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TCC_JN_Natalia_Dantas-1

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2
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
GRADUAÇÃO EM JORNALISMO
NATÁLIA DANTAS MARIANO CARNEIRO
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NOS CASOS DE SEGURANÇA PÚBLICA
RIO DE JANEIRO - RJ
2022
NATÁLIA DANTAS MARIANO CARNEIRO
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SEGURANÇA PÚBLICA 
Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Estácio de Sá, do campus Madureira, a ser utilizado como base para a criação do Trabalho de Conclusão de Curso. Orientadora: Professora Dra. Natália Rocha.
RIO DE JANEIRO - RJ
2022
NATÁLIA DANTAS MARIANO CARNEIRO
 A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA SEGURANÇA PÚBLICA
Monografia apresentada à Universidade Estácio de Sá, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Jornalismo.
 BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________________
Prof. Dra. Natália de Andrade Rocha
Profa. Orientadora
_________________________________________________________________
Nome completo do professor convidado
Prof. Convidado
________________________________________________________________
Nome completo do professor convidado
Prof. Convidado
Rio de Janeiro
2021
AGRADECIMENTOS
 Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado forças e guiado meus passos durante esses longos anos da minha vida dedicados à faculdade. Foram dias de muita luta e cansaço, conciliando trabalho, estudos e maternidade. Apesar dos altos e baixos, Ele me honrou e cumpriu o que me prometeu.
 Meu agradecimento especial à minha mãe Adriana, minha filha Helena e ao pai da minha filha, Solano. O apoio, paciência, compreensão e incentivo de vocês fizeram toda a diferença para que eu pudesse chegar até aqui. 
 Aos meus amigos e todas as pessoas que me ajudaram de alguma forma, torceram por mim e estiveram ao meu lado no decorrer dessa caminhada, meu muito obrigada. 
 Por fim, e não menos importante agradeço a todos os professores que agregaram na minha trajetória acadêmica, e agora, como profissional. A Estácio tem um excelente e conceituado corpo docente e me sinto honrada por ter aprendido com cada um.
 Hoje encerro este ciclo com muita felicidade, sentimento de dever cumprido e orgulho pela etapa vencida. Desfrutei de momentos muito especiais e que guardarei na memória para sempre. 
 
	
Dedico esta monografia à minha avó, Célia Dantas. Um ser humano inigualável, a pessoa que ajudou a moldar o meu caráter e a mulher que me tornei. Foram anos muito especiais de amor, aprendizado e convívio. Essa conquista é nossa. Você é luz na minha vida. 
RESUMO
A presente pesquisa busca identificar como a mídia pode interferir na segurança pública, visto que os meios de comunicação são considerados o quarto poder social por darem voz à vontade do povo. Para isso, o trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e documental acerca dos temas: Mídia, opinião pública e poder; cultura do medo; direito à informação; responsabilidade na veiculação de notícias; relação entre mídia e segurança pública; participação coletiva e a democracia e; canais de comunicação como ferramentas de transparência. Ao final, foi possível concluir que a junção e o alinhamento entre mídia e polícia são benéficos à sociedade por permitirem participação coletiva que ajuda na resolução de casos bem como um avanço ao direito democrático. 
Palavras-chave: Comunicação, Mídia, Segurança Pública. 
ABSTRACT
The present research seeks to identify how the media can interfere in public security, since the media are considered the fourth social power for giving voice to the will of the people. For this, the work was developed through bibliographical and documental research on the themes: Media, public opinion and power; culture of fear; right to information; responsibility in the delivery of news; relationship between media and public safety; collective participation and democratic and communications channels and transparency tools. In the end, it was possible to conclude that the junction and alignment between media and police are beneficial to society as they allow collective participation that helps in the resolution of cases as well as na advance to democratic law. 
Key-words: Communication, Media, Public Safety. 
SUMÁRIO
 INTRODUÇÃO .....................................................................................................4
1. MÍDIA, OPINIÃO PÚBLICA E PODER ...........................................................7
1.1 JORNALISMO COMO MÍDIA CRÍTICA ..........................................................7
1.2 A INFLUÊNCIA DA MÍDIA COMO QUARTO PODER ..................................11
1.3 SEGURANÇA PÚBLICA ...............................................................................12
2. CULTURA DO MEDO......................................................................................17
3. DIREITO À INFORMAÇÃO.............................................................................21
4. RESPONSABILIDADE NA VEICULAÇÃO DE NOTÍCIAS.............................25
5. RELAÇÃO ENTRE MÍDIA E SEGURANÇA PÚBLICA...................................29
6. PARTICIPAÇÃO COLETIVA E A DEMOCRACIA .........................................32
7. CANAIS DE COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE TRANSPARÊNCIA .............................................................................................................................35
 CONCLUSÃO......................................................................................................37
 REFERÊNCIAS...................................................................................................39
INTRODUÇÃO
O acesso à informação de qualidade, rápida, verídica, imparcial e até mesmo crítica, faz parte de um grande avanço democrático no país. O controle coletivo causado ao deter algum tipo de informação, faz da mídia, um instrumento de influência social e, por isso, é considerado como o “quarto poder” (AMORIM, 2015).
Este conceito está relacionado às diferentes formas de defesa e ataques deste meio, visto que pode atuar em defesa do consumidor e, além disso, denunciar, cobrar ações de entidades públicas e mobilizar manifestações populares. 
Por conta desse potencial, o objetivo midiático está atrelado ao interesse público. Segundo Karam (2004, p. 94), “assim, nota-se que as informações de interesse público, difundidas assim que ocorrem os eventos, devem estar acima de quaisquer interesses particulares, e tal tarefa é da essência do jornalismo”. Quando se trata do apoio dos meios de comunicação ao trabalho policial, diante da segurança pública, a atuação da mídia é divulgar informações que possam ajudar na resolução de casos.
Este trabalho surgiu com o intuito de integrar a população sobre o ofício realizado pela força tática da polícia militar e civil, e fazer uma inclusão de modo que os ouvintes, telespectadores e leitores, fizessem parte de uma mudança na realidade. Por outro lado, na medida em que os meios de comunicação divulgam informações sobre um caso, nasce o questionamento sobre o limite da imprensa ao se submeter diante de crimes e ações policiais. 
Uma informação divulgada sem checagem ou fora de contexto pode resultar em diversos prejuízos para os meios de comunicação, dentre eles a insegurança da população, que descredibiliza as instituições públicas transformando-as em foco das notícias, além de fortalecer uma cultura de medo e violência na sociedade.
	Porém, para compreender o funcionamento dos diferentes meios de comunicação, faz-se necessário diferenciar as emissoras diante de uma classificação inicial. De acordo com Ferraretto (2014), elas podem ser divididas em: empresas que visam lucro, que normalmente possuem uma quantidade maior de usuários; emissora tradicional, que presta serviços do governo; as de conteúdo educativo, que são ligadas a universidades ouao Estado; as comunitárias, construídas de forma coletiva; e as religiosas, que muitas vezes atuam como estação comercial. 
	A compreensão das distinções dos tipos de emissora é necessária para compreender o devido funcionamento diante da divulgação de informações relacionadas ao contexto de segurança pública. Tendo em vista que a mídia pode ser instrumento de auxílio na resolução de problemas de segurança pública assim como prejudicá-la, questiona-se: Como as informações transmitidas pela mídia de massa podem interferir na resolução de casos de segurança pública?
	Avalia-se, preliminarmente, que o problema de pesquisa pode ser respondido pelas possíveis hipóteses: a transmissão de conteúdo de segurança pública pela mídia deve ligar preceitos de interesse público desde que seja autorizado pela polícia responsável pelo caso; O conteúdo deve ser explorado por meio da realidade, oferecendo todas as informações obtidas para a população, sem qualquer tipo de censura, traço que faz com que os meios de comunicação sejam democráticos; O conteúdo deve envolver detalhes do caso de forma que o usuário exerça um papel participativo na resolução de casos de segurança pública. 
