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AULA 3 GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Prof. Me. Guilherme Arruda Santos 02 CONVERSA INICIAL Hoje, vamos estudar o conceito de estratégia, a definição de Gestão Estratégica da Qualidade, bem como o papel do líder nesse processo. Além disso, detalharemos as ferramentas gerenciais da Gestão da Qualidade. Contudo, antes devemos pensar: Será que existem técnicas para colaborar com a solução dos problemas da qualidade? Sim, existem. E, nesse sentido, é oportuno, antes de adentrarmos o estudo das ferramentas da qualidade, analisarmos as técnicas de solução de problemas. CONTEXTUALIZANDO O mercado, cada vez mais competitivo, fez com que as empresas utilizassem a gestão da qualidade para se tornarem líderes nesse sistema mercadológico, porém, tal gestão deve ser aplicada em toda a organização de forma uniforme. Dessa maneira, deve-se definir as regras que conduzirão a organização, com a finalidade de melhoria contínua e de aperfeiçoar o desempenho da empresa. Entretanto, as empresas devem ter como foco os clientes, visto que dependem deles para se manter no mercado. A gestão da empresa como processo precisa ser sistêmica, devendo o gestor identificar, compreender e gerenciar os processos que são interligados com o objetivo de melhorar a eficácia e a eficiência da organização. Assim, um gestor com uma visão mais ampla desses processos entenderá melhor as causas dos problemas e, por consequência, saberá quais as ações necessárias de melhoria. Isso quer dizer que o gestor deve ter como meta permanente a melhoria, mas esta só existirá com o envolvimento de todas as pessoas da organização. TEMA 1 – GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Antes de entrarmos o assunto propriamente dito, é importante destacarmos o conceito de estratégia. Figura 1: O conceito de estratégia 03 Atualmente, a estratégia está ligada também ao mundo dos negócios, visto que ele tem como característica a competição: as empresas precisam montar estratégias para ser mais competitivas e se manter nesse ambiente hostil. Dessa forma, para sobreviver no mercado, muitas organizações têm modificado sua estrutura e seus processos, visando obter êxito; porém, para alterar sua genética organizacional, é necessário elaborar um planejamento estratégico com o objetivo de obter valor agregado e satisfação dos seus clientes. O planejamento estratégico, por sua vez, é um conjunto de ações no qual o gestor estabelece uma diretriz, com a finalidade de criar objetivos e metas para a organização, enquanto a administração estratégica refere-se ao ciclo inicial desse processo. Em outras palavras, são as decisões e ações gerenciais que asseguram a formulação, a execução e o controle da mudança organizacional. Assim, as empresas devem fazer seu planejamento estratégico visando a inovação, pois ela é o pilar do desenvolvimento e do crescimento de qualquer empresa. Conforme o art. 2º, inciso II da Lei nº 10.973 de 2004, inovação é a “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resulte em novos produtos, processos ou serviços”. Em outras palavras, considera-se inovação as novas ideias que modificam os processos ou produtos, visando aumentar o faturamento e a quantidade de novos clientes. Podemos afirmar, então, que inovação tecnológica é o ato de conceber um novo produto/processo de fabricação ou, ainda, a associação de novos itens funcionais que resultem em melhorias de qualidade ou produtividade. Sob esse aspecto, as empresas devem ter uma cultura de inovação, ou seja, favorecer um ambiente harmonioso e apto para a criatividade, as experiências e a prática de novas maneiras, tornando-se mais competitivas. No entanto, devemos refletir sobre promoção, prática e adoção de uma cultura de inovação na empresa. Ao analisarmos, veremos que essa resposta não é fácil; contudo, uma de suas formas consistiria em a organização incentivar os colaboradores a realizarem suas tarefas de forma criativa, tornando o processo mais simples, a partir de uma conduta menos complexa. Outra forma: os gestores podem promover a intervenção dos colaboradores