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História dos Manicômios Saúde Mental Luana Marchioni Análise Global do Texto I Vários termos foram empregados para se referir a estabelecimentos dedicados a abrigar e ajudar indivíduos considerados "loucos" ou mentalmente instáveis, incluindo asilo e hospício. Os nomes específicos utilizados para estas instituições evoluíram ao longo do tempo, refletindo os distintos períodos históricos em que surgiram. Um desses termos que ganhou destaque no século 19 é “manicômio”, que denota especificamente um hospital psiquiátrico projetado para oferecer tratamento médico abrangente e especializado. Introdução Asilos Michel Foucault O ato de segregar indivíduos que sofrem de doenças mentais e isolá-los em instalações. A História da Loucura na Idade Clássica: sociedade árabe, com o estabelecimento do primeiro asilo registrado datando do século VII. Surgindo, posteriormente, em outras regiões, como a Italia,Florença, Pádua e Bérgamo. Tratamentos Durante o século XVI houve um rápido aumento no número de asilos. A forma como estas pessoas eram tratadas nestas instituições era frequentemente cruel e considerada ainda mais deplorável do que o tratamento sofrido pelos prisioneiros. Numerosos relatos, incluindo as observações do renomado estudioso Esquirol sobre estas instituições durante o século XIX, retratam vividamente esta realidade angustiante. Teorias sobre a “Doença Mental” Philippe Pinel (1745-1826): pioneiro em libertar pacientes dos asilos e conceder-lhes liberdade para se movimentarem e realizarem terapia. Surgiram duas escolas de pensamento em relação ao tratamento, são elas: Tratamento “moral”: enfatizava práticas psicopedagógicas e terapias afetivas. Tratamento físico: postulando que a loucura é uma doença orgânica resultante de lesão ou disfunção cerebral. A qual a perspectiva não enfatizova a importância do ambiente e das instalações asilos no processo de tratamento. Tortura O tratamento prestado aos residentes em asilos manteve-se mais próximo de uma forma de tortura do que de uma abordagem médico-científica. Tanto o movimento organicista como aqueles que defendiam o tratamento “moral” ainda incorporaram intervenções físicas. Esses tratamentos visam administrar um “choque” nos pacientes, induzindo sensações intensas com o intuito de tirá-los do estado de alienação. Ao longo da história, vários métodos foram empregados no tratamento de indivíduos com doenças mentais, incluindo: sangria isolamento em salas mal iluminadas banhos de água fria uso de dispositivos que faziam os pacientes rolarem em macas ou cadeiras até perderem a consciência. Métodos de Tratamento O tratamento das doenças mentais evoluiu ao longo do tempo, com uma mudança de abordagens morais e organicistas para uma maior ênfase na compreensão da loucura como uma construção social. Nesse sentido, houve grandes contribuições das ciências humanas. No passado, os indivíduos com doenças mentais eram condenados ao ostracismo e confinados em instituições juntamente com criminosos e outros. Ciências Humanas e Médicas Motivos e Contribuições A crença inicial de que a loucura era causada por possessão demoníaca foi dissipada por Johann Weyer no século XVI. Philippe Pinel desempenhou um papel fundamental na libertação e libertação dos doentes mentais que estiveram confinados durante mais de duzentos anos em Paris. No entanto, tratamentos não convencionais, como choques sensoriais, sangrias e hidroterapia, ainda eram empregados. Assim como, a Ville de Fous, ou Vila dos Loucos, que foi uma anomalia notável na história da loucura. Ciências Humanas e Médicas Motivos e Contribuições Consiste em um procedimento cirúrgico que envolve a abertura de um buraco no crânio. Seu objetivo em rituais religiosos consiste em libertar pessoas de demônios e maus espíritos. Atualmente pode ser utilizada por centros de neurologia para aliviar a pressão intracraniana causada por fortes golpes na cabeça. As organizações que defendem a trepanação como forma de melhorar as funções cerebrais e a qualidade de vida são consideradas bizarras e perigosas pelos especialistas. Trepanação Década de 1930: a sífilis era a principal causa de demência em todo o mundo e era incurável. Julius Wagner von Jauregg: médico austríaco, que descobriu que quando os pacientes com sífilis contraíam uma doença que causava febre alta e convulsões, a sua loucura desaparecia. Infectou então nove pacientes com paresia crônica, uma demência que ocorre na fase avançada da sífilis, com o sangue contaminado de um soldado com malária. O tratamento foi perigoso, mas obteve recuperação completa em quatro pacientes e melhora em mais dois. Infecção por Malaria Século XIX: a cadeira giratória era utilizada como dispositivo perturbador no tratamento de pacientes psiquiátricos. Sendo considerado antiético, prejudicial e ineficaz, pois os pacientes