Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Arte, CulturA 
e SoCiedAde
Editora
Profª. Roselaine Bolognesi
Ed. nº 1 - Setembro - 2013
Impressão em Sao Paulo - SP
Arte, Cultura e Sociedade
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professora Responsável
Roselaine Bolognesi
Coordenadora Pedagógica de Cursos EaD
Profª. Me. Maria Rita Trombini Garcia
Projeto Gráfico e Diagramação
Jacqueline Cruz
Priscila Wu Temer
Revisão Ortográfica
Nádia Fátima de Oliveira
Marcela Aparecida de Oliveira
1º Edição: Setembro de 2013
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD Know How 2013
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
B693a Bolognesi, Roselaine.
 Arte, cultura e sociedade. / Roselaine Bolognesi. - São
 Paulo : Know How, 2010.
 165 p. : 21 cm. : il.
 Inclui bibliografia
 ISBN : 978-85-63092-49-6
 1. Arte. 2. Arte e cultura. 3. Cultura. 4. Cultura e sociedade. 
 5. Comunicação de massa. I. Título. 
 CDD – 306.489
 Parabéns!
 Você está recebendo o livro-texto da disciplina de Arte, 
Cultura e Sociedade, construído especialmente para este curso, 
baseado no seu perfil e nas necessidades da sua formação. A 
finalidade deste livro é disponibilizar aos alunos da EAD 
conceitos e exercícios referentes à Educação Contemporânea.
 Estamos constantemente atualizando e melhorando 
este material, e você pode nos auxiliar, encaminhando sugestões 
e apontando melhorias, via monitor, tutor ou professor. Desde 
já agradecemos a sua ajuda. 
 Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina 
será também acompanhada pelo Sistema de Ensino EaD Know 
How, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente 
Virtual de Aprendizagem. 
 Entre sempre em contato conosco quando surgir 
alguma dúvida ou dificuldade. Participe dos bate-papos (chats) 
marcados e envie suas dúvidas pelo Tira-Dúvidas.
 Toda equipe está à disposição para atendê-lo (a). Seu 
desenvolvimento intelectual e profissional é o nosso maior objetivo.
 Acredite no seu sucesso e tenha bons momentos de estudo!
Equipe EaD Know How
Apresentação
Sumário
Carta do Professor 
 
Cronograma de estudos 
 
unidade 01 – Criatividade e Ecpressividade: Fundamentos da 
Condição Humana 
 
unidade 02 – Arte e Sociedade 
 
unidade 03 – A Arte no Universo da Indústria Cultural ou 
Cultura de Massa 
unidade 04 – Arte, Sociedade e Poder 
unidade 05 – Educação para a Sensibilidade
unidade 06 – Arte e Vida 
sugestões de filmes sobre arte e artistas 
referênCias 
07
09
11
41
61
89
109
131
153
165
7
 Caríssimo (a),
 As relações entre arte, cultura e sociedade são bastante 
complexas e implicam no questionamento sobre a nossa 
condição humana, a importância da cultura para o homem e 
para a sociedade.
 A arte é uma criação humana, por isso, cultural. Implica 
numa forma de expressão exclusivamente humana que todos 
nós compartilhamos na vida em sociedade. Portanto, essa 
disciplina foi planejada no sentido de explorar as múltiplas 
relações entre a arte, a cultura e a sociedade. Entre os principais 
pontos desenvolvidos destaco: a arte como expressão da nossa 
condição humana, elemento fundamental na construção da 
nossa identidade individual e social; a compreensão da cultura, 
de suas características, bem como da arte e sua importância 
cultural e social; uma interpretação sobre as relações entre a arte, 
a sociedade e o poder; e a importância da educação e da escola 
para o desenvolvimento de uma sensibilidade estética.
 Espero que essa disciplina contribua para a sua 
formação pessoal e profissional e que possamos dar a nossa 
contribuição no sentido de fazer com que a arte tenha o seu 
lugar social devidamente reconhecido. Sem dúvida nenhuma 
um mundo mais humanizado passa pela vivencia da arte e das 
suas possibilidades e do reconhecimento da mudança subjetiva 
e objetiva que o desenvolvimento da sensibilidade estética pode 
provocar nos indivíduos e, consequentemente, na sociedade.