com o ambiente externo, seja com treinamentos ou de maneira informal com as redes sociais. O ponto mais importante para desenvolver a inovação refere-se a ter um gestor com competências de liderança, ou seja, um gestor que tenha sua performance pautada na democracia inspiradora, que seja aberto a conversas, 04 motivador, que desenvolva as relações da qualidade e que promova as mudanças benéficas na empresa. Além disso, o gestor deve possuir uma visão sistêmica e abrangente, habilidade de negociação, uma liderança por exemplos e, principalmente, o favorecimento do conhecimento e da geração de valores. Dessa forma, para ser um líder, o gestor precisa promover um planejamento que vise a relação da organização com o mercado e a sociedade, tendo como pauta a inovação e, como consequência, a garantia da permanência da organização nessa relação. Para tal, é necessário ter um conceito consistente de qualidade, ou seja, deve-se fazer com que a qualidade se transforme em valor da empresa. TEMA 2 – O PAPEL DO LÍDER NA GESTÃO ESTRATÉGICA DA QUALIDADE Para a implementação da gestão da qualidade em uma empresa, um dos fatores mais importantes é a liderança do gestor – a força desse administrador em fazer a sua equipe trabalhar em conjunto e obter os resultados desejados pela organização. Nesse sentido, a liderança do gestor tem papel essencial no cumprimento do planejamento estratégico da empresa, pois esse é um processo gerencial que tem como finalidade dar a diretriz para a empresa, bem como as premissas básicas que sustentam os processos com coerência. A partir dessa premissa, a obtenção de êxito por parte do gestor deve estar intimamente relacionada com o comprometimento da sua equipe em cumprir as novas diretrizes estabelecidas pela organização. Na implementação de um plano estratégico, o gestor deverá, muitas vezes, modificar a cultura organizacional da empresa, ou seja, a cultura, as práticas, os símbolos, os costumes, as condutas, a ética e a moral, os princípios... Enfim, todas as influências internas que atuam na organização. Para obter sucesso como líder, o gestor deve ter uma visão global e analítica da realidade do ambiente organizacional e de seus liderados, adaptando seu modo de liderar ao ambiente e aos indivíduos. Além disso, a experiência prática e o conhecimento administrativo tornam o gestor um dos principais componentes para o sucesso de programas voltados para a qualidade. É por esse motivo que o gestor deve ser a pessoa central no desenvolvimento dos projetos específicos na área de gestão estratégica da 05 qualidade. Ele deverá identificar as funções e os trabalhos a serem realizados durante a execução e a implantação. Além de tudo, a sua responsabilidade está diretamente associada às tarefas e atividades, e não necessariamente à missão fundamental do cargo que, em essência, consiste em assegurar que as atividades e as metas propostas pela organização sob sua responsabilidade sejam atingidas. Sob outros aspectos, o papel importante dos gestores de uma organização é o de assegurar que as ferramentas de qualidade definidas ao longo do processo de planejamento sejam aplicadas, bem como de acompanhar o processo de garantia da qualidade, participando das auditorias, analisando relatórios e também promovendo o controle da qualidade em todas as etapas dos projetos. TEMA 3 – GESTÃO OPERACIONAL DA QUALIDADE Além de pensar do ponto de vista estratégico, devemos analisar sob o ponto de vista operacional. A partir dessa ideia, existem algumas ações de controle que devem ocorrer quando pensamos em gestão operacional da qualidade; sua finalidadeé manter a prática constantemente registrada, assegurando a continuidade dos serviços. A primeira dessas ações é o gerenciamento das tarefas a serem executadas pelo próprio funcionário; a segunda consiste na documentação dessas tarefas planejadas visando o alcance do padrão estipulado; a terceira é a padronização das atividades visando a melhoria contínua; a quarta, e última, é a redução dos desvios de execução do processo. Assim, os procedimentos devem ser planejados e formatados para nortear a melhor maneira de realizar a