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18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 1/45 Fluxo de Potência Prof. Felipe Laure Miranda e Profa. Isabela Oliveira Guimarães Descrição Você vai conhecer os estudos aplicados a sistemas elétricos de potência destinado à análise em regime permanente dos sistemas, bem como a formulação do problema matemático de operação, denominado fluxo de potência e suas técnicas de solução. Propósito Os sistemas elétricos de potência podem ser considerados grandes circuitos interligados por linhas de transmissão e diversos outros equipamentos. Dessa forma, a análise desses sistemas consiste em determinar grandezas elétricas como tensão e corrente. O cálculo dessas grandezas é de extrema importância para a operação do sistema elétrico e faz parte das análises feitas por órgãos e operadores responsáveis pelo fornecimento de energia. Preparação Ao começar seus estudos, tenha em mãos uma calculadora científica para auxiliar nos cálculos matemáticos relacionados à formulação dos problemas. Objetivos Módulo 1 Formulação básica do �uxo de potência Analisar a formulação básica do fluxo de potência. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 2/45 Módulo 2 Métodos de solução do �uxo de potência Reconhecer os principais métodos de solução do fluxo de potência e suas aplicações. Módulo 3 Métodos de solução do �uxo de potência – estudos de caso Empregar métodos de solução do fluxo de potência. Módulo 4 Compensação reativa Reconhecer as técnicas de compensação reativa em sistemas elétricos. Introdução Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda os aspectos importantes relacionados ao fluxo de cargas em um sistema elétrico, as principais características do sistema e seu comportamento. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 3/45 1 - Formulação básica do �uxo de potência Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a formulação básica do �uxo de potência. Formulação do problema de �uxo de potência Confira neste vídeo a formulação básica do problema de fluxo de potência, assim como suas siglas e variáveis. Siglas e variáveis em �uxo de potência Assista ao vídeo e entenda os diferentes tipos de barras existentes no sistema elétrico, assim como suas siglas e variáveis. A função básica de um sistema elétrico de potência é atender às demandas de carga existentes em uma área. Quando está operando de forma adequada, o sistema elétrico garante fornecimento contínuo de potência ativa e reativa, mantendo estáveis níveis de tensão e frequência. Além disso, o sistema deve fornecer energia com custo 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 4/45 mínimo, seja econômico ou mesmo ambiental, de modo a impactar ao mínimo a área em que está inserido. A estrutura de um sistema elétrico é bastante complexa, contendo inúmeros equipamentos necessários para geração, transmissão e distribuição da energia, além de equipamentos de transformação e controle de potência. A imagem a seguir ilustra um sistema elétrico de forma simplificada. As barras são identificadas por seus respectivos números, que interconectam a fonte geradora, transformadores, linha de transmissão e carga. As barras representam, por exemplo, subestações do sistema. Representação simplificada de um sistema elétrico. O atendimento à demanda em condições normais de operação exige estudos matemáticos importantes para a determinação do estado do sistema, ou seja, o conhecimento dos perfis de tensão e frequência de operação. A modelagem matemática do sistema permite conhecer o fluxo de potência entre os equipamentos e, dessa forma, determinar as principais grandezas elétricas necessárias para o seu controle. A seguir é apresentada a modelagem e formulação básica do problema de fluxo de potência em sistemas elétricos. Os equipamentos de um sistema elétrico podem estar conectados de duas formas distintas: Entre um nó e a referência Entre um nó e a referência (terra) como é o caso dos geradores, capacitores e reatores. Entre dois nós Entre dois nós, como as linhas de transmissão e transformadores. O conhecimento dessas características é importante para a formulação das equações básicas do fluxo de potência, ou fluxo de carga, entre esses equipamentos. Basicamente, a partir da aplicação das leis de Kirchhoff, é possível determinar as equações de fluxo de potência em um sistema. Para determinação dessas equações é preciso considerar inicialmente que o sistema opera em regime permanente, ou seja, sem a influência de transitórios. Dessa forma, as equações de fluxo podem ser consideradas algébricas e as Leis de Kirchhoff podem ser facilmente manipuladas para solução do problema. A determinação do módulo e fase da tensão é o principal objetivo da análise de fluxo de potência. Caso o sistema sofra alguma perturbação, uma nova análise deve ser feita, uma vez que a solução corresponde a um estado específico da rede. Quatro variáveis por barra são atribuídas para a formulação básica: Vk 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 5/45 Representa o módulo da tensão na barra . Representa o ângulo de fase da tensão na barra . Representa a geração líquida de potência ativa na barra . Representa a geração líquida de potência reativa na barra . A partir dessas variáveis, considerando quais são conhecidas ou quais devem ser calculadas, é possível definir os seguintes tipos de barras: PQ Conhecidos e , calculados e . PV Conhecidos e , calculados e . (referência) Conhecidos e , calculados e . As barras PQ representam barras de carga. As barras PV representam a geração, também conhecidas por barras de tensão controlada, pois mantêm essa grandeza em determinado valor preestabelecido. Entenda a diferença entre esses tipos de barras! Barras de carga As potências de demanda ativa e reativa são conhecidas, de modo que se torna necessário calcular módulo e fase da tensão. Barras de geração A potência ativa gerada e o módulo da tensão são conhecidos, sendo necessário calcular a potência reativa e a fase da tensão. k θk k Pk k (PG − PD) Qk k (QG − QD) Pk Qk Vk θk Pk Vk Qk θk V θ Vk θk Pk Qk 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 6/45 Normalmente um sistema contém muito mais barras PQ e algumas barras PV. A barra ou barra de referência é responsável por fornecer uma referência angular ao sistema e fechar o balanço de potência, uma vez que a potência referente às perdas ôhmicas do sistema é alocada nesta barra. É importante ressaltar que apenas uma barra de referência é representada na formulação básica do fluxo de potência. Confira as variáveis conhecidas e as incógnitas para cada tipo de barra. Representada pela sigla . Conhecidas: e Incógnitas: e Representada pela sigla . Conhecidas: e Incógnitas: e Representada pela sigla . Conhecidas: e Incógnitas: e As expressões de fluxo de potência são determinadas pela aplicação das leis de Kirchhoff. Para isso, é importante modelar os elementos conectados nas barras descritas anteriormente. Elementos de rede Confira no vídeo uma apresentação dos componentes que fazem parte do sistema e como eles são modelados para análise da rede. V θ Barra referência V θ Vk θk Pk Qk Barra de carga PQ Pk Qk Vk θk Barra de tensão controlada PV Pk Vk θk Qk 