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E-Book Completo_Centro Cirúrgico e CME_CENGAGE_V2 (Versão Digital).pdf

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CENTRO CIRÚRGICO E CME
ORGANIZADOR ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA
Centro Cirúrgico e CM
E
GRUPO SER EDUCACIONAL
O pro�ssional de enfermagem tem um papel crucial na qualidade e segu-
rança tanto da estrutura e no funcionamento de um centro cirúrgico. Este 
livro oferece um estudo detalhados para minimizar ou eliminar os riscos 
potenciais para as disfunções orgânicas e infecções hospitalares.
O autor trata detalhadamente de temas importantes em quatro unidades. 
São elas: enfermagem no centro cirúrgico; biossegurança e assistência de 
enfermagem perioperatória; enfermagem cirúrgica: abordagem assisten-
cial do cuidar; e, por �m, central de material e esterilização: estrutura �uxo 
e métodos. 
Bons estudos!
CENTRO CIRÚRGICO 
E CME
ORGANIZADOR ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA
gente criando futuro
I SBN 9786555581348
9 786555 581348 >
C
M
Y
CM
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CENTRO CIRÚRGICO 
E CME
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, André Luiz Fidelis.
 Centro Cirúrgico e CME / André Luiz Fidelis Lima. – São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581348
 1. Enfermagem. 2. Técnico enfermagem. 3. Enfermagem – Centro Cirúrgico.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
André Luiz Fidelis Lima
Enfermeiro Generalista – Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas 
Biólogo Licenciado – Universidade Federal de Alagoas 
Pós-graduado em Gestão de Saúde Pública e Meio Ambiente – Ucamprominas
Pós-graduado em Enfermagem em Urgência e Emergência – Ucamprominas
Pós-graduado em Formação em Educação a Distância – UNIP
Docente da Universidade Paulista – Polo Maceió/Alagoas
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Enfermagem em centro cirúrgico ...............................................................................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 13
2 Estrutura física e equipamentos do bloco cirúrgico ...........................................................................15
2 Recursos humanos e educação continuada no centro cirúrgico ........................................................19
3 Gerenciamento de enfermagem ........................................................................................................ 21
4 Perigos para a saúde associados ao ambiente cirúrgico ....................................................................23
5 Paramentação cirúrgica...................................................................................................................... 26
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................34
UNIDADE 2 - Biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória ......................................37
Introdução.............................................................................................................................................38
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 39
2 Normas regulamentadoras ................................................................................................................ 42
3 Segurança do paciente e do ambiente ............................................................................................... 43
4 Assistência de enfermagem no perioperatório .................................................................................. 45
5 Admissão do paciente na SRPA .......................................................................................................... 53
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................56
UNIDADE 3 - Enfermagem cirúrgica - abordagem assistencial do cuidar ........................................59
Introdução.............................................................................................................................................60
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 61
2 Complicações cirúrgicas e cuidados pós-operatório ..........................................................................66
3 Feridas cirúrgicas: características gerais ............................................................................................ 72
4 Desbridamento da ferida cirúrgica ..................................................................................................... 76
5 Curativo de feridas cirúrgicas ............................................................................................................. 77
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................81
UNIDADE 4 - Central de material e esterilização: estrutura fluxo e métodos ...................................83
Introdução.............................................................................................................................................84
1 Noções preliminares .......................................................................................................................... 85
2 Fluxo e estrutura da central de material e esterilização ....................................................................923 Processamento de material para a saúde .......................................................................................... 95
4 Desinfecção ........................................................................................................................................98
5 Esterilização ....................................................................................................................................... 100
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................105
Este livro é fundamental para os estudos na área da enfermagem no que diz 
respeito à estrutura e ao funcionamento de um centro cirúrgico, demonstrando como 
o profissional pode contribuir para a qualidade e segurança do paciente a fim de 
minimizar ou eliminar os riscos potenciais para as disfunções orgânicas e infecções 
hospitalares. Desde o momento da indicação cirúrgica até a alta do paciente, o 
profissional deve seguir procedimentos para prestar a melhor assistência possível.
A primeira unidade trata da enfermagem no centro cirúrgico. Aqui, apresentaremos 
detalhes do ambiente social e técnico estruturado com ações administrativas e 
biopsicossocial, localizado no âmbito hospitalar, com o objetivo de prestação de serviço 
seguro para a assistência prestada ao paciente, à família e a uma equipe multiprofissional. 
Conceitos simples, planejamento e estrutura física, materiais, equipamentos, recursos 
humanos do centro cirúrgico e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), bem 
como a formação científica continuada de uma equipe médica e de enfermagem para 
as boas práticas cirúrgicas serão temas largamente discutidos. Abordaremos ainda 
uma das atribuições do enfermeiro, que é a assistência multiprofissional, considerada 
vital para a realização e para o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico.
Na segunda unidade, biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória, 
vamos apresentar temas como os tipos de material de proteção individual utilizados 
pelos profissionais da CME (central de material estéril). Uma das importantes 
atividades do enfermeiro, a assistência de enfermagem perioperatória é considerada 
vital para a realização e o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico. Serão explicadas 
aqui a utilização de terminologias adequadas, que é de extrema importância para as 
pessoas envolvidas na assistência cirúrgica, uma vez que facilita o entendimento de 
todos e proporciona uniformização da linguagem no CC (centro cirúrgico). 
Na sequência, estudaremos a enfermagem cirúrgica: abordagem assistencial do 
cuidar. Vamos apresentar aqui a Saep (sistematização da assistência de enfermagem 
perioperatória), que tem como foco a recepção e admissão do paciente no setor de 
clínica cirúrgica e centro cirúrgico. Falaremos sobre a ferida cirúrgica, o processo de 
cicatrização e as suas complicações, que é um conhecimento de extrema importância 
para uma assistência cirúrgica baseada em evidências científicas para a segurança do 
paciente no setor de clínica cirúrgica e centro cirúrgico. 
PREFÁCIO
O tema que fecha este livro trata da central de material e esterilização: estrutura 
fluxo e métodos. Serão apresentados os principais conceitos de uma CME (central 
de material e esterilização) e sua importância para os ambientes hospitalares, além 
das etapas a serem seguidas para o fluxo de trabalho e monitoramento dos materiais 
médico-hospitalares em uma CME. Vamos tratar também do dimensionamento 
de pessoas da enfermagem, da estrutura da área física e dos métodos de limpeza, 
desinfecção e esterilização que ocorrem em uma central de material e esterilização. 
Serão apresentadas aqui as técnicas que são fundamentadas em evidências científicas 
relacionadas com a equipe de enfermagem para a validação dos processos de 
eliminações parcial ou total de microrganismos dos materiais cirúrgicos que chegam 
até a central de material e esterilização. 
Aproveite os estudos!
UNIDADE 1
Enfermagem em centro cirúrgico
Olá,
Você está na unidade Enfermagem em centro cirúrgico. Conheça aqui um ambiente social 
e técnico estruturado com ações administrativas e biopsicossocial, localizado no âmbito 
hospitalar, com o objetivo de prestação de serviço seguro para a assistência prestada ao 
paciente, à família e a uma equipe multiprofissional. Procuramos englobar aspectos, desde 
conceitos simples, planejamento e estrutura física, materiais, equipamentos, recursos 
humanos do centro cirúrgico e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), bem como 
a formação cientifica continuada de uma equipe médica e de enfermagem para as boas 
práticas cirúrgicas. Com isso, a intenção é minimizar ou eliminar os riscos potenciais para 
as infecções hospitalares. Entenda que a assistência multiprofissional é considerada 
vital para a realização e para o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das 
atribuições do enfermeiro. Compreender a estrutura e o funcionamento desse ambiente, 
é de extrema importância para as pessoas envolvidas no gerenciamento e assistência 
dos procedimentos e intervenções cirúrgicos, uma vez que facilita o entendimento de 
toda uma equipe comprometida com a qualidade e segurança do paciente, desde a sua 
admissão, no âmbito hospitalar, até a sua alta do ato anestésico-cirúrgico.
Bons estudos!
Introdução
13
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A unidade de Enfermagem em centro cirúrgico apresentará o CC (centro cirúrgico) ou BC 
(bloco cirúrgico), e a SRA (sala de recuperação anestésica) como um desafio para os profissionais 
da saúde, principalmente, para o enfermeiro, por se tratar do campo prático de um dos setores 
mais complexos de organização no ambiente hospitalar. Encontramos nesse setor estruturas de 
alta complexidade e tecnologia avançada, capazes de prestar atendimento humanizado, levando 
em consideração diagnóstico, reparação e intervenções cirúrgicas para melhorar a qualidade de 
vida dos pacientes.
No hospital, o centro cirúrgico é considerado um setor complexo, de grande importância, por 
ser composto de áreas interdependentes, que visa proporcionar condições favoráveis para o ato 
anestésico-cirúrgico, bem como promover condições seguras e confortáveis para o paciente e para 
as equipes médica e de enfermagem. Compreender essa área se faz necessário para o enfermeiro 
entender o funcionamento, infraestrutura e a importância de um setor inovador, tecnológico e 
complexo para o hospital. É preciso também ficar claro para o profissional da enfermagem por 
que deve haver uma integração com as demais áreas hospitalares para a prestação de um serviço 
ou assistência adequada de acordo com as normas e protocolos de gerência e assistência à saúde.
