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MATERIAL SEMIOTICA E PERCEPÇÃO VISUAL

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Indaial – 2021
Imagem
Prof. Jorge Elias Dolzan
2a Edição
LeItura de
Elaboração:
Prof. Jorge Elias Dolzan
Copyright © UNIASSELVI 2021
Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
Impresso por:
D665l
Dolzan, Jorge Elias
 
 Leitura de imagem. / Jorge Elias Dolzan – Indaial: UNIASSELVI, 
2021.
 
 190 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-921-5
 ISBN Digital 978-65-5663-922-2
 
 1. Identificação de imagens. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 380
Para iniciar o estudo relacionado à disciplina de Leitura de imagem, é necessária 
uma breve contextualização desta temática, tão pertinente aos profissionais que se 
ocupam das imagens em suas atuações, seja na educação, no desenvolvimento de 
produtos de comunicação ou até mesmo como objetos fim – caso de artistas visuais. A 
noção de que vivemos em uma sociedade impregnada de imagens ressalta a importância 
de entendê-las como objetos carregados de significados e sentidos, o que contribui 
para demonstrar a importância da leitura de imagens na formação inclusive pessoal.
É preciso ter um vasto repertório visual para ter a capacidade de ler imagens, de 
maneira que seja possível não só identificar os elementos formadores das imagens, mas 
também analisar que tais elementos e como eles estão compostos como propulsores de 
sentido no discurso visual oferecido pela imagem que formam. Da mesma maneira que é 
preciso entender que existe uma teoria que dá conta dos processos de significação das 
linguagens visuais, na qual temos pouca formação em nossa passagem escolar – há um 
peso considerável no letramento, mas poucas são as metodologias de ensino escolar que 
dão ênfase à linguagem visual. Indiferente da escolha profissional que fazemos, há que 
considerar que vivemos em uma sociedade imagética e ter a capacidade de ler imagens 
nos faz mais ativos e mais conscientes de nosso papel dentro da sociedade que vivemos.
Em paralelo à importância do “letramento” visual – da capacidade de ler e 
produzir formas e elementos visuais, somos cobrados profissionalmente pela capacidade 
de entregar conceitos – dar e entender os significados por trás dos textos visuais, ou 
seja, de que nossa atuação possa ser valorizada por si só, que o resultado de nosso 
trabalho tenha autonomia de poder ser lido e interpretado pelo seu espectador. Além 
de que precisamos, de certa forma, buscar muitos desses conceitos nos contextos em 
que estão inseridos estes impactados – como alunos, consumidores, expectadores e 
apreciadores. De certa forma, além de ter o “letramento” visual, precisamos saber como 
vamos “escrever” visualmente, e aí entra a semiótica, como uma ciência que dá conta, 
sob certa perspectiva, dessa leitura de mundo e de como podemos produzir para que 
este mesmo mundo compreenda. 
Cada vez mais nos vemos inseridos em uma sociedade em que as relações 
sociais estão pautadas na imagem e na capacidade de comunicação que o mundo visual 
(e audiovisual) proporciona. Dentro disso, o entendimento da imagem se torna impactante 
à medida que o entendimento de como elas se formam, de quais paradigmas estamos 
tratando e de como percebemos e compomos o mundo à nossa volta vem se tornando 
ferramenta diferenciadora para o sucesso pessoal e profissional. Em outra perspectiva, 
mas referente ao mesmo objeto, vemos que a capacidade de interpretar coerentemente 
os elementos de comunicação e a inteligência de darmos sentido ao que queremos 
comunicar, tem base operacional na Semiótica – que de forma introdutória pode ser 
entendida como a “ciência que estuda os signos”.
APRESENTAÇÃO
O entendimento da semiótica, da imagem como texto visual, somada ao 
entendimento de composições visuais tem coerência, mas nos coloca num cenário 
complexo e denso em abordagens a serem trabalhadas em uma disciplina. Dessa 
forma, além de fazer um recorte dos teóricos, vamos, num primeiro momento, dividir 
as temáticas, tratando da semiótica e depois de conceitos relacionados à imagem, para 
então, ao final, com base no entendimento dessas duas, dar conta do objetivo geral da 
disciplina: desenvolver a capacidade de leitura da imagem e, por que não, de compor 
textos visuais.
O livro didático está estruturado em três unidades, com a pretensão de discutir 
os temas: a semiótica, a imagem e a leitura de imagens com base na semiótica. 
Na Unidade 1, estudaremos a semiótica. Serão tratados os conceitos introdutórios 
de semiologia e semiótica. De forma específica, serão trabalhadas definições sobre 
a semiologia e o plano de expressão e plano de conteúdo; e sobre a semiótica e a 
tricotomia do signo: ícone, índice e símbolo.
Na Unidade 2, trataremos da imagem. Abordaremos algumas definições e vamos 
aproximar os paradigmas da imagem como base de entendimento sobre ela.
Na Unidade 3, com base na semiótica e no entendimento sobre imagem, 
ocuparemo-nos, com análise de casos, de dar aplicabilidade da semiótica na leitura de 
imagens, identificando as categorias de conteúdo nos formantes da macroestrutura 
dos textos não verbais.
Essas unidades dão conta de suportar a disciplina Leitura de imagem que tem 
como objetivo geral desenvolver a capacidade do discente de analisar e criticar imagens, a 
partir do conhecimento e da aplicação de métodos de leitura da imagem. Contextualizando 
essa capacidade, na pretensão de proporcionar aos alunos a instrumentalização necessária 
ao desenvolvimento de exercícios teóricos e práticos relacionados à semiótica e à leitura 
de imagem; promovendo a compreensão de signo a partir do entendimento da semiótica 
como ciência base para os processos de leitura e interpretação de imagens artísticas e 
literárias; potencializando a postura de leitura crítica de imagens, ampliando o referencial 
teórico do discente; da mesma forma sensibilizar e instrumentalizar o discente para a 
alfabetização visual permitindo o entendimento do valor da percepção e da imaginação na 
leitura de imagens; e potencializar a capacidade analítica e crítica do discente com base 
em fundamentos que suportem seus posicionamentos profissionais e desperte o senso 
estético e criativo dele.
Ciente de que alcançar esses objetivos está relacionado diretamente com o 
comprometimento de todos os envolvidos, desejamos bons estudos e sucesso!
Prof. Jorge Elias Dolzan
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a 
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo 
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse 
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade 
para aprimorar os seus estudos.
GIO
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Você lembra dos UNIs?
Os UNIs eram blocos com informações adicionais – muitas 
vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico 
como um todo. Agora, você conhecerá a GIO, que ajudará 
você a entender melhor o que são essas informações 
adicionais e por que poderá se beneficiar ao fazer a leitura 
dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará 
informações adicionais e outras fontes de conhecimento que 
complementam o assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os 
acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir 
de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual 
– com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a 
leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que 
você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados 
através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo 
continua na íntegra, mas a estruturainterna foi aperfeiçoada 
com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo 
o espaço da página – o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por 
exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto 
de ações sobre o meio ambiente, apresenta também este 
livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a 
possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, 
tablet ou computador. 
Junto à chegada da GIO, preparamos também um novo 
layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual 
adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de 
relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os 
materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, 
possa continuar os seus estudos com um material atualizado 
e de qualidade.