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 7/45 Os sistemas elétricos são basicamente um circuito elétrico formado por uma rede de elementos conectados entre um nó e uma referência ou entre nós. Para os sistemas, os nós são considerados as barras. Os geradores, cargas, bancos decapacitores e reatores são elementos conectados entre uma barra e a referência. Muitas vezes, esses elementos são também conhecidos por elementos shunt ou em derivação. Veja agora a conexão desses componentes no sistema: Representação de elementos shunt ou derivação do sistema. Os elementos como as linhas de transmissão, conectados entre barras, são representados por um modelo equivalente em estudos de fluxo de potência, conhecido como modelo . Nesse modelo, é representado um parâmetro de impedância série e dois parâmetros de susceptância shunt entre as barras. Observe um modelo : Representação de uma linha de transmissão pelo modelo . Como o fluxo de potência no sistema é essencialmente composto por um sinal alternado (senoide), a impedância série da linha é dada π π π (zkm) 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 8/45 pela seguinte equação: Eq. 1 Em que: resistência série reatância série Já o inverso da impedância é conhecido por admitância, sendo expressa por esta equação: Eq. 2 Em que: condutância série susceptância série O elemento refere-se à susceptância em derivação da linha, utilizada para representar a injeção de reativos. A partir de uma simples aplicação de Lei de Ohm, é possível determinar as correntes que fluem pelos elementos descritos na linha de transmissão. Observe nesta equação: Eq. 3 Em que: Aplicando a mesma análise no sentido contrário, tem-se a corrente na equação a seguir. Eq. 4 zkm = rkm + jxkm rkm = xkm = ykm = gkm + jbkm = z −1 km = rkm r2km + x 2 km − j xkm r2km + x 2 km gkm = rkm r2km+x 2 km = bkm = xkm r2km+x 2 km = jbshkm Ikm = ykm (Ek − Em) + jb sh kmEk Ek = Vk∠θk Em = Vm∠θm Imk Imk = ykm (Em − Ek) + jb sh kmEm 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 9/45 A partir das expressões de corrente e dos fasores de tensão em cada barra, é possível determinar as expressões de potência que fluem pelas linhas de transmissão e outros equipamentos conectados no sistema. Equações de descrição de �uxo de potência Confira no vídeo as principais equações para solucionar o fluxo de potência na linha de transmissão e representação das perdas. O conjunto de equações do problema de fluxo de potência é formado essencialmente por duas equações para cada barra, sendo uma para a potência ativa injetada e outra para a potência reativa injetada. De modo a estar de acordo com as leis de Kirchhoff, essas equações devem deixar claro que o somatório das potências injetadas em cada barra deve ser igual ao somatório dos fluxos de potência que fluem através dos equipamentos, linhas de transmissão, transformadores etc. Observe essa afirmação nas duas equações seguintes. Eq. 5 Eq. 6 Em que: é o índice de barras do sistema, até NB barras. é o conjunto das barras vizinhas (diretamente ligadas) à barra . é o módulo das tensões nas barras e . é a fase das tensões nas barras e . é o fluxo de potência ativa da barra para barra . é a injeção de potência reativa pelo elemento shunt na barra . Nessas duas equações, os ângulos e aparecem como a diferença . Isso significa que uma mesma distribuição de fluxos pode ser obtida se for somada uma constante arbitrária a todos os ângulos de barra, de modo que o problema é indeterminado sem a adoção de uma Pk = ∑ m∈Ωk Pkm (Vk,Vm, θk, θm) Qk + Q sh k = ∑ m∈Ωk Qkm (Vk,Vm, θk, θm) k = 1, 2, 3 … .NB Ωk k Vk,Vm k m θk, θm k m Pkm,Qkm k m Qshk k θk θm θk − θm 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 10/45 referência angular. Por isso, torna-se necessária a adoção da barra de referência no sistema. As equações 5 e 6 consideram uma convenção de sentidos: as injeções líquidas de potência são positivas entrando na barra (geração) e negativas saindo da barra (carga). Já os fluxos de potência são positivos quando saem da barra e negativos quando entram na barra. Veja! Convenções de sentido para fluxos de potência. Fluxo de potência na linha de transmissão Utilizando as expressões de corrente demonstradas para o modelo da linha de transmissão ilustrado na imagem "Representação de uma linha de transmissão pelo modelo " e suas respectivas equações de corrente, é possível determinar o fluxo de potência aparente . Sabendo que , tem-se a próxima equação. Eq. 7 Aplica-se a lei de Ohm para determinar a expressão de potência complexa, conforme as duas equações a seguir. Eq. 8 Eq. 9 Os fluxos e correspondem às partes real e imaginária, respectivamente, da equação 9, o que resulta nas seguintes equações: Eq. 10 π π Skm Skm = Pkm + jQkm Ikm = ykm (Ek − Em) + jb sh kmEk S ∗ km = Pkm − jQkm = E ∗ kIkm S ∗km = ykmVk∠θk (Vk∠θk − Vm∠θm) + jb sh kmV 2 k Pkm Qkm 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 11/45 Eq. 11 Os fluxos de sentido contrário, e , são obtidos de forma semelhante nas duas próximas equações. Eq. 12 Eq. 13 Em muitos estudos de fluxo de potência é comum o uso de simplificações, principalmente para sistemas operando em altas tensões. Uma das simplificações é desconsiderar o elemento resistivo , de modo que o sistema não apresente perdas ôhmicas. Para estudos mais completos, a expressão para essas perdas pode ser facilmente encontrada. Representação das perdas A corrente elétrica através de uma linha de transmissão é a mesma nos dois sentidos, o que muda são os módulos da tensão nas barras. Essa constatação explica a diferença de fluxo calculado nos extremos da linha e a soma desses fluxos representa as perdas naquele ramo. Confira as equações que representam as perdas ativas e reativas, respectivamente: Eq. 14 Eq. 15 É importante observar que é o módulo da tensão no elemento série da linha, de modo que são as perdas ativas (ôhmicas) na linha e refere-se às perdas reativas na linha. Por fim, corresponde à potência reativa gerada nos elementos shunt. Formulação matricial do �uxo de potência Os sistemas elétricos muitas vezes são compostos por muitos equipamentos, de modo que a determinação das expressões acima e Pkm = V 2 k gkm − VkVmgkm cos θkm − VkVmbkm sen θkm Qkm = −V 2 k (bkm + b sh km) + VkVmbkm cos θkm − VkVmgkm sen θkm Pmk Qmk Pmk = V 2 mgkm − VkVmgkm cos θkm − VkVmbkm sen θkm Qmk = −V 2 m (bkm + b sh km) + VkVmbkm cos θkm − VkVmgkm sen θkm (gkm = 0). Pkm + Pmk = gkm (V 2k + V 2 m − 2VkVm cos θkm) = gkm|Ek − Em| 2 Qkm + Qmk = − b sh km (V 2 k + V 2 m) − bkm (V 2 k + V 2 m − 2VkVm cos θkm) = = −bshkm (V 2 k + V 2 m) − bkm|Ek − Em| 2 |Ek − Em| gkm|Ek − Em| 2 −bkm|Ek − Em| 2 = −bshkm (V 2 k + V 2 m) 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 12/45 cálculo das respectivas variáveis pode se tornar bastante trabalhoso. Para facilitar a representação dos elementos no sistema, é possível formular o fluxo de potência matricialmente. Para determinada barra do sistema visto na imagem "Convenções de sentido para fluxos de potência", aplicando a primeira lei de Kirchhoff, tem-se a equação a seguir. Eq. 16 A expressão para , em função da expressão de na equação 16 é: Eq. 17 A equação 17 pode ser representada matricialmente pela equação 18, considerando um sistema com barras. Veja! Eq. 