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SEMIÓTICA E PERCEPÇÃO VISUAL

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21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 1/27
SEMIÓTICA ESEMIÓTICA E 
PERCEPÇÃO VISUALPERCEPÇÃO VISUAL
Me. Luís Gustavo Luz
I N I C I A R
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 2/27
introdução
Introdução
Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Semiótica e Percepção visual. Nesta
unidade, apresentaremos uma visão preliminar acerca da percepção, com ênfase na
visual, tratando-a como meio para obtenção de conhecimentos do mundo que nos
rodeia; introduziremos noções gerais sobre a semiótica, explicando do que se trata
essa jovem ciência e demonstrando sua importância prática para o desenvolvimento de
projetos em design; faremos um breve apanhado sobre a vida e a obra do semioticista
Charles Sanders Peirce; por �m, apresentaremos conceitos próprios da semiótica
peirceana, essenciais para a compreensão de seu sistema de pensamento.
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 3/27
A percepção é uma função que faz a mediação entre a consciência e um pressuposto
mundo exterior, por meio da interpretação de dados sensoriais. Assim, a visão de um
objeto seria a recriação mental de sua imagem a partir dos dados fornecidos pelo olho.
O que é Percepção?O que é Percepção?
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 4/27
Sob uma perspectiva empirista, a percepção ocorreria de maneira semelhante à
descrita no trecho a seguir:
A luz é re�etida pela superfície dos objetos no ambiente físico e atinge os
olhos, onde irrita as células das retinas de tal modo que provoca impulsos nos
nervos óticos. Os nervos óticos transmitem esses impulsos para a região do
córtex cerebral, que processa os dados visuais, onde estimulam certos tipos
de atividades. Como resultado, de maneira ainda misteriosa para a ciência e
a �loso�a, “quadros móveis” coloridos surgem na consciência do sujeito,
representando o mundo externo. Essa operação é repetida, mutatis
mutandis, nas outras modalidades sensoriais, audição, olfato, paladar e tato,
suscitando percepções de harmonias e melodias, perfumes e sabores
picantes, suavidade, maciez, calor - e assim por diante (GRAYLING, 2010, p.
52).
Podemos, de fato, saber se os dados fornecidos pelos sentidos correspondem aos
objetos do mundo? O reconhecimento do processo descrito no exemplo não garante
que o que percebemos corresponda ao mundo exterior. É sabido, por exemplo, que a
correspondência é falsa quando estamos sonhando ou sofrendo alucinações. Tal
Figura 1.1: percepção distorcida pela refração 
Fonte: Stevepb / Pixabay.
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 5/27
argumento, inclusive, é um modelo recorrente às objeções dos céticos à possibilidade
de conhecer por meio dos sentidos.
Simon Blackburn aponta algumas propriedades atribuídas à percepção que são
problemáticas, mas que costumamos tomar por verdadeiras, dentre elas, a ideia de que
“estamos conscientes das suas “qualidades sensíveis”: as cores, os sons, os sabores, os
cheiros, o calor que sentimos e as formas e posições dos objetos que nos rodeiam”
(BLACKBURN, 1997, p. 293). A cor existe no mundo exterior ou é apenas uma criação
da nossa forma de percebê-la? E os sons, sabores e cheiros, existem fora da percepção?
Percepção Visual: as cores
Diferente do que a nossa percepção da cor indica, na física, a progressão do
comprimento de onda é contínua, sem que haja nenhuma demarcação entre as faixas
de frequência que interpretamos como passagens entre um tom e outro. A distinção
saiba mais
Saiba mais
Você acha que a cor é algo que existe no mundo
exterior à consciência ou é apenas um produto de
nossa mente? Para saber mais sobre esse assunto,
acesse a matéria A cor não existe: o que você vê é
luz, de Stephanie D’Ornelas.
ACESSAR
https://hypescience.com/a-cor-nao-existe-o-que-voce-ve-e-luz/
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 6/27
que fazemos entre uma cor e outra consiste em fronteiras inexistentes fora do campo
da percepção.
