Buscar

CONTESTAÇAO FINAL - WEB INTERNET

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

#6778011 Sun Feb 18 22:39:41 2024
AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA (XX) CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DE SÃO PAULO - SP 
PROCESSO Nº XXXXXXX
WEB BRASIL INTERNET LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XXXXXXXXXXXX, com sede na XXXXXXXXXXXXXXXXXXX, São Paulo - SP, CEP: XXXXX-XXX, Email: xxxxx, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas, vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelência, propor a presente:
CONTESTAÇÃO
		 
AURORA ROSA, jornalista, brasileira, casada, portadora do RG nº XXXXXXXX e do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, domiciliada á Rua XXXXXXX, nº XX, Bairro XXXXXXX, São Paulo - SP, CEP: XXXXX-XXX, Email XXXXXX, por meio de seu advogado OAB-XX XXX, Dr. XXXXX que esta subscreve, tendo como fulcro o art. 335 e seguintes do Novo Código de Processo Civil Brasileiro, e alegando e requerendo o que se segue no presente instrumento.
 I – BREVE SÍNTESE DA PETIÇÃO INICIAL 
	
Trata-se de ação movida em face do réu WebBrasil Internet Ltda, na qual a autora, Aurora Rosa, alega ter sofrido violação de sua privacidade devido à exposição não consentida de conteúdos íntimos na internet. A autora argumenta que tais conteúdos, compartilhados privadamente com seu esposo, foram indevidamente divulgados em sites eróticos, causando-lhe danos materiais e morais. Alega-se que, apesar de notificação judicial, a ré não tomou as providências necessárias para a remoção do material ilícito, o que resultou na perda de um contrato de assessoria de imprensa no valor de R$85.000,00, além de potenciais prejuízos à sua atividade profissional.
A fundamentação jurídica da petição inicial se apoia na Lei 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD), que estabelece o respeito à privacidade e a proteção de dados pessoais como fundamentos essenciais, e no Código Civil de 2002, que prevê a obrigação de indenizar perdas e danos causados por ato ilícito, conforme disposto no artigo 186. Adicionalmente, invoca-se o novo Código de Processo Civil, especialmente no que tange à tutela de urgência e à obrigação de fazer.
Na tentativa de alcançar sua pretensão, a parte autora traz à demanda as seguintes provas: 
1. Boletim de ocorrência do furto do celular da autora;
2. Notificação judicial realizada pela autora à ré, WEBBRASIL INTERNET LTDA;
3. Contrato de assessoria de imprensa no valor de R$85.000,00 cancelado pela autora;
 4. Mensagens de amigos informando que os vídeos e fotos íntimos da autora estavam disponíveis em sites eróticos.
A presente Contestação visa, portanto, refutar os argumentos apresentados pela parte autora, trazendo à tona a realidade dos fatos. Será essencial demonstrar a inexistência de responsabilidade da ré pela violação de privacidade alegada, considerando as medidas de segurança adotadas e a atuação conforme a legislação vigente. Além disso, será necessário questionar a causalidade direta entre a ação ou omissão da ré e os danos materiais alegados, bem como a proporcionalidade e razoabilidade dos valores pleiteados a título de indenização.
II – DAS PRELIMINARES
A – Ilegitimidade passiva 
	Inicialmente, cumpre salientar a ilegitimidade passiva da empresa WebBrasil Internet Ltda. para figurar no polo passivo da presente ação. Conforme estabelece o artigo 17 do Código Civil Brasileiro, "para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade". Neste sentido, alega-se que a WebBrasil Internet Ltda., enquanto prestadora de serviço de hospedagem de conteúdo na internet, não detém responsabilidade direta sobre o conteúdo postado por terceiros, conforme dispõe o artigo 19 da Lei 12.965/2014 (Marco Civil da Internet), que limita a responsabilidade dos provedores de aplicações de internet aos casos em que, após ordem judicial específica, não tomarem as medidas para, dentro do âmbito e dos limites técnicos do seu serviço, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente. Portanto, a responsabilidade pela violação da privacidade da autora deve ser atribuída aos indivíduos que efetivamente realizaram a divulgação não autorizada do conteúdo, não podendo a empresa ser considerada parte legítima para responder pelos danos alegados.
B - Falha na Citação
	Ademais, destaca-se a existência de falha na citação, elemento essencial para a validade do processo, conforme preconiza o artigo 238 do Código de Processo Civil (CPC), que define citação como o ato pelo qual se convoca o réu a integrar a relação processual. Caso a citação não tenha sido realizada de acordo com as formalidades legais estabelecidas nos artigos 247 e seguintes do CPC, ou seja, não observando os procedimentos específicos para a realização da citação, seja por meio eletrônico, postal, pessoal ou por hora certa, tal fato implica a nulidade do processo desde a sua origem, conforme o artigo 239, parágrafo único, do CPC. Assim, a irregularidade na citação constitui fundamento para alegação de nulidade do processo, demandando sua regularização para que se possa garantir o contraditório e a ampla defesa.
	C - Inépcia da Petição Inicial
	