18 Em que: vetor de injeções de corrente, cujas componentes são de todas as barras vetor de tensões nodais de barra matriz de admitância nodal do sistema Os elementos da matriz de admitância podem ser facilmente obtidos a partir dos parâmetros do sistema. Seus elementos são: A matriz de admitância nodal pode ser escrita em termos de condutância e susceptância - , e possui algumas características importantes. Confira! Matriz quadrada É uma matriz de ordem n (número de barras). Matriz esparsa É uma matriz para redes de grande porte (muitos elementosnulos referentes a . k Ik + I sh k = ∑ m∈Ωk Ikm para k = 1, 2, …n Ik Ikm Ik = [jbshk + ∑ m∈Ωk (jbshkm + ykm)]Ek + ∑ m∈Ωk (−ykm)Em n I = YE I = Ik E = Y = Ykm = −ykm Ymk = −ykm Ykk = jb sh k + ∑m∈Ωk (jb sh km + ykm) Y = G + jB Ykm 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 13/45 Matriz simétrica É uma matriz se a rede possuir apenas transformadores em fase. Por fim, sabendo que , tem-se: Eq. 19 A injeção líquida de potência é dada pelas seguintes equações: Eq. 20 Eq. 21 Eq. 22 Em que é o conjunto de barras adjacentes à barra k, incluindo a própria barra . Separando a potência em potência ativa e reativa, tem-se as próximas equações. Eq. 23 Eq. 24 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Na formulação básica do problema de fluxo de potência é preciso conhecer quatro variáveis para cada barra do sistema: módulo da Ykm = Gkm + jBkm Ik = ∑ m∈Ωk (Gkm + jBkm)Em Sk Sk = Pk + jQk = VkI ∗ k = Vk∠θk[∑ m∈K (Gkm + jBkm)Vm∠θm] ∗ Sk = Vk∠θk ∑ m∈K (Gkm − jBkm)Vm∠ − θm = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm − jBkm)∠θk − θm Sk = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm − jBkm) (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) K k Sk Pk = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) Qk = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 14/45 tensão, fase da tensão, potência ativa e potência reativa. A partir dessas variáveis define-se três tipos de barra. Sobre os tipos de barra, é correto afirmar que Parabéns! A alternativa D está correta. As barras PV, conhecidas como barras de geração ou barras de tensão controlada, fornecem potência ativa ao sistema. Das quatro variáveis, são conhecidas a potência ativa injetada e o módulo da tensão, ou seja, possuem uma tensão predefinida. Questão 2 A respeito da formulação básica do problema de fluxo de potência, é possível afirmar que A as barras de geração fecham o balanço de potência do sistema. B a barra PQ refere-se às barras que fornecem potência ativa e reativa ao sistema. C o sistema pode possuir quantas barras de referência forem necessárias. D a barra PV tem tensão constante. E na barra de referência é conhecida a potência ativa e reativa fornecida. A a modelagem das perdas é feita na própria equação da linha de transmissão. B o somatório das injeções de potência é igual ao somatório de potências que fluem pelas linhas de transmissão e transformadores. C o estudo de fluxo de potência é válido para o sistema operando em qualquer condição. D as equações que representam o fluxo de potência no sistema são do tipo diferenciais. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 15/45 Parabéns! A alternativa B está correta. A formulação básica do fluxo de potência é feita a partir das leis de Kirchhoff, de modo que o somatório dos fluxos que entram em uma barra deve ser igual ao somatório dos fluxos que saem dessa barra. 2 - Métodos de solução do �uxo de potência Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais métodos de solução do �uxo de potência e suas aplicações. Métodos numéricos para solução do �uxo de potência Confira neste vídeo uma apresentação das técnicas de solução para o problema de fluxo de potência. Equacionamento do problema Assista ao vídeo e entenda como estruturar o problema de fluxo para ser solucionado com as técnicas a serem exploradas. E a matriz de admitância representa apenas os elementos série do sistema. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 16/45 O problema de fluxo de potência pode ser considerado um problema matemático não linear, em virtude das equações: e Essas equações relacionam as variáveis de estado a serem determinadas, módulo e fase da tensão nas barras. Dessa forma, é preciso organizar essas equações em sistemas lineares para que possam ser aplicadas técnicas matemáticas para a solução do problema. Apesar de se utilizar simplificações que permitem linearizar o problema, o fluxo de potência tem, por essência, características não lineares, de modo que métodos para solução de equações não lineares são necessários. Veja na sequência o equacionamento do problema não linear e as principais ferramentas matemáticas utilizadas nesses estudos. Sejam as equações 25 e 26 de potência líquida injetada. Eq. 25 Eq. 26 Para um sistema que contenha barras, a cada barra serão associadas equações e variáveis com as características a seguir: equações de potência ativa equações de potência reativa variáveis associadas por barra Na formulação básica, a solução consiste em resolver um sistema em que, primeiramente, se específica duas dessas variáveis e calcula-se as outras duas. Isso é feito porque, para cada barra, tem-se apenas duas equações disponíveis. Em cada barra, a potência líquida injetada é dada pela diferença da potência gerada e da potência demandada . Pk = ∑ m∈Ωk Pkm (Vk,Vm, θk, θm) Qk + Q sh k = ∑ m∈Ωk Qkm (Vk,Vm, θk, θm) Pk = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sen θkm) Qk = Vk ∑ m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm cos θkm) n 2 × n 4× n n Pk n Qk 4 × n (Vk, θk,Pk,Qk) Sk = SG − SD 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 17/45 Como as perdas não são calculadas pela formulação de potência injetada, seu valor é encontrado ao final e a barra de referência é responsável por fornecer o valor correspondente. Ao somar as perdas, diz-se que o balanço de potências do sistema está fechado. Ao solucionar o conjunto de equações para cada barra, diz-se que é conhecido o estado de operação da rede. Assim, de posse do módulo e fase das tensões de barra, é possível calcular outras grandezas como os fluxos nas linhas e transformadores, por exemplo. A solução do fluxo de potência pode ser dividida em dois subsistemas lineares. Considerando como o número de barras e o número de barras , tem-se: (dimensão ) Variáveis conhecidas: e para as barras PQ. (valores especificados) e para as barras PV. (valores especificados) Variáveis determinadas: e para as barras PQ. para as barras PV. (27) (dimensão ) - Esse subsistema é resolvido após a solução do subsistema 1. Variáveis conhecidas: para todas as barras. e para a barras . para as barras PV. (28) As principais técnicas de solução desses sistemas são apresentadas na sequência. NPQ PQ NPV PV Subsistema 1 2 × NPQ + NPV Pi Qi Pj Vj Vi θi θj Subsistema 1 ⎧⎪⎨⎪⎩P espk − Vk∑m∈K Vm (Gkm cos θkm + BkmQespk − Vk∑m∈K Vm (Gkm sen θkm − BkmSubsistema 2 NPV + 2Vkeθk Variáveis determinadas: Pi–Qi V θQj Subsistema 2{Pk = Vk∑m∈K Vm (Gkm cos θkm + Bkm sQk = Vk∑m∈K Vm (Gkm sen θkm − Bkm 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 18/45 Método linear de solução – Fluxo DC Confira no vídeo uma apresentação do método de solução linear para o fluxo de