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Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
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mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - SEMIÓTICA........................................................................................................ 1
TÓPICO 1 - EFEITOS DE SENTIDO NO PROCESSO SEMIÓTICO ...........................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3
2 EFEITOS DE SENTIDO NO PROCESSO SEMIÓTICO ...........................................................3
RESUMO DO TÓPICO 1 ...........................................................................................................8
AUTOATIVIDADE ....................................................................................................................9
TÓPICO 2 - CONCEITOS INTRODUTÓRIOS: SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA ...........................11
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................11
2 BASES INICIAIS DE SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA ..............................................................11
3 SEMIOLOGIA ...................................................................................................................... 15
4 SEMIÓTICA ........................................................................................................................ 19
4.1 A PRIMEIRIDADE ...................................................................................................................................21
4.2 A SECUNDIDADE ..................................................................................................................................21
4.3 A TERCEIRIDADE ................................................................................................................................22
5 CATEGORIAS DO SIGNO .................................................................................................. 23
6 TRICOTOMIA DO SIGNO ................................................................................................... 24
6.1 REPRESENTÂMEN ...............................................................................................................................25
6.2 OBJETO .................................................................................................................................................28
6.3 INTERPRETANTE .................................................................................................................................30
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 39
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 40
TÓPICO 3 - A SEMIOLOGIA E A SEMIÓTICA ....................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 43
2 A SEMIOLOGIA E O PLANO DE EXPRESSÃO E PLANO DE CONTEÚDO ......................... 43
3 A SEMIÓTICA E A TRICOTOMIA DO SIGNO: ÍCONE, ÍNDICE E SÍMBOLO .........................47
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................. 51
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................................ 55
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 61
UNIDADE 2 — A IMAGEM ..................................................................................................... 63
TÓPICO 1 — LINGUAGEM NÃO VERBAL E OS DOMÍNIOS DA IMAGEM .............................. 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 65
2 A LINGUAGEM NÃO VERBAL ........................................................................................... 66
3 DOMÍNIOS DA IMAGEM .....................................................................................................72
RESUMO DO TÓPICO 1 .........................................................................................................74
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................75
TÓPICO 2 - OS PARADIGMAS DA IMAGEM ......................................................................... 77
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 77
2 PARADIGMA ...................................................................................................................... 77
3 PARADIGMAS DA IMAGEM ...............................................................................................79
3.1 PARADIGMA PRÉ-FOTOGRÁFICO ................................................................................................... 80
3.2 PARADIGMA FOTOGRÁFICO ............................................................................................................. 81
3.3 PARADIGMA PÓS-FOTOGRÁFICO ...................................................................................................83
4 OS PARADIGMAS DA IMAGEM E AS CONSEQUÊNCIAS DOS MEIOS 
 DE PRODUÇÃO ................................................................................................................. 85
4.1 QUANTO AOS MEIOS DE ARMAZENAMENTO ................................................................................85
4.2 QUANTO AO AGENTE PRODUTOR ..................................................................................................87
4.3 QUANTO À NATUREZA DA IMAGEM ...............................................................................................87
4.4 QUANTO À RELAÇÃO DA IMAGEM COM O MUNDO ................................................................... 88
4.5 QUANTO AOS MEIOS DE TRANSMISSÃO ......................................................................................894.6 QUANTO AO PAPEL DO RECEPTOR................................................................................................90
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 92
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 93
TÓPICO 3 - PRINCÍPIOS, TÉCNICAS E ELEMENTOS BÁSICOS DA COMPOSIÇÃO............95
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................95
2 GESTALT ............................................................................................................................95
2.1 PRINCÍPIOS DA COMPOSIÇÃO DA GESTALT ..................................................................................99
2.1.1 Unidade .......................................................................................................................................100
2.1.2 Segregação ...............................................................................................................................100
2.1.3 Proximidade ...............................................................................................................................101
2.1.4 Semelhança .............................................................................................................................. 102
2.1.5 Unificação .................................................................................................................................. 102
2.1.6 Fechamento ..............................................................................................................................103
2.1.7 Continuidade .............................................................................................................................104
3 PRINCÍPIOS E TÉCNICAS ...............................................................................................105
3.1 HARMONIA ..........................................................................................................................................105
3.2 CONTRASTE .......................................................................................................................................105
3.3 EQUILÍBRIO.........................................................................................................................................109
3.4 EQUILÍBRIO E INSTABILIDADE .........................................................................................................111
3.5 REGULARIDADE E IRREGULARIDADE ...........................................................................................111
3.6 SIMPLICIDADE E COMPLEXIDADE.................................................................................................112
3.7 UNIDADE E FRAGMENTAÇÃO .........................................................................................................112
3.8 ECONOMIA E PROFUSÃO .................................................................................................................113
3.9 MINIMIZAÇÃO E EXAGERO ...............................................................................................................113
3.10 PREVISIBILIDADE E ESPONTANEIDADE .....................................................................................113
3.11 ATIVIDADE E ESTASE .......................................................................................................................114
3.12 SUTILEZA E OUSADIA .....................................................................................................................114
3.13 NEUTRALIDADE E ÊNFASE ............................................................................................................115
3.14 TRANSPARÊNCIA E OPACIDADE ..................................................................................................115
3.15 ESTABILIDADE E VARIAÇÃO ..........................................................................................................115
3.16 EXATIDÃO E DISTORÇÃO ................................................................................................................116
3.17 PLANURA E PROFUNDIDADE ........................................................................................................116
3.18 SINGULARIDADE E JUSTAPOSIÇÃO ........................................................................................... 117
3.19 SEQUENCIALIDADE E ACASO ....................................................................................................... 117
3.20 AGUDEZA E DIFUSÃO ....................................................................................................................118
3.21 REPETIÇÃO E EPISODICIDADE .....................................................................................................118
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................... 121
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................129
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................132
UNIDADE 3 — SEMIÓTICA E PERCEPÇÃO VISUAL ...........................................................133
TÓPICO 1 — A PERCEPÇÃO VISUAL E OS PRINCÍPIOS DE ESTILO ..................................135
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................135
2 PRINCÍPIOS E HABILIDADES DE ESTILO ......................................................................136
2.1 OS DOIS ESTÁGIOS DO PROCESSAMENTO VISUAL .................................................................. 136
2.2 A PRIMEIRA PERCEPÇÃO GLOBAL ............................................................................................... 137
2.3 A HIPÓTESE VISUAL ......................................................................................................................... 139
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................................146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 147
TÓPICO 2 - ANÁLISE DICOTÔMICA ................................................................................... 151
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 151
2 ANÁLISE DICOTÔMICA: A LEITURA COM BASE NA SEMIOLOGIA OU SEMIÓTICA
 SAUSSUREANA ............................................................................................................... 151
2.1 PLANO DE EXPRESSÃO ................................................................................................................... 152
2.2 PLANO DE CONTEÚDO .................................................................................................................... 154
2.3 ANÁLISE DICOTÔMICA: PLANO DE EXPRESSÃO E PLANO DE CONTEÚDO ....................... 154
RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................163
TÓPICO 3 - ANÁLISE TRICOTÔMICA ................................................................................. 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 167
2 ANÁLISE TRICOTÔMICA: A LEITURA COM BASE NA SEMIÓTICA DE PEIRCE ............. 167
2.1 ANÁLISE TRICOTÔMICA: AS CATEGORIAS DO OBJETO– ÍCONE, ÍNDICE 
 E SÍMBOLO ...........................................................................................................................................168
3 METODOLOGIAS DE LEITURA DE IMAGENS .................................................................. 176
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 3 .......................................................................................................185
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................186
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................189
1
UNIDADE 1 - 
SEMIÓTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender as noções de sentido dentro da noção de representação sígnica;
• aprender o que é signo e como se dá o processo de significação;
• conhecer os conceitos de semiologia e semiótica como fundamento para o 
entendimento de semiótica;
• refletir acerca da capacidade humana de interpretar e produzir signos;
• potencializar a capacidade analítica e crítica de leitura de objetos sígnicos com base 
na semiologia (plano de expressão e plano de conteúdo) e na semiótica (ícone, índice 
e símbolo).
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará 
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – EFEITOS DE SENTIDO NO PROCESSO SEMIÓTICO
TÓPICO 2 – CONCEITOS INTRODUTÓRIOS: SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA
TÓPICO 3 – A SEMIOLOGIA E A SEMIÓTICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
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QR Code abaixo:
3
EFEITOS DE SENTIDO 
NO PROCESSO SEMIÓTICO
1 INTRODUÇÃO
Desde sua origem, o ser humano se questiona como as coisas são capazes 
de significar outras coisas. Tanto que organizou pensamento para explicar inúmeros 
fenômenos naturais, alguns atribuiu às divindades, outros à observação do próprio 
fenômeno e, para alguns, utilizou-se de métodos que chamou de ciência. As divindades 
gregas, por exemplo, davam conta de explicar fenômenos naturais. A observação do 
amanhecer e do anoitecer deu conta de explicar que o sol girava em torno da Terra, que 
depois pelo método científico foi reorganizando colocando a Terra como um astro que 
gira sobre si mesmo e ao redor do Sol.
Tanto o movimento dos astros quanto os fenômenos naturais observados 
são objetos que surgiram da capacidade de investigação humana. Parecendo suprir 
a necessidade e a vontade humana de dar conta de explicar, de alguma forma, o que 
lhe atinge. A semiótica ocupa posição privilegiada nesse processo, se entendermos, 
inicialmente, que se trata da ciência geral dos signos. Veremos que, onde houver 
abordagens acerca de coisas e seus significados, ela se fará presente.
Neste primeiro tópico, vamos compreender as noções de sentido dentro da 
noção de representação sígnica, contribuindo para a reflexão acerca da capacidade 
humana de interpretar e produzir signos. Também potencializamos a capacidade 
analítica e crítica de leitura de objetos sígnicos com base na semiologia (Plano de 
expressão e Plano de conteúdo) e na semiótica (Ícone, Índice e Símbolo).
TÓPICO 1 - UNIDADE 1
2 EFEITOS DE SENTIDO NO PROCESSO SEMIÓTICO
Somos seres capazes de dar sentido a tudo com que nos relacionamos. 
Quantas vezes você vivenciou situações em que o uso de uma determinada roupa 
durante o êxito de um time de futebol fez com que esta mesma roupa fosse usada 
nas próximas partidas do mesmo time, na ideia de existir sentido entre o uso de 
determinada peça do vestuário e a vitória dele? Note que as duas coisas provavelmente 
não tenham sentido algum, passam a ter sentido para uma determinada pessoa em 
uma determinada ocasião – aí está um exemplo de como o ser humano é um produtor 
de sentido por excelência.
