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é somatória. Até ontem esta forma era cacográfica; a palavra correta era apenas somatório. Aparece o VOLP e, como num passe de mágica, o que era ruim passa a ser bom. A mágica deixou de ser uma arte, para se transformar numa ciência… Alguém anda se achando o dono da língua, só pode ser. Cheguei “às” dez para a meia-noite É um erro generalizado entre nós, brasileiros. Ora, se dez se refere a minutos (que é palavra masculina), não tem cabimento chegar “às” dez para a meia-noite, mas sim aos dez para a meia-noite, ou seja, aos dez minutos para a meia-noite. Acostumemos as orelhas: O telejornal, naquela época, começava aos cinco para as oito. *** Eles retornaram aos vinte para a uma. *** A reunião começará aos quinze para as nove. *** O ônibus saiu aos dois para as seis. Os jornalistas e apresentadores de programas pela televisão usam assim? Que esperança!… Eu nunca faria uma coisa “dessa” Nem eu: depois da expressão um… de ou uma… de, usa-se o pronome demonstrativo no plural. Portanto: Eu nunca faria uma coisa dessas, que equivale a Eu nunca faria uma coisa dessas coisas. Poucos usam corretamente. Jornalistas e apresentadores de televisão? Que esperança! Outros exemplos, todos corretos: Fizemos um esforço daqueles e nada conseguimos. *** Um país destes não pode passar por tantas crises. *** Depois de um esforço desses, vocês nada conseguiram?! “de” grátis As pessoas, quando querem fazer graça, oferecem alguma coisa “de” grátis. Sabem que não existe nada “de” grátis neste mundo, ao menos neste mundo que (ainda) não é dos extraterrestres… Quando alguma pessoa ou alguma empresa oferece algo sem necessidade de dar dinheiro ou qualquer tipo de serviço em troca, elas estão, na verdade, oferecendo algo gratuitamente ou, então, de graça. Ou, ainda, apenas grátis. Quem usa um “de” antes desta última palavra está querendo, naturalmente, fazer gozação. “corinthiano” Os torcedores do Corinthians levam ao estádio grandes bandeiras do seu time e nelas não raro se vê a grafia “corinthiano”, errada. Os verdadeiros torcedores do Corinthians sabem que são corintianos. Os outros são alviverdes enrustidos… Dúvidas Comuns em Perguntas e Respostas 1. Nas datas com números, devemos usar hífen (10-11- 1998) ou barra (10/11/1998)? R) Tanto o hífen quanto a barra são sinais corretos nesse caso, mas ultimamente se tem visto mais o emprego das barras. O que não se recomenda é o uso do ponto (10.11.1998), que é justamente como aparece num conhecido e velho dicionário (no verbete sem-teto, pág. 1.835). 2. Devemos usar ponto separativo, quando escrevemos números que indicam quantias? R) Devemos: R$5.800,00, R$15.500,00, R$3.441.994,20, etc. Repare que é a vírgula que separa a parte inteira da parte decimal. O ponto não deve substituir a vírgula nesse caso, como se faz em inglês. A indústria automotiva, no entanto, só lança veículos 1.0, 1.4, 1.6, 1.8, 2.0, 2.2, etc., rigorosamente como fazem os povos de língua inglesa. Como se vê, nem tudo o que é bom pra eles é bom pra nós… 3. Os números comuns devem trazer ponto? R) A parte inteira de todos os números vem separada por ponto, em classe de três algarismos, da direita para a esquerda: 14.150, 86.947, 7.133.488, Lei 5.692, Decreto-Lei 4.112, etc. Podemos, ainda, deixar um espaço no lugar do ponto. Assim: 14 150, 86 947, 7 133 488, Lei 5 692, Decreto-Lei 4 112, etc. Mas essa prática favorece uma natural vocação humana: a fraude. Daí por que convém não esquecer o ponto. Vale lembrar, ainda, que os números que identificam os anos ficam de fora, ou seja, não devem ter ponto nem intervalo: 1500, 1822, 2007, etc. 4. O código de endereçamento postal (CEP) deve ter ponto? R) Não, não deve. Ao preenchermos um envelope, usaremos sempre assim: Dúvidas Comuns em perguntas e Respostas