	Portanto, o presente trabalho objetiva realizar pesquisa descritiva-explicativa sobre os temas: conceito de mídia; a mídia como quarto poder; o direito à informação e as responsabilidades na veiculação de notícias; segurança pública e seus canais de comunicação como ferramenta de transparência e participação coletiva; cultura do medo e, por fim, avaliar os ônus e bônus da ligação entre as instituições na formação e desenvolvimento da sociedade contemporânea. 
	Este estudo justifica-se por permitir análise sobre a importância da mídia diante da resolução de casos de segurança pública visto que ela pode em prol ou contra o serviço prestado, apresentando elementos na construção da notícia, além de explicitar as dificuldades tanto da mídia quanto dos policiais diante deste trabalho em conjunto, visto que existem informações que podem e outras que não podem ser noticiadas. 
	Entende-se que a presente pesquisa poderá contribuir para subsidiar elaboração de políticas que contribuam na segurança pública no que diz respeito às estratégias de fornecimento de informações aos meios de comunicação. Trata-se também, de unir conteúdos teóricos aprendidos em sala de aula durante a graduação em Jornalismo. 
	Do ponto de vista de interesse público, a escolha da abordagem justifica-se pela divulgação de casos reais que estão sendo resolvidos pela força tarefa de modo que haja um processo participativo coletivo que, “não é só uma ação coletiva, mas uma ação sobre a ampla causalidade do processo” (WESTPHAL, 2012, p. 27). 
	Elaborar políticas públicas que ajudem na criação de ambientes seguros e adquirir habilidade de orientar sobre os serviços de segurança pública são algumas das estratégias que devem ser adotadas pela mídia. 
A partir da análise dos assuntos abordados, será possível estruturar melhor as abordagens midiáticas, de forma a evitar a propagação da cultura do medo e oferecer reflexões que auxiliam em decisões do poder público, impedindo abusos e injustiças dos meios de comunicação que publicam notícias de cunho tendencioso. 
	Espera-se contribuir para uma síntese de diversas percepções acerca da questão abordada, de modo que possa favorecer a compreensão da necessidade de maior atenção por parte das autoridades e das comunidades não apenas focando na polícia, mas também na mídia para o aprimoramento da relação Estado-sociedade, num movimento em direção a modelos democráticos, participativos, tanto para a própria instituição policial quanto para a própria imprensa. 
	Durante a produção da pesquisa serão abordados os temas: Mídia, Opinião Pública e Poder, no qual será focado no jornalismo como mídia crítica e a influência da mídia como quarto poder. 
	
1. MÍDIA, OPINIÃO PÚBLICA E PODER
1.1 JORNALISMO COMO MÍDIA CRÍTICA
	O avanço da tecnologia e a amplitude de plataformas de divulgação de notícias têm gerado novas conceituações da palavra ‘mídia’. Portanto, neste primeiro capítulo teórico, faz-se necessário compreender seu significado original e fazer uma breve evolução histórica deste termo com o passar dos anos. 
	Portanto, em primeiro lugar, buscou-se a tradução da palavra que nasceu do latim, sendo que mídia significa originalmente “media” que é o plural de “médium”. Porém, no português, a palavra “médium” é traduzida como ‘meio’. Desta forma, entende-se que mídia significa um conjunto de meios e que, posteriormente, seria um termo utilizado para designar os meios de comunicação. 
	Partindo deste princípio, Gebrim, em seus estudos, conceitua a mídia como o “principal meio de informações onde será feita a transmissão de emissor para receptor sobre diversos assuntos e fatos” (2015, p. 1). 
	A partir da conceituação, a mídia é caracterizada por grandes movimentos capazes de disseminar uma informação para grupos de massa, podendo ser compostos por: televisão, rádio, internet, jornais e revistas, de modo que todos tenham por objetivo informar ou entreter o público-alvo. 
	Tal teoria é comprovada por meio dos estudos de Alberto Dines, citado por Garcia (2015, p. 72): 
Dines traz o vocabulário mídia provém do latim medium, e acrescenta que: Medium é meio, modo, maneira, forma, via caminho, condição em que se executa uma tarefa. “Na linguagem técnica da comunicação, medium designa o canal através do qual o emissor passa a sua mensagem ao receptor, a audiência”. 
	A conceituação apresentada representa o que seria o poder da mídia na vida em sociedade, visto que ela seria a grande responsável pela disseminação de informação e teria a capacidade de construir a realidade apresentada por meio de projeção de discursos e imagens que criam uma fábrica da realidade. Entretanto, apesar de parecer mera fantasia, este meio de produção possui efeitos reais diante dos fatos reais que estão sendo apresentados (ZAFFARONI apud BOLDT, 2013). 
	Com o passar dos anos, onde os meios de comunicação de massa foram se popularizando e o acesso à informação se tornou ainda mais rápido e emergencial, a cultura da informação foi ganhando espaço. Desta forma, atualmente, não basta apenas um texto explicando o fato, é necessário um conjunto de provas como fotos, discursos e falas que ajudam a construir a realidade apresentada. 
	Por outro lado, a rápida disseminação de informações com discursos picados e aparentemente verdadeiros foi dando liberdade às fake news, que se trata de uma circulação de notícias falsas baseadas em fatos verdadeiros oferecidos pela mídia. Muitas vezes, estas são construídas por meio de informações soltas e sem veracidade, visto que a velocidade pelo furo da notícia pode gerar graves consequências sociais. 
	Tal realidade é percebida com maior ênfase na última década, onde o meio de comunicação, em especial a internet, desempenha grande influência social e englobam desde notícias de entretenimento, como futebol, às de interesse nacional, como crimes políticos, roubos, assassinatos, entre outros que envolvem a segurança pública, meio de análise da presente pesquisa. 
	Embora a propagação da informação seja requisito fundamental no exercício do jornalismo, faz-se necessário compreender ainda, que ela envolve uma série de questões éticas, princípios e manuais que devem ser seguidos. No Brasil, essas “regras” correspondem a legislação brasileira e também uma subscrição dos empresários dos veículos de comunicação. “Ao mesmo tempo, editoriais e matérias jornalísticas correspondentes aos temas escolhidos são objeto de análise” (KARAM, 2004, p. 16).
	A imprensa é uma forma de produção midiática responsável pela dissipação de informações que precisa cumprir uma série de requisitos éticos e princípios como a objetividade, imparcialidade e necessidade de apuração. A partir deste contexto, vê-se que a liberdade de imprensa está em cheque, pois noticiar um fato analisando apenas uma perspectiva pode fazer com que o contraponto da história seja demasiadamenteexcluído. O estudo realizado por Amorim (2015, p. 105), discorre sobre o assunto: 
A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. “E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada”. 
	Embora esteja exercendo seu direito à liberdade de imprensa, na medida em que se divulga uma informação incorreta ou apenas uma versão dos fatos, a mídia detém o monopólio da informação. 
	Analisando o contexto histórico desta realidade no Brasil, faz-se necessário relembrar a época da ditadura militar, a imprensa foi censurada em determinado período histórico e só poderia divulgar o que era favorável ao governo da época. Por isso, após o fim da ditadura, a mídia garantiu que a liberdade de imprensa fosse uma garantia inviolável garantida pelo Estado. 
	Esta evolução histórica alavancou o poder dos meios midiáticos diante da formação da opinião pública, sendo elas imparciais e verdadeiras, ou não. Esta ambivalência no poder de informar ou ocultar determinada informação reforça o poder da construção da realidade, sendo assim, Guareschi exemplifica: 
[...] Na linguagem do dia-a-dia se podem ouvir frases como estas: ‘Já acabou a greve?’ E se alguém pergunta por que, a resposta é: Deve ter acabado, pois o jornal não diz mais nada… ’, ou: ‘A televisão não mostrou mais nada… ’. A conclusão é de que uma coisa existe, ou deixa de existir, à medida que é comunicada, veiculada. “E por isso, consequentemente, que a comunicação é duplamente poderosa: tanto porque pode criar realidades, como porque pode deixar que existam pelo fato de serem silenciadas” (GUARESCHI, 1991, p. 14). 
	Portanto, a necessidade de discussão e crítica sobre o uso dos meios de comunicação faz parte do compromisso jornalístico, bem como um efetivo debate em relação à democracia.