A percepção é uma função complexa. Além de ser um processo determinado
biologicamente pela seleção do aparato perceptivo da espécie humana. Há ainda o
condicionamento dessa percepção pelas experiências culturais vividas pelo sujeito.
Falantes de diferentes línguas unanimemente consideram esses tons os
melhores exemplos de suas palavras para cor, desde que a língua tenha uma
palavra para a cor desse setor do espectro. E, quando as línguas diferem nas
suas palavras para as cores, diferem de forma previsível, e não de acordo com
o gosto idiossincrático de algum cunhador de palavras (PINKER, 2004, p.
68).
Então, a percepção da cor não se restringe à sensação da cor, ela é ampliada pela
capacidade do homem de distingui-la das demais, o que advém do ambiente cultural
que o indivíduo está inserido. Contudo, não estamos nos referindo à uma suposta
primazia da linguagem verbal na formação da percepção. Como observa Pinker (2004,
p. 69), “a maneira como vemos cores determina como aprendemos as palavras para elas
e não o contrário”.
Percepção Visual: luz e sombra
Ao contrário da percepção da cor, a presença ou ausência de luz é um fenômeno físico
veri�cável experimentalmente. Portanto, a percepção de claro e escuro coincidem com
a presença em maior ou menor intensidade de radiação luminosa, sendo re�etida pelo
objeto observado — o que, contudo, não impede que essas representações possam
provocar enganos no indivíduo.
Percepção Visual: visão estereoscópica
A distância entre os nossos olhos permitem que enxerguemos o mesmo objeto a partir
de perspectivas diferentes. Essa diferença serve para que possamos ter uma melhor
noção de profundidade de um objeto.
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 7/27
Como notou Charles Wheatstone, o descobridor da estereoscopia:
[...] É impossível para o artista obter uma representação �el de qualquer
objeto sólido próximo, ou seja, produzir uma pintura que não se distinga, na
mente, do próprio objeto. Quando a pintura e o objeto são vistos com os dois
olhos, no caso da pintura duas imagens semelhantes projetam-se sobre a
retina, no caso do objeto sólido as duas imagens são dessemelhantes; existe,
portanto, uma diferença essencial entre as impressões nos órgãos dos
sentidos nos dois casos e, em consequência, entre as percepções formadas na
mente; por isso, a pintura não pode ser confundida com o objeto sólido.
(WHEATSTONE apud PINKER, 2012, p. 236).
Quem já assistiu a um �lme em 3D ou observou uma imagem estereoscópica
experimentou uma ilusão de tridimensionalidade forjada com recursos bidimensionais.
Recurso que consiste em apresentar imagens diferentes para cada um dos olhos, de
modo que o cérebro as interprete como profundidade.
Figura 1.2: óculos 3D exibem imagens diferentes para cada um dos olhos com auxílio
dos �ltros vermelho e azul 
Fonte: Mediamodi�er / Pixabay.
21/10/2020 Ead.br
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praticarVamos Praticar
Em seus estudos, você teve contato com noções básicas acerca da percepção e de como esse
problema se relaciona com a possibilidade de termos acesso à realidade objetiva.
A partir dos conteúdos estudados sobre percepção, assinale (v) para as a�rmações
verdadeiras e (f) para as falsas.
(  ) É consenso entre os �lósofos que a realidade objetiva é representada com exatidão pelos
sentidos, o que nos fornece uma visão inequívoca acerca do mundo exterior.
saiba mais
Saiba mais
A Gestalt é um conjunto de princípios oriundos da
psicologia que aborda a percepção de uma
maneira diferente da apresentada neste material.
O material sugerido a seguirfaz uma breve
apresentação sobre a Gestalt para que você possa
expandir seus conhecimentos sobre a percepção.
Para saber mais, acesse a matéria O que é Gestalt?.
ACESSAR
https://medium.com/chocoladesign/o-que-%C3%A9-gestalt-f3beb4a6af4a
21/10/2020 Ead.br
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(  ) As cores são encontradas no mundo da mesma maneira que as percebemos, portanto, é
correto dizer que um indivíduo que sofre de daltonismo é alguém que enxerga as cores de
forma incorreta.