Vamos juntos enfrentar esse desafio.
Boas aulas!
Professora Roselaine Bolognesi 
Carta do Professor
9
CRIATIVIDADE E 
EXPRESSIVIDADE: 
FUNDAMENTOS 
DA CONDIÇÃO 
HUMANA
1
11
 Entre todos os seres vivos do planeta o ser humano é o 
único capaz de atribuir sentido e significado para sua vida. Nascemos 
incompletos e necessitamos passar por um longo, permanente e 
inesgotável processo de socialização para nos tornarmos humanos, 
para sermos capazes de vivermos por nós mesmo o nosso cotidiano 
e atribuirmos sentidos e significados a nossa existência e a tudo que 
a humanidade foi e é capaz de construir.
1.1 A condição humana
 Entre todos os seres vivos do planeta somos os 
únicos que precisamos aprender. Nascemos incompletos e, 
ao contrário dos demais seres, que nascem geneticamente 
prontos e programados, precisamos construir e dar sentido a 
nossa existência nesse mundo. A nossa existência individual 
e social só é possível através do aprendizado. Com exceção 
dos nossos instintos e dos nossos sentidos, ou seja, da nossa 
condição biológica e física nesse mundo, daquilo que é igual 
ao conjunto dos seres humanos, todo o resto é fruto de longo 
processo de construção e aprendizagem transmitido, apropriado 
e transformado ao longo das gerações, ou seja, é fruto da nossa 
condição humana.
1 Expressividade e criatividade: 
Fundamento da condição humana
12
Como característica da nossa condição humana, precisamos 
produzir continuamente a nossa existência. Em lugar de nos 
adaptarmos à natureza, temos que adaptar a natureza a nós, 
isto é, transformá-la. A nossa condição nesse mundo passa pelo 
que definimos como trabalho, ou seja, da antecipação mental 
visando a ação. 
(...) Trabalho não é qualquer tipo de atividade, mas uma 
ação adequada a finalidade. É, pois, uma ação intencional 
(SAVIANI, 2008, p.11)
13
 Para sobrevivermos nesse mundo, precisamos extrair da 
natureza, intencionalmente, os meios de nossa subsistência. Ao 
fazer isso, iniciamos o processo de transformação da natureza, 
criamos o mundo humano, o mundo da cultura e definimos a 
nossa condição de existência nesse planeta. O ser humano pode 
criar e expressar sua existência de diferentes formas. Por isso, o 
trabalho, a cultura, a sociedade e a educação são características 
exclusivamente humanas. 
 Como ressalta Saviani (2008, p.13), 
(...) a natureza humana não é dada ao homem, mas é 
por ele produzida sobre a base da natureza biofísica. 
Consequentemente, o trabalho educativo é o ato de produzir, 
direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a 
humanidade que é produzida histórica e coletivamente 
pelo conjunto dos homens. Assim, o objeto da educação 
diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos 
culturais que precisam ser assimilados pelos indivíduos da 
espécie humana para que se tornem humanos e, de outro, 
concomitantemente, à descoberta das formas mais adequadas 
para atingir tais objetivos.
 Podemos definir, portanto, que a capacidade de 
transformar a natureza é especificamente humana. Mais do que 
nos adaptarmos a natureza, nos apropriamos dela de diferentes 
formas. Mais do que garantirmos nossa sobrevivênciafísica e 
biológica nesse mundo, temos necessidade de criar e expressar a 
nossa condição nesse mundo de diferentes maneiras, nos modos 
de organizar, de comer, de vestir, de comunicar, de registrar, de 
sentir, de divertir, de descobrir, entre outros.
14
 Como seres humanos temos a oportunidade de pensar 
o passado, organizar o presente e planejar o futuro. Somos 
capazes de expressar sentimentos de diferentes formas (amor, 
amizade, alegria, tristeza, decepção, admiração e outros). Somos 
capazes de construir e destruir; amar e odiar; somos capazes de 
expressar a nossa condição nesse mundo, nosso legado e nossa 
miséria através da música, da literatura, da pintura, da escultura, 
da arquitetura e outros, ou seja, somos capazes de criar e 
recriar o mundo a nossa volta, significando-o de diferentes e 
infinitas maneiras, pois diversas e infinitas são as formas de nos 
expressamos nele.
