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CUSTOS

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Belo Horizonte 
2023 
 
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Curso de Graduação em Ciências Contábeis 
 
 
 
 
 
Ludmila Aparecida da Silva Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CUSTEIO POR ABSORÇÃO E AS EXIGÊNCIAS LEGAIS E TRIBUTÁRIAS 
Belo Horizonte 
2023 
 
 
Ludmila Aparecida da Silva Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CUSTEIO POR ABSORÇÃO E AS EXIGÊNCIAS LEGAIS E TRIBUTÁRIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa apresentado à 
disciplina Análise de Custos do Curso de 
Graduação em Ciências Contábeis da 
Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais, Unidade São Gabriel. 
 
Professor: Luciano Carlos Lauria 
 
SUMÁRIO 
 
 
1.INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2.REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 6 
2.1 Contabilidade de custos ..................................................................................... 6 
2.2 Formas de tributação das pessoas jurídicas ................................................... 8 
2.2.1 Simples Nacional ...............................................................................................10 
2.2.2 Lucro Presumido ................................................................................................11 
2.2.3 Lucro Real ..........................................................................................................12 
2.2.4 Lucro Arbitrado ...................................................................................................14 
2.3 Custeio por absorção e normas aplicáveis (CPC´s).........................................14 
2.4 Contabilidade de custos integrada e coordenada com o restante da 
escrituração .........................................................................................................16 
2. 5 Disposições legais do imposto de renda para o registro dos custos na 
contabilidade ....................................................................................................18 
2.6 Exemplificação dos sistema de custos integrado e coordenado ....................19 
2.7 Exemplificação dos sistema de custos não integrado ....................................20 
2.8 Considerações finais...........................................................................................22 
3.0 CONCLUSÃO .......................................................................................................23 
REFERÊNCIAS...........................................................................................................25 
ANEXOS ..........................................................................................................26 
 
 
 
. 
4 
1.INTRODUÇÃO 
 
A Contabilidade é uma ciência de grande importância para as empresas e 
indústrias e quando direcionamos a contabilidade para o setor industrial ela se torna 
ainda mais valiosa, pois é por meio dessa que conseguimos um maior enriquecimento 
financeiro, gerando assim um lucro mais extenso. 
Período anterior à Revolução Industrial, os grandes responsáveis pela 
fabricação e produção de produtos eram os artesãos, que não tinham a exigência de 
uma profunda preocupação com cálculo de custos. 
Porém, com o o passar do tempo e a implantação da indústria, percebeu-se a 
necessidade desse cálculo para formação de estoques. Diante disso, surgiu a 
contabilidade de custos, inicialmente com o objetivo de mensurar os estoques 
produzidos e determinar o resultado do exercício. Com a evolução, passou-se a gerar 
informações até para tomada de decisões. 
Contabilidade de Custos é um ramo que estuda o custeio de um produto ou 
serviço realizado ou produzido por uma entidade, auxiliando na identificação direta do 
valor a ser atribuído a um produto ou serviço produzido ou executado pela mesma. 
Nos parâmetros gerais, seu papel se depara na identificação de todos os seus 
consumos: mão-de-obra direta ou indireta, matéria-prima, equipamentos, serviços, 
etc, e desse modo, se consiga atribuí-los ao produto ou serviço final. 
Os objetivos da Contabilidade de Custos podem ser assim resumidos: 
-Controle de custos: visa comprovar o custo de cada componente, o que entra 
determinar os custos fixos e variáveis; avaliação das especificações do produto; 
-Tomada de decisões: Dar apoio á tomada de decisões gerenciais no que tange a 
fixação do preço de venda; 
-Auxiliar o planejamento: Alierçar orçamentos e projeções financeiras atendendo á 
necessidade de controles e informações específicas (como à legislação fiscal). 
Com foco da gestão, sobressai a importância da utilização de um sistema de 
custos, no qual pode ser utilizado em atividades como a de aprimoramento de 
processos, avaliação de desempenho, busca da qualidade, aumento da produtividade 
com redução de custos, entre outros aspectos. 
Os Sistemas de Custeio são formas como os custos são registrados e 
transferidos internamente dentro das organizações, sendo assim podemos defini-lo 
5 
como um método para mensuração, decisão e informação. 
Esse trabalho tem como foco principal abordar o funcionamento do Custeio por 
Absorção e suas exigências legais e tributárias, demonstrando o método de custeio 
mais utilizado em empresas atualmente, suas vantagens e desvantagens e 
aplicações. Dessa maneira, esse trabalho será desenvolvido com as informações 
obtidas através de pesquisas bibliográficas em livros e fontes da internet. 
 
6 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 Contabilidade de custos 
 
Compreender a herança do passado da contabilidade é poder recuperar a 
também a evolução humana e entender quais são as necessidades do ser humano e 
das empresas em controlar seu patrimônio, representado pelo conjunto de bens, 
direitos e obrigações. Portanto, entender a história da contabilidade é resgatar toda a 
linha de raciocínio contabilista e assim estende-se a contabilidade atual. 
 
Na antiguidade a contabilidade tinha como objetivo apenas registrar as 
atividades comerciais e o controle patrimonial, como mencionado acima. Com a 
evolução e desenvolvimento das atividades, percebeu-se que essa maneira ficou 
arcaica e foram e foi necessário implementar um ramo contábil para administrar o 
custo da produção e assim apresentar os resultados desejados, foi então com essa 
necessidade que surgiram os primeiros conceitos da contabilidade que se 
especializou em custos. 
 