necessitavam de outros tipos de cuidados. Foi projetada para girar os pacientes horizontal e verticalmente, causando náuseas e vômitos. Os especialistas faziam um buraco no crânio do paciente para curar problemas mentais graves e crônicos, que muitas vezes resultavam em danos cerebrais e até em morte. A cadeira giratória foi usada como último recurso quando os médicos não tinham esperança de recuperação de seus pacientes. Cadeia Giratória Berço de Utica O berço Utica era um berço de madeira ou metal utilizado para atendimento de pacientes psiquiátricos nos séculos XIX e XX. Era usado para evitar o contato de pacientes agressivos, mas causava consequências negativas como derrames e ataques cardíacos. Em 1927, o neurologista e psiquiatra polaco Manfred Sakel descobriu que o tratamento com insulina para a diabetes também poderia ser eficaz para pacientes com vários tipos de psicoses, particularmente esquizofrenia. Caiu em desuso depois que estudos mostraram que a melhora era temporária e o tratamento era perigoso. A descoberta de Sakel foi considerada uma das contribuições mais importantes para a psiquiatria. Terapia de choque com insulina Procedimento que envolve a separação do feixe de fibras do lobo pré-frontal do resto do cérebro, foi criada pelo neurologista português Antônio Egas Moniz em 1935. A técnica foi usada para reduzir psicose, depressão grave e comportamento violento em pacientes que não poderia ser tratado por nenhum outro meio. Utilizado massivamente em asilos para controlar comportamentos indesejáveis, inclusive em crianças agitadas e adolescentes rebeldes. Seus efeitos colaterais consite em transformar a pessoa em um vegetal sem emoções. Lobotomia Franz Anton Mesmer: médico austríaco, acreditava ser possível aliviar sintomas clínicos e psicológicos passando imãs sobre o corpo de seus pacientes – procedimento conhecido como mesmerismo. “Mesmer acreditava que os fluidos do corpo eram magnetizados e que muitas doenças físicas e mentais eram causadas pelo desalinhamento desses fluidos. Ele também achava que era possível obter os mesmos resultados sem os ímãs, passando apenas as mãos sobre o corpo do paciente”. Teoria caiu em desuso após correlacionarem com efeito placebo, e ser repudiado pela sua tentativa de enganação, no qual utilizava de seu poder de persuasão para convencer que tal técnica seria viável para tratamento. Mesmerismo Franz Anton Mesmer: médico austríaco, acreditava ser possível aliviar sintomas clínicos e psicológicos passando imãs sobre o corpo de seus pacientes – procedimento conhecido como mesmerismo. “Mesmer acreditava que os fluidos do corpo eram magnetizados e que muitas doenças físicas e mentais eram causadas pelo desalinhamento desses fluidos. Ele também achava que era possível obter os mesmos resultados sem os ímãs, passando apenas as mãos sobre o corpo do paciente”. Teoria caiu em desuso após correlacionarem com efeito placebo, e ser repudiado pela sua tentativa de enganação, no qual utilizava de seu poder de persuasão para convencer que tal técnica seria viável para tratamento. Cadeia Tranquilizadora Acadeira tranquilizante foi projetada pelo Dr. Benjamin Rush para hipnotizar ou tranquilizar pacientes e controlar seu comportamento agressivo. Rush acreditava que as doenças mentais eram devidas ao mau funcionamento das artérias e que a cadeira controlava o fluxo sanguíneo para o cérebro. No entanto, a teoria estava incorreta e a tecnologia falhou. Terapia de Eletrochoque A radioterapia foi criada na década de 1890 como método de tratamento de doenças mentais, mas teve sucesso limitado devido ao excesso de queimaduras de raios. No início de 1900, era usado para curar pacientes psiquiátricos, principalmente mulheres. Terapia com Radiação A diatermia é um processo que induz calor nos tecidos para relaxar os músculos, aumentar o fluxo sanguíneo e reduzir o espasmo muscular. Foi inventado em 1910 e possui três métodos básicos: ultrassom, ondas curtas e micro-ondas. Nas cirurgias, dois tipos de diatermia são comumente utilizados: monopolar e bipolar. A Monopolar induz corrente em um eletrodo, enquanto Bipolar usa ambos os eletrodos. O processo é tecnicamente rápido e tem sido continuamente desenvolvido e avançado desde a sua criação. Tratamento com Diatermia Isolamento em Asilo Os asilos foram inicialmente criados para abrigar doentes mentais, mas à medida que surgiram novos tratamentos, ficaram superlotados. Em síntese, a estigmatização na saúde mental tem uma longa história que remonta ao tratamento de indivíduos com “doenças mentais” em asilos e às práticas muitas vezes bárbaras utilizadas neles. Ao longo do tempo, aqueles que eram considerados “loucos” ou “doentes mentais” foram submetidos a tratamentos desumanos e a severa estigmatização. Agradeço pela Atenção Referência: Texto I - História dos manicômios - cedido pela prof. Rossana - UNESP/Marília.