Por fim, questiona-se a inépcia da petição inicial, com fundamento no artigo 330, inciso I, do CPC:
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
(...)
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
 	A inepta a petição inicial quando lhe faltar pedido ou causa de pedir. No caso em tela, embora a petição inicial descreva a violação de privacidade sofrida pela autora, alega-se que não foram especificados de maneira clara e precisa os fundamentos jurídicos que embasam o pedido de reparação de danos materiais. A ausência de uma causa de pedir bem delineada, que estabeleça de forma inequívoca a relação de causalidade entre a conduta da empresa e os danos alegados pela autora, compromete a compreensão da lide e impede que a empresa exerça plenamente seu direito de defesa, configurando, assim, a inépcia da petição inicial. Tal situação justifica o pedido de extinção do processo sem resolução de mérito, conforme previsto no artigo 485, inciso I, do CPC.
Dessa forma, considerando que a petição inicial deixou de indicar elementos mínimos necessários para a conclusão da controvérsia, tais como demonstrar e fundamentar pedido de Danos Materiais, deve ser imediatamente extinta sem julgamento do mérito, conforme precedentes sobre o tema:
APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. AUTOR ALEGA TER INICIADO CURSO TÉCNICO DE GUIA DE TURISMO, EM 2013, OBJETIVANDO, A PARTIR DE 2014, TRABALHAR DURANTE A COPA DO MUNDO 2014E OLIMPÍADAS DE 2016. ADUZ QUE SOMENTE OBTEVE CERTIFICADO DO CURSO EM 2017, PELO QUE ALEGA TER SOFRIDO DANOS MORAL E MATERIAL, COM FUNDAMENTO NA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. EM DEFESA, O ESTADO RECONHECE A DEMORA NA ENTREGA DO DIPLOMA, MAS SUSTENTA AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS DANOS. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA CONDENANDO O ESTADO NOS SEGUINTES TERMOS: (...)No caso, não existe qualquer prova referente à concreta probabilidade desse êxito ou de efetiva perda de uma chance por parte do autor, de modo que a procedência do pedido importaria em ressarcimento de dano hipotético, o que se rejeita. A expectativa do exercício da atividade de guia turístico não se concretizaria tão só com a obtenção do diploma ou certificado, dependendo de inúmeros outros PRESSUPOSTOS FAVORÁVEIS (qualidades pessoais, qualidades profissionais, disponibilidade de horário, aceitação de carga horária e salário proposto, etc). INEXISTENCIA DE PROVA, AINDA QUE CIRCUNSTANCIAL, DESSES PRESSUPOSTOS. Sentença que se reforma para excluir a condenação por dano material, sendo mantida no mais. 
III – DO MERITO DA CONTESTAÇÃO
III – A) Da Ausência de Responsabilidade do Provedor de Aplicações de Internet por Conteúdos Gerados por Terceiros sem Ordem Judicial Específica
	A defesa reside na aplicação do Art. 19 da Lei 12.965/2014,conhecido como Marco Civil da Internet, que estipula que o provedor de aplicações de Internet só pode ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente.
	Nesse contexto, é imperativo destacar que a responsabilidade do provedor de aplicações, no caso a ré WebBrasil Internet Ltda., não é automática pela simples existência do conteúdo ilícito na plataforma. A lei exige uma ordem judicial específica determinando a remoção do conteúdo para que, somente após o descumprimento dessa ordem, se configure a responsabilidade por eventuais danos causados pela manutenção do conteúdo ilícito.