Estudar enfermagem em centro cirúrgico é aprender a promover assistência integral ao 
paciente, cliente ou usuário, que busca o serviço cirúrgico de prestação à saúde. É tentar minimizar 
o medo, a ansiedade, prevenindo as complicações inerentes ao procedimento anestésico cirúrgico. 
Por meio do ensino, o enfermeiro deve propor protocolos educativos periódicos, que tenham 
o objetivo de conscientizar toda a equipe multiprofissional do bloco cirúrgico, gerenciando e 
aplicando medidas preventivas de infecção do sítio cirúrgico, que possibilitem a melhoria da 
assistência prestada ao paciente, cliente ou usuário, no âmbito hospitalar.
O entendimento desta disciplina é de suma necessidade diante do avanço da tecnologia, 
associado à globalização, e faz com que, os enfermeiros da era moderna, estejam cada vez mais 
direcionados ao saber-fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para um 
gerenciamento e assistência de enfermagem cirúrgica com qualidade no cenário de saúde atual.
1.1 Estrutura do bloco cirúrgico e da sala de recuperação anestésica
O ambiente hospitalar ou hospital é uma organização complexapara prestação de serviços 
de saúde, esse termo deriva do latim hospe, que significa “aquele que recebe”, e conceitua esse 
estabelecimento para internação, tratamento, e recuperação de doentes e feridos.
Existe nesse ambiente hospitalar, um setor onde encontramos estruturas de alta tecnologia 
e complexidade, tanto em relação aos recursos materiais quanto aos recursos humanos 
direcionados para a realização e recuperação de cirurgias, que iremos chamar de UCC (unidade 
14
de centro cirúrgico) (CARVALHO, 2016).
A UCC é um conjunto de elementos destinados aos procedimentos e intervenções cirúrgicas, 
também chamado de bloco cirúrgico, e é constituída de sala de recuperação pós-anestésica e 
central de material e esterilização.
Figura 1 - Centro cirúrgico 
Fonte: bogdanhoda, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma sala de operação que se localiza no centro ou bloco 
cirúrgico. Essa sala é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a realização 
das intervenções gerenciais e assistenciais da equipe médica, formada pelo anestesiologista e 
cirurgiões, e pela equipe de enfermagem (enfermeiro e técnicos em enfermagem), para garantir 
a segurança do paciente e da equipe de saúde que compõe o centro cirúrgico. 
De acordo com a organização hospitalar, além SRPA, podemos encontrar no CC:
• vestiários (masculino e feminino);
• área de conforto (descanso);
• sala de enfermagem (gerencia e assistência);
• sala médica (gerencia e assistência);
• sala de admissão dos pacientes;
• sala de material de higienização;
• sala de equipamentos;
• sala para armazenamento dos PPS esterilizado;
• sala de gases medicinais;
• expurgo (área suja);
15
• sala para os técnicos administrativos do centro cirúrgico; e
• sala de operação.
Segundo a Anvisa (agência de vigilância sanitária), a capacidade de lotação do CC é direcionada 
segundo a proporção de leitos e sala de operação. A resolução da diretória colegiada n. 307/2002, 
do ministério da saúde, determina uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados 
ou 15 leitos cirúrgicos (ANVISA, 2002).
A Anvisa (2002) estabelece que, dependendo dos equipamentos necessários aos tipos de 
cirurgias a serem realizadas, as salas operatórias devem ter o formato retangular ou oval e, 
quanto ao tamanho, as salas são classificadas em:
Pequenas
20m² - destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia,
Médias
25m² - destinadas às especialidades de cirurgias do trato abdominal e geral.
Grandes
36m² - destinadas às especialidades de cirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas.
2 ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPAMENTOS DO BLOCO 
CIRÚRGICO
A estrutura física do CC pode ser metálica ou de concreto, normalmente é um conjunto de 
salas organizadas para fins cirúrgico e de recuperação do ato anestésico-cirúrgico. Geralmente, a 
unidade de centro cirúrgico é localizada, no âmbito hospitalar, em uma área que possa oferecer 
segurança aos procedimentos e técnicas assépticas, distante de aglomerados da circulação de 
pessoas e de contaminações externas a este setor hospitalar.
Órgãos e legislações de saúde recomendam que essa estrutura física da UCC, 
preferencialmente, esteja próxima aos setores ou unidades hospitalares emergências clínicas, 
emergências traumáticas, unidade de terapia intensiva, e de setores como o internato, de modo 
a contribuir com a assistência imediata ao paciente que necessite de intervenções emergências 
do setor de CC.
A UCC é uma área hospitalar interligada a diversas outras áreas, com a finalidade de 
16
proporcionar condições para a realização das intervenções cirúrgicas, e tem como objetivo 
proporcionar assistência, recuperação ou melhora do paciente por meio de procedimentos 
cirúrgicos, oferecendo segurança e bem-estar ao paciente.
Com a finalidade de assistência integral, a UCC pode ser dividida em:
• pré-operatório (antes da cirurgia);
• transoperatório (durante a cirurgia); e
• pós-operatório (após a cirurgia).
Essa divisão visa identificar as necessidades e problemas do paciente, verificando medidas de 
promoção e prevenção de futuras complicações ou acidentes no pré-operatório, transoperatório 
e pós-operatório. Além disso, é necessário nos responsabilizar pela previsão e controle de 
materiais, medicamentos e equipamentos nas salas operatórias ou cirúrgicas.
Para a intervenção cirúrgica é de extrema importância ser ético, proporcionando segurança, 
agilidade, percepção rápida, eficiência, foco, qualidade e humanização para com o nosso cliente, 
usuário ou paciente.
Para Carvalho (2016), o CC é área complexa e crítica, com risco imediato de transmissão de 
infecções, em virtude das exposições dos pacientes para a realização das técnicas cirúrgicas. 
Diante disso, considera fortemente ações técnicas, assépticas e antissépticas, padronizadas, com 
o objetivo de assegurar maior controle do ambiente e reduzir os possíveis riscos de transmissão 
de contaminação para o paciente. O CC pode ser dividido em três áreas:
Irrestritas ou não restritas
São áreas consideradas de circulação livre de pessoas; não exigem cuidados especiais e nem 
uso de paramentação específica. Podemos citar como exemplo: elevadores, corredores externos 
que direcionam ao CC, vestiários, local de transferência de macas.
Semi-restritas
São áreas consideradas de circulação livre de pessoas e de equipamentos, de modo que 
não interfira no controle e na manutenção da assepsia no ato cirúrgico. É necessário o uso de 
paramentação específica e privativo do setor, de propés ou calçados adequados. Podemos citar 
como exemplo: secretaria, copa, salas de conforto e de guarda de equipamentos do CC. 
Restritas
São consideradas de circulação de pessoas e de equipamentos, privativos e exclusivos dessa 
17
área hospitalar, onde se deve empregar rotinas próprias para controlar e manter a assepsia local. 
Além da paramentação, é necessário o uso de máscaras que cubram a boca e o nariz. Podemos 
citar como exemplo: salas cirúrgicas, antessalas, lavabos e corredores internos.
É importante que o enfermeiro do BC conheça o objetivo e finalidade de cada elemento 
estrutural e organizacional que compõe essas áreas, bem como das características físicas - 
arquitetônicas e de bioengenharia, as quais são previstas na Resolução da diretoria colegiada n. 
50/2002 e Resolução da diretoria colegiada n. 307/2002, no sentido de embasar e complementar 
a assistência de enfermagem perioperatória, proporcionando um ambiente seguro para pacientes 
e profissionais desse setor.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.3 Estrutura física e equipamentos da sala de recuperação pós-
anestésica
A SRPA é área destinada aos cuidados intensivos do paciente, desde sua saída da SO até a 
recuperação da fisiologia orgânica da consciência, eliminação ou excreção de fármacos anestésicos 
e estabilização dos sinais vitais. Os objetivos e vantagens da SRPA incluem assistência preventiva 
do enfermeiro e equipe de enfermagem, bem como a do profissional médico anestesiologista, e 
detecção precoce das possíveis complicações do ato anestésico-cirúrgico (PORTES, 2019).
Os cuidados dos profissionais que atuam nesse setor é especializado a pacientes submetidos 
a diferentes tipos de anestesias e cirurgias, dando uma maior segurança ao paciente, equipe 
médica (cirurgiões e anestesiologistas) e de enfermagem (enfermeiro e técnicos), racionalização 
de pessoal, eficiência dos recursos humanos e utilização de métodos terapêuticos assistenciais 
específicos, além de servir como uma área destinada à pesquisa de campo de aprendizagem para 
diversos profissionais e alunos da área da saúde.