tarefa, bem como visar o melhor desempenho do funcionário no que se refere ao produto final, ou seja, o procedimento operacional é a diretriz simplificada do que deve ser feito. Nesse sentido, a linguagem utilizada para elaborá-lo deve ser padronizada ao grau de instrução dos indivíduos que o executarão, e o desenvolvimento desse procedimento deve ter o auxílio dos executores do processo. É importante ressaltar que uma definição clara dos procedimentos resulta na possibilidade de gerenciamento dessa rotina pela equipe executora e pelo gestor. Assim, podemos evidenciar que o gerenciamento da qualidade se fundamenta no controle, iniciando-se no planejamento estratégico da empresa, no qual se estabelecem: 06 Figura 2 – Elementos do planejamento estratégico. Depois desse planejamento, ocorrem a execução dos procedimentos estabelecidos, a avaliação e a análise dos resultados e, por fim, a partir da análise comparativa entre o previsto e o realizado, a verificação dos desvios padrões, visando as correções. A finalidade de tal procedimento é fazer com que a empresa execute as atividades com base na qualidade e, por consequência, produza resultados de forma eficaz (resultado pretendido) e eficiente (com o mínimo de perda). Nesse sentido, o sistema de informação movimenta o processo de controle gerencial e tem a finalidade de assegurar que a qualidade esteja presente nos processos e produtos. O controle formal deve ocorrer em todas as áreas da empresa, seja por meio de relatórios, seja por inspeção de materiais e produtos, ou, ainda, pelo registro das não conformidades encontradas e pela tomada de ações corretivas. Para que ocorra um gerenciamento da qualidade eficiente e eficaz, o gestor deve identificar, verificar e resolver os problemas de não conformidade, reconhecendo os motivos dos erros e adotando métodos para que não ocorram mais, como o 5S que já foi abordado em aulas anteriores. Entretanto, é preciso gerenciar todos os procedimentos de correção para que eles se sistematizem na empresa. Outro controle que a empresa deve ter refere-se aos organogramas; neles se identificam as funções dos funcionários, a divisão do trabalho, bem como a atribuição de responsabilidades. Além disso, com base nesses organogramas podemos identificar também o desempenho de departamentos, suas funções e atividades – ou seja, é possível analisar o responsável pelas ações de não conformidades. O que vai ser controlado Os meios que serão utilizados para executar o controle A política da empresa e suas diretrizes 07 TEMA 4 – A DIMENSÃO OPERACIONAL DA QUALIDADE A gestão da qualidade do processo tem como origem a concepção operacional da qualidade, e se refere às ações de controle que são baseadas em regras e disciplina, visto que o gestor deve ter o domínio das informações e o acompanhamento do processo. As vantagens que essas ações trazem consistem em diminuição do custo, prevenção dos erros, resultados esperados e tempo de produção mais rápido. Sendo assim, quando o gerenciamento se baseia em controle, o gestor deve centralizar as informações e tê-las por completo, visando a agilidade no processo, porque possui um conhecimento holístico dele. O controle pode ser feito com a ajuda de algumas ferramentas que serão abordas nessa aula e que agregam valor às operações, melhorando os pontos críticos da produção – por exemplo, o gráfico de controle, o diagrama de causa-efeito, os histogramas, o gráfico de Pareto e os fluxogramas. As empresas devem utilizar outras ferramentas para a melhoria de processos visando o atendimento ao consumidor, pois são elas que direcionam a instituição a melhorar o processo produtivo para atender bem o cliente. Um bom exemplo disso são os diagramas que colocam o consumidor como o centro do processo produtivo. A vantagem dessas ferramentas é, principalmente, a aceitação dos funcionários, pois não se trata apenas de uma simples fiscalização, mas de uma exigência do mercado. Cumpre destacar também que a melhoria no processo tem como finalidade o mercado e, sob esse aspecto, o gerenciamento operacional tem a finalidade de produzir benefícios como um todo, e não só os