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25 Prof.ª Priscila Lima AULA 05 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima E) Os tecnopolos Comentários: A industrialização brasileira contou com empresários locais especialmente na produção de bens de consumo não duráveis! Gabarito: C (Questão inédita – Estratégia Militares – Professora Priscila Lima) Durante a Era Vargas, se tornou visível um modelo econômico desenvolvimentista, onde a industrialização teria papel fundamental. Dessa forma, uma característica econômica e de produção do período foi A) A política liberal liderada pelos EUA durante as Grandes Guerras B) O incentivo às multinacionais durante a Guerra Fria C) A substituição de importações com forte presença do Estado D) A baixíssima produção de bens não duráveis em território nacional E) O estabelecimento da primeira indústria nacional Comentários: Alternativa A – INCORRETA: Essa é uma realidade, especialmente, nos Governos Militares e de JK Alternativa B – INCORRETA: Essa é uma realidade, especialmente, nos Governos Militares e de JK Alternativa C – CORRETA: Esse foi o modelo adotado por Vargas, sendo o Estado muito importante para as indústrias de base, bem como para projetos de infraestrutura Alternativa D – INCORRETA: Cuidado! Com esse modelo, o Brasil intensificou a produção em território nacional Alternativa E – INCORRETA: Cuidado! Não confunda o processo de industrialização com a primeira indústria!! Gabarito: C ESTRUTURA E DISTRIBUIÇÃO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA A REGIÃO SUDESTE Como vimos até aqui, a industrialização brasileira se deu de maneira tardia e a acelerada, se compararmos à realidade europeia (cenário onde tal processo teve origem) , mas além disso, quando pensamos a estrutura espacial, podemos inferir que o crescimentodo setor secundário da economia se deu maneira concentrada no Sudeste, configurando uma região industrial central. 26 Prof.ª Priscila Lima AULA 05 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Mas por que isso aconteceu? Além do caráter hitórico, ou seja, o início do processo se dar em porções que dotavam da infraestrutra herdada do café, podemos citar dois fatores básicos: ▪ a complementariedade industrial¸ ou seja, automobilísticas atraem empresas de autopeças. assim como refinarias atraem petroquímicas; ▪ e também a concentração de investimentos públicos na infraestrutura, o que na prática significa que áreas que concentram indústrias recebem mais investimentos em infraestrutura, uma vez que, através do poder econômico que geram, conseguem pressionar com maior eficiência por tais obras. No caso de São Paulo, sob impulso do café, a capital do estado se tornou um grande centro de negócios de exportação e importação. Com a industrialização, algumas zonas pioneiras se estabeleceram às margens dos eixos ferroviários que ligavam a capital paulista ao Rio de Janeiro (aqui destacamos os bairros de Belenzinho, Brás e Mooca). Após a Segunda Guerra Mundial, as indústrias ultrapassaram os limites da capital paulista, espalhando-se para cidades vizinhas (impulsionand o processo de conurbação). Nesse momento, os eixos ferroviários foram substituídos pelos rodoviários, e assim destacamos: ▪ Via Anchieta: concentrando automobílisticas no ABCD paulista ▪ Via Dutra: em direção ao Rio de Janeiro (cortando o Vale do Paraíba), criando um aglomerado industrial em Guarulhos; ▪ Raposo Tavares e Castelo Branco: direcionando a indústria para Osasco e Carapicuíba. Quanto ao crescimento industrial no Rio de Janeiro, podemos apontar que o impulso foi essencial político, lembrando que no início do século XX, essa cidade era a capital federal e abrigava o maior porto marítimo. Assim, a indústria foi apoiada no mercado interno que se estabeleceu em aglomerados urbanos potencializados pela presença dos órgãso de governo e empresas estatais. Assim como em São Paulo, as ferrovias determinaram a localização das primeiras zonas industriais. Dessa forma, a zona norte do Rio de Janeiro concentrou as empresas, enquanto a zona sul, em sua faixa litorânea abrigava bairros residenciais de alta renda. Com a expansão industrial, passou a ser destaque: ▪ Baixada Fluminense: com destaque para Nova Iguaçu e Duque de Caxias; ▪ Região Serrana: onde destacamos um polo de indústria têxtil em Petrópolis, Teresópilis e Nova Friburgo. Fechando a tríade de desenvolvimento industrial no Sudeste, temos Belo Horizonte, que surgiu como uma cidade planejada em 1897 e assumiu o posto de capital do estado de Minas Gerais (que antes era de Ouro Preto). 27 Prof.ª Priscila Lima AULA 05 – GEOGRAFIA Professora Priscila Lima Através de uma política de concessão de incentivos para o capital privado, a industrialização se estabeleceu nos arredores de Belo Horizonte, formando núcleo modernos, especialmente, em Contagem (que abriga um parque metalúrgico e químico) e Betim, onde a industrialização ganhou força com a instalação da primeira fábrica da Fiat em solo brasileiro. Assim, o Sudeste, principalmente nas aglomerações metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte concentram a produção industrial, possibilitando a implantação da grande siderurgia. A grande siderurgia brasileira surgiu através de duas grandes estatais: Companhia do Vale do Rio Doce - CVRD (que hoje é privatizada, a Vale) e a Companhia siderúrgica Nacional - CSN,ambas impladas por Getúlio Vargas em 1942. "A CVRD encarregou-se da extração, transporte ferroviário e naval e comercialização do minérios do Quadrilátero Ferrífero, antes de expandir suas atividades para inúmeras outras jazidas do país. A CSN, financiada por empréstimos dos Estados Unidos, obedeceu a prioridades estratégicas do governo de Getúlio Vargas, que pretendia utilizá-la como foco de estímulo à industrialização do país e símbolo da soberania nacional." (MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. 2ª edição, Volume Único São Paulo: Atual, 2012. p. 303) Atenção Antes da implantação da CVRD e da CSN, havia, em Sabará (MG) a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, criada em 1917 Imagem 5: Estrutura espacial da grande siderurgia no Sudeste