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Princípios básicos de paisagismo
Apresentação
O paisagismo é um campo extremamente amplo e multidisciplinar, em franca expansão acadêmica e 
profissional. O entendimento dos princípios básicos de paisagismo proporciona um embasamento 
teórico fundamental para poder avançar na elaboração de projetos paisagísticos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os aspectos da evolução do paisagismo, bem 
como as multiescalaridades de projeto, entender mais sobre os diversos aspectos ambientais que 
incidem sobre a qualidade e a sobrevivência de uma intervenção paisagística e, ao final, conhecer 
mais sobre as ferramentas de representação digital de paisagismo.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância econômica e a evolução do paisagismo.•
Descrever o ambiente paisagístico.•
Identificar os principais softwares utilizados no paisagismo.•
Desafio
As cidades têm avançado cada vez mais sobre as áreas naturais que ainda restam. Em grandes 
cidades, são cada vez mais escassas as áreas em que é possível estabelecer o mínimo contato com 
elementos naturais, como a flora e a fauna. Como consequência da extrema urbanização, lida-se 
com o aumento da poluição sonora e atmosférica, dos congestionamentos e do estresse urbano. 
Sendo assim, descreva uma proposta de jardim para a varanda adequando o seu uso para os 
moradores da família.
Infográfico
Roberto Burle Marx foi o principal expoente do paisagismo moderno brasileiro, com inúmeros 
projetos desenvolvidos no Brasil e no mundo. Muitos dos seus projetos paisagísticos ainda marcam 
a paisagem das cidades brasileiras. Seu conhecimento sobre aspectos botânicos e agronômicos foi 
fundamental para a sua trajetória de sucesso. 
Neste Infográfico, você vai ver cinco projetos paisagísticos emblemáticos de Burle Marx, seja na 
microescala, seja na macroescala.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/06adb7ca-439a-4364-952a-343d72e37c43/8f007c1f-dd03-45b2-907a-b324402eb9d1.jpg
Conteúdo do livro
O paisagismo é cativante. Nesta introdução ao paisagismo, aos poucos, você vai entrar em contato 
com seus conceitos e métodos. Incluindo desde projetos residenciais de pequeno porte até os de 
grandes parques urbanos, o paisagismo exige que se faça uma boa leitura técnica do lugar. Assim, 
seu resultado será de qualidade.
No capítulo Princípios básicos de paisagismo, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você 
vai ver os aspectos da evolução do paisagismo, a multiescalaridade de projetos possíveis, entender 
os diversos aspectos ambientais que incidem sobre a qualidade e a sobrevivência de uma 
intervenção paisagística e, por fim, conhecer mais sobre as ferramentas de representação digital de 
paisagismo.
Boa leitura.
FLORICULTURA E 
PAISAGISMO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Reconhecer a importância econômica e a evolução do paisagismo.
 > Descrever o ambiente paisagístico.
 > Identificar os principais softwares utilizados no paisagismo.
Introdução
O paisagismo é uma ciência. Isso significa que seus conhecimentos foram adqui-
ridos de modo sistematizado ao longo do tempo por meio da observação e da 
experiência dos seus fenômenos e fatos. O estudo dos princípios de paisagismo 
visa apresentar algumas bases necessárias ao seu entendimento, tanto conceituais 
quanto profissionais.
Neste capítulo, você vai estudar os aspectos conceituais de paisagismo, como 
sua diversidade de escalas de projeto, por exemplo. Vai conhecer alguns aspectos 
da relevância econômica desse campo profissional e as características do ambiente 
paisagístico, tais como análise do solo, temperatura, umidade, precipitações e 
ventos. Ao final, você vai conferir alguns softwares utilizados na representação 
gráfica digital de paisagismo.
Princípios básicos 
de paisagismo
Lucas Martins de Oliveira
Evolução e relevância econômica 
do paisagismo
O paisagismo vem se mostrando, cada vez mais, um campo da ciência essen-
cial para o planejamento do espaço construído, permitindo que paisagistas 
atuem com consciência na qualificação dos espaços livres de edificação, 
ou espaços abertos. Mostra-se um instrumento metodológico ao apontar 
ações específicas para solucionar os problemas que afetam diretamente a 
apreensão da paisagem, em micro ou macroescala, nas nossas habitações 
ou na cidade.
