Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 1 Sumário Sistema Nervoso Central --------------------------------- --- --- --- --- --- --- ---- --- --- --- - 2 Doenças Cerebrovasculares -------------------------------------------------------------------------------------------------- 4 Hemorragia Intracraniana ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 9 Doença Cerebrovascular Hipertensiva ----------------------------------------------------------------------------------- 12 Edema Cerebral ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 Hidrocefalia ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 15 Hipertensão Intracraniana --------------------------------------------------------------------------------------------------- 16 TCE -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18 Lesões Parenquimatosas ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 Lesões Vasculares Traumáticas ------------------------------------------------------------------------------------------- 23 Traumatismo Raquimedular ------------------------------------------------------------------------------------------------- 26 Meningites ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 27 Abcessos Cerebrais ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32 Neoplasias Cerebrais --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 36 Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 2 Sistema Nervoso Central Patologia do Sistema Nervoso Central ❖ O tecido nervoso é distribuído por todo o organismo, formando uma rede. ❖ Divisão do sistema nervoso: • SNC: encéfalo + sistema fotorreceptor + medula espinhal. • SNP: nervos + gânglios nervosos. ❖ O estímulo é captado e direcionado até o SNC por meio dos neurônios receptores. ❖ No SNC, esse estímulo é interpretado. Posteriormente, o estímulo é transmitido pelo SNP para que a ação seja realizada. Telencéfalo: Irrigação: ❖ Principais artérias: • Artéria Cerebral Anterior: irriga parte do córtex motor e sensitivo; alterações → causam paralisia e diminuição da sensibilidade do MI do lado oposto do corpo. • Artéria Cerebral Média: mais importante; irriga a maior parte do córtex motor e sensitivo, áreas de brocar e Wernicke; alterações → paralisia, diminuição da sensibilidade do lado oposto do corpo (exceto MI), distúrbios de linguagem e pode ser fatal. • Artéria Cerebral Posterior: irriga o córtex visual; alterações → perda parcial ou total da visão. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 3 Meninges: Células do SNC: ➔ NEURÔNIOS: ❖ Funções: sensitiva, motora, autônoma etc. • Responsáveis pela recepção, transmissão e processamento dos estímulos → neurotransmissores. ❖ Não possuem capacidade mitótica → lesões podem gerar sequelas graves e permanentes, causando déficits neurológicos irreversíveis. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 4 ❖ Células progenitoras neurais: semelhantes às células tronco pluripotentes – potencial mitótico limitado. ❖ 3 partes: dendritos, corpo celular e axônio. ❖ Os corpos celulares localizam somente na substância cinzenta (córtex). ➔ CÉLULAS DA GLIA: ❖ Relacionam-se aos neurônios. ❖ Funções: • Astrócitos: reparo e cicatrização; conexão entre o neurônio e o capilar sanguíneo. • Oligodendrócitos: produzem as bainhas de mielina. • Células ependimárias: são células epiteliais que revestem os ventrículos do cérebro, formando uma barreira entre o encéfalo e o líquor. • Micróglia: sistema mononuclear fagocitário do SNC; quando ativadas, assumem a forma de macrófagos e de células apresentadoras de antígenos. Distúrbios Circulatórios do SNC ❖ Uma das principais causas de morbimortalidade no mundo. ❖ Segunda causa de morte mais prevalente no Brasil. ❖ Maior incidência com o avançar da idade. ❖ ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ou ENCEFÁLICO = termos clínicos para déficits neurológicos de início agudo, resultantes das lesões vasculares obstrutivas ou hemorrágicas. ❖ Doença cerebrovascular: qualquer anormalidade do encéfalo causada por alterações vasculares. Doenças Cerebrovasculares: ❖ Conceito: lesões encefálicas em consequência de fluxo sanguíneo alterado (isquemia ou hemorragia). Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 5 ❖ Fatores de risco: HAS, tabagismo, DM, dieta inadequada, hipercolesterolemia, obesidade, sedentarismo, uso abusivo de álcool e estresse crônico. ❖ Predomínio em homens, negros, acima de 60 anos. ❖ Hipóxia, isquemia e infarto: redução do fluxo sanguíneo e O2 > lesão. • Embolia e trombose. ❖ Hemorragia: ruptura de vasos do SNC > lesão. • Hipertensão e anomalias vasculares (MAV e aneurismas). Metabolismo do SNC: ❖ Praticamente aeróbio; o O2 é um limitante da função encefálica. ❖ Requer 20% de todo o DC. Além disso, consome cerca de 15% do O2 circulante em repouso. ❖ O fluxo sanguíneo cerebral se mantém constante mesmo com alterações da PA e da PIC (pressão intracraniana) → autorregulação da resistência vascular. ❖ Alterações na oferta de O2 podem gerar isquemia e/ou hemorragias. Mecanismos de Privação do Oxigênio: HIPÓXIA FUNCIONAL: ❖ Baixa pressão parcial do O2 dentro dos vasos encefálicos. ❖ Comprometimento do carreamento de oxigênio pelo sangue. ❖ Interrupção do uso de oxigênio. ISQUEMIA: ❖ Interrupção transitória ou permanente do fluxo sanguíneo normal. ❖ Transitória: redução na pressão de perfusão, causada, por exemplo, por hipotensão. ❖ Permanente: obstrução. Variáveis na Sobrevivência do Tecido Nervoso Frente à Isquemia: • Disponibilidade de circulação colateral. • Tempo de isquemia. • Grau da isquemia. • Tempo de instalação do evento (agudo ou crônico). • Idade. • Esses fatores determinam o tamanho da lesão que, em conjunto com o local acometido, determinam o déficit clínico. Isquemia: ➔ ISQUEMIA GLOBAL: ❖ Acomete todo o encéfalo = ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA. ❖ Redução de toda a perfusão. ❖ Causas: parada cardiorrespiratória, choque → hipotensão severa. ➔ REGIONAL: ❖ Localizada/focal = INFARTO CEREBRAL. ❖ Causas: trombose, embolia, aterosclerose, vasculites, etc... Isquemia Cerebral Global: ❖ ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA (EHI). ❖ Redução generalizada do FSC. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 6 ❖ Casos leves: estado confusional transitório, seguido de recuperação completa da consciência, sem danos irreversíveis. ❖ Casos graves: morte neuronal; pode levar a óbito; caso sobreviva, o paciente pode ter deficiência neurológica severa; coma profundo; morte cerebral/encefálica. Morfologia: ❖ Cérebro muito tumefeito por conta do edema → alargamento dos giros cerebrais e estreitamento dos sulcos. ❖ Pobre distinção entre as substâncias branca e cinzenta, devido ao edema. ❖ Necrose pseudolaminar: após algumas semanas. ❖ MICROSCOPIA: • 12-24hrs = precoce: isquemia neuronal (neurônios vermelhos/eosinofílico) – também chamada de necrose neuronal seletiva, pois somente essas células sofrem necrose; inicialmente; neutrófilos. • 24h-2 semanas = subaguda: necrose tecidual (outras células passam a sofrer danos); influxo de macrófago; proliferação vascular e gliose (reparação do SNC). • > 2 semanas = reparo: remoção da necrose pelas células inflamatórias; gliose mais evidente em substituição à área perdida = fibrose do SNC, feitapelos astrócitos (aumentam suas ramificações, dando aspecto de uma malha fibrilar). Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 7 Isquemia Cerebral Focal: ❖ INFARTO CEREBRAL. ❖ Resultante da redução ou da interrupção do fluxo sanguíneo cerebral. ❖ Causa: oclusão vascular (trombose, embolia); hipotensão arterial severa; vasoespasmos; arterites, etc... ❖ Consequência: necrose (infarto) – depende da duração e da adequação do fluxo colateral advindo do polígono de Willis. Causas Principais: ➔ TROMBOEMBOLIA: ❖ Deslocamento de trombos murais cardíacos ou de aterosclerose de carótidas, até vasos do SNC. ❖ Local mais afetado: território da Artéria Cerebral Média → isso porque essa artéria é uma “extensão da artéria carótida interna”. ➔ EMBOLIAS: ❖ Gasosa, gordurosa e neoplásica. ❖ Embolo séptico → aneurisma micótico. ❖ Gera uma infecção e enfraquecimento da parede, levando ao rompimento e, consequentemente, à hemorragia intracerebral. ➔ ATEROSCLEROSE: ❖ Doença vascular mais frequente no SNC. ❖ Fatores de risco: HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, obesidade, etc... ❖ Locais preferenciais: bifurcação das carótidas, artéria cerebral média, artéria basilar e artérias vertebrais. ❖ PATOGÊNESE: • Mecanismos locais: a placa cresce na luz do vaso e pode sofrer complicações (fissuras ou erosões, por exemplo), predispondo a hemorragias no interior do vaso ou à trombose sobreposta → aumento da obstrução → infarto cerebral. • Mecanismos sistêmicos: redução da perfusão cerebral (hipotensão, IC, hipovolemia) + artéria já parcialmente obstruída → perda da autorregulação da resistência vascular → diminuição do fluxo → infarto cerebral. Outra causa são as placas ateromatosas extracranianas, uma vez que os êmbolos podem se desprender e se alojar em artérias cerebrais → infarto cerebral. INFARTO HEMORRÁGICO (VERMELHO): ❖ Causas: embolia arterial ou trombose venosa. • Lesão de perfusão em área de isquemia prévia. • Irrigação por colaterais. • Após dissolução ou fragmentação do êmbolo. ❖ Morfologia: extravasamento e reabsorção de sangue. INFARTOS NÃO-HEMORRÁGICOS (BRANCO): ❖ Tipo mais comum. ❖ Causas: trombose arterial, vasoespasmos e hipotensão arterial. ❖ MICROSCOPIA: • 12hrs: alteração neuronal isquêmica = neurônios vermelhos (picnose nuclear e citoplasma eosinofílico); edema. • 48hrs: chegada de neutrófilos, macrófagos (citoplasma espumoso → fagocitam o tecido). • 2-3 semanas: astrócitos reacionais começam o processo de reparo → início da gliose. • Após meses: cavidade delimitada por gliose. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 8 ❖ MACROSCOPIA: • 48hrs: cérebro pálido, macio e edemaciado; borramento dos limites entre substância cinzenta e branca. • 2-10 dias: tecido gelatinoso (por conta da chegada dos neutrófilos); friável. • > 10 dias: liquefação com cavitação. Imagem 1: infarto branco recente → barramento da substância branca e cinzenta. Imagem 2: infarto branco antigo → cavitação bem delimitada e necrose. Infarto hemorrágico – inundação da região cortical e subcortical do lobo parietal. . Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 9 ❖ 12 hrs – área de neurônios vermelhos (picnose nuclear). ❖ 48hrs – macrófagos = células granulo-adiposas. ❖ 2-3 semanas – início da proliferação de astrócitos = gliose; astrócitos aumentados = astrócito gemistrocíticos; malha fibrilar = prolongamentos dos atrócitos. Tomografia: ❖ Esquerda: infarto branco = área mais escura. ❖ Direita: infarto vermelho. Área brilhante: sangue. Clínica: ❖ Déficit de acordo com o território acometido. ❖ Sintomas: surgem rapidamente e podem piorar ou melhorar ao longo do tempo. ❖ Deslocamento/dissolução espontânea do tromboembolo. ❖ TRATAMENTO: • Uso de fibrinolíticos e anticoagulantes em infartos branco/AVC isquêmico. Esses medicamentos não podem ser utilizados em caso de AVC hemorrágico. • Esse tratamento possui risco de transformar o AVC isquêmico em hemorrágico. ❖ Zona de penumbra = ao redor da área isquêmica; aporte sanguíneo reduzido. Hemorragia Intracraniana: ❖ Podem acometer qualquer local do SNC. ❖ AVC hemorrágico. ❖ Dentro do encéfalo: hemorragia intraparenquimatosa ❖ Externo ao encéfalo: mais associadas ao traumatismo cranioencafálico (TCE). • Hemorragia subaracnoide pode ser espontânea ou relacionada ao trauma. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 10 Hemorragia Intraparenquimatosa: ❖ Ocorre uma ruptura de pequenos vasos dentro do parênquima. ❖ Alta morbimortalidade; afeta indivíduos mais velhos, principalmente negros e acima de 50 anos. ❖ Causa principal: HAS. • Responsável por 50% dos casos de hemorragia intraparenquimatosa. • Causa lesão em pequenas artérias = arteriolosclerose → as paredes ficam mais finas e sujeitas à ruptura. • Microaneurismas de Charcot-Bouchard: surgem por conta da HAS crônica; podem ser alvos de sangramentos em picos hipertensivos. Localização: ❖ Principalmente na região do tálamo e nos núcleos da base. ❖ Rompimento das artérias lentículo-estriadas – ramos das artérias cerebrais média e anterior. ❖ Forma um hematoma que pode deslocar a linha média para o lado contralateral = DESVIO DA LINHA MÉDIA. Morfologia: Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 11 ❖ Extravasamento de sangue intraparenquimatoso. ❖ Hematoma. ❖ Deslocamento da linha média. ❖ Imagem 2: a hemorragia penetrou o terceiro ventrículo. Clínica, evolução e prognóstico: ❖ Evolução e prognóstico dependem do local e da extensão do sangramento. ❖ Sangramentos pequenos → sintomas neurológicos transitórios. ❖ Sangramentos extensos → cefaleia, crise convulsiva, alteração visual e da fala, queda do nível de consciência, podendo evoluir para coma e óbito. • Hemorragia maciça: hipertensão intracraniana → hérnias cerebrais → compressão do tronco encefálico → coma → óbito. Hemorragia Subaracnoide: ❖ Entre as camadas meníngeas aracnoide e pia-máter. ❖ Causas: ruptura de aneurisma sacular de artérias cerebrais. • 80% dos casos. • Tipo mais comum de aneurisma intracraniano. • Mais comum em mulheres (3:2). Raro em crianças. • Os sintomas, normalmente, aparecem acima da quinta década de vida – maior risco de ruptura. • Os aneurismas desenvolvidos a longo do tempo (congênitos) são os mais comuns. Formam-se em razão de defeitos estruturais da parede dos vasos e pode estar relacionado a fatores genéticos. • Fatores predisponentes do aneurisma adquirido: tabagismo e HAS. ❖ Outras causas: mal formação arteriovenosa (MAV) – ocorre quando as artérias e as veias se comunicam diretamente sem a interposição da rede de capilares; pode ser secundária à hemorragia intraparenquimatosa; distúrbios hematológicos; neoplásicas; uso de trombolíticos; ❖ Localização: artérias do Polígono de Willis. Morfologia: ❖ Evaginação da parede arterial por conta de seu enfraquecimento. ❖ Dilatação da luz do vaso. ❖ Pequeno – quanto maior o aneurisma sacular, maior o risco de ruptura. ❖ Coloração avermelhada. ❖ Aos poucos, a hemorragia vai ocupando o local do líquor, atingindo os sulcos cerebrais. Patogênese: ❖ A maioria é assintomática ao longo da vida, até que haja uma ruptura súbita → aneurisma saculares. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 12 ❖ Causas do rompimento: tamanho, aumento agudo da PIC (pode elevar-se durante a evacuação, pratica de exercícios físicos ou durante a prática sexual, por exemplo) ou estado hipertensivo. ❖ A hemorragia toma o espaço onde era para estar o líquor (espaço subaracnoide). Clínica: ❖ Cefaleia súbita e excruciante (“pior dor de cabeça da vida”). ❖ Perda de consciência. ❖ Náusea, vômito e sinais de irritação meníngea. ❖ 25-50% dos pacientes vão à óbito com a primeira ruptura. ❖ Tratamento:cirurgia aberta ou endovascular. ❖ Consequências: • Fase aguda: lesão isquêmica → ocorrência de vasoespasmos em decorrência do sangue extravasado (etiologia não muito conhecida – pode estar relacionada ao aumento da permeabilidade vascular na área de hemorragia e consequente passagem de substâncias vasoconstritoras para a circulação, como endotelinas, NO e tromboxano A2). Isso predispõe à isquemia cerebral. • Fase tardia: fibrose meníngea → obstrução do fluxo do líquor (LCR) → o LCR pode se acumular e levar à hidrocefalia. Doença Cerebrovascular Hipertensiva: ❖ Efeitos da HAS no encéfalo: • Hemorragia intraparenquimatosa. • Infartos lacunares. • Encefalopatia hipertensiva. Infartos Lacunares: ❖ A HAS compromete as artérias cerebrais, principalmente as artérias lentículo-estriadas e as artérias pontinas perfurantes, que nutrem os núcleos da base, substância branca e tronco encefálico. ❖ Esses vasos podem sofrer oclusão e formar áreas de infarto cavitário = lacunar; menos de 15mm de largura. ❖ Clínica: depende do local do SNC que é afetado; pode ser silencioso ou apresentar graves prejuízos. Morfologia: ❖ Lipo-hialinose: tipo de arteriolosclerose. Deposição de proteínas plasmáticas, como fibrina, na parede do vaso. