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Apostila Filosofia VR 2023-61-62

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@vestibularesumido
61
Noúmero e fenômeno
Númeno e fenômeno são termos introduzidos por Immanuel Kant em sua 
filosofia, particularmente na obra "Crítica da Razão Pura". Eles desempenham um 
papel fundamental na distinção entre o que podemos conhecer e o que está além 
dos limites do nosso conhecimento.
O fenômeno refere-se à realidade tal como a experimentamos através dos nossos 
sentidos e das estruturas mentais que moldam a nossa percepção. É o mundo dos 
objetos perceptíveis, das aparências, das coisas como elas aparecem para nós. O 
fenômeno é construído a partir das informações sensoriais que recebemos do 
mundo externo e das categorias do entendimento que organizam essas 
informações.
Por outro lado, o númeno refere-se à coisa em si, à realidade em sua existência 
independente da nossa percepção. É aquilo que está além do alcance dos nossos 
sentidos e das nossas capacidades cognitivas. Kant argumenta que não podemos 
ter conhecimento direto dos númenos, pois a nossa experiência é sempre 
mediada pelas estruturas da sensibilidade e do entendimento.
Kant sustenta que a nossa mente é configurada de tal forma que 
só podemos conhecer os fenômenos, as aparências das coisas, e 
não o númeno em si. Ele argumenta que os nossos 
conhecimentos são limitados às condições da experiência 
sensível, às formas a priori do espaço e do tempo, e às categorias 
do entendimento. Portanto, o númeno representa uma 
realidade além do alcance do nosso conhecimento empírico, 
enquanto o fenômeno é a realidade tal como a experienciamos. 
Kant enfatiza que o númeno é uma ideia necessária para 
explicar os limites do nosso conhecimento, mas não podemos 
afirmar nada definitivo sobre ele.
Essa distinção entre númeno e fenômeno é uma parte central da filosofia de Kant 
e serve como uma maneira de delinear os limites do conhecimento humano. Ela 
implica que nossas percepções e compreensões do mundo são moldadas por 
nossas estruturas cognitivas e que o númeno, como a coisa em si, permanece fora 
do nosso alcance cognitivo direto.
A metafísica kantiana
A metafísica kantiana é uma abordagem filosófica proposta por Immanuel Kant 
que busca investigar as questões fundamentais da realidade, da existência e da 
natureza do conhecimento humano. Kant desenvolveu sua própria visão da 
metafísica, conhecida como "metafísica transcendental", que difere das abordagens 
tradicionais da metafísica. Kant argumenta que a metafísica tradicional, que busca 
estabelecer conhecimento sobre as coisas em si e a natureza última da realidade, 
está além das capacidades da razão humana. Ele acredita que as tentativas de 
alcançar conhecimento metafísico 
através do raciocínio especulativo 
falham, levando a contradições e 
incertezas.
Em vez disso, Kant propõe 
uma abordagem crítica, que 
ele chama de "crítica da 
razão pura", para investigar 
os limites e as condições do 
conhecimento humano. Ele 
a r g u m e n t a q u e o 
conhecimento é construído a 
partir da interação entre a 
experiência sensível e as 
estruturas inatas da mente. 
A s s i m , a m e t a f í s i c a 
transcendental de Kant se 
concentra nas condições 
necessárias para que a 
e x p e r i ê n c i a e o 
c o n h e c i m e n t o s e j a m 
possíveis.
Uma das principais contribuições de 
Kant para a metafísica é sua distinção 
entre o fenômeno e o númeno, que 
mencionamos anteriormente. Kant 
argumenta que nossa experiência se 
limita aos fenômenos, às aparências 
das coisas, enquanto o númeno, a 
coisa em si, permanece inacessível ao 
nosso conhecimento direto.
Além disso, Kant explora a 
estrutura do conhecimento e 
i n t r o d u z a i d e i a d a s 
categorias do entendimento, 
que são princípios universais 
e necessários pelos quais 
o r g a n i z a m o s n o s s a s 
percepções e conceitos. 
Essas categorias são formas a 
priori do pensamento e 
e s t r u t u r a m n o s s a 
compreensão do mundo.
A metafísica kantiana também 
aborda questões éticas e estéticas. 
Kant desenvolveu uma ética baseada 
no imperativo categórico, que 
enfatiza a ação moral como um 
dever fundamentado na razão 
prática. Ele também explorou a 
natureza do julgamento estético e 
sua relação com a experiência 
estética.
Em resumo, a metafísica kantiana é 
uma abordagem crítica que investiga 
as condições do conhecimento 
humano e os limites da razão. Ela 
enfatiza a importância das estruturas 
mentais inatas, das formas a priori do 
pensamento e da interação entre a 
experiência sensível e a razão na 
construção do conhecimento. A 
metafísica transcendental de Kant 
teve um impacto profundo no 
desenvolvimento da fi losofia 
moderna e continua a ser um tema 
de estudo e debate até os dias atuais.