Na microescala, ou escala pontual, observamos que os espaços livres, 
sejam jardins, quintais ou recuos, vêm sendo tratados como espaços residuais, 
em vez de serem valorizados como lugares apropriados ao convívio familiar 
e social, concebidos como parte integrante da arquitetura. Qualquer espaço 
livre, que entendemos como sendo a área não contida entre paredes e tetos, 
por menor que seja, pode assumir um valor de uso extremamente relevante, 
desde que seja tratado na perspectiva do interesse paisagístico.
Como paisagistas em formação, devemos ter cuidado com a escala em que 
ocorrem as atividades humanas. Seja um jardim residencial, seja um parque 
urbano, devemos identificar os usos previstos ou existentes e as relações 
mais próximas com a paisagem circundante. A escala do ser humano nos 
permite detalhar as composições vegetais que se integram às atividades 
cotidianas de lazer, trabalho ou habitação. As ações de projeto são cons-
cientes e planejadas, visando a determinar em sua totalidade um ambiente 
funcional e harmônico que permita sua plena fruição pela sociedade que ali 
vive, trabalha ou se encontra (NIEMEYER, 2011).
Podemos definir paisagismo como um “[…] processo consciente de manejo, 
planejamento e recriação física da paisagem, e que se utiliza de princípios 
artísticos na construção de ambientes e cenários em qualquer escala de 
atuação” (NIEMEYER, 2011, p. 11). A história comprova o interesse do paisagismo 
entendido como processo consciente de transformação dos espaços livres a 
partir do momento em que a humanidade sentiu a necessidade de modificar 
o ambiente em que vivia, adaptando-se às suas conveniências funcionais, 
ambientais ou estéticas.
O profissional que atua em paisagismo é chamado de paisagista, termo 
vinculado historicamente aos pintores paisagistas do século XVIII. A atividade 
de pintar paisagens campestres se relaciona com o movimento romântico, 
com a ruptura do padrão clássico de fazer jardins e o decorrente surgimento 
Princípios básicos de paisagismo2
dos chamados jardins paisagísticos (PANZINI, 2013). A atividade do paisagista 
ocorre desde a Antiguidade. Sua atuação profissional como um planejador da 
paisagem se desenvolveu inicialmente na Inglaterra e se consolidou nos Estados 
Unidos na metade do século XX, com os trabalhos de Frederick Law Olmsted, 
autor de projetos emblemáticos, como o Central Park (Figura 1), em 1898. É de 
Olmsted a noção que temos atualmente de qualidade ambiental urbana e da 
função preservativa do verde nas estruturas urbanas (NIEMEYER, 2011).
Figura 1. Vista aérea do Central Park, em Nova York. Projeto de Frederick Law Olmsted, 1857.
Fonte: Pixabay.com/dariasophia. 
A postura do paisagista se ampliou da ornamentação estética para dentro 
das possibilidades de projetos voltados para a sustentabilidade ambiental. 
Podemos entender sua abordagem sob duas escalas: o micropaisagismo e o 
macropaisagismo. O micropaisagismo se refere à escala pontual de projeto 
dentro do microparcelamento urbano, ou seja, do lote. Macedo (2012) afirma 
que é nesses espaços onde se dá grande parte das experiências paisagísticas 
contemporâneas nacionais, seja no interior de quintais, jardins, pátios, áreas 
de lazer residências, até em condomínios residenciais, comerciais e industriais. 
O micropaisagismo é, de fato, o principal campo profissional do paisagista.
Princípios básicos de paisagismo 3
Nas Figuras 2 e 3, vamos analisar o projeto de um jardim em uma área de 
7 × 5 m. A proprietária da residência encomendou umjardim capaz de propor-
cionar uma área de descanso ensolarada, onde pudesse fazer uma pausa do 
trabalho e receber amigos, e protegida visualmente de um edifício localizado 
aos fundos. Um deque de ripas diagonais foi assentado da porta da sala de 
jantar até a área de descanso. Dois pórticos em aço inoxidável ligados por 
cabos de aço formam uma pérgula, que gera uma área com conforto climático, 
desde que vegetada (WILSON, 2016).
Figura 2. Planta de um projeto paisagístico residencial.
Fonte: Wilson (2016, p. 151).
