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Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo IM PR IM IR Voltar GA BA RI TO Avançar 12 31. PUC-SP “Tu, só tu, puro amor, com força crua Que os corações humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfida inimiga. Se dizem fero Amor, que a sede tua Nem com lágrimas tristes se mitiga, É porque queres, áspero e tirano, Tuas aras banhar em sangue humano. Estavas, linda Inês, posta em sossego, De teus anos colhendo doce fruito, Naquele engano da alma ledo e cego, Que a fortuna não deixa durar muito, Nos saudosos campos do Mondego, De teus fermosos olhos nunca enxuito, Aos montes ensinando e às ervinhas, O nome que no peito escrito tinhas.” Os Lusíadas, obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa. En- tretanto, oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês. b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos. c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal. d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha. e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português. 32. UFRS Leia o texto abaixo, extraído da Carta de Pero Vaz de Caminha. “O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem vestido, com um colar de ouro mui grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa* por estrado. (...) Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falar ao Capitão nem a ninguém. Porém um deles pôs olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos dizendo que ali havia ouro. (...) Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.” Vocabulário: *alcatifa – tapete. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I. As palavras de Caminha evidenciam o confronto entre civilização e barbárie viven- ciado pelos portugueses na chegada ao Brasil. II. A interpretação que o escrivão dá aos gestos do índio em relação ao colar do Capitão corrobora a intenção dos portugueses em explorar as possíveis jazidas de ouro da terra recém descoberta. III. No trecho selecionado, Caminha sugere uma prática que viria a se tornar corrente nas relações entre portugueses e selvícolas: o escambo (a permuta) de produtos da terra por artigos manufaturados europeus. Quais estão corretas: a) Apenas I. d) Apenas II e III. b) Apenas II. e) I, II e III. c) Apenas I e II. Língua Portuguesa - Humanismo, Quinhentismo, Barroco e Arcadismo IM PR IM IR Voltar GA BA RI TO Avançar 13 33. U.E. Londrina-PR Leia os fragmentos a seguir e assinale o que for correto. 1) “Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada para esta navegação de Calecute, isso bastaria. Quanto mais disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa santa fé.” Vocabulário: infindo – infinito, muito grande, muito numeroso. pousada – local onde se descansa durante uma viagem. Calecute – primeira cidade da Índia em que desembarcou Vasco da Gama, na sua viagem de descobrimento do caminho marítimo da Índia, em 1498. acrescentamento – aumento, adição, acréscimo. A Carta de Pero Vaz de Caminha. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998. 2) “À Santa Inês Cordeirinha linda, Como folga o povo Porque vossa vinda Lhe dá lume novo! Cordeirinha santa, De Jesus querida, Vossa santa vinda O diabo espanta. Por isso vos canta, Com prazer, o povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo.” Vocabulário: folgar: alegrar. lume: luz, orientação. ANCHIETA, José de. Poesia. In: TUFANO, Douglas. Estudos de Língua e Literatura. 5. ed. São Paulo, Moderna, 1998.
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