15
 A compreensão do que mais adiante entendemos 
como arte depende, portanto, da compreensão do que agora 
definiremos como cultura.
1.2 O QUE É CULTURA?
 O termo cultura é muito utilizado no nosso cotidiano. 
É comum ouvirmos expressões como: “fulano é culto”, ou 
“aquele povo tem muita cultura”. Ou então, “fulano não foi a 
escola, não tem cultura!”. No entanto, precisamos desmistificar 
esses conceitos (ou preconceitos), pois nem sempre o sentido 
que conferimos é correto.
 Na sociedade que vivemos existem diferentes formas de 
concebermos o que é cultura: algo que encontramos na escola, 
nos livros, nas viagens, nos museus e outros. Ou, algo que possui 
valor destacado nos grupos sociais que participo (família, igreja, 
partidos políticos e outros). No entanto, a compreensão do que 
é a cultura depende de abrirmos mão dos preconceitos que 
carregamos por estarmos imersos no senso comum (sentidos de 
mundo compartilhados entre indivíduos de uma sociedade no 
cotidiano). Isso implica em estarmos abertos ao conhecimento, 
em estarmos dispostos a ultrapassar a dimensão imediata do real 
e compreender a origem e as diferentes conceituações que o 
termo cultura possui.
 Caldas nos explica a origem do termo cultura e suas 
principais aplicações:
16
Originalmente, esta expressão [cultura] vem do latim – colere 
– e significa cultivar. Com os romanos, na Antiguidade, a 
palavra cultura foi usada pela primeira vez no sentido de 
destacar a educação aprimorada de uma pessoa, seu interesse 
pelas artes, pela ciência, filosofia, enfim, por tudo aquilo 
que o homem vem produzindo ao longo de sua história 
(CALDAS, 1986, p.11).
 Desde a Antiguidade (período histórico que vai desde 
o surgimento das primeiras civilizações até o século V) até os 
nossos dias, esse conceito mudou muito. Verifica-se, na verdade, 
uma ampliação, pois hoje cultura não se refere apenas à educação 
aprimorada de uma pessoa, mas pode ser definido de diferentes 
formas. No dicionário encontramos que cultura é:
O conjunto de características humanas que não são inatas, 
e que se criam e se preservam ou aprimoram através da 
comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. 
O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a 
ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem 
em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam 
em praticamente em todos os aspectos da vida: modos 
de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, 
instituições, valores espirituais, criações materiais e artísticas, 
entre outros (HOLANDA, 2000).
 Da definição acima exposta é possível tirarmos algumas 
conclusões. Primeiro, cultura envolve as características humanas 
que são aprendidas no convívio em sociedade, pois são as 
características humanas que não são inatas, ou seja, que não 
nascem com os homens. Desde que nascemos, aprendemos
17
muitas coisas, todos os comportamentos e atitudes fundamentais 
para que possamos sobreviver em sociedade. Por isso, identificar 
cultura ao ensino formal (escolar) não é correto.
 Segundo, a comunicação e cooperação estabelecida 
entre indivíduos e grupos são importantes para a preservação e 
desenvolvimento da cultura.
 Ao definir cultura como o conjunto de códigos e 
padrões que estabelecem limites, que delimitam, que regulam a 
ação humana, tanto do indivíduo quando do coletivo, entende-
se que o indivíduo estaria cotidianamente em contato com a 
cultura, que se manifesta em diversos contexto da vida, não 
só numa sala de aula. A cultura estaria presente, por exemplo, 
nos valores e normas partilhados socialmente, nas instituições 
sociais (família, igreja, partidos políticos, entre outros), nas 
expressões de religiosidade e manifestações artísticas.
 Essas definições revelam e enfatizam o caráter socializador 
da cultura. Isto é, a cultura existe justamente por envolver um 
grupo de pessoas, por reunir e organizar a vida em sociedade.
18
 Mas, a ciência que melhor nos ajuda na compreensão 
do que é a cultura é a Antropologia, ou seja, a ciência que estuda 
as diversas culturas humanas. 