Ao centro, foi pensado um gramado, como uma clareira em meio ao jar-
dim, que foi contornado por oliveiras, bananeiras, palmeiras, bambus e uma 
figueira. Em uma das extremidades, foi implantada uma fonte de água junto 
de uma escultura, que contribui para a amenização do microclima, além de 
dar movimento ao jardim. O solo argiloso do lugar foi enriquecido com adubo 
(WILSON, 2016).
Princípios básicos de paisagismo4
Figura 3. Perspectiva do projeto de paisagismo residencial.
Fonte: Wilson (2016, p. 151).
Normalmente, na escala do macropaisagismo, projetamos na escala da 
cidade praças, parques e projetos viários. Vamos analisar o projeto para o 
Millenium Park (Figuras 4 e 5), com 22.500 m², localizado na cidade de Chicago, 
nos Estados Unidos. A complexidade do projeto recaiu sobre ser localizado 
acima de um estacionamento subterrâneo, portanto, sobre a sua laje, res-
tringindo o peso e a profundidade do solo. O projeto foi concebido como 
uma celebração à cultura e à paisagem da cidade, transmitidas pela colagem 
de jardins interconectados, inspirados na pluralidade cultural da cidade 
(WILSON, 2016).
Princípios básicos de paisagismo 5
Figura 4. Projeto para o Millenium Park, Chicago, Estados Unidos.
Fonte: Wilson (2016, p. 31).
Na área central do projeto, foi pensado o jardim intitulado grama e céu. 
O vazio gerado pelo gramado proporciona um espaço de múltiplos usos. 
Em um de seus lados, foi criado o jardim impressionista, composto por plan-
tas ornamentais de cores intensas, proporcionando uma rica combinação 
cromática. Em outro lado, foi criado o jardim pradaria, composto por três 
jardins geométricos de gramas nativas do lugar (WILSON, 2016).
Princípios básicos de paisagismo6
Figura 5. Corte do projeto para o Millenium Park, Chicago, Estados Unidos.
Fonte: Wilson (2016, p. 30).
O paisagismo passa por uma crescente valorização econômica, tanto 
no mercado público quanto no mercado privado. Com a maior importância 
dada às questões de sustentabilidade ambiental, ecologia, esporte e lazer, 
vemos projetos de qualidade serem desenvolvidos em residências, condomí-
nios, vias, praças e parques urbanos. Embora ainda tenha muito a melhorar, 
o mercado brasileiro fornecedor de espécies vegetais (viveiros) também se 
amplia e diversifica, ofertando exemplares de qualidade oriundos dos biomas 
nativos, valorizando a nossa flora.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura, o mercado de plan-
tas ornamentais movimentou cerca de R$ 8,1 bilhões em 2018, mantendo um 
crescimento anual médio entre 7 e 9%, empregando cerca de 200 pessoas 
(entre as funções de produção, distribuição e varejo). Nos dias atuais, o Brasil 
é um dos 15 maiores produtores de flores e plantas ornamentais do mundo, 
podendo chegar aos 10 maiores nos próximos anos (IBRAFLOR, c2018).
A Associação Nacional de Paisagismo (ANP) é uma entidade sem fins 
econômicos, de caráter organizacional, promocional e educacional, 
que busca congregar de forma aberta, democrática e participativa os profissio-
nais paisagistas, independentemente da formação, sejam arquitetos, agrônomos, 
designers, engenheiros florestais, etc. O interesse em comum da associação é 
promover o crescimento da profissão com qualidade e compromisso com os 
princípios da ética e da cidadania (ANP, c2021).
Princípios básicos de paisagismo 7
Características do ambiente objeto de 
projeto paisagístico
Para obtermos uma boa qualidade de plantio e, consequentemente, o su-
cesso do nosso projeto paisagístico, devemos ter em mente alguns critérios. 
Neste item, entenderemos mais sobre algumas características do ambiente 
paisagístico, como o solo, a temperatura, a umidade do ar, as precipitações 
(índices pluviométricos) e os ventos (movimentos de ar) que rebatem sobre 
o desenvolvimento pleno do elemento vegetal.