18
A localização da SRPA deve ser próxima ao CC ou BC, considerando os fatores temperatura, 
ventilação e iluminação adequados, segundo as normas e legislações vigentes ao setor do centro 
cirúrgico. É importante, também, que esse setor possua piso refratário à condutibilidade elétrica, 
facilidades de limpeza, suficiente espaço, não devendo suaárea ser inferior a 25 m2. Os leitos 
devem estar organizados de forma que os pacientes possam ser vistos de qualquer ângulo do 
ambiente. É necessário que a estrutura do CC seja constituída por portas amplas, que permitam 
a entrada dos maquinários transportáveis como RX, carro de anestesia, aspiradores, fonte de 
oxigênio permanente e móveis, estantes e armários para armazenamento e procedimentos de 
medicamentosos, produtos para a saúde (PPS) e circulação adequada dos profissionais privativos 
deste setor (CARVALHO, 2016).
Figura 2 - Sala de recuperação pós-anestésica 
Fonte: Kzenon, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma sala de recuperação pós-anestésica, que se localiza no 
centro ou bloco cirúrgico. A sala é constituída por diversas estruturas, materiais e insumos para a 
realização das intervenções assistenciais pós-cirúrgicas. A equipe de profissionais atuante nessa 
sala é o médico anestesiologista, enfermeiro e equipe de enfermagem. Observamos a paciente 
sendo assistida pelo médico anestesista e pela enfermeira. 
Levando em consideração os recursos humanos do centro cirúrgico, este é um setor onde se 
faz necessário profissionais, enfermeiros e técnicos em enfermagem, com formação direcionada 
e específica para atender aos objetivos da intervenção imediata e cuidados intensivos ou semi-
intensivos para o paciente.
1.4 Critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos
Em função do exercício profissional de promoção, prevenção, assistência, gerência e pesquisa, 
o enfermeiro está diretamente ligado ao processo de compras, e aquisição de PPS (produtos 
para a saúde). Pela qual é requisitado, recebido, preparado, utilizado e controlado incialmente 
19
pelo gestor hospitalar e enviado para gerência de enfermagem para poderem ser inseridos na 
assistência indireta ao paciente (CARVALHO, 2016).
Fazendo parte da equipe técnica da comissão de compras ou como técnico de uma unidade 
assistencial cirúrgica, o enfermeiro deve estar consciente da importância de sua colaboração e 
atuar devidamente, pois participa do processo de aquisição, ainda que não haja nos manuais de 
PPS ou serviço e solicitações de compras qualquer referência à sua atuação.
Se examinarmos o sistema de compras de um serviço de saúde, veremos que o início é dado 
pelo enfermeiro, quando faz a identificação dos PPS necessários para os procedimentos médico 
cirúrgico ao setor hospitalar ou a sua unidade de trabalho. E, se examinarmos o final do processo, 
observaremos que a experimentação e o uso do PPS adquirido pelos serviços de saúde são 
determinados também por esse profissional.
2 RECURSOS HUMANOS E EDUCAÇÃO CONTINUADA 
NO CENTRO CIRÚRGICO
O centro cirúrgico é organizado e composto por uma equipe multiprofissional, cujos esforços 
são direcionados para alcançar metas comuns por meio do trabalho qualificado em equipe.
2.1 Profissionais
O principal objetivo é prestar uma melhor sistematização da assistência em equipe possível 
a todo e qualquer paciente que necessite ser submetido a uma intervenção anestésico-cirúrgico. 
O trabalho em equipe deve ser fundamental, harmonioso, com dedicação, determinação e 
embasado no respeito multiprofissional e com todos os pacientes, para que se obtenha a 
segurança e eficácia necessária do ato anestésico-cirúrgico (CARVALHO, 2016).
Podemos considerar três equipes atuantes de forma gerencial e assistencial no CC, 
lembrando que cada uma dessa equipe exerce função privativa, mas atuam em conjunto para 
estabelecer melhor assistência de saúde. Então podemos citar a equipe médica cirúrgica, médicos 
anestesiologistas e equipe de enfermagem. É importante salientar que além desses profissionais, 
também, podem atuar no setor do CC técnicos em raio X, técnicos em laboratório, biomédico, 
farmacêuticos, perfusionistas, auxiliares administrativos e de higienização.
A equipe médica é formada pelos profissionais médicos, cirurgiões e assistentes (equipe de 
cirurgiões), que trabalham diretamente com a equipe de médicos anestesiologistas (anestesistas) 
e assistentes de anestesia. A enfermagem é composta pelo enfermeiro (líder e assistencial) e seus 
técnicos de enfermagem, que exercem a função de circulante de sala operatórias e instrumentador 
cirúrgico (GALVÃO et al, 2004).
20
2.2 Educação continuada
A EC (educação continuada) é uma das práticas de se proporcionar e ofertar o desenvolvimento, 
conhecimento e o aperfeiçoamento dos profissionais das diversas funções e instituições 
trabalhistas. Na área de saúde, chamamos de ECS (educação continuada em saúde), cujo objetivo 
é capacitar diariamente os profissionais atuantes no âmbito hospitalar, para proporcionar melhor 
assistência e segurança ao paciente (SOUZA; CERIBELLI, 2004).
A EC não é uma prática recente, surgindo no final do século passado, por necessidade das 
mudanças globais tecnológicas e capitalista, e do próprio desenvolvimento das diversas classes 
sociais, como sendo uma resposta de capacitar e aperfeiçoar os trabalhadores para as resoluções 
de problemas e desafios pertinentes na época.
A ECE (educação continuada em enfermagem) é uma prática constante e permanente de 
treinamento, aperfeiçoamento e atualização. Envolve toda a equipe de enfermagem, objetivando 
atender as necessidades do crescimento pessoal e profissional, o que reflete na qualidade da 
assistência prestada a quem se encontra internado.
O enfermeiro tem por função, enquanto líder, buscar instrumentos pertinentes para capacitar 
toda a sua equipe de enfermagem, oferecendo, desta forma, uma melhor assistência de saúde 
ao paciente que se encontra em um serviço de organização hospitalar. A enfermagem é uma 
profissão voltada para promoção, prevenção, reabilitação e recuperação da saúde da população. 
E requer constantes treinamentos inovadores, devido à evolução tecnológica e científica. Nesse 
sentido, o enfermeiro utiliza a ferramenta de EC para oferecer a sua equipe e a outros profissionais 
conhecimentos para uma atuação eficaz.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
21
3 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM
Podemos dizer que gerenciamento significa organizar, planejar e executar atividades ou 
tarefas que tenham como objetivo facilitar os diversos processos de trabalho, e deve ser realizado 
por um profissional administrador, gerente ou líder e que seja direcionado para a gestão de 
processos e de pessoas.
O gerenciamento ou supervisão em enfermagem é uma atribuição complexa do enfermeiro, e 
direcionada para a liderança da equipe, planejamento, supervisão, controle e avaliação das ações 
que serão desenvolvidas junto aos pacientes que buscam os serviços para as suas necessidades de 
saúde. O enfermeiro exerce a sua função, na gerência ou na assistência, baseado nas atribuições 
legais do código de deontologia e da lei profissional da enfermagem (PEDROSO, 2015).
Para complementar os estudos do gerenciamento ou supervisão em enfermagem, o COFEN 
(conselho federal de enfermagem), em 1986, em obediência à Lei n. 7. 498, determinou e destaca-
se na íntegra que:
O gerenciamento na equipe de enfermagem fosse uma atividade conferida privativa ao enfermeiro. 
O enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, no entanto são privativas à direção dos 
órgãos de enfermagem da instituição de saúde pública e privada e à chefia de serviço e de unidade de 
enfermagem, a organização e a direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e 
auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços, o planejamento, a organização, a coordenação, a 
execução e a avaliação dos serviços de assistência de enfermagem (COFEN, 2017).
Ser enfermeiro, líder ou gerente, no cotidiano atual de seu trabalho, é desenvolver ações 
fundamentadas para a promoção, prevenção e recuperação da saúde do ser humano. Para tal, 
é preciso envolver o ato de coordenar e avaliar o desenvolvimento do trabalho da equipe de 
enfermagem e da assistência prestada ao cliente. Para isso, é preciso se capacitar constantemente 
nas funções que envolvagerência - para desenvolver um trabalho com qualidade e segurança 
para o paciente (FREITAS, 2011).
3.1 Gerenciamento de enfermagem na CME
A CME (central de material e esterilização) é uma área destinada aos métodos de processo de 
limpeza, desinfecção e esterilização dos PPS. É um setor de apoio técnico do centro cirúrgico, que 
contribui com a segurança e controle dos PPS que serão distribuídos para o hospital, evitando e 
controlando as IRAS (infecções relacionadas à assistência à saúde).
Atualmente, os utensílios médicos cirúrgicos utilizados nos diversos setores de um hospital 
são processados e reprocessados pela central de material e esterilização, o que indica a grande 
relevância da CME em administrar logisticamente estes materiais e retorná-los adequadamente 
para serem reutilizados nos procedimentos e intervenções clínico-cirúrgicas de todo o hospital.
22
O enfermeiro deve ser treinado e capacitado para o gerenciamento dos controles dos métodos 
e processos das técnicas hospitalares, garantindo a segurança e a eficácia do processo de limpeza, 
desinfecção e esterilização adequados para os PPS específicos, exercendo uma funcionalidade 
adequada nas rotinas que garantem a qualidade dos métodos de processamento dos PPS. Além 
disso, é preciso exercer atividades técnico-administrativas privativas, realizadas nesse setor 
como planejar, organizar, orientar, supervisionar, realização de funções que envolvam recursos 
humanos, fazer educação permanente e organizar escalas mensais de trabalho e solicitar aos 
gestores hospitalares, de acordo com a necessidade e demanda dos diversos setores, materiais 
para a saúde ou PPS (DAMASIO; VASQUES, 2016).