potência, também conhecido como Fluxo DC. Na análise do ponto de operação de sistemas de alta tensão, em que não há grandes variações na magnitude das tensões entre barras, o fluxo de potência ativa é aproximadamente proporcional à abertura angular entre duas barras e desloca-se no sentido do maior para o menor ângulo. Assim, a relação entre a potência ativa e a diferença angular é semelhante à corrente de fluxo de corrente e tensões nodais. Essa aproximação permite que tal simplificação seja denominada Fluxo DC (Direct Current ou corrente contínua) por se assemelhar à lei de Ohm. Para as aproximações descritas, tem-se: Eq.29 Assim, o fluxo de potência ativa, denominado Fluxo DC é dado por esta equação: Eq.30 Em uma formulação matricial, a injeção de potência ativa na barra k que satisfaça a primeira lei de Kirchhoff será: Eq.31 De modo que sua representação matricial é dadapela próxima equação: Eq.32 Vk ≈ Vm ≈ 1pu sen θkm ≈ θkm bkm ≈ −1 xkm Pkm = θk − θm xkm Pk = ∑ m∈Ωk 1 xkm θkm P = B′θ 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 19/45 Em que possui as mesmas características da matriz de admitância, no entanto, apenas com os termos imaginários (susceptância). Seus elementos são: Como as perdas não são consideradas diretamente no cálculo, as linhas da matriz são linearmente dependentes, visto que a injeção de potência ativa em uma barra é sempre igual à soma das injeções das demais. Para tornar o sistema possível de se determinar é necessário retirar tal singularidade. Isso é feito adotando-se uma barra de referência e eliminando-se suas respectivas linha e coluna da matriz. O sistema resultante, de dimensão -1, pode ser facilmente solucionado como qualquer solução de um sistema linear. Métodos não lineares Confira no vídeo uma apresentação dos métodos de solução não lineares para o estudo de fluxo de potência. A solução das equações algébricas não lineares do problema de fluxo de potência pode se tornar uma tarefa difícil, principalmente quando os estudos envolvem sistemas de grandes dimensões. Diversos métodos matemáticos podem ser utilizados para encontrar o ponto de operação de um sistema e, principalmente, são métodos que permitem a implementação de rotinas computacionais para a resolução de problemas complexos de fluxo na rede. Veja a seguir os principais métodos iterativos não lineares utilizados! Método de Gauss-Jacobi e Gauss-Seidel O método de Gauss-Jacobi transforma um sistema linear do tipo em , ou seja, dado o seguinte sistema original: Eq. 33 B′ B′kk = ∑ m∈Ωk 1 xkm B ′ km = B ′ mk = − 1 xkm B′ n [A][x] = [b] [x] = [C][x] + [g] ⎧⎪⎨⎪⎩a11x1 + a12x2 + ⋯ + a1nxn = b1⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯an1x1 + an2x2 + ⋯ + annxn = bn 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 20/45 Considerando , isolando o vetor com separação pela diagonal, tem-se: Eq. 34 Assim, o sistema torna-se: No método de Gauss-Seidel, o sistema equivalente é escrito da mesma forma que no método de Gauss-Jacobi, mas no cálculo de são considerados todos os valores mais atualizados, que já foram calculados, e os valores restantes . Os métodos de Gauss são simples, embora não sejam os mais rápidos, o que pode limitar sua aplicação em problemas multivariáveis, como é o caso da análise de fluxo de potência. Vamos analisar um exemplo para compreendermos melhor esse assunto. Exemplo Para o sistema de equações não lineares a seguir, vamos encontrar a solução utilizando o método de Gauss-Jacobi. Consideraremos um vetor nulo como chute inicial e uma tolerância de . Solução Primeiramente, devemos colocar o sistema na forma de solução de Gauss-Jacobi. Estimativas iniciais: e . Confira cada iteração! Substituindo-se os valores das estimativas iniciais, tem-se: aii ≠ 0 [x] ⎧⎪⎨⎪⎩x1 = 1a11 (b1 − a12x2 − a13x3 − ⋯ − a1nxn)⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯ ⋯xn = 1ann (bn − an1x1 − an2x2 − ⋯ − ann−1xn−1)[x] = [C][x] + [g] xk+1jxk+11 , … ,xk+1j−1xk+1j+1 , … ,xk+1n10−5 { 2x1 + x1x2 = 1 2x2 − x1x2 = −1 { x1 = 0, 5 − x1x2 2 x2 = −0, 5 + x1x2 2 x1 = 0 x2 = 0 Primeira iteração 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 21/45 Substituindo-se os valores da primeira iteração: Substituindo-se os valores da segunda iteração: Por se tratar de um método iterativo lento, sucessivas iterações semelhantes às demonstradas acima são realizadas. De posse de uma implementação computacional, após 440 iterações, a solução é: Método de Newton Seja inicialmente uma representação gráfica para uma função , ilustrada na imagem "Convenções de sentido para fluxos de potência". Para uma aproximação é traçada uma reta tangente ao ponto . Em termos geométricos, a solução da função é o ponto em que a curva corta o eixo . Os passos básicos para a aplicação do método de Newton na solução de uma equação não linear de variável única são: x11 = 0, 5 − 0 = 0, 5 x12 = −0, 5 + 0 = −0, 5 Segunda iteração x21 = 0, 5 − 0, 5 × (−0, 5) 2 = 0, 625 x22 = −0, 5 + 0, 5 × (−0, 5) 2 = −0, 625 Terceira iteração x31 = 0, 5 − 0, 625 × (−0, 625) 2 = 0, 6953 x32 = −0, 5 + 0, 625 × (−0, 625) 2 = −0, 6953 x1 = 0, 9955 x2 = −0, 9955 f xk−1 ((xk−1), f (xk−1)) f x Primeiro passo F lh l ã i i i li 0 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 22/45 Vamos à prática! Fazer e escolher uma solução inicial . i = 0 x = xi = x0 Segundo passo Calcular o valor da função no ponto .f(x) x = xi Terceiro passo Comparar o valor calculado com a tolerância especificada e; se ; então será a solução procurada dentro da faixa de tolerância ; senão prossiga para o próximo passo. f (xi) f (xi) ≤ ϵ∣ ∣ x = xi±ϵ Quarto passoLinearizar a função em torno do ponto por intermédio da série de Taylor:Isso significa que a nova estimativa de passa aser:Em que f(x)[x, f(x)]f (xi + Δxi) = f (xi) + f ′ (xi)Δxi = 0xxi+1 = xi + ΔxiΔxi = −f (xi)/f ′ (xi) Quinto passo Fazer e voltar para o segundo passo.i = i + 1 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 23/45 Exemplo Calcularemos as raízes de utilizando o método de Newton. Para convergência, consideraremos uma tolerância de e um chute inicial x . Solução É dividida em: . Com é maior que a , deve-se calcular a nova estimativa de : Como é maior que a tolerância, calcula-se a nova estimativa de : f(x) = 2x3 − 4x2 + 3x − 4 10−3 0 = 2, 0 Primeira iteração i = 0,xi = 2, 0 f (x0) = 2, 0 f (x0) = 2, 0∣ ∣ 10−3xΔx0 = −f (x0)f ′ (x0) = −0, 1818x1 = x0 + Δx0 = 1, 8182Segunda iteração f (x1) = 0, 2526f (x1)∣ ∣x Δx1 = −f (x1)f ′ (x1) = −0, 0305x2 = x1 + Δx1 = 1, 7877Terceira iteração 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 24/45 Como é maior que a tolerância, calcula-se a nova estimativa de : Como é menor que a tolerância é a solução do problema. Em problemas multivariáveis, como a solução de um fluxo de potência, a derivada de atualização das variáveis é, na verdade, uma matriz de derivadas parciais, conhecida como Jacobiana. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma vez que o sistema elétrico esteja operando em condições normais, o problema de fluxo de potência é modelado matematicamente por equações algébricas. O equacionamento para solução do problema considera os tipos de barra e variáveis envolvidas. A respeito da modelagem das equações e suas soluções é correto afirmar que f (x2) = 0, 0061 f (x2)∣ ∣xΔx2 = −f (x2)/f ′ (x2) = −7, 7894 × 10−4x3 = x2 + Δx2 = 1, 7869Quarta iteração f (x3) = −1, 6155 × 10−4f (x3)∣ ∣ x = 1, 7869 A para cada barra do sistema são previstas 4 equações e 4 variáveis, sendo o sistema possível e determinado. B as equações para solução do problema de fluxo de potência são lineares. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 25/45 Parabéns! A alternativa E está correta. Para cada barra do sistema, estão disponíveis 2 equações, uma que relaciona a potência ativa injetada e outra que relaciona a potência reativa. Como são previstas 4 variáveis de estado por barra, e dessas variáveis devem ser previamente conhecidas para que o sistema de soluções seja matematicamente possível e determinado. Questão 2 A respeito dos métodos de solução aplicados ao problema de fluxo de potência, é correto afirmar que C o tipo de barra não influencia na quantidade de variáveis a ser determinada. D os métodos de solução aplicados ao fluxo de potência determinam a tensão e frequência em cada barra do sistema. E das variáveis de estado nas barras, 2 sãopreviamente conhecidas e 2 são calculadas por métodos diversos de solução de equações. P ,Q,V θ, 2 A a linearização do modelo de fluxo de potência permite boas aproximações das variáveis de estado em sistemas de extra alta tensão. B a solução de um fluxo de potência somente é possível em sistemas computacionais. C os métodos lineares mais utilizados são o de Gauss- Jacobi e Gauss-Seidel. D o fluxo de potência linear é um modelo simplificado que modela apenas o fluxo de potência reativa no sistema. E o método de Newton para solução de equações não lineares é pouco utilizado na solução de fluxo de potência em razão de sua difícil convergência. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 26/45 Parabéns! A alternativa A está correta. Utiliza-se a linearização do fluxo, em análise em pontos de operação em sistemas de alta tensão, pois, nestes sistemas, há grande variação do módulo das tensões entre as barras carregadas. Daí, neste caso, consideramos o fluxo de potência ativa como sendo proporcional ao ângulo existente entre as duas barras. O fluxo de potência se desloca na direção do menor ângulo. 3 - Métodos de solução do �uxo de potência – estudos de caso Ao �nal deste módulo, você será capaz de empregar métodos de solução do �uxo de potência. Aplicação da formulação – estudos de caso Confira no vídeo os aspectos característicos referentes a um estudo de caso sobre fluxo de potência. Modelagem da rede – matriz de admitância nodal Confira no vídeo o desenvolvimento da montagem da matriz de admitância de barra para o caso em estudo. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 27/45 Em praticamente todos os estudos de análise de sistemas elétricos de potência há uma ferramenta de fluxo de potência, seja ela simplesmente para encontrar o ponto de operação da rede naquele instante, auxiliar em estudos de expansão de equipamentos frente a um horizonte de crescimento de carga ou mesmo no dimensionamento de sistemas de proteção, uma vez que o cálculo da potência de curto-circuito é feito através de ferramentas de fluxo de potência. Mas devido às grandes dimensões dos sistemas e presença de equações não lineares, os métodos de solução podem se tornar exaustivos, ao ponto que, na maioria das aplicações, esses estudos são feitos por ferramentas computacionais. Veja a seguir demonstrações matemáticas de como esses métodos de solução são aplicados ao problema de fluxo de potência, desde à modelagem da rede por meio da matriz de admitância nodal ao passo a passo de técnicas de solução para o fluxo linear e não linear. A interligação de linhas de transmissão e transformadores no sistema formam um grande circuito elétrico com muitas malhas e componentes. Assim como em análise de circuitos, é possível solucionar sistemas lineares por inspeção. Em estudos de fluxo de potência tem-se algo semelhante: a montagem da matriz de admitância nodal. O objetivo da modelagem matricial do problema de fluxo de potência é facilitar o equacionamento que será disponibilizado às ferramentas computacionais responsáveis por executar os métodos de solução já vistos. A montagem da matriz de admitância, ou , é bastante simples. Uma matriz relaciona as tensões nodais (ou tensões de barra) com as injeções de corrente no sistema por meio dos geradores, ou seja, trata-se claramente de uma aplicação da lei de Kirchhoff das correntes. O diagrama unifilar de um sistema elétrico tem 4 barras (sendo a barra 0 a referência) e as setas conectadas a essas barras representam injeções líquidas de corrente. Entre as barras, os elementos. Os elementos entre barras representam as admitâncias das linhas de transmissão. Por exemplo, y4 refere-se à admitância da linha 1-2. Confira! Ybarra Ybarra 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 28/45 Diagrama unifilar de um sistema elétrico de 4 barras. Baseado em uma análise por inspeção ou análise nodal de circuitos elétricos, as equações nodais são: Barra 1 Barra 2 Barra 3 Barra 4 A equação referente à barra de referência é uma combinação linear das outras equações, o que pode ser verificado somando as três equações das barras 1, 2 e 3. Agrupando os termos, tem-se: Na forma matricial, é possível separar os termos referentes às admitâncias nas equações acima: I1 = y4 × (V1 − V2) + y6 × (V1 − V3) + y1 × (V1 − V0) I2 = y5 × (V2 − V3) + y4 × (V2 − V1) + y2 × (V2 − V0) I3 = y5 × (V3 − V2) + y6 × (V3 − V1) + y3 × (V3 − V0) (−I1 − I2 − I3) = y1 × (V0 − V1) + y2 × (V0 − V2) + y3 × (V0 − I1 I1 = (y1 + y4 + y6) × V1 − y4 × V2 − y6 × V3 I2 I2 = −y4 × V1 + (y2 + y4 + y5) × V2 − y5 × V3 I3 I3 = −y6 × V1 − y5 × V2 + (y3 + y5 + y6) × V3 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 29/45 Eq. 35 A equação 35 ilustra claramente a matriz de admitância nodal que relaciona o vetor de injeções de corrente e o vetor de tensões nodais. Essa equação pode ser escrita na forma: Eq. 36 A partir da modelagem do sistema pela matriz , é possível prosseguir para a solução do fluxo de potência linear e não linear. Fluxo de potência linear Confira no vídeo uma solução do problema de fluxo para a rede de exemplo, utilizando as técnicas lineares. Agora, para poder explicar o fluxo de potência linear, vamos apresentar um estudo de caso genérico, em que é possível verificar como é montado o sistema de equações lineares. Considere o sistema de 5 barras a seguir. A barra 5 será adotada como referência para análise. Sistema de 5 barras para demonstração de fluxo de potência linear. Inicialmente é necessário aplicar a lei de Kirchhoff das correntes em cada barra do sistema, de modo que o somatório dos fluxos que chegam em uma barra deve ser igual ao somatório dos fluxos que saem dessa mesma barra. O equacionamento será: = × ⎡⎢⎣I1I2I3⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣y1 + y4 + y6 −y4 −y6−y4 y2 + y4 + y5 −y5−y6 −y5 y3 + y5 + y6⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣V1V2V3⎤⎥⎦I = Ybarra × V Ybarra P1 = P12 + P15 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 30/45 Considerando a aplicação da equação 30 que trata do fluxo de potência linear entre duas barras: Rearranjando os termos e aplicando a equação acima, temos: As expressões