	A alegação do autor sobre a violação de privacidade e a demanda por indenização baseiam-se na premissa de que a ré agiu com negligência ao não remover o conteúdo após notificação judicial. Contudo, é crucial analisar se a notificação atendeu aos requisitos legais e se houve, de fato, ordem judicial específica e a consequente desobediência por parte da ré. A ausência de uma ordem judicial específica, conforme previsto no Art. 19 do Marco Civil da Internet, desobriga o provedor de aplicações de internet da responsabilidade automática pela remoção do conteúdo.
	Portanto, a defesa da ré é solidificada ao demonstrar que, sem a existência de ordem judicial específica determinando a remoção do conteúdo, não se pode atribuir à ré a responsabilidade pelos danos alegados pela autora. A aplicação direta do Art. 19 do Marco Civil da Internet ao caso em questão evidencia que a responsabilidade do provedor de aplicações de internet por conteúdos gerados por terceiros é condicionada à desobediência de ordem judicial específica para a remoção do conteúdo.
	Conclui-se, portanto, que, diante da ausência de responsabilidade automática do provedor de aplicações de Internet pela simples existência de conteúdo gerado por terceiros em sua plataforma, sem a concretização de ordem judicial específica não atendida, o pedido do autor deve ser julgado improcedente. A legislação brasileira, por meio do Art. 19 do Marco Civil da Internet, estabelece claramente os parâmetros para a responsabilização, não sendo verificada, neste caso, a configuração de tais parâmetros.
III – B) Do Cumprimento de Procedimentos Legais para Remoção de Conteúdos de Natureza Íntima sem Consentimento da Vítima
	O Art. 21 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014) é fundamental para a compreensão da responsabilidade dos provedores de internet no que tange à remoção de conteúdos. Este artigo estabelece que o provedor de aplicações de internet somente poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, dentro do âmbito e dos limites técnicos do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o conteúdo apontado como infringente.
	No contexto apresentado, a defesa do réu, WebBrasil Internet Ltda, deve enfatizar que a empresa cumpriu com todas as obrigações legais previstas no Marco Civil da Internet. É imprescindível demonstrar que, após recebimento de notificação judicial específica, a ré agiu prontamente dentro do prazo legal e dos limites de sua capacidade técnica para tornar o conteúdo indevidamente exposto indisponível.
	A alegação do autor de que houve negligência por parte da ré na remoção do conteúdo ilícito necessita ser confrontada com provas concretas de que a WebBrasil Internet Ltda adotou todas as medidas cabíveis assim que foi oficialmente notificada. É crucial apresentar documentação que comprove o cumprimento da ordem judicial, como registros de ações tomadas pela empresa para a remoção do conteúdo, evidenciando que a responsabilidade pela continuidade da exposição do material não recai sobre a ré.
	Além disso, é importante argumentar que a causalidade direta entre a suposta inação da ré e os danos materiais alegados pela autora não está suficientemente demonstrada. A perda do contrato de assessoria de imprensa e os prejuízos profissionais alegados pela autora necessitam ser diretamente relacionados à ação ou omissão da ré, o que, conforme demonstrado pela defesa, não ocorre devido ao cumprimento das determinações legais por parte da empresa.
	Em conclusão, a defesa da WebBrasil Internet Ltda se apoia firmemente no Art. 21 do Marco Civil da Internet, demonstrando que a empresa agiu em estrita conformidade com as exigências legais após a notificação judicial. Dessa forma, a responsabilidade pelos danos alegados pela autora não pode ser atribuída à ré, uma vez que esta cumpriu com seu dever legal de remover o conteúdo ilícito assim que devidamente notificada. Portanto, o pedido do autor deve ser considerado improcedente, pois a ré demonstrou cabalmente sua conformidade com a legislação aplicável, afastando sua responsabilidade pelos danos alegados.
