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Livro EV - 203 O PÊNDULO Mantendo o tempo A lei fundamental da física afirma (em uma formulação) que qualquer sistema fechado, se abandonado a si mesmo, sempre passará a um estado de equilíbrio a partir do qual nenhuma outra mudança é possível. Um pêndulo é um bom exemplo disso. Quando puxado do centro para co meçar a oscilar, encontra-se em estado de extremo desequilíbrio. Uma vez sol to, a força cinética de seu movimento carrega-o até quase o mesmo ponto do lado oposto. Mas, enquanto balança, o pêndulo vai perdendo energia, em forma de calor, devido ao atrito em seu ponto de articulação, e por atravessar o ar. Em consequência disso, seu movimento enfraquece até que, finalmente, ele descan sa em estado de equilíbrio na posição central. Retomando 500 anos, temos Galileu, que, ao observar uma lamparina osci lando na catedral de Pisa, percebe que a frequência de oscilação de um pêndulo depende de seu comprimento: quanto mais longo o braço do pêndulo, menor a frequência. Assim, a frequência pode variar à vontade, fixando-se o peso em diferentes alturas. Mais importante ainda, enquanto o pêndulo não parar, a fre quência de oscilação permanecerá a mesma. Por consequência, temos aqui uma maneira perfeita para representar um tom musical, desacelerado cerca de mil vezes até o nível de percepção visual humana. Para um harmonógrafo simples, são usados dois pêndulos para representar uma harmonia, um deles com o peso mantido em seu ponto mais baixo, enquanto, no outro, o peso é movido para onde quer que se produza a relação necessária. Como veremos, o harmonógrafo combina essas duas vibrações em um único desenho, assim como dois tons musicais, quando tocados juntos, produzem um único som complexo. 204 • Quaãrinuni