	Entretanto, tal discussão pode ser vista diante de duas perspectivas: a de críticos que abordam a construção da realidade, o poder da mídia, a manipulação da mensagem e o imperialismo cultural ou; da visão que justifica tais ações como dominação cultural, política e social no exercício da comunicação e também ao apelo econômico nos quais esses meios estão submetidos, sendo que este último se sobressai diante dos demais argumentos. 
Neste contexto, portanto, a liberdade de expressão é limitada aos interesses mercadológicos da redação. Pérez discorre que: 
[...] assim, atuar no sentido de influenciar o público e direcionar sua opinião, seu comportamento rumo à manutenção da estrutura sócio-econômica que sustenta a atividade. A percepção desta articulação poderosa é melhor visualizada se considerado o fato de que as empresas de comunicação consistem em instituições privadas, que existem em função do lucro e que seu objetivo é vender, aumentar a receita de publicidade e o patrimônio” (PÉREZ, 2003, p. 59-60).
	Portanto, um investimento por parte de grupos políticos ou grandes empresas, submetem os meios de comunicação ao domínio de classe. A associação de tais fatores é imprescindível para compreender a base da relação Estado-sociedade. Desta forma, vale adentrar novamente a um contexto comparativo ao do regime autoritário no Brasil que, durante 21 anos, marcou a trajetória da imprensa. 
	Segundo Soares (989), a história da censura no país pode ser dividida em três fases. A primeira delas é antes do AI-5, quando a censura era uma forma de “defesa” do Estado, nesta época, não havia qualquer indício de censura oficializada e direta, mas de forma velada. Essa repreensão era caracterizada por invasões aos prédios de comunicação, denúncias, perseguições, ataques, confisco e prisões. 
	A segunda fase foi com o início do AI-5, onde foi promovida a “linha dura” do governo com atos de violência e práticas antidemocráticas, além disso, militares ocuparam redações de jornais e passaram a censurar conteúdos que seriam divulgados. 
	A terceira e última fase se dá no governo Geisel, a partir de 1975, no qual há uma redução da censura política.
	Os efeitos desta época tortuosa para a sociedade ainda é percebido atualmente, visto que a repressão diante de informações relevantes e que não estavam sendo divulgadas na época era visto com um pretexto manipulado como “proteção do Estado”. Essa justificativa tinha o objetivo de omitir as práticas repressivas do Estado a fim de que não houvesse o enfraquecimento do regime com uma possível mobilização popular.
	Portanto, é possível avaliar a importância da mídia nesta época.
Seu potencial de convencimento e penetração no imaginário dos indivíduos consistia num meio eficaz para alcançar todos os níveis da sociedade e, basicamente, os militares estavam obstinados a enfraquecer e anular as tentativas da oposição. O alcance desse objetivo perpassa, obviamente, a media, instrumento pelo qual poderiam ser atingidas as camadas sociais mais cultas, primordialmente via imprensa escrita (jornais e revistas), e a sociedade como um todo, através da mídia eletrônica (rádio e tv). (PÉREZ, 2003, p. 64). 
	Diante do histórico da mídia no Brasil e dos diferentes cenários de atuação, percebe-se que a linguagem do poder sempre esteve presente. Portanto, faz-se necessário compreender de forma mais aprofundada como se dá o poder da mídia como o quarto poder.
1.2 A INFLUÊNCIA DA MÍDIA COMO QUARTO PODER
A premissa de que a mídia é o quarto poder parte do princípio de que o indivíduo ou organização que possui uma informação detém poder sobre aqueles que não a tem, especialmente na atualidade, onde se vive a sociedade da informação. Para compreender este último termo, Souza Costa explica: 
Portanto, a sociedade da informação não se relaciona somente ao fenômeno do surgimento e desenvolvimento da internet, mas sim com todo o momento contemporâneo. Uma característica essencial da sociedade da informação é a informação ter se tornado produto de riqueza. Outra é a sociedade de massa (fenômeno da massificação), a aceleração exponencial da velocidade dos meios de comunicação, a informação, a insegurança social, sociedade de risco, hedonista. Esta característica da sociedade da informação tem repercussão no direito, que deve dar resposta a essa sociedade de massa, especialmente no que tange à persecução criminal. (SOUZA COSTA, 2014, p. 86). 
	Basicamente, o termo sociedade de informação caracteriza a velocidade em que a informação se propaga durante essa geração. Como resultado, uma vez que a mídia é detentora de informações, ela consegue a usar com uma narrativa que a favorece, o que gera uma grandiosidade significativa. 
	Segundo Garcia (2015, p. 73), a confiança do público é gerada a partir das informações divulgadas que são selecionadas de acordo com o interesse social. Portanto, é notória a influência que o meio exerce, afinal, dentre suas técnicas está um mecanismo de atração do público, independente de qual seja o meio utilizado. 
	No contexto social, o monopólio da informação possui grande valor para um meio de comunicação de massa, visto que isso o permite noticiar algo em primeira mão, e esse princípio se aplica ainda no âmbito criminal. 
	Especialmente quando se trata de clamor social, é imprescindível que a imprensa consiga o máximo de informação para dar a satisfação ao público sobre o fato ocorrido. Portanto, através de seus profissionais, a mídia “colhe todos os elementos necessários para formar uma narrativa do possível ato delitivo, seja montando um cenário em frente à cena do crime ou entrevistando alguma testemunha logo após, mas de uma maneira ou outra, consegue obter informações” (BENÍCIO, 2021, p. 21). 
	Entretanto, existe um risco considerável ao construir uma pauta jornalística com narrativa baseada especialmente em entrevistas. Afinal, nem sempre elas podem representar o fato real. Como resultado, ao divulgar uma notícia de contexto criminal com grande clamor social, é importante que haja cautela redobrada visto que a informação apresentadarefletirá significativamente na vida das pessoas envolvidas. 
	Em um país com tamanha desigualdade social como o Brasil, no qual a educação é precária para populações de baixa renda, a mídia acaba fazendo o papel de formadora de opinião, visto que o senso crítico criado a partir de estudos é praticamente inexistente. Portanto, de forma inconsciente o leitor ou telespectador é “levado a concordar com aquela informação. O cidadão passa a partilhar da opinião que lhe foi apresentada” (AZAMBUJA, 2020, p. 191). 
	Desta forma, a abordagem midiática é passível de conduzir a informação por meio de diferentes realidades, o que pode gerar verdades dotadas dos mais diversos interesses, tendenciosas, parciais e ideológicas. Entende-se, portanto, que a mídia além de informar, também é capaz de deformar por ser uma “modeladora de opinião pública” (AZAMBUJA, 2020, p. 191). 
1.3 SEGURANÇA PÚBLICA
	Para compreender o papel da mídia como agente da segurança pública, é necessário conceituar o próprio termo em si, de acordo com a legislação brasileira e também a partir de conceituação de estudiosos da área. 
	Portanto, em primeiro lugar, entende-se que a segurança pública é uma integração que garante a defesa dos direitos social e de saúde do indivíduo. Para garantir o sucesso dessa demanda, o Estado oferece iniciativas de prevenção e reparação de danos (DIAS, 2004). 
	Além disso, está incluso na segurança pública a necessidade de tratamento da causa e também da reinclusão do autor ilícito na sociedade. 
	Desta forma, os direitos e deveres redigidos na Constituição brasileira de 1988 tem o papel fundamental de garantir o pleno direto da cidadania por meio de um processo sistêmico. Afinal, para que haja segurança pública é necessário a criação de uma estratégia por meio de ferramentas estatais que ofereçam objetivos, visão e compromissos sociais. 
	
Ser cidadão, exercer a cidadania, estágio avançado do ser humano capaz e responsável, em princípio obediente aos parâmetros da ordem natural das coisas: todas as coisas devem obedecer aos princípios, às regras, às normas, de sua ordem natural. Capaz de evoluir continuamente ao longo do tempo e espaço, com naturais limitações e desvios que representam os desafios à inteligência e à produtividade dos seres humanos e também a reinclusão do autor ilícito na sociedade (DIAS, 2004, p. 1).