Contabilidade de custo, diferente das demais áreas da contabilidade, ela possui 
uma preocupação voltada constantemente com: estoque, lucros, receitas e 
resultados, a mesma é uma ferramenta de grande importância para uma gestão com 
precisão e usada para encontrar muitas respostas para problemas que surgem 
durante a gestão de uma empresa. É por meio dela que conseguimos chegar no valor 
ideal de quanto deve-se vender determinado produto ou serviços permitindo elaborar 
e apresentar todos os custos operacional na fabricação e venda de determinado 
produto para se chegar a lucratividade liquida. Além disso, a contabilidade de custos 
é utilizada para diferenciar o que é gasto, custo e despesas. 
 
Eliseu Martins afirma : 
 
Gasto — Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade 
(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos 
(normalmente dinheiro). 
 
Custo — Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. 
Despesa — Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. 
7 
Custos são gastos, que ocorrem necessariamente para fabricação dos 
produtos das empresas, ou seja, gastos para desenvolvimento de novos produtos, 
que estão ligados à área industrial das empresas. Os custos dividem-se em: Custos 
Variáveis e Custos Fixos. 
 
Os custos variáveis são aqueles que variam de forma proporcional ao volume, 
portantoquanto maior a produção, maior serão os custos variáveis. As bases de 
atividade mais corriqueiras dos custos variáveis são: horas de uso de máquinas e mão 
de obra direta, unidades produzidas, unidades vendidas e material direto. 
 
Segundo expressam Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 22), custos fixos são 
 
custos que permanecem constantes dentro de determinada capacidade 
instalada, independem do volume de produção, ou seja, uma alteração no 
volume de produção para mais ou para menos não altera o valor total do custo 
Exemplos: salários das chefias, aluguel, seguros etc. 
 
Já o custo fixo é aquele que não sofre alteração nenhuma caso ocorra alteração 
no volume de produção, pois eles não são diretamente ligados a isso, ou seja, são 
independentes do nível de atividade. Alguns exemplos de custos fixos são: limpeza e 
conservação, salários da administração, depreciações e alugueis de equipamentos e 
instalações. 
 
No entendimento de Perez Jr, Oliveira e Costa (2—5, p.24), custos variáveis: 
 
são os custos que mantêm relação direta com o volume de produção ou 
serviço. Dessa maneira, o valor absoluto dos custos variáveis cresce à medida 
que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, esse 
crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo do volume 
produzido. 
 
 
Analisar os custos de uma empresa geram informações necessárias para formar 
preços de venda, avaliar estoques, alcançar a competitividade, tomar decisões, 
cálculos impostos sobre a renda, dessa forma, existem gastos que são considerados 
fundamentais para o produto ou serviço, estes chamamos de custos diretos. 
Entretanto, aqueles gastos que apenas contribuem ou ajudam em parte do processo, 
são conhecidos como custos indiretos. 
 
8 
De acordo com o Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 25), custos diretos 
 
são os custos que podem ser quantificados e identificados no produto ou serviço 
e valorizados com relativa facilidade. Dessa forma, não necessitam de critérios 
de rateios para serem alocados aos produtos fabricados ou serviços prestados, 
já que são facilmente identificados. 
 
Estudos de Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 27) revelam que: 
 
os custos que, por não serem perfeitamente identificados nos produtos ou 
serviços, não podem ser apropriados de forma direta para as unidades 
específicas, ordens de serviço ou produto, serviços executados, etc. 
Necessitam, portanto, da utilização de algum critério de rateio para sua 
alocação. 
 
A fim de proporcionar um melhor entendimento de como podemos classificar 
os custos diretos ou indiretos, segue abaixo 5 passos para facilitar esse processo: 
 
1- Verificar se a empresa é uma Indústria, Comércio ou prestadora de serviço, pois o 
que é custo para uma, pode não ser para outra 
 
2- Identificar qual a principal atividade uma empresa 
 
3- Listas os gastos e classificá-los como custos, despesas, perdas ou investimento 
4-Separar somente os custos 
5-Fazer-se a pergunta: Esse custo é direcionado para fazer o produto? Em resposta 
positiva será considerado custo direto, caso contrário classificamos como custo 
indireto. 
 
2.2 Formas de tributação das pessoas Jurídicas 
Regimes de tributação, trata-se de um conjunto de leis que regulamentam a 
atividade tributária de uma pessoa jurídica. Mediante essas regras, os empresários têm 
um norte a seguir na hora de cumprir com suas obrigações fiscais, sabendo quais serão 
as alíquotas deverão aplicar para cada imposto, qual tipo de documentação deverão 
arquivar ou declarar e quais benefícios lhe são devidos, esse último trazendo grande 
relevância para o crescimento da empresa. 
De acordo com Nascimento (2018) é necessário realizar uma análise de qual 
regime tributário deve ser adotado pela empresa, essa escolha é de responsabilidade 
do contador e da empresa, os mesmos devem se assegurar quanto às normas jurídicas 
https://www.taxgroup.com.br/intelligence/imposto-taxa-e-contribuicao-quantos-tipos-de-tributos-existem-no-brasil/
9 
e seus efeitos. 
Para fins tributários federais, a apuração dos impostos, no Brasil, pode ser feita 
de qautro formas: 
1. Lucro Real; 
2. Lucro Presumido e 
3. Simples Nacional (opção exclusiva para Microempresas e Empresas de Pequeno 
Porte). 
4. Lucro Arbitrado 
Lima e Rezende (2019) citam os regimes de tributação vigentes para a apuração 
dos impostos, sendo eles: simples nacional, lucro presumido, lucro real e lucro arbitrado. 
Os regimes que fazem parte do planejamento tributário são os três primeiros citados, o 
lucro arbitrado geralmente é utilizado quando a Receita descobre sonegação da 
empresa e a mesma passa a ser obrigada a tributar pelo regime ou quando a empresa 
deixa de fazer a contabilização de suas movimentações. 
Segue na tabela 1 em anexo, para melhor entendimento, um comparativo entre 
as três formas de tributação. 
 