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 13 Encefalopatia Hipertensiva: ➔ AGUDA: ❖ Aumento rápido e grave da pressão arterial, causando disfunção cerebral difusa (cefaleia, diminuição do nível de consciência, vômitos, convulsões e até mesmo levar ao coma). ❖ Pode cursar com hemorragia cerebral intraparenquimatosa. ❖ Tratamento: reduzir a hipertensão intracraniana. ➔ CRÔNICA: ❖ Consequência de múltiplos infartos cerebrais. ❖ Demência vascular: • Clínica: demência, alterações da marcha, etc... • Relacionada à arteriosclerose cerebral, trombose vascular ou embolização. ❖ Doença de Biswanger: ocorre quando os infartos envolvem grandes áreas de substância branca subcortical com perda axonal e de mielina. • Diagnóstico diferencial de outras demências. Sistema Nervoso Central Edema Cerebral ❖ Acúmulo anormal de líquido no parênquima cerebral. ❖ Pode ser localizado ou difuso. ❖ Aumento do volume encefálico. Mecanismo de formação: 1. EDEMA INTESTICIAL OU HIDROCEFÁLICO: ocorre devido a uma obstrução da circulação liquórica nos ventrículos. • Ocorre aumento da pressão intraventricular → esse líquor pode extravasar do ventrículo para a substância branca → edema. 2. EDEMA HIPOSMÓTICO: ocorre em situações em que há diminuição da pressão osmótica → diminuição da osmolariade do plasma. 3. EDEMA CITOTÓXICO OU CELULAR: causado por eventos isquêmicos. 4. EDEMA VASOGÊNICO: causado por aumento da permeabilidade dos capilares cerebrais. • Pode estar relacionado à isquemia. Obs.: na maioria dos casos, a causa do edema pode estar relacionada a mais de um evento simultâneo. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 14 Edema Vasogênico: ❖ Edema extracelular. ❖ É o mais comum. ❖ O problema está na permeabilidade da barreira hematoencefálica. ❖ MECANISMO DE FORMAÇÃO: lesão da barreira hematoencefálica = da parede dos pequenos vasos cerebrais. • O líquor do espaço vascular passa para o espaço extracelular. • O encéfalo é pobre em vasos linfáticos, o que dificulta a drenagem. Por essa razão, o líquido passa a acumular, gerando o edema. ❖ CAUSAS: hemorragias cerebrais, infarto cerebral, encefalopatia hipertensiva, neoplasias, TCE, convulsões. ❖ Localizado – ex.: adjacente ao local de inflamação, hemorragia ou neoplasias. ❖ Generalizado – ex.: em casos de isquemia cerebral global, encefalopatia hipertensiva, etc.... Patogênese: 1. Lesão endotelial. 2. Aumento da permeabilidade capilar. 3. Extravasamento de líquido para o espaço intracelular. Edema Citotóxico: ❖ Edema intracelular. ❖ Aumento do fluido intracelular. ❖ Ocorre agressão à membrana celular dos neurônios, células da glia ou células edoteliais. ❖ Relacionado aos fenômenos hipóxicos-isquêmicos ou intoxicações. ❖ Localizado – ex.: isquemia regional. ❖ Generalizado – ex.: EHI; encefalopatia hepática; metabolitos tóxicos. Patogênese: 1. Redução da oferta de O2, por isquemia. 2. Redução na produção de ATP, pois há queda do metabolismo aeróbico. 3. Dificuldade no transporte de íons, como o sódio, que passa a se acumular no meio intracelular. 4. Aumento da entrada de água para o interior das células. ❖ Os astrócitos possuem prolongamentos que se apoiam nos vasos sanguíneos (pés vasculares). ❖ Nos pés vasculares, existe grande quantidade de uma proteína denominada AQUAPORINA = proteína transportadora de água. ❖ Nos Edema Vasogênico e no Edema Celular, há aumento da expressão de aquaporina → aumento do transporte de água para o espaço extravascular → piora do edema. ❖ No edema celular, há aumento da pressão intracraniana → cursa com diminuição da pressão de perfusão cerebral e com hérnias cerebrais. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 15 Morfologia: ❖ Giros ampliados, sulcos estreitos, encéfalo mais volumoso e pesado. ❖ As câmaras ventriculares podem estar: • Estreitadas → edema do parênquima – edema citotóxico e vasogênico (imagem da esquerda). • Alargadas → edema hidrocefálico – causado por obstrução no sistema ventricular (imagem da direita). Hidrocefalia ❖ Acúmulo excessivo do líquor no sistema ventricular. ❖ Aumento da pressão. ❖ Causas: comprometimento do fluxo do sistema ventricular; problemas na reabsorção; aumento da produção (mais rara; normalmente associada a tumores do plexo coroide). Clínica: ➔ CONGÊNITA OU NA INFÂNCIA (ANTES DO FECHAMENTO DAS SUTURAS CRANIANAS): ❖ Expansão dos ventrículos → expansão do espaço subaracnoide → afastamento dos ossos do crânio, pois as suturas não estão fechadas → alargamento das fontanelas → aumento da cabeça e do perímetro encefálico (isso serve como um mecanismo de compensação, aliviando a HIC) → hipertensão intracraniana mais leve. ❖ Não apresenta isquemia do tecido. ➔ QUANDO SURGE APÓS O FECHAMENTO DAS SUTURAS: ❖ Expansão ventricular → não há aumento do perímetro encefálico → HIC mais acentuada. ❖ Compressão acentuada do parênquima → isquemia do tecido nervoso. Classificação – Relacionada à Anatomia: ➔ HIDROCEFALIA COMUNICANTE: ❖ O sistema ventricular se comunica com o espaço subaracnóide e há aumento de todo o sistema ventricular; ❖ Ex: por redução da reabsorção liquórica na fibrose das leptomeninges ou sequelas da meningite. ➔ HIDROCEFALIA NÃO COMUNICANTE OU OBSTRUTIVA: ❖ Obstrução do sistema ventricular. ❖ Sem comunicação. ❖ Dilatação do sistema ventricular. ❖ Ex.: neoplasias, cisticercose cerebral, hemorragia ventricular... LÍQUOR: ❖ O LCR é produzido no plexo coroide no interior dos ventrículos laterais e quarto ventrículo. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 16 ➔ HIDROCEFALIA EX-VÁCUO: ❖ Atrofia do encéfalo. ❖ O parênquima passa a ocupar menos espaço → dilatação ventricular e alargamento do espaço subaracnóide em consequencia do encolhimento do parênquima. ❖ Ex.: infarto cerebral, doenças neurodegenerativas... Hipertensão Intracraniana (HIC) Patogênese: ❖ Lesão expansiva no interior da caixa craniana, como neoplasias, abcessos, hematomas, hidrocefalia e edema. ❖ O encéfalo tenta compensar e se adaptar = “Compensação espacial do encéfalo”. 1. Redução do espaço liquórico intraventricular e subaracnóideo. 2. Redução do compartimento intravascular (venoso, pois esses vasos se colabam com maior facilidade). ❖ Como o parênquima não pode ser diminuido, o corpo compensa essas lesões diminuindo as cavidades onde o líquido circula. ❖ Esses efeitos, minimizam por pouco tempo o aumento da pressão intracraniana. ❖ Caso as causas das lesões não sejam tratadas, esse mecanismo de compensação torna-se ineficaz→ HIC. ❖ Pressão liquórica média ultrapassa 15mmHg. Consequências: ❖ Redução da pressão de perfusão cerebral (PPC) = dificuldade de o sangue penetrar e circular livremente → ENCEFALOPATIA HIPÓXICO-ISQUÊMICA. ❖ Hérnias cerebrais: deslocamento de partes do encéfalo de um compartimento para outro (maior pressão → menor pressão). ➔ HÉRNIAS DO GIRO DO CÍNGULO/SUBFALCINA/SUPRACALOSA: ❖ Ocorre abaixo da foice do cérebro para o lado contralateral. ❖ Pode comprimir a A. cerebral anterior e seus ramos – irriga parte do córtex motor primário e do sensitivo primário → déficit motor e sensitivo dos MMII. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 17 ➔ HÉRNIA DO GIRO PARA-HIPOCAMPAL/TRANSTENTORIAL/UNCUS: ❖ Deslocamento do uncus ou de todo o giro para-hipocampal para o compartimento infratentorial. ❖ Consequências: ❖ Se afetar o III nervo craniano (oculomotor) → midríase e oftalmoplegia ipsilaterais (paralisia de alguns músculos do olho). ❖ Se comprimir a artéria cerebral posterior → isquemia do córtex visual. ❖ Se comprimir o mesencéfalo → deterioração do nível de consciência. ❖ Se comprimir o pedúnculo cerebral contralateral (entalhe de Kernohan) → hemiparesia/hemiplegia ipsilateral (“sinal de falsa localização”). ❖ A progressão pode cursar com lesões hemorrágicas no mesencéfalo e na ponte → hemorragias de Duret. ➔ HÉRNIA DAS TONSILAS CEREBELARES (HÉRNIA TONSILAR): ❖ Descolamento das tonsilas cerebelares através do forame magno. ❖ Pode haver compressão do tronco encefálico – compressão dos centros respiratórios, cardíacos e do bulbo → risco de morte. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 18 Clínica: ❖ Manifestações clínicas do tipo de hérnia específica. ❖ Sintomas gerais: • Cefaleia → em razão do estiramento da dura-máter e das paredes de grandes artérias que contêm receptores de dor. • Vômitos → compressão de estruturas do quarto ventrículo. • Papiledema: tumefação do disco óptico → diminuição da acuidade visual. Diagnóstico: ❖ Exame neurológico, de imagem e fundo de olho (detecta o papiledema = disco óptico meio apagado em razão da HIC). Traumatismo Crânioencefálico (TCE) ❖ Representa 1/3 das mortes por trauma. ❖ Pacientes que sobrevivem ao TCE: • 3% → permanecem em estado vegetativo. • 16% → ficam gravemente incapacitados. • As lesões encefálicas traumáticas dependem da localização. Mecanismo de Formação: ❖ A massa encefálica se movimenta para um lado e depois volta para o outro, devido a uma desaceleração brusca. Classificação: ➔ LESÕES PRIMÁRIAS: ❖ Ocorrem no momento do trauma. ❖ Determinadas pelo local, ação imediata do traumatismo e agente traumatizante. ❖ Podem piorar ou melhorar ao longo do tempo. ❖ Ex.: fraturas cranianas, lesões parenquimatosas (concussão, contusão, LAD, Shaken Baby) e lesões vasculares traumáticas (hemorragias e hematomas). ➔ LESÕES SECUNDÁRIAS: ❖ Lesões tardias. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 19 ❖ Consequências funcionais do TCE, como: isquemia, edema, HIC, convulsões, infecções, vasoespasmos, distúrbios circulatórios e respiratórios, etc... Fraturas Cranianas: ❖ Resultante da ação de agentes traumatizantes + forte impacto do crânio. ❖ A espessura dos ossos do crânio é variável, o que afeta a resistência ao trauma. ❖ Fatores que podem influenciar: idade, local de impacto, tamanho da área atingida, forca e tipo de agente traumatizante. Tipos: ➔ FRATURA LINEAR: impacto contra uma superfície plana. ➔ FRATURA DEPRIMIDA: impacto contra objetos pequenos e irregulares que podem deprimir a calota craniana. ➔ PENETRANTE OU ABERTA: objetos pontiagudos, arma de fogo – laceração da dura-máter. ➔ FRATURAS CONTRAGOLPE: a lesão é longe do local do impacto. ➔ FRATURA DA BASE DO CRÂNIO: ocorre quando há impactos muito fortes na região lateral ou occiptal. • Fratura do osso temporal: fístula liquórica → otoliquorréia (saída de líquor pelos ouvidos; pode haver hemorragias) ou rinoliquorréia (saída de líquor pelo nariz). • Lesão de nervos cranianos (I, VII e VIII). • Hematomas da região da mastoide e orbitários (nas pálpebras = “Sinal de Guaxinim”). • Entrada de ar e bactérias no interior do crânio → infecções. Lesões Parenquimatosas Concussão Cerebral: ❖ Síndrome clínica caracterizada pela alteração da consciência secundária a um trauma do crânio. ❖ Alteração do movimento da cabeça: movimento da cabeça interrompido por uma superfície rígida (mecanismo de impacto/contato). Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 20 ❖ Lesão fechada. Cínica: ❖ Início instantâneo de disfunção neurológica → perda de consciência, parada respiratória e perda dos reflexos → quadro clínico transitório. ❖ Recuperação neurológica completa. ❖ Pode haver amnésia do evento. ❖ Substrato anatômico: lesão axonal difusa. Lesão Axonal Difusa (LAD): ❖ Causada por traumatismo da substância branca do cérebro devido à aceleração ou desaceleração do cérebro. ❖ Lesão dos axônios. ❖ Encontrada em 50% dos indivíduos em coma por trauma; 80% dos casos de morte por trauma. ❖ Causas: queda da própria altura ou de grandes alturas; acidentes de carro; traumas durante a prática de esportes; agressões... ❖ É a principal responsável pela morbimortalidade no TCE sem lesão expansiva. ❖ Substrato anatômico: • Inconsciência no momento da TCE. • Estado vegetativo. • Incapacidade permanente pós TCE. • GRAVIDADE: grau I a III. Mecanismo: ❖ Aceleração e desaceleração. ❖ Movimento de rotação lateral brusca. ❖ Pode ou não ter impacto contra uma superfície. ❖ Esse movimento brusco causa uma lesão dos axônios e de pequenos vasos por torção ou estiramento. Morfologia: ❖ Sangramento. ❖ Lesões axonais mais visíveis nos pontos de fixação dos hemisférios cerebrais. ❖ Esquerda: hemorragia na região do corpo caloso. ❖ Baixo: hemorragia no tronco encefálico. ❖ Microscopia: tumefação dos axônios e ruptura axonal; lesão de vasos sanguíneos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 21 Contusão Cerebral: ❖ Lesão cerebral fechada. ❖ Sem perda tecidual ou ruptura das meninges. Mecanismo de formação: ❖ Aceleração e desaceleração de alta intensidade. ❖ Lesão por transmissão de energia cinética → o movimento do encéfalo no interior do crânio faz com que ele se choque na estrutura óssea, o que causa as lesões. ❖ Comum em vítimas de queda, agressões e vítimas de acidentes de trânsito. ❖ Locais mais frequentes: região temporal, boras do sulco lateral e órbitofrontal. Tipos: ❖ CONTUSÃO POR FRATURA: ocorre no local do osso fraturado. ❖ CONTUSÃO POR GOLPE: no local do trauma. ❖ CONTUSÃO POR CONTRAGOLPE: áreas distantes ou opostas ao trauma. Sedes Frequentes: Morfologia: ❖ Fase inicial (imagem da esquerda): • Focos de hemorragia nas cúpulas dos giros cerebrais (imagem da esquerda). • A hemorragia pode extravasar → hemorragia subaracnoide. ❖ Fase tardias (imagem da direita): • Gliose = cicatrização → coloração acastanhada por deposito de hemossiderina. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 22 Clínica: ❖ Poucos sintomas. ❖ Manutenção da consciência e evolução clínica favorável, pois a lesão, geralmente, ocorre em regiões não vitais. ❖ Complicações: hipóxia; grande área de hemorragia; edema cerebral → HIC e pior prognóstico. Laceração Cerebral: ❖ Lesão cerebral aberta. ❖ Perfuração de ossos e meninges + lesão tecidual. ❖ Pode haver perda de massa encefálica. ❖ Causas: golpes violentos na cabeça, quedas, acidentes, PAF (lesão por arma de fogo), objetos pontiagudos... Morfologia: ❖ A: destruição do parênquima cerebral. ❖ B: destruição do parênquima + hemorragia. ❖ C: fase tardia de reparação. Cavidade irregular após remoção do estado necrótico + gliose (na borda da cavidade). Consequências:❖ A clínica é variável → depende do local e tamanho. ❖ Objeto pontiagudo: déficit focal → depende da área lesada. ❖ PAF: alta taxa de mortalidade → direção e extensão do trajeto determinam a gravidade. ❖ Complicações precoces: infecções (meningites, ventriculite purulentas, abscessos, empiema subdural...). ❖ Complicações tardias: epilepsia pós-traumática causada por aderência entre as meninges e o encéfalo. Encefalopat ia Traumática Crônica (ETC): Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 23 ❖ Demência do pugilista. ❖ Causada por traumas repetitivos na região da cabeça. ❖ Comum no meio esportivo, principalmente, em lutas. ❖ Clínica: perda de memória, alterações de comportamento e de personalidade, declínio cognitivo, parkinsonismo, distúrbios da fala e da marcha. Morfologia: ❖ Encéfalo atrófico. ❖ Ventrículos aumentados; sulcos proeminentes → perda de grande parte da massa encefálica. ❖ Patogênese: acúmulo da proteína Tau Hiperfosforilada em neurônios e em células da glia. Lesões Vasculares Traumáticas ❖ São frequentes componentes do TCE. ❖ Decorrente direto de traumas. ❖ As características dependem do local do sangramento: • Epidural (extradural) e subdural – muito comuns em traumas → ambos dão origem a hematomas. • Subaracnoide. • Intraparenquimatoso. • Pode ser em múltiplos locais. Hematoma Epidural: ❖ Decorrente do rompimento, principalmente, de artérias meníngeas médias. ❖ Sangue coagulado entre a dura-máter e a calota craniana. ❖ Causas: impacto sobre a cabeça, como em quedas e acidentes de trânsito. ❖ 95% dos casos estão associados às fraturas do crânio. ❖ Local mais comum: região temporoparietal (osso menos espesso) → artérias meníngeas médias (50% dos casos). ❖ Afeta, sobretudo, homens jovens. Morfologia: ❖ TC: Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 24 • O sangue extravasado possui alta pressão, pressionando o parênquima → lente biconvexa. • Macroscopia: coágulo sanguíneo aderido à dura-máter. • O sangramento aumenta à medida que ocorre o descolamento da dura-máter. Clínica: ❖ “Intervalo lúcido” = período assintomático; pode ser de horas a dias. Isso ocorre pois o hematoma aumenta de tamanho gradualmente. ❖ Sintomas: HIC, herniações e compressões do mesencéfalo. ❖ Hematomas que se expandem rapidamente: emergência neurocirúrgica = drenagem cirúrgica do hematoma. ❖ Hematomas pequenos, sem progressão: assintomáticos; podem ser absorvidos pelo organismo de 4-6 semanas após o trauma. Hematoma Subdural: ❖ Ruptura de veias. ❖ Principalmente das veias-ponte (vv. Cerebrais superiores). ❖ Sangue coagulado entre a dura-máter e a aracnoide. ❖ Mais frequente. ❖ Causas: impactos sobre a cabeça (quedas > agressões > acidentes de trânsito). Classificação Quanto à Temporalidade: ❖ Agudo = até 48hrs após o trauma. ❖ Subagudo = 2-14 dias. ❖ Crônico = mais que 14 dias. ❖ Local mais comum: convexidade dos hemisférios cerebrais. ❖ Comum em pacientes que apresentam quedas repetias, como idosos e estilistas. Morfologia: ❖ RM: • Imagem côncava – em meia lua. • O sangue sai com menos pressão de dentro do vaso, espalhando-se pela convexidade do hemisfério. • Pode haver desvio da linha média. ❖ Agudo: hemorragia recente acima do parênquima e abaixo da dura-máter. ❖ Crônico: coloração mais parda → revestido por uma cápsula fibrosa. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 25 Clínica: ❖ AGUDO: • Morbimortalidade elevada pois pode estar associado a outras lesões cerebrais traumáticas. • Sintomas: cefaleia e confusão mental. • Pode causar HIC. ❖ CRÔNICO: • Traumatismo inicial discreto, especialmente em idosos; sintomatologia tardia → crescimento progressivo do hematoma pelas hemorragias de vasos neoformados. Tratamento: ❖ Pequenos: expectante. ❖ Grande: drenagem. Síndrome do Bebê Sacudido: ❖ Shaken Syndrome e Síndrome da Criança Espancada. ❖ Causa mais comum de morte e sequela neurológica grave de agressão ao bebê. ❖ Esses traumatismos são facilitados pelo peso do encéfalo em relação ao restante do corpo e porque a musculatura do pescoço ainda não está totalmente desenvolvida (tônus muscular fraco). ❖ Movimentação do encéfalo no interior da caixa craniana → lesões. Lesões: ❖ Movimentos variados e bruscos → alteração da inércia cerebral: ❖ LAD. ❖ Contusão cerebral. ❖ Rupturas vasculares → hemorragias subdural aguda, por vezes bilateral; hemorragia retiniana e descolamento da retina. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 26 ❖ Movimento de hiperextensão/hiperflexão da coluna cervical: ❖ Hemorragia epidural na medula espinhal. ❖ LAD + contusão cerebral + hemorragia epidural → distúrbios respiratórios. ❖ Apneia → hipoxigenação cerebral → lesão cerebral hipóxica → edema cerebral → HIC → coma → óbito. Traumatismo Raquimedular ❖ Traumatismo da medula espinhal. ❖ Pode ocorrer isoladamente ou estar relacionada ao TCE. ❖ Causas: acidentes de trânsito, atividades esportivas, PAF, quedas, etc... ❖ 15-20% das fraturas evoluem para lesão medular. ❖ Quanto mais alto o nível da lesão, mais grave a repercussão do quadro. ❖ 60% ocorre em nível cervical. ❖ Mais comum em homens jovens. Complicações: ➔ MOTORAS: ❖ Tetraplegia: geralmente acima de C6. Caso a lesão seja em nível de C4, pode haver comprometimento do nervo frênico (comprometimento dos movimentos respiratórios). Isso gera risco de morte. ❖ Paraplegia: lesão em vértebras torácicas ou lombares. ➔ SENSITIVAS: ❖ Hipoestesia ou anestesia = sensibilidade, respectivamente, diminuída ou perda total. ❖ Perda do tato, da sensibilidade para calor e frio, dor, entre outros. ❖ Isso ocorre em razão do comprometimento dos tratos ascendentes. ➔ AUTÔNOMAS: ❖ Prejuízo urinário e fecal → incontinência urinária e fecal; constipação intestinal. Sistema Nervoso Central Doenças Infecciosas do SNC Generalidades: Fatores de Proteção: ❖ Ossos do crânio e da coluna vertebral; ❖ Meninges: servem como uma espécie de capa; ❖ Barreira hematoencefálica: o sistema vascular do SNC possui um endotélio especializado que não permite a passagem de várias substâncias para o SNC. Meios de Defesa do SNC são de Baixa Eficácia: ❖ Baixos níveis de sistema complemento e de imunoglobulinas no líquor. ❖ Micróglia: defesa primária do SNC. Só depois chegam os neutrófilos, o que dificulta o combate de patógenos. ❖ Infecções oportunistas são comuns em pacientes imunossuprimidos. ❖ As infecções no SNC geralmente são secundárias. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 27 Vias de Infecção (Porta de Entrada): ❖ Disseminação hematogênica: • Via mais comum. Ocorre por meio da circulação sistêmica. • Triângulo da morte: o sangue pode ser puxado para o interior do crânio, logo espremer uma espinha nessa região pode disseminar um patógeno para o SNC. ❖ Implantação direta: • Ex: trauma e cirurgias no SNC. ❖ Extensão local: • Infecção dentária e sinusite. Como essas infecções são próximas ao SNC, pode ocorrer disseminação para o SNC. ❖ Sistema Nervoso Periférico: alguns vírus podem se disseminar pelo trajeto dos nervos, até chegarem no SNC. • Ex: vírus da raiva e herpes-vírus. Os Tipos de Infecção Dependem de: ❖ Local da infecção: dura-máter, leptomeninges, encéfalo, medula etc. ❖ Tipo de agente agressor: vírus, bactérias, fungos, protozoários, helmintos etc. ❖ Patogenicidade (virulência): capacidade do agente agressor de produzir lesão. ❖ Resposta imunitária do hospedeiro: celular e humoral. Formas de Acometimento: ❖ Meningite; ❖ Encefalite; ❖ Mielite: infecção da medula espinhal. ❖ Essas infecções normalmente não aparecem de maneira isolada. ❖ Essas infecções podem ser agudas ou crônicas. Meningites ❖ Processo inflamatório das leptomeninges (pia-mater earacnoide) e do liquido cefalorraquidiano no interior do espaço subaracnoide. ❖ Paquimeningite (infecção apenas da dura-máter) é pouco frequente. ❖ Meningoencefalite corresponde ao comprometimento das meninges e do parênquima encefálico. ❖ Classificação: • Piogênica/Purulenta: aguda. • Asséptica (viral): aguda. • Granulomatosa: crônica. Meningites Agudas: Epidemiologia e Etiologia: ❖ Meningite viral: maior número de casos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 28 ❖ Meningite bacteriana: Neisseria meningitidis (meningococo), seguida pelo Streptococcus pneumoniae. ❖ Ocorrem mais no inverno: as pessoas saem menos na rua e tendem a ficar em locais mais aglomerados. ❖ 90% dos casos ocorrem em crianças de até 5 anos de idade; ❖ 10% dos casos ocorrem preferencialmente em grupos de risco: idosos, gestantes, imunossuprimidos, etilistas crônicos, TCE, neurocirurgia etc. ❖ A meningite aguda é uma emergência médica. ❖ Propedêutica: • Anamnese; • Exame físico (neurológico, fundo de olho para verificar presença de papiledema); • Hemograma (leucograma), PCR e hemocultura; • Punção lombar: retirada do líquor para análise da celularidade, bioquímica, exame direto (gram) e cultura. • TC cerebral: analisar a extensão do acometimento da infecção. A TC deve SEMPRE preceder a punção lombar, pois alguns pacientes com meningite podem evoluir com hipertensão intracraniana, com desvio da linha média na tomografia. Se o paciente tiver HIC e realizar uma punção lombar, cria-se uma pressão negativa no local, que pode gerar herniações e causar problemas muito graves ao paciente. Clínica e Exame Físico: ❖ Febre + Cefaleia + Rigidez de nuca (tríade clássica). ❖ Crianças menores de dois anos (lactentes): a rigidez nucal é incomum e os sinais são inespecíficos. Febre e irritabilidade acentuada (a criança não para de chorar por nada). Outros: ❖ Rebaixamento do nível de consciência: 75%. ❖ Vômito (precedido ou não de náuseas) e fotofobia. ❖ Convulsões: são tardias (>48h) e representam pior prognóstico. ❖ Sinal de Brudzinski: sinal de irritação meníngea. O examinador coloca a mão na região occiptal da criança e promove uma flexão. Se o paciente tiver sinal positivo, ocorre uma flexão de perna. ❖ Sinal se Kernig: paciente em decúbito dorsal com coxas semi-fletidas. O examinador tenta estender as pernas e o paciente sente dor. ❖ Sinal de Lasègue: o paciente está em decúbito dorsal e o examinador realiza uma elevação simultânea de todo o membro inferior do paciente, impedindo a flexão do joelho com a outra mão. Se o sinal for positivo, o paciente apresentará dor lombar irradiada para a região posterior do MI. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 29 ❖ O sistema liquórico é a base para disseminação, para o diagnóstico e para a monitoração terapêutica de um paciente com meningite aguda. ❖ Coloração: • Normal: límpido e incolor (água de rocha). • Alterado: turvo ou purulento. ❖ Contagem de células (leucócitos): • Normal: até 4 células/mm3. • Meningite bacteriana: >100 células/mm3. • 90% dos casos: predomínio de polimorfonucleares. • Tuberculose: predomínio de linfócitos. ❖ Glicose: • Normal: 2/3 da glicemia sérica. • Meningite bacteriana: consumo da glicose pelas bactérias → hipoglicorraquia (<49mg/dl). ❖ Proteínas: • Normal: até 30mg/dl. • Meningite bacteriana: hiperproteinorraquia, pois as bactérias lesam a barreira hematoencefálica, aumentando a permeabilidade vascular, o que permite a passagem de proteínas para o líquor (>45mg/dl). ❖ Meningite Viral: • Líquor claro; • Aumento da celularidade, mas inferior a 500 células/mm3. • Predomínio de mononucleares; • Glicose geralmente normal, pois o vírus é um parasita intracelular. • Proteína pouco aumentada. Meningite Aguda Bacteriana: ❖ A clínica de meningite aguda bacteriana é mais significativa. Patogênese: 1. As meningites geralmente são secundárias a outras infecções: colonização de mucosas (células epiteliais) pelas bactérias. 