Buscar

Apostila Sociologia VR 2023-17-18

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

@vestibularesumido
17
O materialismo histórico- dialético de 
Karl Marx: 
 
Formado em um ambiente de 
efervescências e transformações 
econômicas, o pensamento de Marx 
trouxe uma nova visão sobre a história e 
as relações humanas: 
Toda sociedade estaria assentada 
nas condições materiais para sua 
existência, ou seja, se basearia na economia. 
Marx considera que as mudanças nas 
sociedades seriam resultado não de ideias, 
mas de sua realidade material. É o que ele e 
Friedrich Engels (1820-1895), seu amigo e 
companheiro de trabalhos, teorizam sob a 
terminologia materialismo histórico. Este 
representaria uma teoria da história que 
procura explicar suas mudanças e o seu 
desenvolvimento por meio das 
contradições econômicas, conferindo às 
relações de trabalho e de produção uma 
importância preponderante na 
determinação dos acontecimentos. 
As ideias e o seu contexto: 
Marx explicou que, ainda no século XVI, as 
estruturas sociais predominantes na Europa 
eram de origem feudal; entretanto, com o 
comércio mundial alcançando novas e 
maiores proporções, as antigas classes 
transformaram-se, dando origem a novas. O 
enriquecimento dos comerciantes e, 
posteriormente, dos industriais, levou à 
formação de uma classe burguesa ou 
capitalista, detentora dos meios de 
produção. Já os antigos servos feudais, 
separados das terras e de todos os meios 
de produção, dariam lugar aos 
proletários, a classe operária, que, em 
troca de uma remuneração em dinheiro 
(salário), venderia sua força de trabalho, 
identificada como uma mercadoria.
 
Para Marx, o trabalho não é apenas um meio gerador de 
riqueza, mas também a forma por meio da qual o homem 
se humaniza, transformando o meio à sua volta de acordo 
com suas necessidades e interesses. Porém, essa 
dimensão do trabalho não seria mais verificável no 
sistema capitalista, pois o que se via era o trabalho 
pelo trabalho, visando tão somente à subsistência. Karl 
Marx compreendeu essa mudança no trabalho como um 
processo de alienação, pois, à medida que os proletários 
se tornavam alheios aos resultados de sua própria 
atividade, consequentemente eles se tornavam estranhos 
a si mesmos. Afinal, o que eles produziam servia 
apenas ao enriquecimento dos proprietários dos 
meios de produção, e não ao desenvolvimento de suas 
capacidades e condições de vida. 
A teoria do valor-trabalho e a produção capitalista: 
Na teoria do valor-trabalho são consideradas duas formas 
de valor: o valor de uso e o valor de troca das 
mercadorias. O valor de uso tem por base a satisfação de 
necessidades que uma determinada mercadoria 
proporciona, o que a faz representar uma qualidade ou 
utilidade distinta de outras: uma calça tem um valor de 
uso, um pacote de pães tem outro, um litro de leite tem 
outro, etc. 
 
KARL MARX:
@vestibularesumido
18
Ocorre que diferentes mercadorias, por mais que 
tenham qualidades distintas, podem também ser 
trocadas. E o que permite isso? Para Marx a 
resposta está no valor de troca: a medida do 
poder que uma mercadoria tem de ser passível de 
troca por determinada quantidade de outras. Mas 
como o valor de cada mercadoria poderia ser 
estipulado? Esse valor deveria ser medido pela 
quantidade de tempo de trabalho aplicado na 
produção de uma mercadoria. Assim, o valor de 
troca de cada mercadoria seria fruto da 
quantidade de tempo trabalhado para criá-la. Esse 
valor, portanto, está diretamente relacionado 
ao trabalho necessário para produzir 
determinada mercadoria. Por isso, essa ideia 
ficou conhecida como teoria do valor-trabalho. 
No entanto, no modo de produção capitalista, as 
mercadorias adquirem uma importância maior do 
que as forças humanas que as produziram. Essas 
últimas passam a ter sua vida, de certa forma, 
vinculada ao movimento do mercado, ou seja, 
de venda e compra. Em outras palavras, 
embora sejam as pessoas que produzam as 
mercadorias, essas acabam por se distanciar 
da relação de produção, ganhando uma 
espécie de nova identidade, construída com o 
auxílio do marketing e da imagem que as 
pessoas fazem dela. Esse processo é chamado 
por Karl Marx de fetichismo da mercadoria, uma 
vez que a mercadoria aparece como que “caída do 
céu”, sem que fique claro o processo de trabalho 
humano que foi necessário para produzi-la. 
 
Ideologia e estruturas sociais: 
O conjunto das relações de produção constitui a 
infraestrutura econômica da sociedade, ou seja, 
justamente sua base real. 
Acima dessa infraestrutura, segue- se o que Marx 
chama de superestrutura, ou seja, a ordenação 
política e jurídica, bem como as ideologias políticas, 
filosóficas, religiosas etc. Desse modo, a 
superestrutura depende da infraestrutura e é 
reflexo dela. 
O comunismo como o fim da história: 
De acordo com sua perspectiva dialética, Karl Marx 
enxergava, no decorrer da história humana, uma 
constante oposição entre opressores e oprimidos. 
O movimento em direção ao comunismo partiria do 
aprofundamento das desigualdades entre 
burguesia e proletariado e da conscientização 
desse último grupo sobre sua condição de 
exploração. Como consequência natural, viria a 
ruptura com o capitalismo e, então, sua 
superação, mediante a luta de classes.

Outros materiais