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31 VO LU M E 2 L IN G UA G EN S, C Ó D IG O S e su as te cn ol og ia s 1.1.8. Anacoluto Ocorre quando a estrutura sintática de uma oração é interrom- pida e um termo ou expressão que parecia ser essencial à sen- tença acaba ficando solto. Também conhecido menos tecnica- mente como processo de “quebra de frase”. Vejamos a seguir: Exemplos: “Esse chapéu que está na moda, você que gosta de chapéu devia comprar um.” (Esse cha- péu que está a moda = termo sintaticamente solto/deslocado.) “Eu, toda vez que chego, você me chama pra conversar.” (Eu = termo sintaticamente solto/ deslocado.) 1.1.9. Polissíndeto É uma figura caracterizada pela repetição enfática dos co- nectivos. Vejamos alguns exemplos: Exemplos: “Não canto, nem danço, nem escrevo, nem dese- nho.” (Repetição sistemática de conjunções aditi- vas enfatiza o fato de que o enunciador não realiza muitas atividades.) “Ou você dá a festa, ou viaja, ou faz o curso.” (Repetição sistemática de conjunções alternati- vas enfatiza as possibilidades de alternância.) 1.1.10. Assíndeto É uma figura caracterizada pela omissão das conjunções coordenativas. Vejamos a seguir: Exemplos: “Tem que ser selado, registrado, carimbado, ava- liado, rotulado, se quiser voar” (Carimbador ma- luco – Raul Seixas). Percebe-se que há uma sequência de elementos burocráticos que são apresentados na música, mas não verificamos nenhum tipo de conjunção estabelecendo entre eles relações de conexão. Figuras da linguagem – Luiz Costa Pereira Junior Este livro reúne 20 das mais significativas entrevistas realizadas por Luiz Costa Pereira Junior para a revista Língua Portuguesa. Em conversas com Saramago, Millôr Fernandes, Mia Couto, en- tre outros, mostra que pensar a vida ao pensar o idioma pode ser mais fecundo e brotar lugares mais inesperados do que, a princípio, se imagina; e muito do que se pensa sobre linguagem pode estar fora dos muros de quem a pesquisa. multimídia: livro DIAGRAMA DE IDEIAS FIGURAS DE SINTAXE DÃO MAIOR EXPRESSIVIDADE AO SIGNIFICADO GERAL DA FRASE HIPÉRBATO CATÁFORA SILEPSE ANÁFORA ELIPSE ANACOLUTO PLEONASMO ZEUGMA POLISSÍNDETO ASSÍNDETO 32 VO LU M E 2 L IN G UA G EN S, C Ó D IG O S e su as te cn ol og ia s 1. Figuras de linguagem IV 1.1. Figuras de pensamento As figuras de pensamento são formadas a partir do empre- go de termos conotativos, contrariando a expectativa do ouvinte. As principais figuras de pensamento são: 1. Antítese; 2. Paradoxo ou oximoro; 3. Eufemismo; 4. Ironia; 5. Hipérbole; 6. Prosopopeia ou personificação; 7. Apóstrofe; 8. Gradação; 9. Quiasmo; 10. Preterição; 11. Hipálage. 1.1.1. Antítese A antítese é a aproximação de palavras de sentido oposto a fim de destacar uma ideia ou conceito. É importante frisar que a antítese apenas “expõe“ as palavras opostas, sem cruzá-las. Vejamos alguns exemplos: “Bebo silenciosamente a essas imagens da morte e da vida” (natal – RubeM bRaGa) Em tristes sonhos morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. (À instabilidade das cousas do Mundo – GReGóRio de Matos) É possível perceber nos exemplos que há a evidenciação de imagens contrárias que detêm o mesmo valor na constru- ção da antítese (morte × vida e tristezas × alegrias). 1.1.2. Paradoxo ou oximoro O paradoxo é uma figura que “funde” conceitos opostos num mesmo enunciado. A junção de ideias entendidas como contraditórias costuma provocar um efeito de estra- nhamento. Exemplos: “Quanto mais trabalhamos mais temos dificulda- des financeiras.” “Esse garoto parece que dorme acordado.” 1.1.3. Eufemismo Trata-se de uma figura em que se empregam determinadas palavras com o objetivo de operar uma suavização de uma mensagem ruim a ser passada. Vejamos os exemplos: Exemplos: “A testemunha faltou com a verdade” = mentiu “O vigia passou desta para melhor” = morreu 1.1. 4. Ironia A ironia consiste no emprego de uma palavra ou expressão em um sentido contrário do que se está pensando, pro- duzindo efeito humorístico, satírico e até mesmo crítico. A ironia é uma figura de linguagem que não deixa transpare- cer imediatamente a intenção por trás do que foi expresso. Exemplos: Que rapaz “educado”! Entrou sem cumprimentar ninguém. (Imaginando que a pessoa tenha entrado no recinto sem cumprimentar ninguém no local). Essa reunião foi “pura diversão” (imaginando uma reunião que tenha sido extremamente desagradável). Atenção: na escrita, os termos que expressam a iro- nia são habitualmente marcados com aspas. 1.1.5. Hipérbole A hipérbole é uma figura de linguagem utilizada para provocar um exagero intencional na sentença. É importante frisar que a hipérbole não é um exagero gratuito. Seu objetivo é realçar a ideia original colocada na expressão. Em alguns casos se trata de uma construção já “enraizada” no sistema linguístico. Exemplos: “Faz umas dez horas que essa menina entrou no banho.” “Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.” “Estou morrendo de sede.” FIGURAS DE LINGUAGEM IV COMPETÊNCIA(s) 1, 6 e 9 HABILIDADE(s) 1, 3, 4, 18 e 29 LC AULA 8
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