4
Essa mesma lógica ocupa as estratégias primeiras de quem assume uma 
imagem para expressar alguma coisa. Ao definir uma composição de cores, visa dar 
um sentido a sua imagem. Isso vale também para os elementos formais, as texturas, 
os enquadramentos. Todavia, diferente do exemplo do time de futebol, os sentidos aqui 
deverão ser partilhados por outros – pelos alunos – no caso da educação; pelo expectador 
– no caso da comunicação; e pelo mercado – no caso da arte.
Essa noção de “sentido” é importante para que possamos iniciar nosso 
entendimento sobre a semiótica. Então, de forma introdutória, trataremos sobre o “sentido”.
INTERESSANTE
A abordagem sobre “sentido” pode se limitar ao entendimento que você tem 
do dia a dia. Que tal buscar o conceito do termo “sentido” em um dicionário? 
Quanto tem relação com o seu fazer profissional?
Veja os que podem ser encontrados:
1. Que se ofende ou melindra facilmente; suscetível, sensível.
2. Que causa pesar; plangente, lamentoso, "canto sentido."
3. Repassado de mágoa; ressentido, magoado.
4. Que está em começo de decomposição, um tanto podre ou estragado.
5. Substantivo masculino (Fisiologia) – faculdade de perceber uma modalidade específica 
de sensações, que correspondem a órgãos determinados [são cinco os sentidos: tato, 
visão, audição, paladar e olfato.].
6. Substantivo masculino – faculdade de sentir ou perceber, de compreender; senso.
7. Substantivo masculino – faculdade de julgar; bom senso, tino.
8. Substantivo masculino – aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; 
alvo, fim, propósito: "suas últimas ações não tiveram sentido nenhum".
9. Substantivo masculino – ponto de vista, modo de considerar; aspecto, face: "em que 
sentido você está falando?"
10. Substantivo masculino – encadeamento coerente de coisas ou fatos; lógica, cabimento: 
"a renúncia do ministro não tem sentido".
11. Substantivo masculino – consciência, razão, discernimento (mais us. no pl.): "recuperou 
os sentidos depois de meses em coma".
12. Substantivo masculino – concentração da atividade mental; atenção, pensamento: 
"ele estuda, mas com o sentido na televisão".
13. Substantivo masculino – aplicação dos sentidos para evitar (algo ruim); cuidado, 
cautela: "tenha sentido no que faz".
14. Substantivo masculino – orientação segundo a qual se efetua um movimento: 
"sentido horário".
15. Substantivo masculino (Filosofia) – faculdade de captar determinada classe ou grupo 
de sensações, estabelecendo um contato intuitivo e imediato com a realidade e 
assentando desta maneira os fundamentos empíricos do processo cognitivo.
16. Substantivo masculino (Lexicografia • Lexicologia) – cada um dos significados de uma 
palavra ou locução; acepção.
17. Substantivo masculino (Linguística • Lógica) – aquilo que uma palavra ou frase podem 
significar num contexto determinado; significado: "falam em relatividade, no sentido 
einsteiniano do termo".
18. Conjunto de funções da vida orgânica que buscam experimentar o prazer físico, 
a sensualidade.
19. Faculdades intelectuais; o raciocínio.
5
20. Interjeição expressa cautela, advertência, recomendação.
21. Interjeição (Militar – Termo) – voz de comando para chamar a atenção da tropa.
22. São muitos os conceitos, atenção aos de número: 5, 6, 7, 15, 16, 17, 18 e 19; estes 
estão mais alinhados com o conceito de “sentido” que é o foco dessa abordagem.
FONTE: Adaptado de <https://www.google.com/search?q=SENTIDO&oq=SENTIDO& aqs=chro-
me..69i57j0l7.980j1j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8>. Acesso em: 10 set. 2021.
O termo sentido pode ser compreendido como o processo fisiológico de receber 
e reconhecer as sensações e os estímulos que nos chegam através dos cinco sentidos 
– visão, audição, olfato, tato e paladar.
Esse processo ancora a base conceitual de semiótica, afinal, se estamos tratando, 
como já foi dito, da ciênciaque estuda o signo, a capacidade de receber e reconhecer as 
sensações e os estímulos que nos chegam e acabam tendo algum significado, é relevante. 
O entendimento para esta atividade de dar sentido aos fenômenos se ajusta à ideia 
de “semiose”.
ESTUDOS FUTUROS
O significado de semiose vai aparecer mais à frente. Neste momento, é 
interessante considerar que semiose é o processo cognitivo humano, que 
ocorre quando elaboramos qualquer raciocínio lógico para interpretar 
fenômenos que nos chegam pelos sentidos.
É importante considerar, então, que os seres humanos são produtores de sentido 
por excelência (HOHLFELDT; MARTINO; FRANÇA, 2014), para que se possa assegurar 
que haverá sentido em tudo, basta que o ser humano interfira de forma intencional. 
Ao passearmos na rua, encontramos inúmero objetos e aplicamos, de alguma forma, 
uma atividade semelhante à da leitura: no nosso dia a dia, passamos nosso tempo a ler. 
Lemos primeiro imagens, formas, gestos, posturas, comportamentos: tal cor nos chama 
a atenção, tal celular nos diz o status social de seu proprietário, tal roupa nos diz da dose 
de excentricidade de seu portador. Sim! Nessas leituras, além de receber os estímulos, 
reconhecemos em nosso repertório e damos certo sentido – ou seja, certo significado.
Ao olharmos para a história, perceberemos o ser humano como sendo um produtor 
de sentidos – um bom exemplo disso está na arte, na arquitetura, na própria indumentária. 
Cada um em sua época, a partir dos fenômenos vividos, produziu objetos de acordo com seus 
contextos – e, em alguns casos, entregaram para a humanidade documentos capazes de 
representar (de significar) seu período.
6
Ao olharmos para a história, perceberemos o ser humano como sendo um 
produtor de sentidos – um bom exemplo disso está na arte, na arquitetura, na própria 
indumentária. Cada um em sua época, a partir dos fenômenos vividos, produziu objetos 
de acordo com seus contextos – e, em alguns casos, entregaram para a humanidade 
documentos capazes de representar (de significar) seu período.
DICA
Escolha uma obra de um artista famoso! Uma pintura, uma escultura, uma 
música. Faça uma busca na internet e veja o quanto esta obra representa para 
a época em que foi criada – note que ela é capaz de representar uma época!
A capacidade de dar sentido às coisas coloca o ser humano na condição de 
ser um significador, pois, para ele, uma cor, um desenho, um cheiro, um barulho, tudo 
pode significar alguma coisa. Esse processo está diretamente relacionado à capacidade 
deste ser humano de interagir com seu ambiente. Afinal, o processo de significação – 
a princípio – é um processo de interação do ser humano com os fenômenos de seu 
ambiente, conhecido como processo fenomenológico.
DICA
Para ajudar nesse entendimento da capacidade de significarmos através 
de processos fenomenológicos, assista ao curta de comédia romântica 
Signs, de 2008. Apresentado no Schweppes Short Film Festival 2009, o 
curta-metragem foi premiado com o Ouro na categoria Cyber, do Cannes 
Lions International Advertising Festival, em 2009. Foi dirigido por Patrick 
Hughes, estratégia proposta pela agência neozelandesa Publicis Mojo para 
a subsidiária do Coca-Cola Group. Foi um dos vídeos mais vistos na Internet 
naquele ano. Acesse o link: https://youtu.be/H0QoU59B37E.
Ainda abordando a noção de sentido, podemos fazer a seguinte reflexão: “um 
objeto só tem sentido se for sentido”. Perceba que o verbo sentir aqui oferece duas 
maneiras de ser interpretado, a primeira na capacidade de representar (de significar); 
e a segunda na capacidade de tocar nossos sentidos – seja o da visão, da audição, do 
olfato, do tato e/ou do paladar.
O ponto de honra desse pensamento que interessa à abordagem semiótica é 
a noção de efeito de sentido. Os objetos, não apenas têm sentido, mas são sentidos. 
“Produzir sentido não é transmitir algo já dado, mas construir uma dimensão sensível 
em ato de troca” (HOHLFELDT; MARTINO; FRANÇA, 2014, p. 290). Interessante isso, 
7
pois muitas coisas passam a ter sentido quando nos permitimos interagir (promover 
“atos de troca”) com esta coisa. Mais interessante é que a cada nova interação com 
essa mesma coisa, podemos construir novos sentidos. Fica evidente aqui que é a ação 
intencional que parece mover esta capacidade de dar sentido.