A definição mais curta de antropologia pode ser tirada 
do próprio sentido etimológico do termo: Anthropos, 
palavra grega que significa “homem” e Logia, que 
significa estudo ou ciência. Logo antropologia é 
a ciência do homem. Várias ciências tratam do 
homem e do seu comportamento, no entanto, o que 
a distingue das demais ciências sociais e humanas é 
o objetivo que nutre de estudar o homem como um 
todo (MELLO, 2001).
 A primeira definição de cultura (culture) foi elaborada em 
1871, por Tylor, presente em seu livro intitulado “Cultura Primitiva”:
Tomado em seu sentido etnográfico é este todo complexo 
que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes 
ou qualquer outra capacidades ou hábitos adquiridos pelo 
homem como membro de uma sociedade (TYLOR, apud 
LARAIA, 2000, p.25).
 Vale destacar que também nessa definição o caráter 
social do termo é destacado, ao afirmar que este se refere às 
capacidades e hábitos adquiridos, isto é, aprendidos pelo homem 
em sociedade.
19
 A partir da análise das definições acima, podemos 
enfatizar as principais características da cultura: a)ela é simbólica; 
b)ela não é inata; c)a cultura necessita de uma linguagem; d)
ela possui caráter social; e)ela constitui-se num importante 
instrumento de coesão social; f)ela é dinâmica.
 a) A Cultura é simbólica, pois se organiza em torno
 de símbolos e signos, cujos significados são constituídos
 pela sociedade, isto é, envolve a elaboração e aceitação
 de padrões, normas, hábitos, costumes, histórias, cujo
 significado é partilhado pelos indivíduos em sociedade.
 b) A cultura não é inata, pois é aprendida, isto é, os
 indivíduos não nascem portadores de cultura, mas eles
 aprendem as capacidades, habilidades, hábitos e valores
 que são definidos pela sociedade como sendo importantes.
20
 c) A Cultura pressupõe uma linguagem, ou seja, um
 instrumento de comunicação.
 d) A cultura possui um caráter social, isto quer dizer
 que ela se refere sempre a um grupo ao qual o
 indivíduo faz parte. Não há cultura produzida por
 um indivíduo isoladamente. Para que haja a reprodução
 da cultura, é essencial o engajamento dos indivíduos no
 grupo, na coletividade.
21
e) A cultura é um instrumento de coesão social, ou seja,
um instrumento que mantém os indivíduos unidos
em torno de determinados ideais que são socialmente
constituídos. Isso significa que a cultura é um elemento
indispensável à manutenção da ordem social, na medida
em que envolve aprendizado de hábitos, normas,
tradições, valores e comportamentos por parte dos
indivíduos. Assim sendo, esses hábitos, normas e
tradições formam a estrutura da sociedade, promovendo
um intenso processo de integração entre os indivíduos.
Nesse sentido a cultura é socializadora, já que, mesmo
indiretamente, colabora para o desenvolvimento da 
solidariedade social e cooperação entre os membros da 
sociedade.
 f) A Cultura é dinâmica, isto é, está em constante
 movimento. Embora seu caráter socializador lhe confira
 certa estabilidade, efetivamenteela está mudando o
 tempo todo, ainda que de maneira lenta, quase
 imperceptível. Isso quer dizer que, se por um lado, a
 cultura representa uma forma de manutenção da ordem
 social – já que por meio de tradições, hábitos, normas
 e costumes são difundidos – por outro lado ela não
 impede as mudanças, as transformações oriundas,
 principalmente dos processos de troca entre as
 diferentes culturas.
 Assim sendo, cultura e sociedade são indissociáveis. 
Não existe cultura fora da sociedade, bem como não existe 
sociedade sem cultura. O homem ao criar e expressar-se no 
mundo, afirma, também, a sua identidade individual e social, 
sua condição nesse mundo, seus valores e, ao mesmo tempo, os 
valores da sociedade em que vive. Por isso, ao compreendermos
22
a arte como cultura, afirmamos o seu caráter social e necessário, 
sua função enquanto agende de produção, afirmação, reprodução 
e transformação da cultura e da sociedade.
 Mas afinal, como podemos definir a arte?