III – C) DAS PROVAS TRAZIDAS AOS AUTOS 
Narra o Autor que teria sofrido danos materiais com a alegada ofensa (não retirada de conteúdo), ocorre que em momento algum apresenta provas do alegado.
Nos termos do art. 320 do CPC, "a petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação." Portanto, é dever do Autor instruir a inicial com as provas de seus argumentos, o que não ocorre no presente caso, devendo levar à imediata improcedência da ação:
APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÕES INDENIZATÓRIAS. MANTIDA A EXTINÇÃO DO JULGAMENTO DE UM DOS FEITOS, SEM INCURSÃO NO MÉRITO. LITISPENDÊNCIA CONFIGURADA. RECURSO ADESIVO. REQUISITO. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. INOCORRÊNCIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA VERBAL. VERSÕES ANTAGÔNICAS RELATADAS PELOS LITIGANTES. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE NÃO AUTORIZA UM JUÍZO DE CERTEZA ACERCA DO DESENCADEAR DOS FATOS. NÃO COMPROVAÇÃO DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO DO RECONVINTE. DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFIGURADO. (...). A pretensão do apelante é a reforma da sentença de improcedência, pois entende o reconvinte que lhe cabe reparação por dano moral, na medida em que foi agredido de forma verbal pelos reconvindos. Contudo, o conjunto probatório carreado aos autos não permite um juízo de certeza acerca da sequência dos fatos ocorridos no dia 28/04/2017, mostrando-se antagônicas as versões relatadas pelos litigantes e, em consequência, não atendendo o reconvinte o ônus que lhe cabia, nos termos do artigo 373, inciso I, do CPC, impondo-se a manutenção da sentença de improcedência do pedido. Com fulcro no artigo 85, § 11, do CPC, restam majorados os honorários advocatícios devidos aos procuradores da parte adversa. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO ADESIVO NÃO CONHECIDO. APELAÇÃO DESPROVIDA. (TJ-RS; Apelação Cível, Nº 70080932171, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Lusmary Fatima Turelly da Silva, Julgado em: 28-08-2019, 
Portanto, considerando que é dever do Autor, nos termos do art. 320 do CPC, instruir a inicial com os documentos indispensáveis à propositura da ação, requer a total improcedência da ação.
Para demonstrar o direito arguido no presente pedido, o contestante pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:
a) Depoimento pessoal da requerente;
b) Oitiva de testemunhas, a serem arroladas em momento oportuno;
c) Juntada de demais documentos hábeis e comprobatórios;
d) Análise pericial da página e/ou URL.
Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova pericial, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar que o conteúdo fora retirado antes mesmo da propositura da ação, sob pena de grave cerceamento de defesa, como destaca o STJ:
CERCEAMENTO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DA PRODUÇÃO DE PROVA ORAL E COMPLEMENTAÇÃO DE PERÍCIA. Constitui-se cerceamento de defesa o indeferimento da produção de prova oral e prova técnica visando comprovar tese da parte autora, considerando o julgamento de improcedência do pedido relacionado a produção da prova pretendida. (TRT-4 - RO: 00213657920165040401, Data de Julgamento:23/04/2018, 5ª Turma, #23240435)
Para tanto, o contestante pretende instruir o presente com as provas acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.
 