2.2.1 Simples Nacional 
O Simples Nacional é uma forma de tributação, na qual de simples é somente o 
nome, pois a legislação dele é bem complexa. Esse regime foi instituído pela lei 9.317, 
revogada pela Lei Complementar 123 de 2006, entretanto tivemos algumas alterações, 
e a principal deles foi a Lei Complementar 155 de 2016, que alterou a forma do cálculo 
de apuração do Simples Nacional e aumentou o limite de faturamento federal de 3,6 
milhões para 4,8 milhões. Além disso temos também a resolução 140 do CGSN (Comitê 
Gestor do Simples Nacional) que auxilia no entendimento desse regime. 
Segundo Marins e Bertoldi (2007, p. 68) o Simples Nacional pode ser conceituado 
como: 
regime especial de tributação por estimação objetiva, constituído em 
microssistema tributário, material, formal e processual, que unifica a 
fiscalização, o lançamento e a arrecadação de determinados impostos e 
contribuições de competência da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, 
aplicável as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com o escopo de 
atribuir a estes contribuintes tratamento fiscal diferenciado e favorecido, em 
caráter parcialmente substitutivo ao regime geral e compulsório. 
 
As principais características desse regime são: 
● Ser facultativo; 
10 
● Ser irretratável para todo o ano calendário; 
● Abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Confins, IPI, ICMS ISS e 
a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo 
da pessoa jurídica; 
● Recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de 
arrecadação- DAS, com vencimento dia 20 de cada mês; 
● Disponibilização às ME/PP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do 
valor mensal devido, geração do DAS; 
● Apresentação de declaração única e simplificada de informações 
socioeconômicas e fiscais (DEFIS); 
● Atividades separadas por Anexos. 
As empresas que podem optar pelo regime do Simples Nacional são as Micro 
empresas (faturamento até 360 mil/ano) e as empresas de pequeno porte (de 360 mil 
até 4,8 milhões/ano). Entretanto, nem todas as empresas podem optar por essa forma 
de tributação, existem alguns fatores que determinam se a entidade está apta ou não a 
fazer essa opção, sendo necessário cumprir os requisitos previstos na legislação (Lei n° 
123 de 2006 e as resoluções do Comitê de Gestor do Simples Nacional. 
A apuração do Simples Nacional é realizada após o somatório do faturamento 
dos últimos doze meses, em seguida encontra-se a alíquota que deve ser aplicada para 
realizar o cálculo. Esta alíquota é estabelecida nas cinco tabelas a serem utilizadas pelo 
contribuinte em conformidade com a atividade desenvolvida pela empresa, sendo 
dividida em anexos para o comércio, indústria e serviços, além da faixa de faturamento. 
Além disso deve-se atentar ao sublimite de faturamento, verificar qual o regime 
de apuração (caixa ou competência) e observar também anexos, como o Pis e Cofins 
monofásicos, ICMS ST, retenções e outros. 
2.2.2 Lucro Presumido 
O Lucro Presumido é o regime de tributaçãoque utiliza a receita para apuração 
do IRPJ e CSLL. O cálculo é uma estimação de lucro, com aplicação de percentuais 
específicos. Conforme Rodrigues et al. (2007, p. 284), o Lucro Presumido 
é uma forma de tributação simplificada para determinação da base de cálculo 
do imposto de renda e da CSLL (devidos trimestralmente) das pessoas jurídicas 
que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração do Lucro Real. A 
base de cálculo do imposto e da contribuição é apurada mediante a aplicação 
de um determinado percentual sobre a receita bruta. 
11 
Optar por esse regime de tributação existe alguns requisitos a ser analisado, 
como: 
● Empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços cuja receita bruta 
no ano-calendário anterior tenha sido de até R$78.000.000,00 (setenta e oito 
milhões de reais) 
● Quando a pessoa jurídica tenha iniciado atividades no decorrer do ano, o limite 
é de R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) por mês. 
Entretanto existe regras para as empresas que não podem optar pelo Lucro 
Presumido, tendo que escolher o Lucro Real, independente do valor do seu faturamento: 
● Entidades financeiras; 
● Empresas que aufiram lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos no 
exterior; 
● Empresas que usufruam benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto de 
renda, calculados com base no lucro de exploração (empresas geralmente 
sediadas nas áreas da SUDENE e SUDAM); 
● Empresas de prestação de serviço de assessoria creditícia, mercadológica, 
gestão de crédito (factoring); 
● As imobiliárias de construção, incorporação compra e venda de imóveis que 
tenham registro de custo orçado, nos termos das normas aplicáveis a essas 
atividades. 
Pode-se citar como as principais características do Lucro Presumido: 
● Apuração Trimestral- 31/03, 30/06, 30/09 e 31/12; 
● Estima-se o Lucro com base na Receita Bruta e acréscimos; 
● Possibilidade de pagamentos mensais; 
● Possibilidade de parcelamento do imposto. 
A base de cálculo do Lucro Presumido referente ao IRPJ e CSLL é apurada a 
partir da receita bruta decorrente da atividade da pessoa jurídica optante e do resultado 
das demais receitas e dos ganhos de capital. 
Podem ser deduzidos da receita bruta da atividade as seguintes parcelas: 