3.2 Gerenciamento de enfermagem no centro cirúrgico
Partindo que o CC deve estar sempre equipado e preparado para as intervenções, é importante 
que todos os materiais, instrumentais cirúrgicos e equipamentos estejam organizados e nos seus 
devidos lugares, evitando erros que possam levar ao paciente contaminações e evoluções para 
o óbito. Para quem está participando do transoperatório, é estressante a falta dos produtos 
para saúde, pois denota desqualificação do profissional que exerce a função de organizar este 
setor para o ato cirúrgico. O enfermeiro é responsável por gerenciar e coordenar a equipe de 
enfermagem que realiza esse trabalho (AKAMINE, 2013).
Salientamos que o profissional enfermeiro que executa a função de líder do CC, exerce uma 
relação conjunta com toda a organização e gestão hospitalar, por se de tratar de uma área fechada 
e exclusiva para a equipe multiprofissional que ali trabalha, e para os pacientes submetidos a 
procedimento cirúrgico. O líder da enfermagem, do CC, tem que estar em constante comunicação 
com a área ou SRPA, CME e com a UTI (unidade de terapia intensiva), e com outros setores como, 
por exemplo, as enfermarias do pós-operatório, para se ter uma visão global de todo o setor e 
planejar as ocorrências e cuidados adequados.
Podemos dizer que planejar, coordenar, orientar, supervisionar e treinar são atribuições 
privativas do enfermeiro quanto líder ou gerente do centro cirúrgico.
3.3 Gerenciamento de enfermagem na SRPA
A sala de recuperação pós-anestésica é um setor do CC de extrema importância no âmbito 
hospitalar. É o local de repouso para os pacientes em estado crítico, que acabaram de sair do 
procedimento cirúrgico e estão sobre o efeito terapêutico dos medicamentos anestésicos, e 
vigilância permanecente da equipe médica e de enfermagem.
Podemos dizer que a SRPA recebe pacientes de pós-operatório imediato, que se encontram 
induzidos por anestesias geral e/ou regional, nas quais são implementadas assistências de saúde 
intensivas até o momento em que o paciente se encontrar consciente e com os reflexos presentes 
23
e sinais vitais estáveis.
Para isso, é necessário recursos técnicos e humanos direcionados e especializados para 
suporte imediato, levando em consideração a prevenção, a detecção e a implementação precoce 
da sistematização da assistência e cuidados específicos.
É preciso recordar que a equipe de trabalho é multiprofissional, formada pelo médico 
anestesiologista, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, que exercem as suas funções de 
acordo com suas competências legais.
Partindo desse pressuposto e, de acordo com as práticas recomendadas pela SOBECC 
(sociedade brasileira de enfermeiros de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de 
material e esterilização), o dimensionamento e a gerência da equipe de enfermagem na SRPA 
devem ser realizados em função das características do paciente. E planejar, coordenar, orientar, 
supervisionar e treinar continuam sendo atribuições privativas do enfermeiro enquanto líder ou 
gerente deste setor crítico e de vigilância permanente (SOBECC, 2017).
4 PERIGOS PARA A SAÚDE ASSOCIADOS AO 
AMBIENTE CIRÚRGICO
Por se tratar de uma área de alta complexidade e por ser um setor crítico, o ambiente cirúrgico 
é alvo de estudos sobre a exposição dos seus profissionais a riscos laborais ou ocupacionais. No 
entanto, é preciso investir, cada vez mais, na promoção de um ambiente seguro, que favoreça a 
redução ou total eliminação desses riscos para um profissional saudável. E deve-se ainda ter foco 
constante de educação continuada e permanente para investir nas ações preventivas de saúde, 
evitando, com isso, as contaminações do ambiente e do profissional de saúde.
As IH (infecções hospitalares) são consideradas problemas de saúde pública mundial, e 
são enquadradas como um risco à saúde dos pacientes e profissionais das unidades e serviços 
hospitalares. As IH que ocorrem após as cirurgias, designadas como ISC (infecções do sítio 
cirúrgico), são consideradas a segunda principal causa das IH. Investir em promoção, prevenção 
e controle dependem, exclusivamente, da adesão da equipe profissional da área da saúde para 
que as ISC sejam eliminadas ou reduzidas, garantindo, desta forma, melhor segurança para todos 
do CC.
Para que ocorra uma diminuição ou eliminação das ISC, é preciso investir cada vez mais na 
prevenção dos fatores infecciosos e envolver medidas fiscalizadoras no setor de pré-operatório 
na unidade de internação. No CC, as medidas preventivas adotadas se relacionam à preparação 
do ambiente, equipe cirúrgica e paciente.
24
4.1 Lavagem e degermação das mãos: princípios de assepsia intra-
operatória
Podemos dizer que lavar significa limpar algo que pode ser alguma sujidade ou forma 
microscópica de vida, que esteja aderida ou não à alguma superfície. Considerando que os 
profissionais da saúde estão expostos aos diferentes riscos laborais, e sendo o risco biológico o 
mais comum de se propagar, faz-se necessário investir em um procedimento simples e barato que 
exige o uso da água, substância química (detergente) e um antisséptico para a lavagem das mãos, 
ou ainda, higienização das mãos.
É importante dizer que os pacientes estão expostos a diferentes tipos de contaminações 
durante a prestação da assistência de saúde, sendo as IH decorrentes desta, um problema de 
saúde pública mundial. As infecções relacionadas à assistência à saúde induzem o aumento da 
resistência aos medicamentos antibióticos, prolongando, dessa forma, a hospitalização e elevando 
os custos para paciente, família, serviço de saúde e ainda pode causar a morte (FIGUEIREDO et 
al, 2014).
Uma assistência de saúde limpa é sinônimo de assistência mais segura, com o objetivo de 
prevenir e reduzir casos novos das IRAS. Neste contexto, a lavagem das mãos é uma estratégia de 
extrema importância, que todos os serviços de saúde devem promover, incentivar e fiscalizar, por 
ser uma medida simples e efetiva.
As mãos, sem dúvida, são estruturas corporais muito utilizadas, uma vez que facilitam a 
realização de inúmeras tarefas, e nos conectam, diretamente, com o paciente, sendo o principal 
meio de transmissão e contaminação dos microrganismos. Sabendo disso, a não adesão à lavagem 
das mãos ou à higienização das mãos compromete a eficácia e segurançada assistência prestada 
ao paciente no serviço de saúde.
É de extrema necessidade que exista adesão de normas simples e básicas de higienização 
geral no âmbito hospitalar, considerando a lavagem das mãos, ou ainda, higienização das mãos, 
a de maior impacto para redução ou eliminação total das IRAS. Sendo assim, é recomendada 
a lavagem das mãos antes e após o contato com o paciente, antes dos procedimentos ou 
intervenções assépticas, após a elevação, exposição e contato com fluidos corporais, e após o 
contato com áreas próximas ao paciente (FIGUEIREDO et al, 2014).
25
Figura 3 - Lavagem das mão 
sFonte: yusufdemirci, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a ilustração de duas mãos sendo lavadas com água. A 
técnica de lavagem das mãos, utilizada em centro cirúrgicos, funciona com a fricção de uma das 
mãos na outra e o uso de água corrente e sabão, preferencialmente, líquido, para eliminação de 
sujidade, contaminação e de possíveis microrganismos. 
Há vários tipos de técnicas de lavagem das mãos. Cada um depende do objetivo a que se 
destina. É possível lavar as mãos fazendo uso de substância antisséptica ou de água e sabão. Os 
profissionais que atuam em CC precisam conhecer e compreender que o método de assepsia 
é uma medida ou norma adotada nesse setor para impedir a contaminação de patógenos no 
organismo humano. E que a antissepsia é uma técnica voltada para a redução ou eliminação de 
patógenos fazendo o uso de produtos químicos (bactericidas ou bacteriostáticos) sobre a camada 
da pele ou mucosa. 
A degermação é uma técnica com finalidade antisséptica, direcionada para a redução ou 
remoção parcial ou total dos patógenos nas camadas da pele, ou outros tecidos e mucosas 
utilizando métodos químico-mecânicos. É considerado um procedimento de lavagem das 
mãos ou higienização das mãos usando água, sabão e escova e substância química específica e 
padronizada pelos órgãos legisladores de saúde.
Toda equipe multiprofissional envolvida no ato cirúrgico deve ter precauções ao realizar a 
degermação cirúrgica das mãos e antebraços. Para isso preconizou-se a escovação com água 
morna ou temperatura padronizada pelo hospital e sabão neutro, seguida de sua imersão em 
solução química antisséptica e depois em álcool, mas é preciso seguir as recomendações do 
ambiente hospitalar a qual o enfermeiro e outros profissionais estão inseridos. 
26
Durante a execução da técnica de antisséptica, pode ocorrer o desconforto e as possíveis 
lesões da pele, provocada pela escovação, levando o profissional a diminuir o tempo de escovação. 
