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O Surgimento da Sociologia

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O Que é Sociologia?
 Anthony Giddens
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 Início do Século XXI
mundo profundamente preocupante: conflitos, tensões, guerras, divisões sociais, destruição do meio ambiente, violência, drogas, ataque da tecnologia moderna etc.
- extraordinárias promessas para o futuro: possibilidades de controlar nosso destino e moldar nossas vidas para melhor de um modo inimaginável para gerações anteriores.
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Como surgiu esse mundo?
Por que nossas condições de vida são tão diferentes daquelas de nossos pais e avós?
Que direção as mudanças ocorridas tomarão no futuro?
Essas e outras questões são a principal preocupação da Sociologia.
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 A Sociologia é:
estudo da vida social humana, dos grupos e da sociedade.
empreendimento fascinante e irresistível, já que seu objeto de estudo é nosso próprio comportamento como seres sociais.
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 Campo de Estudo
 A área de abrangência da Sociologia vai desde a análise de encontros ocasionais entre indivíduos até a investigação de processos sociais globais
Enquanto a maioria de nós vê o mundo a partir de características familiares a nossas próprias vidas. A Sociologia assume uma visão mais ampla por que somos como somos e por que agimos como agimos.
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 A Sociologia
nos ensina que aquilo que encaramos como natural, inevitável, bom ou verdadeiro, pode não ser bem assim e que os “dados” de nossa vida são fortemente influenciados por forças históricas e sociais.
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 A Imaginação sociológica 
Pensar sociologicamente, de forma mais ampla – significa cultivar a imaginação.
Um sociólogo deve ser alguém capaz de se libertar da imediaticidade das circunstâncias pessoais e apresentar as coisas num contexto mais amplo. Depende da imaginação sociológica (Mills, 1970)
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 A Imaginação sociológica
exige que pensemos fora das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas, a fim de que possamos observar o objeto de modo renovado.
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“sensação de encurralamento”
O autor situa o homem moderno encurralado em seu tempo-espaço, argumentando que esses sentimentos e percepções, bem como a velocidade de transformação das coisas e dos valores é gerada pela sociedade, mundial e informacional, formando esse indivíduo isolado, preso à sua vida privada e espectador do público e das mudanças, sem poder assimilá-las.
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A dificuldade de situar-se, de entender a própria vida a partir de uma coletividade, seria então, um problema estrutural desenvolvido histórico-socialmente. A busca das pessoas seria, então, por lucidez. É preciso atar a ligação perdida entre si e o mundo, que gera a incompreensão de si e a indiferença perante o mundo. 
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A promessa
A grande promessa está na imaginação sociológica e suas possibilidades na sociedade contemporânea. Informação não é mais o bastante para acabar com o sentimento de incompreensão e encurralamento na sociedade da fugacidade. 
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O primeiro desdobramento dessa capacidade imaginativa seria a idéia de que uma pessoa só pode compreender e analisar sua existência para além da aparência e da superficialidade do cotidiano se ela consegue localizar-se numa coletividade em um determinado contexto. É entender, em termos gerais, que existem ligações entre o indivíduo e a sociedade, relação esquecida pelo liberalismo político-econômico e pelo individualismo moderno nas culturas tidas como ocidentais.
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Essa consciência permite que todos nós (não apenas os sociólogos) compreendamos as ligações existentes entre o nosso ambiente social pessoal imediato e o mundo social impessoal que nos circunda e que colabora para nos moldar.  
Um elemento-chave da imaginação sociológica é a capacidade de uma pessoa poder ver a sua própria sociedade como uma pessoa de fora o faria, em vez de fazê-lo apenas da perspectiva das experiências pessoais e dos preconceitos culturais. 
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A Imaginação Sociológica 
nos permite olhar para além de uma compreensão limitada do comportamento humano, ver o mundo e as pessoas de uma forma nova, através de uma lente mais potente que o nosso olhar habitual. Pode ser algo tão simples como entender por que um colega de quarto prefere música Jazz ao Hip-Hop.
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 Ex: Tomar uma xícara de café
Possui um valor simbólico como parte de nossas atividades sociais diárias;
O café é uma droga (cafeína – estimulante sobre o cérebro) socialmente aceita. No Ocidente os viciados de café não são tidos como usuários de droga, porém, em outras sociedades é droga; 
Os sociólogos estão interessados no porquê da existência desses contrastes.
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Um indivíduo que bebe uma xícara de café está preso em uma trama de relacionamentos sociais e econômicos que se estendem pelo mundo;
Beber um café pressupõe todo um processo passado de desenvolvimento social e econômico. O café só passou a ser consumido largamente a partir de fins do século XIX;
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O café permanece no centro dos debates contemporâneos sobre globalização, comércio internacional, direitos humanos e destruição ambiental. 
A sociologia se interessa em entender como a globalização aumenta a consciência das pessoas acerca de assuntos que vêm ocorrendo em cantos distantes do planeta, estimulando-as a desenvolver novo conhecimento em suas próprias vidas. 
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 Estudando Sociologia
A imaginação sociológica nos permite ver que muitos eventos que parecem dizer respeito somente ao indivíduo, na verdade, refletem questões mais amplas.
Ex: divórcio, desemprego, violência, estudar sociologia etc.
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Embora sejamos influenciados pelos contextos sociais em que nos encontramos, nenhum de nós está simplesmente determinado em nosso comportamento por aqueles contextos. Possuímos e criamos nossa própria individualidade.
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É trabalho da Sociologia
investigar as conexões entre o que a sociedade faz de nós e o que fazemos de nós mesmos.
Nossas atividades tanto estruturam – modelam – o mundo social ao nosso redor como, ao mesmo tempo, são estruturadas por esse mundo social.
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 A Estrutura Social
não é como uma estrutura física, como um edifício que existe independentemente das ações humanas. As sociedades humanas estão sempre em processo de estruturação. Elas são estruturadas a todo o momento pelos próprios “blocos de construção” que as compõem – os seres humanos como você e eu. Ex. o caso do café.
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O Surgimento da Sociologia
 