● As vendas canceladas; 
● Os descontos incondicionais concedidos (descontos na nota fiscal); e 
● IPI e o ICMS substituição tributária, quando registrados como receita. 
12 
A base de cálculo do imposto de renda será obtida pela aplicação de um 
percentual específico sobre cada receita obtida pela empresa, e este percentual é 
estabelecido e dependente da atividade exercida. 
O cálculo da presunção do lucro, para fins de CSLL deverá ser feito pela soma 
das receitas brutas auferidas ou recebidas no trimestre e aplicar o percentual de: 
● 12%, no caso de comércio, indústria e prestação de serviços hospitalares, de 
transportes e construção por empreitada com emprego de materiais; 
● 32%, no caso das prestações de serviços não contempladas no percentual de 
12%. 
Entretanto, quando o Lucro Presumido calculado exceder, trimestralmente, R$ 
60.000,00 de lucro, o excedente será tributado, adicionalmente, a 10% no IRPJ. Dessa 
forma, se o Lucro Presumido for maior que 60 mil, então faz-se a subtração do LP- 
60.000 e multiplica-se por 10%, e este será p valor do IRPJ adicional. 
2.2.3 Lucro Real 
O Lucro Real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, 
exclusões ou compensação prescrita ou autorizadas por este regulamento (Decreto n° 
158, de 1977, artigo 6° caput). 
Quando se faz a opção pelo lucro real, fica á critério da empresa, escolher por 
ele trimestral ou anual, entretanto não é vantajoso para a instituição optar pelo lucro real 
trimestral. Portanto focaremos no lucro real anual. 
Para se realizar o cálculo da CSLL e o IRPJ é necessário seguir duas 
metodologias, sendo a primeira chamada de estimativa ou acréscimo de receitas. Nesse 
caso é necessário realizar um levantamento do balancete de suspensão e redução de 
pagamento. Já a segunda metodologia utilizada, é chamada de real. 
Em relação a estimativa, a determinação da base de cálculo do IR e da CSLL é 
semelhante ao presumido, com as seguintes diferenças: 
1° Receita financeira e juros de capital próprio compõem a base de cálculo somente da 
CSLL 
2° Toda denominação presumido ou presunção será substituída por estimado ou 
estimativa 
3° Na estimativa, para IR podemos considerar a dedução dos incentivos fiscais 
4° O cálculo é feito sobre os valores da DR(e) mês a mês, como se a empresa apurasse 
a DR(e) mensalmente 
13 
5° Após a apuração dos valores do IR e da CSLL a pagar devemos somar estes dois 
valores obtendo o somatório desses tributos apurado pela estimativa 
6° Este valor deverá ser comparado com os valores dos mesmos tributos, IR e CSLL, 
apurados pela metodologia do real. No mês seguinte, ao período a que se referem, 
devemos antecipar o menos valor entre os somatórios do real e estimado. 
Como já foi efetuada a antecipação do período anterior ao da apuração desse, o 
valor a ser antecipado será a diferença para se chegar ao valor devido até a data 
acumulada. 
A metodologia do Lucro real anual conhecida como real, requer um estudo mais 
profundo, onde deve-se identificar os requisitos abaixo, para que assim chegue a base 
de cálculo do IR e CSLL: 
● Despesas indedutíveis 
● Receitas tributas 
● Perdas 
● Ganhos 
● Provisões 
● Compensação de prejuízos 
Desse modo, parar chegar na base de cálculo por essa metodologia é 
necessário: 
● Analisar despesas com limites de deduções 
● Segregar adições e exclusões, temporárias e permanentes 
● Constituir e revertes ativos fiscais diferidos 
● Contabilizar os valores a pagar e que afetam a DR(e) (Lucro Real) 
● Fazer a contabilização das antecipações 
Diferentemente da metodologia por estimativa, onde é calculado mês a mês, 
a determinação da base da CSLL e do IR pelo método do real, são feitas a partir de 
DR(e) acumulada. 
2.2.4 Lucro Arbitrado 
Como regra geral, o arbitramento do lucro é aplicado pelo agente fiscal, no caso, 
a Secretaria da Receita Federal, quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as 
obrigações acessórias relativas à determinação do Lucro Real ou presumido. 
A segunda hipótese, desde que conhecida a receita bruta, e ocorrida qualquer 
das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, contribuinte pode proceder 
14 
ao auto-arbitramento e efetivar o pagamento dos tributos com base no lucro arbitrado 
(Lei nº 8.981/95, art. 47, §§ 1º e 2º, Lei nº 9.430/96, art. 1º). 
Os percentuais aplicáveis para o cálculo do lucro arbitrado, quando conhecida a 
receita bruta, são os mesmos usados para o cálculo do lucro presumido, acrescidos de 
20%. 
2.3 Custeio por absorção e normas aplicáveis (CPC´s) 
Pode-se afirmar que análise de custos é uma das maneiras mais aconselhadas 
de manter uma empresa bem estabilizada, permitindo conhecer bem seus gastos por 
meio do registro contábil das operações produtivas 
Inserido nesse contexto, os métodos de custeio determinam a forma de 
valorização de uma operação, uma atividade, um conjunto de atividade, um produto ou 
até mesmo um departamento, ou seja significa a apropiação dos custos. 
Sendo assim, cada método produzirá informações diferenciadas. É importante 
que, ao escolher um método, sejam considerados os objetivos a serem alcançados, a 
estrutura organizacional e as características operacionais da empresa. Dessa forma 
podemos definir o conceito de custeio como o método utilizado para apropriar os custos 
de produção aos produtos. 
 