(  ) A única função para termos dois olhos é a de evitar a cegueira total, caso sofrêssemos uma
lesão em um deles. Com a perda de um dos olhos, a única alteração em nossa percepção é a
diminuição do campo de visão.
(  ) Nossos sentidos podem ser enganados, portanto, podemos presumir que o nosso acesso ao
mundo para além do que percebemos é, no mínimo, impreciso.
Agora assinale a sequência que corresponde às respostas assinaladas:
V, V, V, V.
F, F, V, V.
V, V, F, F.
F, F, F, V.
F, V, F, F.
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Você já deve ter ouvido falar em linguística, certo? Linguística é uma área da ciência
que estuda as línguas e a linguagem verbal. A semiótica, por sua vez, pode ser
entendida como uma linguística expandida, que trata não somente de signos verbais
(palavra falada e escrita), mas também dos não verbais (imagens, sons, formas, cheiros
e tudo o que se apresenta à consciência). Portanto, a semiótica pode ser compreendida
como “a ciência geral de todas as linguagens” (SANTAELLA, 1983, p. 1).
Para compreender melhor ao que nos referimos quando falamos em “todas as
linguagens”, é preciso introduzir a noção de linguagem não verbal. A linguagem não
verbal é aquela que se manifesta por meio de outros signos que não palavras - pode ser
um gesto, um desenho, uma melodia, uma placa de trânsito etc. Então, quando falamos
em semiótica, falamos em uma ciência que trata da comunicação de forma irrestrita,
abarcando não só a linguagem falada e escrita, como outras formas de linguagem.
Alguns autores têm objeções quanto a essa de�nição, com alusões à linguística,
contudo, como forma de introduzir a matéria, penso que seja válido apresentar-lhes
O que é Semiótica e paraO que é Semiótica e para
que ela Serve?que ela Serve?
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um conceito preliminar, que depois possa ser desconstruído e problematizado de
acordo com as necessidades que surgirem. 
A placa que se vê na Figura 1.3 indica que é proibido buzinar no local em que ela é
colocada, sem que seja necessário o uso de nenhuma palavra. Para que se tornem
compreensíveis, basta que haja uma convenção de que placas que sigam esse padrão
deverão ser lidas dessa maneira.
Mas nem toda linguagem não verbal depende de convenções para ser compreendida. O
desenho de um cachorro, por exemplo, representa o animal sem que seja necessário
estabelecer qualquer tratado linguístico. A �gura se reconhece no animal pela
semelhança visual entre os dois.
As expressões faciais de uma pessoa também têm capacidade de comunicar sem que
seja necessário estabelecer um código de maneira formal. Expressões espontâneas,
como o sorriso, foram selecionadas em nossa história evolutiva e podem ser
observadas em várias populações humanas ao redor do mundo (DARWIN, 2009, p.
Figura 1.3 - Placa: proibido buzinar 
Fonte: Gigillo83 / Wikimedia Commons.
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116), mesmo aquelas que não tiveram contato entre si, o que sugere que essas
expressões possam ser comportamentos inatos. 
Para que serve a Semiótica?
Como ciência geral das linguagens, a semiótica serve para compreensão destas nos
mais diversos �ns. Uma boa análise semiótica permite que se compreenda textos a
partir dos diversos tipos de signos que os compõem.
saiba mais
Saiba mais
A visualização de dados é um problema emergente
diante da grande quantidade de informações que
lidamos em função das possibilidades trazidas
pelas novas tecnologias.
O site abaixo traz um belo exemplo de como
visualizar dados de forma dinâmica, associando
recursos da linguagem não verbal com linguagem
verbal, de modo a otimizar o acesso à informação.
Observe como as barras na timeline, organizadas
por cores, ajudam a contextualizar os períodos
históricos em que personagens importantes da
história da humanidade viveram. Para saber mais,
acesse o material indicado.
ACESSAR
https://ybogdanov.github.io/history-timeline/
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No design, a análise semiótica é importante para que o designer possa planejar os
signos que está produzindo, de modo que o produto por ele criado comunique
adequadamente o que se propõe. A semiótica não fornece regras para a elaboração de
produtos, apenas dá ao designer ferramentas para que ele tenha consciência das
decisões que toma. 
praticarVamos Praticar
A linguística trata exclusivamente da linguagem verbal, enquanto a semiótica abarca as
linguagens não verbais, o que inclui desenhos, músicas, artes diversas, objetos, sinalizações
etc.