Perceba que uma imagem carregada de conceito e em linha com um discurso 
em voga no cotidiano, precisa apresentar em sua composição elementos que produzam 
o sentido desejado pelo seu produtor, construindo um espaço sensível de troca. Como 
exemplo, podemos pensar uma imagem composta não apenas pelas formas e cores, 
mas o suporte, a moldura, o processo de impressão, o local onde está disponível, a 
iluminação, entre outros elementos, que se bem trabalhados estimularão o ato de troca, 
ou seja, vão promover discursos e interações que serão experenciados por parte do 
expectador, induzindo-o ao entendimento do discurso da imagem e ao estilo de quem 
a produziu. Dessa forma, o processo de significação é resultado de um procedimento 
relacional em que se tem as propriedades da coisa e as potencialidades de significar 
desta coisa.
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Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O ser humano é um ser produtor de sentido por excelência.
• Sentido tem uma variedade de significados, mas é importante entendê-lo como a 
faculdade de perceber uma modalidade específica de sensações, que correspondem a 
órgãos determinados; faculdade de sentir ou perceber, de compreender; senso; como a 
faculdade de julgar; bom senso, tino, e como faculdade de captar determinada classe ou 
grupo de sensações, estabelecendo um contato intuitivo e imediato com a realidade e 
assentando, dessa maneira, os fundamentos empíricos do processo cognitivo.
• É importante entender o sentido como cada um dos significados de uma palavra 
ou locução; acepção; como aquilo que uma palavra ou frase podem significar num 
contexto determinado; seu significado; tem a ver com o raciocínio, que vale, de forma 
similar, ao entendimento de imagens.
• A noção de “sentido” é importante para que possamos iniciar o entendimento sobre a 
semiótica à medida que essa noção tenha relação com a semiose.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 Uma forma de exercitar o conteúdo até agora é buscar uma imagem qualquer, 
disponível na internet. Aqui, temos uma imagem de uma vitrine, procure tirar dela 
algumas afirmações. Qual é o público-alvo da loja? Que tipo de produto vende? 
É possível arriscar o valor médio de um produto? Qual seria o diferencial da loja? 
Então, aponte quais os elementos da vitrine (da imagem) que deram esses sentidos 
para você. Vamos praticar tomando como base uma das vitrines da rede De Fursac. 
Baseado nos elementos da vitrine, analise as sentenças a seguir:
AUTOATIVIDADE
FIGURA – VITRINE E SEUS SENTIDOS
FONTE: <https://bit.ly/3FqPcnp>. Acesso em: 12 set. 2021.
I- A primeira coisa: o que é sentido para você é correto, afinal, sentimos coisas 
diferentes, o que importa neste momento é que exista lógica.
II- A vitrine da imagem nos declara alguns sentidos: o do público-alvo ser masculino; 
vende trajes masculinos, como ternos. Dá para arriscar que a alfaiataria seria um 
diferencial; e que os valores colocam a loja como de produtos caros. 
III- Os objetos que dão sentido são: os dois manequins masculinos; o traje que cada um 
está vestindo; os elementos explodidos que fazem menção à camisaria e acessórios 
(caso das gravatas) sugerem alfaiataria; e o conceito clean – minimalista –, cujo estilo 
(tantono design, quanto na arquitetura) induz a um determinado perfil de consumidor, 
voltado mais para a classe A.
IV- É impossível perceber que uma vitrine é uma peça de comunicação, pois, mesmo 
bem trabalhada, ela não dá conta de dizer (declarar) um determinado conteúdo.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a sentença I está correta.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, IIe III estão corretas.
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2 O termo “semiose” surge de forma introdutória neste tópico. Ao que foi declarado, 
ele tem relação com a noção de dar sentido às coisas. Noção de excelência do ser 
humano. Dentro disso, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O ato ou efeito de dar sentido é exclusivo do ser humano. Nem um outro ser vivo 
dá conta disso.
b) ( ) O ser humano somente dá sentido aos fenômenos que lhe chegam pela visão. Ao 
ver o homem é um significador por excelência.
c) ( ) O processo de sentir só terá sentido se for sentido.
d) ( ) Sentir é uma abstração e apenas existe no campo das ideias.
3 Ainda que de forma introdutória, o termo “processo fenomenológico” apareceu no 
conteúdo. Com base no exposto, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Trata da noção espiritualizada dos fenômenos extraterrenos.
b) ( ) Trata de um processo de interação do ser humano com os fenômenos de seu 
ambiente.
c) ( ) Trata de um processo de interação do ser humano com os fenômenos internos 
de sua psiquê.
d) ( ) Trata de um processo de interação fenomenológica do ser humano com ele 
mesmo, desconsiderando qualquer agente externo.
4 Os seres humanos são produtores de sentido por excelência. Explique como se dá a 
noção de efeito de sentido, dentro do abordar de uma imagem:
5 A noção de “sentido” é importante para que possamos iniciar o entendimento sobre a 
semiótica à medida que esta noção tem relação com a semiose. Que relação é essa?
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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS: 
SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA
1 INTRODUÇÃO
Iniciamos o segundo tópico desta unidade. Nela, aprenderemos o que é signo 
e como se dá o processo de significação. Contribuiremos para a reflexão acerca da 
capacidade humana de interpretar e produzir signos e potencializaremos a capacidade 
analítica e crítica de leitura de objetos sígnicos, com base na semiologia (Plano de 
expressão e Plano de conteúdo) e na semiótica (Ícone, Índice e Símbolo).
Como já vimos, o ser humano é produtor de sentido por excelência. Sentido que 
tem uma variedade de significados e que, neste momento, é importante entendê-lo como 
a faculdade de perceber uma modalidade específica de sensações que correspondem 
a órgãos determinados. São cinco os sentidos: tato, visão, audição, paladar e olfato; 
faculdade de sentir ou perceber, de compreender; senso; como a faculdade de julgar; 
bom senso, tino, e como faculdade de captar determinada classe ou grupo de sensações, 
estabelecendo um contato intuitivo e imediato com a realidade, e assentando desta 
maneira os fundamentos empíricos do processo cognitivo.
Esta noção de “sentido” é importante para que possamos iniciar o entendimento 
sobre a semiótica à medida que essa noção tem relação com a semiose e que ela se dá 
no processo de dar significação as coisas – sendo a semiose o objeto principal de toda 
abordagem semiótica.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 - 
2 BASES INICIAIS DE SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA
O ponto de partida da ciência que estuda os signos é o axioma de que toda 
esta capacidade de dar sentido às coisas se faz essencialmente por um processo que 
a semiótica aborda. Seu objeto de estudo – o signo, pode ser considerado como uma 
ideia que se refere a outras ideias e objetos do mundo, tendo assim “sentido”. Dessa 
forma, somos levados a criar e acumular repertório à medida que vamos significando 
nosso mundo.
Um signo precisa ser percebido por pelo menos um dos nossos sentidos. 
Podemos ver (uma forma, uma cor), podemos escutar (um som, uma fala), podemos 
cheirar (um perfume, uma fumaça), podemos tocar (uma superfície quente, áspera) ou, 
ainda, podemos saborear (um amargor, um cítrico), podemos absorver fenômenos do 
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mundo e dar a eles sentidos outros – que passam a significar algo naquele instante. 
Quando sentimos o cheiro de fumaça, podemos deduzir que estamos perto do fogo (sem 
mesmo ver o fogo) – a fumaça, neste momento, significa fogo. Quando uma imagem nos 
passa uma informação, um sentimento. É com isso que a semiótica se ocupa.
Veja que interessante isso no campo imagético: quando uma fotografia quer 
expor um conteúdo de liberdade e romance, deve ser capaz de apresentar elementos 
formais, cromáticos que consigam representar isso. Que no momento que o expectador 
vir a foto, entre em contato com esses conceitos, que estarão evidenciados na foto em 
elementos visuais – cada elemento tem papel importante na composição da imagem 
para dar conta de significar liberdade e romance – constatamos o quão importante é ter 
a semiótica em nossa formação.
Para Elisabeth Walther-Bense (2000), as primeiras noções de signo são 
encontradas nos gregos, que sustentavam sua existência como: sinal – sobretudo 
verbal. Tendo em vista que ao sinalizar, o verbo duplicava uma coisa, um fenômeno, uma 
realidade; permitindo debates acerca do original e da cópia, ou seja, a palavra “maçã”, 
que dá conta de duplicar a coisa (a fruta), é mais original? É cópia? Em comparação com 
a fruta que passa a representar (perceba que ao ler a palavra “maçã”, deve ter vindo uma 
imagem na sua cabeça que dá conta do “seu real” de maçã).
O termo “semiótica” vem do grego seme – semeiotikos: “intérprete de signos”. 
Enquanto o termo “signo” deriva do latim signum, que vem do grego secnom: “extrair 
uma parte de”, “seccionar”, portanto, a “semiótica”, como disciplina, dá-se na análise do 
funcionamento dos sistemas de signos e de suas interpretações.