Segundo MARTINS (2018,P.22): “Custeio significa método de apropriação de 
custos”. 
Dentre os vários métodos existentes, destacam-se alguns que podem ser 
escolhido pelas empresas, Custeio por Absorção, Custeio variável ou direto, Custeio 
baseado em atividades (ABC) e o Custo padrão.Cada um possui suas próprias 
características, não havendo unanimidade em estabelecer um como o melhor. 
Entretanto, ressalta-se a importância de que cada organização conheça suas 
necessidades para escolher o que melhor lhe atende. 
 
Considerando os custeios citados, o mais tradicional e principal é o custeio por 
absorção, ele define quais os custos que devem fazer parte do custeio dos produtos e 
como estes custos serão apropriados e distribuidos. 
NEVES E VICECONTI, 2000, diz: 
o objetivo do custeio por absorção é ratear todos os seus elementos (fixos ou 
variáveis) em cada fase da produção. Logo, um custo é absorvido quando for 
atribuído a um produto ou unidade de produção. Assim, cada unidade ou 
produto receberá sua parcela no custo até pelo custo dos produtos vendidos ou 
pelos estoques finais. 
15 
 
Nesse custeio apropria-se todos os custos incorridos, sejam fixos ou variáveis, 
diretos ou indiretos, aos produtos fabricados, além de ser o único previsto na legislação 
tributária e nos princípios da contabilidade. Portando, além dos custos de produção 
como matéria prima, mão de obra e outros, os custos indiretos como manutenção, 
planejamento, controle de qualidade entre outros, também são rateados dentro do custo 
do produto seguindo o critério estabelecido pela empresa previamente. Temos como 
exemplos de critérios de rateio, o volume de produção, mão de obra consumo de matéria 
prima. 
É importante ressaltar que esse método possui suas subdivisões: 
 
• Custeio por absorção integral ou total: A totalidade de custos de produção 
deve ser absorvida pelo produto. 
 
• Custeio por absorção ideal: A totalidade de custos de produção sem os 
custos dos insumos utilizados de forma não eficiente (desperdícios). 
 
• Custeio por absorção pleno: A totalidade de custos de produção e também os 
gastos fixos de administração e vendas devem ser absorvidos pelo produto. 
 
Sob uma visão geral, como vantagens da utilização do custeio por absorção, é 
possível elencar que está de acordo com princípios fundamentais de contabilidade 
(PFC) e as leis tributárias , sendo o método formalmente aceito pela legislação, agrega 
todos os tipos custos, pode ser pouco custoso e simples de implementar, permite 
apuração do custo por centro de custo, formação de custos para estoques e é aceitos 
para preparação de demonstrações contábeis. 
Já como desvantagens, os custos indiretos costumam ser distribuídos com base 
em critérios de rateio com grande grau de arbitrariedade, o que pode distorcer 
resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros e mascarando 
problemas, como ineficiências e desperdícios produtivos, não sendo considerados 
justos por elevar artificialmente custos de alguns produtos. Deixa a desejar ainda por 
não evidenciar a capacidade ociosa da empresa e pelo fato dos outros métodos 
forncerem mais ferramentas para tomadas de decisões. 
Conforme descrito ao longo do texto, o custeio por absorção é o método aceito 
16 
pela legislação, portanto é de grande importância mencionar que esse método foi 
adotado pela legislação brasileira, com o advento da Lei n° 6.404 /1976, art 183 do ponto 
de vista da legislação societária e da legislação fiscal brasileira, RIR/1999, artigos 289, 
290 e 294. 
Ademais, temos em complemento a Lei n° 6404, o Comitê de Pronuncimanto 
Contábil 16 (CPC 16-R1), que trata-se de estoques, no enfoque dos itens 12 e 13, onde 
é tratado sobre os custos de transformação. Por conseguinte, em conformidades com 
as leis e principios, o custeio por absorção é válido também par os cálculos do IR/CSLL 
sob o regime do lucro real. 
 