acima podem ser representadas matricialmente: De modo simplificado, o sistema linear matricial pode ser representado conforme esta equação: Eq. 37 Uma vez que o método de fluxo linear é aplicado em sistemas de alta tensão cujos módulos de tensão são próximos de 1 pu para todas as barras, a solução do problema consiste em encontrar o vetor de ângulos na equação X, que pode ser feito conforme a equação a seguir. Eq. 38 No entanto, é importante relembrar que a expressão matricial acima apresenta uma linha que é combinação linear das outras, de modo que tal singularidade deve ser extinta para permitir a solução do sistema. Como a barra 5 é adotada como referência, seu ângulo já é conhecido e, portanto, não há necessidade de uma equação que a represente. Assim, P2 = P21 + P23 + P25 P3 = P32 + P34 P4 = P43 + P45 P5 = P51 + P52 + P54 Pkm = θk − θm xkm P1 = (b12 + b15) × θ1 + (−b12) × θ2 + (−b15) × θ5 P2 = (−b12) × θ1 + (b12 + b23 + b25) × θ2 + (−b23) × θ3 + ( P3 = (−b23) × θ2 + (b23 + b34) × θ3 + (−b34) × θ4 P4 = (−b34) × θ3 + (b34 + b45) × θ4 + (−b45) × θ5 P5 = (−b15) × θ1 + (−b25) × θ2 + (−b45) × θ4 + (b15 + b25 + = × ⎡⎢⎣P1P2P3P4P5⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣(b12 + b15) −b12 0 0 −b15−b12 (b12 + b23 + b25) 0 0 −b250 −b23 (b23 + b34) −b34 00 0 −b34 (b34 + b45) −b45−b15 −b25 0 −b45 (b15 + b25 + b45)⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣θ1θ2θ3θ4θ5⎤⎥⎦P = B′θθ = inv (B′) × P 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 31/45 a linha e a coluna referentes à barra 5 podem ser retiradas do sistema. Por fim, a solução do fluxo de potência linearserá feita pelo seguinte sistema: Os ângulos de barra são encontrados a partir da solução do sistema acima. Fluxo de potência não linear Confira no vídeo uma solução do problema de fluxo para a rede exemplo, utilizando as técnicas não lineares. O fluxo de potência não linear é modelado por equações algébricas não lineares, de modo que o método de Newton pode ser aplicado para sua solução. Veja o sistema de 2 barras ilustrado a seguir: a solução para este problema é apresentada via método de Newton, considerando uma tolerância de 0,001. Sistema de 2 barras para demonstração do fluxo de potência não linear. Com base na formulação básica do problema, o vetor de incógnitas e as equações do subsistema 1 para o problema do sistema de 2 barras serão: Visto que a barra 1 é a barra de referência e a barra 2 é do tipo PV. A matriz de admitância nodal desse sistema, será: = × ⎡⎢⎣P1P2P3P4⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣(b12 + b15) −b12 0 0−b12 (b12 + b23 + b25) −b23 00 −b23 (b23 + b34) −b340 0 −b34 (b34 + b45)⎤⎥⎦ ⎡⎢⎣θ1θ2θ3θ4⎤⎥⎦ x = [ ] { θ2 V2 ΔP2 = −0, 8 − V2 (−0, 99 cos θ2 + 9, 9 sen θ2 + 0, 99V2) = 0 ΔQ2 = −0, 4 − V2 (−0, 99 sen θ2 − 9, 9 cos θ2+, 9, 9V2) = 0 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 32/45 Como o sistema possui apenas uma única barra além da de referência, a matriz de derivadas para atualização das variáveis de estado, matriz jacobiana, será dada por: A matriz jacobiana muitas vezes é descrita em função das submatrizes H, N, M e L que indicam as derivadas parciais das equações de potência ativa e reativa, em função das variáveis de estado, ângulo e tensão. Para o caso em estudo: O cálculo é feito da seguinte forma: A solução iterativa do problema não linear, baseada em chutes iniciais para as variáveis na iteração inicial e , é dada na seguinte tabela: iteração Tabela: Soluções iterativas para o fluxo de potência pelo método de Newton. Felipe Laure Miranda e Isabela Oliveira Guimarães Dessa forma, considerando a tolerância adotada inicialmente, a solução para as variáveis de estado são: Y = G + jB = [ ] 0, 99 − j9, 9 −0, 99 + j9, 9 −0, 99 + j9, 9 0, 99 − j9, 9 J = [ ] = [ ] ∂P(V ,θ) ∂θ ∂P(V ,θ) ∂V ∂Q(V ,θ) ∂θ ∂Q(V ,θ) ∂V H N M L H22 = V2 (0, 99 sen θ2 + 9, 9 cos θ2) N22 = 1, 98V2 + (−0, 99 cos θ2 + 9, 9 sen θ2) M22 = V2 (−0, 99 cos θ2 + 9, 9 sen θ2) L22 = 19, 8V2 + (−0, 99 sen θ2 − 9, 9 cos θ2) [ ] = −[J]−1 [ ] Δθ2 ΔV2 ΔP2 ΔQ2 θ2 = 0 V2 = 1pu [ ] θ2 V2 [ ] ΔP2 ΔQ2 1ª 0 1 − 0, 8 − 0, 4 2ª −0, 076 0, 952 − 0, 041 − 0, 046 3ª −0, 0804 0, 9461 − 0, 0003 − 0, 0004 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 33/45 A solução do subsistema 2 é encontrada a partir da solução do subsistema 1 acima. Portanto: Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Considere o sistema elétrico abaixo composto por 3 barras. Com base nos dados fornecidos na imagem, os ângulos, em radianos, das barras 2 e 3 serão: Sistema elétrico para Exercício 1. *Adotar a barra 1 como referência angular. [ ] = [ ] θ2 V2 −0, 0804rad 0, 9461pu { P1 = 0, 8089pu Q1 = 0, 4894pu A e θ2 = −0, 35rad θ3 = −0, 275rad B θ2 = −0, 55radeθ3 = −0, 175rad C e θ2 = −0, 25rad θ3 = −0, 375rad D e θ2 = −0, 75rad θ3 = −0, 355rad 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 34/45 Parabéns! A alternativa C está correta. Considerando as injeções de potência ativa nas barras 2 e 3 e eliminando linha e coluna referentes à barra de referência, a equação linear para solução do fluxo será na forma matricial: Resolvendo o sistema linear, os valores dos ângulos nas barras 2 e 3 serão: Questão 2 O método de Newton será utilizado para a solução do ponto de operação de um sistema elétrico que contém 3 barras, interligadas por linhas de transmissão entre si. Com base na modelagem desse sistema, é correto afirmar que Parabéns! A alternativa D está correta. Como o método utilizado para solução é o método iterativo de Newton, pode-se afirmar que se trata de uma modelagem com equações não lineares. Dessa forma, com base nas equações de E e θ2 = −0, 45rad θ3 = −0, 975rad [ ] = [ ] × [ ] −0, 5 −1, 0 5, 0 −2, 0 −2, 0 4, 0 θ2 θ3 θ2 = −0, 25rad θ3 = −0, 375rad A as equações do problema são do tipo lineares. B a matriz de admitância tem ordem 4x4. C a matriz jacobiana independe do tipo de barra no sistema. D as variáveis a calcular são o módulo e a fase da tensão nas barras. E o método de Newton não é eficiente para solução de fluxo de potência, pois necessita de muitas iterações para convergência. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 35/45 potência ativa e potência reativa, é possível calcular duas variáveis por barra, sendo elas módulo e fase da tensão. 4 - Compensação reativa Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as técnicas de compensação reativa em sistemas elétricos. Compensação reativa em sistemas elétricos Confira no vídeo os principais problemas que ocorrem no sistema elétrico que podem ocasionar mudanças no perfil operacional e veja como ajustá-los. Conceitos importantes em compensação reativa Confira no vídeo os conceitos da compensação reativa e qual sua função no sistema elétrico. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 36/45 Todos os equipamentos ligados aos sistemas elétricos de potência que operam em corrente alternada naturalmente geram ou consomem potência reativa, o que pode provocar importantes alterações no perfil de tensão da instalação ou parte do sistema envolvido. Dessa forma, operadores de sistemas elétricos trabalham sempre com base em estudos de controle de reativos, também denominado compensação reativa. As técnicas de compensação reativa permitem reduzir perdas e manter o sistema operando dentro de condições regulatórias. A injeção de potência reativa no sistema é uma técnica importante no controle de tensão, principalmente em instalações com alta predominância de cargas não lineares. Uma das técnicas mais conhecidas é o emprego de capacitores que permitem um incremento na qualidade da energia de uma instalação em que se predominam cargas muito indutivas, como os motores. Além do melhoramento do funcionamento da instalação, essa correção evita a aplicação de multas por parte das concessionárias de energia que exigem valores mínimos de fator de potência, que atualmente é 0,92. Com essas exigências, a compensação reativa tem se tornado muito importante e evoluído ao longo dos anos. De fato, a correção se tornou tão comum que não mais se utiliza o termo “multa”, mas “tarifação por energia reativa excedente”. Alguns conceitos relacionados a sistemas elétricos de corrente alternada são essenciais para entender as técnicas e métodos de compensação reativa. A energia gerada em corrente alternada pode ser decomposta em duas diferentes energias. Confira! Energia ativa Diz respeito à energia que fornece trabalho real ao sistema, ou seja, permite conversão em energia potencial, mecânica, calor, entre outras. A energia ativa é medida em kWh e é dada pelo produto entre a potência ativa, em kW, demandada e o tempo de funcionamento do equipamento. Energia reativa Diz respeito à energia utilizada para excitação dos campos magnéticos em equipamentos indutivos, como motores e transformadores. A energia reativa, medida em kVArh, é dada pelo produto entre a potência reativa, em kVAr, demandada e o tempo de funcionamento do equipamento. A soma vetorial das potências ativa e reativa, que fornecem as energias citadas, é denominada potência aparente, representada por S. A potência aparente é dada pelo produto dos valores eficazes da tensão e corrente, como definido nesta equação: Eq. 39 S = Vef × Ief 18/03/2024,23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 37/45 Em que: tensão eficaz corrente eficaz O fator de potência é dado pela próxima equação como a relação entre a potência ativa e a potência aparente. Veja! Eq. 40 Uma das maneiras mais simples de se analisar a relação entre essas potências e o fator de potência é por meio do triângulo de potências (imagem a seguir). É possível observar que o fator de potência é o cosseno do ângulo formado entre potência ativa e potência aparente. Triângulo de potências. A carga de um sistema elétrico é considerada linear quando sua corrente não possui componentes harmônicas, ou seja, a forma de onda da senoide de corrente possui apenas a componente fundamental de 60 Hz (para sistemas que operam nessa frequência). Para essas cargas, o triângulo de potências da imagem anterior pode ser utilizado para relacionar as potências e fator de potência. No entanto, grande parte das instalações em sistemas elétricos é composta de cargas não lineares, ou seja, a forma de onda da corrente elétrica é composta pela sua componente fundamental bem como por diversas harmônicas (múltiplas da componente fundamental). Isso ocorre devido às características reais dos equipamentos e presença de campos elétricos e magnéticos que geram correntes de ruído nos sistemas. Dessa forma, a relação de potências deve considerar ainda tais componentes e a análise por triângulo de potências dá lugar a um tetraedro de potências, que inclui a componente “potência de distorção”, simbolizada pela letra D. Veja! Vef = Ief = fp = cosφ = P S 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 38/45 Tetraedro de potências. A potência de distorção possui grande relação com perdas e contribui para o aumento da potência aparente. Essa potência é ilustrada por D e medida em kVAD (kVA de distorção). Matematicamente, o tetraedro de potências, ou seja, a relação de potências, é dado pelas equações a seguir. Eq. 41 Eq. 42 Eq. 43 Como o fator de potência é a relação entre potência ativa e aparente, um novo multiplicador menor que 1, denominado , ilustra o impacto na redução do fator de potência para cargas não lineares. Causas de baixo fator de potência Confira no vídeo uma discussão sobre os principais causadores da redução do fator de potência das redes elétricas. S 2 = P 2 + Q2 + D2 S = √P 2 + Q2 + D2 fp = cosφ × cosλ λ 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 39/45 O fator de potência apresenta a relação entre a potência ativa e a potência aparente em um sistema elétrico. Instalações operando com baixo fator de potência podem levar a custos elevados em virtude de tarifas adicionais que são cobradas pelas concessionárias de energia. A presença de cargas não lineares é um elemento aditivo no cálculo de fator de potência, principalmente por reduzirem esse índice. No entanto, muitas são as causas específicas que podem reduzir o fator de potência em um sistema elétrico. Entenda! As máquinas de indução consomem praticamente a mesma quantidade de energia reativa quando operam a vazio ou em carga nominal. No entanto, a energia ativa é proporcional à sua carga no eixo, de modo que, nesses casos, em baixo carregamento o fator de potência será menor. Semelhante aos motores de indução, as máquinas consomem a mesma quantidade de energia reativa em baixo carregamento ou à plena carga, de modo que, em condições de menor demanda, irão operar com baixo fator de potência. Lâmpadas como as fluorescentes, de vapor de sódio e vapor de mercúrio, precisam de reatores para funcionar. Esses reatores são elementos magnéticos, possuem bobinas que consomem energia reativa, contribuindo para um baixo fator de potência na instalação. É comum hoje a utilização de reatores de alto fator de potência. O uso de muitos motores de baixa potência na mesma instalação pode consumir muito mais energia reativa do que se fosse utilizada menor quantidade de motores de maior potência equivalente para acionamento das cargas. Essa prática pode contribuir para um baixo fator de potência. Operação a vazio ou sobrecargas de motores de indução Operação a vazio de transformadores Lâmpadas de descarga Número grande de motores de baixa potência 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 40/45 Nesse tipo de causa, há uma relação direta entre potência reativa e o perfil de tensão em um sistema elétrico (relação quadrática), de modo que sobretensões levam a grandes consumos de energia reativa e, consequentemente, um menor fator de potência. É possível observar que o fator de potência de uma instalação depende diretamente das práticas adotadas e tipos de equipamentos utilizados no dia a dia de sua operação. O melhoramento ou adequação do fator de potência é conhecido como “correção de fator de potência” e pode ser feito de diversas formas, como a instalação de bancos de capacitores, utilização de motores síncronos superexcitados, entre outros. Veja o cálculo para adequação do fator de potência para uma carga linear! Exemplo A potência ativa em um sistema elétrico é de 200 kW, correspondente ao um conjunto de motores de indução trifásicos que funcionam de modo constante, podendo assim, desprezar a presença de harmônicos. O fator de potência dessa instalação é de 0,8 e deseja-se aumentá-lo para 0,95. Vamos calcular a quantidade de potência