Analise as asserções a seguir:
I - Semiótica é a ciência geral das linguagens.
Porque
II - Contudo, as linguagens verbais não são objetos da semiótica, pois são tratados
exclusivamente pelo campo da linguística.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justi�cativa correta da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição falsa.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justi�cativa correta
da I.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
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As asserções I e II são proposições falsas.
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Nascido em Cambridge, Massachusetts, no ano de 1839, �lho do professor de
matemática em Harvard, Benjamin Peirce, Charles Sanders Peirce foi um polímata,
com contribuições importantes para diversas áreas do conhecimento, dentre elas a
matemática e lógica, destacando-se, sobretudo, por ter sido o fundador do
pragmatismo (LECHTE, 2002, p. 166). 
Sobre Charles SandersSobre Charles Sanders
PeircePeirce
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[Sua casa era] uma espécie de centro de reuniões para onde naturalmente
convergiam os mais renomados artistas e cientistas. Portanto, desde criança,
o pequeno Charles já conduzia sua existência num ambiente de acentuada
respiração intelectual. É por isso que químico ele já era, desde os seis anos de
idade. Aos 11 anos escreveu uma História da Química; e em Química se
bacharelou na Universidade de Harvard. (SANTAELLA, 1983, p. 3).
Apesar de ter uma produção textual intensa, com mais de dez mil páginas impressas,
Peirce “jamais publicou um livro técnico de fôlego sobre qualquer dos seus assuntos
favoritos. [...] Não existe, em suma, nenhum documento peirceano sistemático e
de�nido sobre a natureza dos signos” (LECHTE, 2002, p. 167).
Pragmatismo
Um dos feitos notáveis de Peirce é criação do pragmatismo, uma �loso�a do signi�cado
e da verdade (BLACKBURN, 1997), que visava resolver o problema da articulação
entre teoria e prática (GRANDIM, 2008, p. 92). O pragmatismo parte de uma
Figura 1.4 - Charles Sanders Peirce 
Fonte: Adam Cuerden  / Wikimedia Commons.
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concepção de verdade baseada na noção de falibilismo, isto é, na noçãode que o
alicerçamento de nossas crenças em verdades últimas é desnecessário.
Em suma, o pragmatismo é a concepção de que podemos adotar verdades, assumindo
que elas podem não ser tão corretas como gostaríamos. Essa posição se coloca entre o
dogmatismo, que assume uma noção rígida de verdade, e o ceticismo, que é a negação
de que o conhecimento racional seja possível.
praticarVamos Praticar
Leia o excerto a seguir:
“Podemos, justi�cadamente, �car satisfeitos com nossas crenças, mesmo que exista a
possibilidade de novos dados nos forçarem a rever a nossa opinião. Na verdade, como
estamos sempre nessa posição, seremos conduzidos ao ceticismo se não a aceitarmos”
(BLACKBURN, 1997, p. 142).
À concepção descrita anteriormente damos o nome de:
Semiótica.
Falsi�cabilidade.
Falibilismo.
Ceticismo.
Nominalismo.
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Neste capítulo, faremos um breve apanhado de conceitos-chave para a compreensão
da semiótica peirceana. Introduziremos os conceitos sem nos aprofundarmos muito
em cada um deles, apenas para estabelecer um panorama das classi�cações da
semiótica peirceana.
Signos
Um signo é algo que representa um objeto para um interpretante. Na concepção
peirceana, tudo é signo, uma vez que tudo o que é percebido é a representação de algo
à consciência.
Conceitos Elementares daConceitos Elementares da
Semiótica PeirceanaSemiótica Peirceana
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Quanto à classi�cação dos signos, Peirce de�niu três tricotomias (divisões em três
partes). A primeira tricotomia é relativa à propriedade do signo em si mesmo; a
segunda tricotomia diz respeito à relação do signo com seu objeto e a terceira
tricotomia trata da relação do signo com o interpretante.