2.4 Contabilidade de custos integrada e coordenda com o restante da escrituração 
Os estoques compõem um dos ativos mais importantes do circulante das pessoas 
jurídicas comerciais e industriais. Sua precisa determinação, no início quanto no final do 
período contábil é considerado essencial, pois no final de cada exercício as empresas 
devem inventariar seus estoques de materiais, produtos acabados e em elaboração e 
mercadorias para revenda. Esse tal inventário deve ser escriturado no “Livro de 
Registros de Inventário”, observando as prescrições fiscais exigidas. 
A contabilidade integrada e coordenada está composta no art. 306 parágrafo 2º 
do atual regulamento do Imposto de Renda (RIR), no decreto 9580/2018. O princípio 
dessa contabilidade nos remete a exigência de determinar o estoque monetário, em 
periodicidade no mínimo mensal, mesmo que se apure o IRPF por trimestre não pode-
se aguardar o final do trimestre para efetuar a absorção dos cursos indiretos de 
fabricação ou relacionados a prestação de serviços, sendo assim, esse sistema permite 
que as empresas controlem os produtos elaborados e os em elaboração por meio de 
apuração permanente de estoquescom base nos custos de produção. Outro critério da 
contabilidade integrada e coordenada é o fato de que os estoques devem estar apoiados 
aos valores escriturados pela contabilidade. 
O RIR 9580/2018 estabelece que o sistema de contabilidade de custo integrado 
e coordenado com o restante da escrituração é aquele: 
ART 306 § 2º- Considera-se sistema de contabilidade de custo integrado e 
coordenado com o restante da escrituração aquele: 
I - apoiado em valores originados da escrituração (matéria-prima, mão de obra 
direta, custos gerais de fabricação); II - que permita a determinação contábil, ao 
fim de cada mês, do valor dos estoques de matérias-primas e outros materiais, 
17 
produtos em elaboração e produtos acabados; III - apoiado em livros auxiliares, 
fichas, folhas contínuas ou mapas de apropriação ou rateio, tidos em boa guarda 
e de registros coincidentes com aqueles constantes da escrituração principal; e 
IV - que permita avaliar os estoques existentes na data de encerramento do 
período de apropriação de resultados de acordo com os custos efetivamente 
incorridos. 
É de grande valia ressaltar que a periodicidade de escrituração no Livro de 
Registro de Inventário pode variar de acordo o regime tributário que a pessoa jurídica é 
optante. 
O custo integrado torna a contabilidade um importante instrumento de gestão 
possibilitando um planejamento baseado em valores reais, facilitando a formação do 
preço de vendas, tornando a empresa mais competitiva no mercado. E ainda permite a 
contabilidade apresentar o nível de desempenho da empresa, com base nas 
informações geradas corretamente. 
Segundo Moreira (200?), a contabilidade de custo integrada com o restante da 
escrituração é fator determinante para evitar distorções na apuração do lucro real, 
possibilitando a redução da carga tributária através de resultados que efetivamente 
refletem a realidade. 
2.5 Disposições legais do imposto de renda para o registro dos custos na 
contabilidade 
A legislação que controla a contabilidade brasileira se concentra principalmente 
na Lei n. 6.404/76– Lei das Sociedades Anônimas e nas leis que regulamentam o 
Imposto sobre a Renda para Pessoas Jurídicas (IRPJ), descrita pela regulamentação 
do IR instituída pelo Decreto 3.000 – Regulamento do Imposto de Renda – RIR. Estas 
determinam e normatizam uma série de disposições legais a serem seguidas, dentre os 
quais as formas de valoração e avaliação dos estoques, influenciando a forma de 
utilização dos métodos de custeio e os sistemas de controle nas empresas. 
No artigo 301 do RIR é citado o Decreto-Lei n. 1.598 que aborda, no seu artigo 
13, o custo de bens e serviços. No texto encontra-se: 
Art. 13 - O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda 
compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte 
e os tributos devidos na aquisição ou importação. 
§ 1º - O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, 
obrigatoriamente: 
a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços 
aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;18 
b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, 
manutenção e guarda das instalações de produção; 
c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação 
dos bens aplicados na produção; 
d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; 
e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. 
 
Percebe-se que há uma exibição em determinar o que faz parte dos custos e, 
conseqüentemente, dos estoques, com importância destacada à palavra produção, ou 
seja, custo são os relacionados à fabricação. Segue: 
Art. 302. O custo de produção dos bens ou dos serviços vendidos 
compreenderá, obrigatoriamente ( Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 1º ): 
I - o custo de aquisição de matérias-primas e de outros bens ou serviços 
aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no art. 301 ; 
II - o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, na 
manutenção e na guarda das instalações de produção; 
III - os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação 
dos bens aplicados na produção; 
IV - os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção; e 
V - os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção. 
Além destes custos, segundo a Lei n. 4.506, podem fazer parte também, os 
custos de quebras e perdas naturais ao processo de fabricação e transporte; e, quebras 
e perdas decorrentes da deterioração, obsolescência e riscos não cobertos por seguros. 
Conforme Art. 303 do RIR: 
Art. 303. O custo será integrado pelo valor ( Lei nº 4.506, de 1964, art. 
46, caput, incisos V e VI ): 
I - das quebras e das perdas razoáveis, de acordo com a natureza do bem e da 
atividade, ocorridas na fabricação, no transporte e no manuseio; e 
II - das quebras ou das perdas de estoque por deterioração, obsolescência ou 
ocorrência de riscos não cobertos por seguros, desde que comprovadas: 
a)por laudo ou certificado de autoridade sanitária ou de segurança, que 
especifique e identifique as quantidades destruídas ou inutilizadas e as razões 
da providência; 
b) por certificado de autoridade competente, nas hipóteses de incêndios, 
inundações ou outros eventos semelhantes; e 
c) por meio de laudo de autoridade fiscal chamada a certificar a destruição de 
bens obsoletos, invendáveis ou danificados, quando não houver valor residual 
apurável. 
Quanto à determinação dos custos dos bens, no Decreto-Lei n. 1.598 tem-se 
ainda: 
Art. 14 - O custo das mercadorias revendidas e das matérias-primas utilizadas 
será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor 
dos estoques existentes, de acordo com o livro de inventário, no fim do período. 
§ 1º - O contribuinte que mantiver sistema de contabilidade de custo integrado 
e coordenado com o restante da escrituração poderá utilizar os custos apurados 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art13
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9580.htm#anexoart301
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4506.htm#art46
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4506.htm#art46
19 
para avaliação dos estoques de produtos em fabricação e acabados. 
§ 2° O valor dos bens existentes no encerramento do período poderá ser o custo 
médio ou o dos bens adquiridos ou produzidos mais recentemente, admitida, 
ainda a avaliação com base no preço de venda, subtraída a margem de lucro. 
(Redação dada pela Lei n. 8.541, de 1992). 
 