A ideia platônica de signo é de que o mundo real não passava de uma imitação 
do mundo das ideias. Seu modelo se mostrou triádico com os seguintes componentes: 
nome; noção (ou ideia) e coisa (WALTHER-BENSE, 2000). Quando exemplificamos 
anteriormente com “maçã”, dá para perceber esse modelo triádico acontecendo – o 
nome [“maçã”] fez surgir a noção/a ideia [imagem da maçã na cabeça], que nos leva à 
coisa [a fruta].
Já a ideia aristotélica de signo, estava pautada na crença de que Aristóteles 
tinha do mundo perceptível sensorialmente. Acreditava que prevaleciam as funções 
intelectuais do homem, dessa forma, o signo era fruto de convenções e davam conta 
de representar realidades nas quais os homens se inseriam (WALTHER-BENSE, 2000). 
Assim, delineou uma separação entre “signo certo” e “signo incerto”, sendo o primeiro 
resultante das interações naturais – no sentido de prova: se tem febre, logo está doente 
(febre significa estar doente); e o segundo resultante de hipóteses, de generalizações 
– que ele considerava “signo fraco”: se tem lábios estourados, então tem febre (nem 
sempre lábios estourados tem relação com febre).
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Por volta do ano 300 a.C., ainda na Grécia, a abordagem aconteceu em 
diferenciar “signos naturais” (aqueles que ocorrem livremente na natureza) dos 
“signos convencionais”, aqueles que foram criados para dar conta dos fenômenos de 
comunicação (WALTHER-BENSE, 2000).
Na Idade Média, Santo Agostinho estabeleceu bases ocidentais sobre o signo, 
apresentando uma definição interessante, em que signo seria uma coisa que além de 
produzir sensações, faz com que estas tragam à mente, de quem está sentido, outra 
coisa como consequência de si mesma. Assim, conseguiu dar uma distinção aos 
“signos naturais” e “signos convencionais”, em que os primeiros são produzidos sem 
intenção, mas são capazes de remeter a outras coisas, e os segundos são os que os 
seres humanos partilham, intencionalmente, para dar conta de serem compreendidos. 
Dessa forma, expressou a capacidade de as palavras parecerem correlatos das ideias – 
das palavras mentais; o que afetaria muitos estudos futuros sobre os signos (WALTHER-
BENSE, 2000).
Essa noção de sentido e capacidade de dar significado aos fenômenos que nos 
circulam, como já foi dito, acompanha-nos historicamente. Durante o século XVII, várias 
abordagens trouxeram o entendimento sobre esta noção de sentindo que abordamos 
aqui, de maneira a dar um nome para ela (WALTHER-BENSE, 2000). Caso do médico Eric 
Henry Stubbes que, em 1670, tratando da ideia de sintomas, organizou suas abordagens 
nominando-as de “semiótica”– num sentido bem restrito à ciência médica dedicada ao 
estudo e a interpretações de sinais patológicos (dentro da lógica que uma dor pode ser 
sintoma de uma enfermidade). Vinte anos depois, John Locke usou o mesmo termo em 
sua obra o Ensaio acerca do entendimento humano.
Ao nos aproximarmos do século XIX, a teoria do signo se consolidava cada vez 
mais com as questões do conhecimento – dando conta do contexto, que se formava 
como moderno, e muitas demandas relacionadas à sociedade da informação, no 
movimento das mensagens – como eram produzidas e compartilhadas. Um contexto 
que contribuiu para afirmar a “semiótica” como a ciência que se ocupa da vida dos signos 
no interior da convivência social. Indo dos mecanismos relativos ao conhecimento até 
as orientações formais – dos conteúdos, dos sentidos.
Foi neste século (o XIX) que as correntes contemporâneas da semiótica 
surgiram, em especial duas delas: uma europeia – mais restritiva tendo como base a 
linguística, e outra norte-americana – mais abrangente, com base em todo e qualquer 
fenômeno capaz de representar algo em seu lugar, inclusive o signo linguístico.
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NOTA
Dois termos que apareceram neste momento precisam ser apresentados: 
“Linguística”, que é a ciência que tem por objeto: a linguagem humana em 
seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico; 
as línguas consideradas como estrutura; de forma bem grosseira: a língua 
escrita; as palavras, e “signo linguístico”, elemento representativo que tem 
dois aspectos: o significado e o significante. Exemplo da palavra “maçã”: 
quando a escutamos, vem à nossa mente uma imagem do objeto, e não a 
palavra (ao escutar a palavra “maçã” é pouco provável que em nossa mente 
se construa o “M”, o “A”, o “Ç” e o “A” com “~”, rapidamente visualizamos 
a fruta maçã). Aí está a noção de signo, pois um termo linguístico (uma 
palavra) é capaz de representar algo em seu lugar.
A capacidade de representar algo é a base primeira para o entendimento de 
signo. São muitos os exemplos possíveis e todos levam à lógica de que, ao entrarmos 
em contato com algum fenômeno (um objeto, um cheiro, um som, uma palavra escrita/
falada), somos levados a lembrar alguma coisa que não está a nossa frente, estando 
então em contato com um signo. Todos já vivemos momentos em que falamos: “Isto me 
fez lembrar de uma coisa” – um perfume que fez lembrar de uma pessoa; um barulho 
que nos fez afirmar que uma motocicleta se aproxima; uma fumaça que nos fez crer que 
havia fogo. Em todos esses momentos: o cheiro do perfume; o barulho do motor; a visão 
da fumaça – fizeram lembrar de uma pessoa sem que estivesse ali (no caso do perfume); 
fez afirmar que estava se aproximando uma moto sem se quer vermos tal veículo (no 
caso do barulho do motor); e fez pensar no fogo (vendo apenas fumaça). 
Tal qual um detetive, relacionamo-nos com os fenômenos que nos circulam, 
desvendando-os e assumindo posturas frente às pistas. Uma dada situação nos oferece 
fenômenos que sugerem leituras (que sejam identificados) – perceba que o barulho do 
motor, no exemplo anterior, para ser assumido como de moto, tem certas peculiaridades 
que diferem de um carro, de um liquidificador. Há quem já tenha vivenciado muito 
esse determinado fenômeno que pode ter maiores informações sobre ele – assim, 
um mecânico de motocicletas ou um motociclista experiente em motos, pode não só 
afirmar que está se aproximando uma moto, mas dizer o tipo de moto, quiçá até sua 
marca e potência. Neste momento, vale o entendimento de que signo tem a capacidade 
de representar algo para alguém em determinado contexto.
Na produção de imagens, no caso no capturar uma fotografia, técnicas como 
enquadramento, composição nos habilitam a decifrar elementos do mundo a ser 
fotografado. Aguçamos nossos sentidos, da mesma forma que o mecânico/motociclista 
consegue dar considerações mais específicas apenas ouvindo um barulho de motor, 
assim, à medida que vamos estudando um determinado conteúdo, ficamos mais 
aguçados em identificar elementos e afirmar conceitos que dão conta de explicá-los. 
15
O ser humano significa o que lhe é significante. Esta afirmação nos dá a primeira 
noção para entendermos a lógica europeia, que, a partir do entendimento das palavras, 
elas passam a significar. À medida que vamos aprimorando o nosso vocabulário, vamos 
permitindo significar e fazer com que muitas palavras nos sejam significantes, ou seja, 
uma palavra tem a capacidade de representar algo em seu lugar, quando escutamos 
a palavra “praia”, somos capazes de trazer o conceito que temos de praia – com nossa 
vivência de praia. Deixando evidente que se trata de um processo dicotômico: escuto a 
palavra e penso em seu conceito.
Toda e qualquer palavra será signo quando este processo dicotômico ocorrer, ou 
seja, uma palavra (significante) tem que ter significado (seu conceito, seu entendimento) 
para que se possa afirmar que é signo.
NOTA
Vale ressaltar que todo e qualquer termo que você lê ou escuta e tem 
pouco entendimento sobre ele parece que não faz tanto sentido para 
você. Perceba aqui um bom exemplo para signo linguístico, desconforto 
de entrar em contato com uma palavra que você nunca ouviu (ou leu), 
ela não faz sentido – ou seja, não tem capacidade de representar algo 
em seu lugar – pesquisar sobre ela. No caso de palavras, o dicionário 
(que pode ser on-line) é um lugar bom para pesquisar – que tal fazer isso 
para o termo “dicotômico”, lido anteriormente? Você pode pesquisar por 
“dicotomia”. O entendimento desse termo ajudará como base conceitual 
para o conteúdo que estamos tratando aqui.
A noção do signo linguístico está veiculada diretamente com a corrente mais 
restritiva das duas que surgiram no século XIX – a europeia, que ficou conhecida como 
semiologia e tem como principal expoente Ferdinand de Saussure.
3 SEMIOLOGIA
O filósofo e linguista suíço, Ferdinand de Saussure (1857-1913), elaborou teorias 
que contribuíram para o desenvolvimento da linguística como ciência autônoma, 
exercendo grande influência sobre o campo literário e dos estudos culturais. Para 
Saussure (1990), signo tem sua base conceitual e organizativa na estrutura linguística 
de uma determinada cultura, ou seja, na língua – principalmente falada (WALTHER-
BENSE, 2000).