Reduzindo esse tempo, pode gerar erros significativos na técnica, comprometendo o processo de 
redução da carga do patógeno. Com o avanço das soluções antissépticas, os efeitos indesejáveis 
da técnica de escovação puderam ser reduzidos.
5 PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Para qualquer procedimento anestésico-cirúrgico, do mais simples ao mais complexo, é 
prioridade os cuidados ou precauções para minimizar os riscos de contaminações biológicas 
na equipe de profissionais do CC. São inúmeras as condições que favorecem a transmissão de 
microrganismo para o pacientes e equipes de saúde, principalmente, procedimentos que possam 
envolver sangue e fluidos orgânicos. Para isso, faz-se necessário priorizar a observação rigorosa 
de protocolos de rotinas para reduzir os riscos de IH.
Ainda que possa variar, de acordo com a unidade ou setor de saúde, a precaução mais 
utilizada e obrigatória nos estabelecimentos que prestam serviços de saúde é a PC (paramentação 
cirúrgica). Ela tem por finalidade única proteger os profissionais e pacientes que estejam em 
procedimentos cirúrgicos no ambiente hospitalar (LEITE; DUARTE, 2013).
A PC é o ato de trocar as vestimentas de rotinas por outras consideradas adequadas e seguras 
no centro cirúrgico, criando barreiras contra a penetração de agentes microscópicos nos locais 
dos sítios cirúrgicos dos pacientes, além de servir de proteção para a equipe multiprofissional.
Quando se fala em precaução no ambiente do centro cirúrgico ou em qualquer âmbito da 
área da saúde, é comum pensamos na PC, principalmente, para os profissionais de enfermagem, 
que estão prestando serviço de forma constante durante 24 horas e, com isso, contribuindo para 
a recuperação do paciente, com maior zelo, rigor e competência técnica. É importante destacar 
alguns desses EPIs (equipamentos de proteção individual).
FIQUE DE OLHO
A técnica de degermação das mãos é fácil e exige prática no ato da sua execução. É 
necessário abrir a torneira, com o cotovelo, em seguida molhar as mãos, antebraços e 
cotovelos. Com as mãos no formato de concha, recolher a substância antisséptica e espalhar 
nas mãos, antebraço e cotovelo. No caso de escova impregnada com antisséptico, pressione 
a parte da esponja contra a pele e espalhe por todas as partes.
27
Uniformes privativos
As vestes cirúrgicas são formadas pelo jaleco e pela calça, confeccionados, preferencialmente, 
com tecido de algodão grosso, não esterilizados e de multiuso. Uso restrito para setores fechados 
como o CC e devem ser trocados sempre que necessário. O jaleco precisa cobrir totalmente o 
tronco, pelve e membros superiores com o objetivo de servir de barreira de penetração ou saída 
de formas microscópicas de vida do profissional. A calça cirúrgica deve ser colocada da cintura aos 
tornozelos, cobrindo totalmente os membros inferiores e, nesse nível, deve ter um fechamento 
com elástico. Não podem tocar superfícies estéreis, porque não são esterilizados. Todo uniforme 
deve ser trocado no vestiário da área restrita do CC.
Propes
São tecidos no formato do pé e que devem ser colocados antes da área restrita do CC. Têm 
como objetivo a prevenção de contaminação do chão dessas áreas por formas microscópicas 
localizadas nas solas dos calçados dos profissionais. A eficácia é bem questionada em relação a 
evitar a contaminação microbiológica.
Gorros ou toucas
São peças de tecido ou substância semelhante, de tamanho variado, e tem a finalidade de 
evitar a contaminação da ISC por fios cabelos. São colocados antes da área restrita do CC. É de 
extrema importância e necessidade que fiquem bem adaptados na cabeça, não sendo necessário 
serem esterilizados, e evitar tocar em superfícies estéreis.
Máscaras cirúrgicas
Esses protetores respiratórios, por regra, devem cobrir toda a face, desde a base nasal, boca, mento, 
aderindo a pele e fixados nas laterais do rosto através do pavilhão externo da orelha. São descartáveis, 
não estéreis e não podem entrar em contato com superfícies estéreis. As máscaras cirúrgicas devem 
ser trocadas quando molhadas ou contaminadas ou após quatro horas de uso, quando reduz a sua 
eficácia. Nunca devem ficar penduradas no pescoço ou ser guardadas para a reutilização.
Protetores oculares ou óculos
Considerados, principalmente, para a proteção do profissional, evitando, dessa forma, o 
contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos.
Avental cirúrgico
Vestimenta de proteção, que deve ser colocada por cima do uniforme cirúrgico. Com 
finalidade evitar a propagação dos agentes microbianos do corpo do profissional aos locais da 
28
ISC, evitando, dessa forma, o contato direto com sangue, secreções e fluidos orgânicos.
Luvas
Equipamento de proteção individual, com diversos modelos e tamanhos, não esterilizados, 
devem ser usados por profissionais que fiquem em contato com material ou substâncias 
contaminadas durante todo o tempo. Luvas esterilizadas devem ser usadas pelos profissionais 
que estejam realizando procedimentos cirúrgicos ou limpos, evitando contaminar a região da 
cirurgia. É importante dizer que pode ser recomendado o uso de luvas uma sobre a outra em 
cirurgias de longas durações, diminuindo o risco de perda de continuidade, ou podendo trocálas 
nos procedimentos que perdurem mais de duas horas.
5.1 Tempos cirúrgicos
Em clínica cirúrgica chamamos de tempos cirúrgicos a sequência consecutiva de procedimentos 
utilizados na manipulaçãodos tecidos e órgãos durante o ato cirúrgico e, a partir dessa sequência, 
podemos classificar quatro tempos cirúrgicos:
• diérese;
• hemostasia;
• exérese; e
• síntese cirúrgica.
O resultado positivo de um ato cirúrgico depende da experiência e habilidade do médico 
cirurgião, das condições do paciente, dos cuidados prestados pelo enfermeiro e sua equipe, 
e da visita do anestesiologista no período pré-operatório, bem como dos recursos materiais e 
equipamentos utilizados no procedimento cirúrgico.
O profissional enfermeiro que atua no bloco cirúrgico deve conhecer e ter habilidade das 
suas funções nos diversos tempos cirúrgicos, levando em consideração, principalmente, a 
sua relação com os tipos de hemostasia cirúrgica. Os tipos de síntese são de vital importância 
independentemente de sua área de atuação.
29
Quadro 1 - Tempos cirúrgicos 
Fonte: CARVALHO, 2012 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático dos tempos cirúrgicos. 
Ocorrem no transoperatório e na sequência do ato cirúrgico, iniciando pela diérese (ato de dividir, 
cortar e separar os tecidos vivos do organismo humano), seguido pela hemostasia (ato de deter o 
sangramento após a divisão dos tecidos), seguido pela exérese (ato cirúrgico propriamente dito) 
e, por fim, a síntese cirúrgica (ato de unir, aproximar as bordas da ferida ou lesão).
Esses métodos ou procedimentos ordenados e consecutivos são realizados desde o início 
até o término da cirurgia, e dependem da habilidade da equipe multiprofissional para que o ato 
cirúrgico tenha o sucesso esperado. Não podemos esquecer que o profissional da enfermagem 
considerado habilitado para instrumentar, denominado instrumentador cirúrgico, deve ter 
o conhecimento pleno dos instrumentais ou materiais cirúrgicos, e da diérese, hemostasia, 
exérese e síntese cirúrgica, uma vez que auxilia diretamente o profissional médico cirurgião no 
transoperatório - durante todo ato anestésico-cirúrgico.
5 .2 Instrumental cirúrgico e seu preparo
A instrumentação cirúrgica é uma das áreas da clínica cirúrgica de extrema importância e 
necessidade para o sucesso do ato cirúrgico, e para eliminação parcial ou total das contaminações 
no sítio cirúrgico. A profissão é desempenhada pelo técnico em enfermagem, na qual esse 
profissional tem a função de ajudar o cirurgião desde a preparação dos instrumentos até a 
esterilização deles na CME.
30
Quadro 2 - Posicionamento Cirúrgico 
Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da posição da 
equipe profissional durante o ato cirúrgico. Cirurgião e segundo auxiliar direcionados para o lado 
esquerdo da mesa cirúrgica. Primeiro auxiliar e instrumentador, profissional da enfermagem, 
direcionados para o lado direito da mesa cirúrgica, e o profissional anestesiologia na região 
terminal superior da mesa. O paciente fica sobre a mesa cirúrgica com a cabeça voltada para a 
extremidade superior. 
A intervenção ou procedimento anestésico-cirúrgico se realiza através de quatro técnicas 
fundamentais:
• diérese dos tecidos orgânicos;
• hemostasia;
• exérese; e
• a síntese para possibilitar a cicatrização da lesão.