2.6 Exemplificação dos sistema de custos integrado e coordenado 
Segue abaixo uma exemplificação de uma determinada empresa: 
1- Apuração dos custos de produção, transferidos para produtos em elaboração, de 
empresa que mantém sistema de custos integrado e coordenado com o restante da 
escrituração: 
Débito - Produtos em Elaboração (Estoques - Ativo Circulante) R$ 35.500,00 
Crédito - Transferência de Custos - Matéria Prima (Conta de Resultado) R$ 15.000,00 
Crédito - Transferência de Custos - Mão de Obra Direta (Conta de Resultado) R$ 
10.000,00 
Crédito - Transferência de Custos - Gastos Gerais de Fabricação (Conta de Resultado) 
R$ 10.500,00 
Histórico: P/ transferência de custos do mês de novembro/20XX. 
2- Em seguida, transfere-se o valor dos produtos em elaboração que foram acabados 
no mês, conforme controle permanente de estoques: 
Débito - Produtos Acabados (Estoques - Ativo Circulante) 
Crédito - Produtos em Elaboração (Estoques - Ativo Circulante) 
R$ 30.000,00 
Histórico: P/ transferência de produtos acabados p/ estoque. 
3- E na sequencia, apura-se o Custo dos Produtos Vendidos, transferindo-se 
respectivo valor dos estoques de produtos acabados: 
Débito - Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado) 
Crédito - Produtos Acabados (Estoques - Ativo Circulante) 
R$ 25.000,00 
20 
Histórico: P/ baixa de estoques de produtos vendidos no mês. 
2.7 Exemplificação dos sistema de custos não integrado 
 
Para as empresas que não mantém p sistema de custos integrado, e 
consequentemente não têm condições de apurar o inventário físico-financeiro dos 
mesmos, o critério de avaliação dos estoques é diferente e devem atender o 
Regulamento do Imposto de Renda conforme abaixo: 
Art. 308. Se a escrituração do contribuinte não satisfizer às condições previstas 
nos § 1º e § 2º do art. 306 , os estoques deverão ser avaliados ( Decreto-Lei nº 
1.598, de 1977, art. 14, § 3º ): 
I - os de materiais em processamento, por uma vez e meia o maior custo das 
matérias-primas adquiridas no período de apuração, ou em oitenta por cento do 
valor dos produtos acabados, determinado de acordo com o disposto no inciso 
II; e 
II - os de produtos acabados, em setenta por cento do maior preço de venda no 
período de apuração. 
Segue abaixo uma exemplificação: 
Determina empresa que não mantém controle de estoques, levanta o seguinte inventário 
em 31 de dezembro: 
 
Dados: 
Maior preço de venda do Produto YZ: R$ 50,00 
Último Custo de Aquisição da Matéria Prima AB: R$ 20,00 
Último Custo de Aquisição do Material de Embalagem C: R$ 10,00 
 
Dessa forma, obtem-se a seguinte valoração unitária dos estoques de produtos: 
Produto Acabado YZ = R$ 50,00 × 70% = R$ 35,00 
Produto em Elaboração YZ = R$ 35,00 (valor do produto acabado YZ) × 80% = R$ 28,00 
 
Dessa forma, o inventário, com a respectiva valorização dos estoques, ficará: 
ITEM ESTOQUE(UNIDADES)
Produtos acabados YZ 50
Produtos em Elaboração YZ 20
Matéria Prima AB 100
Material de Embalagem C 20
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9580.htm#anexoart306
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art14
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1598.htm#art14
21 
 
 
Admitindo-se que a empresa tinha um saldo contábil do exercício anterior de estoques 
seguinte: 
Produtos Acabados - R$ 1.000,00 
Produtos em Elaboração - R$ 500,00 
Matérias Primas - R$ 1.500,00 
Materiais de Embalagem - R$ 250,00 
 
Deve-se proceder, inicialmente, á "baixa" destes saldos, antes da contabilização dos 
estoques finais: 
Débito - Estoques Iniciais (Conta de Resultado) 
Crédito - Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante) 
R$ 1.000,00 
Débito - Estoques Iniciais (Conta de Resultado) 
Crédito - Estoques de Produtos em Elaboração (Ativo Circulante) 
R$ 500,00 
Débito - Estoques Iniciais (Conta de Resultado) 
Crédito - Estoques de Matérias Primas (Ativo Circulante) 
R$ 1.500,00 
Débito - Estoques Iniciais (Conta de Resultado) 
Crédito - Estoques de Materiais de Embalagem (Ativo Circulante) 
R$ 250,00 
Após os lançamentos acima, as contas de estoques estão zeradas, então se contabiliza 
o inventário apurado: 
Débito - Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante) 
Crédito - Estoques Finais (Conta de Resultado) 
R$ 1.750,00 
Débito - Estoques de Produtos em Elaboração (Ativo Circulante) 
ITEM ESTOQUE(UNIDADES) VALOR UNITÁRIO R$ TOTAL
Produtosacabados YZ 50 35,00R$ 1.750,00R$ 
Produtos em Elaboração YZ 20 28,00R$ 560,00R$ 
Matéria Prima AB 100 20,00R$ 2.000,00R$ 
Material de Embalagem C 20 10,00R$ 200,00R$ 
TOTAL R$ 4.510,00R$ 
22 
Crédito - Estoques Finais (Conta de Resultado) 
R$ 560,00 
Débito - Estoques de Matérias Primas (Ativo Circulante) 
Crédito - Estoques Finais (Conta de Resultado) 
R$ 2.000,00 
Débito - Estoques de Materiais de Embalagem (Ativo Circulante) 
Crédito - Estoques Finais (Conta de Resultado) 
R$ 200,00 
2.8 Considerações finais 
Hoje a contabilidade é fundamental em uma empresa, pois é por meio das 
informações concedidas pela mesma, que se pode obter condições de reduzir custos da 
melhor forma possível. Portanto, podemos afirmar que o desempenho e resultado de 
uma instituição está interligado com o processo de gestão de custos. 
Em uma análise de custos não se deve considerar apenas os custos como 
aspecto relevante, mas também os benefícios alcançados, e saber quando se deve ou 
não alterar alguma estratégia para obter resultados mais expressivos. 
O sistema de custo integrado e coordenado com a contabilidade foi criado pela 
legislação para auxiliar na resolução de problemas e contribuir para evitar erros na 
avaliação dos estoques, entretanto nem todas as empresas a ultilizam, deixando de 
usufluir dos benefícios e a exatidão das informações que esse sistema de custeio 
oferece. O fato das empresas que não adotam esse sistema é preocupante, pois possui 
uma influencia negativa no resultado, pelo fato de terem seus estoques 
supervalorizados, pagam mais impostos como IR e CSLL, não possui auxilio no preço 
de venda, tornando a empresa menos competitiva no mercado. 
Certamente, com esse trabalho vemos o quanto a contabilidade é importante na 
avaliação de desempenho da empresa e o quanto o profissional na área possui uma 
responsabilidade gigantesca. 
 