Análise laboratorial do solo
Relaciona-se ao êxito da implantação de um espaço ajardinado por estar 
diretamente ligado ao desenvolvimento do componente vegetal. A depender 
das características descobertas pela análise, obtemos leituras distintas da 
granulometria, da taxa de fertilidade e do pH do solo. Esse tipo de análise é 
fundamental para grandes projetos e consiste em retirar amostras de solo 
entre 30 e 40 cm em pontos diversos, em média cinco amostras por 500 m² 
de área. Vamos analisar tais itens, conforme Niemeyer (2011).
Granulometria 
Varia em função dos fatores geológicos, basicamente entre solos arenosos, 
argilosos ou mesclados. Os solos arenosos têm alta permeabilidade, re-
tendo pouca umidade e, consequentemente, baixíssima fertilidade. Podemos 
melhorá-la introduzindo húmus e argila, conforme recomendação da análise. 
Já os solos argilosos são pouco permeáveis e pouco férteis, podendo ser 
melhorados acrescentando húmus e areia. Perceba que o solo ideal é aquele 
cujos atributos granulométricos apresentam um equilíbrio entre partículas 
grossas e finas, garantindo boa permeabilidade e porosidade.
Fertilidade
Resultado da existência de matéria orgânica (húmus), responsável por fornecer 
nutrientes de que a planta precisa para se desenvolver e reproduzir. A análise 
pode apontar a diretriz de adição de produtos orgânicos ou inorgânicos, num 
processo conhecido como correção do solo. Os produtos orgânicos são os 
seguintes:
Princípios básicos de paisagismo8
 � estrumes curtidos;
 � farinha de ossos;
 � compostos orgânicos.
Os principais produtos inorgânicos são conhecidos pela sigla NPK, que 
representa os macronutrientes básicos: 
 � nitrogênio (N);
 � fósforo (P);
 � potássio (K).
pH do solo (potencial de hidrogênio)
Mede sua acidez ou alcalinidade e varia muito de região para região. A es-
cala de análise varia de 0 a 14, sendo 7 o valor neutro. Abaixo de 7, temos o 
solo ácido, onde as substâncias químicas alcalinas, como cálcio e magnésio, 
dissolvem-se com facilidade. Regiões secas tendem a ter um solo alcalino. 
Grande parte do Brasil é formado por solos ácidos, com pH entre 5 e 5,5.
Além do entendimento do solo, devemos melhor entender os elementos 
climáticos que influenciam diretamente no paisagismo. Os elementos climá-
ticos são aqueles que representam os atributos relativos a cada tipo de clima 
que encontramos. Vamos entendê-los conforme Romero (2013).
Temperatura
A superfície terrestre é iluminada de maneira desigual. Tal fato, associado aos 
diferentes coeficientes de absorção da radiação solar devido aos diferentes 
tipos de solos e superfícies aquáticas, faz com que a energia solar se distribua 
também de modo desigual. Disso, surgem os movimentos de massa de ar e 
as trocas de matéria e energia entre o ar, os oceanos e a terra.
Um dos resultados desse fenômeno é a variação de temperatura nas 
camadas mais próximas da superfície terrestre. A relação entre o aque-
cimento e o esfriamento da superfície da terra é o fator que determina a 
temperatura do ar. O ar em contato com uma superfície que obteve ganhos 
de calor é aquecido por condução, por isso, o calor adquirido é transferido às 
camadas superiores por convecção. Trata-se de uma troca constante. A topo-
grafia também contribui para mudanças na temperatura do ar. Normalmente, 
a temperatura diminui à medida que aumenta a altura.
Princípios básicos de paisagismo 9
Umidade
A evaporação da água e a evapotranspiração dos vegetais são os processos 
biológicos que mais contribuem para a concentração de vapor d’água contido 
no ar. A distribuição desse vapor sobre a terra não é uniforme, sendo maior 
nas zonasequatoriais e menos nas zonas polares. A capacidade do ar para 
conter vapor d’água aumenta de acordo com a temperatura.
Geralmente, a umidade do ar varia nas diferentes horas do dia e épocas 
do ano, em razão das mudanças na temperatura do ar. Em regiões secas, por 
exemplo, as variações são grandes. Tal variação também ocorre em função 
das estações do ano, quando a umidade diminui no inverno e aumenta no 
verão. Como exemplo, temos o Parque Lago Negro (Figura 6), localizado em 
Gramado, no Rio Grande do Sul, com espécies adequadas ao clima e ao inverno 
local, além de ser uma atração turística.
