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Apostila Filosofia VR 2023-75-76

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@vestibularesumido
75
Uma das características centrais do positivismo é a sua ênfase na 
objetividade e na neutralidade científica. Os positivistas defendem que o 
conhecimento científico deve ser livre de qualquer influência subjetiva ou 
interpretação pessoal, buscando apenas a descrição e a explicação dos 
fenômenos observáveis através de métodos científicos rigorosos.
Comte, em particular, desenvolveu a ideia de que a ciência 
poderia substituir a religião como a base da organização 
social. Ele propôs uma visão hierárquica das ciências, na qual 
as ciências sociais, como a sociologia, teriam um papel 
central na compreensão e na orientação da sociedade. 
Comte chamou essa abordagem de "positivismo", 
enfatizando a importância do conhecimento positivo e 
empírico.
Uma crítica frequentemente levantada contra o positivismo 
é a sua tendência à "divinização" da ciência. Isso significa 
que os positivistas atribuem à ciência uma posição de 
autoridade e poder absoluto, considerando-a como a única 
fonte legítima de conhecimento e como a solução para 
todos os problemas humanos. Nessa visão, a ciência é vista 
como infalível e capaz de responder a todas as questões 
humanas, inclusive as de ordem moral e filosófica.
No entanto, essa divinização da ciência é questionável, uma vez que a própria 
ciência está sujeita a limitações e revisões constantes. A ciência é um 
empreendimento humano, sujeito a erros, revisões e mudanças ao longo do 
tempo. Além disso, há áreas do conhecimento humano, como a ética e a 
filosofia, que não podem ser reduzidas a métodos puramente científicos.
Apesar das críticas, o positivismo teve uma influência significativa no 
desenvolvimento da ciência e da sociedade moderna. Contribuiu para o 
avanço das metodologias científicas, enfatizou a importância da observação e 
da experimentação, e influenciou áreas como a sociologia e a psicologia. No 
entanto, é importante reconhecer as limitações desse enfoque filosófico e 
não reduzir toda a compreensão e busca do conhecimento apenas à ciência.
O Positivismo no Brasil
O positivismo exerceu uma influência significativa no Brasil, principalmente 
durante o final do século XIX e início do século XX. O pensamento 
positivista foi introduzido no país pelo sociólogo e jurista brasileiro 
Raimundo Teixeira Mendes, que estudou com Auguste Comte na França. No 
Brasil, o positivismo foi adotado como uma ideologia que buscava orientar a 
sociedade e a política. Seus princípios, como o culto à ciência, a valorização 
da ordem e o progresso, e o objetivo de promover o bem-estar social, 
foram abraçados por intelectuais, políticos e militares da época.
Uma das principais figuras do positivismo no Brasil foi o escritor e professor 
Miguel Lemos, que fundou a Sociedade Positivista do Brasil em 1881. A 
sociedade tinha como objetivo disseminar os princípios positivistas e 
promover a educação moral e cívica da população.
O positivismo também influenciou o pensamento político brasileiro, 
especialmente durante a Proclamação da República em 1889. Os 
republicanos brasileiros, liderados por intelectuais como Benjamin Constant 
e Rui Barbosa, foram influenciados pelos ideais positivistas e buscaram 
estabelecer uma república baseada nos princípios da ordem, do progresso e 
da ciência.
Além disso, o positivismo teve impacto na educação brasileira. A ideia de 
educação moral e cívica, baseada nos princípios positivistas, foi amplamente 
difundida e adotada nas escolas brasileiras, influenciando o currículo e os 
métodos de ensino.
No entanto, é importante ressaltar que o positivismo no Brasil também 
enfrentou críticas e oposições ao longo do tempo. Houve debates sobre 
seus princípios autoritários e suas limitações como base para a 
compreensão da realidade social e política. Além disso, outras correntes 
filosóficas e políticas, como o liberalismo e o marxismo, também tiveram 
influência e disputaram espaço no pensamento brasileiro.
Atualmente, o positivismo não possui a mesma relevância e influência que 
relevância e influência que teve no passado, 
mas ainda é estudado e discutido como 
parte da história intelectual e política do 
Brasil.
@vestibularesumido
76
A fenomenologia de Husserl
A fenomenologia é uma corrente filosófica que foi 
desenvolvida principalmente por Edmund Husserl no início do 
século XX. Ela se concentra na análise e na descrição da 
experiência consciente, buscando compreender a essência 
dos fenômenos tal como são experimentados pelos sujeitos.
Husserl propôs um método fenomenológico que consiste em 
suspender os pressupostos prévios e as interpretações 
teóricas a fim de observar diretamente os fenômenos como 
se apresentam à consciência. Ele chamou essa atitude de 
"epoché", que significa colocar entre parênteses todas as 
noções pré-concebidas e simplesmente descrever os dados 
da experiência tal como se manifestam.
O objetivo da fenomenologia de Husserl é 
alcançar uma compreensão da "essência" dos 
fenômenos , ou se ja , das e s t ruturas 
fundamentais que constituem a experiência 
consciente. Husserl argumentava que devemos 
ir além das aparências superficiais e das 
interpretações subjetivas para acessar a essência 
pura dos fenômenos. Ele defendia que essa 
abordagem nos permitiria estabelecer uma base 
sólida para a investigação filosófica e científica. 
Um dos conceitos-chave da fenomenologia de 
Husserl é a "intencionalidade". Husserl afirmava 
que toda a experiência consciente é sempre 
direcionada a um objeto, ou seja, a consciência 
está sempre "voltada para" algo. Portanto, a 
experiência consciente não pode ser separada do 
objeto a que se refere. A intencionalidade é 
considerada uma característica essencial da 
consciência.
A fenomenologia de Husserl teve um impacto significativo na 
filosofia e nas ciências humanas. Influenciou muitos filósofos e 
pensadores posteriores, como Martin Heidegger, Jean-Paul 
Sartre e Maurice Merleau-Ponty, bem como áreas como a 
psicologia, a sociologia e a teoria literária.
No entanto, é importante mencionar que a fenomenologia de 
Husserl também recebeu críticas e gerou debates. Alguns 
questionaram a objetividade e a universalidade do método 
fenomenológico, argumentando que a experiência consciente 
é influenciada por fatores subjetivos e contextuais. Além disso, 
houve divergências e desenvolvimentos diferentes dentro da 
própria tradição fenomenológica, com diferentes abordagens 
e interpretações do método fenomenológico.
Martin Heidegger
Martin Heidegger foi um filósofo alemão do século XX 
conhecido por sua influente obra no campo da 
fenomenologia e da filosofia existencial. Ele nasceu em 
1889 e faleceu em 1976.
Heidegger é mais conhecido por seu livro "Ser e 
Tempo" (Sein und Zeit), publicado em 1927, que é 
considerado uma das obras filosóficas mais importantes 
do século XX. Nessa obra, Heidegger busca analisar a 
questão fundamental do sentido do ser, explorando a 
natureza da existência humana, sua relação com o tempo 
e sua capacidade de compreender o mundo.
OS PRINCIPAIS 
PENSADORES DO 
SÉCULO XX

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