	Sendo assim, para que um grupo de pessoas consiga viver em sociedade de forma segura e com garantia não só da vida, mas também de seu patrimônio, é necessário a criação de leis, normas e doutrinas. Ademais, trabalhos de conscientização e comportamento são fundamentais para que haja uma boa convivência independente de opinião política, cultura, religião, entre outros. 
	Por outro lado, com o aumento gradativo da violência, a segurança pública vem sendo ameaçada de forma avassaladora. Isso pode ser causado por uma série de fatores que incluem desemprego, aumento da criminalidade, racismo, quesitos econômicos e sociais, marginalização e processos migratórios.
	Além do índice de criminalidade estar em crescimento ascendente no Brasil, suas modalidades também, sendo assim, instituições responsáveis pela segurança pública enfrentam dificuldades de controle, visto que ela pode acontecer em todos os setores da sociedade.
	Diante desses casos, a garantia de segurança do cidadão brasileiro está nas mãos do Estado, que possui por meio da Constituição da República Federativa do Brasil, a responsabilidade de zelar pelo controle social, sendo este descrito no art. 144: 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I – polícia federal; II – polícia rodoviária federal; III – polícia ferroviária federal; IV – polícias civis; V – polícias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL, 1988).
	Ainda de acordo com o arquivo, a instituição da polícia federal é responsável por qualquer infração voltada ao judiciário da União, ou seja, o serviço deve apurar infrações penais voltadas à política brasileira e também a social, no que tange serviços, bens e demais interesses da União. Além disso, o artigo também resguarda que a atuação da polícia federal é de proteção a empresas públicas e entidades autárquicas sejam elas de repercussão interestadual ou até mesmo a internacional (BRASIL, 1988).
	Por outro lado, a polícia rodoviária federal possui a missão de patrulhar de forma ostensiva as rodovias e ferrovias federais. Já a polícia civil deve, junto ao judiciário, apurar as infrações cometidas por qualquer indivíduo, com exceção dos militares (BRASIL, 1988).
	Além disso, a polícia militar atua de forma administrativa onde é responsável pelo ostensivo voltado à ordem pública. Nesta etapa, vale ainda trazer a nível de comparação a profissão dos bombeiros militares que são agentes da defesa civil. 
	Por fim, a fim de proteger serviços, instalações e bem municipais, estão os guardas municipais (BRASIL, 1988).
	A partir das conceituações e diferenciação entre as atuações dos tipos de polícia que integram a segurança pública brasileira, faz-se necessário avaliar quais foram seus avanços desde a sua criação. Para isso, o primeiro passo é relembrar a motivação de sua criação. 
	Os órgãos encarregados pela segurança no Brasil criaram a polícia com objetivo de combater a criminalidade da época, sendo que com o passar dos anos, como foi explicado anteriormente, o crime foi ficando cada vez mais amplo e mais complexo. 
	Como resultado, a dificuldade na resolução dos casos e prevenção dos mesmos a partir do poder público são colocadas em pauta. Sendo assim, as justificativas utilizadas pelos gestores são: necessidade de mudança nas leis penais, falta de funcionários, necessidades de reestruturar o funcionamento das polícias, omissão do Estado, entre outras.
	Embora este assunto gere discussões em diferentes setores sociais, tanto da segurança quanto da criminalidade, agentes encontram dificuldade para definir quais seriam a melhor solução para resolução desses problemas no país, sendo que a força policial necessita de uma ordem das autoridades com orientações. 
	Se por um lado grupos defendem ações pacíficas que promovam a redução e prevenção da criminalidade, por outro, há quem acredite que a solução para a segurança pública no Brasil é o encarceramento do delinquente sendo que, desta forma, a polícia atuaria como um canal usado pela justiça criminal (ROLIM, 2006).
	Ainda segundo o autor, ambos os pensamentos possuem conflitos. Em primeiro lugar, o aumento da polícia ostensiva nas ruas, seria uma forma de prevenção contra a criminalidade pois com a sensação de onipresença dessa força de segurança, o indivíduo que fosse realizar alguma infração penal, desista de executá-la por medo. 
	Embora este método tenha sido bastante ofertado à população em campanhas políticas como meio de acabar com a causa do problema, já que é resolvida através de meios burocráticos, vê-se que em países que vivem em uma democracia de forma desenvolvida possuem muito mais resultado quando a relação entre polícia e cidadão é estreitada. 
	Este método de segurança pública é conhecido como policiamento comunitário e atua de forma oposta ao medo, ou seja, ao invés de causar apreensão na população, ele se torna um aliado. Isso acontece por meio de uma confiança mútua que é construída pouco a pouco e resulta na visão de que um policial é um pacificador que busca resolver os problemas tanto individuais quanto coletivos da sua comunidade de atuação (GONÇALVES, 2015).
	De acordo com Rolim (2006), durante o planejamento de um projeto voltado à polícia comunitária é essencial a criação de estratégias de um sistema democrático com colaboração coletiva de cidadãos que devem atuar tanto na elaboração dos planos de ação quanto dos locais onde ele deve ser melhor enfatizado para gerar igualdade. 
	Os países que incorporam este sistema apontam maior participação da sociedade e colaboração em possíveisresoluções de caso. Isso é percebido por meio da necessidade de criação de um meio de comunicação direto entre policial e cidadão, inclusive, com o uso de rádios (GONÇALVES, 2015).
	A partir deste contato direto, será possível uma solução de casos muito mais rápida, com perfis detalhados do infrator e, assim, as instituições conseguirão buscar a causa do problema para criar planos de prevenção futuramente (GONÇALVES, 2015).
2. CULTURA DO MEDO 
A incidência de uma ação violenta tende a adquirir status público, no qual um grupo social de pessoas desconhecidas são aproximadas por um único sentimento: o medo. Desta forma, é importante questionar o papel das instituições de segurança pública como responsáveis para solucionar este problema do pânico coletivo. Afinal, um crime violento pode se transformar em um trauma cultural. 
	Diante deste contexto, faz-se necessário entender como um problema social cai no conhecimento do público, visto que grande parte da população não reconhece determinados problemas sociais. 
Portanto, para adquirir o status público, o problema precisa ter uma visibilidade oferecida por pessoas de autoridade e relevância social ou das próprias instituições de segurança pública que oferecem e divulgam discursos explicando do que se trata o problema em si. “Os problemas sociais são de interesse da coletividade, mas os problemas públicos estão num nível superior, eles são observáveis de perto porque exibidos no palco jornalístico” (MELO, 2010, p. 107).
O trauma cultural é um problema que assombra a sociedade no geral, não apenas no contexto brasileiro. Porém, a produção da presente pesquisa busca analisar como os crimes violentos são tratados em contexto nacional e qual o foco da imprensa, sendo que esta possui poder para mudar práticas sociais e hábitos do cotidiano. 
Segundo Pastana (2005, p. 184), “o problema social da violência urbana torna-se secundário diante de um problema ainda mais pungente que é o medo generalizado e exacerbado do crime”. 
Na maioria das vezes, a disseminação do medo na sociedade esteve ligado a três pilares: insegurança física, epidemias e conflitos religiosos. No Brasil, esse contexto teve início ainda durante a época da escravidão, onde os negros eram marginalizados e presos. Sendo assim, foi legitimada a violência contra esse povo empobrecido.
Entretanto, após a divulgação de atos de violência nos meios de comunicação de massa com cobertura jornalística, percebe-se que há um padrão que envolve o problema de violência no país e isso está ligado ao contexto desigual tanto no meio social quanto de autoridade que dificultam a regulação, controle e sugestões de solução. 
Segundo Jeremy Bentham (citado por MELO, 2010), grupos jornalísticos chamados de carriergroups passam a ser essenciais para oferecer às autoridades sugestões para regulamentar situações e combater problemas de segurança pública, visto que esses profissionais estão em contato direto com os acontecimentos sociais. 
Seguindo esta mesma perspectiva, Michel Foucault define a mídia como uma instituição total capaz de direcionar a opinião pública de acordo com um fato do bem ou do mal responsável por “medir, controlar e corrigir os anormais”. (2006 a, p. 165). Isso significa que o jornalista, diante de um caso de segurança pública, define o que é o crime e qual a punição que o infrator deveria ser submetido, o que resulta também em um discurso de disseminação do medo que omite e evidencia acontecimentos. 