Quadro 1.1 - As três tricotomias dos signos de Peirce (2012). 
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 1.5 - A fumaça é índice de fogo 
Fonte: Mkphotoshu / 123RF.
1ª Qualisigno Sinsigno Legisigno
2ª Ícone Índice Símbolo
3ª Rema Signo dicente Argumento
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Na primeira tricotomia, temos o qualisigno, que é uma qualidade; o sinsigno, que é um
evento real e único; e o legisigno que é uma lei. Na segunda tricotomia, temos o ícone,
que representa o objeto por semelhança; o índice, que dá indício da existência do
objeto; e o símbolo, que é estabelecido por convenção. E na terceira tricotomia, temos
o rema, que é uma possibilidade qualitativa para o seu interpretante; o signo dicente,
que remete à uma existência real; e o argumento, que é o signo da lei para o
interpretante (PEIRCE, 2012, p. 53).
praticarVamos Praticar
Peirce dividiu suas categorias de signos em três tricotomias. A primeira refere-se à
propriedade do signo em si; a segunda, à relação do signo com o seu objeto, e a terceira, a
relação do signo com o seu interpretante.
São signos da segunda tricotomia:
Qualisigno, sinsigno e legisigno
Ícone, índice e símbolo.
Rema, signo dicente e argumento.
Qualisigno, ícone e rema.
Sinsigno, índice e signo dicente.
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indicações
Material
Complementar
L I V R O
“Semiótica Aplicada”
Lúcia Santaella
Editora: Thomsons Learning
ISBN: 8522102767
Comentário: no livro “Semiótica Aplicada”, da editora
Thomson, Lúcia Santaella dá orientações importantes para os
designers que pretendem realizar projetos ou para aqueles
que querem realizar a análise semiótica de produtos. O
desenvolvimento da compreensão a partir da perspectiva
semiótica é parte essencial da formação do designer, que
21/10/2020 Ead.br
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precisa ter consciência acerca dos signos que cria em sua
atividade projetual.
F I L M E
The Witness” (curta da série Love, Death
+Robots, da Net�ix)
Ano: 2019
 Comentário: indico esse curta em função da análise feita pelo
canal do YouTube Mimimidias, que faz uma análise do olhar a
partir da obra, analisando-a com base em textos de Bell Hooks
e John Berger. Assista à análise feita pelo canal no link abaixo
e, se possível,  assista também ao curta na Net�ix.
T R A I L E R
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conclusão
Conclusão
As noções básicas de semiótica e de percepção visual apresentadas nessa unidade são
fundamentais para a compreensão dos desenvolvimentos que delas decorrem.
A semiótica peirceana não pode ser compreendida sem a devida contextualização, que
inclui re�exões acerca da sua concepção realista de verdade. A retomada de conceitos
�losó�cos que estavam em discussão quando Peirce desenvolvia suas ideias contribui
para a compreensão do que estava em jogo naquele momento, bem como a emergência
do problema do conhecimento é importante quando tratamos de percepção.
O estudante, munido das noções básicas aqui apresentadas, tem uma espécie de
bússola para orientá-lo em incursões mais profundas nas teorias apresentadas.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de �loso�a. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 25/27
DARWIN, C. A expressão das emoções no homem e nos animais. São Paulo:
Companhia das Letras, 2009.
GRANDIM, A. Comunicação e ética: o sistema semiótico de Charles S. Peirce. Covilhã:
Lusoso�a, 2008.
GRAYLING, A. C. Epistemologia. In: BUNIN, N.; TSUI-JAMES, E.P. Compêndio de
Filoso�a. 3 ed. São Paulo: Loyola, 2010.
LECHTE, J. Cinquenta pensadores contemporâneos essenciais: do estruturalismo à
pós-modernidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
PEIRCE, C. S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2012.
PINKER, S. Como a mente funciona. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
PINKER, S. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. São Paulo:
Martins Fontes, 2004.
SANTAELLA, L. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1983.
SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada. São Paulo: Thomsons Learning, 2007.
IMPRIMIR
21/10/2020 Ead.br
https://fg.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller# 26/27
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