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A Educação Ambiental no Contexto Amazônico
Quando se fala em Educação Ambiental, percebe-se que o assunto ganhou visibilidade com relevância na questão de ameaças globais, como a erosão da camada de ozônio e o aquecimento do planeta. A questão ambiental está no rol das grandes questões internacionais. Dessa forma, a Educação Ambiental deve contribuir para a preparação de pessoas que obtenham a compreensão que o uso predatório da natureza, as queimadas e a poluição do meio ambiente trazem consequências negativas para a sociedade.
Hoje em dia é comum acreditar que a questão ambiental é uma invenção do século XX. De fato, o tema só ganhou projeção a partir dos anos 1960, década que testemunhou os primeiros esforços de chamar a atenção do mundo para as consequências da exploração irrestrita dos recursos naturais. De acordo com os especialistas, a humanidade chegou a um momento decisivo de sua história. Se a economia mundial continuar crescendo no mesmo ritmo da última década, o planeta não suportará a demanda por recursos naturais já em 2050. Isto é, em poucas décadas, o homem enfrentará a escassez de itens indispensáveis à sua existência.
As concepções acerca da Educação Ambiental vêm adquirindo, ao longo dos anos, um
considerável nível de investigação, uma crescente presença entre as diversas áreas e linhas de pesquisa do campo da educação. Além disso, a dimensão ambiental configura-se como um fator mobilizador, atribuído ao seu poder de partilhar, agregar com diferentes atores e atrizes os mais diferentes contextos e ações com princípios éticos e humanistas numa perspectiva que transcende fronteiras.
A educação é entendida como uma forte ferramenta de intervenção no mundo, além de ser um instrumento de construção do conhecimento seja ele formal ou informal, dentro das escolas ou não, mas que possui significado quando realizado de maneira libertadora. Nesse sentido tem-se uma educação que estimula o senso crítico, e métodos que tragam as discussões de forma realista, interagindo com o ambiente local, assim despertando o interesse dos alunos.
A Educação Ambiental, é importante ressaltar que, ela não se apresenta como uma disciplina formal dentro currículo, tanto nas escolas quanto nas universidades. A EA adota uma postura transdisciplinar, isto é, pode e deve ser relacionada com as demais disciplinas, fazendo um intercurso, uma vez que várias disciplinas, ou seja, que integram um determinado conhecimento colaborem visando a necessidade da resolução dos problemas, visando um bem comum.
Educação Ambiental é um processo de ensino e aprendizagem permanente, por onde o ser humano desenvolve a consciência que é parte do meio ambiente. Assim, as pessoas podem adquirir por meio da educação, o conhecimento, experiência e valores na busca da solução de problemas ambientais do presente e do futuro. A EA deve ser abordada no currículo escolar das séries iniciais ao ensino superior, uma vez que esse contexto contribui para o desenvolvimento de ações significativas para produzir uma sociedade mais consciente, e favorecem a formação de cidadãos mais participativos e com mais responsabilidade ambiental. Sendo a educação um caminho para desenvolver a temática ambiental de forma a conscientizar os alunos sobre a importância da sua preservação, se faz necessário que os docentes desenvolvam atividades que atendam a essa temática. A responsabilidade ambiental é uma questão de valores e morais, assim como a relação entre natureza e ser humano e a consciência ambiental.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais a educação ambiental é conteúdo obrigatório, e está proposta em temas transversais, para serem aplicados em todas disciplinas, relacionados aos objetivos de Meio Ambiente e Saúde. Os conteúdos de Meio Ambiente serão integrados ao currículo de modo transversal, pois deverão ser tratado em diversas áreas do conhecimento, em todas as práticas educativas, além de criar uma visão global e abrangente da questão ambiental. Com a transição para a Base Nacional Comum Curricular, estes temas permanecem com uma visão interdisciplinar.
Na década de 1970, teve início o período de consolidação da Educação Ambiental enquanto área de pesquisa e desenvolvimento. A partir da criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organização Mundial da Saúde (OMS) organizou conferências e produziu documentos norteadores orientando os governos a aplicarem em suas políticas.
No Brasil, a Educação Ambiental foi oficialmente instituída a partir da promulgação da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9795/99). No entanto, já na década de 1980, a Política Nacional de Meio Ambiente trouxe, como um dos seus princípios, a "educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente“.
nas leituras bibliográficas pode se notar que a política educacional sempre vai estar em discussão para a problemática da importância da EA, garantindo de que forma pode ser trabalhado a EA ela não define nenhuma disciplina mais sim que todas use ferramentas de trabalho desenvolvendo criatividades na aprendizagem de ensino buscando assim a “Educação Ambiental (DCNEA) assumindo os valores citados na PNEA e orientam que os temas tratados na Educação Ambiental são transversais e devem ser desenvolvidos em todos os níveis de ensino, com abordagens variadas”.