Figura 6. Parque Lago Negro em Gramado/RS.
Fonte: Pixabay.com/pedroddf.
Princípios básicos de paisagismo10
Precipitações
As nuvens são formadas pela evaporação das águas, que são redistribuídas 
na forma de chuva, fluindo pelos córregos e rios em direção aos oceanos, 
completando o ciclo hidrológico. A precipitação é mais alta na zona equatorial, 
sendo também significativa nas zonas tropicais, em ambos os hemisférios. 
Nos trópicos, a porcentagem de precipitação que o solo retém é muito menor, 
sendo, também, nas latitudes médias no verão. Nesses casos, a chuva evapora 
antes mesmo de penetrar no solo. Altas temperaturas e velocidades do vento 
também fazem com que a evaporação aumente.
Já a formação de orvalho e névoa ocorrem quando o ar entra em contato 
com superfícies frias em correntes de ar. A névoa é mais densa e prevalecente 
em vales e depressões topográficas, onde o ar frio e pesado se aglomera, bem 
como em regiões costeiras, quando o vento marinho traz uma quantidade de 
ar em contato com superfícies frias. O orvalho surge quando ocorre uma con-
densação em grande escala, formando nuvens e, até mesmo, cristais de gelo.
A precipitação convencional ocorre quando massas carregadas de umi-
dade são aquecidas pelo contato com superfícies quentes. Ocorrem com 
maior frequência em zonas equatoriais e tropicais nas tardes de estações 
mais quentes. No litoral, são provocadas pelas massas de ar vindas do mar. 
Na região amazônica, por exemplo, a vida cotidiana exige uma grande con-
vivência com as chuvas, que regulam os níveis de águas dos rios (Figura 7).
Figura 7. Casas flutuantes em Tapauá/AM.
Fonte: Pixabay.com/Ponciano. 
Princípios básicos de paisagismo 11
Ventos
Os ventos são resultado das diferenças de pressão atmosféricas provocadas 
pela influência direta da temperatura de ar. As massas de ar se movimentam 
tanto na horizontal quanto na vertical. O movimento horizontal se origina 
das diferenças térmicas em um sentido global, e o deslocamento vertical 
ocorre entre as camadas da atmosfera. O ar quente sobe do equador para 
os polos, resfriando e descendo. Em relação aos fatores locais, o relevo é 
capaz de exercer um papel importante, desviando, alterando ou canalizando 
o movimento. 
Representação gráfica digital no paisagismo
Embora o desenho manual criativo seja fundamental para a expressão de um 
projeto paisagístico, a representação gráfica digital, também citada como 
representação auxiliada por computador, é necessária para otimizar o tempo 
de trabalho sobre o projeto e facilitar os aspectos de interpretação, de execu-
ção, como cálculo de áreas permeáveis, impermeáveis, de forrações vegetais, 
quantificação de espécies, etc. 
O paisagista deve ter um amplo conhecimento relacionado ao desenho 
assistido por computador. A representação confere totais habilidades de 
análise dos projetos, possibilitando ao paisagista um melhor diálogo com 
os demais profissionais envolvidos no projeto (HUTCHISON, 2011). Sob outro 
aspecto, Abbud (2006) afirma que, nos dias atuais, a representação gráfica 
digital é fundamental para a exploração comercial do paisagismo, conferindo 
apresentações realistas, simulações, vídeos, na tentativa de convencer clientes 
por meio de ações de publicidade e propaganda, por exemplo, de lançamentos 
imobiliários dotados de jardins e amplas áreas de lazer, de projetos públicos 
como praças e parques (Figura 8).
A tecnologia CAD (Computer Aided Design), criada há mais 25 anos, revo-
lucionou o modo de desenvolvimento de desenhos técnicos, facilitando sua 
execução e compartilhamento, já que o desenho passou da prancheta para 
a tela do computador. “No desenho digital, a perícia não está relacionada 
ao traço, mas associada à maneira de organizar sequências de comandos e 
ao planejamento do ato de desenhar”, afirmam Stumpp et al. (2015, p. 502).
Princípios básicos de paisagismo12
Figura 8. Representação digital da perspectiva de um projeto paisagístico.
Fonte: Pixabay.com/鱼与余渔.
