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Como deve ser a formação inicial de educadores especiais Ao término do ensino médio, muitos jovens, incluindo educandos Surdos, buscam no curso de Pedagogia uma formação docente. No contexto da inclusão escolar, o acesso = ao ensino superior por aqueles que detém uma condição especial é algo que deve ser problematizado, bem como a sua permanência nesse nível de ensino. O vestibular deve ser mais acessível, contudo, o modelo que temos hoje está pautado em textos excessivos, ausência de imagens e um padrão de escrita que desconsidera as diversas culturas e língua de grupos minoritários. as instituições de Ensino Superior não são (ainda) instituições plenamente democráticas; nelas, os significados culturais se organizam e se hierarquizam de maneira a beneficiar a cultura mais dominante. Para Bhabha ( 2012 ) por meio do discurso da diversidade, tenta-se por meio do discurso da diversidade, negar as diferenças, colocando-os todos no mesmo patamar de igualdade. Se não há diferenças, não haverá motivos para metodologias diferenciadas, porque todos supostamente aprendem do mesmo jeito. Falando nos objetivos, cabe analisar as representações sociais de educandos Surdos acerca da escolha do curso de Pedagogia e suas implicações no processo de sua formação. Na medida em que os Surdos percorrem o processo de escolarização ancorada em representações sociais que muitas vezes são marginalizas e preconceituosas em relação aos educandos especiais, mas eles ultrapassam essas representações e as dificuldades vivenciadas na prática de escolarização, estão desenvolvendo a sua resiliência. O campo da Educação Especial tem sofrido sucessivas mudanças paradigmáticas, normativas e conceituais. Pode-se dizer que essas mudanças ganharam maior visibilidade a partir da década de 1990, por intermédio das políticas de educação inclusiva, difundidas a nível mundial por meio de documentos internacionais, como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, a Declaração de Salamanca e a Convenção de Guatemala. O Decreto nº 7.611/2011 assegura a oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE), nas diferentes etapas de ensino, prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais, nos sistemas públicos de ensino e por instituições filantrópicas sem fins lucrativos. O AEE, pelos determinantes legais, se caracteriza como um conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular. Esse deve ser realizado por um profissional da educação especial. O professor deve ter como base de sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conheci- mentos específicos da área. Segundo a Política Nacional Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, a formação deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de AEE, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos da educação especial. A política de formação continuada de professores no campo da educação especial vem acontecendo em conformidade com o panorama nacional. Vale informar que o governo federal, nomeadamente Lula e Dilma, ofereceram apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino, cabendo, a cada instância, a responsabilidade de implantação da formação continuada aos professores da rede. Para tanto, é de fundamental importância o papel das secretarias de educação, dos formadores e das equipes técnicas responsáveis para conduzir e coordenar as atividades de ensino. O processo de formação docente acontece em dois momentos, na formação inicial e na formação continuada, esta surge de a necessidade inerente dos profissionais da educação estarem sempre se atualizando. a formação continuada tem, entre outros objetivos, propor novas metodologias e colocar os profissionais a par das discussões teóricas atuais, com a intenção de contribuir para as mudanças que se fazem necessárias para a melhoria da ação pedagógica na escola e, consequentemente, da educação. Porém, em muitos casos, a proposta de formação continuada é assistemática, pontual, limitada no tempo, na transmissão de teorias não correlacionadas com a prática e, quase sempre, não integra um sistema de formação permanente.