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É preciso responder a todas as questões, pois o sistema não permite o envio do cartão com respostas em branco. ● Uma hora após o encerramento do prazo para preencher o cartão-resposta, você receberá um e-mail com o gabarito para conferir seus acertos e erros. Caso você seja aluno da Assinatura Ilimitada, você receberá, com o gabarito, a prova completa comentada – uma vantagem exclusiva para assinantes, com acesso apenas pelo e-mail e pelo ambiente do aluno. Em caso de solicitação de recurso para alguma questão, envie para o e-mail: treinodificil_jogofacil@grancursosonline.com.br. Nossa ouvidoria terá até dois dias úteis para responder à solicitação. Desejamos uma excelente prova! Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV ÉTICA PROFISSIONAL MARIA CHRISTINA 1 Sobre o efetivo exercício da atividade de advocacia, sua comprovação se dá por meio da: (A) participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado mediante certidão expedida exclusiva- mente por cartórios extrajudiciais. (B) participação anual mínima em cinco atos privati- vos de advogado mediante certidão de secretarias judiciais. (C) participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado mediante cópia, sem necessidade de autenticação de atos privativos. (D) participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado mediante certidão genérica expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do seu ofício. 2 Sobre os órgãos da OAB, assinale a alternativa correta. (A) A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade exclusiva promover a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. (B) A OAB mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. (C) O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advoga- dos do Brasil. (D) São órgãos da OAB o Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções, as Caixas de Assistência dos Advogados, todos dotados de personalidade jurídica. 3 Sobre as seccionais, assinale a alternativa incorreta. (A) Os Conselhos Seccionais são compostos de conse- lheiros eleitos proporcionalmente ao número de advogados com inscrição concedida, sendo que, abaixo de 3.000 inscritos, terão direito a apenas 30 membros. (B) Incluem-se no cálculo da composição dos elegíveis ao Conselho seus ex-Presidentes e o Presidente do Instituto dos Advogados. (C) Os Conselhos Seccionais são compostos de conse- lheiros eleitos proporcionalmente ao número de advogados com inscrição concedida, sendo que, a partir de 3.000 inscritos, ganha-se mais um membro por grupo completo de 2.000 inscritos, até o limite máximo de 80 membros. (D) O Conselho Seccional, a delegação do Conselho Fe- deral, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advo- gados, a diretoria e o conselho da Subseção podem ter suplentes, eleitos na chapa vencedora, em núme- ro fixado entre a metade e o total de conselheiros titulares. 4 Com relação aos honorários dos advogados, assinale a opção correta. (A) Quando o contrato de honorário adotar a cláusula de quota litis, os honorários devem ser necessariamen- te representados por pecúnia, e, quando acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser su- periores às vantagens advindas em favor do consti- tuinte ou do cliente. (B) A participação do advogado em bens particulares de cliente não é admitida, mesmo que contratado por escrito. (C) Os honorários da sucumbência excluem os contra- tados, não devendo ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte. (D) Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos alguns elementos, tais como a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas, o trabalho e o tempo neces- sários, excetuado o renome do profissional. 5 Sobre os honorários recebidos pelos advogados em con- traprestação dos serviços prestados, assinale a alterna- tiva correta. (A) Os honorários advocatícios devidos ou fixados em tabelas no regime da assistência judiciária podem ser alterados no quantum estabelecido, sendo que a verba honorária decorrente da sucumbência não pertencerá ao advogado. (B) O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários de forma alguma. (C) O crédito por honorários advocatícios, seja do advo- gado autônomo, seja de sociedade de advogados, autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro tí- tulo de crédito de natureza mercantil, exceto a emis- são de fatura, desde que constitua exigência do cons- tituinte ou assistido, decorrente de contrato escrito, vedada a tiragem de protesto. (D) Havendo necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos honorários advocatícios, deve o advoga- do renunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se re- presentar por um colega. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 6 Segundo o Estatuto da Advocacia, o Regulamento e o Código da OAB, é correto afirmar: (A) os autos de processos findos podem ser retirados por advogado, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 (dez) dias. (B) os honorários fixados em sentença pertencem ao ad- vogado, devendo a sua execução ser processada em ação autônoma. (C) o advogado substabelecido com reserva de iguais poderes pode cobrar honorários sem intervenção daquele que lhe substabeleceu. (D) estando concluso o processo, o advogado, mesmo com procuração nos autos, não pode examiná-los nem tomar apontamentos. 7 Vinícius, Juiz de Direito, foi exonerado, a pedido, de seu cargo no TJ da Bahia, em março de 2021. No mês de maio de 2021, Vinicius foi contratado por um conhecido escritório de advocacia. De acordo com as disposições constitucionais sobre a matéria, Vinícius: (A) pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quais se afastou, a partir do dia em que tiver sido publicado seu ato de exoneração. (B) pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quais se afastou, a partir de trinta dias conta- dos da data em que tiver sido publicado seu ato de exoneração. (C) não pode exercer a advocacia na Promotoria e no Ju- ízo dos quais se afastou, antes de decorridos noventa dias do afastamento do cargo por exoneração. (D) não pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quaisse afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por exoneração. 8 Nos termos do Estatuto da Advocacia, são impedidos de exercer a advocacia: (A) membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministé- rio Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julga- mento em órgãos de deliberação coletiva da Admi- nistração Pública direta e indireta. (B) os membros do Poder Legislativo, em seus diferen- tes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades pa- raestatais ou empresas concessionárias ou permis- sionárias de serviço público. (C) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro. (D) ocupantes de cargos ou funções de direção em ór- gãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público. FILOSOFIA DO DIREITO ODAIR JOSÉ 9 “Montesquieu defendeu a existência de corpos interme- diários entre o indivíduo e o Estado, tais como a magis- tratura, o Parlamento e os partidos políticos. Com base nesta ideia, o pensador corroborou a necessidade da constituição, em qualquer Estado, de três tipos de po- der: o poder executivo, o poder legislativo e o poder judiciário” (FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Ciência Polí- tica: enfoque integral avançado. São Paulo: Atlas, 2011). Tomando como referência a teoria da tripartição dos po- deres de Montesquieu, é correto concluir que: (A) a tripartição dos poderes é essencial para que os ci- dadãos usufruam de liberdade e segurança entre si e perante o Estado. (B) embora presente em Repúblicas e em Monarquias, a tripartição dos poderes foi pensada exclusivamen- te para as monarquias como meio de contenção de eventuais arbitrariedades do monarca. (C) diferentemente da teoria dos freios e contrapesos, a tripartição dos poderes assenta-se na ideia do equilí- brio entre os poderes proporcionado pela suprema- cia do legislativo sobre os demais poderes. (D) embora politicamente útil, a acumulação das fun- ções do executivo e do legislativo sob o comando do monarca se torna perniciosa ao próprio governo, di- ferentemente da função judiciária, essa sim poderá ser cumulada com o executivo sem consequências negativas ao governo. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 10 “Para nós, o objeto primário da justiça é a estrutura bási- ca da sociedade, ou mais exatamente, a forma pela qual as instituições sociais mais importantes distribuem os direitos e deveres fundamentais e determinam a divisão dos benefícios da cooperação em sociedade” (RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fon- tes, 2010). Tendo como referência o texto acima, pode-se afirmar corretamente que a teoria da justiça de J. Rawls defende: (A) a distribuição equitativa das riquezas da sociedade, nos moldes do pensamento marxista. (B) uma concepção utilitária de justiça, fundamentada no libertarianismo como ideologia política para con- secução da máxima liberdade individual. (C) a extinção das desigualdades por meio da supressão do direito de propriedade. (D) a concepção geral da justiça não impõe restrições quanto ao tipo de desigualdades que são admis- síveis, apenas se exige que a posição de todos seja melhorada. DIREITO CONSTITUCIONAL ANA PAULA BLAZUTE 11 A Associação “Juntos Pelo Meio Ambiente”, constituída e em funcionamento há 3 anos, quer ajuizar uma ação constitucional em face dos engenhos produtores de açúcar, que considerava responsáveis pela diminuição da qualidade do ar e pelo fato de as praças da cidade ficarem cobertas de fuligem em determinados períodos do ano, o que impedia a sua utilização pelos munícipes. A ação a ser ajuizada é pela associação é: (A) ação popular. (B) ação civil pública. (C) mandado de segurança. (D) reclamação constitucional. 12 O Presidente da República deu um soco no olho de um indivíduo, porque este vestia a camisa do Flamengo, time adversário do Presidente. O incidente foi presen- ciado por policiais. Com base no caso em análise, mar- que a alternativa correta. (A) Os policiais poderão efetuar a prisão em flagrante do Presidente da República, respondendo durante o mandato perante o Supremo Tribunal Federal. (B) Os policiais poderão efetuar a prisão em flagrante do Presidente da República, respondendo somente após o término do mandato (perante a justiça comum). (C) Os policiais não poderão efetuar a prisão em flagran- te do Presidente da República, respondendo somen- te após o término do mandato perante o Supremo Tribunal Federal. (D) Os policiais não poderão efetuar a prisão em fla- grante do Presidente da República, respondendo somente após o término do mandato (perante a jus- tiça comum). 13 Scobby, Presidente da Câmara dos Deputados, deseja concorrer à reeleição para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, qual seja, a Presidência da Câmara dos Deputados, ainda na mesma legislatu- ra. Com base no caso em análise, marque a alternati- va correta. (A) O mandato de Scobby é de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imedia- tamente subsequente. (B) O mandato de Scobby é de 2 (dois) anos, sendo per- mitida uma recondução para o mesmo cargo na elei- ção imediatamente subsequente. (C) O mandato de Scobby é de 4 (quatro) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imedia- tamente subsequente. (D) O mandato de Scobby é de 4 (quatro) anos, sendo permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 14 Uma decisão judicial do Tribunal de Justiça do estado X dispôs que cabe ao Poder Judiciário aumentar venci- mentos de servidores públicos sob o fundamento de iso- nomia, contrariando a Súmula Vinculante 37. Conforme a Constituição Federal, marque a alternativa correta. (A) A medida adequada contra a decisão judicial do Tri- bunal de Justiça do Estado X é a Reclamação Cons- titucional. (B) A medida adequada contra a decisão judicial do Tri- bunal de Justiça do Estado X é a Arguição de descum- primento de preceito fundamental. (C) A medida adequada contra a decisão judicial do Tribunal de Justiça do Estado X é o Recurso Ex- traordinário. (D) A medida adequada contra a decisão judicial do Tri- bunal de Justiça do Estado X é a Ação Direta de In- constitucionalidade. 15 Maria, Juíza de Direito de entrância intermediária, con- correu à promoção por antiguidade. Embora fosse a mais antiga entre os concorrentes, o seu nome foi recu- sado pelo tribunal. Considerando-se a sistemática cons- titucional de promoção por antiguidade, o tribunal: (A) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado da maioria absoluta dos membros. (B) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços dos seus membros. (C) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado da unanimidade dos membros. (D) não pode recusar o mais antigo, que possui direito subjetivo à nomeação. 16 De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Fe- deral, marque a alternativa correta. (A) Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de si- nal de celular em presídio é constitucional. (B) A definição dos crimes de responsabilidade e o esta- belecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência concorrente entre a União, os Estados e o DF. (C) É inconstitucional lei estadual que obrigue a divul- gação de fotos de crianças desaparecidas em jor- nais e TVs. (D) Os estados-membros não detêm a competência ad- ministrativa para explorar loterias. 17 Luíza, ocupante de cargo de provimento efetivo no Mu- nicípio Alfa, foi eleita e tomou posse no cargo de verea- dora. À luz da sistemática constitucional, Luíza: (A) poderá acumularo cargo no Município com o mandato eletivo, desde que haja compatibilidade de horários. (B) será exonerada do cargo no Município a partir da posse como Prefeita. (D) poderá acumular o cargo no Município com o man- dato eletivo, mesmo que não haja compatibilidade de horários. (D) ficará afastada do cargo no Município, sem receber a remuneração, durante o exercício do mandato. DIREITOS HUMANOS ALICE ROCHA 18 O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos ado- tado pela XXI Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966 e ratificado e inter- nalizado pelo Brasil no ano de 1992, propõe, de acordo com os países membros, que: (A) os povos têm direito à autodeterminação, e, em vir- tude deste direito, determinam com restrições seu estatuto político e asseguram com limites seu desen- volvimento econômico, social e cultural. (B) a pena de morte, nos países em que ainda exista, será respeitada com limitações, dentre elas a proibi- ção de imposição em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada a mulhe- res em estado de gravidez. (C) a liberdade de opinião sofrerá restrições não pre- vistas em lei, desde que se façam necessárias para assegurar o respeito aos direitos de proteção à segu- rança nacional. (D) a pessoa vítima de prisão ilegal terá direito à repara- ção, salvo quando tiver em período de instabilidade social e for para fim de apuração de fato ou de con- duta relacionados à segurança nacional. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 19 O Tratado de Marraqueche, para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visu- al ou com outras dificuldades para aceder ao texto im- presso, foi firmado em 2013 e aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em 2015. A respeito desse documen- to, assinale a alternativa incorreta. (A) Entre os beneficiários do Tratados, estão as pessoas com deficiência visual ou outra deficiência de per- cepção ou de leitura que não possa ser corrigida para se obter uma acuidade visual substancialmente equi- valente à de uma pessoa que não tenha esse tipo de deficiência ou dificuldade e para quem é impossível ler material impresso de uma forma substancialmen- te equivalente à de uma pessoa sem deficiência ou dificuldade. (B) Mesmo com a assinatura de 51 Estados, o tratado só entrou em vigor após o depósito da vigésima ratificação. (C) Esse tratado possui hierarquia constitucional, pas- sando a integrar nosso ordenamento por decreto do poder executivo de janeiro de 2017. (D) Entre os beneficiários do Tratado estão os que es- tejam impossibilitados, de qualquer outra maneira, devido a uma deficiência física, de sustentar ou ma- nipular um livro ou focar ou mover os olhos da forma que normalmente seria apropriado para a leitura. DIREITO INTERNACIONAL ALICE ROCHA 20 Sebastien, de nacionalidade húngara, cometeu um la- trocínio na França e fugiu para o Brasil no meio da pan- demia de 2020. Todavia, Sebastien já é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) pela prática de outros crimes em diversos países da Eu- ropa e da África. Para evitar que Sebastien continue a fugir para outros países, pode ser solicitada: (A) prisão cautelar exclusivamente por um dos países em que Sebastien cometeu os crimes. (B) prisão cautelar pelo ponto focal da Organização In- ternacional de Polícia Criminal (Interpol), desde que o pedido esteja devidamente instruído com a docu- mentação comprobatória da existência de ordem de prisão. (C) prisão cautelar, desde que seja apresentado pedido formal por escrito, não sendo admitido pedido por fax ou mensagem eletrônica. (D) prisão cautelar, desde que o pedido seja encaminha- do conjuntamente com a formalização do pedido ex- tradicional relativo a Sebastien. 21 Ana, espanhola, entrou com uma ação de cobrança na Espanha contra empresa brasileira de exportação de ovos pelo descumprimento de contrato celebrado na Espanha. A empresa brasileira foi condenada e, imedia- tamente, Ana entrou com pedido de homologação da sentença no Brasil. De acordo com as regras brasileiras, para que essa sentença seja homologada no Brasil será necessário: (A) que a sentença estrangeira tenha transitado em jul- gado na Espanha. (B) que a sentença estrangeira não ofenda a coisa julga- da na Espanha. (C) que as partes tenham sido citadas, não sendo admi- tida revelia. (D) que a sentença estrangeira seja eficaz na Espanha, mas sem que necessariamente tenha transitado em julgado no país de origem. DIREITO TRIBUTÁRIO MARIA CHRISTINA 22 A União executou João por uma dívida tributária não prescrita perante a Vara de Execução. Após juízo positivo de admissibilidade, o executado foi devidamente citado pelo correio. São opções possíveis para o executado: (A) requerer o parcelamento do débito e concomitante- mente apresentar embargos à execução em 15 dias. (B) efetuar o pagamento no prazo de três dias e ser isen- tado do pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. (C) apresentar embargos à execução por meio de peti- ção simples nos próprios autos da execução, no pra- zo de quinze dias, a contar da juntada do mandado de citação cumprido. (D) efetuar o pagamento em 5 dias ou nomear bens à penhora. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 23 Acerca dos institutos da Competência, Capacidade Tri- butária e Cometimento, assinale a opção correta. (A) A atribuição constitucional de competência tributá- ria compreende a competência legislativa plena, res- salvadas apenas as limitações contidas na Constitui- ção Federal e nas Constituições dos Estados. (B) A competência tributária é indelegável, inclusive com relação às funções de arrecadar ou fiscalizar tri- butos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. (C) A atribuição de capacidade tributária pode ser revo- gada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. (D) Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da fun- ção de arrecadar tributos. 24 Em Direito Tributário, ramo pertencente ao direito pú- blico, a presunção de fraude à execução fiscal resta con- figurada com: (A) o protesto da Certidão da Dívida Ativa. (B) a inscrição do débito tributário na Dívida Ativa. (C) o ajuizamento da ação de execução fiscal. (D) o despacho que ordenou a citação do executado. 25 O sistema tributário nacional é integrado por um con- junto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do Estado. A respeito dos princípios da anterioridade e da irretroatividade, assinale a op- ção correta. (A) Todos os impostos se submetem aos princípios da anterioridade e da irretroatividade, mas taxas, con- tribuições e demais espécies tributárias somente se submetem ao princípio da irretroatividade. (B) Todos os tributos devem se submeter aos princípios da anterioridade e da irretroatividade. (C) O princípio da irretroatividade aplica-se a todo tribu- to; o da anterioridade, por sua vez, admite exceções. (D) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos impostos e às taxas; o da anterioridade se aplica a todos os tipos de tributos. 26 Sobre lançamento e crédito tributário, é correto afirmar: (A) o benefício da denúncia espontânea aplica-se aos tributos sujeitos a lançamento por homologação re- gularmente declarados, embora pagos a destempo. (B) em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, se não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco consti- tuir o crédito tributário conta-se exclusivamente do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (C) a entrega de declaração pelo contribuinte, reconhe- cendo débito fiscal, não exime o Fisco de adotar as providências necessárias para aconstituição do cré- dito tributário. (D) a atividade de lançamento é obrigatória, muito em- bora discricionária, sob pena de responsabilidade funcional. DIREITO ADMINISTRATIVO GUSTAVO BRÍGIDO 27 Sobre desapropriação, assinale a afirmativa correta. (A) A tredestinação vem a ser a desapropriação par- cial do bem. (B) O direito de penetração confunde-se com a imissão provisória na posse. (C) A desapropriação é a forma de aquisição derivada da propriedade, segundo a doutrina majoritária. (D) A declaração de urgência e o depósito prévio do va- lor são pressupostos que permitem ao expropriante a imissão provisória na posse. 28 Leandro foi denunciado pela prática do crime de preva- ricação. Em virtude desses fatos, foi instaurado procedi- mento administrativo em seu desfavor, sendo este arqui- vado por ausência de provas. Diante disso, o processo criminal de Leandro deve: (A) ser extinto sem julgamento do mérito, pois todas as decisões administrativas vinculam o juízo criminal. (B) ter prosseguimento normal, não sendo atingido pela decisão administrativa. (C) ser extinto sem julgamento do mérito, pois especifi- camente a motivação adotada no procedimento ad- ministrativo vincula o criminal. (D) ser extinto com julgamento do mérito, sendo Lean- dro absolvido. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 29 Eugênio, fisioterapeuta ocupante de cargo efetivo em um Hospital Estadual, em procedimento de intubação de paciente por conta da Covid-19, acabou, por pura im- perícia, causando sérios traumas em Maria, com lesões irreversíveis à sua saúde. No caso em tela, em tema de indenização em favor de Maria, aplica-se a responsabi- lidade civil: (A) objetiva do Estado, segundo a qual é imprescindível a comprovação do elemento subjetivo da condu- ta de Joana. (B) objetiva do Estado, e não cabe ação regressiva do Estado contra Joana, pela teoria do risco admi- nistrativo. (C) objetiva do Estado, segundo a qual não há necessida- de de análise do dolo ou culpa de Joana. (D) subjetiva do Estado, segundo a qual é imprescindível a comprovação do dolo ou culpa de Joana. 30 A Lei n. 8.429/1992 dispõe sobre os atos que configuram improbidade administrativa. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. (A) Ela determina que os atos de improbidade admi- nistrativa somente podem ser praticados por servi- dor público. (B) Ela se aplica apenas aos atos de improbidade prati- cados contra a Administração Pública direta e indi- reta, não sendo aplicável aos atos praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão público. (C) Ela dispõe que o ressarcimento integral do dano só poderá ser imposto quando a lesão ao patrimô- nio público decorrer de ação ou omissão dolosa ou culposa. (D) Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. 31 Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica especificamente o princípio da: (A) autotutela, o qual indica que a Administração Públi- ca ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tari- fas para manter a lucratividade da atividade. (B) modicidade, segundo o qual os serviços públicos de- vem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos. (C) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da co- letividade. (D) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação pro- voque colapso nas múltiplas atividades particulares. 32 De acordo com a Lei n. 8.666/1993, é hipótese de inexi- gibilidade de licitação quando o Prefeito Municipal con- trata sociedade empresária: (A) para a locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas ne- cessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha. (B) para compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a re- alização dos processos licitatórios correspondentes, realizados diretamente com base no preço do dia. (C) de notória especialização, para prestação de serviços técnicos de treinamento e aperfeiçoamento de pes- soal, de natureza singular. (D) de fornecimento ou suprimento de energia elétri- ca e gás natural com concessionário, permissioná- rio ou autorizado, segundo as normas da legislação específica. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO AMBIENTAL NILTON COUTINHO 33 Em viagem para o nordeste, João ficou sabendo que havia uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável na- quela região. Em conversa com um morador da região, ficou sabendo que a Reserva de Desenvolvimento Sus- tentável é uma área natural que abriga populações tradi- cionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentá- veis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológi- cas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversi- dade biológica. Querendo obter mais informações so- bre o tema, procura um advogado especialista na área, o qual lhe informa que, com base no disposto na Lei n. 9.985/2000, as atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes condições: (A) é proibida a visitação pública, ainda que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. (B) é permitida e incentivada a pesquisa científica volta- da à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do ór- gão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. (C) deve ser sempre considerado os aspectos econômi- cos e sociais envolvidos, a fim de garantir que a po- pulação tradicional consiga obter rendimentos que permitam melhores condições de vida. (D) é proibida a exploração de componentes dos ecos- sistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, ainda que sujeitas ao zoneamento, às li- mitações legais e ao Plano de Manejo da área. 34 Cecília fora autuada pela prática de uma infração ad- ministrativa na área ambiental. Preocupada com a si- tuação, e querendo obter maiores informações sobre o tema, consulta um advogado especialista na área, o qual lhe informa que: (A) se Cecília cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-á aplicada a sanção mais grave, com aumento de pena. (B) a multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. (C) a multa simples será aplicada sempre que o cometi- mento da infração se prolongar no tempo. (D) proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até cinco anos, é uma espécie de sanção restritiva de direito. DIREITO CIVIL ROBERTA QUEIROZ 35 Zeferino possui três filhos, Manoel, Jorge e Dadinho, sendo esse último filho socioafetivo de um relaciona- mento que teve com Matilde. Zeferino sempre demons- trou maior amor por Jorge que, inclusive, sempre morou com o pai. Quando da morte de Zeferino, foi encontrado um testamento feito por ele destinando todos os seus bens a Jorge. Considerando-se a situação narrada, mar- que a alternativa correta. (A) O testamento de Zeferino deve ser cumprido, pois representa a vontade do falecido. (B) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando a legítima dos demais herdeiros neces-sários, excluindo Dadinho. (C) O testamento deve ser considerado válido, mas ineficaz. (D) Trata-se de caso de redução de disposição testamen- tária, devendo a legítima ser partilhada entre Manoel, Jorge e Dadinho. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 36 Marinalva toma medicamento controlado desde os 15 anos em virtude de uma bipolaridade e uma esquizo- frenia grave que sofre. Contudo, quando completou 32 anos, apaixonou-se por Carlinhos, rapaz que possui Sín- drome de Down, e os dois pretendem se casar. Conside- rando-se o caso narrado, marque a alternativa correta. (A) Marinalva é absolutamente incapaz, e não pode con- trair matrimônio. (B) Carlinhos é absolutamente incapaz, mas pode con- trair matrimônio. (C) Carlinhos e Marinalva são relativamente incapazes, e não podem contrair matrimônio. (D) Tanto Marinalva quanto Carlinhos são plenamente capazes e podem se casar sem consentimento de re- presentantes. 37 Janaína, maior e capaz, conheceu Astolfo pela internet. O rapaz mora na Fenda do Biquíni, próximo ao Triângu- lo das Bermudas. Janaína decidiu, então, pegar férias de seu trabalho e ir ao encontro do amado. Comprou passagem e foi cantarolando no voo: “Se lembre que eu há muito tempo te amo; Te amo! Te amo! Quero fazer você feliz; Vamos pegar o primeiro avião; Com destino à felicidade; A felicidade pra mim é você…”. Após alguns dias de descanso, veio a tragédia: um enorme tsunami devastou o local. Muitas e muitas pessoas morreram; não sobrou quase nada da cidade. O corpo de Janaína desapareceu. Pautado nas informações acima, marque a alternativa correta: (A) A morte de Janaína somente poderá ser registrada após encontrar o corpo e for atestada a morte. (B) A declaração de morte de Janaína depende de de- claração prévia de ausência, haja vista o desapareci- mento do corpo. (C) A morte de Janaína pode ser declarada, independen- temente de declaração de ausência, mediante proce- dimento de justificação, não podendo o juiz declarar data provável de morte. (D) A morte de Janaína pode ser declarada, independen- temente de declaração de ausência, mediante proce- dimento de justificação, devendo o juiz declarar data provável de morte. 38 Totonho se comprometeu a entregar um cavalo de raça para Gustavo do Tchererê no dia 20/05/2021. No ato de celebração da compra e venda do cavalo, Totonho, ven- dedor, comprometeu-se a entregar o cavalo na fazenda de Gustavo, até as 17 horas deste dia. Ocorre que Toto- nho simplesmente esqueceu de levar o cavalo. No dia 21/05/2018, houve o rompimento de uma barragem próxima à fazenda de Totonho, local onde o cavalo esta- va, e acabou causando a morte do animal. Marque a al- ternativa que apresenta a solução adequada para o caso. (A) Gustavo tem direito de exigir perdas e danos de To- tonho, mesmo que a morte do cavalo tenha ocorrido por um fortuito. (B) Gustavo terá direito à devolução da metade do valor do pagamento do cavalo, visto que poderia buscar o cavalo e não o fez. (C) Totonho não poderá responder, perante Gustavo, pela morte do cavalo, pois se trata de fortuito. (D) Gustavo não poderá exigir a devolução do valor refe- rente ao cavalo. 39 Inalda assumiu com o Banco X contrato de seguro de vida, estabelecendo seu filho Renato como beneficiário da referida avença, em caso de seu falecimento. Seis me- ses depois de celebrar o contrato, Inalda é acometida por uma grave depressão, decorrente de um aborto, e acaba cometendo suicídio. Considerando-se a jurispru- dência recente do STJ e o disposto no contrato de Seguro de Vida, marque a alternativa correta. (A) Renato não detém legitimidade ad causam para ajui- zar ação em face do Banco para exigir o adimplemen- to do contrato. (B) No seguro de vida para o caso de morte, é ilícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. (C) O beneficiário não tem direito ao capital estipula- do quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato. (D) É válida cláusula que exclui o pagamento do capital em caso de suicídio. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 40 Manuel, menor púbere, vive com sua genitora, já que seu pai faleceu há alguns anos. Manuel herdou um vas- to patrimônio quando do falecimento de seu pai. Agora, com receio por ter contraído uma doença devastadora, deseja confeccionar seu testamento. Para tanto, con- sulta um advogado, que lhe presta a seguinte e correta informação: (A) Manuel, por ser incapaz, não pode fazer seu testamento. (B) Manuel poderá redigir seu testamento mediante a representação de sua genitora. (C) Manuel, caso confeccione seu testamento, por não ter filhos, poderá dispor livremente de seus bens. (D) Manuel poderá testar seus bens, sozinho, sem repre- sentação, desde que respeite a legítima. 41 Inês contratou os serviços de Ana para corretagem no intuito de vender seu apartamento. Ana sempre traba- lhou no sentido de tentar vender o apartamento. Em sede de contrato, ficou consignado que, caso ocorres- se a venda, seria devido à Ana, à título de corretagem, o valor de dez por cento da venda. Após alguns meses, despretensiosamente, em meio a um almoço de amigos, Inês comentou da venda do apartamento e um amigo se interessou, comprando o imóvel. Sobre o caso, marque a alternativa correta. (A) O valor de corretagem não pode ser cobrado por Ana, pois não foi ela quem intermediou a venda. (B) Ana não poderia ter realizado a venda direta, des- cumprindo o contrato de corretagem. (C) O valor de corretagem é sempre devido. (D) O valor de corretagem, nesse caso, somente pode ser cobrado por Ana caso haja cláusula de exclusividade. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PATRÍCIA DREYER 42 Ricardinho do Morro, enquanto menor de idade, prati- cou inúmeros atos infracionais, dentre eles ato infracio- nal análogo a tráfico e homicídio. Diante dessas condu- tas, ele foi apreendido aos 17 anos de idade e internado. Com 19 anos, ainda internado e cumprindo a referida medida socioeducativa, Ricardinho do Morro estupra uma das agentes que trabalhava na unidade de acolhi- mento, em vingança por ela ter obrigado os internos do gênero masculino a se vestirem de biquíni e desfilarem para todos os agentes. Diante da hipótese acima, assina- le a alternativa correta. (A) Se instaurado o processo crime, a medida socioedu- cativa de internação poderá ser extinta, tendo em vista sua ineficácia. (B) A conduta de Ricardinho do Morro é lícita, pois agiu em legítima defesa. (C) Os casos de suspeita ou confirmação de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra ado- lescente serão obrigatoriamente comunicados ao Ministério Público, mas não ao Conselho Tutelar, em razão da sua incompetência em atuar em casos como o relatado. (D) Ricardinho do Morro deverá ser imediatamente libe- rado e responder ao processo crime de homicídio em liberdade. 43 A menor Cristininha do Beco responde pelo ato infracio- nal análogo ao crime de tráfico internacional de entor- pecentes e porte ilegal de arma. Diante disso, o Juízo da Infância e Juventude condenou-a, por meio de sentença, a cumprir medida socioeducativa de internação. Diante disso, Maria Clara, advogada bastante diligente, preten- de recorrer da sentença e alcançar medida socioeduca- tiva mais branda. Com base na hipótese acima, assinale a alternativa correta. (A) O prazo recursal será contado em dias úteis, com fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescen- te, e o Ministério Público não terá prazo em dobro. (B) Não há possibilidade de medida mais branda, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente assevera que a sanção da internação é a única aplicável em caso de ato infracional análogo ao tráfico de entorpecentes. (C) O prazo recursal será contado em dias úteis, com fundamento no Código de Processo Civil, aplica- do subsidiariamente ao Estatuto da Criança e do Adolescente. (D) O prazo recursal será contadoem dias corridos, com fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescente. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PATRÍCIA DREYER 44 Alice, mãe dos menores Theo e Marie, levou os filhos ao supermercado, ocasião em que eles fizeram uma série de exigências, querendo levar todo tipo de salgadinhos, balas, chocolates e refrigerantes, sempre fazendo men- ção a inúmeros personagens e propagandas que os dois tinham visto na televisão e no celular por meio da inter- net. Tendo se dado conta que tinha sido um momento muito estressante para a mãe, diante de tantas exigên- cias dos filhos, Alice procura você como advogado(a) especializado(a) em Direito do Consumidor que, acerta- damente, orienta que: (A) não há o que Alice ou qualquer outra pessoa possa fazer, pois o Estado brasileiro assegura ampla liber- dade de expressão. (B) as crianças só não podem ser destinatárias de publi- cidades que falem de alimentos ultraprocessados ou industrializados, bebidas alcoólicas e cigarros. (C) é abusiva a publicidade de alimentos direcionada, de forma explícita ou implícita, a crianças. (D) as crianças podem ser destinatárias de todo tipo de publicidade que trate de alimentos e bebidas, por lhe faltar poder de consentimento, tampouco deve ser destinatária de publicidade que as incita a agirem como se plenamente capazes fossem. 45 Raquel é consumidora desenfreada e acabou por fazer empréstimo no banco, dividindo-o em 96 parcelas, para além do crédito consignado que já tinha pegado para aumentar seu poder de compra. Além disso, Raquel também pegou empréstimo no cartão de crédito que estava, por cláusula contratual, autorizado a descontar o mínimo da fatura diretamente na conta corrente, como forma de sempre manter adimplida a obrigação. Ocorre que Raquel fez os 15 pagamentos do primeiro emprés- timo diretamente no caixa eletrônico, e tinha apenas os papéis termossensíveis que saem da máquina do caixa eletrônico como comprovante. Obviamente que esses papéis termossensíveis, com o tempo, e especialmente altas temperaturas, se apagaram, e Raquel recebeu há dois dias uma citação exigindo o pagamento dessas 15 parcelas acrescidas de juros, atualização monetária e honorários, sem contar que Raquel não tem conseguido, mesmo com os descontos em conta corrente, arcar com a totalidade do valor mensal devido ao banco. Raquel não tem qualquer outro comprovante do pagamento e precisa elaborar sua defesa. Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta. (A) Raquel deve pagar novamente todas as parcelas, pois, se não tem o comprovante, pagou mal, e quem paga mal paga duas vezes. (B) Raquel só deve pagar as últimas doze parcelas, por- que as outras já estão prescritas. (C) São lícitos os descontos de parcelas de empréstimos bancários comuns em conta-corrente, ainda que utilizada para recebimento de salários, desde que previamente autorizados pelo mutuário e enquanto esta autorização perdurar, não sendo aplicável, por analogia, a limitação prevista nos empréstimos con- signados em folha de pagamento. (D) O banco terá que provar que não houve pagamen- to, visto que há fato do serviço do banco quando ele emite comprovantes de suas operações por meio de papel termossensível. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO EMPRESARIAL EUGÊNIO BRUGGER 46 Muito se discute acerca da origem histórica do Institu- to da Desconsideração da Personalidade Jurídica. Para a maioria da doutrina, apesar de existir desde o Império Romano – onde, em razão da evolução social, se chegou a conceber, embora timidamente, a subjetividade patri- monial das corporações – o Instituto teve sua origem nos Estados Unidos, em 1809, quando do julgamento do caso Bank of United States v. Deveaux, seguido pelo julgamen- to do caso Salomon x Salomon Co, em 1897, na Inglaterra. No caso americano, julgado pelo i. juiz Marshall, a teoria da desconsideração foi aplicada para preservar a jurisdição das Cortes Federais sobre as corporations, uma vez que a Cons- tituição Federal Americana, no seu artigo 3º, limita a jurisdi- ção às controvérsias entre cidadãos de diferentes Estados. O julgado, apesar de ser considerado um marco no es- tudo da desconsideração da personalidade jurídica, foi extremamente criticado pela doutrina, que não o consi- dera um leading case, mas apenas uma discussão sobre a competência da justiça federal norte americana. Para a maior parte da doutrina, o verdadeiro leading case do instituto foi o caso Salomon vs. Salomon & Co, onde o empresário Aaron Salomon constituiu uma empresa com outros seis membros de sua família, mas cedeu seu fundo de comércio à sociedade, recebendo vinte mil ações representativas de sua contribuição, en- quanto para cada um dos outros membros coube ape- nas uma ação para integrar o valor da incorporação. A empresa acabou se tornando insolvente e seus credo- res sustentavam que o patrimônio de Salomon deveria responder pela dívida da sociedade, já que sua criação teria sido mero artifício para limitar sua responsabilidade. O juízo de primeira instância e depois a Corte Americana acolheram a pretensão dos credores e consideraram que a empresa era uma entidade fiduciária de Salomon e que ele, na verdade, era o efetivo proprietário do fundo de comércio. A Casa dos Lordes reformou o entendimen- to ao entender que a empresa havia sido validamente constituída, no momento em que a Lei simplesmente re- queria a participação de sete pessoas criando uma pes- soa diversa de si mesma. Não existiu, enfim, responsabi- lidade pessoal de Aaron Salomon para com os credores de Salomon & Co. e era válido o seu crédito privilegiado. Após os julgados acima, a Teoria foi se tornando cada vez mais difundida, chegando à doutrina brasileira atra- vés de Rubens Requião, em 1969, com a obra Desregard Doctrine. Já no ordenamento jurídico, foi incorporada, inicialmente, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e, posteriormente, pelo Código Civil de 2002. Além disso, está presente nas Leis de Infrações à Ordem Econômica (8.884/94) e do Meio Ambiente (9.605/98). FONTE: Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – Hayna Bittencourt – 2013. Sobre a desconsideração da personalidade jurídica no Código Civil e suas alterações com a Lei n. 13.874/2019, assinale a alternativa correta. (A) O Código Civil adota a teoria menor da desconsidera- ção da personalidade jurídica. (B) O Código Civil adota exclusivamente a teoria maior subjetiva da desconsideração da personalida- de jurídica. (C) O Código Civil adota exclusivamente a teoria maior objetiva da desconsideração da personalida- de jurídica. (D) O Código Civil adota a teoria maior subjetiva e obje- tiva da desconsideração da personalidade jurídica. 47 Gabriel e Rodrigo decidiram constituir uma sociedade anônima, com a finalidade de difusão do ensino no Bra- sil e no mundo. Sabidos que só desenvolveriam a me- lhor plataforma de ensino do Brasil; nela, os alunos têm acesso a uma infinidade de videoaulas, PDFs, exercícios, tendo até psicólogo(a) para ajudar aqueles alunos que já estão “batendo biela” (ficando doido) de tanto estudar. Nasce então o GranCursos. Com dúvidas sobre a escolha do nome empresarial, Ga- briel e Rodrigo procuram você, advogado (a), que res- pondeu corretamente: (A) a sociedade anônima opera sob denominação in- tegrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, obri- gatória a designação do objeto social. (B) a sociedade anônima opera sob denominação in- tegrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, facul- tada a designação do objeto social. (C) a sociedade anônima opera sob firma integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “compa- nhia”, por extenso ou abreviadamente, facultada a designação do objeto social. (D) a sociedade anônima opera sob firma integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou“compa- nhia”, por extenso ou abreviadamente, obrigatória a designação do objeto social. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 48 Roberta, Raquel, Maria Christina e Patrícia são sócias da sociedade Cereja do Bolo Moda Íntima Ltda., cujo capital social está partilhado em partes iguais entre as sócias. Roberta e Raquel, após muitos anos de trabalho, deci- diram tirar férias e foram para Las Vegas. Certa noite, num dos cassinos da Sin City, Raquel mostrou para os estadunidenses o que é o famoso “pipoco do trovão”, é até difícil relatar o fato, afinal somente ela, Roberta e Las Vegas sabem o que realmente aconteceu — o que acontece em Vegas fica em Vegas. Fato é que, após aquele dia, Raquel nunca mais foi a mesma, e, na condição de administradora da sociedade, começou a entabular diversos contratos muito onerosos e de difícil execução, alguns deles, inclusive, à margem do objeto social, o que colocou em xeque a continuidade da empresa. Muito preocupadas, Maria Christina e Patrícia procuram você, advogado (a), para saber da possibilidade da exclu- são extrajudicial de Raquel do quadro societário. Você respondeu corretamente que: (A) quando a maioria dos sócios, representativa de mais de três quartos do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclu- são por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reu- nião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada em tempo hábil para per- mitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (B) quando a maioria dos sócios, representativa de mais de três quartos do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, ainda que não prevista neste a ex- clusão por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada nas 24 (vinte e quatro) horas anteriores para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (C) quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclu- são por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reu- nião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada em tempo hábil para per- mitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (D) quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, ainda que não prevista neste a ex- clusão por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada nas 24 (vinte e quatro) horas anteriores para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. 49 A Companhia Crossing é uma multinacional que atua no segmento de supermercado, com estabelecimen- tos empresariais espalhados no território nacional. Nas contratações com seus fornecedores, por orientação do chefe do departamento jurídico, o advogado Dr. Saul Goodman, foram incluídas cláusulas compromissórias, por meio das quais as partes comprometeram-se a sub- meter à arbitragem os litígios que poderiam vir a surgir, relativamente a tais contratos. Em 15/03/2022, foi decretada a falência da Companhia Crossing pelo juízo da 3ª Vara de Registros Públicos, Fa- lências e Concordatas de Belo Horizonte/MG, local de seu principal estabelecimento e foi nomeado, como administrador judicial, Walter White (administrador de empresas). No dia 21/03/2022, Los Pollos Hermanos Ltda., fornece- dora da falida, manifestou à devedora sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal, mediante com- provação de recebimento, convocando-a para, no dia 25/04/2022, às 15h, na 5ª Câmara Arbitral de Belo Hori- zonte/MG, firmar o compromisso arbitral. Diante desse estado de coisas, a decretação da falência: (A) autoriza Walter White a recusar a eficácia da conven- ção de arbitragem. (B) impede a instauração de procedimento arbitral por Walter White. (C) não autoriza Walter White a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, mas impede a instauração de procedimento arbitral. (D) não autoriza Walter White a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo a instaura- ção de procedimento arbitral. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 50 A insolvência transnacional prevista na Lei n. 11.101/2005 tem o objetivo de proporcionar mecanis- mos efetivos para, salvo: (A) a proteção e a maximização do valor dos ativos dos credores. (B) o aumento da segurança jurídica para a atividade econômica e para o investimento. (C) a administração justa e eficiente de processos de in- solvência transnacional, de modo a proteger os inte- resses de todos os credores e dos demais interessa- dos, inclusive do devedor. (D) a cooperação entre juízes e outras autoridades com- petentes do Brasil e de outros países em casos de insolvência transnacional. DIREITO PROCESSUAL CIVIL RAQUEL BUENO 51 Carlos promoveu uma ação possessória de força nova em face de seu vizinho Juvenal, por suposto esbulho parcial praticado pelo réu, descoberto pelo desvio da cerca que separava as duas chácaras, situadas no Gama/ DF. Todavia, ao receber a citação, Juvenal procurou seu patrão e dono da chácara, Eduardo, que contratou um advogado para seu caseiro Juvenal. Ressalte-se que Carlos colocou como valor da causa o montante de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), valor total do imóvel objeto de invasão. A partir desta realidade, assinale a opção certa. (A) O advogado de Juvenal deve promover a nomeação à autoria. (B) O advogado do caseiro deve arguir, em preliminar de contestação, a ilegitimidade passiva e impugnar o va- lor da causa. (C) O advogado do caseiro deve arguir, em preliminar de contestação, a ilegitimidade passiva, indicando ou não o verdadeiro responsável pelo suposto esbulho, qual seja, seu patrão Eduardo. (D) Caso Juvenal queira formular qualquer preten- são em face de Carlos, deverá utilizar-se da via re- convencional. 52 Ester promoveu, em 04 de abril de 2022, a execução de um cheque emitido, em janeiro de 2021, por meio de um processo judicial eletrônico. O executado Leandro, devidamente citado, não efetuou o pagamento no pra- zo legal, mas possui interesse de apresentar resistência à execução, razão pela qual busca o patrocínio de um Núcleo de Prática Jurídica de uma Faculdade de Direito local. A partir desses fatos, assinale a assertiva correta. (A) A via processual escolhida por Ester foi inadequada, sendo cabível apenas a ação de cobrança. (B) Leandro poderá apresentar impugnação, em trinta dias. (C) Leandro poderá opor embargos à execução, alegando a prescrição da pretensão executiva, em quinze dias. (D) Leandro poderá opor embargos à execução, alegando a prescrição da pretensão executiva, em trinta dias. 53 Jorge, pai de Miguel, cuja guarda compartilhada divide com a mãe do menor impúbere, Gláucia, promoveu uma ação de exigir contas, uma vez que desconfia da malver- sação do dinheiro que é pago mensalmente, a título de pensão alimentícia, para o filho. Na primeira fase do procedimento especial, o juiz entendeu faltar ao autorinteresse de agir, não havendo obrigação de Gláucia em apresentar as contas. A partir desta realidade, assinale a opção correta. (A) Segundo entendimento do STJ, cabe a ação de exigir contas de um genitor em face de outro, em caso de guarda compartilhada ou unilateral. (B) Da decisão do juiz, é cabível agravo de instrumento. (C) Da decisão do juiz, é cabível recurso de apelação. (D) É incabível a ação de exigir contas entre genitores, envolvendo a administração de pensão alimentícia dos filhos, uma vez que os alimentos são irrepetíveis. 54 Sabrina, inconformada com uma sentença que lhe foi desfavorável, na ação por ela ajuizada em face de Maurício, interpôs recurso de apelação. Todavia, após a apresentação das contrarrazões pelo apelado, consi- derando-se o recurso intempestivo, o juízo a quo negou seguimento à apelação. (A) O advogado de Sabrina deve apresentar uma recla- mação para o respectivo tribunal de justiça local. (B) Nesse caso, é cabível o recurso especial, por violação de norma infraconstitucional. (C) O único caminho processual cabível é o mandado de segurança contra ato judicial. (D) A referida decisão que denegou seguimento à ape- lação é impugnável por agravo de instrumento, a ser interposto diretamente no Tribunal local. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 55 Pabliny, surpreendida com um precoce diagnóstico de câncer, foi comunicada por seu médico de que deveria congelar seus óvulos imediatamente, antes do início da quimioterapia, a ser iniciada nos 30 dias subsequentes. Todavia, ao buscar a clínica para a realização do proce- dimento, houve a recusa do plano de saúde de Pabliny, razão pela qual contratou a advogada Laura, a fim de ob- ter uma decisão judicial rápida, que obrigasse o plano de saúde a custear o procedimento, antes da quimiote- rapia, sob pena de perecimento do seu direito, até por- que o congelamento dos óvulos passaria por três etapas: indução, colheita do material e congelamento, o que de- mandaria aproximadamente vinte dias, no mínimo. Nes- se cenário, a advogada Laura deve requerer: (A) um pedido de tutela provisória de urgência antecipa- da incidental. (B) um pedido de tutela provisória de urgência antecipa- da antecedente. (C) um pedido de tutela provisória de urgência cautelar antecedente. (D) um pedido de tutela provisória de evidência liminar. 56 Adonias alineou um lote para João, que, posteriormen- te, o repassou para Marcos, depois para Ângela, para Durval e, por fim, para Lúcia. Esta, todavia, foi surpre- endida com uma ação reivindicatória proposta por Silva, que alega ser o verdadeiro titular do bem. Após sua cita- ção, o advogado de Lúcia afirmou ser obrigatório o cha- mamento ao processo de Adonias, o real responsável por toda cadeia de transmissão do bem. A partir desta situação, assinale a opção correta. (A) O advogado equivocou-se, uma vez que deveria ter sido promovido o chamamento ao processo de Durval. (B) O advogado equivocou-se, uma vez que deveria ter sido promovida a denunciação da lide de Adonias. (C) O único erro do causídico foi afirmar que a interven- ção de terceiros indicada era obrigatória. (D) O advogado equivocou-se, uma vez que poderia ter sido promovida a denunciação da lide de Durval, não se admitindo a modalidade per saltum. 57 Jéssica promoveu uma ação indenizatória em face do Município do Rio de Janeiro, perante o Juizado Especial da Fazenda Pública, tendo o ente público sido condena- do ao pagamento de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), por meio de sentença não recorrida. Nesse contexto, e considerando a legislação aplicável, assinale a op- ção correta. (A) Nesse caso, a decisão só produz efeitos após a re- messa necessária. (B) Nesse caso, dispensa-se a remessa necessária. (C) Caso o réu quisesse recorrer da sentença, o prazo se- ria computado em dobro. (D) Jéssica só poderá receber seu crédito mediante precatório. DIREITO PENAL MICHELLE TONON 58 Cícero, inconformado com o término do relacionamen- to amoroso com Marta, aplica-lhe um soco no rosto e puxões de cabelo, dos quais resultam lesões corporais de natureza leve. Marta registra ocorrência na delega- cia e faz pedido de medidas protetivas de urgência, nos termos da Lei n. 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, para que Cícero não se aproxime mais dela. As lesões são confirmadas em laudo de exame de corpo de delito. Cícero é denunciado pelo Ministério Público, nos termos do art. 129, § 13, do Código Penal, c.c. art. 5º, inc. III, da Lei Maria da Penha. Passados alguns dias, Marta e Cícero decidem reatar a relação e procuram você, como advogado(a), para orientações jurídicas. Nesse caso, você explicará ao casal que: (A) considerando a reconciliação do casal, é possível a retratação de Marta, vez que as lesões corporais ti- veram natureza leve. (B) a reconciliação do casal, segundo a jurisprudência, autoriza a aplicação do princípio da infração baga- telar imprópria, com a consequente extinção da pu- nibilidade de Cícero, já que a aplicação de pena se tornou desnecessária no caso. (C) a ação penal para o crime praticado por Cícero é pú- blica incondicionada, não se admitindo retratação ou aplicação do princípio da insignificância, segundo o entendimento jurisprudencial. (D) Cícero não poderia ter sido denunciado, já que a ação penal no crime de lesões corporais leves é de natureza privada. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 59 Karen, 40 anos, e Lívia, 26 anos, imbuídas do dolo de obter vantagem econômica indevida em prejuízo alheio, por meio de fraude, em comunhão de desígnios, foram denunciadas pela prática de estelionato (art. 171 do Có- digo Penal), por aplicarem golpe em face de Auxiliadora, 72 anos, avó de Lívia. Ambas confessam o crime, afir- mando que escolheram a vítima porque era uma pessoa sem muito estudo. Com relação a essa situação hipotéti- ca, assinale a alternativa correta. (A) A Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anti- crime, tornou a ação penal do crime de estelionato pública incondicionada para todas as formas do deli- to, independentemente da idade ou vulnerabilidade da vítima. (B) Considerando-se que a vítima Auxiliadora é avó de Lívia, a ação penal será pública condicionada à re- presentação. (C) Caso Karen decida reparar o prejuízo causado a Auxi- liadora, após o recebimento da denúncia e antes da sentença condenatória, poderá ser beneficiada com a causa de diminuição de pena consistente no arre- pendimento posterior, o qual se estenderá a Lívia. (D) Visto que Auxiliadora é idosa, na individualização das penas de Karen e Lívia, o sentenciante poderá au- mentá-las de 1/3 (um terço) ao dobro, considerada a relevância do resultado gravoso. 60 Fernando descobriu que seus sócios, Bruno e Caio, des- viaram vultosos valores pertencentes à empresa para contas bancárias particulares. Inconformado com a trai- ção dos sócios, e buscando se vingar, Fernando chamou Bruno e Caio para uma reunião. Antes, porém, Fernan- do havia envenenado o bolo que Bruno e Caio sempre comiam nos momentos de reunião da empresa. Horas após a ingestão do bolo, Bruno e Caio morrem. Consi- derando-se o tema referente ao concurso de crimes, é correto afirmar que Fernando praticou: (A) dois homicídios qualificados em concurso material. (B) dois homicídios culposos em concurso formal próprio. (C) dois homicídios qualificados em concurso formal impróprio. (D) dois homicídios qualificados em continuida- de delitiva. 61 Larissa responde a processo penal por crime de homicí- dio. Em incidente instaurado para verificação de sua sa- nidade mental no momento do delito, a perícia médica constata que Larissa era totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do ato, em razão de doença mental, sen- do, inclusive, constatada a sua periculosidade em con- creto. Procurado(a) pela família de Larissa para esclare- cimentos jurídicos, você, na qualidade de advogado(a), deverá explicar que: (A) a medida de segurança é espéciede sanção penal aplicável ao inimputável e deve ser fixada em sen- tença absolutória imprópria com prazo determinado de duração, já que no Brasil são vedadas as penas de caráter perpétuo. (B) a medida de segurança é espécie de sanção penal, aplicável ao inimputável por prazo indeterminado e somente com base em parecer médico, acerca da cessação da periculosidade, poderá o juiz decidir so- bre sua extinção. (C) a jurisprudência sumulada do STJ prevê que o prazo máximo de cumprimento da medida de segurança é o estabelecido na Lei de Execução Penal, isto é, 40 anos, mesmo que não cessada a periculosidade, dada a vedação constitucional a penas perpétuas. (D) ante a ausência de vaga em hospital de custódia, é admitida a permanência do inimputável submetido a medida de segurança em ala separada de estabe- lecimento prisional, desde que submetido a trata- mento médico. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 62 Jade é mulher trans e candidata a uma vaga de empre- go na empresa de João. Em entrevista, Jade demonstra ter plenas condições de ocupar a vaga, mas é preterida por João, que declara, perante os demais candidatos que aguardavam a entrevista, que jamais teria em sua em- presa uma pessoa trans, pois isso espantaria os clientes. Extremamente abalada com o comentário, Jade procu- ra você, advogado (a). Nessa situação, você deve expli- car a Jade: (A) o Supremo Tribunal Federal decidiu que, até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou su- postas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identi- dade de razão e mediante adequação típica, aos pre- ceitos primários de incriminação definidos na Lei n. 7.716/1989. Assim, a conduta de João é criminosa. (B) a conduta de João não caracteriza crime, uma vez que ele pode, segundo seus próprios critérios, sele- cionar os empregados de sua empresa. Jade poderia, tão somente, pleitear uma indenização pelos danos morais sofridos. (C) a conduta de João se amolda a tipo penal específico, expressamente previsto na Lei n. 7.716/1989, a qual sofreu recente modificação legislativa para incluir como crime, em seu texto, comportamentos homo- fóbicos e transfóbicos. (D) embora tenha praticado crime tipificado como ra- cismo, segundo entendimento jurisprudencial, João poderá obter liberdade provisória mediante paga- mento de fiança. 63 Itamar cumpria pena em regime semiaberto. Durante uma revista de rotina no estabelecimento prisional, um aparelho de telefone celular é encontrado junto aos per- tences de Itamar, que alegou precisar do objeto para se comunicar com sua família, que mora em outro estado do país. Considerando-se o caso hipotético descrito, as- sinale a alternativa correta sobre a conduta de Itamar, à luz da Lei de Execução Penal. (A) A conduta de Itamar é considerada falta grave e o prazo prescricional para a apuração da referida falta é de 4 anos, nos termos da Lei n. 7.210/1984, conta- dos a partir da prática do fato. (B) Ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho tele- fônico, de rádio ou similar, que permita a comunica- ção com outros presos ou com o ambiente externo, constitui falta de natureza grave, podendo haver a regressão de Itamar para o regime fechado, uma vez garantidos o contraditório e a ampla defesa em audi- ência de justificação. (C) O reconhecimento da falta implicará para Itamar a perda de todos os dias remidos pelo trabalho. (D) A falta em tela é de natureza média, constando de rol taxativo previsto no texto da Lei de Execução Penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL LORENA OCAMPOS 64 Bruno sofreu calúnia, mas veio a falecer dentro do prazo decadencial de seis meses, antes de ajuizar ação contra o ofensor. Ele não tinha filhos e mantinha um relacio- namento homoafetivo com Caio, em união estável reco- nhecida. Bruno era filho único e tinha como parente pró- ximo sua mãe. Nessa situação hipotética, o ajuizamento de ação pelo crime de calúnia: (A) deverá ser realizado por curador especial, a ser no- meado para essa finalidade. (B) poderá ser realizado por Caio. (C) poderá ser realizado pelo Ministério Público. (D) somente poderá ser promovido pela mãe de Bruno. 65 Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondiciona- da, determina, de ofício, a instauração de inquérito po- licial. Após adotar diligência, verifica-se que a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura você, como advo- gado, para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Você deverá esclarecer que a autoridade policial: (A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa jul- gada material. (B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e imediato por parte do magistrado. (C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de in- vestigação. (D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promo- ção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 66 João, de 21 anos, primário e de bons antecedentes, agre- diu sua ex-namorada ao encontrá-la na rua em frente ao local de trabalho, causando lesão corporal de natureza leve. A mãe de João, preocupada com a situação de seu filho, procura você, na condição de advogado, para que esclareça as consequências jurídicas que poderão advir do ocorrido. Na oportunidade, você, como advogado, deverá esclarecer que: (A) o início da ação penal depende de representação da vítima, que terá o prazo de seis meses da descoberta da autoria para a apresentação. (B) no caso de condenação, por ser João primário e de bons antecedentes, mostra-se possível a aplicação do sursis da pena. (C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais namorando quando ocorreu o fato, não será aplicada a Lei Maria da Penha. (D) no caso de condenação, em razão de ser João primá- rio e de bons antecedentes, poderá a pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos. 67 Em razão de mandados expedidos por juiz competente, foram realizadas providências cautelares de intercepta- ção telefônica e busca domiciliar na residência de José para a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de entorpecentes a ele imputado e objeto de investigação em inquérito policial. Nessa situação, durante o proce- dimento investigatório, você, como advogado de José: (A) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligências da interceptação telefônica ainda em andamento. (B) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento dos mandados de busca e apreensão e os respectivos autos de apreensão. (C) estará impedido de acessar os laudos periciais incor- porados aos procedimentos de investigação. (D) estará impedido de acessar os autos de apresenta- ção e apreensão já lavrados. 68 Os irmãos José e Luís foram denunciados pela prática de feminicídio tentado, em concurso de agentes, contra a irmã Marieta. Após o recebimento da denúncia, foram promovidas várias tentativas de localização dos réus no processo. Marieta, que não é formada em Direito, pro- cura você para compreender melhor o que se passa no processo, e faz perguntas a respeito dos atos de comuni- cações processuais, como a citação e a intimação. Com referência a citação e intimação no processo penal, assi- nale a alternativa correta a ser informada à vítima. (A) Se os réus estivessem presos, as citações poderiam ser cumpridas na pessoa do procurador por eles constituídos. (B) Se os acusados, citados por edital,não comparece- rem, nem constituírem advogados, ser-lhe-ão nome- ados defensores dativos. (C) Os prazos para a prática de atos processuais contam- -se da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. (D) O CPP não admite a citação dos réus soltos por hora certa. 69 Lucas foi denunciado pela prática de crime de furto qualificado e contratou você como advogado. Durante o procedimento comum ordinário, você arrolou, em res- posta à acusação, a esposa de Lucas para ser ouvida em audiência de instrução e julgamento. Em que pese seja necessária a oitiva dela, você deverá esclarecer para Lu- cas que a sua esposa: (A) é proibida de depor em razão da função, ministé- rio, ofício ou profissão, somente sendo autorizada sua oitiva se assim quiser e houver autorização do denunciado. (B) deverá ser ouvida na condição de informante, pres- tando compromisso legal de dizer a verdade. (C) será ouvida, em audiência de instrução e julgamen- to, após o interrogatório do réu e oitiva das testemu- nhas de acusação. (D) não será computada para fins do limite de 08 teste- munhas do procedimento comum ordinário. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO DO TRABALHO RAFAEL TONASSI 70 Em uma fábrica de carros, há a seguinte situação: Thais é auxiliar administrativa e engravidou; André, que atua no setor de vendas, foi eleito suplente de dirigente sindical; Silvia, que atua no setor de compras, foi indicada como representante do empregador na CIPA. Considerando os ditames legais, é correto afirmar que: (A) todos os empregados terão estabilidade, por moti- vos variados. (B) somente Thais e André terão garantia no emprego. (C) André não terá garantia no emprego por ser su- plente, já que a CLT garante estabilidade somente ao titular. (D) todos os membros que integram a CIPA possuem es- tabilidade durante todo o mandato e até 1 ano após. 71 Junior, motorista em uma escola particular, e Talita, merendeira em outra escola particular, casaram-se, após 3 anos de noivado. Pretendem agora viajar para a lua-de-mel. Sobre a situação apresentada, e de acordo com os ter- mos da CLT, é correto afirmar que: (A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas terão o desconto respectivo no salário. (B) Junior e Talita poderão faltar ao emprego por 9 dias, sem prejuízo do salário. (C) a CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de nego- ciar a quantidade de dias da licença-gala. (D) ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias consecutivos. 72 Rogério, engenheiro da empresa Barcelona S/A, ganha- va R$ 14.000,00 mensais e foi dispensado sem justa causa. Vinte dias após a ruptura contratual, a empresa contratou Ricardo para o seu lugar, com salário de R$ 10.000,00. Após saber do salário de seu antecessor, Ri- cardo queixou-se ao setor de Recursos Humanos, afir- mando que deveria receber o mesmo salário. De acordo com o entendimento consolidado pelo TST, é correto afirmar que: (A) Ricardo não tem razão, pois se tratava de cargo vago. (B) a forma de reparar a injusta lesão é a equipara- ção salarial. (C) o empregado tem razão, pois vigora o princípio da isonomia. (D) Ricardo teria de receber, no mínimo, 60% do salário da antecessor. 73 Por disposição expressa na CLT, não é possível o recebi- mento acumulado dos seguintes direitos: (A) adicional de transferência e adicional noturno. (B) horas extras pelo desrespeito aos intervalos inter e intrajornada. (C) prontidão e periculosidade. (D) adicionais de insalubridade e periculosidade. 74 Rafael, com 16 anos, foi contratado para prestar serviços como caseiro, três vezes por semana, na casa de praia de Paulo e sua família. Além de arrumar a casa, o respectivo empregado também cultiva uma horta destinada à sub- sistência do grupo familiar. À luz da legislação trabalhista, é correto afirmar que: (A) o contrato é válido porque Rafael já tem 16 anos, ida- de mínima para a contratação. (B) uma vez que Rafael não comparece todos os dias à casa de Paulo, não pode ser considerado empregado nos moldes da CLT. (C) a situação retrata modalidade de trabalho proibido para menor de dezoito anos. (D) o empregado está acumulando as funções de empre- gado doméstico e agricultor, tendo, assim, direito a um acréscimo salarial. 75 Cris completou o seu período aquisitivo de férias junto ao empregador Valencia Ltda. e agora aguarda a marca- ção de suas férias. Cris tem um filho de 14 anos que é estudante do ensino médio. Diante dos termos da CLT, é correto afirmar que: (A) o empregador é quem marcará o mês de férias, dentro do período concessivo, como achar mais adequado. (B) por ter filho menor de 18 anos, a empregada tem o direito de tirar as férias juntamente com as férias es- colares do menor. (C) é o empregado quem define o aproveitamento das férias no período que melhor lhe aprouver. (D) a maternidade é uma das causas que impede a con- versão de 1/3 das férias em dinheiro. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ARYANNA LINHARES 76 Crecilda ingressou com reclamação trabalhista em face de sua ex-empregadora, Transportadora Até o Fim do Mundo Ltda. A empresa foi condenada ao pagamento de horas extras e diferença salarial. A ação transitou em julgado e, após a apuração do valor devido, a empresa foi citada para pagar R$ 120.000,00. A Transportadora Até o Fim do Mundo Ltda. questiona o valor homologa- do, afirmando que é superior ao devido. Diante disso, pretende apresentar embargos à execução. Ocorre, po- rém, que não tem o dinheiro disponível para depositar nos autos. No que tange a essa situação, assinale a afir- mativa correta de acordo com o que está previsto na CLT. (A) A sociedade empresária poderá assinar uma nota promissória judicial e, com isso, ter direito a ajuizar embargos de devedor. (B) Na Justiça do Trabalho não é necessário garantir o juízo para ajuizar embargos à execução. (C) Se for comprovada a situação de necessidade, a so- ciedade empresária, depositando 50% do valor da dívida, poderá embargar. (D) A sociedade empresária poderá apresentar seguro- -garantia judicial para então apresentar embargos à execução. 77 Mordisdéia é ex-empregada da sociedade empresária Roda Roda Jabuti e, há dias, tenta executar judicialmen- te sua antiga empregadora. Como não obteve sucesso, optou por instaurar o incidente de desconsideração de personalidade jurídica, com o intuito de promover a exe- cução contra os sócios da empresa. O juiz aceitou o inci- dente. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o ato seguinte. (A) Como é desnecessária a citação ou intimação do só- cio, o bloqueio de seus bens e valores será determi- nado de plano pelo juiz. (B) O Oficial de Justiça citará o sócio para que, em 48 horas, pague a dívida. (C) Haverá a citação do sócio para que, em 15 dias, ma- nifeste-se e requeira as provas cabíveis. (D) Será conferida vista prévia ao Ministério Público do Trabalho, para que o parquet diga se concorda com a desconsideração pretendida. 78 Alegando responsabilidade subsidiária, Melina propôs reclamação trabalhista em face de sua ex-empregadora e da União. Os pedidos liquidados não ultrapassaram o valor correspondente a 40 salários-mínimos nacionais. Diante do exposto, escolha a opção que indica o proce- dimento a ser seguido. (A) Como a União figura no polo passivo da ação, o valor não importa para definir o rito sob o qual a ação cor- rerá, que, neste caso, será o ordinário. (B) O rito especial é cabível para qualquer parte na Jus- tiça do Trabalho, desde que o valor da causa seja compatível. Sendo assim, a ação correrá sob o rito sumaríssimo. (C) O rito da ação será o sumaríssimo, e, caso necessário, cada parte terá direito a ouvir até três testemunhas. (D) O rito da ação será o ordinário, mas, caso a primeira ré não possa ser localizada, não caberá citação por edital, uma vez que a União é a segunda. 79 Você é advogadoda empresa Substantivo Simples Ltda., que está sendo executada na Justiça do Trabalho. O juiz julgou improcedente o pedido de impugnação da sen- tença e os embargos à execução ajuizados por sua clien- te. Entendendo não ser necessário, você sugeriu à exe- cutada não apresentar recurso. Entretanto, a exequente recorreu. Diante disso, assinale a afirmativa correta. (A) Como a executada não apresentou o recurso no pra- zo correto, o agravo de petição que poderia ter sido interposto por ambas as partes, já não é mais possí- vel para a empresa. (B) A exequente apresentou agravo de petição. Diante disso, a executada poderá, agora, interpor o mesmo agravo na modalidade de recurso adesivo. (C) A exequente apresentou recurso de revista e, agora, não há possibilidade de outro recurso para a parte executada. (D) O recurso apresentado pela exequente foi o ordi- nário. A executada poderá, agora, interpor agravo de petição. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 80 Cróvis Crovildo ingressou com reclamação trabalhista contra Nosso Forte é o Português Ltda. A sentença foi prolatada e, no 2º dia após a publicação, Cróvis opõe embargos de declaração. O autor afirma que o número do processo e os nomes das partes estão incorretos e, por esse motivo, há erro material no julgado. Nos ter- mos da CLT, considerando o descrito acima, assinale a afirmativa correta. (A) Será necessário que o juiz utilize a equidade para de- cidir se será ou não conferida vista à parte adversa, tendo em vista ser a Lei omissa quanto ao tema. (B) A parte contrária terá direito de se manifestar em 10 dias, independentemente do recurso e de seu efeito perante o julgado. (C) A parte contrária terá o direito de se manifestar em 8 dias, havendo a possibilidade de efeito modificativo do julgado. (D) Considerando a natureza do erro apontado pelo au- tor, não é necessário que o juiz conceda vista à parte contrária. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV GABARITO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B C A A D A D B A D 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B D A A B C A B C B 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 D D C B C B D B C D 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 D C B B B D D A C D 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 D A A C C D B C D A 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 B D C A B D B C D C 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 B A B B D B B C D B 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 D A D C A D C A B D SIMULADO PREPARATÓRIO ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL 1ª FASE DO EXAME XXXV ORDEM DO GRAN CURSOS ONLINE GRAN CURSOS ONLINE #VEM SER GRAN Com a Assinatura Ilimitada 7.0, suas chances serão ainda maiores. Faça agora a sua assinatura, tenha acesso à melhor plataforma para sua aprovação na OAB, passe no concurso dos seus sonhos e garanta seu futuro. 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(D) participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado mediante certidão genérica expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do seu ofício. Letra b. (A) Errado. Art. 5º do Regulamento da OAB: cartórios ou secretarias judiciais. (B) Certo. Art. 5º do Regulamento da OAB: considera-se efetivo exercício da atividade de advocacia a participa- ção anual mínima em cinco atos privativos previstos no artigo 1º do Estatuto, em causas ou questões distintas. Parágrafo único. A comprovação do efetivo exercício faz-se mediante: a) certidão expedida por cartórios ou secretarias judiciais; b) cópia autenticada de atos priva- tivos; c) certidão expedida pelo órgão público no qual o advogado exerça função privativa do seu ofício, indican- do os atos praticados. (C) Errado. Art. 5º do Regulamento da OAB: necessita de autenticação. (D) Errado. Art. 5º do Regulamento da OAB: deve indicar os atos em que atuou. 