@vestibularesumido
62
A moral kantiana
A moral kantiana é uma abordagem ética desenvolvida por Immanuel Kant, um dos 
filósofos mais influentes da tradição ocidental. A ética kantiana, também conhecida 
como ética deontológica ou ética do dever, baseia-se no sistema moral proposto 
por Kant em sua obra "Fundamentação da Metafísica dos Costumes" e na sua obra 
mais abrangente, "Crítica da Razão Prática".
Para Kant, a moralidade é fundamentada na razão prática e no 
princípio do dever. Ele acredita que a moralidade não deve ser 
baseada em consequências, emoções ou desejos, mas na 
racionalidade e na vontade de agir de acordo com os princípios 
morais. Kant argumenta que a ação moralmente correta é aquela 
que é realizada por dever, independentemente das consequências 
ou inclinações pessoais.
O cerne da moral kantiana é o conceito de "imperativo categórico", que é um 
princípio moral absoluto e universal que se aplica a todos os seres racionais. O 
imperativo categórico requer que ajamos de acordo com uma máxima, ou princípio 
de ação, que possa ser universalizada. Em outras palavras, devemos agir apenas de 
acordo com as máximas que poderíamos desejar que se tornassem leis universais.
Kant também enfatiza a importância da dignidade e autonomia do ser humano. Ele 
argumenta que devemos tratar os outros como fins em si mesmos e nunca como 
meros meios para nossos próprios fins. Isso implica em respeitar a liberdade e 
autonomia moral dos outros indivíduos, tratando-os como seres racionais e dignos 
de consideração.
Além disso, a ética kantiana também aborda o conceito de "reino dos fins" ou 
"sociedade ética". Kant argumenta que devemos agir como se estivéssemos vivendo 
em uma comunidade ideal onde todos agem de acordo com os princípios morais. 
Isso envolve agir de forma consistente com os princípios éticos universais, mesmo 
quando isso pode exigir sacrifício pessoal.
Em resumo, a moral kantiana é baseada na razão prática e na 
noção de dever. Ela enfatiza a importância da universalidade dos 
princípios morais, do respeito à autonomia e dignidade dos 
indivíduos e do agir de acordo com a máxima que possa ser 
universalizada. A ética kantiana continua a ser uma abordagem 
influente e objeto de estudo na filosofia moral contemporânea.
John Stuart Mill
John Stuart Mill foi um filósofo, 
economista e defensor dos direitos 
individuais britânico do século XIX. 
Ele é amplamente conhecido por seu 
trabalho em ética, política e 
economia, e é considerado um dos 
principais teóricos do utilitarismo, 
uma teoria ética que enfatiza a 
maximização da felicidade geral como 
princípio moral.
A principal obra de Mill é
"Utilitarianism" (Utilitarismo), na qual 
ele desenvolve sua teoria ética. Mill 
argumenta que as ações devem ser 
avaliadas com base em suas 
consequências e seu impacto na 
felicidade geral. Segundo ele, a 
f e l i c i d a d e é o ú n i c o f i m 
intrinsecamente valioso e, portanto, a 
moralidade deve se basear na busca 
da felicidade e na minimização do 
sofrimento para o maior número de 
pessoas possível.
No entanto, Mill diferenciou seu 
utilitarismo do utilitarismo clássico 
de seu pai, James Mill, e de Jeremy 
Bentham. Ele introduziu a ideia de 
que existem diferentes qualidades de 
prazeres e que algumas formas de 
prazer são mais valiosas do que 
outras. Essa ideiaé conhecida como 
"uti l i tar ismo qual itat ivo" ou 
"uti l i tarismo dos superiores 
prazeres". Mill argumentou que os 
prazeres intelectuais, morais e 
estéticos são superiores aos prazeres 
físicos, levando em consideração a 
qualidade e a complexidade da 
experiência.
Além de seu trabalho em 
ética, Mill também fez 
contribuições significativas 
para a política e a economia. 
Ele defendia o liberalismo 
clássico e a defesa dos 
d i r e i t o s i n d i v i d u a i s , 
a rg u m e n t a n d o q u e o s 
indivíduos devem ter a 
liberdade de buscar seu 
próprio bem-estar, desde 
que não causem danos aos 
outros. Mill também era um 
defensor dos direitos das 
mulheres e foi um dos 
primeiros a advogar o 
sufrágio feminino.
Em sua obra "On Liberty" (Sobre a 
Liberdade), Mill argumenta que a 
liberdade individual é fundamental 
para o progresso e a felicidade da 
sociedade como um todo. Ele 
defende a liberdade de pensamento, 
expressão e ação, e critica a 
inter ferência governamenta l 
excessiva na vida dos indivíduos.

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