Para cada etapa utilizam-se materiais ou instrumentos cirúrgicos diferentes para permitir que 
o médico cirurgião execute o procedimento com habilidade, precisão e rapidez. Por isso, faz-se 
31
necessário planejar e organizar o instrumental cirúrgico, específico para cada tipo de cirurgia, 
solicitando as caixas cirúrgicas, na central de material e esterilização, para que a equipe da CME 
prepare, com antecedência, e envie para o bloco cirúrgico para que ocorra a cirurgia, levando 
segurança para o paciente. É importante ressaltar que os instrumentais cirúrgicos devem ser 
dispostos ordenadamente sobre uma mesa (dos Instrumentais) cirúrgico, de forma padronizada 
e de acordo com as etapas e necessidade do cirurgião (MORIYA, 2011).
Quadro 3 - Mesa dos instrumentais cirúrgicos 
Fonte: SOBECC, 2017 (Adaptada).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um esquema organizacional e didático da arrumação 
correta da mesa do profissional instrumentador cirúrgico com a sequência e disposição ordenada 
dos instrumentais cirúrgicos que serão utilizados no ato anestésico-cirúrgico. Observamos 
os instrumentais de diérese, seguido pelo de preensão, hemostasia, de exposição, especiais e 
auxiliares e por último os de síntese. 
Enfim, conhecer o centro cirúrgico é um desafio para qualquer profissional que atue no ato 
anestésico-cirúrgico. 
FIQUE DE OLHO
A instrumentação cirúrgica requer habilidade e conhecimento do ato cirúrgico, materiais 
e instrumentais cirúrgicos pelo profissional de nível técnico em enfermagem. Para 
compreender o tema leia o artigo “instrumental cirúrgico” (MORIYA; VICENTE; TAZIMA, 
2011, p.18-32).
32
É recomendável que o profissional enfermeiro esteja atento às legislações, normas, rotinas 
e protocolos atualizados deste setor complexo e crítico. O enfermeiro do CC compõe a equipe 
multiprofissional de saúde, e os seus cuidados serão sempre baseados em evidências e numa 
prática cientifica inovadora, que envolva a sistematização da assistência em enfermagem no 
ambiente cirúrgico.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
33
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções preliminares da enfermagem em centro cirúrgico, conceitos de 
centro cirúrgico, bloco cirúrgico e sala de recuperação pós-anestésica, bem como a 
estrutura física e os equipamentos do bloco cirúrgico e da sala de recuperação pós-
anestésica;
• compreender os critérios para aquisição de materiais, insumos e equipamentos para 
o centro cirúrgico;
• entender a função do enfermeiro quanto aos recursos humanos e educação 
continuada do centro cirúrgico;
• aprender sobre o gerenciamento do profissional enfermeiro na CME, no BC e SRPA;
• avaliar os perigos para a saúde dos profissionais associados à falta do uso dos EPIs e 
aos procedimentos de lavagem e degermação das mãos no ambiente cirúrgico;
• assimilar os tempos cirúrgicos, bem como a importância do conhecimento da 
instrumentação cirúrgica para a equipe de enfermagem..
PARA RESUMIR
AKAMINE, J. et al. Enfermagem em Centro Cirúrgico atualidades e perspectivas no am-
biente cirúrgico. Gerenciamento em Centro Cirúrgico. São Paulo, 2013.
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 307, de 14 de novembro de 
2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração 
e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível: 
http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20RDC%20ANVISA%20
n%C2%BA%20307,%20de%2014nov02.pdf. Acesso 18 de abril de 2020.
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da diretoria colegia-
da - RDC n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Disponível: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html. Acesso em 18 de abril de 2020.
BARBOZA, V. S. et al. Eficácia de dois métodos de degermação das mãos. Rev Cir Trauma-
tol Buco-Maxilo-Fac. Camaragibe, v.15, n. 3, jul/set. 2015.
CARVALHO, R BIANCHI, E. R. F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. Barueri: 
Manole, 2016.
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem. Lei n. 7.498, de 1986. Legislação Instituidora 
do Sistema. http://www.portalcofen.gov.br/sitenovo/node/4161. Acesso em: 18 de abril 
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DAMASIO, Y. L. R.; VASQUES, J. D. A importância do Enfermeiro no processo de gerencia-
mento na Central de Material e Esterilização Hospitalar. 2016. 21f. Trabalho de Conclusão 
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FIGUEIREDO, R. M. et al. Higienização das mãos em ambiente hospitalar: uso de indica-
dores de conformidade. Rev Gaúcha Enferm. São Paulo, V. 35, n.1, 70-77, 2014.
FREITAS, N. Q. et al, O papel do enfermeiro no centro cirúrgico na perspectiva de acadê-
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GRAZIANO, K. U. etal. Eficácia de três métodos de degermação das mãos utilizando 
gluconato de clorexidina degermante (GCH 2%). Rev Esc Enferm. São Paulo, v. 45, n. 6, 
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LEITE, M. D; DUARTE, I. G. L. Paramentação cirúrgica: artigo de revisão. Rev Med. Minas 
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MALAGUTTI, W., BONFIM, I. M. Enfermagem em Centro Cirúrgico: atualidades e perspec-
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MORIYA, T.; VICENTE, Y. A. M. V. A.; TAZIMA, M. F. G. S. Instrumental cirúrgico. Revista 
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e do Hospital das Clínicas da FMRP . v. 44, 
n. 1, jan-mar-2011. p. 18-32. Disponível em: http://revista.fmrp.usp.br/2011/vol44n1/
Simp1_Instrumental%20cir%FArgico.pdf. Acesso em: 30 abr. 2020.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paraíba, 2015.
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Bebedouro, v.3, n. 1, 172-189, 2019.
SOBECC. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anesté-
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SOUZA, M. C. B.; CERIBELLA, M. I. P. F. Enfermagem no centro de material esterilizado - a 
prática da educação continuada. Rev Latino Enfermagem. São Paulo, v.12, n. 5, 767-774, 
set/out, 2004.
UNIDADE 2
Biossegurança e assistência de en-
fermagem perioperatória
Olá,
Você está na unidade Biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória. 
Conheça aqui as ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos 
riscos relacionadas às infecções hospitalares, bem como as identificações dos tipos de 
material de proteção individual utilizados pelos profissionais da CME (central de material 
estéril). Entenda que a assistência de enfermagem perioperatória é considerada vital 
para a realização e o sucesso de um ato anestésico-cirúrgico, e é uma das atividades 
do enfermeiro. Compreender a utilização de terminologias adequadas, é de extrema 
importância para as pessoas envolvidas na assistência cirúrgica, uma vez que facilita 
o entendimento de todos, e proporciona uniformização da linguagem no CC (centro 
cirúrgico).
Bons estudos!
Introdução
39
1 NOÇÕES PRELIMINARES
A unidade de biossegurança e assistência de enfermagem perioperatória apresentará a 
biossegurança como um desafio para os profissionais da saúde, principalmente no campo prático 
de um setor pouco conhecido como CME (centro de materiais e esterilização). Esse setor de 
apoio tem fundamental importância por ser responsável pelo PPS (processamento de produtos 
para saúde), garantindo segurança ao paciente e permitindo o uso de materiais em condições 
adequadas de preparo e esterilização.
No hospital, a CME é considerada uma área crítica por processar PPS resultantes de 
intervenções clínicas e cirúrgicas, apresentando, desta forma, riscos aos profissionais que atuam 
nesse setor, tornando-os mais suscetíveis a acidentes ocupacionais. Levando em consideração o 
exposto, a Norma Regulamentadora n. 32, Portaria n. 485, de 11 de novembro de 2005, estabelece 
as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos 
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção 
e assistência à saúde em geral.
O entendimento desta disciplina é necessário diante do avanço da tecnologia, associado à 
globalização, e faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados 
ao saber-fazer, focando suas habilidades nas promoções e prevenções para uma assistência de 
enfermagem operatória, ou melhor, perioperatória cirúrgica com qualidade no cenário de saúde atual. 
Figura 1 - Biossegurança e assistência de enfermagem 
Fonte: sheff, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem temos uma equipe de assistência multiprofissional (médicos 
e equipe de enfermagem) todos paramentados, adequadamente, em relação aos EPIs 
(equipamentos de proteções individuais) para propor uma melhor biossegurança para toda 
equipe de saúde e segurança do paciente. 
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1.1 Biossegurança
Entender biossegurança, atualmente, é de fundamental importância para os conceitos de 
promoção e prevenção a saúde. E um tema direcionado para redução parcial ou total dos fatores 
físicos, químicos e biológicos dentro de um ambiente de cuidados para com a saúde das pessoas, 
e do próprio profissional de saúde.
Quando temos uma associação de medidas que tenham o objetivo de diminuir ou eliminar 
os riscos ou agressões a saúde dos pacientes e dos profissionais de saúde, temos a biossegurança 
(NATI, 2010). 
A biossegurança é um tema relevante na vida dos profissionais de enfermagem, visto 
que, estes profissionais estão expostos a materiais biológicos potencialmente contaminados, 
principalmente os profissionais que desenvolvem suas atividades em áreas críticas dos hospitais, 
por estarem mais suscetível a acidente envolvendo material biológico, químico, físico, ergonômico 
e psicossociais (NATI, 2010). 
Os profissionais de saúde estão expostos diariamente aos danos a sua vida, que chamaremos 
de risco ocupacional, porque está diretamente ligado as suas atividades laborais (trabalho). Este 
risco pode estar ligado a falta de conhecimento do trabalhador as suas atividades diárias, ou 
ainda, a situações emergenciais que o ambiente (trabalho) favorece constantemente. 