16
Aqui, fica evidente pensarmos que, à medida que nos letramos (que vamos 
estudando e aprendendo), mais significativa fica nossa linguagem – tal raciocínio ajuda 
no entendimento de que o signo, para Saussure (1990), tem arbitrariedade inerente, pois 
precisa das convenções linguísticas. Perceba que quando buscamos no dicionário o 
entendimento de uma palavra, entramos em contato com seu significado convencional, 
e quando damos uso a ela em nosso processo de comunicação, estamos sujeitos à 
arbitrariedade do termo, da capacidade de ele representar o que queremos expressar 
– ou seja, estamos sujeitos à arbitrariedade do signo. Por isso que é muito inteligente 
saber para quem estamos falando, assim podemos escolher as palavras mais coerentes 
para este perfil de pessoas. É claro, existem palavras cuja convenção não é arbitrária, 
elas são transmitidas de diferentes tipos de estruturas gramaticais, percebidas de 
forma funcional – caso das onomatopeias – a partir da reprodução aproximada, com os 
recursos que se dispões da língua, de um som natural a ela associado, um exemplo se dá 
quando imitamos um animal para nominá-lo: “miau” para gato; “au-au” para cachorro.
Voltamos à noção de signo linguístico e de como a palavra enunciada (significante) 
precisa de seu conceito (significado) para que, dicotomicamente, o signo exista.
FIGURA 1 – SIGNO DICOTÔMICO
FONTE: O autor
O significado é o conceito que é assimilado mentalmente quando lemos ou 
ouvimos a palavra. O significante tem a ver com a forma semântica e fonética da palavra 
que, por sua vez, é composta por letras e sons. O olhar de Ferdinand de Saussure (1990) 
tratava-se de noções meramente psicológicas, mas, atualmente,o significante seria a 
forma material perante o significado.
ESTUDOS FUTUROS
No tópico a seguir, vamos ampliar a visão saussuriana, dando conta de 
tratar do significante como forma material perante o significado.
17
Para Saussure (1990, p. 124), signo não une:
Uma coisa e um nome, mas um conceito e uma imagem acústica. 
Esta última não é o som material, puramente físico, mas a marca 
psíquica desse som, a sua representação fornecida pelo testemunho 
dos sentidos, é sensorial e se, por vezes, lhe chamamos material 
é neste sentido e por oposição ao outro termo da associação, o 
conceito, geralmente mais abstrato.
Dentro disso, “imagem acústica” / “significante” é arbitrário, não motivado, pois 
não existe relação entre ele e a coisa que representa. Para Saussure (1990), o signo é 
sempre mental, sendo uma representação que um sujeito tem de algo na sua mente em 
determinado momento de sua vida.
FIGURA 2 – IMAGEM ACÚSTICA E CONCEITO
FONTE: O autor
Se a palavra “gato” for pronunciada, o som desta pronúncia cria na mente de 
quem escuta algo correspondente a ela, perceba que existe na mente desse sujeito uma 
estrutura capaz de reconhecer o som da palavra e, a sua maneira, cria-se uma imagem 
referente à palavra – esta seria a “imagem acústica” – existindo, assim, uma imagem da 
palavra na mente de quem a escutou. Dessa forma, o significante é a imagem mental 
de uma rede sonora (repertório de quem escutou). Então, toda vez que chega um som 
(que é sentido por um dos sentidos – no caso o auditivo) e tem sentido no cérebro tendo 
significado, estamos na presença de um processo de signo. Dentro dessa lógica, o signo 
é sempre mental.
Se neste momento entendermos que o som que ouvimos não é puramente 
físico, mas também a impressão desse som em nossos sentidos, e que quando recebido 
se torna significante por ter, de alguma forma, uma “imagem mental” associada a ele 
nos levando a um significado (conceitos relacionados ao determinado som), estamos 
em linha com o pensamento de Saussure (1990).
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Ao tornar o signo uma entidade mental, Saussure (1990) faz com que o signo 
sempre associe um significante a um significado, possibilitando que essa concepção 
tenha papel central na distinção histórica entre “signos naturais” (que ele entende como 
motivados) e “signos arbitrários” (ou convencionais). Esta arbitrariedade “deve dar a 
ideia de que o significante não depende da livre escolha do sujeito falante”, este não 
tem motivação alguma, pois não existe, “na realidade, qualquer ligação material” entre a 
palavra e a coisa que ela representa (SAUSSURE, 1990, p. 83).
Essa corrente considera que o signo é resultado do [significante] + [significado], 
sendo ele sempre mental e a representação de algo que se tem na mente. Pensando na 
língua, esta se fecha em regras e convenções de um determinado sistema significante, 
perceba que para o mesmo significado, vamos ter significantes diferentes, dependendo 
do sistema cultural que estamos inseridos – fica evidente quando pensamos a palavra 
“gato”, no português, e “cat”, no inglês; mas da mesma forma nos regionalismos – em 
nosso país, temos inúmeras palavras que significam a mesma coisa, mas são diferentes 
dependendo da região em que estamos.
Essas regras e convenções colocam a existência do signo, para Saussure (1990), 
como arbitrária. Colocando a perspectiva estruturalista como fundamento, em que o 
significante surge, primeiro, a partir de uma imagem mental – de um conceito, ou seja, 
um objeto (um fenômeno) só será signo se já existir um conceito relacionado a ele – aí 
temos a arbitrariedade deste signo.
INTERESSANTE
Quantas vezes você se perguntou por que tal palavra está atribuída a 
um determinado objeto? Por que “mesa” é “mesa”? Note que a resposta 
não tem uma lógica (caso de palavras como as onomatopeias: au-au 
para cachorro; miau para gato). Mesa tem um significado atribuído por 
convenções, por regras, ou seja, ela foi atribuída e é usada de forma 
arbitrária na Língua Portuguesa.
Essa capacidade dicotômica de significante e significado do signo no 
pensamento saussuriano apresenta dois grandes problemas: 
• Primeiro: não considera a matéria externa, ficando somente com a palavra.
• Segundo: ao afirmar que o significado é o conceito da coisa, não especifica a coisa, pois 
se existem significantes diferentes, haverá variações nos significados. 
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Esses dois problemas mostram uma vontade de expandir para que possamos 
assumir sons, cores, gestos, odores, gostos, texturas, formas, ou seja, toda e qualquer 
coisa (inclusive as palavras) que sejam capazes de representar algo em seu lugar – até 
mesmo imagens! Assim, entramos na corrente mais abrangente – a norte-americana – 
que tem como base todo e qualquer fenômeno capaz de representar algo em seu lugar, 
inclusive o signo linguístico – essa corrente é a semiótica.
4 SEMIÓTICA
O filósofo e físico norte-americano, Charles Sanders Peirce (1839-1917), assentou as 
bases da semiótica alicerçado em um pensamento: “O simples ato de olhar está carregado 
de interpretação". Trazendo uma abordagem mais ampla, ao que vinha sendo construído por 
Ferdinand de Saussure, na Europa no mesmo período.
Quando analisamos o pensamento “alicerce de Peirce”, percebemos que a 
corrente norte-americana tem fundamento nos processos fenomenológicos, ou seja, 
na fenomenologia, que pode ser entendida como uma postura frente ao mundo. Como 
uma metodologia que dá importância aos fenômenos em si, e quanto afetam nossos 
sentidos. Se pararmos para pensar, muito do que sabemos sobre nosso mundo vem 
deste método: os cheiros, as texturas, as formas, um ruído, uma imagem em uma revista, 
uma obra de arte, até mesmo uma palavra. Enfim, tudo que se apresenta a nossa mente 
através de nossos sentidos.
Lembra da “maçã”? É possível afirmar que a imagem que se forma na sua cabeça 
tem a ver com as experiências de maçãs como fenômenos, se você só viu imagens 
dessa fruta, terá uma informação mais visual, mas se já comeu uma, conseguirá atribuir 
barulho, gosto e acidez. Imagina se você já colheu uma na macieira. Perceba que a 
fenomenologia pode ser encarada como uma postura frente ao mundo – ao se pesquisar 
um tema a ser transformado em imagem, só ver este tema na tela de um computador 
pode dar uma noção diferente do que poder conhecer o tema no mundo real, de ser 
partícipe dos acontecimentos relacionado a este tema, dos fenômenos que este tema 
entrega em seus contextos. Trazer o pensamento de Peirce (2005) como um de seus 
alicerces pode ajudar: O simples ato de olhar está carregado de interpretação.
Para Peirce (2005, p. 46), signo é aquilo que: 
Representa algo para alguém. Dirige-se a alguém, isto é, cria, na 
mente da pessoa, um signo equivalente, ou talvez um signo mais 
desenvolvido. Ao signo assim criado denomino interpretante 
do primeiro signo. O signo representa alguma coisa, seu objeto. 