1.3 ARTE
 
 Definir o que é arte não é tarefa das mais fáceis. Aos 
buscarmos essa resposta nos livros, nos deparemos com as mais 
diversas definições. O fato é que todo mundo sabe emitir uma 
opinião sobre o que pode ser identificado como arte, sabe citar 
autores e obras famosas, como a Mona Lisa de Leonardo Da 
Vinci, a Nona Sinfonia de Beethoven, o Davi de Michelangelo 
e outros. Indiscutivelmente essas são obras de arte. Mas, ao 
identificarmos a arte como expressão da cultura, como “todo 
conjunto complexo dos padrões de comportamento, das 
crenças e instituições, valores espirituais e materiais transmitidos 
coletivamente (....)”, chegamos a uma possível definição, ou seja, 
“(...) arte são certas manifestações da atividade humana diante 
das quais nosso sentimento é admirativo” (COLI, 2007). A arte, 
portanto, está presente em tudo que fazemos para agradar os 
nossos sentidos.
23
 É comum, portanto, falar em arte referindo-se às 
obras consagradas que estão nos museus, às músicas eruditas 
apresentadas em grandes espetáculos ou ainda nos monumentos 
existentes no mundo. Alguns consideram arte apenas o que 
é feito por artistas consagrados, enquanto outros julgam ser 
arte, também, as manifestações da cultura popular, como os 
romances de “cordel”, tão comuns no nordeste do Brasil. Para 
muitos, as manifestações da cultura de massa, como o cinema 
e a fotografia, não são arte, ao passo que outros admitem o 
valor artístico dessas produções, ou pelo menos de parte delas. 
Não são poucos os que, mesmo diante das obras expostas em 
eventos artísticos famosos, sentem-se confusos a respeito do 
que vêem (COSTA, 1999).
24
 Habitamos um mundo que vem trocando uma paisagem 
natural por um cenário criado pelo homem, pelo qual circulam 
as pessoas, produtos, informações e principalmente imagens. E, 
se temos que conviver diariamente com essa produção infinita, 
melhor será aprendermos a avaliar essa “paisagem”, sua função, 
sua forma e seu conteúdo. Isso exige o uso da nossa sensibilidade 
estética. Essa é uma exigência para podermos deixar de ser 
observadores passivos e nos tornarmos espectadores críticos, 
participantes e exigentes.
A palavra estética vem do latim aísthesis, que 
significa sensação, sentimento. Analisa o complexo 
das sensações e dos sentimentos, investiga sua 
integração nas atividades físicas e mentais do homem, 
debruçando-se sobre as produções (artísticas ou 
não) da sensibilidade, com o fim de determinar suas 
relações com o conhecimento, com a razão e a ética. 
Daí formularmos as seguintes questões: nossos juízos 
de valor e preferência quanto às coisas sensíveis são 
25
 Na atualidade existe a exigência por um conhecimento 
geral do mundo e uma sensibilidade aguçada para entendê-lo. 
O campo das artes se abre e invade o espaço das mais diversas 
atividades. Basta um passeio pela cidade para nos darmos conta 
de que as obras de arte não são mais restritas aos espaços 
tradicionais – galerias, museus, teatros. É possível que, nesse 
passeio, você encontre um grupo de teatro de rua apresentando-
se ou que veja pessoas usando camisetas com desenhos de um 
renomado pintor. Nas grandes cidades convive-se com obras de 
arte expostas em outdoors e pintadas em prédios.
 Quase todos os espaços e atividades apresentam, de 
alguma forma, questões estéticas e artísticas que precisam ser 
entendidas. Essa presença da arte em novos ambientes, em 
formas inusitadas, invadindo nosso dia a dia, abre aos artistas a 
um campo imenso da atuação profissional (COSTA, 1999). 
 Não é mais possível pensar em arte como uma 
produção restrita a determinados espaços. Ela está por toda 
parte, penetrando no nosso cotidiano. Cabe a nós compreendê-
la, portanto, como expressão desse mundo, como um elemento 
da nossa cultura, como expressão da subjetividade humana, mais 
também, como expressão da história, da cultura, da sociedade. 