Você pode utilizar como ferramenta computacional para elaborar 
seus desenhos e representações gráficas digitais o software gratuito 
e livre chamado LibreCAD, como alternativa aos comerciais pagos usualmente 
conhecidos. Sua interface é similar aos demais softwares do tipo, não oferecendo 
dificuldades aos iniciantes na representação gráfica digital.
Já para a representação tridimensional, como maquetes eletrônicas, por 
exemplo, existem softwares específicos no mercado que podem ser utilizados 
no campo do paisagismo, que proporcionam o estudo de sombras, cores, 
entre outros estudos técnicos que podem ser complementados. Assim como 
todo software, exige que tenhamos uma disponibilidade para aprendizado e 
treinamento para que possamos dominá-lo, assim, podendo aproveitar todos 
os recursos disponíveis.
Princípios básicos de paisagismo 13
Um dos softwares comerciais de modelagem do espaço em três 
dimensões (3D) mais utilizados é o SketchUp. Sua interface é intuitiva 
e eficiente, sendo possível auxiliar no projeto por meio de rápidas visualizações 
do processo criativo e na apresentação tridimensional final realista, com a 
renderização. No campo do paisagismo, é possível inserir elementos (blocos) 
de diversas espécies, das mais utilizadas no mercado (Figura 9).
Figura 9. SketchUp.
Fonte: 3DWarehouse.sketchup.com/Évelin L. 
A BIM (Building Information Modeling), criada no início do século XXI, 
também pode ser aplicada para a elaboração de projetos paisagísticos. Como 
sua tecnologia possibilita informações parametrizadas, isto é, contendo 
todas as informações daquele objeto (em planta, vista, corte e perspectiva), 
tais informações podem ser direcionadas às espécies vegetais, desde que 
estejam ligadas aos templates (famílias) de cada objeto (STUMPP et al., 2015).
O paisagismo como ciência incorpora conhecimentos provenientes da ar-
quitetura, urbanismo, agronomia, engenharia florestal, design, biologia, 
geografia, etc. Forma-se, assim, um profissional apto a intervir na criação e na 
preservação da paisagem. Vimos, neste capítulo, uma abordagem histórica de 
paisagismo, que nos ajuda a entender a construção desse campo disciplinar 
com clara função de qualificar o espaço exterior para a plena e adequada 
apropriação humana. Vimos que o objeto de projeto paisagístico varia desde 
Princípios básicos de paisagismo14
um pequeno jardim até um parque urbano (ou, até mesmo, um plano regional), 
além dos fatores que devem ser estudados para compreendermos o ambiente 
paisagístico, ou seja, a área sobre a qual projetaremos. Por fim, conhecemos 
os softwares mais adequados para a representação digital do projeto.
Referências
ABBUD, B. Criando paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística. 4. ed. São 
Paulo: Senac, 2006.
ANP. Histórico. São Paulo: ANP, c2021. Disponível em: http://anponline.org.br/portal/
historico/. Acesso em: 7 mar. 2021.
HUTCHISON, E. O desenho no projeto da paisagem. Barcelona: Gustavo Gili, 2011.
IBRAFLOR. Diagnóstico, estatística / release imprensa. Holambra: Ibraflor, c2018. 
Disponível em: https://www.ibraflor.com.br/numeros-setor. Acesso em: 8 abr. 2021.
MACEDO, S. S. Paisagismo brasileiro na virada do século: 1990-2010. São Paulo: Edusp, 
2012.
NIEMEYER, C. A. C. Paisagismo no planejamento arquitetônico. Uberlândia: EDUFU, 2011.
PANZINI, F. Projetar a natureza: arquitetura da paisagem e dos jardins desde as origensaté a época contemporânea. São Paulo: Senac, 2013.
ROMERO, M. A. B. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. Brasília, DF: UnB, 2013.
STUMPP, M. M. et al. A representação gráfica digital na apresentação de projetos de 
arquitetura: um olhar sobre a produção de jovens arquitetos brasileiros. In: CONGRESSO 
DA SOCIEDADE IBERO-AMERICANA DE GRÁFICA DIGITAL, 19., 2015, Florianópolis. Anais 
[...]. São Paulo: Blucher, 2015. p. 502-505. Disponível em: https://www.proceedings.
blucher.com.br/download-pdf/259/22359. Acesso em: 7 mar. 2021.