2 Sobre os órgãos da OAB, assinale a alternativa correta. (A) A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade exclusiva promover a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. (B) A OAB mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo funcional ou hierárquico. (C) O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advoga- dos do Brasil. (D) São órgãos da OAB o Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções, as Caixas de Assistência dos Advogados, todos dotados de personalidade jurídica. Letra c. (A) Errado. Art. 44 do EOAB: defender os advogados, os direitos humanos, o estado democrático e a jus- tiça social. (B) Errado. Art. 44 do EOAB. Não mantém vínculo hierárquico. (C) Certo. Art. 44, § 2º, do EOAB. OAB é um sigla priva- tiva do OAB. (D) Errado. A subseção, apesar de ser órgão da OAB, não possui personalidade jurídica (art. 45 do EOAB). 3 Sobre as seccionais, assinale a alternativa incorreta. (A) Os Conselhos Seccionais são compostos de conse- lheiros eleitos proporcionalmente ao número de advogados com inscrição concedida, sendo que, abaixo de 3.000 inscritos, terão direito a apenas 30 membros. (B) Incluem-se no cálculo da composição dos elegíveis ao Conselho seus ex-Presidentes e o Presidente do Instituto dos Advogados. (C) Os Conselhos Seccionais são compostos de conse- lheiros eleitos proporcionalmente ao número de advogados com inscrição concedida, sendo que, a partir de 3.000 inscritos, ganha-se mais um membro por grupo completo de 2.000 inscritos, até o limite máximo de 80 membros. (D) O Conselho Seccional, a delegação do Conselho Fe- deral, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advo- gados, a diretoria e o conselho da Subseção podem ter suplentes, eleitos na chapa vencedora, em núme- ro fixado entre a metade e o total de conselheiros titulares. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra a. (A) Certo. Art. 106 do Regulamento da OAB: os Conse- lhos Seccionais são compostos de conselheiros eleitos, incluindo os membros da Diretoria, proporcionalmente ao número de advogados com inscrição concedida, ob- servados os seguintes critérios: I – abaixo de 3.000 (três mil) inscritos, até 30 (trinta) membros; II – a partir de 3.000 (três mil) inscritos, mais um membro por grupo completo de 3.000 (três mil) inscritos,até o total de 80 (oitenta) membros. (B) Errado. Tais cargos não se incluem no cálculo para composição do Conselho Seccional. Art. 106, § 3º, do Re- gulamento da OAB: não se incluem no cálculo da compo- sição dos elegíveis ao Conselho seus ex-Presidentes e o Presidente do Instituto dos Advogados. (C) Errado. A cada bloco completo de mais 3 mil ganha- -se mais uma vaga. Art. 106 do Regulamento da OAB. (D) Errado. Art. 106, § 2º, do Regulamento da OAB: o Conselho Seccional, a delegação do Conselho Federal, a diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados, a di- retoria e o conselho da Subseção podem ter suplentes, eleitos na chapa vencedora, em número fixado entre a metade e o total de conselheiros titulares. 4 Com relação aos honorários dos advogados, assinale a opção correta. (A) Quando o contrato de honorário adotar a cláusula de quota litis, os honorários devem ser necessariamen- te representados por pecúnia, e, quando acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser su- periores às vantagens advindas em favor do consti- tuinte ou do cliente. (B) A participação do advogado em bens particulares de cliente não é admitida, mesmo que contratado por escrito. (C) Os honorários da sucumbência excluem os contra- tados, não devendo ser levados em conta no acerto final com o cliente ou constituinte. (D) Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos alguns elementos, tais como a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas, o trabalho e o tempo neces- sários, excetuado o renome do profissional. Letra a. (A) Certo. Art. 38 do Código de Ética. O advogado não pode receber uma vantagem econômica superior à do cliente. (B) Errado. Art. 38, parágrafo único, do Código de Ética. Salvo contrato por escrito. (C) Errado. Art. 35, § 1º, do Código de Ética. Os honorá- rios de sucumbência não excluem os contratados. (D) Errado. Art. 37 do Código de Ética. Inclusive o reno- me do advogado no mercado. 5 Sobre os honorários recebidos pelos advogados em con- traprestação dos serviços prestados, assinale a alterna- tiva correta. (A) Os honorários advocatícios devidos ou fixados em tabelas no regime da assistência judiciária podem ser alterados no quantum estabelecido, sendo que a verba honorária decorrente da sucumbência não pertencerá ao advogado. (B) O advogado deve evitar o aviltamento de valores dos serviços profissionais, não os fixando de forma irrisória ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários de forma alguma. (C) O crédito por honorários advocatícios, seja do advo- gado autônomo, seja de sociedade de advogados, autoriza o saque de duplicatas ou qualquer outro tí- tulo de crédito de natureza mercantil, exceto a emis- são de fatura, desde que constitua exigência do cons- tituinte ou assistido, decorrente de contrato escrito, vedada a tiragem de protesto. (D) Havendo necessidade de arbitramento e cobrança judicial dos honorários advocatícios, deve o advoga- do renunciar ao patrocínio da causa, fazendo-se re- presentar por um colega. Letra d. (A) Errado. Art. 40 do CED. A sucumbência pertence ao advogado. (B) Errado. Art. 41 do CED. Excepcionalmente se houver devido motivo poderá ser fixado abaixo da tabela. (C) Errado. Art. 42 CED. Não são admitidos duplica- ta, debênture e nenhum título de crédito de natureza mercantil. (D) Certo. Art. 43 do CED. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 6 Segundo o Estatuto da Advocacia, o Regulamento e o Código da OAB, é correto afirmar: (A) os autos de processos findos podem ser retirados por advogado, mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 (dez) dias. (B) os honorários fixados em sentença pertencem ao ad- vogado, devendo a sua execução ser processada em ação autônoma. (C) o advogado substabelecido com reserva de iguais poderes pode cobrar honorários sem intervenção daquele que lhe substabeleceu. (D) estando concluso o processo, o advogado, mesmo com procuração nos autos, não pode examiná-los nem tomar apontamentos. Letra a. (A) Certo. Art. 7, XVI, do EOAB. Se o processo estiver finalizado e não tiver tramitado em segredo de justiça, poderá fazer carga do processo, mesmo sem procuração por 10 dias. (B) Errado. Art. 24, § 1º, do EOAB. Pode ser executada nos próprios autos. (C) Errado. Art. 26 do EOAB. Com reserva não po- derá cobrar. (D) Errado. Art. 7º, XIII, do EOAB. Se houver procuração, tem direito ainda que concluso para julgamento. 7 Vinícius, Juiz de Direito, foi exonerado, a pedido, de seu cargo no TJ da Bahia, em março de 2021. No mês de maio de 2021, Vinicius foi contratado por um conhecido escritório de advocacia. De acordo com as disposições constitucionais sobre a matéria, Vinícius: (A) pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quais se afastou, a partir do dia em que tiver sido publicado seu ato de exoneração. (B) pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quais se afastou, a partir de trinta dias conta- dos da data em que tiver sido publicado seu ato de exoneração. (C) não pode exercer a advocacia na Promotoria e no Ju- ízo dos quais se afastou, antes de decorridos noventa dias do afastamento do cargo por exoneração. (D) não pode exercer a advocacia na Promotoria e no Juízo dos quais se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por exoneração. Letra d. (A) Errado. Art. 95, parágrafo único, V, da CF. Art. 95 da CF: Os juízes gozam das seguintes garantias: Parágrafo único. Aos juízes é vedado: V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamen- to do cargo por aposentadoria ou exoneração. (B) Errado. Art. 95, parágrafo único, V, da CF. (C) Errado. Art. 95, parágrafo único, V, da CF. (D) Certo. Art. 95, parágrafo único, V, da CF. 8 Nos termos do Estatuto da Advocacia, são impedidos de exercer a advocacia: (A) membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministé- rio Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julga- mento em órgãos de deliberação coletiva da Admi- nistração Pública direta e indireta. (B) os membros do Poder Legislativo, em seus diferen- tes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades pa- raestatais ou empresas concessionárias ou permis- sionárias de serviço público. (C) ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro. (D) ocupantes de cargos ou funções de direção em ór- gãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público. Letra b. (A) Errado. Trata-se de incompatibilidade. Proibição to- tal para o exercício da advocacia. Art. 28, II, do EOAB. (B) Certo. Art. 30, II, do EOAB. Impedimento é uma proi- bição parcial para o exercício da advocacia. (C) Errado. Trata-se de incompatibilidade. Proibição to- tal para o exercício da advocacia. Art. 28, IV, do EOAB. (D) Errado. Trata-se de incompatibilidade. Proibição to- tal para o exercício da advocacia. Art. 28, III, do EOAB. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV FILOSOFIA DO DIREITO ODAIR JOSÉ 9 “Montesquieu defendeu a existência de corpos interme- diários entre o indivíduo e o Estado, tais como a magis- tratura, o Parlamento e os partidos políticos. Com base nesta ideia, o pensador corroborou a necessidade da constituição, em qualquer Estado, de três tipos de po- der: o poder executivo, o poder legislativo e o poder judiciário” (FARIAS NETO, Pedro Sabino de. Ciência Polí- tica: enfoque integral avançado. São Paulo: Atlas, 2011). Tomando como referência a teoria da tripartição dos po- deres de Montesquieu, é correto concluir que: (A) a tripartição dos poderes é essencial para que os ci- dadãosusufruam de liberdade e segurança entre si e perante o Estado. (B) embora presente em Repúblicas e em Monarquias, a tripartição dos poderes foi pensada exclusivamen- te para as monarquias como meio de contenção de eventuais arbitrariedades do monarca. (C) diferentemente da teoria dos freios e contrapesos, a tripartição dos poderes assenta-se na ideia do equilí- brio entre os poderes proporcionado pela suprema- cia do legislativo sobre os demais poderes. (D) embora politicamente útil, a acumulação das fun- ções do executivo e do legislativo sob o comando do monarca se torna perniciosa ao próprio governo, di- ferentemente da função judiciária, essa sim poderá ser cumulada com o executivo sem consequências negativas ao governo. Letra a. A tripartição dos poderes se presta à liberdade do ci- dadão, porque garante que os poderes do Estado este- jam constantemente sob fiscalização um do outro e, ao mesmo tempo, contrariando-se mutuamente, evita que arbitrariedades aconteçam, nosso gabarito, letra A. A al- ternativa B erra por associar a tripartição dos poderes a uma exclusividade das monarquias, ainda que Montes- quieu tenha preferência por aquele regime de governo, não é verdade que a tripartição por ele pensada deva ser exclusiva das monarquias; a letra C erra por contrapor tripartição dos poderes com a teoria dos freios e contra- pesos, não há essa oposição, a teoria dos freios e con- trapesos tem, na tripartição dos poderes, o meio para se garantir o equilíbrio entre os poderes; ainda, a mesma alternativa faz referência a supôs supremacia de um po- der sobre o outro, o que seria um contrassenso, já que o objetivo é o equilíbrio entre os poderes; finalmente, a le- tra D, esta alternativa está errada, porque Montesquieu entende que nenhum dos poderes poderia cumular numa única pessoa, ainda que estivéssemos numa mo- narquia, ele ainda considera que essa acumulação não é boa nem para o Estado nem para o próprio governo. 10 “Para nós, o objeto primário da justiça é a estrutura bási- ca da sociedade, ou mais exatamente, a forma pela qual as instituições sociais mais importantes distribuem os direitos e deveres fundamentais e determinam a divisão dos benefícios da cooperação em sociedade” (RAWLS, John. Uma Teoria da Justiça. São Paulo: Martins Fon- tes, 2010). Tendo como referência o texto acima, pode-se afirmar corretamente que a teoria da justiça de J. Rawls defende: (A) a distribuição equitativa das riquezas da sociedade, nos moldes do pensamento marxista. (B) uma concepção utilitária de justiça, fundamentada no libertarianismo como ideologia política para con- secução da máxima liberdade individual. (C) a extinção das desigualdades por meio da supressão do direito de propriedade. (D) a concepção geral da justiça não impõe restrições quanto ao tipo de desigualdades que são admis- síveis, apenas se exige que a posição de todos seja melhorada. Letra d. As letras A e C erram por atribuir a concepção de justiça de Rawls ao pensamento marxista e consequente extin- ção da propriedade. Seu pensamento se insere no que se convencionou chamar de “liberalismo igualitário”, ou seja, para essa linha de pensamento, a propriedade e a existência de desigualdades não são contrárias à justi- ça, o problema é o modo como o acesso à propriedade se deu e como as desigualdades se colocam dentro da sociedade, se elas foram postas em condições limitado- ras para uma parcela da sociedade (poderíamos lembrar aqui a Lei de Terras no Brasil de 1850), então elas serão injustas. A letra B erra por associar a teoria da justiça de Rawls ao utilitarismo, é exatamente o contrário; Rawls critica o utilitarismo, a ele se contrapõe em sua teoria. Finalmente a letra D, nosso gabarito. De fato, a teoria da justiça admite algum grau de desigualdade, desde que simultaneamente útil a sociedade (imposto progressivo, p.e.) e resultante de posições a que todos tenham tido acesso (origem). Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO CONSTITUCIONAL ANA PAULA BLAZUTE 11 A Associação “Juntos Pelo Meio Ambiente”, constituída e em funcionamento há 3 anos, quer ajuizar uma ação constitucional em face dos engenhos produtores de açúcar, que considerava responsáveis pela diminuição da qualidade do ar e pelo fato de as praças da cidade ficarem cobertas de fuligem em determinados períodos do ano, o que impedia a sua utilização pelos munícipes. A ação a ser ajuizada é pela associação é: (A) ação popular. (B) ação civil pública. (C) mandado de segurança. (D) reclamação constitucional. Letra b. Art. 1º. Lei n. 7.347/1985. Regem-se pelas disposi- ções desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: I - ao meio-ambiente; Art. 5º. Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007). a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei n. 11.448, de 2007) 12 O Presidente da República deu um soco no olho de um indivíduo, porque este vestia a camisa do Flamengo, time adversário do Presidente. O incidente foi presen- ciado por policiais. Com base no caso em análise, mar- que a alternativa correta. (A) Os policiais poderão efetuar a prisão em flagrante do Presidente da República, respondendo durante o mandato perante o Supremo Tribunal Federal. (B) Os policiais poderão efetuar a prisão em flagrante do Presidente da República, respondendo somente após o término do mandato (perante a justiça comum). (C) Os policiais não poderão efetuar a prisão em flagran- te do Presidente da República, respondendo somen- te após o término do mandato perante o Supremo Tribunal Federal. (D) Os policiais não poderão efetuar a prisão em fla- grante do Presidente da República, respondendo somente após o término do mandato (perante a jus- tiça comum). Letra d. Enquanto não sobrevier sentença condenatória nas in- frações comuns, o Presidente da República não está su- jeito à prisão, conforme o art. 86, § 3º, CF. Além disso, o presidente poderá ser responsabilizado pelo seu ato após o término do mandato (perante a justiça comum). Conforme o art. 86, § 4º, CF, o Presidente da República, na vigência do seu mandato, não pode ser responsabi- lizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (cláusula de irresponsabilidade penal temporária). Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 13 Scobby, Presidente da Câmara dos Deputados, deseja concorrer à reeleição para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente, qual seja, a Presidência da Câmara dos Deputados, ainda na mesma legislatu- ra. Com base no caso em análise, marque a alternati- va correta. (A) O mandato de Scobby é de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imedia- tamente subsequente. (B) O mandato de Scobby é de 2 (dois) anos, sendo per- mitida uma recondução para o mesmo cargo na elei- ção imediatamente subsequente. (C) O mandato de Scobby é de 4 (quatro) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imedia- tamente subsequente. (D) O mandato de Scobby é de 4 (quatro) anos, sendo permitida uma recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Letra a. O mandato de Scobby é de 2 (dois) anos, vedada a re- condução para o mesmo cargo na eleição imediatamen- te subsequente. Art. 57, § 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em ses- sões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no pri- meiro ano da legislatura, para a posse de seus mem- bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. 14 Uma decisão judicial do Tribunal de Justiça do estado X dispôs que cabe ao Poder Judiciário aumentar venci- mentos de servidores públicos sob o fundamento de iso- nomia, contrariando a Súmula Vinculante 37. Conforme a Constituição Federal, marque aalternativa correta. (A) A medida adequada contra a decisão judicial do Tri- bunal de Justiça do Estado X é a Reclamação Cons- titucional. (B) A medida adequada contra a decisão judicial do Tri- bunal de Justiça do Estado X é a Arguição de descum- primento de preceito fundamental. (C) A medida adequada contra a decisão judicial do Tribunal de Justiça do Estado X é o Recurso Ex- traordinário. (D) a) A medida adequada contra a decisão judicial do Tribunal de Justiça do Estado X é a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Letra a. Reclamação Constitucional. Da decisão judicial que con- trariar a súmula aplicável ou que indevidamente a apli- car, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, de acordo com o art. 103-A, § 3º, CF. 15 Maria, Juíza de Direito de entrância intermediária, con- correu à promoção por antiguidade. Embora fosse a mais antiga entre os concorrentes, o seu nome foi recu- sado pelo tribunal. Considerando-se a sistemática cons- titucional de promoção por antiguidade, o tribunal: (A) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado da maioria absoluta dos membros. (B) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços dos seus membros. (C) pode recusar o mais antigo pelo voto fundamentado da unanimidade dos membros. (D) não pode recusar o mais antigo, que possui direito subjetivo à nomeação. Letra b. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magis- tratura, observados os seguintes princípios: II - promoção de entrância para entrância, alternada- mente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto funda- mentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 16 De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Fe- deral, marque a alternativa correta. (A) Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de si- nal de celular em presídio é constitucional. (B) A definição dos crimes de responsabilidade e o esta- belecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência concorrente entre a União, os Estados e o DF. (C) É inconstitucional lei estadual que obrigue a divul- gação de fotos de crianças desaparecidas em jor- nais e TVs. (D) Os estados-membros não detêm a competência ad- ministrativa para explorar loterias. Letra c. (A) Informativo 833 do STF. Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio in- vade a competência da União para legislar sobre teleco- municações. (B) Súmula Vinculante 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União. (C) É inconstitucional lei estadual que obriga a divulga- ção de fotos de crianças desaparecidas em jornais e TVs. Compete à União explorar serviços de radiodifusão so- nora e de sons e imagens e legislar privativamente sobre a matéria (art. 21, XII da CF). STF. ADI 5292/SC, Plenário. Rel. Min. Cármem Lucia, julgado em 25/03/2022. (D) A competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive lote- rias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes esta- duais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. 17 Luíza, ocupante de cargo de provimento efetivo no Mu- nicípio Alfa, foi eleita e tomou posse no cargo de verea- dora. À luz da sistemática constitucional, Luíza: (A) poderá acumular o cargo no Município com o mandato eletivo, desde que haja compatibilidade de horários. (B) será exonerada do cargo no Município a partir da posse como Prefeita. (D) poderá acumular o cargo no Município com o man- dato eletivo, mesmo que não haja compatibilidade de horários. (D) ficará afastada do cargo no Município, sem receber a remuneração, durante o exercício do mandato. Letra a. Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: III - investido no mandato de Vereador, havendo com- patibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu- neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili- dade, será aplicada a norma do inciso anterior. DIREITOS HUMANOS ALICE ROCHA 18 O Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos ado- tado pela XXI Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966 e ratificado e inter- nalizado pelo Brasil no ano de 1992, propõe, de acordo com os países membros, que: (A) os povos têm direito à autodeterminação, e, em vir- tude deste direito, determinam com restrições seu estatuto político e asseguram com limites seu desen- volvimento econômico, social e cultural. (B) a pena de morte, nos países em que ainda exista, será respeitada com limitações, dentre elas a proibi- ção de imposição em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada a mulhe- res em estado de gravidez. (C) a liberdade de opinião sofrerá restrições não pre- vistas em lei, desde que se façam necessárias para assegurar o respeito aos direitos de proteção à segu- rança nacional. (D) a pessoa vítima de prisão ilegal terá direito à repara- ção, salvo quando tiver em período de instabilidade social e for para fim de apuração de fato ou de con- duta relacionados à segurança nacional. Letra b. (A) Errado. O artigo 1º estabelece que: “Todos os po- vos têm direito à autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente seu estatuto político e asseguram livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural”. (B) Certo. De acordo com o artigo 6.2 e 6.5: “Nos países em que a pena de morte não tenha sido abolida, esta poderá ser imposta apenas nos casos de crimes mais graves, em conformidade com a legislação vigente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as disposições do presente Pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. (...). A pena de morte não poderá ser imposta em casos de crimes cometidos por pessoas menores de 18 anos, nem aplicada a mulheres em caso de gravidez.” Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV (C) Errado. Segundo o artigo 19, a liberdade de opinião pode ser submetida a certas restrições, desde que estas sejam previstas em lei e se façam necessárias para asse- gurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas ou proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas. (D) Errado. O artigo 9.5 não estabelece exceções à regra de que qualquer pessoa vítima de prisão ou encarcera- mento ilegal terá direito à reparação, não apresentando, portanto, nenhuma exceção a tal regra. 19 O Tratado de Marraqueche, para facilitar o acesso a obras publicadas às pessoas cegas, com deficiência visu- al ou com outras dificuldades para aceder ao texto im- presso, foi firmado em 2013 e aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro em 2015. A respeito desse documen- to, assinale a alternativa incorreta. (A) Entre os beneficiários do Tratados, estão as pessoas com deficiência visual ou outra deficiência de per- cepção ou de leitura que não possa ser corrigida para se obter uma acuidade visual substancialmente equi- valente à de uma pessoa que não tenha esse tipo de deficiência ou dificuldade e para quem é impossível ler material impresso de uma forma substancialmen- te equivalente à de uma pessoa sem deficiência ou dificuldade. (B) Mesmo com a assinatura de 51 Estados, o tratado só entrou em vigor após o depósito da vigésima ratificação. (C) Esse tratado possui hierarquia constitucional, pas- sando a integrar nosso ordenamento por decreto do poder executivode janeiro de 2017. (D) Entre os beneficiários do Tratado estão os que es- tejam impossibilitados, de qualquer outra maneira, devido a uma deficiência física, de sustentar ou ma- nipular um livro ou focar ou mover os olhos da forma que normalmente seria apropriado para a leitura. Letra c. (A) Certo. De acordo com o artigo 3º (b) do Tratado: “Será beneficiário toda pessoa: b) que tenha deficiência visual ou outra deficiência de percepção ou de leitura que não possa ser corrigida para se obter uma acuidade visual substancialmente equivalente à de uma pessoa que não tenha esse tipo de deficiência ou dificuldade, e para quem é impossível ler material impresso de uma forma substancialmente equivalente à de uma pessoa sem deficiência ou dificuldade.” (B) Certo. De acordo com o artigo 18 do Tratado: “Este Tratado entrará em vigor três meses após 20 partes que reúnam as condições referidas no Artigo 15 tenham de- positado seus instrumentos de ratificação ou adesão.” (C) Errado. O Tratado foi internalizado pelo DECRETO N. 9.522, DE 8 DE OUTUBRO DE 2018. (D) Certo: De acordo com o artigo 3º (c) do Tratado: “Será beneficiário toda pessoa: c) que esteja, impossi- bilitada, de qualquer outra maneira, devido a uma defi- ciência física, de sustentar ou manipular um livro ou fo- car ou mover os olhos da forma que normalmente seria apropriado para a leitura;”. DIREITO INTERNACIONAL ALICE ROCHA 20 Sebastien, de nacionalidade húngara, cometeu um la- trocínio na França e fugiu para o Brasil no meio da pan- demia de 2020. Todavia, Sebastien já é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) pela prática de outros crimes em diversos países da Eu- ropa e da África. Para evitar que Sebastien continue a fugir para outros países, pode ser solicitada: (A) prisão cautelar exclusivamente por um dos países em que Sebastien cometeu os crimes. (B) prisão cautelar pelo ponto focal da Organização In- ternacional de Polícia Criminal (Interpol), desde que o pedido esteja devidamente instruído com a docu- mentação comprobatória da existência de ordem de prisão. (C) prisão cautelar, desde que seja apresentado pedido formal por escrito, não sendo admitido pedido por fax ou mensagem eletrônica. (D) prisão cautelar, desde que o pedido seja encaminha- do conjuntamente com a formalização do pedido ex- tradicional relativo a Sebastien. Letra b. (A) Errado. A prisão não precisa exclusivamente partir de um Estado ou o crime foi cometido, pode partir da Inter- pol ou, ainda, por outro Estado “interessado”. (B) Certo. De acordo com o artigo 84, § 2º, da Lei n. 13.445/2017: “O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a docu- mentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática.” (C) Errado. De acordo com o art. 84, § 1º, da Lei n. 13.445/2017: “O pedido de prisão cautelar deverá con- ter informação sobre o crime cometido e deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a comunicação por escrito.”’ Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV (D) Errado. De acordo com o caput do art. 84 da Lei n. 13.445/2017: “Em caso de urgência, o Estado interessa- do na extradição poderá, previamente ou conjuntamen- te com a formalização do pedido extradicional, requerer, por via diplomática ou por meio de autoridade central do Poder Executivo, prisão cautelar...”. 21 Ana, espanhola, entrou com uma ação de cobrança na Espanha contra empresa brasileira de exportação de ovos pelo descumprimento de contrato celebrado na Espanha. A empresa brasileira foi condenada e, imedia- tamente, Ana entrou com pedido de homologação da sentença no Brasil. De acordo com as regras brasileiras, para que essa sentença seja homologada no Brasil será necessário: (A) que a sentença estrangeira tenha transitado em jul- gado na Espanha. (B) que a sentença estrangeira não ofenda a coisa julga- da na Espanha. (C) que as partes tenham sido citadas, não sendo admi- tida revelia. (D) que a sentença estrangeira seja eficaz na Espanha, mas sem que necessariamente tenha transitado em julgado no país de origem. Letra d. Conforme entendimento do STJ, o CPC/2015, ao exigir que a sentença estrangeira seja apenas “eficaz” no país em que foi proferida, teria deixado de exigir o trânsito em julgado. Vide artigo 963, III, do CPC/2015. DIREITO TRIBUTÁRIO MARIA CHRISTINA 22 A União executou João por uma dívida tributária não prescrita perante a Vara de Execução. Após juízo positivo de admissibilidade, o executado foi devidamente citado pelo correio. São opções possíveis para o executado: (A) requerer o parcelamento do débito e concomitante- mente apresentar embargos à execução em 15 dias. (B) efetuar o pagamento no prazo de três dias e ser isen- tado do pagamento de honorários advocatícios de sucumbência. (C) apresentar embargos à execução por meio de peti- ção simples nos próprios autos da execução, no pra- zo de quinze dias, a contar da juntada do mandado de citação cumprido. (D) efetuar o pagamento em 5 dias ou nomear bens à penhora. Letra d. (A) Errado. Embargos à Execução Fiscal somente com ga- rantia do juízo em 30 dias. (B) Errado. Pagar em 5 dias ou nomear bens à penhora. Art. 8° da Lei n. 6.830/1980. (C) Errado. Embargos são distribuídos por dependência. (D) Certo. Art. 8° da Lei n. 6.830/1980. 23 Acerca dos institutos da Competência, Capacidade Tri- butária e Cometimento, assinale a opção correta. (A) A atribuição constitucional de competência tributá- ria compreende a competência legislativa plena, res- salvadas apenas as limitações contidas na Constitui- ção Federal e nas Constituições dos Estados. (B) A competência tributária é indelegável, inclusive com relação às funções de arrecadar ou fiscalizar tri- butos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. (C) A atribuição de capacidade tributária pode ser revo- gada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. (D) Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da fun- ção de arrecadar tributos. Letra c. (A) Errado. Art. 6º do CTN. Limitações contidas nas Cons- tituições Federal e Estaduais e Leis Orgânicas do DF e dos Municípios. (B) Errado. Art. 7º, caput, da CF. Salvo as funções de ar- recadar e fiscalizar. (C) Certo. Art. 7º, § 3°, do CTN. A concessão e a revoga- ção são discricionárias. (D) Errado. Art. 7º, § 4°, do CTN. Cometimento não é de- legação de competência, mas mera atribuição da função de arrecadar a pessoa jurídica de direito privado. 24 Em Direito Tributário, ramo pertencente ao direito pú- blico, a presunção de fraude à execução fiscal resta con- figurada com: (A) o protesto da Certidão da Dívida Ativa. (B) a inscrição do débito tributário na Dívida Ativa. (C) o ajuizamento da ação de execução fiscal. (D) o despacho que ordenou a citação do executado. Letra b. (A) Errado. Art. 185 do CTN. Não há necessidade de pro- testo da CDA, bastando a inscrição. (B) Certo. Art. 185 do CTN. Em tributário, não há a ne- cessidade de registro de penhora do bem, mas tão so- mente da inscrição em dívida ativa. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV (C) Errado. Art. 185 do CTN. Mera inscrição em dí- vida ativa. (D) Errado. Art. 185 do CTN. Mera inscrição em dí- vida ativa. 25 O sistema tributário nacional é integrado por um con- junto de princípios e regras que limitam o exercício do poder de tributar do Estado. A respeito dos princípios da anterioridade e da irretroatividade,assinale a op- ção correta. (A) Todos os impostos se submetem aos princípios da anterioridade e da irretroatividade, mas taxas, con- tribuições e demais espécies tributárias somente se submetem ao princípio da irretroatividade. (B) Todos os tributos devem se submeter aos princípios da anterioridade e da irretroatividade. (C) O princípio da irretroatividade aplica-se a todo tribu- to; o da anterioridade, por sua vez, admite exceções. (D) O princípio da irretroatividade se aplica apenas aos impostos e às taxas; o da anterioridade se aplica a todos os tipos de tributos. Letra c. (A) Errado. Nem todos os impostos e nem todos os tribu- tos se submetem aos princípios da anual e da nonagési- ma, conforme exceções previstas no art. 150, § 1º; 195, § 6º; 155, § 4º, IV, c; e 177, § 4º, I, b, da CF. (B) Errado. Mesma justificativa da letra ‘a’. (C) Certo. Todos os tributos devem obediência ao princípio da irretroatividade, mas a noventena admi- te exceções. (D) Errado. O princípio da irretroatividade se aplica a to- dos os tributos. 26 Sobre lançamento e crédito tributário, é correto afirmar: (A) o benefício da denúncia espontânea aplica-se aos tributos sujeitos a lançamento por homologação re- gularmente declarados, embora pagos a destempo. (B) em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, se não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco consti- tuir o crédito tributário conta-se exclusivamente do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (C) a entrega de declaração pelo contribuinte, reconhe- cendo débito fiscal, não exime o Fisco de adotar as providências necessárias para a constituição do cré- dito tributário. (D) a atividade de lançamento é obrigatória, muito em- bora discricionária, sob pena de responsabilidade funcional. Letra b. (A) Errado. Súmula 360 do STJ. Se houve declaração, não há que se falar em denúncia espontânea. (B) Certo. Súmula 555 do STJ; art. 150, § 4º, do CTN, combinado com o art. 173, I, do CTN. (C) Errado. Se o contribuinte reconhecer o débito, o fisco está desobrigado de qualquer outro procedimento. Sú- mula 446 do STJ. (D) Errado. Lançamento é um ato obrigatório e vincula- do. Art. 142 do CTN. DIREITO ADMINISTRATIVO GUSTAVO BRÍGIDO 27 Sobre desapropriação, assinale a afirmativa correta. (A) A tredestinação vem a ser a desapropriação par- cial do bem. (B) O direito de penetração confunde-se com a imissão provisória na posse. (C) A desapropriação é a forma de aquisição derivada da propriedade, segundo a doutrina majoritária. (D) A declaração de urgência e o depósito prévio do va- lor são pressupostos que permitem ao expropriante a imissão provisória na posse. Letra d. DECRETO-LEI N. 3.365, DE 21 DE JUNHO DE 1941. Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo pro- visoriamente na posse dos bens. 28 Leandro foi denunciado pela prática do crime de preva- ricação. Em virtude desses fatos, foi instaurado procedi- mento administrativo em seu desfavor, sendo este arqui- vado por ausência de provas. Diante disso, o processo criminal de Leandro deve: (A) ser extinto sem julgamento do mérito, pois todas as decisões administrativas vinculam o juízo criminal. (B) ter prosseguimento normal, não sendo atingido pela decisão administrativa. (C) ser extinto sem julgamento do mérito, pois especifi- camente a motivação adotada no procedimento ad- ministrativo vincula o criminal. (D) ser extinto com julgamento do mérito, sendo Lean- dro absolvido. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra b. Lei n. 8.112/1990: Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servi- dor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. 29 Eugênio, fisioterapeuta ocupante de cargo efetivo em um Hospital Estadual, em procedimento de intubação de paciente por conta da Covid-19, acabou, por pura im- perícia, causando sérios traumas em Maria, com lesões irreversíveis à sua saúde. No caso em tela, em tema de indenização em favor de Maria, aplica-se a responsabi- lidade civil: (A) objetiva do Estado, segundo a qual é imprescindível a comprovação do elemento subjetivo da condu- ta de Joana. (B) objetiva do Estado, e não cabe ação regressiva do Estado contra Joana, pela teoria do risco admi- nistrativo. (C) objetiva do Estado, segundo a qual não há necessida- de de análise do dolo ou culpa de Joana. (D) subjetiva do Estado, segundo a qual é imprescindível a comprovação do dolo ou culpa de Joana. Letra c. Art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públi- cos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 30 A Lei n. 8.429/1992 dispõe sobre os atos que configuram improbidade administrativa. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. (A) Ela determina que os atos de improbidade admi- nistrativa somente podem ser praticados por servi- dor público. (B) Ela se aplica apenas aos atos de improbidade prati- cados contra a Administração Pública direta e indi- reta, não sendo aplicável aos atos praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção de órgão público. (C) Ela dispõe que o ressarcimento integral do dano só poderá ser imposto quando a lesão ao patrimô- nio público decorrer de ação ou omissão dolosa ou culposa. (D) Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 da Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. Letra d. Art. 1º, § 1º Consideram-se atos de improbidade ad- ministrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Incluído pela Lei n. 14.230, de 2021) 31 Em tema de serviços públicos, a doutrina de Direito Administrativo ensina que se aplica especificamente o princípio da: (A) autotutela, o qual indica que a Administração Públi- ca ou o concessionário (no caso de delegação), ao prestar os serviços públicos, gozam de liberdade de gestão, podendo aumentar unilateralmente as tari- fas para manter a lucratividade da atividade. (B) modicidade, segundo o qual os serviços públicos de- vem ser remunerados a preços módicos, devendo o Poder Público calcular o valor das tarifas com vistas à eficiência e lucros máximos. (C) supremacia do interesse público, segundo o qual as atividades administrativas e os serviços públicos são prestados pelo Estado para benefício do particular individualmente considerado em detrimento da co- letividade. (D) continuidade, o qual indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação pro- voque colapso nas múltiplas atividades particulares. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra d. LEI N. 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995. DO SERVIÇO ADEQUADO Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimen- to dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato. § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. § 2 A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do ser- viço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segu- rança das instalações; e, II - porinadimplemento do usuário, considerado o in- teresse da coletividade. § 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no domingo, nem em feria- do ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei n. 14.015, de 2020) 32 De acordo com a Lei n. 8.666/1993, é hipótese de inexi- gibilidade de licitação quando o Prefeito Municipal con- trata sociedade empresária: (A) para a locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas ne- cessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha. (B) para compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a re- alização dos processos licitatórios correspondentes, realizados diretamente com base no preço do dia. (C) de notória especialização, para prestação de serviços técnicos de treinamento e aperfeiçoamento de pes- soal, de natureza singular. (D) de fornecimento ou suprimento de energia elétri- ca e gás natural com concessionário, permissioná- rio ou autorizado, segundo as normas da legislação específica. Letra c. (A) DISPENSÁVEL: Art. 24, X - para a compra ou locação de imóvel des- tinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, se- gundo avaliação prévia. (B) DISPENSÁVEL: Art. 24, XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios corresponden- tes, realizadas diretamente com base no preço do dia. (C) INEXIGÍVEL → CERTO: Art. 25, II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singu- lar, com profissionais ou empresas de notória espe- cialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação. (D) DISPENSÁVEL. Art. 24, XXII - na contratação de fornecimento ou su- primento de energia elétrica e gás natural com con- cessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO AMBIENTAL NILTON COUTINHO 33 Em viagem para o nordeste, João ficou sabendo que havia uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável na- quela região. Em conversa com um morador da região, ficou sabendo que a Reserva de Desenvolvimento Sus- tentável é uma área natural que abriga populações tradi- cionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentá- veis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológi- cas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversi- dade biológica. Querendo obter mais informações so- bre o tema, procura um advogado especialista na área, o qual lhe informa que, com base no disposto na Lei n. 9.985/2000, as atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às seguintes condições: (A) é proibida a visitação pública, ainda que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. (B) é permitida e incentivada a pesquisa científica volta- da à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do ór- gão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. (C) deve ser sempre considerado os aspectos econômi- cos e sociais envolvidos, a fim de garantir que a po- pulação tradicional consiga obter rendimentos que permitam melhores condições de vida. (D) é proibida a exploração de componentes dos ecos- sistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis, ainda que sujeitas ao zoneamento, às li- mitações legais e ao Plano de Manejo da área. Letra b. Art. 20, § 5º As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às se- guintes condições: I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área; II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educa- ção ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento; III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmi- co entre o tamanho da população e a conservação; e IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo susten- tável e a substituição da cobertura vegetal por espé- cies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo da área. 34 Cecília fora autuada pela prática de uma infração ad- ministrativa na área ambiental. Preocupada com a si- tuação, e querendo obter maiores informações sobre o tema, consulta um advogado especialista na área, o qual lhe informa que: (A) se Cecília cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-á aplicada a sanção mais grave, com aumento de pena. (B) a multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. (C) a multa simples será aplicada sempre que o cometi- mento da infração se prolongar no tempo. (D) proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até cinco anos, é uma espécie de sanção restritiva de direito. Letra b. (A) Art. 72, § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulati- vamente, as sanções a elas cominadas. (B) Art. 72, § 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. (C) Art. 72, § 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração se prolongar no tempo. (D) Art. 72, § 8º As sanções restritivas de direito são: proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até três anos. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO CIVIL ROBERTA QUEIROZ 35 Zeferino possui três filhos, Manoel, Jorge e Dadinho, sendo esse último filho socioafetivo de um relaciona- mento que teve com Matilde. Zeferino sempre demons- trou maior amor por Jorge que, inclusive, sempre morou com o pai. Quando da morte de Zeferino, foi encontrado um testamento feito por ele destinando todos os seus bens a Jorge. Considerando-se a situação narrada, mar- que a alternativa correta. (A) O testamento de Zeferino deve ser cumprido, pois representa a vontade do falecido. (B) Deverá haver redução da disposição testamentária, respeitando a legítima dos demais herdeiros neces- sários, excluindo Dadinho. (C) O testamento deve ser considerado válido, mas ineficaz. (D) Trata-se de caso de redução de disposição testamen- tária, devendo a legítima ser partilhada entre Mano- el, Jorge e Dadinho. Letra b. Artigo 1967 do CC. Art. 1967. As disposições que excederem a parte dis- ponível reduzir-se-ão aos limites dela, de conformida- de com o disposto nos parágrafos seguintes. § 1º Em se verificando excederem as disposições tes- tamentárias a porção disponível, serão proporcional- mente reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os legados, na proporção do seu valor. § 2º Se o testador, prevenindo o caso, dispuser que se inteirem, de preferência, certos herdeiros e legatá- rios, a redução far-se-á nos outros quinhões ou lega- dos, observando-se a seu respeito a ordem estabele- cida no parágrafo antecedente. 36 Marinalva toma medicamento controlado desde os 15 anos em virtude de uma bipolaridade e uma esquizo- frenia graveque sofre. Contudo, quando completou 32 anos, apaixonou-se por Carlinhos, rapaz que possui Sín- drome de Down, e os dois pretendem se casar. Conside- rando-se o caso narrado, marque a alternativa correta. (A) Marinalva é absolutamente incapaz, e não pode con- trair matrimônio. (B) Carlinhos é absolutamente incapaz, mas pode con- trair matrimônio. (C) Carlinhos e Marinalva são relativamente incapazes, e não podem contrair matrimônio. (D) Tanto Marinalva quanto Carlinhos são plenamente capazes e podem se casar sem consentimento de re- presentantes. Letra d. Após o Estatuto da Pessoa com Deficiência, as pessoas com deficiência são capazes. São incapazes somente as pessoas descritas nos artigos 3 e 4 do CC. 37 Janaína, maior e capaz, conheceu Astolfo pela internet. O rapaz mora na Fenda do Biquíni, próximo ao Triângu- lo das Bermudas. Janaína decidiu, então, pegar férias de seu trabalho e ir ao encontro do amado. Comprou passagem e foi cantarolando no voo: “Se lembre que eu há muito tempo te amo; Te amo! Te amo! Quero fazer você feliz; Vamos pegar o primeiro avião; Com destino à felicidade; A felicidade pra mim é você…”. Após alguns dias de descanso, veio a tragédia: um enorme tsunami devastou o local. Muitas e muitas pessoas morreram; não sobrou quase nada da cidade. O corpo de Janaína desapareceu. Pautado nas informações acima, marque a alternativa correta: (A) A morte de Janaína somente poderá ser registrada após encontrar o corpo e for atestada a morte. (B) A declaração de morte de Janaína depende de de- claração prévia de ausência, haja vista o desapareci- mento do corpo. (C) A morte de Janaína pode ser declarada, independen- temente de declaração de ausência, mediante proce- dimento de justificação, não podendo o juiz declarar data provável de morte. (D) A morte de Janaína pode ser declarada, independen- temente de declaração de ausência, mediante proce- dimento de justificação, devendo o juiz declarar data provável de morte. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra d. Artigo 7° do CC: Pode ser declarada a morte presumi- da, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 38 Totonho se comprometeu a entregar um cavalo de raça para Gustavo do Tchererê no dia 20/05/2021. No ato de celebração da compra e venda do cavalo, Totonho, ven- dedor, comprometeu-se a entregar o cavalo na fazenda de Gustavo, até as 17 horas deste dia. Ocorre que Toto- nho simplesmente esqueceu de levar o cavalo. No dia 21/05/2018, houve o rompimento de uma barragem próxima à fazenda de Totonho, local onde o cavalo esta- va, e acabou causando a morte do animal. Marque a al- ternativa que apresenta a solução adequada para o caso. (A) Gustavo tem direito de exigir perdas e danos de To- tonho, mesmo que a morte do cavalo tenha ocorrido por um fortuito. (B) Gustavo terá direito à devolução da metade do valor do pagamento do cavalo, visto que poderia buscar o cavalo e não o fez. (C) Totonho não poderá responder, perante Gustavo, pela morte do cavalo, pois se trata de fortuito. (D) Gustavo não poderá exigir a devolução do valor refe- rente ao cavalo. Letra a. Art. 399. O devedor em mora responde pela impos- sibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. 39 Inalda assumiu com o Banco X contrato de seguro de vida, estabelecendo seu filho Renato como beneficiário da referida avença, em caso de seu falecimento. Seis me- ses depois de celebrar o contrato, Inalda é acometida por uma grave depressão, decorrente de um aborto, e acaba cometendo suicídio. Considerando-se a jurispru- dência recente do STJ e o disposto no contrato de Seguro de Vida, marque a alternativa correta. (A) Renato não detém legitimidade ad causam para ajui- zar ação em face do Banco para exigir o adimplemen- to do contrato. (B) No seguro de vida para o caso de morte, é ilícito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. (C) O beneficiário não tem direito ao capital estipula- do quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato. (D) É válida cláusula que exclui o pagamento do capital em caso de suicídio. Letra c. Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438. Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lí- cito estipular-se um prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência do sinistro. Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital es- tipulado quando o segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato, ou da sua re- condução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo único do artigo antecedente. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 40 Manuel, menor púbere, vive com sua genitora, já que seu pai faleceu há alguns anos. Manuel herdou um vas- to patrimônio quando do falecimento de seu pai. Agora, com receio por ter contraído uma doença devastadora, deseja confeccionar seu testamento. Para tanto, con- sulta um advogado, que lhe presta a seguinte e correta informação: (A) Manuel, por ser incapaz, não pode fazer seu testamento. (B) Manuel poderá redigir seu testamento mediante a representação de sua genitora. (C) Manuel, caso confeccione seu testamento, por não ter filhos, poderá dispor livremente de seus bens. (D) Manuel poderá testar seus bens, sozinho, sem repre- sentação, desde que respeite a legítima. Letra d. Art. 1860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discer- nimento. Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezes- seis anos. 41 Inês contratou os serviços de Ana para corretagem no intuito de vender seu apartamento. Ana sempre traba- lhou no sentido de tentar vender o apartamento. Em sede de contrato, ficou consignado que, caso ocorres- se a venda, seria devido à Ana, à título de corretagem, o valor de dez por cento da venda. Após alguns meses, despretensiosamente, em meio a um almoço de amigos, Inês comentou da venda do apartamento e um amigo se interessou, comprando o imóvel. Sobre o caso, marque a alternativa correta. (A) O valor de corretagem não pode ser cobrado por Ana, pois não foi ela quem intermediou a venda. (B) Ana não poderia ter realizado a venda direta, des- cumprindo o contrato de corretagem. (C) O valor de corretagem é sempre devido. (D) O valor de corretagem, nesse caso, somente pode ser cobrado por Ana caso haja cláusula de exclusividade. Letra d. Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbi- trada segundo a natureza do negócio e os usos locais. Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efeti- ve em virtude de arrependimento das partes. Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a cor- retagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade.Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos trabalhos do corretor. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PATRÍCIA DREYER 42 Ricardinho do Morro, enquanto menor de idade, prati- cou inúmeros atos infracionais, dentre eles ato infracio- nal análogo a tráfico e homicídio. Diante dessas condu- tas, ele foi apreendido aos 17 anos de idade e internado. Com 19 anos, ainda internado e cumprindo a referida medida socioeducativa, Ricardinho do Morro estupra uma das agentes que trabalhava na unidade de acolhi- mento, em vingança por ela ter obrigado os internos do gênero masculino a se vestirem de biquíni e desfilarem para todos os agentes. Diante da hipótese acima, assina- le a alternativa correta. (A) Se instaurado o processo crime, a medida socioedu- cativa de internação poderá ser extinta, tendo em vista sua ineficácia. (B) A conduta de Ricardinho do Morro é lícita, pois agiu em legítima defesa. (C) Os casos de suspeita ou confirmação de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra ado- lescente serão obrigatoriamente comunicados ao Ministério Público, mas não ao Conselho Tutelar, em razão da sua incompetência em atuar em casos como o relatado. (D) Ricardinho do Morro deverá ser imediatamente libe- rado e responder ao processo crime de homicídio em liberdade. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra a. Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de cas- tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras pro- vidências legais. Informativo nº 0672 Publicação: 19 de junho de 2020. SEXTA TURMA Processo HC 551.319-RS, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 12/05/2020, DJe 18/05/2020 Tema: Ato infracional equiparado ao delito de roubo qualificado. Execução da medida de internação. Maio- ridade. Superveniência de crime. Extinção da medida socioeducativa. Possibilidade. Destaque: É válida a extinção de medida socioeduca- tiva de internação quando o juízo da execução, ante a superveniência de processo-crime após a maioridade penal, entende que não restam objetivos pedagógicos em sua execução. Informações do Inteiro Teor Inicialmente, destaque-se que a Lei n. 12.594/2012, que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioedu- cativo - SINASE, estabelece no art. 46, § 1º, o seguinte: “no caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumpri- mento de medida socioeducativa, responder a proces- so-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução, cientificando da decisão o juízo criminal competente”. No caso, o juízo de piso fundamentou a extinção da me- dida no fato de o adolescente ter alcançado a maiorida- de penal e na existência de novo fato delituoso enquan- to estava em liberdade, entendendo o magistrado que não restam objetivos pedagógicos na presente execução de medida socioeducativa. Não se verifica manifesta ilegalidade na decisão, visto que a extinção da medida socioeducativa pela superve- niência de processo-crime após adolescente completar 18 anos de idade constitui uma faculdade, devendo o julgador fundamentar sua decisão, nos termos do art. 46, § 1º, da Lei n. 12.594/2012. Desse modo, o juízo da execução da medida de interna- ção fundamentou validamente a desnecessidade dessa medida, porque já não mais cumpre a finalidade socioe- ducativa, pois o paciente com 20 anos de idade continua praticando delitos e encontra-se preso preventivamente. Ademais, a finalidade das medidas previstas no Estatuto da Criança e Adolescente é distinta da pena por prática criminosa, pois enquanto aquela visa educar e sociali- zar o adolescente, esta visa retribuir e reprimir condutas delituosas. 43 A menor Cristininha do Beco responde pelo ato infracio- nal análogo ao crime de tráfico internacional de entor- pecentes e porte ilegal de arma. Diante disso, o Juízo da Infância e Juventude condenou-a, por meio de sentença, a cumprir medida socioeducativa de internação. Diante disso, Maria Clara, advogada bastante diligente, preten- de recorrer da sentença e alcançar medida socioeduca- tiva mais branda. Com base na hipótese acima, assinale a alternativa correta. (A) O prazo recursal será contado em dias úteis, com fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescen- te, e o Ministério Público não terá prazo em dobro. (B) Não há possibilidade de medida mais branda, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente assevera que a sanção da internação é a única aplicável em caso de ato infracional análogo ao tráfico de entorpecentes. (C) O prazo recursal será contado em dias úteis, com fundamento no Código de Processo Civil, aplica- do subsidiariamente ao Estatuto da Criança e do Adolescente. (D) O prazo recursal será contado em dias corridos, com fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescente. Letra a. Art. 122. A medida de internação só poderá ser apli- cada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante gra- ve ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infra- ções graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei apli- cam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente. § 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles refe- rentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do venci- mento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Informativo nº 0647 Publicação: 24 de maio de 2019. SEXTA TURMA Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Processo HC 475.610-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 26/03/2019, DJe 03/04/2019 Tema: Contagem de prazo. Art. 152, § 2°, da Lei n. 8.069/1990 (incluído pela Lei n. 13.509/2017). Dias corridos. Inaplicabilidade da contagem em dias úteis prevista no art. 219 do CPC/2015. Princípio da es- pecialidade. Destaque: A previsão expressa no ECA da contagem dos prazos nos ritos nela regulados em dias corridos impe- de a aplicação subsidiária do art. 219 do CPC/2015, que prevê o cálculo em dias úteis. Informações do Inteiro Teor Nos termos do caput do art. 198 do ECA, nos procedi- mentos regulados pelo Estatuto da Criança e do Adoles- cente, adotar-se-á o sistema recursal do Código de Pro- cesso Civil, com as adaptações da lei especial trazidas nos incisos do citado dispositivo legal. Assim, consoante o texto expresso no inciso II, em todos os recursos, salvo os embargos de declaração, o prazo será decenal e a sua contagem ocorrerá de forma corrida, conforme expressa previsão do art. 152, § 2°, do ECA. Uma vez que existe norma sobre a contagem do prazo em dias corridos na lei especial, não há lacuna a atrair a aplicação subsidi- ária ou supletiva da regra do Código de Processo Civil, que prevê o cálculo em dias úteis. Eventual conflito na interpretação das leis deve ser solucionado por meio de critérios hierárquico, cronológico ou da especialidade. O Código de Processo Civil não é norma jurídica superior à Lei n. 8.069/1990. O art. 198 do ECA (redação dada pela Lei n. 12.594/2012), por sua vez, não prevalece sobre o art. 152, § 2° (incluído pela Lei n. 13.509/2017), disposi- tivo posterior que regulou inteiramente a contagem dosprazos. Prepondera, assim, a especialidade, de modo que a regra específica do Estatuto da Criança e do Ado- lescente impede a incidência do art. 219 do CPC/2015. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PATRÍCIA DREYER 44 Alice, mãe dos menores Theo e Marie, levou os filhos ao supermercado, ocasião em que eles fizeram uma série de exigências, querendo levar todo tipo de salgadinhos, balas, chocolates e refrigerantes, sempre fazendo men- ção a inúmeros personagens e propagandas que os dois tinham visto na televisão e no celular por meio da inter- net. Tendo se dado conta que tinha sido um momento muito estressante para a mãe, diante de tantas exigên- cias dos filhos, Alice procura você como advogado(a) especializado(a) em Direito do Consumidor que, acerta- damente, orienta que: (A) não há o que Alice ou qualquer outra pessoa possa fazer, pois o Estado brasileiro assegura ampla liber- dade de expressão. (B) as crianças só não podem ser destinatárias de publi- cidades que falem de alimentos ultraprocessados ou industrializados, bebidas alcoólicas e cigarros. (C) é abusiva a publicidade de alimentos direcionada, de forma explícita ou implícita, a crianças. (D) as crianças podem ser destinatárias de todo tipo de publicidade que trate de alimentos e bebidas, por lhe faltar poder de consentimento, tampouco deve ser destinatária de publicidade que as incita a agirem como se plenamente capazes fossem. Letra c. Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 1° É enganosa qualquer modalidade de informa- ção ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o con- sumidor a respeito da natureza, características, qua- lidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimi- natória de qualquer natureza, a que incite à violên- cia, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma preju- dicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é en- ganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. § 4° (Vetado). Informativo nº 0679 Publicação: 9 de outubro de 2020. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV SEGUNDA TURMA Processo REsp 1.613.561-SP, Rel. Min. Herman Ben- jamin, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 25/04/2017, DJe 01/09/2020 Tema Publicidade destinada às crianças. Gêneros alimentí- cios. Abusividade. Art. 37, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor. Destaque É abusiva a publicidade de alimentos direcionada, de forma explícita ou implícita, a crianças. Informações do Inteiro Teor O Superior Tribunal de Justiça possui jurisprudência re- conhecendo a abusividade de publicidade de alimentos direcionada, de forma explícita ou implícita, a crianças. Isso porque a decisão de comprar gêneros alimentícios cabe aos pais, especialmente em época de altos e preo- cupantes índices de obesidade infantil, um grave proble- ma nacional de saúde pública. Diante disso, consoante o art. 37, § 2º, do Código de Defesa do Consumidor, estão vedadas campanhas publicitárias que utilizem ou mani- pulem o universo lúdico infantil. Na ótica do Direito do Consumidor, publicidade é ofer- ta e, como tal, ato precursor da celebração de contrato de consumo, negócio jurídico cuja validade depende da existência de sujeito capaz (art. 104, I, do Código Civil). Em outras palavras, se criança, no mercado de consumo, não exerce atos jurídicos em seu nome e por vontade própria, por lhe faltar poder de consentimento, tampou- co deve ser destinatária de publicidade que, fazendo tá- bula rasa da realidade notória, a incita a agir como se plenamente capaz fosse. 45 Raquel é consumidora desenfreada e acabou por fazer empréstimo no banco, dividindo-o em 96 parcelas, para além do crédito consignado que já tinha pegado para aumentar seu poder de compra. Além disso, Raquel também pegou empréstimo no cartão de crédito que estava, por cláusula contratual, autorizado a descontar o mínimo da fatura diretamente na conta corrente, como forma de sempre manter adimplida a obrigação. Ocorre que Raquel fez os 15 pagamentos do primeiro emprés- timo diretamente no caixa eletrônico, e tinha apenas os papéis termossensíveis que saem da máquina do caixa eletrônico como comprovante. Obviamente que esses papéis termossensíveis, com o tempo, e especialmente altas temperaturas, se apagaram, e Raquel recebeu há dois dias uma citação exigindo o pagamento dessas 15 parcelas acrescidas de juros, atualização monetária e honorários, sem contar que Raquel não tem conseguido, mesmo com os descontos em conta corrente, arcar com a totalidade do valor mensal devido ao banco. Raquel não tem qualquer outro comprovante do pagamento e precisa elaborar sua defesa. Diante do caso hipotético, assinale a alternativa correta. (A) Raquel deve pagar novamente todas as parcelas, pois, se não tem o comprovante, pagou mal, e quem paga mal paga duas vezes. (B) Raquel só deve pagar as últimas doze parcelas, por- que as outras já estão prescritas. (C) São lícitos os descontos de parcelas de empréstimos bancários comuns em conta-corrente, ainda que utilizada para recebimento de salários, desde que previamente autorizados pelo mutuário e enquanto esta autorização perdurar, não sendo aplicável, por analogia, a limitação prevista nos empréstimos con- signados em folha de pagamento. (D) O banco terá que provar que não houve pagamen- to, visto que há fato do serviço do banco quando ele emite comprovantes de suas operações por meio de papel termossensível. Letra c. Tema 1085 do STJ. São lícitos os descontos de parcelas de empréstimos bancários comuns em conta-corrente, ainda que utilizada para recebimento de salários, desde que previamente autorizados pelo mutuário e enquanto esta autorização perdurar, não sendo aplicável, por ana- logia, a limitação prevista no § 1º do art. 1º da Lei n. 10.820/2003, que disciplina os empréstimos consigna- dos em folha de pagamento Informativo nº 0650 Publicação: 5 de julho de 2019. QUARTA TURMA Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Processo REsp 1.414.774-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Sa- lomão, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 16/05/2019, DJe 05/06/2019 Ramo do Direito DIREITO DO CONSUMIDOR Tema: Comprovantes de operações bancárias. Emissão em papel termossensível. Baixa durabilidade. Vício do serviço. Configuração. Emissão gratuita de segunda via do comprovante. Obrigação. Destaque: A instituição financeira responde por vício na qualidade do produto ao emitir comprovantes de suas operações por meio de papel termossensível. Informações do Inteiro Teor O Código de Defesa do Consumidor, para além da res- ponsabilidade decorrente dos acidentes de consumo (arts. 12 a 17), cuja preocupação primordial é a segu- rança física e patrimonial do consumidor, regulamentou também a responsabilidade pelo vício do produto ou do serviço (arts. 18 a 25), em que a atenção foi voltada à análise da efetiva adequação à finalidade a que se des- tina. Diante do conceito legal de "defeito na prestação do serviço", a instituição financeira, ao emitir compro- vantes de suas operações por meio de papel termossen- sível, acabou atraindo para si a responsabilidade pelo vício de qualidade do produto. Isso porque, por sua pró- pria escolha, em troca do aumento dos lucros - já que a impressão no papel térmico é mais rápida e bem mais em conta -, passou a ofertar o serviço de forma inade- quada, emitindo comprovantes cuja durabilidade não atendem as exigências e necessidades do consumidor, vulnerando o princípio da confiança. Outrossim, é da natureza específica do tipo de serviço prestado emitir documentos de longa vidaútil, a permitir que os con- sumidores possam, quando lhes for exigido, comprovar as operações realizadas. Nesse contexto, condicionar a durabilidade de um comprovante às suas condições de armazenamento, além de incompatível com a segurança e a qualidade que se exigem da prestação de serviços, torna a relação excessivamente onerosa para o consumi- dor, que, além dos custos de emitir um novo recibo em outra forma de impressão (fotocópia), teria o ônus de arcar, em caso de perda, com uma nova tarifa pela emis- são da segunda via do recibo, o que se mostra abusivo e desproporcional. Assim, o reconhecimento da falha do serviço não pode importar, por outro lado, em repasse pelo aumento de tarifa ao consumidor nem em prejuízos ao meio ambiente. DIREITO EMPRESARIAL EUGÊNIO BRUGGER 46 Muito se discute acerca da origem histórica do Institu- to da Desconsideração da Personalidade Jurídica. Para a maioria da doutrina, apesar de existir desde o Império Romano – onde, em razão da evolução social, se chegou a conceber, embora timidamente, a subjetividade patri- monial das corporações – o Instituto teve sua origem nos Estados Unidos, em 1809, quando do julgamento do caso Bank of United States v. Deveaux, seguido pelo julgamen- to do caso Salomon x Salomon Co, em 1897, na Inglaterra. No caso americano, julgado pelo i. juiz Marshall, a teoria da desconsideração foi aplicada para preservar a jurisdição das Cortes Federais sobre as corporations, uma vez que a Cons- tituição Federal Americana, no seu artigo 3º, limita a jurisdi- ção às controvérsias entre cidadãos de diferentes Estados. O julgado, apesar de ser considerado um marco no es- tudo da desconsideração da personalidade jurídica, foi extremamente criticado pela doutrina, que não o consi- dera um leading case, mas apenas uma discussão sobre a competência da justiça federal norte americana. Para a maior parte da doutrina, o verdadeiro leading case do instituto foi o caso Salomon vs. Salomon & Co, onde o empresário Aaron Salomon constituiu uma empresa com outros seis membros de sua família, mas cedeu seu fundo de comércio à sociedade, recebendo vinte mil ações representativas de sua contribuição, en- quanto para cada um dos outros membros coube ape- nas uma ação para integrar o valor da incorporação. A empresa acabou se tornando insolvente e seus credo- res sustentavam que o patrimônio de Salomon deveria responder pela dívida da sociedade, já que sua criação teria sido mero artifício para limitar sua responsabilidade. O juízo de primeira instância e depois a Corte Americana acolheram a pretensão dos credores e consideraram que a empresa era uma entidade fiduciária de Salomon e que ele, na verdade, era o efetivo proprietário do fundo de comércio. A Casa dos Lordes reformou o entendimen- to ao entender que a empresa havia sido validamente constituída, no momento em que a Lei simplesmente re- queria a participação de sete pessoas criando uma pes- soa diversa de si mesma. Não existiu, enfim, responsabi- lidade pessoal de Aaron Salomon para com os credores de Salomon & Co. e era válido o seu crédito privilegiado. Após os julgados acima, a Teoria foi se tornando cada vez mais difundida, chegando à doutrina brasileira atra- vés de Rubens Requião, em 1969, com a obra Desregard Doctrine. Já no ordenamento jurídico, foi incorporada, inicialmente, pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) e, posteriormente, pelo Código Civil de 2002. Além disso, está presente nas Leis de Infrações à Ordem Econômica (8.884/94) e do Meio Ambiente (9.605/98). FONTE: Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – Hayna Bittencourt – 2013. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Sobre a desconsideração da personalidade jurídica no Código Civil e suas alterações com a Lei n. 13.874/2019, assinale a alternativa correta. (A) O Código Civil adota a teoria menor da desconsidera- ção da personalidade jurídica. (B) O Código Civil adota exclusivamente a teoria maior subjetiva da desconsideração da personalida- de jurídica. (C) O Código Civil adota exclusivamente a teoria maior objetiva da desconsideração da personalida- de jurídica. (D) O Código Civil adota a teoria maior subjetiva e obje- tiva da desconsideração da personalidade jurídica. Letra d. Com a evolução sobre o estudo do tema, foram elabo- radas teorias sobre a aplicação da desconsideração da personalidade jurídica. A denominada teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica aplica a des- consideração com mais cautela do que a teoria menor, como algo realmente excepcional. Por sua vez, a teoria maior pode ser dividida em duas: a teoria maior subjetiva e a teoria maior objetiva. Para a primeira, o pressuposto básico da aplicação da desconsideração é a ocorrência do desvio de função da personalidade jurídica, a qual é configurada com a frau- de (conduta maliciosa com o objetivo de prejudicar ter- ceiros, exercendo um ilícito, utilizando-se da autonomia patrimonial) ou com o abuso de direito da personalida- de jurídica (conduta lícita praticada pela pessoa jurídica que leva a resultado contrário à sua função social). Por sua vez, a teoria maior objetiva entende que, para haver desconsideração, é necessária a ocorrência da confusão patrimonial, como um pressuposto objetivo. FONTE: Conjur - Fernanda Quintas Vasconcelos. 47 Gabriel e Rodrigo decidiram constituir uma sociedade anônima, com a finalidade de difusão do ensino no Bra- sil e no mundo. Sabidos que só desenvolveriam a me- lhor plataforma de ensino do Brasil; nela, os alunos têm acesso a uma infinidade de videoaulas, PDFs, exercícios, tendo até psicólogo(a) para ajudar aqueles alunos que já estão “batendo biela” (ficando doido) de tanto estudar. Nasce então o GranCursos. Com dúvidas sobre a escolha do nome empresarial, Ga- briel e Rodrigo procuram você, advogado (a), que res- pondeu corretamente: (A) a sociedade anônima opera sob denominação in- tegrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, obri- gatória a designação do objeto social. (B) a sociedade anônima opera sob denominação in- tegrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamente, facul- tada a designação do objeto social. (C) a sociedade anônima opera sob firma integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “compa- nhia”, por extenso ou abreviadamente, facultada a designação do objeto social. (D) a sociedade anônima opera sob firma integrada pelas expressões “sociedade anônima” ou “compa- nhia”, por extenso ou abreviadamente, obrigatória a designação do objeto social. Letra b. Código Civil: Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denomi- nação integrada pelas expressões “sociedade anôni- ma” ou “companhia”, por extenso ou abreviadamen- te, facultada a designação do objeto social. (Redação dada pela Medida Provisória n. 1.085, de 2021) Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 48 Roberta, Raquel, Maria Christina e Patrícia são sócias da sociedade Cereja do Bolo Moda Íntima Ltda., cujo capital social está partilhado em partes iguais entre as sócias. Roberta e Raquel, após muitos anos de trabalho, deci- diram tirar férias e foram para Las Vegas. Certa noite, num dos cassinos da Sin City, Raquel mostrou para os estadunidenses o que é o famoso “pipoco do trovão”, é até difícil relatar o fato, afinal somente ela, Roberta e Las Vegas sabem o que realmente aconteceu — o que acontece em Vegas fica em Vegas. Fato é que, após aquele dia, Raquel nunca mais foi a mesma, e, na condição de administradora da sociedade, começou a entabular diversos contratos muito onerosos e de difícil execução, alguns deles, inclusive, à margem do objeto social, o que colocou em xeque a continuidade da empresa. Muito preocupadas, Maria Christina e Patrícia procuram você, advogado (a), para saber da possibilidade da exclu- são extrajudicial de Raquel do quadro societário. Você respondeu corretamente que: (A) quandoa maioria dos sócios, representativa de mais de três quartos do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclu- são por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reu- nião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada em tempo hábil para per- mitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (B) quando a maioria dos sócios, representativa de mais de três quartos do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, ainda que não prevista neste a ex- clusão por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada nas 24 (vinte e quatro) horas anteriores para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (C) quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclu- são por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reu- nião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada em tempo hábil para per- mitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. (D) quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, ainda que não prevista neste a ex- clusão por justa causa. Em tal hipótese, a exclusão de Raquel somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente a acusada nas 24 (vinte e quatro) horas anteriores para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. Letra c. Código Civil: Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quan- do a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da em- presa, em virtude de atos de inegável gravidade, po- derá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somen- te poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusa- do em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 49 A Companhia Crossing é uma multinacional que atua no segmento de supermercado, com estabelecimen- tos empresariais espalhados no território nacional. Nas contratações com seus fornecedores, por orientação do chefe do departamento jurídico, o advogado Dr. Saul Goodman, foram incluídas cláusulas compromissórias, por meio das quais as partes comprometeram-se a sub- meter à arbitragem os litígios que poderiam vir a surgir, relativamente a tais contratos. Em 15/03/2022, foi decretada a falência da Companhia Crossing pelo juízo da 3ª Vara de Registros Públicos, Fa- lências e Concordatas de Belo Horizonte/MG, local de seu principal estabelecimento e foi nomeado, como administrador judicial, Walter White (administrador de empresas). No dia 21/03/2022, Los Pollos Hermanos Ltda., fornece- dora da falida, manifestou à devedora sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal, mediante com- provação de recebimento, convocando-a para, no dia 25/04/2022, às 15h, na 5ª Câmara Arbitral de Belo Hori- zonte/MG, firmar o compromisso arbitral. Diante desse estado de coisas, a decretação da falência: (A) autoriza Walter White a recusar a eficácia da conven- ção de arbitragem. (B) impede a instauração de procedimento arbitral por Walter White. (C) não autoriza Walter White a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, mas impede a instauração de procedimento arbitral. (D) não autoriza Walter White a recusar a eficácia da convenção de arbitragem, não impedindo a instaura- ção de procedimento arbitral. Letra d. Lei n. 11.101/2005 Artigo 6º, § 9º: § 9º O processamento da recuperação judicial ou a decretação da falência não autoriza o administrador judicial a recusar a eficácia da convenção de arbitra- gem, não impedindo ou suspendendo a instauração de procedimento arbitral. 