pontuais. Nesse sentido, podemos confirmar que uma estratégia é utilizada para obter melhorias na qualidade, enquanto as ferramentas são utilizadas como uma ação mais localizada para obter resultados em uma determinada etapa do processo. TEMA 5 – FERRAMENTAS DA QUALIDADE Por volta dos anos 1950, as ferramentas da qualidade começaram a ser estruturadas e, desde então, seu uso tem sido de grande valia para os sistemas de gestão. Essas ferramentas são decorrentes da necessidade de controle e mensuração, a partir da evolução do conhecimento e da administração sobre qualidade. Elas podem ser consideradas técnicas utilizadas com a finalidade de 08 definir, mensurar, analisar e propor soluções referentes aos possíveis problemas que podem interferir no perfeito desempenho do trabalho, sendo usadas como suporte à qualidade. Como só se controla o que se mede, as ferramentas do controle da qualidade são criadas com fins de aprimorar os processos. Elas são sete, conforme Ishikawa (sobre quem veremos mais adiante): Figura 3 – Ferramentas do controle da qualidade. É importante ressaltar que essas sete ferramentas são métodos que devem ser de conhecimento de todas as pessoas da empresa, desde o presidente até os colaboradores. Em razão da importância dessas ferramentas, estudaremos todas separadamente. 5.1 Fluxograma O que é um fluxograma? De forma simplificada, podemos dizer que é uma representação gráfica dos passos de um processo. Partindo desse princípio, pode-se concluir que o fluxograma tem como objetivo demonstrar o percurso do produto ou serviço de forma fidedigna e prática e, por consequência, demonstrar os desvios ocorridos nesse processo. Nesse sentido, pode-se concluir que essa ferramenta é uma ilustração consecutiva, que demonstra as etapas de um processo, bem como todas as interseções entre as etapas. Além disso, é utilizada para descrever e analisar um projeto existente ou analisar a implementação de novas etapas no processo. Para ilustrar o processo são utilizados símbolos padronizados. Sob esse aspecto, existem algumas vantagens na utilização dessa ferramenta, envolvendo: a visualização do processo como um todo, a identificação dos gargalos do processo, a verificação dos momentos de retrabalho, a importância para o treinamento de novos colaboradores e a definição do início e do fim do processo. Fluxograma Diagrama de Ishikawa Folha ou lista de verificação Histograma Diagrama de Pareto Diagrama de Dispersão Cartas de Controle 09 5.2 Diagrama de Pareto Vilfredo Pareto já nos foi apresentado em aulas anteriores. No século XIX, esse economista italiano criou uma das ferramentas básicas da qualidade, que foi denominada de “Diagrama de Pareto” em sua homenagem. Esse diagrama é um gráfico de barras verticais que permite verificar os problemas a ser resolvidos, bem como estabelecer as prioridades. O objetivo dessa ferramenta é revelar as probabilidades para que se possa escolher o ponto de partida para a solução do problema, assim como identificar a sua causa e monitorar o sucesso. A identificação do problema acontece pelo uso de diferentescritérios de medição, como frequência ou custo. O diagrama pode ser aplicado seguindo-se alguns passos básicos: 1. definir o objetivo do diagrama; 2. selecionar um peso de medida; 3. definir um período de tempo para ser analisado; 4. organizar em uma tabela os dados em categorias; 5. fazer os cálculos de frequências e agrupar as categorias com baixa frequência, calculando também o total e a porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado; 6. traçar o diagrama, para cada categoria e desenhar um retângulo cuja altura seja a frequência. Nesse sentido, o objetivo do Diagrama de Pareto é verificar as causas dos problemas e expor quais devem ser sanadas primeiramente, visando os melhores resultados. 