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33 Umberto Mannarino |
Umberto Notas: C1: 180
C2: 200
C3: 180
C4: 200
C5: 200
960
Comentário 
Inicial
E vamos agora à minha redação. É sempre mais difícil procurar os erros no próprio texto, 
mas espero que com as dicas desta apostila você esteja começando a ficar mais crítico(a) 
com as próprias redações. É claro que seria melhor ter alguém para corrigir, mas preparei 
esta apostila com o máximo de comentários possível para justamente ajudar até quem não 
tem um professor por perto para fazer as correções. Vamos lá:
Análise por parágrafos:
Introdução
Há mais de 400 anos, Cervantes narrou a história de Dom Quixote, um homem que, por 
ler apenas romances de cavalaria, perdeu a sanidade e acabou por acreditar que também 
era um cavaleiro ( 1 ). No contexto atual, fora da ficção, o cenário ( 2 ) é ainda mais alar-
mante ( 3 ): com uma segmentação de público “online” cada vez mais precisa por parte 
das empresas ( 4 ), os internautas muitas vezes abandonam seu poder crítico de escolha, 
tornando-se vulneráveis ( 5 ) à manipulação de comportamento. Assim, é necessário ana-
lisar ( 6 ) o fenômeno para que se possa contorná-lo.
Transaction: HP15615591375004 e-mail: victormiranda13v@gmail.com
34 | Onde Já Se 1000
Como eu já disse em uma redação anterior, você pode usar literalmente qualquer repertório so-
ciocultural para contextualização, desde que seu uso seja pertinente à argumentação. No caso, eu 
escolhi começar com Dom Quixote. Importante ressaltar que não é porque 400 anos atrás não ha-
via internet que eu não posso citar Dom Quixote para falar da manipulação do comportamento do 
usuário pelo controle de dados na internet. Basta encontrar um traço comum entre o livro e a situ-
ação atual. E foi o que eu fiz: na época, o personagem lia apenas um tipo de livro e acabou ficando 
louco; hoje, as pessoas que são expostas a um único tipo de informação perdem o senso crítico.
Elemento de retomada “o cenário” para sintetizar a ideia exposta anteriormente.
Uso de termo com posicionamento claro (“alarmante”) para evidenciar desde o início que se 
trata de um problema. Bom para a competência 3.
Nesse ponto a argumentação ficou meio fraca, porque eu fui específico demais em relação 
ao problema: ao invés de falar de coisas amplas como os algoritmos, mirei na segmentação 
de público online. Ok que ela é um problema, mas teria se encaixado melhor em um dos 
desenvolvimentos, não na introdução. Essa especificidade excessiva pode ter sido o motivo 
de eu perder pontos na competência 3, porque acabou prejudicando a relação entre a intro-
dução e o restante dos parágrafos (projeto de texto). Então fica a lição para pontuar bem na 
competência 3: a tese não deve ser nem genérica nem específica demais.
Mais um termo forte: “vulnerável”. Perceba que eu estou deixando claro que isso se trata de 
um problema.
Isso não chega a ser uma falha, mas a última frase da introdução poderia ter sido mais espe-
cífica para já pincelar os argumentos. Ao invés de simplesmente dizer “analisar o fenômeno”, 
eu poderia ter feito como algumas das redações anteriores e já mencionado brevemente 
sobre o que vão se tratar os parágrafos de desenvolvimento.
( 1 ) 
( 1 ) 
( 2 ) 
( 2 ) 
( 3 ) 
( 4 ) 
( 5 ) 
( 6 ) 
Comentário 
sobre a 
Introdução
Eu fui específico demais na tese, o que definitivamente prejudicou o meu projeto de texto. 
De resto, os pontos fortes desse parágrafo são que eu usei vários termos com posiciona-
mento claro e fiz uso de repertório sociocultural pertinente à argumentação, traçando um 
paralelo entre um livro da literatura clássica e os dias atuais (pontuando na competência 2).
Desenvolvimento 1
Antes de tudo, cabe destacar que a segmentação de público traz danos colaterais ( 1 ) à 
capacidade de escolha. Acerca dessa premissa ( 2 ), pode-se traçar um paralelo ( 3 ) com 
a filosofia contratualista do século XIX ( 4 ), segundo a qual o indivíduo abre mão de sua 
liberdade em troca de direitos: o que se vê hoje é que os usuários cedem dados particu-
lares ( 5 ), como histórico de busca, por uma experiência adaptada de maneira inteligente 
aos seus gostos. Contudo ( 6 ), como estudavam os teóricos da “Mass Communication Re-
search”, a passividade diante das telas abre margem ( 7 ) à sugestionabilidade. Portanto, é 
necessário combater esse tipo de comportamento ( 8 ).
Mais um termo com posicionamento claro (“danos colaterais”) para reforçar o caráter disserta-
tivo do texto. Lembrando que um parágrafo exclusivamente expositivo (sem esses termos que 
deixam claro que é um problema) poderia comprometer a nota da competência 3, por passar a 
ideia de que tem coisa faltando no texto. E que “coisa” seria essa? Bem... simplesmente a infor-
mação mais importante de todas em uma redação dissertativo-argumentativa: a consciência 
de que o assunto é um problema.
Conectivo para ligar o tópico frasal ao restante do parágrafo. Pontinhos para a competência 4.
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