovelo parece ser a técnica mais pratica. Inclusive, as três categorias de estrutura foram estabelecidas através da largura do cotovelo. A compleição “pequena” corresponde ao valor inferior ao percentil 15, considerando a idade e o gênero para a largura do cotovelo. A estrutura “média” corresponde ao valor entre os percentis 15 e 85. E a “grande” indica resultado superior ao percentil 85. • Largura do cotovelo: a largura do cotovelo é o método mais utilizado para estimar a estrutura física, pelo fato de ser altamente reprodutível. Entretanto estudos tem encontrado que a gordura corporal pode influenciar na medida. ➢ Técnica: Colocar a pessoa em pé ou sentada, ereta, com o braço direito estendido na perpendicular com o corpo, e em paralelo ao chão. Flexionar o antebraço até que o cotovelo forme um ângulo de 90°, com os dedos para cima e a palma da mão voltada para o rosto do avaliado. De frente para o avaliado, palpar a maior largura dos ossos do cotovelo (epicôndilos lateral e medial do úmero) e colocar as pinças do paquímetro nestes pontos. A pressão deve ser firme o suficiente para comprimir os tecidos moles. Medir duas vezes, com leitura o mais próxima possível de 0,1 cm. Calcular a média. A classificação em estrutura pequena, média ou grande pode ser estimada diretamente com o uso do quadro ou através do cálculo do índice de estrutura 2. Este acomoda, no peso e na estatura, as mudanças relacionadas a idade: Com a aplicação do índice de esrutura2, utiliza-se o quadro para avaliar a compleição, de acordo com o sexo e a idade. Depois de avaliada a estrutura fisica (com qualquer metodo), a tabela de 1983 da Metropolitan life é utilizada para determinar o peso ideal do indivíduo. Caso o paquimetro específico para a largura do cotovelo não esteja disponivel, a medida pode ser estimada com o avaliador colocando os dedos indicador e polegar de uma mão nos epicôndilos e medindo o espaço atraves da regua ou fita métrica. • Razão entre altura e circunferência do pulso: a razão entre a altura e a circunferência do pulso (valor de R) é um indicador confiável do tamanho da estrutura. O cálculo foi sugerido por Frisancho e por Grant. Entretanto, alguns estudos mostram que a circunferência do pulso tem correlação com a gordura corporal. Isso indica que a medida pode ser menos confiável para pessoas obesas. ➢ Técnica: Escolher o pulso direito. Flexionar o braço do avaliado no cotovelo. Posicionar a palma da mão voltada para cima com os músculos da mão relaxados. Colocar a fita métrica ao redor do pulso, entre os vincos deste e o processo estiloide do rádio e da ulna (duas proeminências ósseas no pulso). A fita métrica não pode ter largura maior do que o,7cm, para que possa encaixar nas depressões entre o processo estilóide e os ossos na mão. Manter a fita perpendicular ao eixo longo do antebraço. A fita deve estar tocando a pele mas não comprimindo os tecidos moles. Realizar o registro da medida, que deve estar próxima de 0,1cm. Dividir a altura (cm) pela circunferência do pulso (cm) e encontrar o R. De acordo com esse valor encontrar a compleição. Depois de avaliar a estrutura física é utilizada a tabela de 1983 da metropolitan life, que fornece o peso ideal para o indivíduo. • Tabela da metropolitan life de peso e altura para homens e mulheres: IV. Índice de conicidade; V. Avaliação da massa magra e gorda (pregas e circunferências corporais, fórmulas preditivas); • Pregas Cutâneas Recomendações gerais ➢ Não realizar avaliações após a realização de exercício físico ➢ As medidas devem ser realizadas sobre a pele nua ➢ A pele deve estar completamente seca Principal limitação: qualidade técnica do avaliador – avaliador deve estar bem treinado e conhecer todos os procedimentos recomendados. Dobra Cutânea Subescapular A medida é executada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula. Dobra Cutânea Biciptal É medida no sentido do eixo longitudinal do braço, na sua face anterior, no ponto de maior circunferência aparente do ventre muscular do bíceps. Dobra Cutânea Axila medial É localizada no ponto de intersecção entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno. A medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal, com o braço do avaliado deslocado para trás, a fim de facilitar a obtenção da medida. Dobra Cutânea Supra-ilíaca É obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar medial. É necessário que o avaliado afaste o braço para trás parapermitir a execução da medida. Dobra Cutânea Abdominal É media aproximadamente a dois centímetros à direita da cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal. Dobra Cutânea Peitoral É uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres. Dobra Cutânea da Coxa É medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto femural a um terço da distância do ligamento inguinal e a borda superior da patela, segundo proposta por Guedes (1985) e na metade desta distância segundo Pollock & Wilmore (1993). Para facilitar o pinçamento desta dobra o avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à frente, com uma semi-flexão do joelho, e manter o peso do corpo no membro inferior esquerdo. • Circunferências Corporais ➢ Circunferência do pescoço: associada com acúmulo de gordura na região do pescoço. o depósito de gordura nessa região confere risco de doenças cardiovasculares, a liberação de ácidos graxos livres sistêmicos está mais concentrada na região superior do corpo em indivíduos com obesidade. Técnica: com o avaliado de pescoço descoberto, sentado ou em pé, com a cabeça no plano horizontal de Frankfurt. O avaliador deverá permanecer lateralmente ao avaliado, posicionando a fita métrica imediatamente abaixo da proeminência laríngea na menor circunferência do pescoço, com a fita perpendicular ao eixo longo do pescoço. Isso significa que a fita não será posicionada necessariamente no plano horizontal. A pressão da fita na pele deve ser mínima, no entanto esta deve estar totalmente em contato com a extensão que está sendo medida. ➢ Circunferência do punho: em conjunto com a altura, auxilia o avaliador a determinar a compleição corporal do avaliado. Técnica: com o avaliado em posição ortostática, braços ao longo do corpo, palma da mão voltada para frente e relaxada, colocar a fita métrica ao redor do punho nos processos estilóides radial ulnar. ➢ Circunferência do braço: pode servir como índice de reserva de gordura e massa muscular. Diminui com a perda de peso aguda e crônica. Pode ser usada para estimar o grau de desnutrição do tipo marasmo. A medida é usualmente combinada a prega cutânea do tríceps para indiretamente, estimar a área muscular e de gordura do braço. A medida pode ser confiável para avaliar mudanças na composição corporal. Os dados são mais acurados como medidas seriadas durante o tempo, ao invés de isoladas. Representa a soma das áreas constituídas pelo tecido ósseo, muscular e gorduroso do braço. Adequação da CB % = CB obtida (cm) x 100 CB percentil 50 Dobra Cutânea Panturrilha Medial Para a execução desta medida, o avaliado deve estar sentado, com a articulação do joelho em flexão de 90 graus, o tornozelo em posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar da mão esquerda apoiado na borda medial da tíbia. Técnica: Posicione-se atrás do avaliado. Solicite ao indivíduo que flexione o cotovelo a 90º, com a palma da mão voltada para cima. Por meio de apalpação, localize e marque o ponto mais distal do processo acromial da escápula e a parte mais distal do olécrano. Faz-se, então, uma pequena marcação do ponto médio entre estas duas extremidades. Peça ao indivíduo, que em posição ereta, relaxe o braço, deixando- o livremente estendido ao longo do corpo. O avaliado deve estar com toda a área do braço exposta, de modo a permitir uma total exposição da área dos ombros. Com a fita métrica inelástica, fazer a medida da circunferência do braço em cima do ponto marcado, sem fazer compressão; ➢ Circunferência da Cintura: Estudos recentes têm demonstrado que a simples medida da circunferência da cintura é a maneira mais prática de se identificar a gordura localizada na região abdominal. Essa medida, melhora a sensibilidade do diagnóstico para fatores relacionados à doença artério- coronariana. Medida utilizada como ponto de corte para risco cardiovascular, ou na equação do índice de conicidade, tem sido padronizada a medição no ponto médio entre última costela e crista ilíaca. Para uso em relação com o quadril ou a estatura, tem-se utilizado a medição no ponto mais estreito do tronco. Técnica: o avaliado permanece em posição ortostática, com abdômen relaxado. No ponto de menor circunferência, abaixo da última costela, coloca-se a fita em um plano horizontal, orienta-se que a leitura seja feita ao final de uma expiração normal. ➢ Circunferência do Quadril: parece existir um fator protetor associado as circunferências mais alrgas do quadril. Estudos pequenos encontraram correlação inversa entre a circunferência do quadril e o diabetes, a hipertensão, a dislipidemia e a doença cardiovascular. Também, a parda de gordura nos quadris e nos membros, durante a redução