A escola é um dos agentes fundamentais para a divulgação dos princípios da EA, porém deve ser abordada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino, assegurando a presença da dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das diversas disciplinas e das atividades escolares. Com os conteúdos permeando todas as disciplinas do currículo e contextualizados com a realidade da comunidade ribeirinha, a escola ajudará o aluno a perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão integral do mundo em que vive. Para isso é importante que o professor trabalhe no sentido de desenvolver com os alunos uma postura crítica frente à realidade, as informações e os valores veiculados pelos meios de comunicação além daqueles trazidos pelos próprios alunos. A escola é apontada como um dos centros para a promoção da EA, para isso, é importante que ela se instrumentalize de um currículo que viabilize as ações que propiciem conhecimentos ambientais desde a Educação Infantil, num processo crescente, capaz de promover mudança de comportamento, sensibilizando, o homem em prol de sua consciência ecológica visando a um meio ambiente equilibrado.
Nesse sentido, é importante que a EA seja desenvolvida dentro de um processo participativo. 
Percebemos que muitas vezes as atividades de EA nas escolas ribeirinhas acontecem muitas vezes sem que haja a participação de toda a comunidade escolar, devendo ser levando em consideração os saberes que a comunidade tem sobre o meio ambiente. Para que a Educação Ambiental seja crítica, a educação deve acontecer nas relações entre os indivíduos no âmbito escolar, isto quer dizer que professores, alunos e a comunidade em geral aprendem juntos, em parceria, pois entendemos e acreditamos que a educação somente será verdadeiramente transformadora se for fruto da própria comunidade, por meio do respeito e do reconhecimento dos saberes dessas populações.
A escola deverá, para cumprir a função de EA “extrapolar seus muros”, permitindo a participação de todos e o envolvimento da comunidade; será preciso “ressaltar a visão crítica e criativa da escola”; possibilitar “a participação interdisciplinar e multiprofissional”; providenciar para que os programas não sejam “desenvolvidos com base e situações abstratas” e ainda buscar na comunidade as “alternativas de solução”. Assim, o processo de construção das ações educativas para Educação Ambiental deve ser um processo coletivo, dinâmico, complexo e contínuo de conscientização e participação social, que articule também a dimensão teoria e prática, além de ser necessariamente interdisciplinar. Assim, na tendência crítica estãoabrigadas propostas que orientam ações educativas que contribuam para a formação crítica dos sujeitos através de processos reflexivos para discussão, compreensão e ação transformadora das relações sociais de dominação.
A Educação Ambiental na perspectiva crítica, leva o indivíduo a transformar “valores e atitudes”, pela e para capacidade de “[...] problematizar as questões sócio-ambientais e agir sobre elas.” Como forma de ação, a Educação Ambiental permite a articulação entre a educação formal (dentro da escola) e a não formal (fora da escola), e essa parceria entre a aprendizagem escolar e social leva à busca de soluções aos problemas ambientais mais significativos para os sujeitos envolvidos.
O termo biodiversidade é usado para descrever a diversidade de importantes entidades ecológicas que abrangem múltiplas escalas espaciais, de genes a espécies e comunidades (CAIN et al., 2018). Assim, a biodiversidade pode ser entendida como a variedade de plantas, animais e microrganismos, os genes que eles contêm e os ecossistemas que eles formam. A biodiversidade é um patrimônio importante da humanidade, pois através dela se dá a sinergia ambiental (equilíbrio ambiental). Nos últimos tempos, o homem vem utilizando de forma irresponsável os recursos naturais, desencadeando um desequilíbrio ambiental sem precedentes. A sobrevivência humana está ligada ao bom uso do ecossistema, e dessa forma é necessário incumbir o ser humano como fiel protetor da biodiversidade, visto que o homem não existe sem um ambiente saudável e equilibrado.
Estudos apontam que quanto maior a biodiversidade, menor a chance de doenças que estão presentes em animais silvestres chegarem aos seres humanos. O desmatamento e as queimadas contribuem no aumento da emissão de dióxido de carbono para a atmosfera. Os raios infravermelhos são absorvidos pelos gases liberados nas queimadas, proporcionando na atmosfera a geração de calor (efeito estufa). As mudanças climáticas, ocasionadas pela aceleração do efeito estufa, têm impacto na biodiversidade. Exemplo disso é a proliferação de insetos vetores de doenças, pois a temperatura tem aumentado gradualmente assim como os padrões de chuva.
