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28 Práticas escolares de alfabetização

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Práticas escolares de alfabetização 
 
Nos últimos anos, ocorreram mudanças nas práticas de professores, 
que hoje estão mais cientes de que o aprendizado da leitura e da escrita não 
pode estar desvinculado dos sentidos que construímos e dos usos que fazemos 
do ler e do escrever. Entretanto, as tentativas de se conduzir uma alfabetização 
na perspectiva do letramento têm esbarrado em diversas dúvidas e 
dificuldades para se desenvolver estratégias de aprendizagem que realmente 
incorporem o conceito de letramento. Dessa maneira, as análises das atividades 
dos professores aqui realizadas justificam-se como um meio para identificar 
problemas que muitos profissionais da educação vivenciam em seu trabalho 
Assim, as práticas em sala de aula devem estar orientadas de modo que 
se promova a alfabetização na perspectiva do letramento e, tomando as 
palavras de Soares (2001), que se proporcione a construção de habilidades para 
o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita. 
É comum ouvir depoimentos deste tipo: “Na minha escola, nós utilizamos 
o mesmo planejamento para todas as turmas, o que diferencia é o ritmo de 
aprendizagem dos alunos”; “Não temos tempo para planejar o trabalho, vivo de 
constantes improvisações”; “Eu sempre aproveito o planejamento do ano 
anterior e acrescento algumas atividades novas”. 
Este texto, concebido sob a forma de indagações e da apresentação 
de algumas possibilidades de respostas, faz parte do esforço de refletir sobre 
alguns aspectos que envolvem a organização das práticas de alfabetização 
e letramento, considerando o planejamento como algo importante para o 
desenvolvimento de ações autônomas e efetivas dos profissionais da educação. 
A prática de ensino é uma ação intencional, que procura atingir 
deter- minados fins e, para ser realizada, apoia-se em conhecimentos sobre 
como funciona a realidade da sala de aula, nos conteúdo a serem ensinados, e 
no perfil dos alunos que são objeto desse ensino. Por isso, o professor 
precisa atuar como um agente desse processo, definindo as diretrizes de seu 
trabalho, sabendo conduzi-las e adequá-las às condições de sua realidade 
concreta. 
Alfabetizar na perspectiva do letramento traz 
implicações pedagógicas importantes. Por 
um lado, sabemos hoje que um sujeito que 
não domina a escrita alfabética pode 
envolver-se em práticas de leitura e de escrita 
através da mediação de uma pessoa 
alfabetizada e, nessas práticas desenvolve 
uma série de conhecimentos sobre os 
gêneros que circulam na sociedade. Por 
outro, o domínio do sistema alfabético não 
garante que sejamos capazes de ler e 
produzir todos os gêneros de textos [...] 
apenas o convívio intenso com textos que 
circulam na sociedade não garante que os 
educandos se apropriem da escrita 
alfabética, uma vez que essa aprendizagem 
não é espontânea e requer que o aluno reflita 
sobre as características do nosso sistema de 
escrita. (ALBUQUERQUE, 2005, p. 92). 
Adotar a variação como procedimento para a elaboração das 
atividades objetiva a criação de um repertório diversificado que leve em conta, 
entre outros aspectos, o interesse dos alunos, a exploração de diferentes 
habilidades cognitivas e a sua sistematização durante determinado tempo. Isso 
significa considerar que determinadas capacidades da alfabetização, para serem 
consolidadas em um dado tempo, precisam ser desenvolvidas por meio da 
proposição de um repertório variado de situações em que serão realizadas. Um 
tipo de conhecimento importante de ser ensinado na fase inicial da alfabetização 
é o domínio pela criança das convenções gráficas do nosso sistema de escrita, 
sendo que uma dessas convenções é o reconhecimento das letras do nosso 
alfabeto. 
A articulação de diferentes conteúdos e capacidades linguísticas envolve 
a decisão do professor de trabalhar diferentes eixos do ensino da língua 
escrita (compreensão e valorização da cultura escrita, leitura, produção de 
textos, aquisição do sistema de escrita e oralidade) ou algumas capacidades que 
com- põem esses eixos de forma articulada. Além disso, para que essa 
articulação dos conhecimentos ocorra de forma mais produtiva, recomenda-se a 
adoção de metodologias que potencializem o desenvolvimento da prática 
pedagógica.

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