50 A insolvência transnacional prevista na Lei n. 11.101/2005 tem o objetivo de proporcionar mecanis- mos efetivos para, salvo: (A) a proteção e a maximização do valor dos ativos dos credores. (B) o aumento da segurança jurídica para a atividade econômica e para o investimento. (C) a administração justa e eficiente de processos de in- solvência transnacional, de modo a proteger os inte- resses de todos os credores e dos demais interessa- dos, inclusive do devedor. (D) a cooperação entre juízes e outras autoridades com- petentes do Brasil e de outros países em casos de insolvência transnacional. Letra a. Lei n. 11.101/2005: Art. 167-A. Este Capítulo disciplina a insolvência transnacional, com o objetivo de proporcionar meca- nismos efetivos para: I - a cooperação entre juízes e outras autoridades competentes do Brasil e de outros países em casos de insolvência transnacional; II - o aumento da segurança jurídica para a atividade econômica e para o investimento; III - a administração justa e eficiente de processos de insolvência transnacional, de modo a proteger os in- teresses de todos os credores e dos demais interessa- dos, inclusive do devedor; IV - a proteção e a maximização do valor dos ativos do devedor V - a promoção da recuperação de empresas em crise econômico-financeira, com a proteção de investimen- tos e a preservação de empregos; e VI - a promoção da liquidação dos ativos da empresa em crise econômico-financeira, com a preservação e a otimização da utilização produtiva dos bens, dos ati- vos e dos recursos produtivos da empresa, inclusive os intangíveis. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO PROCESSUAL CIVIL RAQUEL BUENO 51 Carlos promoveu uma ação possessória de força nova em face de seu vizinho Juvenal, por suposto esbulho parcial praticado pelo réu, descoberto pelo desvio da cerca que separava as duas chácaras, situadas no Gama/ DF. Todavia, ao receber a citação, Juvenal procurou seu patrão e dono da chácara, Eduardo, que contratou um advogado para seu caseiro Juvenal. Ressalte-se que Carlos colocou como valor da causa o montante de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), valor total do imóvel objeto de invasão. A partir desta realidade, assinale a opção certa. (A) O advogado de Juvenal deve promover a nomeação à autoria. (B) O advogado do caseiro deve arguir, em preliminar de contestação, a ilegitimidade passiva e impugnar o va- lor da causa. (C) O advogado do caseiro deve arguir, em preliminar de contestação, a ilegitimidade passiva, indicando ou não o verdadeiro responsável pelo suposto esbulho, qual seja, seu patrão Eduardo. (D) Caso Juvenal queira formular qualquer preten- são em face de Carlos, deverá utilizar-se da via re- convencional. Letra b. Conforme o artigo 337 do CPC, a ilegitimidade passiva e a impugnação do valor da causa são matérias prelimina- res da contestação. → Caso Juvenal quisesse formular uma pretensão con- tra o autor, o caminho processual correto é o pedido contraposto. → CPC. Art. 339. Quando alegarsua ilegitimidade, in- cumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídi- ca discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. (trata-se de um incidente de retificação do polo passivo, que veio ocupar o lugar da antiga nomeação à autoria, modalidade de intervenção de terceiros, não mais con- templada no CPC vigente.) 52 Ester promoveu, em 04 de abril de 2022, a execução de um cheque emitido, em janeiro de 2021, por meio de um processo judicial eletrônico. O executado Leandro, devidamente citado, não efetuou o pagamento no pra- zo legal, mas possui interesse de apresentar resistência à execução, razão pela qual busca o patrocínio de um Núcleo de Prática Jurídica de uma Faculdade de Direito local. A partir desses fatos, assinale a assertiva correta. (A) A via processual escolhida por Ester foi inadequada, sendo cabível apenas a ação de cobrança. (B) Leandro poderá apresentar impugnação, em trinta dias. (C) Leandro poderá opor embargos à execução, alegando a prescrição da pretensão executiva, em quinze dias. (D) Leandro poderá opor embargos à execução, alegando a prescrição da pretensão executiva, em trinta dias. Letra d. O caso retrata uma execução autônoma de título execu- tivo extrajudicial. Nesse caso, a defesa típica do executa- do são os embargos à execução, a serem opostos no pra- zo de 30 dias (prazo em dobro para o Núcleo de Prática Jurídica de uma Faculdade de Direito local). Ademais, o executado deverá alegar a prescrição da pretensão exe- cutiva do cheque (cujo prazo é de 6 meses a contar do término do prazo da apresentação do cheque). CPC. Art. 915. Os embargos serão oferecidos no pra- zo de 15 (quinze) dias, contado, conforme o caso, na forma do art. 231 . Art. 917. Nos embargos à execução, o executado po- derá alegar: I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; (...) VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em do- bro para todas as suas manifestações processuais. (...) § 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito reconheci- das na forma da lei e às entidades que prestam assis- tência jurídica gratuita em razão de convênios firma- dos com a Defensoria Pública. Lei n. 7.357/1985 (Lei do Cheque). Art. 59 Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 53 Jorge, pai de Miguel, cuja guarda compartilhada divide com a mãe do menor impúbere, Gláucia, promoveu uma ação de exigir contas, uma vez que desconfia da malver- sação do dinheiro que é pago mensalmente, a título de pensão alimentícia, para o filho. Na primeira fase do procedimento especial, o juiz entendeu faltar ao autor interesse de agir, não havendo obrigação de Gláucia em apresentar as contas. A partir desta realidade, assinale a opção correta. (A) Segundo entendimento do STJ, cabe a ação de exigir contas de um genitor em face de outro, em caso de guarda compartilhada ou unilateral. (B) Da decisão do juiz, é cabível agravo de instrumento. (C) Da decisão do juiz, é cabível recurso de apelação. (D) É incabível a ação de exigir contas entre genitores, envolvendo a administração de pensão alimentícia dos filhos, uma vez que os alimentos são irrepetíveis. Letra c. A ação de exigir contas é um procedimento especial de jurisdição contenciosa, bifásico. Caso a decisão proferida na primeira fase seja positiva (condenando o réu a apre- sentar as contas), trata-se de uma decisão interlocutó- ria de mérito, passível de agravo de instrumento; caso a decisão seja negativa, como no caso da questão acima, trata-se de uma sentença, e, portanto, apelável. → “(...) 6- Fixadas essas premissas e considerando que a ação de exigir contas poderá se desenvolver em duas fases procedimentais distintas, condicionando-se o in- gresso à segunda fase ao teor do ato judicial que encerra a primeira fase; e que o conceito de sentença previsto no art. 203, § 1º, do CPC/15, aplica-se como regra ao procedimento comum e, aos procedimentos especiais, apenas na ausência de regra específica, o ato judicial que encerra a primeira fase da ação de exigir contas pos- suirá, a depender de seu conteúdo, diferentes naturezas jurídicas: se julgada procedente a primeira fase da ação de exigir contas, o ato judicial será decisão interlocutória com conteúdo de decisão parcial de mérito, impugná- vel por agravo de instrumento; se julgada improcedente a primeira fase da ação de exigir contas ou se extinto o processo sem a resolução de seu mérito, o ato judi- cial será sentença, impugnável por apelação. (...) (REsp 1746337/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe 12/04/2019). → AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DETERMINAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS EM FAVOR DO GENITOR ALIMENTANTE. GUARDA COM- PARTILHADA. 1. À luz do disposto no § 5º do artigo 1.583 do Código Civil, incluído pela Lei n. 13.058/2014, “a guarda unila- teral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a super- visionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situa- ções que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos”. 2. Tal norma positivou a viabilidade da propositura de ação de exigir contas de verba alimentar, cujo propó- sito não reside em apurar um saldo devedor a ensejar eventual execução (dada a irrepetibilidade dos valores pagos a esse título), mas sim o exercício do direito-de- ver daquele que não detém a guarda de fiscalização da aplicação dos recursos destinados ao menor, o que po- derá dar azo, caso comprovada a má administração da pensão alimentícia, a um pedido de alteração da guarda ou a um futuro processo para suspensão ou extinção do poder familiar do ascendente guardião (REsp 1.911.030/ PR, Relator Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 01.06.2021, pendente de publicação). 3. O manejo da citada ação, que deve seguir o rito or- dinário, reclama a existência de guarda unilateral que inviabilize (ou dificulte) a ciência do alimentante sobre as reais necessidades materiais e imateriais do alimen- tando e o exclusivo intento de proteção do bem estar do menor, vedando-se “eventual acertamento de contas, perseguições ou picuinhas com a(o) guardiã(ão)”, bem como a "apuração de créditos ou a preparação de re- visional" (REsp 1.814.639/RS, Relator Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Relator para Acórdão Ministro Mou- ra Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 26.05.2020, DJe 09.06.2020). 4. Na hipótese dos autos, a guarda exercida pelos ge- nitores é compartilhada, tendo ambos, portanto, con- vivência cotidiana (habitual) com o menor. Outrossim, na inicial, o autor não apontou nenhum fato indicativo de danos à educação e à saúde física ou psicológica da criança, que conta, atualmente, com cinco anos de ida- de, mas apenas a recusa da mãe em matriculá-la em escola de maior custo. Por outro lado, mostrou-se con- trariado com as boas condições da moradia da ré (que exerce a atividade profissional de terapeuta ocupacio- nal), a aquisição de veículo automotor, a utilização de roupas e acessórios (supostamente de marcas luxuosas) e a realização de tratamentos estéticos de beleza. 5. Nesse contexto, a pretensão formulada na inicial não se enquadra na hipótese prevista no § 5º do artigo 1.583 do Código Civil, revelando-se, portanto, manifesta a ca- rência da ação de exigir contas, ante a inadequação da via eleita. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 6. Agravointerno não provido (AgInt nos EDcl no REsp 1857050/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUAR- TA TURMA, julgado em 23/08/2021, DJe 26/08/2021). 54 Sabrina, inconformada com uma sentença que lhe foi desfavorável, na ação por ela ajuizada em face de Maurício, interpôs recurso de apelação. Todavia, após a apresentação das contrarrazões pelo apelado, consi- derando-se o recurso intempestivo, o juízo a quo negou seguimento à apelação. (A) O advogado de Sabrina deve apresentar uma recla- mação para o respectivo tribunal de justiça local. (B) Nesse caso, é cabível o recurso especial, por violação de norma infraconstitucional. (C) O único caminho processual cabível é o mandado de segurança contra ato judicial. (D) A referida decisão que denegou seguimento à ape- lação é impugnável por agravo de instrumento, a ser interposto diretamente no Tribunal local. Letra a. Considerando-se que o juízo de admissibilidade da ape- lação é feito pelo juízo ad quem, nesse caso, o juízo a quo está usurpando a competência alheia, sendo cabível a reclamação. CPC. Art. 988. Caberá reclamação da parte interessa- da ou do Ministério Público para: I - preservar a com- petência do tribunal. 55 Pabliny, surpreendida com um precoce diagnóstico de câncer, foi comunicada por seu médico de que deveria congelar seus óvulos imediatamente, antes do início da quimioterapia, a ser iniciada nos 30 dias subsequentes. Todavia, ao buscar a clínica para a realização do proce- dimento, houve a recusa do plano de saúde de Pabliny, razão pela qual contratou a advogada Laura, a fim de ob- ter uma decisão judicial rápida, que obrigasse o plano de saúde a custear o procedimento, antes da quimiote- rapia, sob pena de perecimento do seu direito, até por- que o congelamento dos óvulos passaria por três etapas: indução, colheita do material e congelamento, o que de- mandaria aproximadamente vinte dias, no mínimo. Nes- se cenário, a advogada Laura deve requerer: (A) um pedido de tutela provisória de urgência antecipa- da incidental. (B) um pedido de tutela provisória de urgência antecipa- da antecedente. (C) um pedido de tutela provisória de urgência cautelar antecedente. (D) um pedido de tutela provisória de evidência liminar. Letra b. A questão contempla típica hipótese de tutela provisória de urgência antecipada antecedente, uma vez que a ur- gência é contemporânea ao ajuizamento da ação, sendo a medida buscada satisfativa e emergencial, havendo probabilidade do direito invocado, perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, e ausência de risco de irreversibilidade do pronunciamento jurisdicional que se busca antecipar. CPC. Art. 303. Nos casos em que a urgência for con- temporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposi- ção da lide, do direito que se busca realizar e do peri- go de dano ou do risco ao resultado útil do processo. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 56 Adonias alineou um lote para João, que, posteriormen- te, o repassou para Marcos, depois para Ângela, para Durval e, por fim, para Lúcia. Esta, todavia, foi surpre- endida com uma ação reivindicatória proposta por Silva, que alega ser o verdadeiro titular do bem. Após sua cita- ção, o advogado de Lúcia afirmou ser obrigatório o cha- mamento ao processo de Adonias, o real responsável por toda cadeia de transmissão do bem. A partir desta situação, assinale a opção correta. (A) O advogado equivocou-se, uma vez que deveria ter sido promovido o chamamento ao processo de Durval. (B) O advogado equivocou-se, uma vez que deveria ter sido promovida a denunciação da lide de Adonias. (C) O único erro do causídico foi afirmar que a interven- ção de terceiros indicada era obrigatória. (D) O advogado equivocou-se, uma vez que poderia ter sido promovida a denunciação da lide de Durval, não se admitindo a modalidade per saltum. Letra d. A questão retrata uma situação de evicção. Logo, cabível a denunciação da lide, que não é, contudo, obrigatória (nenhuma modalidade de intervenção de terceiros é obrigatória). Além disso, não se admite a denunciação da lide per saltum. CPC. Art. 125. É admissível a denunciação da lide, pro- movida por qualquer das partes: I - ao alienante imedia- to, no processo relativo à coisa cujo domínio foi trans- ferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam. 57 Jéssica promoveu uma ação indenizatória em face do Município do Rio de Janeiro, perante o Juizado Especial da Fazenda Pública, tendo o ente público sido condena- do ao pagamento de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), por meio de sentença não recorrida. Nesse contexto, e considerando a legislação aplicável, assinale a op- ção correta. (A) Nesse caso, a decisão só produz efeitos após a re- messa necessária. (B) Nesse caso, dispensa-se a remessa necessária. (C) Caso o réu quisesse recorrer da sentença, o prazo se- ria computado em dobro. (D) Jéssica só poderá receber seu crédito mediante precatório. Letra b. Lei n. 12.153/2009. Art. 7º. Não haverá prazo diferen- ciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a inter- posição de recursos, devendo a citação para a audi- ência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias. Art. 11. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário. Art. 13 (...) § 2º As obrigações definidas como de pe- queno valor a serem pagas independentemente de precatório terão como limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da Federação. § 3º Até que se dê a publicação das leis de que trata o § 2º, os valores serão: II – 30 (trinta) salários-mínimos, quanto aos Municípios. § 4º São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra do valor da execução, de modo que o paga- mento se faça, em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput e, em parte, mediante expedição de precatório, bem como a expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago. § 5º Se o valor da execução ultrapassar o estabele- cido para pagamento independentemente do pre- catório, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultada à parte exequente a re- núncia ao crédito do valor excedente, para que pos- sa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV DIREITO PENAL MICHELLE TONON 58 Cícero, inconformado com o término do relacionamen- to amoroso com Marta, aplica-lhe um soco no rosto e puxões de cabelo, dos quais resultam lesões corporais de natureza leve. Marta registra ocorrência na delega- cia e faz pedido de medidas protetivas de urgência, nos termos da Lei n. 11.340/2006, a Lei Maria da Penha, para que Cícero não se aproxime mais dela. As lesões são confirmadas em laudo de exame de corpo de delito. Cícero é denunciado pelo Ministério Público, nos termos do art. 129, § 13, do Código Penal, c.c. art. 5º, inc. III, da Lei Maria da Penha. Passados alguns dias, Marta e Cícero decidem reatar a relação e procuram você, como advogado(a), para orientações jurídicas. Nesse caso, você explicará ao casal que: (A) considerando a reconciliação do casal, é possível a retratação de Marta, vez que as lesões corporais ti- veram natureza leve. (B) a reconciliação do casal, segundo a jurisprudência, autoriza a aplicação do princípio da infração baga- telar imprópria, com a consequente extinção da pu- nibilidade de Cícero, já que a aplicação de pena se tornou desnecessária no caso. (C) a ação penal para o crime praticado por Cícero é pú- blica incondicionada, não se admitindo retratação ou aplicação do princípio da insignificância, segundo o entendimento jurisprudencial. (D) Cícero não poderia ter sido denunciado, já que a ação penal no crime de lesões corporais leves é de natureza privada. Letra c. Aplica-se ao caso a Lei n. 11.340/2006, aLei Maria da Penha. A retratação da representação não é possível no caso do crime de lesão corporal, cuja ação penal é sempre pública incondicionada, conforme Súmula 542 do STJ: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pú- blica incondicionada.” A reconciliação do casal não tem qualquer repercussão sobre a punibilidade do agente. Conforme entendimento jurisprudencial pacífico, não se aplica às relações domésticas e familiares regidas pela Lei Maria da Penha o princípio da insignificância, seja a bagatela própria (causa que afasta a tipicidade material), seja a bagatela imprópria (que afasta a punibilidade). Nesse sentido, tem-se a Súmula 589 do STJ: “É inaplicá- vel o princípio da insignificância nos crimes ou contra- venções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas.” 59 Karen, 40 anos, e Lívia, 26 anos, imbuídas do dolo de obter vantagem econômica indevida em prejuízo alheio, por meio de fraude, em comunhão de desígnios, foram denunciadas pela prática de estelionato (art. 171 do Có- digo Penal), por aplicarem golpe em face de Auxiliadora, 72 anos, avó de Lívia. Ambas confessam o crime, afir- mando que escolheram a vítima porque era uma pessoa sem muito estudo. Com relação a essa situação hipotéti- ca, assinale a alternativa correta. (A) A Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anti- crime, tornou a ação penal do crime de estelionato pública incondicionada para todas as formas do deli- to, independentemente da idade ou vulnerabilidade da vítima. (B) Considerando-se que a vítima Auxiliadora é avó de Lívia, a ação penal será pública condicionada à re- presentação. (C) Caso Karen decida reparar o prejuízo causado a Auxi- liadora, após o recebimento da denúncia e antes da sentença condenatória, poderá ser beneficiada com a causa de diminuição de pena consistente no arre- pendimento posterior, o qual se estenderá a Lívia. (D) Visto que Auxiliadora é idosa, na individualização das penas de Karen e Lívia, o sentenciante poderá au- mentá-las de 1/3 (um terço) ao dobro, considerada a relevância do resultado gravoso. Letra d. A Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, passou a prever, como regra geral, que somente se pro- cede mediante representação nos casos de estelionato, salvo se a vítima for a Administração Pública, direta ou indireta; criança ou adolescente; pessoa com deficiência mental; ou maior de 70 (setenta) anos de idade ou in- capaz. O fato de Auxiliadora ser avó de Lívia não afasta a natureza incondicionada da ação penal, pois as escusas materiais e processuais previstas nos artigos 181 e 182 só se aplicam desde que a vítima não seja idosa. O art. 171, § 4º, com a redação dada pela Lei n. 14.155/2021, estabelece que a pena do estelionato aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resul- tado gravoso. Somente a reparação do dano antes do recebimento da denúncia enseja a aplicação do art. 16 do CP (arrependimento posterior), como causa de dimi- nuição de pena. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 60 Fernando descobriu que seus sócios, Bruno e Caio, des- viaram vultosos valores pertencentes à empresa para contas bancárias particulares. Inconformado com a trai- ção dos sócios, e buscando se vingar, Fernando chamou Bruno e Caio para uma reunião. Antes, porém, Fernan- do havia envenenado o bolo que Bruno e Caio sempre comiam nos momentos de reunião da empresa. Horas após a ingestão do bolo, Bruno e Caio morrem. Consi- derando-se o tema referente ao concurso de crimes, é correto afirmar que Fernando praticou: (A) dois homicídios qualificados em concurso material. (B) dois homicídios culposos em concurso formal próprio. (C) dois homicídios qualificados em concurso formal impróprio. (D) dois homicídios qualificados em continuida- de delitiva. Letra c. A hipótese narrada corresponde ao concurso formal impróprio, também conhecido como imperfeito, uma vez que Fernando tinha por objetivo matar tanto Bruno como Caio, com desígnios autônomos. Ou seja, visava dois resultados típicos diferentes. O concurso formal impróprio encontra-se previsto na segunda parte do ar- tigo 70 do Código Penal, que tem a seguinte redação: “Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se- -lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, so- mente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretan- to, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior”. 61 Larissa responde a processo penal por crime de homicí- dio. Em incidente instaurado para verificação de sua sa- nidade mental no momento do delito, a perícia médica constata que Larissa era totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do ato, em razão de doença mental, sen- do, inclusive, constatada a sua periculosidade em con- creto. Procurado(a) pela família de Larissa para esclare- cimentos jurídicos, você, na qualidade de advogado(a), deverá explicar que: (A) a medida de segurança é espécie de sanção penal aplicável ao inimputável e deve ser fixada em sen- tença absolutória imprópria com prazo determinado de duração, já que no Brasil são vedadas as penas de caráter perpétuo. (B) a medida de segurança é espécie de sanção penal, aplicável ao inimputável por prazo indeterminado e somente com base em parecer médico, acerca da cessação da periculosidade, poderá o juiz decidir so- bre sua extinção. (C) a jurisprudência sumulada do STJ prevê que o prazo máximo de cumprimento da medida de segurança é o estabelecido na Lei de Execução Penal, isto é, 40 anos, mesmo que não cessada a periculosidade, dada a vedação constitucional a penas perpétuas. (D) ante a ausência de vaga em hospital de custódia, é admitida a permanência do inimputável submetido a medida de segurança em ala separada de estabe- lecimento prisional, desde que submetido a trata- mento médico. Letra b. A medida de segurança possui prazo indeterminado de duração, conforme o art. 97, § 1º, Código Penal: “A inter- nação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo in- determinado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade.” Porém, considerando a vedação a penas perpétuas, a jurisprudência estabeleceu limites às medidas de segu- rança. Segundo a Súmula 527-STJ: “O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito pra- ticado.” Consoante entendimento do STJ, “é indevida a segregação, em estabelecimento prisional comum, de inimputável submetido a medida de segurança de inter- nação em hospital de custódia e tratamento, mesmo na hipótese de ausência de vaga nas instituições adequa- das”. AgRg no RHC 107.147/SP, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 19/03/2019, DJe 25/03/2019. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 62 Jade é mulher trans e candidata a uma vaga de empre- go na empresa de João. Em entrevista, Jade demonstra ter plenas condições de ocupar a vaga, mas é preterida por João, que declara, perante os demais candidatos que aguardavam a entrevista, que jamais teria em sua em- presa uma pessoa trans, pois isso espantaria os clientes. Extremamente abalada com o comentário, Jade procu- ra você, advogado (a). Nessa situação, você deve expli- car a Jade: (A) o Supremo Tribunal Federal decidiu que, até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou su- postas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identi- dade de razão e mediante adequação típica, aos pre- ceitosprimários de incriminação definidos na Lei n. 7.716/1989. Assim, a conduta de João é criminosa. (B) a conduta de João não caracteriza crime, uma vez que ele pode, segundo seus próprios critérios, sele- cionar os empregados de sua empresa. Jade poderia, tão somente, pleitear uma indenização pelos danos morais sofridos. (C) a conduta de João se amolda a tipo penal específico, expressamente previsto na Lei n. 7.716/1989, a qual sofreu recente modificação legislativa para incluir como crime, em seu texto, comportamentos homo- fóbicos e transfóbicos. (D) embora tenha praticado crime tipificado como ra- cismo, segundo entendimento jurisprudencial, João poderá obter liberdade provisória mediante paga- mento de fiança. Letra a. Segundo o art. 4º da Lei n. 7.716/1989, é crime negar ou obstar emprego em empresa privada por preconcei- to de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. No ano de 2019, o STF, ao julgar a ADO 26, decidiu pela aplicabilidade da lei também aos casos de discriminação pela orientação sexual ou identidade de gênero. Assim, os atos de homotransfobia passam a ser enquadrados também na Lei n. 7.716/1989, enquanto existir a mora legislativa no trato do tema. Com efeito, no inc. XLI do art. 5º da CF: “a lei punirá qualquer discriminação aten- tatória dos direitos e liberdades fundamentais”, tam- bém existe um mandado de criminalização, ainda não implementado pelo legislador ordinário. Nos termos do inc. XLII do art. 5º, a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. 63 Itamar cumpria pena em regime semiaberto. Durante uma revista de rotina no estabelecimento prisional, um aparelho de telefone celular é encontrado junto aos per- tences de Itamar, que alegou precisar do objeto para se comunicar com sua família, que mora em outro estado do país. Considerando-se o caso hipotético descrito, as- sinale a alternativa correta sobre a conduta de Itamar, à luz da Lei de Execução Penal. (A) A conduta de Itamar é considerada falta grave e o prazo prescricional para a apuração da referida falta é de 4 anos, nos termos da Lei n. 7.210/1984, conta- dos a partir da prática do fato. (B) Ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho tele- fônico, de rádio ou similar, que permita a comunica- ção com outros presos ou com o ambiente externo, constitui falta de natureza grave, podendo haver a regressão de Itamar para o regime fechado, uma vez garantidos o contraditório e a ampla defesa em audi- ência de justificação. (C) O reconhecimento da falta implicará para Itamar a perda de todos os dias remidos pelo trabalho. (D) A falta em tela é de natureza média, constando de rol taxativo previsto no texto da Lei de Execução Penal. Letra b. Nos termos do art. 50, inc. VII, da LEP, comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. A prescrição das fal- tas ocorre em 3 (três) anos a contar da prática, segundo o entendimento jurisprudencial, por aplicação analógica do art. 109, inc. VI, do CP, vez que inexiste previsão espe- cífica na LEP sobre o assunto. Uma das consequências da prática da falta é a regressão do regime prisional, exceto se o reeducando já está no regime fechado, sendo necessária a prévia oitiva do ape- nado, conforme prevê o art. 118, inc. I, § 2º, da LEP. Uma questão importante se impõe: para que seja aplicada a sanção disciplinar, é imprescindível a prévia realização de procedimento administrativo (PAD), com contradi- tório e ampla defesa? O STJ entendia que sim, nos ter- mos da Súmula 533, que tem o seguinte teor: “Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a instauração de procedimento administrativo pelo diretor do estabele- cimento prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado constituído ou defensor públi- co nomeado.” Porém, em 2020, no julgamento do RE 972598 – Reper- cussão Geral, Rel. Roberto Barroso, o Plenário do STF fi- xou o Tema 941: “A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumpri- mento da pena.” Desde então, o STJ passou a se curvar ao referido entendimento, de sorte que a Súmula 533, embora não tenha sido formalmente revogada, encon- tra-se superada. Segundo o art. 127 da LEP, em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido. Logo, não é possível a perda de todos os dias remidos. Segundo o art. 49 da LEP, as faltas disciplinares classi- ficam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções. Somente as faltas graves constam do texto da Lei n. 7.210/1984. O rol do art. 50, que prevê as condu- tas que configuram falta grave, é taxativo, não possibili- tando interpretação extensiva ou complementar, a fim de acrescer ou ampliar o alcance das condutas previstas (STJ, Jurisprudência em teses, edição n. 145). DIREITO PROCESSUAL PENAL LORENA OCAMPOS 64 Bruno sofreu calúnia, mas veio a falecer dentro do prazo decadencial de seis meses, antes de ajuizar ação contra o ofensor. Ele não tinha filhos e mantinha um relacio- namento homoafetivo com Caio, em união estável reco- nhecida. Bruno era filho único e tinha como parente pró- ximo sua mãe. Nessa situação hipotética, o ajuizamento de ação pelo crime de calúnia: (A) deverá ser realizado por curador especial, a ser no- meado para essa finalidade. (B) poderá ser realizado por Caio. (C) poderá ser realizado pelo Ministério Público. (D) somente poderá ser promovido pela mãe de Bruno. Letra b. De acordo com o art. 24, § 1º, do Código de Processo Pe- nal, no caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Importante o aluno se atentar a uma recente decisão do STJ, interpretando o dispositivo legal acima. Entendeu a Corte que a/o companheira/o, em união estável homo- afetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo também legitimidade para ajuizar ação penal privada. Referência: STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019 (Info 654). 65 Um Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento de um suposto crime de ação penal pública incondiciona- da, determina, de ofício, a instauração de inquérito po- licial. Após adotar diligência, verifica-se que a conduta investigada era atípica. O indiciado, então, pretende o arquivamento do inquérito e procura você, como advo- gado, para esclarecimentos, informando que deseja que o inquérito seja imediatamente arquivado. Você deverá esclarecer que a autoridade policial: (A) deverá arquivar imediatamente o inquérito, fazendo a decisão de arquivamento por atipicidade coisa jul- gada material. (B) não poderá arquivar imediatamente o inquérito, mas deverá encaminhar relatório final ao Poder Judiciário para arquivamento direto e imediato por parte do magistrado. (C) deverá elaborar relatório final de inquérito e, após o arquivamento, poderá proceder a novos atos de in- vestigação. (D) poderá elaborar relatório conclusivo, mas a promo- ção de arquivamento caberá ao Ministério Público, havendo coisa julgada em caso de homologação do arquivamento por atipicidade. Letra d. Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar ar- quivar autos de inquérito. Art. 18, CPP: Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de basepara a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Súmula 524 do STF: arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. Conforme doutrina majoritária, o arquivamento pela atipicidade produz coisa julgada material, impedindo o desarquivamento do inquérito policial e rediscus- são do caso. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 66 João, de 21 anos, primário e de bons antecedentes, agre- diu sua ex-namorada ao encontrá-la na rua em frente ao local de trabalho, causando lesão corporal de natureza leve. A mãe de João, preocupada com a situação de seu filho, procura você, na condição de advogado, para que esclareça as consequências jurídicas que poderão advir do ocorrido. Na oportunidade, você, como advogado, deverá esclarecer que: (A) o início da ação penal depende de representação da vítima, que terá o prazo de seis meses da descoberta da autoria para a apresentação. (B) no caso de condenação, por ser João primário e de bons antecedentes, mostra-se possível a aplicação do sursis da pena. (C) em razão de o agressor e a vítima não estarem mais namorando quando ocorreu o fato, não será aplicada a Lei Maria da Penha. (D) no caso de condenação, em razão de ser João primá- rio e de bons antecedentes, poderá a pena privativa de liberdade ser substituída por restritiva de direitos. Letra b. Súmula 588 do STJ. A prática de crime ou contraven- ção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a subs- tituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Súmula 542 do STJ - A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. Súmula 536 do STJ. A suspensão condicional do pro- cesso e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. Lei Maria da Penha: Art. 41. Aos crimes praticados com violência domésti- ca e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099/1995. 67 Em razão de mandados expedidos por juiz competente, foram realizadas providências cautelares de intercepta- ção telefônica e busca domiciliar na residência de José para a obtenção de provas de crime de tráfico ilícito de entorpecentes a ele imputado e objeto de investigação em inquérito policial. Nessa situação, durante o proce- dimento investigatório, você, como advogado de José: (A) terá direito de acessar os relatórios e as demais diligências da interceptação telefônica ainda em andamento. (B) terá direito de acessar os relatórios de cumprimento dos mandados de busca e apreensão e os respectivos autos de apreensão. (C) estará impedido de acessar os laudos periciais incor- porados aos procedimentos de investigação. (D) estará impedido de acessar os autos de apresenta- ção e apreensão já lavrados. Letra b. O Estatuto da OAB, no seu art. 7º (direitos do advogado), prevê que o advogado possui amplo acesso aos autos de investigação criminal. No entanto, no ano de 2008, o STF realizou importante ponderação na Súmula Vin- culante 14, com a finalidade de não frustrar diligências importantes que possam estar em curso. Veja o teor da Súmula: “É direito do defensor, no interesse do repre- sentado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório rea- lizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” Desse modo, o advogado do José poderá ter acesso aos elementos de prova que já foram documentados, mas aquelas diligências que ainda estão em andamento não poderão ser fornecidas ao patrono. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 68 Os irmãos José e Luís foram denunciados pela prática de feminicídio tentado, em concurso de agentes, contra a irmã Marieta. Após o recebimento da denúncia, foram promovidas várias tentativas de localização dos réus no processo. Marieta, que não é formada em Direito, pro- cura você para compreender melhor o que se passa no processo, e faz perguntas a respeito dos atos de comuni- cações processuais, como a citação e a intimação. Com referência a citação e intimação no processo penal, assi- nale a alternativa correta a ser informada à vítima. (A) Se os réus estivessem presos, as citações poderiam ser cumpridas na pessoa do procurador por eles constituídos. (B) Se os acusados, citados por edital, não comparece- rem, nem constituírem advogados, ser-lhe-ão nome- ados defensores dativos. (C) Os prazos para a prática de atos processuais contam- -se da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. (D) O CPP não admite a citação dos réus soltos por hora certa. Letra c. (A) Errado. Deve ser realizada pessoalmente, conforme art. 360 do CPP. (B) Errado. Art. 366, CPP. Se o acusado, citado por edi- tal, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (C) Certo. Súmula 710 do STF. (D) Errado. Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabe- lecida no CPC. É constitucional a citação com hora certa no âmbito do processo penal. STF. Plenário. RE 635145/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, jul- gado em 1º/8/2016 (repercussão geral) (Info 833). 69 Lucas foi denunciado pela prática de crime de furto qualificado e contratou você como advogado. Durante o procedimento comum ordinário, você arrolou, em res- posta à acusação, a esposa de Lucas para ser ouvida em audiência de instrução e julgamento. Em que pese seja necessária a oitiva dela, você deverá esclarecer para Lu- cas que a sua esposa: (A) é proibida de depor em razão da função, ministé- rio, ofício ou profissão, somente sendo autorizada sua oitiva se assim quiser e houver autorização do denunciado. (B) deverá ser ouvida na condição de informante, pres- tando compromisso legal de dizer a verdade. (C) será ouvida, em audiência de instrução e julgamen- to, após o interrogatório do réu e oitiva das testemu- nhas de acusação. (D) não será computada para fins do limite de 08 teste- munhas do procedimento comum ordinário. Letra d. (A) Errado. De acordo com o art. 206 do CPP, a testemu- nha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Pode- rão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circuns- tâncias. A esposa se encaixa, portanto, na hipótese de dispensa e não proibição. Os proibidos de depor estão previstos no art. 207 do CPP. (B) Errado. De fato, a esposa será ouvida na condição de informante. No entanto, essa condição faz com que ela não preste o compromisso de dizer a verdade. Atenção ao art. 208, do CPP, que prevê: “Não se deferirá o com- promisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficien- tes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.” (C) Errado. Nos termos do art. 400, caput, o interrogató- rio é o último ato da instrução. Portanto, a esposa será ouvida antes. (D) Certo. Como visto na alternativa B, a esposa será ouvida na condição de informante, sem prestar o com- promisso do art. 203, do CPP. Desse modo, ela não é contabilizada no número de testemunhas, que, no caso, são 8 para o procedimento ordinário, tudo conforme art. 401, CPP. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do ExameXXXV DIREITO DO TRABALHO RAFAEL TONASSI 70 Em uma fábrica de carros, há a seguinte situação: Thais é auxiliar administrativa e engravidou; André, que atua no setor de vendas, foi eleito suplente de dirigente sindical; Silvia, que atua no setor de compras, foi indicada como representante do empregador na CIPA. Considerando os ditames legais, é correto afirmar que: (A) todos os empregados terão estabilidade, por moti- vos variados. (B) somente Thais e André terão garantia no emprego. (C) André não terá garantia no emprego por ser su- plente, já que a CLT garante estabilidade somente ao titular. (D) todos os membros que integram a CIPA possuem es- tabilidade durante todo o mandato e até 1 ano após. Letra b. ADCT. Art. 10. Até que seja promulgada a lei comple- mentar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem jus- ta causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. CLT. Art. 543 - O empregado eleito para cargo de ad- ministração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de suas funções, nem transferido para lugar ou mister que lhe dificulte ou torne impossível o desempenho das suas atribui- ções sindicais. § 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicali- zado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou represen- tação de entidade sindical ou de associação profissio- nal, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. 71 Junior, motorista em uma escola particular, e Talita, merendeira em outra escola particular, casaram-se, após 3 anos de noivado. Pretendem agora viajar para a lua-de-mel. Sobre a situação apresentada, e de acordo com os ter- mos da CLT, é correto afirmar que: (A) o casal poderá faltar ao serviço por 1 semana, mas terão o desconto respectivo no salário. (B) Junior e Talita poderão faltar ao emprego por 9 dias, sem prejuízo do salário. (C) a CLT é omissa a respeito, assim o casal terá de nego- ciar a quantidade de dias da licença-gala. (D) ambos poderão faltar justificadamente por até 3 dias consecutivos. Letra d. Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de ca- samento. 72 Rogério, engenheiro da empresa Barcelona S/A, ganha- va R$ 14.000,00 mensais e foi dispensado sem justa causa. Vinte dias após a ruptura contratual, a empresa contratou Ricardo para o seu lugar, com salário de R$ 10.000,00. Após saber do salário de seu antecessor, Ri- cardo queixou-se ao setor de Recursos Humanos, afir- mando que deveria receber o mesmo salário. De acordo com o entendimento consolidado pelo TST, é correto afirmar que: (A) Ricardo não tem razão, pois se tratava de cargo vago. (B) a forma de reparar a injusta lesão é a equipara- ção salarial. (C) o empregado tem razão, pois vigora o princípio da isonomia. (D) Ricardo teria de receber, no mínimo, 60% do salário da antecessor. Letra a. SÚMULA Nº 159 - SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que pas- sa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do an- tecessor. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 73 Por disposição expressa na CLT, não é possível o recebi- mento acumulado dos seguintes direitos: (A) adicional de transferência e adicional noturno. (B) horas extras pelo desrespeito aos intervalos inter e intrajornada. (C) prontidão e periculosidade. (D) adicionais de insalubridade e periculosidade. Letra d. Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do tra- balhador a: § 2º O empregado poderá optar pelo adicional de insalu- bridade que porventura lhe seja devido. 74 Rafael, com 16 anos, foi contratado para prestar serviços como caseiro, três vezes por semana, na casa de praia de Paulo e sua família. Além de arrumar a casa, o respectivo empregado também cultiva uma horta destinada à sub- sistência do grupo familiar. À luz da legislação trabalhista, é correto afirmar que: (A) o contrato é válido porque Rafael já tem 16 anos, ida- de mínima para a contratação. (B) uma vez que Rafael não comparece todos os dias à casa de Paulo, não pode ser considerado empregado nos moldes da CLT. (C) a situação retrata modalidade de trabalho proibido para menor de dezoito anos. (D) o empregado está acumulando as funções de empre- gado doméstico e agricultor, tendo, assim, direito a um acréscimo salarial. Letra c. LC 150/2015. Art. 1º. Ao empregado doméstico, as- sim considerado aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finali- dade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por sema- na, aplica-se o disposto nesta Lei. Parágrafo único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182, de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto n. 6.481, de 12 de junho de 2008. 75 Cris completou o seu período aquisitivo de férias junto ao empregador Valencia Ltda. e agora aguarda a marca- ção de suas férias. Cris tem um filho de 14 anos que é estudante do ensino médio. Diante dos termos da CLT, é correto afirmar que: (A) o empregador é quem marcará o mês de férias, dentro do período concessivo, como achar mais adequado. (B) por ter filho menor de 18 anos, a empregada tem o direito de tirar as férias juntamente com as férias es- colares do menor. (C) é o empregado quem define o aproveitamento das férias no período que melhor lhe aprouver. (D) a maternidade é uma das causas que impede a con- versão de 1/3 das férias em dinheiro. Letra a. Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. § 2º O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ARYANNA LINHARES 76 Crecilda ingressou com reclamação trabalhista em face de sua ex-empregadora, Transportadora Até o Fim do Mundo Ltda. A empresa foi condenada ao pagamento de horas extras e diferença salarial. A ação transitou em julgado e, após a apuração do valor devido, a empresa foi citada para pagar R$ 120.000,00. A Transportadora Até o Fim do Mundo Ltda. questiona o valor homologa- do, afirmando que é superior ao devido. Diante disso, pretende apresentar embargos à execução. Ocorre, po- rém, que não tem o dinheiro disponível para depositar nos autos. No que tange a essa situação, assinale a afir- mativa correta de acordo com o que está previsto na CLT. (A) A sociedade empresária poderá assinar uma nota promissória judicial e, com isso, ter direito a ajuizar embargos de devedor. (B) Na Justiça do Trabalho não é necessário garantir o juízo para ajuizar embargos à execução. (C) Se for comprovada a situação de necessidade, a so- ciedade empresária, depositando 50% do valor da dívida, poderá embargar. (D) A sociedade empresária poderá apresentar seguro- -garantia judicial para então apresentar embargos à execução. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV Letra d. Nos termos do art. 882 da CLT, o executado poderá apre- sentar seguro-garantia judicial para garantir o juízo e apresentar embargos à execução, uma vez que que não tem o dinheiro disponível para depositar nos autos e a garantia do juízo é condição para a apresentação dos embargos à execução. 77 Mordisdéia é ex-empregada da sociedade empresária Roda Roda Jabuti e, há dias, tenta executarjudicialmen- te sua antiga empregadora. Como não obteve sucesso, optou por instaurar o incidente de desconsideração de personalidade jurídica, com o intuito de promover a exe- cução contra os sócios da empresa. O juiz aceitou o inci- dente. De acordo com a CLT, assinale a opção que indica o ato seguinte. (A) Como é desnecessária a citação ou intimação do só- cio, o bloqueio de seus bens e valores será determi- nado de plano pelo juiz. (B) O Oficial de Justiça citará o sócio para que, em 48 horas, pague a dívida. (C) Haverá a citação do sócio para que, em 15 dias, ma- nifeste-se e requeira as provas cabíveis. (D) Será conferida vista prévia ao Ministério Público do Trabalho, para que o parquet diga se concorda com a desconsideração pretendida. Letra c. Nos termos do art. 855-A da CLT, aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da persona- lidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 do CPC. Por sua vez, o art. 135 do CPC determina que “instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias”, exatamente como consta na alternati- va correta. 78 Alegando responsabilidade subsidiária, Melina propôs reclamação trabalhista em face de sua ex-empregadora e da União. Os pedidos liquidados não ultrapassaram o valor correspondente a 40 salários-mínimos nacionais. Diante do exposto, escolha a opção que indica o proce- dimento a ser seguido. (A) Como a União figura no polo passivo da ação, o valor não importa para definir o rito sob o qual a ação cor- rerá, que, neste caso, será o ordinário. (B) O rito especial é cabível para qualquer parte na Jus- tiça do Trabalho, desde que o valor da causa seja compatível. Sendo assim, a ação correrá sob o rito sumaríssimo. (C) O rito da ação será o sumaríssimo, e, caso necessário, cada parte terá direito a ouvir até três testemunhas. (D) O rito da ação será o ordinário, mas, caso a primeira ré não possa ser localizada, não caberá citação por edital, uma vez que a União é a segunda. Letra a. Muito embora o valor da causa não ultrapasse 40 salá- rios-mínimos, o procedimento não será o sumaríssimo, uma vez que uma das partes reclamadas é a União. Nos termos do art. 852-A, parágrafo único, da CLT, “estão ex- cluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional” e a União compõe a Administração direta. Simulado Preparatório 1º Simulado OAB – 1ª Fase do Exame XXXV 79 Você é advogado da empresa Substantivo Simples Ltda., que está sendo executada na Justiça do Trabalho. O juiz julgou improcedente o pedido de impugnação da sen- tença e os embargos à execução ajuizados por sua clien- te. Entendendo não ser necessário, você sugeriu à exe- cutada não apresentar recurso. Entretanto, a exequente recorreu. Diante disso, assinale a afirmativa correta. (A) Como a executada não apresentou o recurso no pra- zo correto, o agravo de petição que poderia ter sido interposto por ambas as partes, já não é mais possí- vel para a empresa. (B) A exequente apresentou agravo de petição. Diante disso, a executada poderá, agora, interpor o mesmo agravo na modalidade de recurso adesivo. (C) A exequente apresentou recurso de revista e, agora, não há possibilidade de outro recurso para a parte executada. (D) O recurso apresentado pela exequente foi o ordi- nário. A executada poderá, agora, interpor agravo de petição. Letra b. Observa-se que o juiz julgou improcedentes os embar- gos à execução apresentados pela reclamada e a im- pugnação à sentença de liquidação apresentada pelo exequente. Em face dessa sentença, ambas as partes poderiam interpor o agravo de petição. Apesar disso, apenas a exequente interpôs o agravo de petição. Desta forma, no prazo da contraminuta ao agravo de petição da exequente, a reclamada poderá interpor o agravo de petição adesivo, cabível no processo do trabalho, como deixa claro a súmula 283 do TST. 80 Cróvis Crovildo ingressou com reclamação trabalhista contra Nosso Forte é o Português Ltda. A sentença foi prolatada e, no 2º dia após a publicação, Cróvis opõe embargos de declaração. O autor afirma que o número do processo e os nomes das partes estão incorretos e, por esse motivo, há erro material no julgado. Nos ter- mos da CLT, considerando o descrito acima, assinale a afirmativa correta. (A) Será necessário que o juiz utilize a equidade para de- cidir se será ou não conferida vista à parte adversa, tendo em vista ser a Lei omissa quanto ao tema. (B) A parte contrária terá direito de se manifestar em 10 dias, independentemente do recurso e de seu efeito perante o julgado. (C) A parte contrária terá o direito de se manifestar em 8 dias, havendo a possibilidade de efeito modificativo do julgado. (D) Considerando a natureza do erro apontado pelo au- tor, não é necessário que o juiz conceda vista à parte contrária. Letra d. Nos termos do art. 89-A da CLT, o juiz deve conceder vis- ta à parte contrária apenas quando eventual correção de vício na decisão embargada puder levar à modifica- ção da decisão (art. 897-A, § 2º, CLT). No enunciado da questão consta que os embargos visavam apenas à cor- reção do número do processo e dos nomes das partes. Tais correções não implicariam modificação da decisão. Trata-se de meros erros materiais, que poderiam inclusi- ve ser corrigidos de ofício pelo juiz (art. 897-A, § 1º, CLT).