reativa que deve ser injetada nesse sistema para a adequação. Portanto, a adequação do fator de potência demanda a injeção de 86 kVAr de potência reativa, que pode ser obtida com a instalação de um banco de capacitores. Técnicas de compensação reativa Sobretensão P = 200kW fpantes = 0, 8 fpdepois = 0, 95 Santes = 200kW 0, 8 = 250kVA Qantes =√S 2antes − P 2 = 150kVAr Sdepois = 200kW 0, 95 = 210kVA Qdepois =√S 2depois − P 2 = 64kVAr Qinjetado = Qantes − Qdepois = 86kVAr 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 41/45 Confira no vídeo uma discussão sobre as técnicas de compensação reativa e como aplicá-las em benefício do sistema. Entre as técnicas utilizadas para compensação reativa, podemos citar: Nesse tipo de técnica, é possível aumentar a relação entre potência ativa e potência aparente aumentando o fator de potência. Isso pode ser feito adicionando ou transferindo cargas de alto fator de potência para o sistema. Apesar de pouca aplicação prática, é uma solução para adequação do fator de potência. Nesse tipo de técnica, essas máquinas podem ser utilizadas como geradores de apenas potência reativa, uma vez que nenhuma carga mecânica seja conectada a seu eixo. Assim, o controle da corrente de campo permite gerar ou consumir energia reativa, controlando o fator de potência do sistema. Quando subexcitada, a máquina síncrona consome energia reativa e, quando superexcitadas, geram energia reativa para a instalação. Nesse tipo de técnica, o uso de capacitores é a técnica mais difundida em instalações elétricas, uma vez que é uma técnica de baixo custo e de maior flexibilidade de aplicação. Na maioria das situações, os capacitores de potência são instalados em bancos trifásicos, o que permite a obtenção de potências elevadas. Observe um exemplo de capacitores! Aumento do consumo de energia ativa Utilização de máquinas síncronas Utilização de bancos de capacitores 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 42/45 Banco de capacitores utilizado para controle do perfil de tensão em um sistema elétrico. O valor ideal para um fator de potência, tanto para o sistema elétrico quanto para a concessionária, seria de 1. No entanto, esse valor é impossível, uma vez que significaria inexistência de energia reativa, o quenão ocorrerá devido às características de funcionamento dos equipamentos eletroeletrônicos utilizados no sistema. É importante destacar que a qualidade da energia fornecida está diretamente relacionada ao perfil de tensão, de modo que os fluxos de potência ativa e reativa devem ser cuidadosamente controlados. Particularmente, o fluxo de potência reativa pode dar origem a grandes alterações nos sistemas de transmissão, uma vez que linhas podem operar a vazio em horários de baixa demanda, piorando o fator de potência e aumentando substancialmente as perdas no sistema. Diferentemente da frequência considerada constante, a tensão de um sistema elétrico varia constantemente, que depende fortemente do consumo da potência ativa e reativa em cada barra. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Os sistemas elétricos de potência operam em condições de estabilidade quando o perfil de tensão nas barras está dentro de limites preestabelecidos. No entanto, diversos fatores podem modificar o ponto de operação de um sistema a ponto de ocorrerem mudanças bruscas nas tensões. Podemos citar como fator altamente relacionado à tensão de um sistema: A A variação de frequência. B A geração de energia ativa. C A variação súbita de carga. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 43/45 Parabéns! A alternativa E está correta. Há uma relação direta e quadrática entre potência ativa e perfil de tensão no sistema elétrico, de modo que o consumo de energia reativa por equipamentos como motores e transformadores operando a vazio podem provocar variações consideráveis no perfil de tensão do sistema. Questão 2 As técnicas de compensação reativa são importantes não apenas para se evitar custos adicionais de energia excedente, mas também para garantir um melhor funcionamento dos equipamentos em uma instalação elétrica. A respeito das principais técnicas de compensação reativa é correto afirmar que Parabéns! A alternativa A está correta. Quando subexcitado, o motor síncrono operando a vazio pode fornecer energia reativa por meio do controle de corrente de campo. Com isso, é possível corrigir o fator de potência em instalações D A presença de componentes harmônicas de corrente. E O consumo de reativos por equipamentos indutivos. A motores síncronos operando subexcitados podem ser utilizados para a correção de fator de potência em instalações predominantemente capacitivas. B bancos de capacitores são pouco utilizados em função de seu custo de aquisição. C o aumento de potência ativa não contribui de forma eficiente no controle de fator de potência. D máquinas síncronas necessitam de uma carga conectada ao seu eixo para produzir reativos para o sistema. E a instalação de bancos de capacitores é uma técnica de compensação de energia reativa para instalações predominantemente capacitivas. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 44/45 com características capacitivas, uma vez que irão consumir o excedente de reativos produzidos. Considerações �nais A operação correta dos sistemas elétricos garante um fornecimento contínuo e confiável de energia aos consumidores. Para isso, técnicas matemáticas como a formulação do fluxo de potência é essencial para a determinação das principais características da operação, como módulo e fase da tensão nas barras. O estudo de fluxo de potência foi apresentado como uma ferramenta matemática formulada a partir de equações algébricas não lineares. As principais técnicas de solução utilizadas pelos modelos computacionais foram apresentadas e exemplificadas a partir de estudos de caso. Ainda relacionado à operação dos sistemas, o controle e compensação de energia reativa é importante para manter os perfis de tensão dentro de condições mínimas exigidas para os sistemas. As técnicas de compensação reativa foram apresentadas, de modo que tais ferramentas sejam consolidadas como de grande relevância nos estudos de sistemas elétricos de potência. Podcast Ouça e aprenda mais sobre o significado de fluxo de potência, métodos matemáticos de solução, matriz de admitância e compensação reativa. Explore + Leia o artigo O campo da energia elétrica no Brasil de 1880 a 2002, de João Paulo Gomes e Marcelo Vieira, e saiba mais sobre as características do sistema elétrico brasileiro. 18/03/2024, 23:32 Fluxo de Potência https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/07109/index.html# 45/45 Referências ELGERD, O. I. Introdução à teoria de sistemas de energia elétrica. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976. MONTICELLI, A. J. Fluxo de carga em redes de energia elétrica. São Paulo: Blucher, 1983. MONTICELLI, A. J.; GARCIA, A. Introdução a sistemas de energia elétrica. Campinas: Unicamp, 1999. STEVENSON, W. D. Elementos de análise de sistemas de potência. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil, 1974. ZANETTA JR, L. C. Fundamentos de sistemas elétricos de potência. São Paulo: Livraria da Física, 2006. 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