Uma das manifestações do pensamento moderno. 
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 Marco para o pensamento ocidental:
O pensamento científico passa a cobrir nova área do conhecimento: o mundo social.
Acontecimento complexo para o qual concorrem circunstâncias: históricas, intelectuais e intenções práticas.
A consolidação do capitalismo significava: desintegração e solapamento de costumes e instituições;
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A sua criação é resultado da elaboração de um conjunto de pensadores preocupados em compreender as novas situações da existência.
Correntes de pensamento: liberais, conservadoras e socialistas, 
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Contexto histórico: Século XVIII
Desagregação da sociedade feudal e a consolidação da civilização capitalista.
Rev. Francesa e Rev. Industrial  dois lados de um mesmo processo: a Instalação da Sociedade Capitalista;
 Transformações econômicas, políticas e culturais  geram problemas inéditos para os homens;
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A Revolução Industrial
representou o triunfo da indústria capitalista - novas formas de conduta e de relações de trabalho. Exploração do trabalhador;
A máquina não apenas destruiu o artesão independente como o submeteu a severa disciplina e novas formas de conduta;
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Em 80 anos a Inglaterra muda de fisionomia:
reordenação da sociedade rural, destruição da servidão, o desmantelamento da família patricial; 
Esses fatores desencadearam:
 maciça emigração campo/cidade e engajou mulheres e crianças no mercado de trabalho;
Essas modificações
geraram um caos na sociedade.
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Sociedade  OBJETO 
 A sociedade é colocada num plano de análise:
 PROBLEMA  a ser investigado;
A Sociologia constitui em certa medida  resposta intelectual às novas situações colocada pela Revolução Industrial;
1830 – surge a palavra SOCIOLOGIA; 
Um dos fatos principais: o surgimento do proletariado e o seu papel histórico;
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Os efeitos catastróficos que atingiram a classe trabalhadora levaram-na a negar as suas condições de vida: revoltas, destruição de máquinas, atos de sabotagem, roubos, crimes, evoluindo para a criação de sindicatos;
Como consequência dessa organização: os “pobres” deixaram de brigar com os “ricos”, mas, a classe operária, começava a se organizar para enfrentar os donos dos instrumentos de trabalho, (burgueses); 
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Renúncia à visão sobrenatural
O emprego sistemático da observação e experimentação sobre a natureza possibilita o controle e o domínio sobre a mesma; 
A Teologia deixa de ser a forma norteadora do pensamento;
O pensamento renuncia à visão sobrenatural de explicação das coisas e adota a indagação racional. 
Racionalismo  emprego sistemático da razão;
O método cientifico (obs. e experimentação) passa a explicar a natureza;
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 Surge o Iluminismo
 pensadores franceses (ideólogos da burguesia) posicionam-se de forma revolucionária e atacam os fundamentos da sociedade feudal: instituições irracionais e injustas; 
A burguesia ao tomar o poder em 1789, investe contra os fundamentos da sociedade feudal, procurando construir um Estado autônomo e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista;
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Para destruição do antigo regime foram mobilizados os trabalhadores, tempos depois estes foram presenteados com a interdição dos seus sindicatos;
A Rev. Francesa (1789) objetivava não só mudar a estrutura do Estado, mas destruir o “ancien regime” - suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados e promover inovações na economia, na política e na cultura;
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 Tarefa dos pensadores:
Racionalizar a nova ordem, encontrando solução para o estado de desorganização da sociedade;
O estabelecimento da Ordem e a Paz exigia  .estado de equilíbrio da nova sociedade, .surgimento de uma nova ciência;
A interpretação crítica e negadora da realidade, (Iluminismo) e que alimentou o projeto da burguesia deveria ser “superada” por outra que conduzisse não à revolução mas à organização da sociedade;
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A. Comte - POSITIVISMO
Para Comte a nova teoria da sociedade denominada POSITIVA, deveria ensinar aos homens a aceitar a ordem existente, deixando de lado a sua negação;
A Sociologia surge com um conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade;
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 Sociologia
Esta ciência não deve colocar em questão a sociedade capitalista, nem será nela que o proletariado buscará seu referencial teórico para lutar contra as sociedades de classes;
É no pensamento socialista que a Sociologia será a nova Teoria crítica da sociedade, estando ao lado dos interesses da classe trabalhadora.
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Referência:
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005
MARTINS, C. Brandão. O Que é Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1986.
MILLS, Wright. A Imaginação Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.

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