A cultura do medo, portanto, tem capacidade de mudar um comportamento considerado normal no cotidiano. Sendo assim, é possível que o indivíduo adote uma postura que de concordância social, mesmo que isso signifique que seus padrões culturais e morais serão descumpridos.
Porém, quando se coloca em pauta que determinados grupos sociais são submetidos a uma cultura que adota comportamentos que podem desviar das normas legais, estes acabam se tornando criminosos. 
A ação criminosa se constitui em problema público quando ingressa na pauta jornalística e requer uma intervenção. Hoje, observamos no cotidiano dos indivíduos uma percepção do medo do crime como uma variável determinada pelo discurso jornalístico sobre o crime violento. Ainda que a ideia de sociedade implique numa visão (distorcida) de algo permanente, fixo, é fundamental pensar nos episódios imprevistos e em situações de mudança como algo que gera ansiedade (MELO, 2010, p. 108).
	O resultado da cultura do medo impacta não somente no comportamento social, mas também no individual onde características morais e cognitivas são colocadas em cheque, sendo que o cognitivo implica a percepção da fatalidade, e a moral, na maldade do indivíduo (GUSFIELD, 1984). 
	Portanto, o trauma cultural é concretizado quando a sociedade consome as informações divulgadas, especialmente pelos jornalistas, e passam a reclamar sobre os males que o crime causou à vítima e buscam uma forma de repará-lo. Porém, a transformação de uma ação violenta em um trauma está diretamente relacionado com a representação social construída por meio dos meios de comunicação.
	É por meio do coletivo que o indivíduo percebe como o mal pode interferir em sua realidade e de todo o meio social. Como resultado, o poder da mídia atua na formação de uma comunidade construída integrada pelo medo compartilhado. 
	Uma exemplificação didática para esta situação é definida pelo Teorema de Thomas no qual “se um homem define uma situação como real, ela é real em suas consequências”. Sendo assim, a partir do momento em que um problema social se torna público por meio da divulgação, ele se torna real e se transforma em um medo real. 
Este medo não é preciso ou objetivo, é uma sensação constante e persistente de mal-estar, constituindo-se num fenômeno social na medida em que não é pertinente a um indivíduo, mas ao coletivo, que se une contraditoriamente pela busca do isolamento, pela falta de confiança no outro, pela incerteza e pelo pânico. Tudo isso leva a soluções objetivas de proteção contra grupos específicos - pobres, moradores de favela, negros - e que podem resultar em ações neuróticas que estimulam linchamentos, torturas e espancamentos (FELIX, 2002; BATISTA, 2003 citado por MELO, 2010 p. 110). 
	
	Associado a isso, tem-se também a informação de que o Brasil está entre os países mais violentos do mundo, o que contribui de forma significativa na sensibilidade dos brasileiros e sobre como eles enxergam a realidade vivida. Entretanto, com o passar dos anos, esse sentimento por ser alterado e fazer com que autoridades governamentais e, portanto, públicas, alterem suas políticas. 
	Um exemplo disso é a compreensão das ações do ser humano, no qual a intolerância, ou ainda o contrário, podem se transformar de acordo com o histórico social. Essa nova forma de avaliação de um ato violento parte de uma escolha jornalística onde o profissional da área faz escolhas morais e emotivas pessoais para elucidar o fato à sociedade e, assim, contribuir para o pânico coletivo. 
	Na prática, essa mudança na percepção do que não era crime há poucos anos atrás e que agora é, é a proibição de consumir bebidas alcoólicas e dirigir. Sendo assim, esta nova penalidade foi desenvolvida por meio de um sentimento coletivo exposto por meio de pautas jornalísticas que apresentavam os dados alarmantes sobre o número de acidentes de trânsito causados por pessoas alcoolizadas. 
	Desta forma, o poder jornalístico apresenta o problema à sociedade e apresenta também uma possível solução. A exemplo da relação entre bebida e direção, é possível compreender que o olhar dos agentes públicos como juízes e legisladores podem ser manipulados de acordo com a necessidade coletiva. 
	Segundo Tonry (2004) parte do pânico moral da sociedade é vinculada com o consumo de coberturas jornalísticas sobre crimes violentos. Porém, uma reação histérica e pavorosa de um grupo pode resultar em pânico coletivo e acabar embalando um viés durante o julgamento. 
3. DIREITO À INFORMAÇÃO
O jornalismo como quartopoder e a influência dos meios de comunicação para o incentivo da cultura do medo colocam em xeque o direito à informação. Afinal, o que deve e pode ser divulgado quando se trata de um crime violento, visto que as informações oferecidas à população podem interferir no julgamento e no desfecho do caso?
	De acordo com a Constituição Federal, o direito à informação é assegurado em situações legais e está presente nos artigos 5º, incisos XIV e XXXIII e 220, no qual é garantido o direito de buscar, transmitir e receber informações. Aqui, vale a pena relembrar o papel da ditadura militar e a censura no Brasil como principais influenciadoras para a criação de tal. 
	Durante o regime militar, os meios de comunicação eram autorizados apenas a veicular o que fosse a favor e conveniente ao governo, fazendo assim com que a população tivesse direito a apenas uma versão da história que estaria sendo vivida no país. Portanto, a criação de uma legislação que garante ao cidadão brasileiro o acesso às informações verídicas e de qualidade faz com que estes exerçam seu papel de críticos sociais, sem efeitos de manipulação. 
Em um sistema democrático, onde o poder público repousa no povo, que exerce por representantes eleitos ou diretamente, sobreleva a necessidade de cada membro do povo fazer opções políticas sobre a vida nacional. Não só no processo eleitoral, mas por meio de plebiscitos ou referendos, o povo exerce seu poder político (CARVALHO, 1999, p. 53). 
	
Entretanto, o papel de fiscalização de notícias e o exercício do direito à informação é do governo. Para entender o amparo constitucional deste direito, Canotilho e Moreira (1993) explicam que ele pode ser dividido em três níveis: 
[...] o direito de informar, o direito de se informar e o direito de ser informado. O primeiro consiste, desde logo, na liberdade de transmitir ou comunicar informações a outrem, de as difundir sem impedimentos, mas pode também revestir de forma positiva, enquanto direito a informar, ou seja, direito a meios para informar. O direito de se informar consiste designadamente na liberdade de recolha da informação, de procura de fontes de informação, isto é, no direito de não ser impedido de se informar. Finalmente, o direito de ser informado é a versão positiva do direito de se informar, consistindo num direito a ser mantido adequadamente e verdadeiramente informado, desde logo, pelos meios de comunicação (CANOTILHO, MOREIRA, 1993, p. 189). 
	A partir da conceituação do direito à informação e suas vertentes, é indispensável abordar em seguida os princípios da liberdade de manifestação do pensamento, visto que ambas são facilmente confundidas e, quando aplicadas na prática, especialmente no meio jornalístico, podem gerar graves consequências na cobertura de crimes. 
	O art. 5º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988 assegura o direito do cidadão de opinar sobre um assunto. Desta forma, se um meio de comunicação possui direito assegurado de ter participação popular em suas matérias, é possível acrescentar ou retirar dos registros uma entrevista sem que isso caracterize censura? Afinal, ali está presente uma opinião acerca do tema em pauta. 
	A complexidade que envolve a resposta para esta pergunta gera a necessidade de detalhar minuciosamente o direito de acesso à informação da população. 
	Ainda no art. 5º, inciso XIV, é assegurado o direito de buscar informações que podem ser utilizadas para produção tanto de uma notícia quanto de uma crítica. Neste caso, para resguardar a segurança de quem emite uma crítica, especialmente quando se trata de informações de segurança pública e crimes, foi emitido o direito ao sigilo da fonte. 
	Entretanto, alguns incisos depois, a Lei Maior, estabelece que o Estado tem o direito de manter o sigilo de determinadas informações quando o caso em pauta colocar em risco a segurança da sociedade. 
[...] XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (BRASIL, 1988). 
	
	Portanto, ao mesmo tempo em que a legislação garante o direito à informação, ela nega sob determinadas circunstâncias. 