Como expressão da diversidade humana.
meramente subjetivos e arbitrários? As regras do 
gosto seriam meras convenções, normas impostas 
pela autoridade de grupos e indivíduos? Ou haveria 
no gosto um elemento racional ou uma capacidade 
autônoma de perceber e julgar? (Rosenfield, 2006).
26
1.4 CULTURA, ARTE E DIVERSIDADE
 A arte expressa a diversidade humana na medida em 
que é possibilidade do homem manifestar as diversas forma de 
interpretar o mundo a sua volta. Povos diferentes encontram 
maneiras distintas de estabelecer sua relação com a natureza e 
com os sentimentos humanos. 
 Para se tornar um ser humano capaz de viver em 
sociedade é imprescindível que o homem aprenda a cultura da 
sociedade em que nasce, isso significa se socializar, compartilhar 
regras de convivência, modos de ser, de aprender, de fazer, de 
transformar e de se expressar no mundo.
 Como cultura, a arte é simbólica, ou seja, expressão 
dos símbolos e signos, cujos significados são constituídos 
pela sociedade, isto é, envolve a elaboração e aceitação de 
padrões, normas, hábitos, costumes, histórias, cujo significado 
é partilhado pelos indivíduos em sociedade.
 Como cultura, a arte não é inata, mas criada, aprendida 
pelo homem na vida em sociedade. Assim, a arte tem um valor 
social na medida em que os homens definem e compartilham 
as características que fazem de um som, de um texto, de uma 
escultura, de uma imagem e outros, algo que possua valor artístico 
reconhecido. Por isso, talvez, seja tão difícil definir o que é que 
arte e existam tantas polêmicas a respeito dessa questão.
 Como cultura, a arte é uma linguagem, ou seja, ela é um 
instrumento de comunicação entre os homens, é uma forma de 
27
dizer sobre o mundo e os sentimentos humanos. A arte sempre 
pressupõe uma mensagem. Ela sempre diz alguma coisa e nunca 
é imune ao olhar humano. 
 Como cultura, a arte possui um caráter social, isto quer 
dizer que ela se refere sempre ao grupo do qual o indivíduo faz 
parte. A arte sempre expressa a criatividade e a interpretação de 
um indivíduo ou grupo de indivíduos engajados socialmente. 
Se não existe homem sem cultura e se a cultura é socialmente 
compartilha, o artista é sempre um ser cultural e social e isso 
sempre reflete na sua arte.
 Como cultura, a arte é um instrumento de coesão 
social, ou seja, um instrumento que mantém os indivíduos 
unidos em torno de determinados ideais que são socialmente 
constituídos. Isso significa que a arte pode ser utilizada como 
um elemento da manutenção da ordem social, na medida 
em que pode retratar e dizer sobre os hábitos, as normas, as 
tradições, os valores e comportamento dos indivíduos. A arte 
contribuiu na socialização de uma forma de viver e pensar o 
mundo. Por exemplo, uma peça de teatro que fala sobre o amor 
entre duas pessoas, nos diz muito sobre como os homens lidam 
e expressam os seus sentimentos e como, na sociedade que 
vivemos, esses sentimentos devem ser vivenciados. 
 Como cultura, a arte é dinâmica, isto é, está em 
constante movimento. Embora seu caráter socializador lhe 
confira certa estabilidade, efetivamente ela está mudandoo 
tempo todo, ainda que de maneira lenta, quase imperceptível. 
Isso quer dizer que, se por um lado, a arte pode representar uma 
forma de manutenção da ordem social – já que difunde tradições, 
hábitos, normas e costumes – por outro lado ela não impede as
28
mudanças, pelo contrário, a arte pode expressar o desejo e a 
necessidade da mudança. A necessidade de se romper com a 
tradição e os costumes e de anunciar o desejo de se construir 
uma sociedade diferente, mais humana e compreensiva. A arte é 
tão dinâmica que, talvez, muito do que considera arte hoje, não 
seria considerada arte se estivemos na Idade Média. Por exemplo, 
já não é possível mais pensar a arte afastada da tecnologia, da 
vida urbana, da indústria, entre outros.
 Concluindo essa unidade, arte, cultura e sociedade são 
indissociáveis. Cabe a nós refletir e compreender sobre o papel 
da arte na sociedade em que vivemos.

Mais conteúdos dessa disciplina