III – D) Do Questionamento sobre a Causalidade dos Danos Materiais e a Necessidade de Comprovação do Nexo Causal Direto e Imediato
	O art. 186 do Código Civil estabelece que "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito". Para que haja a obrigação de indenizar, é imprescindível que se demonstre não apenas o dano, mas também o nexo causal entre a conduta do agente e o prejuízo sofrido pela vítima.
	No caso em questão, a autora alega ter sofrido danos materiais em decorrência da exposição de conteúdos íntimos na internet, responsabilizando a ré, WebBrasil Internet Ltda, pela não remoção do conteúdo após notificação judicial. Contudo, para que se configure a responsabilidade civil da ré, é necessário que se comprove de maneira inequívoca a existência de um nexo causal direto e imediato entre a ação ou omissão da WebBrasil Internet Ltda e os danos alegados pela autora.
	Importante ressaltar que a responsabilidade do provedor de internet por conteúdos postados por terceiros possui contornos específicos, delineados tanto pela legislação quanto pela jurisprudência, que exigem a demonstração de que a empresa tinha conhecimento efetivo do conteúdo ilícito e se omitiu na sua remoção. A mera notificação judicial não é suficiente para configurar tal conhecimento, sendo necessária a comprovação de que a ré teve a oportunidade de agir de acordo com a legislação e, mesmo assim, optou por se omitir.
	Ademais, é fundamental questionar a proporcionalidade dos danos alegados. A perda de um contrato de assessoria de imprensa, embora lamentável, necessita ser diretamente vinculada à ação ou omissão da ré, o que exige uma análise detalhada sobre a causalidade direta entre o prejuízo financeiro específico e a suposta negligência da WebBrasil Internet Ltda.
	Portanto, sem a devida comprovação do nexo causal direto e imediato entre a conduta da ré e os danos alegados pela autora, não se pode imputar à WebBrasil Internet Ltda a responsabilidade pelos prejuízos materiais e morais sofridos. A ausência de tal comprovação é suficiente para que o pedido de indenização seja considerado improcedente, conforme a legislação civil vigente. A defesa se baseia, portanto, na inexistência de nexo causal conforme exigido pelo art. 186 do Código Civil, o que desqualifica as alegações da autora e reforça a posição do réu no presente caso.
III – D) DOS PEDIDOS
	Diante do acima exposto, e dos documentos acostados, é a presente contestação para requerer os seguintes pleitos:
	 A total improcedência dos pedidos formulados pela parte autora, por entender que não há responsabilidade da ré pela violação de privacidade alegada, considerando as medidas de segurança adotadas e a atuação conforme a legislação vigente.
	 A declaração de inexistência de relação causal direta entre a ação ou omissão da ré e os danos materiais e morais alegados pela autora, tendo em vista que a ré adotou todas as medidas de segurança possíveis e agiu dentro do que é estipulado pela legislação vigente.
	 A contestação dos valores pleiteados a título de indenização por danos materiais, por considerá-los desproporcionais e não razoáveis, não encontrando respaldo na realidade dos fatos apresentados.
	 A condenação da parte autora ao pagamento de honorários advocatícios, custas processuais e demais despesas decorrentes da ação, em virtude da improcedência dos pedidos formulados.
	 A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente a documental, testemunhal, pericial e a inspeção judicial, para comprovação da inexistência de responsabilidade da ré pelos fatos alegados pela autora e para demonstração da adoção de todas as medidas de segurança cabíveis pela ré.
	
Estes pleitos estão fundamentados na argumentação apresentada, que busca demonstrar a inexistência de responsabilidade da ré pelos danos alegados pela autora, bem como na necessidade de se observar os princípios da proporcionalidade e razoabilidade na apuração de eventuais indenizações.
Termos em que, 
pede e espera deferimento. 
SÃO PAULO, xx de xxx de xxxx. 
________________________ 
 Advogado – OAB – XXX
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA – FADAF
PRATICA JURÍDICA SIMULADA I
ALUNO: GUSTAVO CHAGAS DE CASTRO
PROFº: FERNANDO FERRO
PETIÇÃO 06
CONTESTAÇÃO - COM RASCUNHO
ALTA FLORESTA 
MT

Outros materiais