 
 
 
 
 
23 
3. CONCLUSÃO 
 
Diante de um cenário cada vez mais competitivo, a contabilidade de custos tem 
sido considerada um dos principais elementos estratégicos para as organizações. A 
utilização do método de custeio por absorção, cada vez mais é utilizado pelas 
empresas para direcionar suas estratégias e mensuração dos estoques e resultados. 
O presente trabalho demonstrou, em definições e quadros, procedimentos 
aplicados pelo método de custeio por absorção visando o estu6do para as exigências 
legais e tributárias. 
As empresas buscam a modernização a cada dia que passa, isso não somente 
de sua produção ou serviço, mas também na sua gestão de custos, esta na qual pode 
influenciar o processo de produção e o resultado financeiro da empresa. Dessa forma, 
a contabilidade assume esse papel de preparar os gestores para tomada de decisão, 
com o propósito de atingir metas estabelecidas e tornar a empresa mais competitiva. 
Dado todo o exposto, se conclui que o Custeio por absorção se adéqua as 
empresas, consegue revelar uma posição patrimonial e meio de sua adoção ele 
melhora a gestão dos custos e tomada de decisões. Além de ser o método aceito pela 
legislação brasileira. 
Portanto, o método visa estabelecer passos simples para a organização dos 
gastos e receitas da empresa e auxilio das decisões de preços para os produtos e 
serviços, tomando por base o método de custeio por absorção. Através desse 
trabalho, foi demonstrado exemplificação dos sistemas de custos integrado e 
coordenada e também os não integrados, visando contribuir para a tomada de 
decisões embasadas nas legislações. 
Com relação ao sistema de custo integrado e coordenada, pode-se dizer que 
possibilita as empresas avaliarem os seus resultados com informações mais exata e 
precisa, contribuindo para redução do pagamento de impostos e auxiliar na formação 
do preço de venda. 
Dessa forma, conclui que o custeio por absorção, não é um dos mais perfeitos, 
todavia, é de baixo custo e fácil de ser implementado. Este método é vinculado a 
aplicação dos princípios contábeis que geralmente são aceitos e, ainda, a Auditoria 
Externa tem como base a utilização dele para fins de avaliação dos estoques. Foi 
possível concluir também que são necessários vários procedimentos para que a 
24 
pessoa jurídica possa implantar um sistema de custos integrado e coordenado com 
a contabilidade.
25 
REFERÊNCIAS 
 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBIES. Disponível em: 
https://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?
Id=47.htm Acesso em: 16 set. 2023 
 
LEI 6404 DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm Acesso em: 16 set. 2023 
 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 11.ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
 
MARTINS, Eliseu, ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e 
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
MARINS, James; BERTOLDI, Marcelo M. Simples nacional: Estatuto da microempresa 
e da empresa de pequeno porte comentado: LC 123, de14.12.2006; LC 127, de 
14.08.2007. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007. 
 
MOREIRA, Janir Adir- conselheiro. A importância do Sistema de Custos Integrado 
com Contabilidade. CRC-MG. Disponível em: 
<htto://www.peyon.com.br/a2dez00/htm> Acesso em 18 set. 2023 
PEREZ JR, J. H. OLIVEIRA, L. M.; COSTA, R. G. Gestão estratégica de custo. 4. 
Ed. São Paulo: Atlas, 2005. 366 p 
REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9580.htm 
Acesso em: 18 set. 2023 
 
RODRIGUES, Aldenir Ortiz et al. IRPJ e CSLL: manual do imposto de renda pessoa 
jurídica e contribuição social sobre o lucro líquido. 1. ed. São Paulo: IOB - Thomson, 
2007 
VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez; NEVES, Silvério das. Contabilidade de 
custos: um enfoque direto e objetivo. São Paulo: Frase, 2003. 
https://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47.htm
https://www.cpc.org.br/CPC/DocumentosEmitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/d9580.htm
26 
ANEXOS 
Tabela 1

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