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Doencas Cerebrovasculares

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Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Doenças cerebrovasculares 
➛ Segunda causa mais comum de óbito por doença vascular 
no mundo (primeira: IAM) 
➛ Acidentes vasculares cerebrais (AVCs) ou encefálicos 
(AVEs) 
➛ Artéria cerebral média -> é a mais acometida 
➛ Dois tipos: 
 ✓ AVEs Isquêmicos -> uma obstrução no vaso sanguíneo, 
geralmente causada por um coágulo, interrompe o fluxo de 
sangue - trombos, embolias, situações de hipóxia 
 ✓ AVEs hemorrágicos -> o vaso sanguíneo se rompe e o 
sangue extravasa, o que aumenta a pressão na região e 
dificulta a chegada de sangue aos neurônios - hemorragia 
encefálica (ruptura de aneurisma), hemorragia subaracnoide 
Fator de risco - AVC isquêmico: 
➛ Idade avançada 
➛ História familiar de AVE 
➛ Hipertensão, tabagismo, DM 
➛ Fibrilação atrial 
➛ Estenose da artéria carótida 
➛ Doença falciforme 
➛ Dislipidemias 
Fator de risco - AVC hemorrágico: 
➛ Idade avançada 
➛ Sexo masculino 
➛ Etnia 
➛ História familiar de AVE 
➛ Hemofilia 
➛ Angiopatia amiloide cerebral 
➛ DM, tabagismo, hipertensão 
➛ Anticoagulantes 
Manifestações clínicas: 
➛ Independentemente do tipo de AVE, a localização da 
lesão determina o déficit neurológico focal específico 
➛ Artéria cerebral anterior: paralisia e perda de sensibilidade 
de membros inferiores, incontinência urinária 
➛ Artéria cerebral média: paralisia e perda de sensibilidade de 
membros superiores e face, síndrome de negligência 
(paciente deixa de perceber um lado do corpo), alterações 
de linguagem 
 ✓ Área de broca: dificuldade de fala 
 ✓ Área de Wenicke: dificuldade de compreensão 
Doencas cerebrovasculares
Acidente Vascular Encefálico:
Diabetes e Hipertensão favorecem lesão 
endotelial que provoca uma lesão macrovacular 
(aterosclerose) em que há inflamação da parede 
arterial, com hipertrofia e hiperplasia, levando ao 
espessamento vascular favorecendo eventos 
trombóticos
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Fisiopatogenia: 
➛ Trombose e tromboembolia -> infartos encefálicos 
 ✓ Infarto hemorrágico por obstrução venosa - trombose 
venosa em veias superficiais / seios da dura-máter 
➛ Aterosclerose (diabetes + HAS): artéria cerebral média 
(trombose), carótida interna (embolia) -> infarto 
➛ Trombos de origem cardíaca: fibrilação atrial, endocardite 
-> tromboembolismo -> infarto 
➛ Arterioloesclerose hialina (diabetes + HAS): redução da luz 
de vasos -> isquemia -> infartos lacunares 
 ✓ Principais locais: núcleo da base e mesencéfalo 
➛ Encefalopatia hipóxico isquêmica: isquemia cerebral local 
 ✓ Hipotensão arterial grave (choque), parada cardíaca, 
cirurgias cardíacas, hipóxia neonatal, aumento extremo da PIC 
Morfologia macroscópica: 
➛ Primeiras 6h: aparência inalterada (RM pode perceber 
alterações precoces) 
➛ Próximas 48h: palidez (infarto branco), amolecimento e 
edema (aumento de volume); limite córtico/medular e entre o 
tecido morto e residual indistinto 
AVE Isquêmico:
Complicações agudas do ave 
isquêmico: 
➛ Infarto -> morte celular -> inflamação 
➛ Lesão da BHE -> edema vasogênico + edema 
celular 
➛ Efeito de massa: herniações 
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
➛ De 2 a 10 dias: parênquima gelatinoso (aparecimento de 
necrose liquefativa), friável; limite com parênquima residual 
aparente 
➛ De 10 dias a 3 semanas: parênquima infartado liquefeito 
(necrose liquefativa), expandindo até sua reabsorção; 
cavitação parenquimatosa, presença de cicatriz glial na área 
de infarto, atrofia do parênquima (hidrocefalia ex vácuo) 
Morfologia microscópica: 
➛ Após 12h: necrose neuronal (neurônios vermelhos 
necróticos) e edema (vasogênico e citotóxico), degeneração 
hidrópica da glia, degeneração da 
mielina 
➛ De 12 a 48h: recrutamento de 
neutrófilos, ativação de macrófagos e 
micróglia (células grânulo-gordurosas 
(predominam durante 3 semanas 
seguintes) 
➛ Após 1 semana: astrócitos reativos 
ou gemistocísticos (gliose), 
concomitante à ação microglial/
macrofágica 
➛ Após meses de evolução: 
deposição fibrilar ao redor da área 
reabsorvida, fibrose perivascular 
 ✓ Ocupação por LCR da área 
desprovida de parênquima 
Princípios terapêuticos associados a 
fisiopatogenia: 
➛ Área isquêmica central x Zona de penumbra 
 ✓ Área isquêmica central: região que só recebe irrigação 
da artéria obstruída 
 ✓ Zona de penumbra: ao redor da área isquêmica central, 
são neurônios que estão começando a ter problemas e 
apresentam poucas horas de vida após esse evento, 
mas ainda são viáveis se forem reperfundidos 
➛ Trombólise: até 4,5h do início dos sintomas - RTPA 
(ativador do plasminogenio tecidual recombinante) -> se não 
efetivo: angioplastia 
 
