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@vestibularesumido 75 Uma das características centrais do positivismo é a sua ênfase na objetividade e na neutralidade científica. Os positivistas defendem que o conhecimento científico deve ser livre de qualquer influência subjetiva ou interpretação pessoal, buscando apenas a descrição e a explicação dos fenômenos observáveis através de métodos científicos rigorosos. Comte, em particular, desenvolveu a ideia de que a ciência poderia substituir a religião como a base da organização social. Ele propôs uma visão hierárquica das ciências, na qual as ciências sociais, como a sociologia, teriam um papel central na compreensão e na orientação da sociedade. Comte chamou essa abordagem de "positivismo", enfatizando a importância do conhecimento positivo e empírico. Uma crítica frequentemente levantada contra o positivismo é a sua tendência à "divinização" da ciência. Isso significa que os positivistas atribuem à ciência uma posição de autoridade e poder absoluto, considerando-a como a única fonte legítima de conhecimento e como a solução para todos os problemas humanos. Nessa visão, a ciência é vista como infalível e capaz de responder a todas as questões humanas, inclusive as de ordem moral e filosófica. No entanto, essa divinização da ciência é questionável, uma vez que a própria ciência está sujeita a limitações e revisões constantes. A ciência é um empreendimento humano, sujeito a erros, revisões e mudanças ao longo do tempo. Além disso, há áreas do conhecimento humano, como a ética e a filosofia, que não podem ser reduzidas a métodos puramente científicos. Apesar das críticas, o positivismo teve uma influência significativa no desenvolvimento da ciência e da sociedade moderna. Contribuiu para o avanço das metodologias científicas, enfatizou a importância da observação e da experimentação, e influenciou áreas como a sociologia e a psicologia. No entanto, é importante reconhecer as limitações desse enfoque filosófico e não reduzir toda a compreensão e busca do conhecimento apenas à ciência. O Positivismo no Brasil O positivismo exerceu uma influência significativa no Brasil, principalmente durante o final do século XIX e início do século XX. O pensamento positivista foi introduzido no país pelo sociólogo e jurista brasileiro Raimundo Teixeira Mendes, que estudou com Auguste Comte na França. No Brasil, o positivismo foi adotado como uma ideologia que buscava orientar a sociedade e a política. Seus princípios, como o culto à ciência, a valorização da ordem e o progresso, e o objetivo de promover o bem-estar social, foram abraçados por intelectuais, políticos e militares da época. Uma das principais figuras do positivismo no Brasil foi o escritor e professor Miguel Lemos, que fundou a Sociedade Positivista do Brasil em 1881. A sociedade tinha como objetivo disseminar os princípios positivistas e promover a educação moral e cívica da população. O positivismo também influenciou o pensamento político brasileiro, especialmente durante a Proclamação da República em 1889. Os republicanos brasileiros, liderados por intelectuais como Benjamin Constant e Rui Barbosa, foram influenciados pelos ideais positivistas e buscaram estabelecer uma república baseada nos princípios da ordem, do progresso e da ciência. Além disso, o positivismo teve impacto na educação brasileira. A ideia de educação moral e cívica, baseada nos princípios positivistas, foi amplamente difundida e adotada nas escolas brasileiras, influenciando o currículo e os métodos de ensino. No entanto, é importante ressaltar que o positivismo no Brasil também enfrentou críticas e oposições ao longo do tempo. Houve debates sobre seus princípios autoritários e suas limitações como base para a compreensão da realidade social e política. Além disso, outras correntes filosóficas e políticas, como o liberalismo e o marxismo, também tiveram influência e disputaram espaço no pensamento brasileiro. Atualmente, o positivismo não possui a mesma relevância e influência que relevância e influência que teve no passado, mas ainda é estudado e discutido como parte da história intelectual e política do Brasil. @vestibularesumido 76 A fenomenologia de Husserl A fenomenologia é uma corrente filosófica que foi desenvolvida principalmente por Edmund Husserl no início do século XX. Ela se concentra na análise e na descrição da experiência consciente, buscando compreender a essência dos fenômenos tal como são experimentados pelos sujeitos. Husserl propôs um método fenomenológico que consiste em suspender os pressupostos prévios e as interpretações teóricas a fim de observar diretamente os fenômenos como se apresentam à consciência. Ele chamou essa atitude de "epoché", que significa colocar entre parênteses todas as noções pré-concebidas e simplesmente descrever os dados da experiência tal como se manifestam. O objetivo da fenomenologia de Husserl é alcançar uma compreensão da "essência" dos fenômenos , ou se ja , das e s t ruturas fundamentais que constituem a experiência consciente. Husserl argumentava que devemos ir além das aparências superficiais e das interpretações subjetivas para acessar a essência pura dos fenômenos. Ele defendia que essa abordagem nos permitiria estabelecer uma base sólida para a investigação filosófica e científica. Um dos conceitos-chave da fenomenologia de Husserl é a "intencionalidade". Husserl afirmava que toda a experiência consciente é sempre direcionada a um objeto, ou seja, a consciência está sempre "voltada para" algo. Portanto, a experiência consciente não pode ser separada do objeto a que se refere. A intencionalidade é considerada uma característica essencial da consciência. A fenomenologia de Husserl teve um impacto significativo na filosofia e nas ciências humanas. Influenciou muitos filósofos e pensadores posteriores, como Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-Ponty, bem como áreas como a psicologia, a sociologia e a teoria literária. No entanto, é importante mencionar que a fenomenologia de Husserl também recebeu críticas e gerou debates. Alguns questionaram a objetividade e a universalidade do método fenomenológico, argumentando que a experiência consciente é influenciada por fatores subjetivos e contextuais. Além disso, houve divergências e desenvolvimentos diferentes dentro da própria tradição fenomenológica, com diferentes abordagens e interpretações do método fenomenológico. Martin Heidegger Martin Heidegger foi um filósofo alemão do século XX conhecido por sua influente obra no campo da fenomenologia e da filosofia existencial. Ele nasceu em 1889 e faleceu em 1976. Heidegger é mais conhecido por seu livro "Ser e Tempo" (Sein und Zeit), publicado em 1927, que é considerado uma das obras filosóficas mais importantes do século XX. Nessa obra, Heidegger busca analisar a questão fundamental do sentido do ser, explorando a natureza da existência humana, sua relação com o tempo e sua capacidade de compreender o mundo. OS PRINCIPAIS PENSADORES DO SÉCULO XX
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