	Ainda nestes termos da lei, é apresentado que o indivíduo possui o direito de ser informado tanto por órgãos públicos quanto pelos meios de comunicação, informações que sejam de interesse geral, coletivo ou particular. Entretanto, coloca-se em contradição e é implicitamente explicado que o direito de ser informado é assegurado aos indivíduos sem intervenção do Estado. Porém, para produção de uma matéria que envolve a ordem pública, o Estado pode manter como sigilosas algumas informações. 
	Na Constituição de 1988 também é assegurado o direito à liberdade de informação jornalística. A premissa está disposta no art. 220, inciso 1, no qual estabelece que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto desta Constituição'' (BRASIL, 1988). 
	Além disso, “nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV”(BRASIL, 1988). 
	Portanto, a liberdade de informação jornalística envolve o direito tanto do jornalista quanto do meio de comunicação em que pertence de divulgar informações de interesse público, desde que esta esteja sendo veiculada ou transmitida de forma imparcial e seja verídica (STROPPA, 2015). 
	Levando este contexto para a influência da mídia diante de casos de segurança pública, oferecer ao público informações de qualidade é garantir que o receptor crie sua própria opinião. Desta forma, ao mesmo tempo em que o jornalista possui direito assegurado de exercer sua profissão, ele carrega consigo a responsabilidade de oferecer notícia objetiva e imparcial, sem qualquer alteração dos fatos. 
	“Exatamente porque a imprensa escrita, falada e televisada (como impropriamente se diz) constitui poderoso instrumento de formação de opinião pública é que se adota hoje a ideia de que ela desempenha uma função social” (SILVA, 2014, p. 249). 
	Uma das formas de garantir a veracidade dos fatos, mas sem causar influência do público, uma alternativa assegurando diante da lei é o sigilo das fontes. Essa medida também evita que os jornalistas sofram coação do poder de Estado. 
Destarte, fica evidente a importância do direito à liberdade de informação jornalística para a sociedade, uma vez que, tal liberdade possui influência direta na construção de uma opinião pública, que por sua vez, nas democracias, define dois ‘poderes’, o Legislativo e o Executivo, sendo assim, tal prerrogativa é fundamental para que se constitua verdadeiramente um Estado Democrático de Direito (FERRARI; SIQUEIRA, 2016, p. 145). 
	A partir da compreensão sobre o direito à informação, faz-se necessário abordar ainda qual a responsabilidade da mídia na veiculação de notícias e como essa responsabilidade afeta o cotidiano de quem as consome e dos envolvidos no caso. 
4. RESPONSABILIDADE NA VEICULAÇÃO DE NOTÍCIAS
Desde o início da profissão, a prática jornalística detém responsabilidade social. Afinal, como visto anteriormente, os meios de comunicação são meios de debates e instrumento importante para mudança social. Inclusive, essa questão está assinalada, inclusive, no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, em seu art. 2º, em uma nova versão aprovada em agosto de 2007.
Art. 2º - Como acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: [...] III – a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo implica compromisso em a responsabilidade social inerente à profissão, (CÓDIGO, 2007).Além disso, um documento ainda mais antigo, criado em meados dos anos 80, a Associação Brasileira de Imprensa, também discorre sobre a responsabilidade social no meio jornalístico: 
Informação em jornalismo é compreendida como bem social e não como uma comodidade, o que significa que os jornalistas não estão isentos de responsabilidade em relação à informação transmitida e isso vale não só para aqueles que estão controlando a mídia, mas em última instância para que o grande público, incluindo vários interesses sociais. A responsabilidade social do jornalista requer que ele ou ela agirão debaixo de todas as circunstâncias em conformidade com uma consciência ética pessoal (ASSOCIAÇÃO).
	Sendo assim, nos dois documentos o jornalismo é caracterizado como agente social que desenvolve atividade cuja responsabilidade afeta toda uma sociedade e não apenas a si mesmo ou ao meio em que trabalha. 
	Tal responsabilidade faz com que a profissão seja dividida em duas partes: a de um funcionário de uma empresa privada, ou seja, que visa o lucro e; um agente social cuja missão é fiscalizar instituições que sejam de interesse público, pautado pela autoridade dos consumidores de suas notícias (PEREIRA, 2004). 
	Para compreender a responsabilidade na veiculação de notícia, foi utilizado como base um livro de 1979 de Paulo Freire, intitulado “O Compromisso do profissional com a sociedade” que, embora tenha sido desenvolvido com as vertentes da educação, também pode ser aplicado ao meio jornalístico. 
	Na obra do autor, ele elabora três questões norteadores que também serão utilizadas na presente pesquisa, são elas: 
1. Quem pode se comprometer?
2. Que transformação?
3. Humanização, solidariedade com quem?
4. Transformar o quê? E quem?
A primeira pergunta visa identificar quem é o profissional em questão e qual a sua responsabilidade social sendo que, ao escolher uma profissão, o indivíduo está comprometido por meio de uma decisão lúdica e concreta (FREIRE, 1983). 
Segundo o autor, “é preciso que seja capaz de, estando no mundo, saber-se nele” (FREIRE, 1983, p. 16). Portanto, a capacidade de refletir e agir permite um olhar crítico sobre o quem pode se comprometer no exercício de sua profissão. Colocar a questão diante da perspectiva jornalística faz com que o papel deste profissional seja apresentar fatos de forma que a sociedade crie um olhar crítico diante do fato apresentado. 
A transformação disposta na segunda questão versa sobre um princípio marxista no qual a transformação deve ser direcionada a um ideal daquilo que deve ser. “É exatamente esta capacidade de atuar, operar, de transformar a realidade de acordo com finalidades propostas pelo homem, qual está associada sua capacidade de refletir, que o faz um ser de práxis” (FREIRE, 1983, p. 17). 
Esta relação entre refletir e agir é inerente ao jornalista, visto que além das técnicas necessárias para escrever e apresentar um fato noticioso, também possui como missão apresentar a realidade concreta (MEDINA, 1982). 
O papel social que lhe é garantido busca uma verdade sólida almejada por todos os consumidores da notícia de modo que seja oferecida a eles uma versão cuidadosa e apurada de como ver o mundo. 
Da mesma forma, ao concluir sua reportagem, o profissional não apresenta apenas um relato sobre fatos, pois o que viu, ouviu, sentiu e vivenciou foi processado pela sua inteligência e pelos seus sentimentos – um processo de atribuição de significados. Ele apresenta uma narrativa viva, uma construção da realidade, mediada pelo social (IJUIM, 2009, p. 35). 
	De acordo com Freire (1983), o homem que possui a capacidade de construir a realidade é o mesmo capaz de transformá-la através da humanização tanto de si mesmo quanto dos outros. 
	A terceira pergunta feita pelo pesquisador refere-se à humanização e a solidariedade. No contexto jornalístico, essa questão diz respeito à representação e como os consumidores se identificam com o caso apresentado. Exemplos distintos são apresentados diariamente em meios de comunicação de massa.
	Em um dos estudos desenvolvidos por Jorge KanehideIjuim (2009), há uma comparação entre dois jornais impressos de grande circulação nacional: a Folha de S. Paulo e O Estadão, sendo que a pauta de ambos era a divulgação da Pesquisa Nacional da Amostra de Domicílios (PNAD), apresentada pelo IBGE. 
	O primeiro jornal dedicou toda sua edição para a pesquisa, no qual foram desenvolvidas treze matérias baseadas no relatório. As fontes utilizadas foram: diretor da pesquisa, fontes oficiais e Ministros do Trabalho e da Previdência. 
	Por outro lado, O Estadão, dedicou seis páginas da edição utilizando a mesma fonte, o IBGE. Entretanto, além das fontes oficiais, os jornalistas entrevistaram pessoas comuns, os beneficiários.
	Embora a diferença pareça ser simples, segundo Ijuim (2009), não são. Isso porque enquanto a Folha de S. Paulo apresentou o tema de forma ampla, com números e estatísticas, O Estadão focou no indivíduo, que possui suas individualidades. 