Os riscos ocupacionais que são mais comuns em um ambiente de trabalho, estão ligados ou 
conectados a diversos fatores, e são simbolizados por cores. Então podemos dizer que o risco: 
físicos é representado pela cor verde, químicos é representado pela cor vermelha, biológicos 
é representado pela cor marrom, ergonômicos é representado pela cor amarela, e acidentais/
mecânicos é representado pela cor verde. 
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Para se evitar os riscos ocupacionais é necessário fazer uso, principalmente, dos EPIs, que 
têm como objetivo evitar acidentes e contaminações no ambiente laboral. A baixa adesão ao 
uso desses equipamentos e o seu uso incorreto são fatores decorrentes da falta de adaptação 
dos profissionais, no ambiente laboral, por ocasionarem algum tipo de desconforto, incômodo, 
descuido, esquecimento, falta de hábito, inadequação, quantidade insuficiente, descrença 
de proteção quanto ao seu uso, sobrecarga de trabalho e cansaço físico. Já o fator de adesão 
ao uso dos EPIs se relaciona ao entendimento do profissional acerca dos riscos, laborais, que 
o profissional está exposto ou ligado. O uso dos EPIs é obrigado! E precisa ser fiscalizado no 
ambiente do trabalho (SILVA et al.,2017).
Equipamento de proteção individual - é todo o dispositivo ou produto, de uso individual 
utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a 
saúde no trabalho (Brasil, 2001).
1.2 Visão geral - central de material e esterilização
O setor, no âmbito hospitalar, que se articula com todos as unidades do hospital é chamada 
de CME (central de material e esterilização). É uma unidade destinada a receber, de todos os 
setores, materiais hospitalares, para processamentos de limpeza, descontaminação, preparo, 
esterilização, armazenamento e distribuição dos materiais utilizados para os diversos setores de 
um estabelecimento de saúde. A CME pode estar localizada dentro ou fora da unidade de saúde 
ou hospital (SOBECC, 2007).
O trabalho desempenhado pela CME é de alta complexidade, e exige da equipe de enfermagem 
que a compõe um alto nível de conhecimento e qualidade nos processamentos dos materiais 
oriundos dos diversos setores de assistência à saúde no âmbito hospitalar. A equipe da central 
de material e esterilização é formada pelo profissional enfermeiroe técnicos em enfermagem.
Diante das complexas técnicas de trabalho desenvolvidas na CME, e das ocorrências envolvendo 
a qualidade dos processamentos e reprocessamentos de diferentes materiais ou Produtos para a 
Saúde (PPS), foi publicada a Resolução da Diretoria Colegiada n. 15, de 15 de março de 2012,que 
tem como objetivo estabelecer os requisitos de boas práticas para o funcionamento dos serviços 
para a saúde , levando em consideração o processamento de PPS (BRASIL, 2012).
Mediante os objetivos estabelecidos na RDC-15/2012, o COFEN (conselho federal de 
enfermagem) elaborou e publicou no DOU (diário oficial da União) a Resolução n. 424, de 19 
de abril de 2012, que normatiza âmbito nacional as atribuições dos membros da equipe de 
enfermagem em Centros de Materiais e Esterilização. (COFEN, 2012). 
Conhecer o real objetivo das resoluções dos órgãos competentes poderá contribuir para 
as ações das unidades de assistência à saúde na busca de melhores condições de trabalho e 
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na qualidade do processamento e reprocessamento dos PPS. É preciso identificar e prevenir e/
ou reduzir fatores de riscos que poderão estarem presentes na CME. para garantir a diminuição 
das ocorrências de agravos a saúde dos profissionais da enfermagem, bem como de infecções 
cruzadas nos setores de assistência hospitalar (TIPPLE et al., 2007).
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2 NORMAS REGULAMENTADORAS
O MTE (ministério do trabalho e emprego) aprovou, em 1978, as NRs (normas 
regulamentadoras) pertinentes à segurança e medicina do trabalho. Conforme Sarquis e Cruz 
(2005), elas são obrigatórias para as empresas privadas, públicas e órgãos do governo que são 
orientados pela CLT (consolidação das leis do trabalho). 
2.1 NR-32
Em 2005, foi aprovada uma norma específica para a área da saúde, a NR-32 (norma 
regulamentadora n. 32), que estabelece as diretrizes para a implementação de programas de 
prevenção de riscos ocupacionais e de proteção à saúde do trabalhador no ambiente de trabalho.
Para fundamentar e complementar os estudos relacionados sobre a NR-32 - segurança e 
saúde no trabalho em serviços de saúde, destaca-se na íntegra dessa normatização. “Para fins de 
aplicação desta NR, entende-se por serviços de saúde qualquer edificação destinada à prestação 
de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, 
pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade” (BRASIL, 2005). 
A NR-32 abrange situações de exposições a riscos à saúde do trabalhador. A diminuição ou 
eliminação dos agravos à saúde laboral estão, em grande parte, relacionados à sua capacidade 
de entender a importância dos cuidados e medidas de proteção, as quais deverão ser seguidas 
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no ambiente de trabalho (ACÁCIO et al., 2013). O objetivo dessa NR é prevenir os acidentes e o 
adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as 
condições de risco presentes nos serviços de saúde. É recomendado para cada situação de risco a 
adoção de medidas preventivas, e a capacitação dos trabalhadores para um âmbito laboral seguro.
2.2 Obrigatoriedade de vacinação
É de fundamental importância compreender que a NR 32 abrange a questão da obrigatoriedade 
da vacinação do profissional de enfermagem, conforme recomendação do MS (ministério da 
saúde), devidamente registrada em prontuário funcional com comprovante ao trabalhador, e 
ainda, determina algumas situações na questão de vestuário e vestiários, refeitórios, resíduos, 
capacitação contínua e permanente na área específica de atuação, entre outras recomendações 
do Ministério (BRASIL, 2005).
Ainda que a NR-32 tenha sido desenvolvida com foco na saúde do trabalhador que 
desempenha as tarefas laborais na área da saúde, a norma também beneficia a todos os grupos 
de pessoas que frequentam esses locais, e tem a obrigação de garantir a proteção dos diversos 
ambientes laborais.
3 SEGURANÇA DO PACIENTE E DO AMBIENTE
Conforme foi abordado nos tópicos anteriores, o avanço da tecnologia, associado à 
globalização, faz com que os enfermeiros da era moderna estejam cada vez mais direcionados 
ao saber-fazer, focando suas habilidades para uma assistência de enfermagem com qualidade 
no cenário de saúde atual, sejam elas assistenciais, administrativas, educativas e/ou gerenciais.
Desta forma, será abordado, na sequência, que a SAE (sistematização da assistência de 
enfermagem) é um método que visa aprimorar o cuidado prestado pelo enfermeiro em prol 
da segurança do paciente, buscando proporcionar uma assistência segura e com qualidade, 
melhorando a comunicação entre as equipes, e evidenciando um ambiente seguro e saudável 
para a prestação do cuidar. 
3.1 Portaria n. 529/2013 - Programa nacional de segurança do paciente
Atualmente, no mundo inteiro, os profissionais de saúde discutem a melhor estratégia para 
garantir a segurança do paciente, sendo considerada uma importante questão de saúde pública. 
Entender que se faz necessário reduzir, ao máximo possível, riscos e danos desnecessários no 
processo do cuidar, é de extrema necessidade para estabelecer o melhor planejamento da 
assistência à saúde do paciente (BRASIL, 2013).
Em abril de 2013, o MS elaborou estratégias, produtos e ações, por meio de normas e regras, 
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que foram direcionadas para os gestores, profissionais e usuários, para redução das ocorrências 
dos EAs (eventos adversos) na assistência à saúde. Essas ferramentas foram direcionadas para 
o trabalho da promoção e prevenção da segurança e saúde dos pacientes. E, a partir dessa 
data, ficou instituído o PNSP (Programa Nacional de Segurança do Paciente) em todo território 
brasileiro (BRASIL, 2013).
Figura 2 - Assistência de enfermagem e segurança do paciente 
Fonte: Dmytro Zinkevych, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma enfermaria com duas mulheres: uma enfermeira 
(prestando os cuidados sistematizados na assistência de enfermagem, garantindo, dessa forma, 
uma melhor recuperação de saúde) e a segunda pessoa, paciente (recebendo os cuidados 
planejados pela profissional enfermeira, para melhor recuperação da sua saúde). 
O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente depende do conhecimento 
e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos que regem o funcionamento dos 
estabelecimentos de saúde, condição básica para que estes estabelecimentos possam dar novos 
passos, como a elaboração de planos locais de qualidade e segurança do paciente, com ações 
monitoradas por indicadores, gerido por uma instância (núcleo) responsável e de uma política de 
estímulo à utilização rotineira de protocolos e diretrizes clínicas (BRASIL, 2014).
