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1. INTRODUÇÃO A filosofia e a era das ciências É possível afirmar que durante a Idade Média, a humanidade sofreu uma interrupção no desenvolvimento científico, isso porque, pouco ou nada foi gerado referente a pesquisa da natureza e seus recursos. Nesse período a Filosofia e a Teologia eram consideradas as grandes ciências, somando-se a estas as artes, a música e a poesia (Skinner, 2014). A partir do surgimento de um debate em torno da filosofia da natureza, observou- se a necessidade de abordar novos métodos sobre os quais a filosofia, poderia estabelecer seus estudos, assim que a filosofia moderna surgiu como um divisor entre os pensamentos clássico e contemporâneo (Santos, 2014). A busca do sentido das coisas, e a diligência de uma consciência filosófica, tem como foco a compreensão de uma forma geral e integrada do próprio sentido da existência do homem. Assim que, surge uma nova pragmaticidade: o homem não pode viver e existir apenas como um fato consolidado. Há uma necessidade inevitável de compreensão da sua própria existência. (Severino, 1992) Com o Renascimento (sec. XVI), considerado o início da era moderna, ocorreram diversas transformações, que favoreceram a retomada do desenvolvimento científico, como a mudança cultural que ocorreu no sentido do retorno à razão e no retorno à natureza: a razão aplicada à natureza (Santos, 2014). Desta forma, o acelerado progresso cientifico deveu-se, sobretudo, ao desenvolvimento do método experimental, já proposto e aplicado por intelectuais como, Bacon, Galileu e Newton. A metodologia moderna apoia-se, sobretudo, em dois pilares: matemática e experimentação. A matemática é considerada a maior expressão da ciência moderna, a linguagem de suas representações e conceitos, com a precisão, sendo um dos principais instrumentos da ciência (Rodrigues, 2008). O surgimento do pragmatismo No final do século XIX, sob a forte tensão que se colocava entre a filosofia e a ciência moderna, surge o pragmatismo, uma doutrina filosófica que trouxe princípios sistematizados pelas críticas ao racionalismo alemão e ao empirismo inglês. (Tiballi,2003). Essa nova doutrina filosófica opõe-se ao intelectualismo, e considera o valor prático como critério da verdade. O pragmatismo foi proposto pelo filósofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914), e outros pensadores, o psicólogo William James (1844-1910) e pelo jurista Oliver Wendell Holmes Jr (1841-1935) Nicholas Saint John Green (1930 - 1976). (Tiballi,2003). Esse grupo de intelectuais de Cambridge, Massachusetts, se reunia para discutir filosofia, se autodenominou The Metaphysical Club [Clube Metafísico] - uma alusão crítica à metafísica clássica e ao mesmo tempo uma tomada de posição em defesa de uma metafísica pragmática (Nascimento, 2011). O termo pragmatismo foi registrado pela primeira vez pelo psicólogo William James foi o primeiro filósofo que registrou o uso do termo em 1898, creditando autoria a Charles Sanders Pierce, que a partir de 1905, passou a adotar o termo pragmaticismo para nomear sua filosofia, isso porque, desaprovava a maneira como os jornais literários empregavam o termo original. Pragmatismo é um princípio filosófico cuja tese fundamental é que a ideia que se tem de um objeto, seria a soma das ideias e dos efeitos imaginários atribuídos pelo ser ao objeto, que a partir de então passa a ter um efeito prático qualquer (Nascimento, 2011). Pragmatismo: Principais concepções e representantes O pragmatismo possui adeptos em todo o mundo, a escola se expandiu e tem representantes em vários países. Dentre os principais pensadores da corrente pragamatista filosófica americana, estão: Charles Peirce - que defendia a tese da semiótica, próxima das interpretações de Hume, Kant e Berkeley - e William James, cujas teses se aproximam do utilitarismo de Stuart Mill, Darwin e Spencer – o positivismo. Na Inglaterra seu principal representante foi F. C. S. Schiller (1864-1937), filósofo que após temporada na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, retornou à Inglaterra para desenvolver seu pragmatismo humanista. Na França, dentre os adeptos da doutrina estão, Henri Bergson, Maurice Blondel, Émile Boutroux, Pierre Duhem, Henri Poincaré e Georges Sorel. Na Itália, o grupo de pragmatistas ficou conhecido pela publicação na revista Leonardo, em 1903, fundada por Giovanni Papini e Giuseppe Prezzolini. Na Alemanha a filosofia são Dewey e Mead teve um grande impacto num ramo da filosofia alemã – A antropologia filosófica (Nascimento, 2011). O pragmatismo avalia mais a prática do que a teoria e considera que, as consequências e efeitos da ação são mais importantes do que a seus princípios e conjeturas. Segundo a teoria pragmática, o critério de verdade deve ser encontrado nos efeitos e consequências de uma ideia, em sua eficácia, e em seu sucesso, ou seja, o valor de uma ideia está na concretização dos resultados que se propõe obter (Japiassu, 2001). Influências sobre o processo educacional. No século XX surgiram vários autores que abordam a questão educacional e propõe uma renovação pedagógica e metodológica. Seus princípios filosóficos são diversos: pragmatismo, personalismo, marxismo, etc. De uma forma geral, o princípio de educação desses pensadores, é comum: O aluno como sujeito da própria educação, com liberdade, aplicação de métodos autoavaliativos e sociais, entre outras. Assim, a educação por acordo geral é um desenvolvimento total, físico, mental e espiritual, tanto individual como social. Este desenvolvimento total é o significado de auto realização. Esta síntese dos diferentes aspectos do desenvolvimento do homem é uma característica do pragmatismo, assim como também, como de outras correntes filosóficas como, o idealismo, o naturalismo, e do realismo. Seria o significado do mais próximo da perfeição, aclamado como o objetivo da educação por vários pensadores. É também o que é conhecido como educação completa. Seria também, o significado humanista da educação, uma vez que o homem é um ser complexo com diversos aspectos de sua personalidade, todos os quais requerem um desenvolvimento completo. Desta forma pode-se considerar que partidário do pragmatismo é ser prático e ser realista. Com objetivos bem definidos, fugindo do improviso, é baseando-se no conceito de que as ideias e atos só são verdadeiros se servirem para a solução imediata de seus problemas. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS NASCIMENTO, E.M.M. Pragmatismo: uma filosofia da ação. Revista Redescrições: Revista on line do GT de Pragmatismo. ano 3. n. 1, 2011. RODRIGUES, M. R. F. O Paradigma emergente e a abordagem do ensino com pesquisa: uma proposta de resignificação para o ensino de biblioteconomia e ciência da informação no Brasil. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.159f, 2008. SANTOS, R. Introdução à Filosofia. Pelotas. Série Dissertatio-Incipiens. NEPFIL online. 108 p, 2014. SEVERINO, A. Filosofia. São Paulo: Cortez. 1992. SKINNER, B. F. A science of behavior. In: SKINNER, B. F. Science and human behavior. Cap II. Pearson Education, Inc. 496p, 2014. TIBALLI, E. F. A. Pragmatismo, experiência e educação em John Dewey. REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 26., 2003. Poços de Caldas, Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/ eliandafigueiredotiballi.rtf>. Acesso em: 10 dez. 2017.
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