Ao longo do processo histórico, houve diferentes visões sobre o bioma Amazônico, o que prejudicou em muito as políticas públicas voltadas ao seu desenvolvimento. 
Com o crescimento de movimentos ambientalistas em todo o mundo, na década de oitenta, o mundo passou a olhar para a Amazônia e seus problemas. Neste sentido, a ideia de sua homogeneidade, de riqueza fácil, de grande vazio demográfico, da cultura nativa como atraso, foi sendo substituída por uma visão mais objetiva do seu meio ambiente, mostrando as possibilidades e limites para um desenvolvimento sustentável.
Contudo, o atual cenário de crise ambiental no Amazonas provocado ações antrópicas na região, não representa um tema atual. Naturalistas e biólogos, em diferentes momentos da história, têm culpabilizado as atividades humanas por acelerar, cada vez mais, a perda da biodiversidade e mesmo assim, as sociedades e seus governantes insistem na exploração desenfreada dos recursos naturais. Nesse sentido, a Educação Ambiental (EA) é o caminho ideal com a garantia do desenvolvimento sustentável para disseminar as informações, desenvolver o conhecimento.
Na região Norte do Brasil está situada 54% da Amazônia Brasileira. A heterogeneidade humana da Amazônia é uma de suas características marcantes, pois a mesma é constituída por pessoas que vivem no espaço urbano e rural – caboclos, povos indígenas, pescadores, camponeses, ribeirinhos, povos das florestas, trabalhadores sem terras, assentados, pequenos agricultores, colonos, imigrantes, entre outros. Abriga diferentes povos, constitui um espaço de encontro entre diversas culturas, que formam e enriquecem a cultura amazônica, que ao mesmo tempo é plural e singular.
Compreender o espaço amazônico requer que não esqueçamos que aqui vivem sujeitos que têm uma raiz cultural própria, tecem suas práticas na relação direta com a natureza, seja com a mata, rios, igarapés e lagos, entrelaçando-os no seu próprio modo de viver, no vocabulário e nos termos que usam para traduzir suas vivências e adaptação aos ecossistemas e nesses processos que produzem sua existência vão também se produzindo como seres humanos. A Amazônia não pode ser vista de forma homogeneizada, por esse motivo queremos desvelar o universo ribeirinho, levando em consideração sua realidade social, educacional e principalmente ambiental.
O bioma amazônico necessita de cuidados, tais como fortalecer as políticas públicas, ofertar subsídios aos profissionais qualificados, propagar as técnicas e conhecimentos dos povos indígenas e populações tradicionais, proporcionando aos atores sociais, reflexões sobre situações concretas da importância que tem a floresta amazônica no qual detêm a maior biodiversidade do mundo, com espécies da flora, fauna, microrganismos, e ainda reserva muitos segredos desconhecidos da humanidade. 
A super exploração da natureza traz crises fatais, dentre elas a perda da biodiversidade, mudanças climáticas, e nada mais atual que a pandemia de COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, já sendo considerada uma das mais grave crises vividas na história. A disseminação de doenças desconhecidas está ligada integralmente a destruição da natureza. Entre os impactos simbólicos destacam-se a invisibilização da população local, a desvalorização da sua cultura e a desqualificação dos seus saberes. Entretanto, essas não são problemáticas exclusivamente dos dias atuais.
Portanto, a EA tem papel fundamental na atual sociedade, devendo orientar criticamente aos estudantes, construindo e reconstruindo conhecimentos, numa perspectiva emancipadora da educação. De acordo com a PNEA (BRASIL, 1999), as temáticas relacionadas à EA devem estar presentes para diferentes níveis de ensino e público em geral. Entende-se ser papel do educador ambiental mediar a construção de referenciais ambientais (JACOBI, 2003) e de valores e comportamentos (SORRENTINO, 1998) de maneira dialogada e participativa. Dentro dessas discussões da espécie a serem identificadas, destaca-se a importância de ser trabalhado a EA conscientizando a sociedade, comunidades ribeirinhas, povos tradicionais, a valorizarem a natureza e seu bem-estar social.
Os principais problemas socioambientais detectados nas localidades onde a escola pesquisada está inserida, como o lixo, a água, a malária, transformaram-se nos temas geradores dos projetos educativos desenvolvidos pela mesma. No planejamento curricular é evidente a preocupação com a água, esta tem uma grande importância na vida do ribeirinho, pois a sobrevivência humana depende desse recurso, à medida que eles utilizam o rio para a pesca, higiene, etc. Dessa forma, o modo como o educador aborda determinada temática, na realização do processo educativo, explicita a sua concepção de sociedade, o seu entendimento sobre a problemática ambiental e, consequentemente, a vertente da educação ambiental que está assumindo.

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