➛ Prevenção: AAS 
➛ Risco além desse tempo: 
conversão hemorrágica do infarto 
devido lesão tecidual, inclusive 
endotelial 
➛ Suspeita de AVE hemorrágico, 
histórico de traumas encefálicos - 
outras hemorragias -> não realizar 
RTPA 
➛ Dois tipos: 
 ✓ Hemorragia intracerebral - vaso do parênquima rompe e 
sangra 
 ✓ Hemorragia subaracnoide - ruptura de um vaso 
subaracnoide 
AVE Hemoágico:
Há o uso de terapia trombolítica para 
romper o trombo e liberar o fluxo 
sanguíneo do vaso, favorecendo a 
reperfusão tecidual. Não é aconselhado 
fazer uso da terapia trombolítica após 4,5h 
do início dos sintomas pois tem grandes 
riscos de hemorragia por reperfusão - essa 
área de infarto é uma região restrita em 
que há inflamação e reparo tecidual (gliose)
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
➛ Letalidade maior pois o aumento da PIC é muito mais 
rápido 
➛ A coleção intracraniana de 
sangue extravasado leva ao 
aumento da PIC e compressão 
de estruturas adjacentes - morte 
do tecido adjacente e/ou 
herniações 
➛ Muito relacionados com a 
hipertensão e aos 
microaneurismas e aneurisma 
sacular 
Hemorragias e hematomas lobares: 
➛ Sangramentos associados à hipertensão: 
 ✓ Arteriolosclerose hialina e Angiopatia amiloide cerebral - 
fragilidade vascular -> rupturas 
 - Arterioloesclerose hialina: parede do vaso fica fragilizada 
e rompe, causando hemorragia 
 ✓ Microaneurismas ou Aneurismas de Charcot- Bouchard - 
rupturas 
 - Aneurismas pequenos que fragilizam a parede das 
artérias, levando a ruptura e hemorragia 
➛ Outros fatores: distúrbios de coagulação; neoplasias; 
malformações vasculares; vasculites; aneurismas 
➛ Manifestações dependem de localização (gânglios da base, 
tálamo, ponte e cerebelo) e intensidade do sangramento 
Hemorragias subaracnóides: 
➛ Sangramentos no espaço subaracnoide mais 
frequentemente relacionados com a ruptura de aneurismas 
saculares localizados no 
Círculo de Willis (ocorre 
principalmente em 
eventos de hipertensão) 
➛ Rupturas 
espontâneas ou traumas 
➛ Cefaleia súbita e 
intensa: “Cefaleia em 
Trovoada” - a pior dor 
de cabeça da vida do 
paciente 
 ✓ Associada a perda 
de consciência, vômito 
em jato e sinais meníngeos (irritação meníngea) 
➛ Complicações: vasoespasmo (isquemias), obstrução da 
drenagem do líquor, fibrose das meninges 
Malformações arteriovenosas: 
➛ Causa não frequente de hemorragias intracranianas 
(principalmente hemorragia subaracnoide) 
➛ Pode ser genética 
➛ Comunicação entre artérias e veias no lugar do leito 
capilar 
➛ Veias não suportam a pressão maior e são mais 
suscetíveis ao rompimento, causando hemorragia 
Camila Mariana Castro de Oliveira 
Medicina Nove de Julho
Princípios terapêuticos associados a 
fisiopatogenia: 
➛ Correção cirúrgica da lesão vascular (quando possível) 
➛ Controle da PIC (aspiração do sangue, craniotomia, 
medicamentos) 
➛ Não usar agentes trombolíticos - favorece a hemorragia, 
complicando ainda mais o quadro do paciente 
Hemorragias epidurais (extradural) e 
subdurais: 
➛ São traumáticas em sua maioria 
➛ Hematoma extradural/epidural: coleção de sangue comformato biconvexo aos exames de imagem 
 ✓ Trauma mais intenso - arma de fogo, automobilístico e 
acidentes domésticos 
 ✓ Ruptura de artérias externas a dura-máter (rompimento 
da artéria meningea média) 
 ✓ Entre a calota craniana e a dura-máter 
 
➛ Hematoma subdural: coleção de sangue com formato 
côncavo-convexo aos exames de imagem 
 ✓ Mais presentes em crianças e idosos (agressão - queda) 
 ✓ Ruptura das veias de drenagem que comunicam com o 
seios da dura-máter 
 ✓ Entre a dura-máter e a aracnóide 
Outras hemoagias intracranianas:

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