Representa esse objeto não em todos os seus aspectos, mas com 
referência a um tipo de ideia de que eu, por vezes, denominei 
fundamento do representâmen.
20
Para Peirce (2005), é irrelevante discutir o que é mental e o que não é mental no 
debate sobre o signo, mas se torna importante determinar se o pensamento é dirigido 
ou não aos objetos reais, afinal, real é o que significa, que tem sentido, em qualquer 
coisa de real. Essa postura ajuda a evitar posicionamentos falsos de dar a uma palavra, 
por exemplo, um sentido universal externo ao pensamento e se afastar da ideia de que 
se pode conceber coisas de forma independente das relações que se tem no espírito 
(capacidade inventiva do ser humano). A noção de signo, para Peirce (2005), é toda e 
qualquer coisa que representa uma outra coisa em seu lugar – objeto – e que produz 
um efeito interpretativo. Se pensarmos dentro da lógica da semiologia, vemos que aqui 
a semiótica peirciana dá conta dos problemas saussurianos: Peirce considera a matéria 
externa e dá conta de especificar a coisa. Com isso, se a semiologia era dialógica, aqui, 
vamos terum posicionamento triádico – em que o signo é composto de três partes, que 
serão chamadas de categorias: a primeiridade, a secundidade e a terceiridade. Essas 
partes podem ser assim pensadas:
FIGURA 3 – PARTES QUE COMPÕEM O MODELO TRIÁDICO
Interessante perceber que essa “alguma coisa” é captada pelos órgãos dos 
sentidos, mas também percebida de forma intencional – dentro de uma noção de que 
perceber é traduzir “alguma coisa” (fenômeno, evento, objeto) captada pelos sentidos 
em um julgamento. Uma vez captada, é levada a um processo de comparações com 
outras coisas já percebidas, chegando até a capacidade de nominá-la. Pensando essas 
três partes como categorias, temos a primeiridade (como aquele momento de primeira 
percepção, inicial – quando captamos “alguma coisa”), temos a secundidade (como o 
momento de comparação com o que já fora percebido) e temos a terceiridade (como o 
momento de construção, de definição, de nominação).
Como já mencionado, a teoria do signo de Charles S. Peirce está alicerçada à 
fenomenologia, permite alargar as capacidades interpretativas à medida que entende o 
intérprete, o observador, o sujeito com autonomia em relação ao produtor de sentido, 
ao enunciador. Em outras palavras, a noção e efeito de sentido nesta teoria é fugidia 
à medida que o enunciador pode ter pensado em “dizer” algo, mas seu intérprete não 
precisa necessariamente entender da maneira que o enunciador pretendia. Esta liberdade 
faz com que o enunciador esteja preparado para isso e tenha competência para ajustar o 
signo para que tenha êxito em sua comunicação.
Fonte: O autor
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A teoria de Charles S. Peirce está concebida como doutrina em que todo e 
qualquer tipo de semiose é possível. Ela “é tão geral e abstrata a ponto de poder dar conta 
de qualquer processo sígnico, esteja ele no invisível mundo físico [...] nos movimentos 
sociais” (SANTAELLA, 2002, p. 36).
A noção peirciana é pragmatista, está pautada num processo lógico-semiótico 
de como as ideias surgem. Tal processo é pensado em três ramos (SANTAELLA, 2002): 
o primeiro que se ocupa da fisiologia das formas, das funções e dos elementos formais 
– a gramática especulativa; o segundo, que consiste na abordagem classificatória e 
de comparações – a lógica crítica; e o terceiro que se dá no estudo dos métodos, nas 
fórmulas que os mais variados tipos de raciocínio dão origem – a retórica especulativa. A 
abordagem do signo por Peirce (2005), por ser pragmatista, baseia-se na noção de que 
o sentido de um conceito pode ser explicado ao considerarmos seus efeitos práticos, 
dessa forma, ela se mostra metodológica, tendo uma ordem e procedimentos que são 
as categorias: de primeiridade, secundidade e terceiridade.
4.1 A PRIMEIRIDADE
É a primeira das categorias de uma experiência de mundo. É a categoria do 
ser. Está nas qualidades das coisas. Relativa às propriedades de um fenômeno que 
podem ser descritas, por exemplo: tal coisa é azul. Essa categoria direciona para a ideia 
de primeira concepção sígnica de Peirce, que é pré-reflexiva, o da abstração pura. De 
forma prática, é mais ou menos como um sentimento, uma sensação primeira, não é 
consciente nem elaborada. É aquilo que é, nada mais que isso.
4.2 A SECUNDIDADE
Em contraposição à primeiridade (categoria do ser), a secundidade é a da 
ocorrência, da existência segundo ao que já se sentiu. Diferente da primeiridade, 
na secundidade, existe uma elaboração consciente, já se faz comparações e enseja 
particularidades do fenômeno em análise. Enquanto a primeira é atemporal, na 
secundidade, existe a noção de tempo, afinal, para se chegar às comparações, é preciso 
ter passado pela primeiridade. Nessa categoria, só se tem consciência da qualidade de 
algo, pois é possível constatar com outra qualidade. Acidental e singular, a secundidade 
tem na existência, no registro de sentimento, um fato. Se a primeira é da qualidade, 
esta, a segunda, é da relação.
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Completa a tríade. Se a primeiridade é a do ser, a secundidade é do existir, a 
terceiridade é do interpretar – na capacidade de a coisa ser signo – ou seja: tem a ver 
com o que o fenômeno é (primeiridade), no que existe nele em comparação a outros 
(secundidade) e no quanto é possível construir algo que não está ali – de significar. Se a 
primeira é da qualidade, a segunda da relação, esta é da representação – do que Peirce 
(2005) vai chamar de signo em si.
De forma geral, a primeiridade sempre será a percepção (algo rápido e abstrato), 
a secundidade está relacionada ao fato do quanto o que foi percebido permite ensejar 
particularidades (processo de comparação, de dúvida) e a terceiridade está atrelada à 
capacidade, do que foi percebido e fez pensar, representar algo em seu lugar (de ser signo).
Esse processo triádico, em que se tem o signo, o elemento designado e a pessoa 
a quem ele se destina como signo, chama-se semiose, que é “o processo no qual o 
signo tem um efeito cognitivo sobre o intérprete” (NÖTH, 1998, p. 128). Se a semiótica é a 
ciência que tem por tarefa estudar todos os tipos possíveis de ações sígnicas, a semiose 
é o seu objeto de estudo.
Se em momentos de leitura de imagens, em que precisamos estar mergulhados 
em processos de interpretações de elementos visuais impregnados de conceitos que 
causam algum efeito cognitivo em nós, fica evidente o valor da semiótica para os 
profissionais desta área, que educam para que possamos ler de forma coerente imagens 
ou que produzem imagens que sejam lidas por um mercado. Entender os processos 
de significação (de semiose) dos consumidores frente aos valores comercializados é 
definidor do sucesso.
Dentro da teoria de Charles S. Peirce, essas três categorias são chamadas, no 
âmbito fenomenológico, de faculdades. Sendo a primeira condicionada à capacidade 
de ver (de sentir); conduzindo à segunda faculdade, que implica um esforço (ensejando 
particularidades); chegando então na terceira faculdade, que faz com que tal aspecto 
incidental (do sentir da primeira) e consciente (das relações da segunda) possa ser 
generalizado, cabendo poder chegar a um conceito (de nominar o fenômeno sentido, 
por exemplo).
Interessante perceber que as faculdades que devemos entender para dar 
conta das categorias e, principalmente, para compreendermos a semiótica como uma 
metodologia dos processos cognitivos que vivemos cotidianamente, são três:
A primeira é a rara faculdade de sentir o que está diante de nós. Tal como se 
apresenta, sem qualquer interpretação. Veja se consegues exercitar tal faculdade 
observando uma cena, um objeto, um evento, uma música e descrevendo-a como ela 
é, sem atribuir nenhum valor.
4.3 A TERCEIRIDADE
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• A segunda faculdade é mais como um compromisso. Um comportamento que deve 
ser treinado, uma postura frente ao fenômeno observado de detetive, de busca de 
aspectos específicos ao fenômeno em observação que só pode estar nele e em 
nenhum outro similar. Buscando o que o faz único, detectando os elementos desta 
unicidade sob todos os seus disfarces. Esta faculdade nos pede tempo, quanto mais 
o tivermos mais construiremos relações possíveis.
• A terceira faculdade é a de generalizar, como um matemático devemos buscar definir 
fórmulas que sejam capazes de dar conta dos elementos que fazem do fenômeno, 
agora único, ser pensado de forma generalizada. Esta fórmula abstrata, garantirá 
a compreensão do fenômeno purificando-o de todos os elementos estranhos e 
irrelevantes, dando-nos bases para construção de conceitos. Essa faculdade, se bem 
trabalhada, nos coloca como construtores de novos conhecimentos.