de peso, está correlacionada com aumentos na pressão sanguínea e piora dos fatores de risco metabólico. Técnica: com o avaliado em posição ortostática, braços levemente afastados e pés juntos, coloca-se a fita um plano horizontal no ponto de maior circunferência das nádegas. As medidas são tomadas lateralmente. ➢ Circunferência do Abdômen: Medida para uso nas equações de predição de densidade/gordura corporal. Técnica: com o avaliado em posição ortostática, coloca-se a fita em um plano horizontal, passando por cima da cicatriz umbilical ou na maior curvatura localizada entre as costelas e a crista ilíaca. ➢ Circunferência da Coxa proximal: a circunferência da coxa pode ser um melhor indicador da massa muscular das pernas do que a circunferência do quadril. Ela é menos influenciada pelo osso e pela gordura dos glúteos. Coxas mais largas também podem refletir maior gordura subcutânea na região femoral e glútea respectivamente. Esse fato tem influência na secreção do estrogênio. Em um estudo, maiores circunferências da coxa foram associadas com melhor tolerância a glicose em mulheres, mas não em homens. Já em outro estudo mais recente, a pouca gordura subcutânea na coxa foi um fator de risco de intolerância a glicose e dislipidemia, independente da concentração de gordura abdominal. Ainda não existem valores de referência para a medida da circunferência da coxa. Técnica: com o avaliado em posição ortostática, com as pernas levemente afastadas, coloca-se a fita logo abaixo da prega glútea, em um plano horizontal. As medidas são tomadas lateralmente. ➢ Circunferência da Coxa medial: a circunferência da coxa pode ser um melhor indicador da massa muscular das pernas do que a circunferência do quadril. Ela é menos influenciada pelo osso e pela gordura dos glúteos. Coxas mais largas também podem refletir maior gordura subcutânea na região femoral e glútea respectivamente. Esse fato tem influência na secreção do estrogênio. Em um estudo, maiores circunferências da coxa foram associadas com melhor tolerância a glicose em mulheres, mas não em homens. Já em outro estudo mais recente, a pouca gordura subcutânea na coxa foi um fator de risco de intolerância a glicose e dislipidemia, independente da concentração de gordura abdominal. Ainda não existem valores de referência para a medida da circunferência da coxa. Técnica: com o avaliado em posição ortostática, com as pernas levemente afastadas, coloca-se a fita no nível do ponto mesofemural em um plano horizontal. O ponto meso-femural é ponto médio entre a prega inguinal e a borda superior da patela. ➢ Circunferência da Panturrilha: pode ser utilizada como marcador de reservas nutricionais. Não existem valores de referência para essa medida em adultos. Medida mais sensível da massa muscular em idosos Deverá ser considerada adequada a circunferência igual ou superior a 31 cm para homens e mulheres. Técnica: o avaliador posiciona-se lateralmenteao avaliado. O avaliado coloca-se em pé, com os pés afastados 20 cm um do outro, de forma que o peso fique distribuído igualmente em ambos pés. Uma fita inelástica é colocada ao redor da panturrilha (circunferência máxima no plano perpendicular à linha longitudinal da panturrilha) e deve-se mover a fita para cima e para baixo a fim de localizar esta máxima circunferência. A fita métrica deve passar em toda a extensão da panturrilha, sem fazer compressão. O valor zero da fita é colocada abaixo do valor medido. • Fórmulas preditivas ➢ Protocolo de Faulkner: Quatro Dobras Cutâneas (homens nadadores canadenses) (Tríceps + Subescapular + Supra ilíaca + Abdominal). Fórmula: (soma das 4 dobras) x 0,153+5,783 ➢ Protocolo de Pollock: Três Dobras Cutâneas (Tríceps + Supra ilíaca + Coxa). Fórmula: (4,95/Densidade Corporal) – 4,5) x 100 Densidade Corporal Feminina (18 a 55 anos brancas): (1,0994921-(0,0009929 x 3 dobras)+(0,0000023 x (3 dobras)² –(0,0001393 x idade) Densidade Corporal Masculina 18 a 61 anos brancos): (1,10938-(0,0008267 x 3 dobras)+(0,0000016 x (3 dobras)² –(0,0002574 x idade) ➢ Protocolo de Pollock: Sete Dobras Cutâneas (Tríceps + Subescapular + Supra ilíaca + Abdominal +Axilar Medial + Peito+ Coxa). Fórmula: (4,95/Densidade Corporal) – 4,5) x 100 Densidade Corporal Feminina (18 a 55 anos brancas): (1,097-(0,0004697 x 7 dobras)+(0,00000056 x (3 dobras)² –(0,00012828 x idade) Densidade Corporal Masculina (18 a 61 anos brancos): (1,112-(0,00043499 x 7 dobras)+(0,00000055 x (3 dobras)² –(0,00012882 x idade) ➢ Protocolo de Siri & Brozeck: Quatro Dobras Cutâneas (Tríceps + Subescapular + Abdominal + Coxa). Fórmula Feminina: (0,29669 x (4 dobras) – (0,00043 x (4 dobras)² + (0,02963 x idade) + 1,4072 Fórmula Masculina: (0,29288 x (4 dobras) – (0,0005 x (4 dobras)² + (0,15845 x idade) – 5,76377 ➢ Protocolo de Yuhanz: Seis Dobras Cutâneas (Tríceps + Subescapular + Supra ilíaca + Abdominal + Peito + Coxa). Fórmula Feminina: (4,56 + 6 dobras) x 0,143 Fórmula Masculina: (3,64 + 6 dobras) x 0,097 • Avaliação da Composição corporal ➢ Gordura absoluta = peso corporal (%CG/100) ➢ Massa magra = peso corporal – gordura absoluta ➢ Peso ideal = massa magra/0,85 ➢ Peso corpóreo em excesso = peso corporal real – peso corporal ideal VI. Avaliação da distribuição de gordura corporal: • Androide ou tipo masculino: se concentra na parte superior do corpo (abdômen), compreende a somatória do tecido adiposo presente em 3 compartimentos da região abdominal: subcutâneo, visceral e retroperitoneal ou extraperitoneal. Está relacionada ao risco de resistência a insulina, hiperinsulinemia, diabetes tipo 2, hipertensão, hiperlipidemia, acidente vascular cerebral e morte. Em mulheres adolescentes esse tipo de obesidade tende a estar associado a níveis elevados de triglicerídeos, colesterol sérico e LDL. Já em homens adolescentes, tende a estar associada com níveis baixos de HDL, elevados de LDL e razão alta de colesterol total para HDL. A gordura visceral está fortemente correlacionada com o aumento do risco de morbidade e mortalidade por doenças crônicas. Esse tipo de obesidade apresenta grande risco independente do IMC estar ou não significativamente elevado. • Ginóide ou tipo feminino: se concentra na parte inferior do corpo (coxas e quadril). VII. Razão Cintura-Quadril (RCQ); Indicado para avaliar o tipo de distribuição de gordura 𝑅𝐶𝑄 = 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑎𝑑𝑟𝑖𝑙 Valores de referência para risco cardiovascular ➢ Homens: > 0,9 ➢ Mulheres: > 0,85 VIII. Razão Cintura-Estatura (RCEst); RCEst é uma medida simples, com um bom poder de predição para risco coronariano elevado. 𝑅𝐶𝐸𝑠𝑡 = 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑐𝑖𝑛𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚) 𝐸𝑠𝑡𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑐𝑚) Ideal (OMS): ➢ Homens: ≤ 94 cm ➢ Mulheres: ≤ 90 cm IX. Circunferência da cintura; X. Diâmetro abdominal sagital; Parece estar fortemente correlacionada com a quantidade de tecido adiposo visceral. É a altura do abdômen, com o indivíduo deitado em posição supina com as pernas retas, medida da mesa de exame ao nível umbilical. É a espessura do abdômen medido na altura do umbigo. Pode ser realizada com paquímetro ou régua simples. No caso do paquímetro a base fixa do equipamento é colocada embaixo das costas do avaliado e a barra móvel é trazida para baixo. Na posição supina, a gordura visceral do corpo se projeta no abdômen, na direção sagital, enquanto a gravidade move o tecido subcutâneo para os lados. Essa medida está fortemente relacionada com o risco cardiovascular, níveis de colesterol total sérico, LDL, triglicerídeos, insulina e pressão sistólica e diastólica altos. XI. Somatória das dobras cutâneas para determinar o percentual de gordura corporal. • Estimativa da porcentagem de gordura corporal com as medidas das dobras cutâneas • Pode subestimar a porcentagem de gordura em 1,5 a 12%. • A porcentagem de gordura corporal é calculada somando-se os valores (em mm) das dobras bicipital, tricipital, subescapular e suprailíaca. REFERÊNCIAS BARBOSA, Priscila Santos et al. Circunferência do pescoço e sua associação com parâmetros antropométricos de adiposidade corporal em adultos. Braspen J, p. 315-320, 2017. CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 3ª ed. Barueri, SP: Manole, 2014 DE FARIA, Nut Esp Juliana Tolêdo. Guia de Antropometria.2011 DE OLIVEIRA, Leonardo Furtado; RODRIGUES, Paula Alves Salmito. Circunferência de cintura: protocolos de mensuração e sua aplicabilidade prática. 2016. JÚNIOR, ANOS Ismael Forte Freitas. PADRONIZAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS E AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL. MARTINS, Cristina. Antropometria. Instituto Cristina Martins, 2009. ROSSI, G.; CARUSO L.; GALANTE A.P. Avaliação Nutricional: Novas perspectivas. Centro Universitário São camilo. Ed. Roca, 2009-08-01 SANTOS, Claudia Renata Pinto dos. Estudo da medida antropométrica do diâmetro abdominal sagital de adolescentes obesos em tratamento ambulatorial e sua associação com os critérios da síndrome metabólica. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu, 2009.