A segurança do paciente é um fator importantíssimo para avaliar a qualidade da assistência, 
mas, infelizmente, é influenciada, apesar das qualificações e avanços na área de saúde, pelas 
práticas profissionais erradas, que chamaremos de iatrogenia, e que são cometidas pelos 
profissionais que atuam diretamente ou indiretamente nessa assistência e refletem, diretamente, 
na qualidade de vida dos usuários, pacientes ou clientes que procuram os serviços (públicos 
ou privados) de saúde. Essas iatrogenias podem provocar desagradáveis fatores, tanto para os 
pacientes como para os profissionais e para a organização hospitalar (MIASSO et al., 2006).
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Baseado nas condutas iatrogênicas e na necessidade de redução dos EAs, o Ministério da 
Saúde estabelece a importância para qualquer profissional que atue na assistência à saúde do 
entendimento da compreensão da cultura de segurança do paciente. Essa cultura é definida como 
valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o comprometimento de 
uma melhor gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pelas qualificações 
e educações permanentes para aprender com as falhas e melhor gestão da saúde e da segurança, 
substituindo a culpa e a punição pelas qualificações e educações permanentes para aprender 
com as falhas e melhorara atenção e qualidade à saúde (BRASIL, 2013).
Os eventos adversos devem ser informados, por meio de notificação digital, ao SNVS (sistema 
nacional de vigilância sanitária), de acordo com a Resolução da Diretória Colegiada 36/2013. E 
é função do serviço de saúde informar os óbitos relacionados aos EA’s em até 72 horas após a 
ocorrência, e preencher corretamente as dez etapas correspondente à investigação em até 60 
dias corridos, a partir da data da informação ao SNVS.
3.2 Segurança do paciente
A Anvisa instituiu as ações para segurança do paciente, conforme RDC n. 36/2013, com 
objetivo de prevenir e reduzir a incidência de eventos que gerem danos ao paciente, adotando 
como escopo de atuação para os eventos associados à assistência à saúde, as seis metas da OMS 
(organização mundial da saúde). Estas metas estão trazidas nos seis protocolos de segurança do 
paciente, publicados nas portarias GM/MS 1377/2013 e GM/MS 2.095/2013.
A OMS, no segundo desafio global para a segurança do paciente, lançou o manual “Cirurgias 
Seguras Salvam Vidas”, com o objetivo de melhorar a segurança da assistência cirúrgica e reduzir 
o número de mortes e complicações cirúrgicas (OMS, 2009).
E é nesse contexto que os órgãos competentes e legisladores da enfermagem têm implementado 
estratégias, no âmbito nacional, para melhor compreensão e qualificação de como utilizar, 
corretamente, os protocolos e checklists para as intervenções de enfermagem, que possibilitem 
a assistência de qualidade, segura e sem danos aos pacientes (LUZIA; ALMEIDA; LUCENA, 2014).
4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO 
PERIOPERATÓRIO
Ao longo dos anos, foi necessário oferecer ao paciente uma melhor assistência, baseada 
em achados científicos, para garantir práticas seguras e cuidados da equipe de enfermagem 
(enfermeiro, auxiliares e técnicos) com um olhar holístico, humanizado e seguro para com o 
paciente nos diversos níveis de complexidade da assistência em saúde.
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Esse cuidar é direcionado para uma assistência planejada e continuada, que chamaremos 
de sistematização. O ato de planejar o cuidar, requer leitura e conhecimento dos fatos e, tanto 
no âmbito hospitalar e de saúde coletiva (pública), os princípios norteadores serão os mesmos; 
difere somente no processo saúde x doença. 
Para complementar os estudos da assistência e sistematização de enfermagem, o COFEN, 
através da Resolução n. 358, de 15 de outubro de 2009, destaca: 
Toda instituição de saúde, pública e privada, sendo que cabe privativamente ao enfermeiro realizar 
todas as etapas da SAE. A presente resolução organiza o trabalho profissional quanto ao método, 
pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE) 
descrito em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, 
implementação e avaliação de enfermagem (COFEN, 2009, on-line).
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Por volta de 1970, a enfermeira Wanda de Aguiar Horta, iniciou com PE, a SAE direcionada 
para CC (centro cirúrgico), denominada SAEP (sistematização da assistência de enfermagem 
perioperatória).
A SOBECC (sociedade brasileira de enfermeiros em centro cirúrgico, recuperação anestésica 
e centro de material e esterilização) recomenda as práticas, a promoção e a divulgação da 
enfermagem, desde o momento da divulgação para o paciente da necessidade cirúrgica até a sua 
alta hospitalar (SOBECC, 2007).
O foco na assistência perioperatória é o paciente e a sua família, que terá como objetivo ajudar 
a compreender a patologia e a necessidade de entender o tratamento, o processo anestésico-
cirúrgico e a sua melhor recuperação fisiológica e psicológica.
Conforme a SOBECC (2007), o profissional enfermeiro precisa reduzir os riscos ou agentes 
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agressores inerentes ao ambiente do CC e da SRPA (sala de recuperação pós-anestésica), e da 
utilização dos equipamentos ou instrumentais cirúrgicos utilizados nos procedimentos, bem 
como garantir a qualidade da assistência prestada.
O período perioperatório compreende três fases:
• a fase pré-operatória;
• a fase intra-operatória ou transoperatória; e 
• a fase pós-operatória.
Ressalta-se que a assistência é complexa, peculiar e individualizada em todas as etapas.
O PPO (período pré-Operatório) pode ser dividido em:
• PPOM (período pré-operatório mediato); e 
• PPOI (período pré-operatório imediato).
PPOM
A SAEP no PPOM é direcionada ao paciente para a realização dos exames clínicos, que irão 
auxiliar no seu quadro clínico. Os exames serão importantes para planejar assistência médica e 
de enfermagem, aos diversos sistemas orgânicos, adequada ao tratamento, e terá o objetivo de 
diminuir as sintomatologias, e planejar os cuidados necessários para evitar possíveis complicações 
no Período Pós-Operatório Cirúrgico (PPOC).
PPOI
O período PPOI corresponde às primeiras 24 horas antes da cirurgia, e objetiva preparar o corpo 
do paciente de forma fisiológica (jejum, limpeza intestinal, esvaziamento vesical, preparo da pele 
e administração medicamentosa pré-anestésica) e psicológica para o ato cirúrgico (TAUBE, 2006). 
O PPOM é de extrema necessidade no PE e na SAEP e tem que ser seguido para não 
comprometer o bom resultado do ato cirúrgico ou até mesmo provocar sua suspensão. É 
importante orientar ao paciente no PPOM quanto aos riscos inerentes aos fatores do tabagismo, 
desnutrição, obesidade, faixa etária, hipertensão arterial sistêmica, diabetes entre outras 
patologia e disfunção orgânica. Assim, por exemplo, no transoperatório, o médico cirurgião 
terá dificuldade em controlar o sangramento, de um paciente hipertenso; bem como o paciente 
tabagista apresentara um acúmulo de secreções pulmonares, desenvolvendo possivelmente 
broncopneumonia PO (SOBECC, 2007).
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Levando em consideração o transoperatório, SOBECC (2007) aponta que esse período 
cirúrgico se inicia com a chegada do indivíduo no centro cirúrgico e termina com a entrada dele 
na sala de recuperação anestésica, UTI ou unidade de internação. Pode ainda, ser dividida em 
dois momentos diferentes: PIO (período intra-operatório) e PTO (período (transoperatório). O 
primeiro ocorre na recepção do paciente no centro cirúrgico, e o segundo será a sua permanência 
na sala cirúrgica.
Considerada a segunda fase da SAEP, é no período transoperatório que o enfermeiro, por meio 
de intervenções de enfermagem efetivas e planejadas, poderá minimizar os riscos aos pacientes 
decorrentes do procedimento anestésico cirúrgico (SMELTZER; BARE, 2005).
O período transoperatório, que se caracteriza pela permanência do indivíduo na sala operatória, 
consiste quando o procedimento anestésico cirúrgico é realizado. O acompanhamento é feito 
por toda equipe de enfermagem (auxiliares ou técnicos de enfermagem), que deverão oferecer 
ao indivíduo apoio, atenção e respeito às suas necessidades, além de seguir as prescrições do 
enfermeiro (SOBECC, 2007).
Terminando o PTO, imediatamente se inicia o POI (período pós-operatório imediato), que 
pode começar em sala operatória e terminar quando o paciente é transferido para a SRPA.
O PPO é subdividido em POI (período pós-operatório imediato) e POM (período pós-
operatório mediato).
A recuperação do paciente até as primeiras 24 horas após cirurgia é considerado POI. Nesse 
período, existe a necessidade de observar o quadro clínico de recuperação do paciente com total 
segurança e parâmetros avançados para prevenir problemas comuns como: hemorragia, dor, 
febre, náuseas, vômitos e processos infecciosos.
O POM corresponde à assistência voltada para as primeiras 24 horas após o ato cirúrgico, 
podendo se estender até o sétimo dia, e após o sétimo dia, até o recebimento da alta (MALAGUTTI; 
BONFIM, 2009).
O Ideal seria que os pacientes em POI fossem encaminhados da SO para a SRPA para avaliação 
dos parâmetros hemodinâmicos de recuperação do ato anestésico-cirúrgico, até um período de 
uma a seis horas para o controle e recuperação dos seus reflexos, e transferido para a

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