5.3 Diagrama de causa e efeito – Ishikawa – Espinha de Peixe Em 1953, no Japão, o professor Kaoru Ishikawa, da Universidade de Tóquio, sintetizou em uma fábrica as opiniões de engenheiros sobre a qualidade, relacionando-as com as suas consequências em uma ferramenta no formato de espinha de peixe. Era o Diagrama de Causa e Efeito (ou Espinha de Peixe). Esse diagrama é uma técnica que demonstra a ligação entre um resultado e possíveis causas que podem levar a esse efeito, tendo sido desenvolvido para representar a relação entre o efeito e todas as possibilidades de causa que podem contribuir para ele, ou seja, essa ferramenta mostra a relação entre uma característica da qualidade e os fatores que a influenciam. Ele tem como objetivo mapear possíveis 010 fatores que influenciam em um determinado problema. As vantagens dessa ferramenta estão elencadas a seguir: Separar os efeitos das causas. Identificar vários fatores que influenciam uma determinada característica da qualidade. Visualizar as causas principais e secundárias de um mesmo problema. Analisar o processo em busca da melhoria contínua. Para montar um diagrama espinha de peixe é importante observar alguns requisitos: Todos os colaboradores devem participar para que todas as causas sejam consideradas. Deve ser nomeado um coordenador. Nenhuma ideia deve ser rejeitada. Se tiver muitas causas, não sobrecarregue o diagrama: faça um segundo. Circule as causas que a maioria ache mais provável. Após ressaltar os itens anteriores, verifique como se faz um diagrama propriamente dito: Estabeleça o problema a ser analisado e escreva em um retângulo, desenhado no lado direito da folha. Desenhe uma seta horizontal apontando para o retângulo no qual você escreveu o problema. Faça um brainstorming. Agrupe as causas em categorias. Seguindo as instruções, seu diagrama será como o da figura a seguir: Figura 4 – Diagrama espinha de peixe. Fonte: UniversoProjeto.com. 011 Com o diagrama espinha de peixe tem-se a possibilidade de desenvolver a imaginação, pois devem ser realizadas sessões de brainstorming, nas quais a equipe vai abusar das ideias. Para a utilização dessa ferramenta, deve-se fazer o direcionamento do pensamento em categorias e possíveis causas. As categorias universais, muito utilizadas, advêm da identificação em inglês, pois se utiliza a chamada expressão 5 Ms: machines (máquinas), manpower (pessoal, mão de obra), materials (materiais), methods (métodos) e measurement (medição). 5.4 Histograma Outra ferramenta da qualidade é o histograma, que tem como objetivo demonstrar a frequência dos dados por meio de um gráfico de barras, ou seja, é um indicador de dados, visto que com ele visualiza-se a centralização, a dispersão e a forma de distribuição dos dados coletados. A importância dessa ferramenta se encontra na identificação de desempenhos futuros de um processo e na demonstração de mudanças desse processo. A vantagem em utilizar o histograma se dá porque ele: Trabalha com amostra. Tem compreensão rápida após a visualização do gráfico. Tem o entendimento de um todo de forma objetiva. O principal objetivo é apresentar a distribuição das frequências dos dados e analisar o fluxo das ocorrências, como, por exemplo, as reclamações de um determinado produto disponível em duas lojas. Convém lembrar que o histograma é uma das ferramentas estatísticas da qualidade. 5.5 Folha de verificação É uma ferramenta da qualidade que permite registrar e compilar os dados ou observações à medida que os eventos acontecem, para demonstrar padrões e tendências. Ressalta-se ainda que as folhas de verificação devem ser elaboradas na forma de tabelas ou planilhas. O registro dos dados é anotado em um formulário de papel impresso com os itens a serem coletados. Após a coleta, os dados devem ser organizados para posteriormente ser usados. A coleta e o registro dos dados podem gerar erros, principalmente quando muitas pessoas processam os dados. Nesse sentido, a folha de verificação é uma 012 importante ferramenta de registro em que se pode facilmente organizar os dados. Para que os dados sejam verídicos, é importante registrar na folha o local, a data da coleta e o nome do responsável pelo trabalho. A partir de uma lista de verificação como a demonstrada é possível a elaboração de Diagramas de Pareto. No entanto, há a necessidade de trabalhar os dados, o que, por consequência, será traduzido na folha de dados; com isso reduzem-se os erros, permitindo agilidade e segurança no processo, destacando- se também que para cada Pareto será elaborada uma folha de dados. 