	“Solidariedade, portanto, também se refere à possibilidade que um fazer – jornalístico – de criar identidade entre o que se propõe a divulgar e a criação de identidade com audiência” (IJUIM, 2009, p. 37). Como resultando, enquanto uma empresa é direcionada a grandes empresários, que precisam de número para ajudar na tomada de decisão, a outra faz com que o povo se enxergue na matéria. 
	Por fim, a última pergunta proposta por Paulo Freire parte do princípio de que um profissional precisa se enxergar como homem antes de um jornalista. Assim, o comprometimento com sua profissão fica inerente a si mesmo e, por isso, a responsabilidade como ser humano não deve ultrapassar seus limites e sua moral para atingir a responsabilidade profissional. 
	A responsabilidade na veiculação de notícias deve seguir princípios carregados por valores morais e ética para que a população seja transformada de forma positiva e que inspire um olhar crítico e coeso diante da realidade, sem que o profissional comprometa a si mesmo ou um indivíduo de forma equivocada. 
5. RELAÇÃO ENTRE MÍDIA E SEGURANÇA PÚBLICA
Partindo do pressuposto de que a mídia é uma ferramenta capaz de influenciar na elaboração de políticas públicas por meio de representação social, a segurança pública é o meio que, de fato, coloca em prática e é julgado socialmente por isso. Sendo assim, entende-se que os atores sociais são primordiais para a execução desses dois tipos de trabalho. 
	Entretanto, para que ele funcione de maneira equilibrada, é preciso que cada parte se interesse pelo trabalho do outro, ou seja, os agentes de segurança verifiquem o fato apresentado pela mídia, e a mídia acompanhe a elaboração e execução das medidas de segurança adotadas pelos agentes a fim de julgar sua eficácia e auxiliar na elaboração de melhorias. “Desse modo, entender por que a mídia produz certas representações sobre violência ou segurança pública pode revelar-se mais pertinente do que se preocupar apenas em desmentir ou confirmar tal e qual representação” (PORTO, 2009, p. 219). 
	Ainda segundo a autora, é importante compreender qual o caráter endêmico da violência, ganha força a partir do clamor público por segurança, sendo que este é formado por “um conjunto de medidas, ações e intervenções de ordem estatal que reduzem essa violência” (PORTO, 2009, p. 219). 
	Sendo assim, a sociedade passa a reivindicar paz e solidariedade na mídia, que é o melhor canal para expressar esse desejo por ter grande alcance. 
Por meio de suas narrativas e discursos, argumenta-se em termos da existência de uma crise no sistema de segurança pública, imputada à carência e precariedade de recursos humanos e materiais e à baixa eficácia dos procedimentos, articulando causas estruturais e circunstâncias conjunturais. Outra constatação também recorrente diz respeito à quase homologia entre violência e medo: fala-se do crescimento de ambos, assim como de sua relevância no contexto urbano brasileiro, como realidades inseparáveis (PORTO, 2009, p. 219).Uma forma prática utilizada pelo Estado para oferecer uma solução rápida é por meio de um plano emergencial que envolve maior repasse de recursos financeiros, mudanças na legislação (criação de leis ou alteração de penas já existentes). Como resultado, cria-se a ideia de que não há leis o suficiente que ajudem os profissionais de segurança ao mesmo tempo em que reforça a ideia de um Estado punitivo. 
	Porém, a criação de medidas isoladas realizadas pelos policiais tem eficácia apenas no que tange a “diminuição” da cultura do medo da população e não a longo prazo. 
	Parte desta responsabilidade também pode ser atribuída a mídia. Por exemplo, em casos de crimes de violência que ganha repercussão nacional e que resultam em protestos e revolta social, os agentes de segurança pública prontamente responderão com uma solução de interferência que vise a não repetição daquele caso. 
Entretanto, na medida em que o acontecimento perca força midiática, há também a descontinuidades das políticas. 
Ou seja, a notícia é uma mercadoria como outra qualquer, assim como a violência, a qual, com amplo poder de venda no mercado da informação, é transformada em objeto de consumo e faz com que a sua realidade passe a fazer parte do dia a dia mesmo daqueles que nunca a confrontaram diretamente (PORTO, 2009, p. 220).
	Na prática, o comportamento das classes sociais diante de um caso de violência divulgado pela mídia é consideravelmente diferente. Por exemplo, pessoas elitizadas, que moram em condomínios ou lugares com extrema segurança costumam apresentar um medo ainda maior. Porém, a cobrança de autoridades públicas é baixa, isso porque esse grupo social costuma recorrer a medidas particulares de segurança, como adquirir um equipamento moderno de câmeras de vigilância e blindagem de carros, por exemplo. 
	Por outro lado, os grupos de classe mais baixas necessitam do serviço de segurança pública para garantir segurança e diminuir o medo. Isso leva a conclusão que a falha do Estado beneficia o setor privado. 
	Esse tema coloca em pauta também os privilégios da classe alta brasileira e a ineficiência do serviço de segurança pública de forma que a mídia trate a impunidade deste último grupo. 
	Atualmente, um assunto cada vez mais retratado na mídia são os casos de violência policial. Embora casos como do George Floyde nos Estados Unidos e o massacre nas favelas de São Paulo sejam mais recentes, uma pesquisa chamada “Representações Sociais da Violência no DF” (citado por PORTO, 2009) feita em 1998 em Brasília, relatou que 40% dos moradores da cidade consideram a atuação policial tão criminosa quanto as dos bandidos. 
	De 1998 até a presente data, é possível identificar que, se antigamente esse tipo de caso não era noticiado, hoje em dia ele está ganhando um espaço cada vez maior na agenda noticiosa. Como resultado, o sistema fica enfraquecido com a descrença da população e isso acaba por prejudicar a criação de políticas públicas de segurança que sejam eficientes e que, em parte, possam prejudicar a própria forma de atuação dos policiais. 
6. PARTICIPAÇÃO COLETIVA E A DEMOCRACIA 
Identificar o nível democrático de um país, segundo Herbert Souza (2002 citado por GUARESCHI, 2002), exige avaliação do quão participativo são os cidadãos na comunicação, ou seja, quanto mais presente na sugestão de pautas, no auxílio na construção de matérias e no consumo da notícia, mais o país caminhará em direção à plena democracia. 
Para tanto, é necessário compreender o que a democracia. De acordo com Pedrinho Guareschi (2007, p. 12) “a democracia implica a soberania popular e a distribuição equitativa dos poderes. Os meios de comunicação fazem parte desses poderes. Para que haja democracia em uma sociedade, é necessário que haja democracia também no exercício de poder comunicar”. 
Portanto, para que um país seja democrático é preciso que haja participação coletiva na sociedade na construção da pátria ideal onde há igualdade diante da lei, no qual todo e qualquer cidadão possui os mesmos direitos e deveres. 
O início desta associação da democracia com o exercício da mídia foi marcado durante a Grécia antiga. Na época, filósofos pregavam a necessidade e a noção da isegoria, que se trata do direito de se manifestar e ser ouvido, onde o cidadão tinha pleno direito de expor e discutir sobre determinada opinião sobre o modo de governo da cidade (CHAUÍ, 1995). 
Esse marco histórico foi antecessor à Declaração Universal dos Direitos do Homem, que foi criada em 1948. No documento, há um artigo dedicado ao tema, onde diz que: 
Art. 19 – Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui o de não ser molestado por causa de suas opiniões, o de investigar e receber informações e opiniões e o de confundi-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão (ONU, 1948). 
	A este artigo cabe ainda a interpretação de que o direito de ser bem informado é de extrema relevância para a formulação de opinião, sendo que o acesso a elas deve ser livre. Além disso, é indispensável a menção do final do verso que afirma que a expressão do cidadão pode e deve ser expressada por qualquer meio. 
	A partir, então, deste direito, a mídia precisa estar de portas abertas para incluir em sua grade de programação/publicação, a pauta trazida pela sociedade, seja ela em nível local, segmentada, popular ou comunitária (GUARESCHI, 2007, p. 14).