• Com base nessas faculdades e nas categorias, Peirce (2005) classifica o signo como 
representâmen, objeto e interpretante.
5 CATEGORIAS DO SIGNO
A variação e a quantidade dos signos são tão grandes que, Charles S Peirce 
(2005) organizou-os em categorias, classificando-os a partir das faculdades em uma 
tríade composta pelo representâmen – aquilo que funciona como signo; pelo objeto – o 
que é referido pelo signo; e pelo interpretante– no efeito do signo de quem o interpreta.
FIGURA 4 – TRICOTOMIA DO SIGNO EM PEIRCE
FONTE: O autor
A ideia central é que dentro das faculdades já discutidas, o signo é composto 
pelas três categorias simultaneamente, mas, de forma didática (pragmatista), Peirce 
(2005) apresenta cada uma delas numa sequência. Dentro disso, a primeira categoria 
é a capacidade de ser signo, ou seja, a capacidade de funcionar como signo, de ser 
representativa: o representâmen. É através dele que o signo tem sentido (seja por 
semelhança, por alguma relação ou por convenção). O objeto é a coisa externa do signo 
(o fenômeno que toca os sentidos), enquanto o interpretante dá conta do processo 
interpretativo (e não deve ser confundido com o ser humano).
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ATENÇÃO
Essas nomenclaturas são importantes para o entendimento da semiótica 
peirciana. Uma boa dica é pegar uma folha A4 e montar este triângulo 
bem no centro dela e, a partir dessa parte, ir completando com as novas 
nomenclaturas que surgirem.
6 TRICOTOMIA DO SIGNO
A noção tricotômica ficou declarada na figura anterior, na qual, para que o signo 
exista, é preciso ter os três pontos – representâmen, objeto e interpretante, porém, 
Peirce (2005) organizou um raciocínio em sua teoria que, em cada um desses pontos, 
existem outros três pontos, cada ponto é tricotômico, ou seja, que no representâmen 
existem três categorias internas a ele, da mesma forma no objeto e no interpretante. 
Parece confuso, então, vamos por partes!
Até agora foram apresentadas as faculdades: primeiridade, secundidade e 
terceiridade, que pelas categorias seriam, respectivamente, representâmen, objeto 
e interpretante. Na primeira, estarão relacionadas às capacidades e às qualidades 
iniciais de serem representativas, ou seja, de serem signo; na segunda, estarão 
relacionadas às condições de sentido, como sugestões possíveis de representar, 
de ser signo; e na terceira, a capacidade de afirmar, de como convenção garantir a 
representação, de ser signo.
IMPORTANTE
Perceba que o conteúdo parece repetitivo. E é isso mesmo, por isso, a dica 
anterior é boa, pois a repetição vai construindo o entendimento.
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6.1 REPRESENTÂMEN
A capacidade de ser signo é a primeiridade dele. Ela terá as três faculdades 
condicionadas aos fatores que dão capacidade de ser signo: suas qualidades, suas 
propriedades que lhe são singulares e suas características que o legitimam – em caráter 
de lei. Assim, temos:
FIGURA 5 – TRICOTOMIA DO REPRESENTÂMEN
FONTE: O autor
Qualissigno é a qualidade que já é signo. Diz respeito aos elementos menos 
particulares, como cores, texturas, formas, entre outras. Para assumir esta capacidade, 
é preciso expor os sentidos aos fenômenos sem nenhum juízo, somente sentir os 
fenômenos pelos fenômenos. O qualissigno está nas qualidades. Como descreve 
Santaella (2002, p. 12):
Uma cor, qualquer cor, um azul-claro, sem considerar onde essa cor 
está corporificada, sem considerar se é uma cor existente e sem 
considerar seu contexto. Tomemos apenas a cor, nela mesma, só 
cor, pura cor. Quantos artistas não fizeram obras para nos embriagar 
apenas com uma cor? Por que e como uma simples cor pode 
funcionar como signo? Ora, uma simples cor, como o “azul-claro”, 
imediatamente produz uma cadeia associativa que nos faz lembrar 
céu, roupa de bebê etc.; por isso mesmo, esse tom de azul costuma 
ser chamado de azul-celeste ou azul-bebê. A mera cor não é o céu, 
não é roupa de bebê, mas lembra, sugere isso. Esse poder de sugestão 
que a mera qualidade apresenta lhe dá a capacidade para funcionar 
como signo, pois quando o azul lembra o céu, essa qualidade da 
cor passa a funcionar como quase-signo de céu. O mesmo tipo de 
situação, também se cria com quaisquer outras qualidades, como o 
cheiro, o som, os volumes, as texturas etc.
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Nas criações de artistas visuais, os qualissignos predominantes estão nas 
formas e elementos puros: cores, tons, manchas, brilhos, contornos, formas, texturas, 
movimentos, ritmos, contrastes, entre outros, sendo que a combinação destes não 
vem de conexão alguma extraída da experiência externa. Podem ser entendidos como 
formas não objetivas, por não representarem nenhum objeto identificável – ficam no 
campo das abstrações: a cor pela cor, a textura pela textura, a forma pela forma.
Exemplos práticos para qualissigno são encontrados nas experiências estéticas 
modernistas, caso da obra Delicate Tension, no 85, de Wassily Kandinsky.
FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO EM TONS DE CINZA DA OBRA: DELICATE TENSION, N° 85, DE WASSILY 
KANDINSKY
FONTE: <https://bit.ly/3mtPjWS>. Acesso em: 12 set. 2021.
Em obras como essa, as qualidades sensíveis se fazem presentes, permitindo 
visões de formas nunca vistas em experiências externas. As Cores (no caso da 
imagem gradações de cinzas), as formas, as linhas, os planos nos oferecem uma 
experiência totalmente nova, nada de semelhante existe e, por isso, tudo pode se 
assemelhar, aqui está o “frescor” da primeiridade do representâmen da possibilidade 
de ser signo, do qualissigno.
DICA
Acesse o link https://i.pinimg.com/originals/42/23/ec/4223ec9ee31a88ee
6b462a6279186996.jpg ou pesquise na internet pelo nome da obra para 
poder ver a imagem colorida.
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A partir do momento em que os fenômenos sentidos fazem pensar, ganham 
juízo de valor (mesmo que bem inicial), estamos na secundidade, no sinssigno, em que o 
aspecto de ser signo já o particulariza, já o individualiza. Para assumir essa capacidade, 
é preciso assumir a observação do modo particular como o signo se forma, observando 
características existenciais, que no fenômeno observado é irrepetível, é único.
A noção de que se está na experiência de sinssigno quando abandonada a 
abstração do qualissigno, é possível, de um modo ou de outro, identificar representações 
reconhecíveis fora do objeto experenciado. No campo da leitura de imagens, um desenho 
terá elementos gráficos, por exemplo, cores, linhas, texturas, formas que combinadas 
nos permitem ver representada uma figura feminina. Nos desenhos do estilista Christian 
Lacroix, é possível ter a secundidade do representâmen declarada à medida que as 
linhas se organizam para dar a sugestão de braços, de rosto, de volume e de movimento. 
Da mesma forma que a representação do vestido se dá pela singularidade das manchas 
cromáticas e das texturas do conjunto de linhas do desenho.
FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO EM TONS DE CINZA DE UM DESENHO DO ESTILISTA CHRISTIAN LACROIX
FONTE: <https://bit.ly/3AcOqH3>. Acesso em: 12 set. 2021.
Havendo a capacidade de observar as particularidades do fenômeno, pode ser 
possível, a partir delas, abstrair o todo deste particular, colocando-o em uma classe 
geral, potencializando o fenômeno a uma convenção, uma regra, uma norma. Esta seria 
a terceiridade, o legissigno.
O legissigno é uma convenção que representa algo em seu lugar, é uma lei que 
é signo. Não é algo singular, mas alguma coisa que se tem acordado ser significante. 
São predominantes nas formas que só podem ser entendidas com a ajuda de alguma 
convenção cultural. A figura anterior é um exemplo interessante, pois, nas representações 
gráficas de moda, é preciso entender as convenções para saber o que é um desenho 
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estilizado ou croqui, um desenho técnico, uma ilustração de moda e/ou um desenho 
de figurino. Cada uma dessas representações gráficas tem suas convenções que as 
legitimam dentro de determinado conceito. Da mesma forma que técnicas de desenhos 
apresentam texturas, profundidade, proporção, movimento, perspectiva, conceitos 
necessários para o nosso aprendizado. 
6.2 OBJETO
Dependendo do representâmen, ou seja, da propriedade do signo, será diferente 
a maneira como o signo se faz representar pelo objeto. São três tipos de propriedade: 
qualidade, singularidade (existência) e lei, também são três os tipos de propriedades de 
relações que o signo poderá ter com o objeto a que se aplica. Quanto ao objeto, o signo 
pode ser denominado como ícone, índice e símbolo.
FIGURA 8 – TRICOTOMIA

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