5.6 Cartas de controle Essa ferramenta é utilizada para obter uma média do processo, visto que limita os dados com uma linha superior, uma inferior e, ainda, uma média. Os dados são coletados a partir de um histórico de controle. Com os dados coletados, ou seja, com uma amostra de todo o processo, calcula-se a média, a amplitude e a variância, que são comparadas com os limites das cartas. É importante destacar que existem várias formas de representar as cartas de controle, porém, as mais usadas são a média, a amplitude da amostra e as somas cumulativas. O objetivo dessa ferramenta é a verificação do controle do processo, haja vista que ela fornece uma regra de decisão, pois, caso existam pontos do gráfico fora dos limites, isso será em decorrência dos problemas, que devem ser sanados. Caso os pontos estejam dentro dos limites de forma aleatória, conclui-se que o processo está dentro da normalidade. 5.7 Diagrama de dispersão Esse diagrama mostra o que acontece com uma variável quando a outra muda, a fim de testar possíveis relações de causa e efeito. Sob esse aspecto, surgem dúvidas em relação ao momento de utilização do diagrama de dispersão. Tal modelo dever ser utilizado visando a análise de uma variável perante outra e, principalmente, visualizar quando ocorrem alterações das variáveis. Além disso, este modelo deve ser adotado para averiguar se as variáveis estão relacionadas, além de também analisar a intensidade do relacionamento entre as variáveis. 013 FINALIZANDO Chegamos ao fim da nossa terceira aula, e nela vimos o conceito associado à Gestão Estratégica da Qualidade, que envolve principalmente o mundo dos negócios, contemplando aspectos competitivos – as empresas precisam montar estratégias visando o mercado no qual elas se encontram inseridas. Além disso, vimos também que muitas organizações têm modificado sua estrutura e seus processos, visando obter êxito. Porém, para alterar sua genética organizacional, é necessário elaborar um planejamento estratégico, com o objetivo de obter valor agregado e satisfação dos seus clientes. Com relação à gestão operacional, quando o objetivo da empresa são os consumidores, uma das ações consiste em melhorar o desempenho. Outra ação da empresa é ter um gestor que seja líder, já que ele é quem direciona a empresa para alcançar as metas estabelecidas por meio de uma equipe uniformizada e de um ambiente interno cativante. Podemosdizer, então, que a gestão operacional envolve os indivíduos na execução de suas atividades para que tenham o maior êxito possível. Na gestão operacional, as pessoas são chamadas para participar das decisões no que se refere ao seu cotidiano, pois, quando estão envolvidas, tendem a focar no processo. Logo, as metas são alcançadas com maior eficiência, principalmente quando todas as ações desses indivíduos são gerenciadas como um processo. A gestão operacional tem como benefício a diminuição dos custos e a prevenção de não conformidades. Por fim, para obter a melhoria contínua, o gestor deve tomar decisões com base em dados e informações confiáveis, as quais são o alicerce na prevenção de possíveis erros no processo da empresa. Além disso conhecemos as sete ferramentas da qualidade: fluxograma, diagrama de Ishikawa, folha de verificação, histograma, diagrama de Pareto, diagrama de dispersão e cartas de controle, utilizadas para controlar, mensurar, analisar e propor soluções a possíveis problemas que podem interferir no desempenho dos processos. 014 REFERÊNCIAS BUSSONS, J. Reengenharia da organização. Rio de Janeiro: Rio Fundo, 1995. CAMP, R. C. Benchmarking: o caminho da qualidade total. São Paulo: Pioneira, 1995. CROSBY. P. B. Qualidade falando sério. São Paulo: McGraw Hill, 1990. _____. Qualidade sem lágrimas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1992. CURRID, C. C. Ferramentas para a reengenharia. Rio de Janeiro: Record, 1995. DEMING, W. E. Qualidade: a revolução da administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. 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