2. As bactérias podem invadir o espaço intravascular e evitar a fagocitose, devido à presença de uma cápsula polissacarídea. 3. As bactérias chegam pela circulação às células epiteliais do plexo coroide intraventricular ou células endoteliais dos capilares cerebrais, lesando a barreira hematoencefálica. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 30 4. As bactérias podem penetrar a circulação do SNC e o líquor, onde elas se multiplicam rapidamente, pois o líquor possui uma defesa ineficaz. 5. Reação inflamatória (quimiocinas: migração dos leucócitos; citocinas: FNT, IL-1; radicais livres). 6. Manifestações neurológicas e complicações da meningite bacteriana. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Exsudato branco-amarelado evidente nas leptomeninges: em trajetos vasculares ou difusos. • Vasos meníngeos ingurgitados. • Ventriculite (casos mais graves, às vezes fulminantes). ❖ Microscopia: • Vasos meníngeos repletos de neutrófilos. • Neutrófilos em torno de vasos meníngeos (perivasculares) → flebite. • Neutrófilos e fibrina preenchem o espaço subaracnoide. ❖ Exsudato inflamatório importante no espaço subaracnoide. ❖ Neutrófilos concentrados nessa região. ❖ O exsudato é neutrofílico e fibrinopurulento. ❖ Tromboflebite no vaso. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 31 Clínica: ❖ Sinais sistêmicos de infecção aguda: febre, prostração, adinamia. ❖ Sinais de comprometimento neurológico: cefaleia, fotofobia e irritabilidade. ❖ Sinais de irritação meníngea (meningismo): rigidez de nuca, Kerning, Brudzinski e Lasègue. ❖ LCR: • Líquor turvo; • Pleocitose acentuada (aumento da celularidade no líquor); • Hiperproteinorraquia; • Hipoglicorraquia; • Identificação da bactéria (gram) ou crescimento em cultura. ❖ Quadros graves (forma septicêmica fulminante): Síndrome de Waterhouse-Friderichsen (adrenalite hemorrágica) → hemocultura positiva, infarto hemorrágico das glândulas adrenais e petéquias cutâneas, CIVD e colapso circulatório (choque). Evolução: ❖ Se estabelecermos diagnóstico e tratamento precoces, o paciente pode ser curado sem sequelas. ❖ A demora no tratamento gera complicações graves, que podem ser fatais. Complicações: ❖ Meningoencefalite purulenta, devido a uma infecção por contiguidade. ❖ Vasculites: trombos e infartos cerebrais. ❖ Ventriculite purulenta: hidropiocefalia. ❖ Fibrose de leptomeninges (crônica): hidrocefalia obstrutiva. ❖ Efusão subdural por ruptura da aracnoide. Sequelas: ❖ Surdez, paralisia facial, diplopia e estrabismo: comprometimento de nervos cranianos. ❖ Ataxia (espasticidade) e paresia: por estímulos anômalos/dificuldade de condução do estímulo. ❖ Distúrbios cognitivos: atrofia de substância cinzenta. ❖ Crises convulsivas recorrentes: inflamação cortical e isquemia. ❖ Hipertensão intracraniana (herniação cerebral): devido à hidrocefalia. Meningite Aguda Viral: ❖ É o tipo mais comum de meningite. ❖ Chamada de meningite ‘asséptica'. ❖ É uma entidade em que não há detecção de agentes infecciosos nos exames habituais de rotina. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 32 ❖ Erroneamente denominada de asséptica (testes moleculares). ❖ Principalmente causada por vírus – 80% = enterovírus. Morfologia: ❖ Semelhante à meningite aguda bacteriana, mas o processo inflamatório é mais leve e não purulento (não possui neutrófilos). ❖ LCR: • Líquor claro; • Pleiocitose discreta (<500 células/mm3) com predomínio de linfócitos. • Hiperproteinorraquia discreta. • Glicorraquia normal. Clínica: ❖ Irritação meníngea, febre e alterações de consciência de início agudo. ❖ Evolução menos fulminante que a meningite purulenta (bacteriana). ❖ Geralmente autolimitada e tratamento apenas sintomático. Infecções Supurativas Focais Agudas Abcesso Cerebral: ❖ Coleçãode pus em uma neocavidade no cérebro. ❖ Foco localizado de necrose do parênquima crebral associado à inflamação purulenta, geralmente causado por bactérias. ❖ 2ª infecção purulenta mais frequente do SNC. ❖ Maior causa infecciosa de lesão expansiva em pacientes imunocompetentes → HIC. ❖ Bactérias mais envolvidas: Streptococcus sp, Staphylococcus aureus, bacilos gram-negativos, anaeróbios etc. Vias de entrada no SNC: 1. Hematogênica: advinda de uma endocardite infecciosa, bronquiectasias, abcessos pulmonares etc. 2. Extensão local: sinusite, otite, mastoidite, petrosite, abcessos dentários, leptomeningite etc. 3. Inoculação direta: TCE abertos ou neurocirurgia. ❖ OBS: abcessos cerebrais criptogênicos → sítios ocultos de infecção (não identificados) → 20 a 30% dos casos. ❖ Origem hematogênica: geralmente são abcessos múltiplos, no território de irrigação da artéria cerebral média. ❖ Origem por extensão direta: relação com o foco de origem. • Ex: otites e mastoidites → lobo temporal. Sinusites → lobo frontal. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 33 Morfologia: ❖ Fases evolutivas (macroscopia): 1. Inicial: Cerebrite (poucos dias). • Mal delimitado, necrose e edema. 2. Abcesso recente (1 a 2 semanas): • Necrose liquefativa, purulenta e reparação periférica. 3. Abcesso crônico ou antigo (> 2 semanas): • Coleção purulenta encapsulada. Clínica: ❖ Febre, síndrome de HIC, convulsões e sinais neurológicos focais. ❖ TC e RNM: tratamento precoce faz a mortalidade reduzir a menos de 10%. ❖ Morbimortalidade muito alta, se não houver tratamento. ❖ Sepse; ❖ Trombose de seios venosos; ❖ Ruptura do abcesso com ventriculite ou meningite purulentas. Empiema Subdural: ❖ Coleção purulenta no espaço subdural. ❖ Geralmente são secundários a sinusites, otites médicas ou osteomielites: por extensão direta ou por via venosa. ❖ Associado à abcesso epidural: neurocirugia, fraturas cranianas etc. ❖ Complicação de leptomeningite purulenta em crianças. Clínica: ❖ Síndrome de HIC: empiemas volumosos (efeito de massa). ❖ Febre, cefaleia, vômitos, confusão mental, convulsões, hemiparesia/hemiplegia, disfasia etc. ❖ Associados à história de infecção (sinusite, otite), neurocirurgia ou TCE. ❖ Diagnóstico precoce com drenagem cirúrgica: cura. Complicações: ❖ Tromboflebite séptica de veias-ponte (veias cerebrais superiores) no espaço subdural → infarto cerebral. ❖ Aderências por fibrose entre as meninges (evolução crônica) → hidrocefalia. Abcesso Epidural (Extradural) : ❖ Coleção purulenta no espaço epidrual. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 34 ❖ Raro no crânio: secundário à otite médica, sinusite frontal, mestoidite, osteomielite ou ainda como complicação de TCE ou neurocirurgia. ❖ Pequeno volume e formato achatado. ❖ Clínica: febre, cefaleia, vômitos, confusão mental, convulsões, hemiparesia etc. ❖ Mais frequente na medula espinhal: secundário à osteomielite vertebral, empiema pleural, abcessos subfrênico e perirrenal, anestesia epidural. ❖ Compressão medular: • Dor radicular, fraqueza muscular, hipoestesia, disfunção esfincteriana, paralisia dos membros inferiores etc. • Evolução lenta. • Início agudo, com rápida expansão do abcesso, o que caracteriza um quadro de emergência neurocirúrgica. Meningoencefalite Bacteriana Crônica ❖ Infecção crônica das meninges e do encéfalo de etiologia bacteriana: Neurotuberculose: ❖ Três formas de apresentação: 1. Meningoencefalite tuberculosa (mais comum). 2. Tuberculoma. 3. Comprometimento medular secundário à mal de Pott → tuberculose óssea dos corpos vertebrais. Destruição da substância esponjosa dos corpos vertebrais. Meningoencefalite Tuberculosa: ❖ Forma mais comum de neurotuberculose. ❖ Grave complicação da TBC primária. ❖ Qual vacina pode preveni-la? BCG. ❖ Acomete preferencialmente crianças: • TBC progressiva da infância. • Disseminação por via hematogênica. • Pode coexistir disseminação miliar em outros órgãos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 35 ❖ Antigamente era fatal, pois não havia tratamento. ❖ Hoje é controlável se tratada precocemente, mas sequelas neurológicas graves são frequentes. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Granulações brancacentas na convexidade cerebral. • Exsudato fibrinoso, consistente e elástico, de coloração branco- acinzentada, envolvendo caracteristicamente a base do encéfalo: o Polígono de Willis, raízes de nervos cranianos e cisternas basais. o Oblitera aberturas do IV ventrículo → hidrocefalia. ❖ Microscopia: • Focos de meningoencefalite: o Inflamação granulomatosa: células gigantes multinucleadas, células epitelioides, linfócitos e plasmócitos. o Necrose caseosa central. • Endarterite obliterante → por espessamento/fibrose intimal. • Necrose de parede vascular com trombose oclusiva. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 36 Clínica: ❖ LCR: ❖ Quadro subagudo a crônico (insidioso); ❖ Febre, cefaleia, irritabilidade, confusão mental, prostração, vômitos; ❖ Meningismo (sinais de irritação meníngea); ❖ Hidrocefalia → HIC; ❖ Paralisia de pares cranianos; ❖ Infarto cerebral e encefalite → paralisias e convulsões, torpor e coma. Tuberculoma: ❖ União de pequenos tubérculos intraparenquimatosos, gerando um nódulo maior (tuberculoma). ❖ Pode atingir 4cm de diâmetro, causando efeito de massa: desvio das estruturas da linha média. ❖ HIC. ❖ Diagnóstico diferencial de neoplasias. Outras Meningoencefali tes: ❖ Encefalite herpética, encefalite por citomegalovírus, Neurotoxoplasmose, Neurocriptococose, Neuroaspergilose, Neurocisticercose e Neuroesquistossomose. ❖ Essas meningoencefalites estão relacionadas aos pacientes imunossuprimidos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 37 Sistema Nervoso Central Neoplasias do SNC ❖ Incidência anual: 10 a 17 casos/100.000 pessoas no mundo. • 2% de todas as neoplasias malignas do organismo. ❖ Tumores primários: 78 a 86%. ❖ Tumores Metastáticos: 14 a 22%. ❖ Ocorrem em qualquer faixa etária: crianças a idosos. ❖ Correspondem a 20% de todos os cânceres pediátricos. ❖ A maioria acomete os adultos, a partir de 45/50 anos. ❖ Homens > mulheres (exceto: meingioma). ❖ Adultos: 70% ocorrem acima da tenda do cerebelo (supratentoriais). ❖ Crianças: 70% ocorrem abaixo da tenda do cerebelo (infratentoriais). ❖ A maioria ocorre esporadicamente, sem causa conhecida. ❖ Fatores de risco conhecidos: radiação ionizante, deficiências imunitárias, síndromes genéticas etc. ❖ Possuem alta morbimortalidade. ❖ Ampla variedade de aspectos histológicos e moleculares. ❖ ‘Benigno’ x Maligno (baixo ou alto grau de malignidade). Prefere-se o termo neoplasia de baixo potencial de malignidade do que benigno. ❖ Tumores de baixo grau podem progredir para alto grau. ❖ A ressecção cirúrgica é limitada, pois pode comprometer as funções neurológicas. ❖ Localização anatômica: mesmo tumores ditos benignos podem ser letais dependendo da sua localização. Ex: tumor benigno perto do bulbo (centro respiratório). Diagnóstico: correlacionar clínica com achados de TC/RNM e exame anatomopatológico. Propedêutica: ❖ Avaliação inicial: • Sinais e sintomas: localização, tamanho, velocidade e tipo de crescimento (infiltrativo x expansivo). • Aumento da pressão intracraniana, disfunção cerebral focal etc. ❖ Exames complementares: • Radiologia: TC e RNM. • Biópsia. ❖ Diagnósticos diferencias: • Hematomas; • Abcessos; • Tuberculomas; • Infecções parasitárias (neurocisticercose); • MAV, infartos. Prognóstico: ❖ Relacionado a diversos fatores: • Idade do paciente: crianças apresentam maior incidência de tumores malignos agressivos e crianças menores de 3 anos não podem realizar radioterapia. • Localização do tumor.• Histologia (tipo de tumor – classificação). ❖ Em adultos: 50% dos tumores do SNC são malignos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 38 ❖ Em crianças: 75% dos tumores do SNC são malignos. ❖ Os tumores neuronais são muito raros. ❖ Os gliomas são comuns. ❖ As células meningoteliais revestem a aracnoide. ❖ OMS: graduação dos tumores é feita pela citologia e pela microscopia. • Histologia e alterações moleculares. • Densidade celular, grau de atipia celular (anaplasia), índice mitótico (índice de proliferação celular pelo Ki-67), proliferação microvascular e necrose. • Grau I: baixo potencial proliferativo (benigno). Circunscritos. • Grau II: baixo grau de malignidade. • Grau III: grau intermediário de malignidade. • Grau IV: alto grau de malignidade. Tumores Neuroepiteliais: ❖ 40% das neoplasias primárias do SNC. ❖ 90% dos tumores neuroepiteliais são originados das células da glia (gliomas). Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 39 Histologia Normal: ❖ A substância cinzenta constitui o córtex cerebral: corpos neuronais e células da glia. ❖ A substância branca possui uma maior concentração de células da glia e de prolongamentos de axônios. Gliomas - Astrocitomas: ❖ Mais frequentes tumores neuroepiteliais e gliomas (80%). ❖ Circunscritos/localizados: • Grau I → baixo potencial proliferativo (benignos). ❖ Crescimento difuso/infiltrativo: • Graus II, III e IV → graus variados de malignidade. Clínica: ❖ Depende do tamanho e do local. ❖ Cefaleia, convulsões, déficits neurológicos focais, Síndrome de Hipertensão Intracraniana. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 40 ASTROCITOMA PILOCÍTICO (GRAU I): ❖ Neoplasia de baixo potencial proliferativo (benigno). ❖ Crescimento lento e expansivo (circunscrito). ❖ Crianças e adolescentes. ❖ Localizações: • Mais comuns: nervo óptico, quiasma óptico, hipotálamo, tálamo e cerebelo. • Menos comuns: lobo temporal, tronco encefálico e medula espinhal. ❖ Sobrevida de 90% em 5 anos após o diagnóstico. ❖ Tratamento: ressecção cirúrgica. ❖ Mutações no proto-oncogene BRAF: tratamento quimioterápico direcionado. Morfologia: ❖ Macroscopia: tumor tende a ser bem delimitado. • Sólido-cístico. • Sólido: áreas ora firmes, ora frouxas, branco-acinzentadas. • Cística: cisto contendo líquido seroso ou material gelatinoso. ❖ Microscopia: • Tumor bifásico; • Áreas compactas: sólidas, com células fusiformes e prolongamentos longos, ricos em fibras gliais. • Áreas frouxas: astrócitos estrelados, desprovidos de fibras gliais, ao redor de microcistos. • Fibras de Rosenthal e corpos granulares eosinofílicos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 41 ❖ Tumor de padrão bifásico, com áreas mais densas e mais frouxas. Clínica: ❖ Relaciona-se com o local do tumor: • Nervo e quiasma óptico: perda de acuidade visual, exoftalmia, papiledema (unilaterais). • Hipotálamo: diabetes insipidus, puberdade precoce, obesidadem hipogonadismo, perda de massa muscular etc. Hidrocefalia (compressão do III ventrículo) → HIC. • Cerebelo: alterações da marcha (ataxia), nistagmo, hidrocefalia (compressão do IV ventrículo → HIC, compressão do tronco encefálico → coma e óbito). ASTROCITOMA DIFUSO (GRAU II): ❖ Neoplasia de baixo grau de malignidade. ❖ Crescimento infiltrativo/difuso. ❖ Adultos: 25 a 45 anos. ❖ Localizações: lobos frontais e temporais nos hemisférios cerebrais. ❖ Composta por astrócitos fibrilares, gemistocíticos e protoplasmáticos. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Limites imprecisos e crescimento infiltrativo. • Homogêneo, branco-acinzentado e consistente/compacto. • Pode apresentar cistos com material seroso ou gelatinoso. ❖ Microscopia: • Proliferação de astrócitos fibrilares → estrelados/triangulares, bem diferenciados. • Núcleos redondos/ovoides com atipias discretas. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 42 • Densidade celular baixa a moderada. • Há abundante matriz fibrilar (fibras gliais astrocitárias). Coram pelo marcador GFAP. • Outras características: microcistos, mitoses raras ou inexistentes, capilares de paredes finas (não há proliferação vascular) e não é possível ver necrose. ❖ Neoplasia de limites pouco precisos. Consistência compacta. Presença de cistos. ❖ Proliferação de astrócitos com formatos parecidos, em meio à matriz fibrilar abundante produzida por eles. ❖ Imagem da direita: lâmina de imuno-histoquímica corada pelo GFAP, que mostra os prolongamentos fibrilares dos astrócitos. ❖ Astrócitos Gemistocíticos: células grandes, com citoplasma amplo, eosinofílico e hialino, com núcleo localizado na periferia da célula. Clínica: ❖ Relaciona-se com o local e a velocidade de crescimento do tumor. ❖ Hemisférios cerebrais: • Crises convulsivas; • Déficits motores ou sensitivos; • Transtornos psiquiátricos; Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 43 • Síndrome de HIC. ❖ Tronco encefálico: • Manifestações variadas (envolvimento das vias sensitivas, piramidais, cerebelares, nervos cranianos); • Maior risco de óbito. ❖ Prognóstico: • Sobrevida de 50% em 5 anos após o diagnóstico. • Com o passar do tempo: astrocitoma anaplásico/glioblastoma. ASTROCITOMA ANAPLÁSICO (GRAU III): ❖ Neoplasia de grau intermediário de malignidade; ❖ Crescimento infiltrativo/difuso; ❖ Apresenta áreas focais ou extensas de anaplasia; ❖ Origina-se de: • Astrocitoma difuso (grau II) ou ‘de novo’. • Adultos: 30 a 50 anos. Localizações e Clínica: ❖ Semelhante ao astrocitoma difuso (grau II). Prognóstico: ❖ Sobrevida de 33% em 5 anos após o diagnóstico. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Semelhante ao astrocitoma difuso (grau II): não é possível diferenciar. • Acentuado edema perilesional. • Efeito de massa mais intenso. ❖ Microscopia: • Densidade celular moderada a elevada. • Atipias nucleares mais marcantes (pleomorfismo/anaplasia). • Figuras de mitoses frequentes. • Matriz fibrilar menos abundante. A imuno-histoquímica para GFAP pode ser variável. • Outros: capilares de paredes finas. Sem necrose. ❖ Celularidade aumentada, atipias celulares, pleomorfismo. É possível analisar mitoses. GLIOBLASTOMA – GBM (GRAU IV): Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 44 ❖ Neoplasia de alto grau de malignidade; ❖ Crescimento infiltrativo/difuso; ❖ Tumor maligno primário mais frequente do SNC; ❖ 55% de todos os gliomas intracranianos. ❖ Origina-se de: • Astrocitoma difuso e anaplásico (grau II e III) ou ‘’de novo’’. ❖ Adultos: homens (3:2), de 45 a 70 anos. ❖ Localização preferencial: • Hemisférios cerebrais (lobos frontais, temporais e parietais). ❖ Crianças: tálamo e tronco encefálico. Gliobastoma Primário ou ‘’De Novo’’ (não possui a mutação do gene IDH): ❖ Mais frequente (90%); ❖ Idade mais avançada; ❖ Evolução clínica rápida (< 6 meses); ❖ Sem evidências clínicas de lesão precursora; ❖ Prognóstico pior. Glioblastoma Secundário (IDH mutante): ❖ Pacientes mais jovens; ❖ Evolução clínica mais prolongada (4 a 5 anos); ❖ Originam-se de lesões precursoras ‘menos’ malignas (grau II ou III); ❖ Prognóstico ‘menos pior’. Imagem: ❖ Massa de contorno irregular; ❖ Anel de contraste periférico, hiperdenso; ❖ Áreas centrais hipodensas: necrose (não capta o contraste). Morfologia: ❖ Macroscopia: • Massa tumoral firme ou friável, sem brilho, granulosa, branco- acinzentada, com extensas áreas amareladas de necrose e focos de hemorragia. • Pode haver cistos com material seroso, hemorrágico ou necrótico. • Aspecto em ‘’asa de borboleta’’: quando o tumor de um hemisfério afeta o outro hemisfério por contiguidade. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 45 ❖ Microscopia: • Hipercelularidade e grande variabilidadecelular (pleomorfismo/anaplasia); • Células pequenas, grandes, fusiformes, multinucleadas; • Mitoses típicas e atípicas são muito frequentes; • Necrose em faixa, com aspecto em pseudopaliçada. • Proliferação microvascular com hiperplasia endotelial (aspecto glomeruloide). • Pouca matriz fibrilar entre as células → GFAP muito variável. • A proliferação microvascular lembra o formato de um glomérulo. Clínica: ❖ Sinais e sintomas focais dependem da localização. ❖ Síndrome de HIC frequente. ❖ É uma das neoplasias humanas mais letais. Tratamento: ❖ Cirurgia + RX/QT: alta recidiva. Prognóstico: ❖ Alta recidiva: local ou metástases. ❖ Sombrio: sobrevida média de 1 ano e 3 meses. ❖ Apenas 25% dos pacientes estão vivos após 2 anos. Outros Gliomas: Oligodendrogliomas (Grau II): ❖ Neoplasia de baixo grau de malignidade; ❖ Crescimento lento e longa evolução. ❖ 5 a 15% dos gliomas; Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 46 ❖ Formado por células semelhantes à oligodendrócitos; ❖ H = M, 30 a 60 anos. ❖ Local mais comum: hemisférios cerebrais (frontal, temporal e parietal). Clínica: ❖ Manifestações neurológicas focais (mais comum = convulsões); ❖ Pode haver sangramento e óbito. Prognóstico: ❖ Sobrevida de 66% em 5 anos após o diagnóstico. ❖ A macroscopia é semelhante a um astrocitoma difuso grau II. Pode apresentar calcificações. Morfologia: ❖ Microscopia: • Células arredondadas, de cromatina uniforme com pequeno nucléolo e halo claro perinuclear. • Célula em ‘ovo frito’. • Capilares delicados em ‘tela de galinheiro’. • Calcificações. • Mitoses raras/ausentes. • Sem necrose. Ependinoma (Grau II): ❖ Neoplasia de baixo grau de malignidade; ❖ Tumor ependimário mais comum; ❖ Criança < 10 anos. ❖ Local mais comum: Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 47 • IV ventrículo. • Obs: adultos → medula espinhal. Clínica: ❖ Hidrocefalia → HIC. Prognóstico: ❖ Sobrevida de 50 a 60% em 5 anos após o diagnóstico. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Massa tumoral sólida, firme, acinzentada. • Tumor hiperdenso, ocupando a cavidade do IV ventrículo e do tronco encefálico. ❖ Microscopia: • Células com núcleos uniformes, ovais e de cromatina granular. • Pseudorosetas perivasculares: se formam apenas próximos aos vasos sanguíneos. Tumores Embrionários: Meduloblastoma (Grau IV): ❖ Neoplasia de alto grau de malignidade. ❖ Origina-se no cerebelo e rapidamente infiltra estruturas vizinhas. ❖ Tumor maligno do SNC mais frequente na infância. ❖ Crianças: meninos, de 5 a 8 anos. Clínica: ❖ Hidrocefalia: HIC. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 48 ❖ Ataxia. ❖ Disseminação liquórica no SNC e vascular → ossos, fígado e pulmões. Prognóstico: ❖ Sobrevida de 75 a 80% em 5 anos após o diagnóstico. ❖ Cirurgia, radio e quimioterapias. ❖ Pior: crianças novas, ressecção incompleta, alguns subtipos e metástases. ❖ Tumores embrionários tendem a responder bem aos tratamentos, desde que o tratamento seja iniciado precocemente. Morfologia: ❖ Macroscopia: • Tumor bem delimitado, amolecido/friável, granular e róseo-acinzentado. ❖ Microscopia: • Hipercelularidade. • Células pequenas, com citoplasma escasso e núcelos arredondados/ovoides hipercromáticos. • Tumor de células redondas, pequenas e azuis: embrionário. • Arranjo sólido. • Rosetas neuroblásticas de Homer Wright (verdadeiras: não precisam de vasos sanguíneos para se formar). • Figuras de mitose frequentes. • Capilares de pequeno calibre e delicados. • Necrose incomum, mas pode haver. • Rosetas Neuroblásticas de Homer Wright: Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 49 Meningiomas: ❖ Tumor primário mais frequente do SNC. ❖ Originam-se das células meningoteliais que revestem a aracnoide. ❖ Adultos. M > H (2 a 4:1). ❖ Em sua maioria, apresentam comportamento benigno (grau I). Critérios de Malignidade: ❖ Infiltração do SNC, mitoses e necrose (graus II e III). Local Mais Comum: ❖ Aderidos à dura-máter em qualquer ponto da superfície externa do encéfalo. Clínica: ❖ Crescimento lento → sinais/sintomas dependem do local. HIC tardia. ❖ Pode crescer mais rapidamente na gravidez: receptores de progesterona. ❖ Prognóstico, em geral, excelente. Morfologia: ❖ MACROSCOPIA: • Massa nodular, bem delimitada, firme, parda-acinzentada, aderida à dura-máter. ❖ MICROSCOPIA: Meningotelial (Sincicial): ❖ Não é possível ver onde uma célula termina e onde a outra começa. ❖ Aglomerados espiralados de células volumosas, com limites imprecisos (aspecto sincicial). ❖ Massas de células em agrupamentos compactos. Marcela de Castro Bastos Rodrigues – Patologia III 50 Fibroso (Fibroblástico): ❖ Células alongadas (fusiformes), dispostas em feixes paralelos ou que se entrelaçam. ❖ Abundante deposição de colágeno entre as células. Transicional ou Psanomatoso: ❖ Arranjos vorticilares (voltas). ❖ Voltas em torno de calcificações psanomatosas. Metástases Cerebrais: ❖ O SNC é sede frequente de metástase por via sanguínea. ❖ Mais frequentes: • Ca de pulmão, Ca de mama, Melanoma, Ca renal e Ca colônico. ❖ Nódulos múltiplos, bem delimitados, nos hemisférios cerebrais, na junção entre córtex e substância branca. ❖ Sobrevida: apenas 3 a 6 meses.
Compartilhar