	Porém, atualmente, percebe-se que nem sempre isso é realizado na prática e a maior parte desta responsabilidade está diante da própria mídia, o que dificulta e prejudica no avanço democrático do país. Diante do mundo capitalista, onde os jornalistas estão submissos a empresários que visam o lucro, é comum que haja preferência por publicação de conteúdo que atraia o leitor para o que se deseja. 
	Para compreender como funciona este sistema, é necessário conhecer como é a rotina de uma redação e ver como é a participação da própria opinião de seus funcionários dentro do ambiente corporativo, de forma que este fosse o espelho do Brasil. Sendo assim, Guareschi (2007) apresenta três níveis de participação que são divididos entre: planejamento, execução e avaliação dos resultados. 
Quanto à participação na execução, são os trabalhadores que produzem todas as riquezas, nisso eles participam de corpo inteiro. Quanto à participação nos resultados, isto é, cm quem fica o fruto do trabalho, ela se dá, em geral, de maneira altamente discriminatória e injusta: o Brasil é o vice-campeão mundial em má distribuição de renda. A questão central é a participação no planejamento, porque é dela que dependem as outras duas: é no planejamento que se decide quem faz o quê (execução) e com quanto cada qual fica (resultados) (GUARESCHI, 2007, p. 14). 
	Diante desse contexto, que o único meio que oferece ao cidadão uma forma básica de expor sua opinião e participar de um planejamento governamental é por meio da mídia. Nesta etapa, é imprescindível a avaliação dos meios de comunicação como quarto poder, onde são capazes de transformar a realidade vivida. 
	Sendo assim, uma forma de garantir o direito democrático de falar e ser ouvido era que houvesse espaço na mídia para parcela da população pudesse apresentar e discutir propostas de melhoria, especialmente àquelas voltadas à segurança pública. 
	A exigência da participação coletiva na construção democrática é fundamental. Para isso, ela precisa estar presente em todas as etapas da notícia, desde a escolha da pauta, até a avaliação dos resultados. 
	Segundo Guareschi (2007), o que a mídia faz na atualidade pode ser comparado a Grécia antiga, onde pessoas subiam em palanques colocados em praças para discutir seus problemas e sugerir projetos para melhoria da cidade. 
	Desta forma, reforça-se a mídia como porta-voz da sociedade sendo que esta é uma função exigida por meio de leis. 
7. CANAIS DE COMUNICAÇÃO COMO FERRAMENTA DE TRANSPARÊNCIA
Ao tratar-se de segurança pública, que é uma ferramenta do governo para garantir a segurançado cidadão, é preciso colocar em pauta o papel de fiscalizador do jornalista. Afinal, o serviço público é feito com direito do povo e, como consequência, é papel do cidadão fiscalizar o trabalho destes servidores. 
Sendo assim, a corrupção ou a ineficiência de um dado serviço pode ser averiguada e se transformar em uma pauta, em um meio de comunicação. Desta forma, a informação se torna um meio de transparência dos fatos e atos a fim de garantir a prestação de contas sem que haja métodos de corrupção (BASTOS; GAMA; MACIEL, 2022).
De acordo com Avritzer (2008), um caso de corrupção pode se transformar em um escândalo midiático, visto que abre espaço para que a sociedade opine sobre o caso exposto. 
Chamada de accountabilitysocial, Mesquita (2014) defende que os meios de comunicação, por não possuírem vínculos com os agentes públicos de segurança, por exemplo, possuem a sua liberdade garantida de pressionar esses funcionários como forma de monitorar os poderes do Estado e a uma gestão ineficiente. 
A accountability social não permite a aplicação de sanções, porém pode indiretamente exercer alguma punição, uma vez que denúncias e advertências ganham efetividade quando um dos poderes, especialmente o Judiciário (accontability horizontal) ou o eleitorado (accontability vertical) é sensibilizado. Assim, uma accontability social eficiente pode auxiliar em um adequado funcionamento da accontability vertical e horizontal (BASTOS; GAMA; MACIEL, 2022 p. 3).
	Um exemplo oferecido pelo autor como forma de provar de que a mídia é uma ferramenta de transparência das entidades públicas é por meio da eleição, onde a partir das informações obtidas através dos meios de comunicação, com direcionamento de punir ou premiar determinado candidato, o eleitorado consegue fazer sua escolha. 
	Por outro lado, esse mecanismo de transparência também pode estreitar as relações entre mídia funcionários públicos e população visto que na medida em que estes dois últimos se tornam aliados da mídia, eles poderão apresentar suas versões e evitar que uma notícia seja publicada ou divulgada de forma incompleta ou até mesmo equivocada. 
	O resultado desta aproximação também implica na melhor resposta dos prestadores de serviços, redução da corrupção, formulação de políticas de acordo com a demanda da população e capacitação da cidadania. 
	Com a globalização e mobilidade contínua, o cidadão encontra-se cada dia mais conectado, buscando se informar não só pelos meios de comunicação mais antigos como a televisão e jornal impresso, mas também, através da internet, onde o fato é noticiado em tempo real. A divulgação de conteúdos através das redes sociais oficiais das polícias, também é uma forma de estreitar laços com a população, tendo como objetivo principal, informar o público com notícias verídicas sobre trabalhos realizados pela instituição, auxiliando no combate às fake news e na interferência negativa da mídia em muitos dos casos. 
Em tempos de revolução da sociedade da informação, cada vez mais as redes sociais têm apresentado notoriedade face à sua popularidade na internet e sua utilização para os mais diversos fins, inclusive criminosos. O estudo das redes sociais pode trazer uma série de inferências sobre as dinâmicas resultantes das conexões entre os integrantes das comunidades virtuais, podendo ser útil para que a inteligência de segurança pública possa aproveitar as informações constantes nesses ambientes.
As redes sociais podem servir para auxiliar autoridades policiais de várias formas, seja no monitoramento de situações como nos casos de manifestações que possam afetar a ordem pública, seja no confronto direto com a criminalidade, como na repressão ao tráfico de drogas e até mesmo na identificação e localização de criminosos
CONCLUSÃO 
	Este trabalho teve o intuito de desenvolver uma pesquisa que elaborasse uma interligação do papel da mídia na segurança pública brasileira a partir dos assuntos estudados durante a graduação de jornalismo de modo que incentivasse os profissionais da área a refletirem sobre as consequências de suas matérias diante de casos de criminalidade. 
A partir dos estudos realizados por meio bibliográfico e documental, foi possível concluir que a união entre a mídia e a segurança pública é um caminho viável que oferece benefício tanto para a criação de novas políticas públicas que podem beneficiar a sociedade quanto a resolução de casos de crimes violentos. 
	Grande parte da população tem conhecimento dos fatos que estão acontecendo tanto em contexto nacional quanto internacional através dos meios de comunicação de modo que mesmo os acontecimentos mais distantes se fazem presente e interferem no cotidiano do cidadão. 
	Desta forma, a mídia busca atingir diferentes camadas sociais, no qual cada uma delas age de uma maneira diante dos fatos obtidos de acordo com suas necessidades e interesses. Portanto, é notório o papel do jornalista como informante social que atua de forma imparcial, objetiva e verídica diante dos fatos. 
	Como resultado, a notícia, quando colocada diante de interação social, tem capacidade de construir ou alterar uma realidade, ressaltando a responsabilidade do profissional comunicados. 
	Além disso, é notório que uma boa comunicação entre polícia e mídia pode auxiliar na preservação e prevenção de ordem pública. Exemplos disso são os casos que um cidadão, após ver o noticiário do dia, ligar para a polícia para oferecer informações sobre um possível delinquente que estava em pauta em sua televisão, rádio ou jornal. 
	A partir da pergunta norteadora da presente pesquisa foi possível traças ligações por meio dos capítulos redigidos que associem todas as hipóteses de forma pertinentes. 
	Ao final desta pesquisa, avalia-se ainda que a partir da aproximação entre mídia e agentes de segurança pública irá estimular também os cidadãos a colaborarem tanto na construção das pautas quanto nas denúncias de crimes. 
	A esta pesquisadora, o desenvolvimento da presente pesquisa confirma a premissa de que o jornalista é um servidor social responsável pela transmissão de informações relevantes e com qualidade a fim de incentivar o pensamento crítico da sociedade. 
	
	
	
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