WILSON, A. (org.). O livro das áreas verdes. São Paulo: Senac, 2016.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Princípios básicos de paisagismo 15
Dica do professor
A Mata Atlântica é um bioma composto por diferentes formações vegetais e ecossistemas que se 
destaca por sua grande biodiversidade. Inclui, por exemplo, várias espécies endêmicas que existem 
apenas nessa região. Hoje, devido a uma série de fatos ocorridos ao longo da história de ocupação 
do país, restam apenas cerca de 15% da floresta original.
Nesta Dica do Professor, você vai aprender mais sobre o ambiente paisagístico da Mata Atlântica, 
suas características e as espécies vegetais que podem constar de um projeto, enriquecendo seu 
valor ambiental.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e19b9bf52dc5470786654170357595f6
Exercícios
1) A interescalaridade é um conceito-chave para entendermos a complexidade do paisagismo 
enquanto um campo do conhecimento.
Assim, entendem-se como a microescala do paisagismo:
A) os quintais.
B) as praças.
C) os parques.
D) as ruas.
E) as avenidas.
2) O paisagista deve compreender as práticas humanas de apropriação do espaço exterior, de 
modo que o projeto paisagístico seja adequado à escala do lugar.
Sabe-se que a macroescala do paisagismo se refere aos projetos de:
A) áreas de lazer residenciais.
B) jardins residenciais.
C) parques urbanos.
D) jardins de inverno (solarium).
E) recuos frontais.
3) No desenvolvimento de projetos de paisagismo, deve-se ter em mente que o conhecimento 
sobre os elementos climáticos é atributo fundamental.
Pode-se afirmar que as trocas de matéria e energia entre o ar, os oceanos e a terra são 
resultado da:
A) diferença de pressão atmosférica.
B) formação de névoa e orvalho.
C) alta precipitação na zona equatorial.
D) alta umidade dos polos.
E) variação da temperatura na Terra.
4) Sabe-se que a temperatura, as precipitações, os ventos e a umidade são elementos 
climáticos que influenciam o paisagismo.
Em relação à umidade, assinale a alternativa correta.
A) A umidade é mais alta nas zonas equatoriais.
B) A distribuição do vapor d’água é uniforme.
C) A evapotranspiração pouco contribui para a umidade.
D) A umidade das zonas polares é a mais alta.
E) A capacidade do ar para conter a umidade diminui de acordo com a temperatura.
5) Tradicionalmente, os paisagistas utilizavam lápis e papel, maquetes e fotografias para 
comunicar seus projetos.
Trata-se de um benefício da representação gráfica digital de paisagismo:
A) superar o desenho à mão nos aspectos de expressão.
B) simplificar o projeto por meio da inteligência artificial.
C) substituir outros profissionais envolvidos com o projeto.
D) facilitar os aspectos de interpretação do projeto.
E) baratear o valor de mercado do projeto.
Na prática
A vivência profissional deve sempre buscar aliar a teoria à prática. No caso do paisagista, as 
estratégias de projeto devem dialogar com a arquitetura, de modo a proporcionar harmonia e 
equilíbrio entre o espaço edificado e o espaço exterior sobre o qual projetaremos.
 
Confira, Na Prática, como o paisagista Gilberto Elkis utilizou estratégias de composição paisagística 
refinadas em seu projeto para os jardins do Hotel Unique no contexto urbano paulistano. 
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Como começar um jardim
Assista ao vídeo, produzido pelo arquiteto Benedito Abbud, sobre como começar um jardim. Veja 
os primeiros passos para iniciar um bom projeto de paisagismo residencial. O autor é um dos 
principais paisagistas brasileiros na atualidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Representação do paisagismo: o papel do desenho em planta 
para parques e praças
Leia este artigo, que trata da representação gráfica digital do projeto de paisagismo, com foco na 
planta arquitetônica e suas peças gráficas. O artigo traz exemplos significativos de projetos.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Projetos de Paisagismo e de Construções Rurais
Galinatti, Anna C. M.; Giambastiani, Gabriel L.; Scopell, Vanessa G.; et al.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
https://www.youtube.com/embed/ADolYMmHqdw
https://www.archdaily.com.br/br/890014/representacao-do-paisagismo-o-papel-do-desenho-em-planta-para-parques-e-pracas

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