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Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenharsistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidadee diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhose possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Elmano de Freitas Governadora do Estado do Ceará Luisa Cela Secretária da Cultura INSTITUTO MIRANTE DE CULTURA E ARTE Tiago Santana Diretor-Presidente João Wilson Damasceno Diretor-Executivo Marília Marinho Diretora Administrativo-Financeira KUYA - CENTRO DE DESIGN DO CEARÁ Rodrigo Costa Lima Diretor Talles Azigon Assessor Executivo Cláudia Sales Coordenadora de Formação Erbene Monteiro Supervisora Administrativo Financeiro Rhayara Brenna Luiz Fernando Delano Pessoa Coordenador de Pesquisa Daniel França Coordenador de Comunicação Raissa de Oliveira Analista de Mídias Sociais Rafael Salvador Designer Tea Marcelo Produtore Flávio de Lima Oliveira Técnico de Equipamentos (TI, Áudio e Vídeo) Isabel Rocha Técnico de Pesquisa (Laboratório) Erikson Queiroz Técnico de Equipamentos (Pesquisa e criação) Camila Costa Receptivo Eriverton Ribeiro Receptivo Aline Andrezza Receptivo Dina Batista Receptivo Barbara Moura Estagiário Yana Leal Estagiária Lucas Borges Estagiário FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Luciana Dummar Presidente André Avelino de Azevedo Diretor Administrativo-Financeiro Marcos Tardin Gerente-Geral Raymundo Netto Gerente de Projetos Chico Marinho Gerente de Audiovisual Andrea Araujo Gerente de Marketing & Design Lia Leite Gerente Editorial Aurelino Freitas e Fabrícia Góis Analistas de Projetos Narcez Bessa Analista de Contas Andrea Araujo Editora de Design Kamilla Damasceno e Welton Travassos Henri Dias Analista de Marketing Letícia Frota Social Media UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Prof. Dr. Deglaucy Jorge Teixeira Gerente Educacional Profa. Ms. Jôsy Cavalcante Coordenadora Pedagógica Esp. Marisa Ferreira Coordenadora de Cursos Iany Campos Secretária Escolar Isabela Marques Desenvolvedora Front-End Germana Cristina Rebeca Azevedo Estagiárias em Mídias e Tecnologia para Educação Arielly Ribeiro Estagiária em Pedagogia Mário Maia Ilustrações Expediente Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que INTRO DUÇÃO É com enorme prazer que o Centro de Design do Ceará saúda todos e todas as participantes do curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida”. O Centro de Design do Ceará é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará - RECE, com gestão em parceria do Instituto Mirante de Cultura e Arte. É um espaço de promoção, reflexão, formação, inovação, valorização, produção e expansão das fronteiras do Design, conversando com diferentes setores da sociedade de forma coletiva e colaborativa, trocando ideias, O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 04 experiências e possibilidades paraa produção de um design decolonial, regenerativo, ecoeficiente e político. atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que elepode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que É com enorme prazer que o Centro de Design do Ceará saúda todos e todas as participantes do curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida”. O Centro de Design do Ceará é um equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará - RECE, com gestão em parceria do Instituto Mirante de Cultura e Arte. É um espaço de promoção, reflexão, formação, inovação, valorização, produção e expansão das fronteiras do Design, conversando com diferentes setores da sociedade de forma coletiva e colaborativa, trocando ideias, O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 05 experiências e possibilidades para a produção de um design decolonial, regenerativo, ecoeficiente e político. O Instituto Mirante de Cultura e Arte é uma Organização Social, sem fins lucrativos, constituída no ano de 2021, com o objetivo primordial de contribuir com a gestão de políticas culturais do Estado do Ceará, proteger, salvaguardar e incentivar o fomento às iniciativas artístico-culturais e o patrimônio histórico e cultural. atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamosa artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 06 atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperara saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 07 atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural, estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que nãose encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de Educação a Distância, da qual é uma das pioneiras no Brasil, baseando-se como marco a disseminação da modalidade a partir da Open University de Londres pela UnB, com mais de um milhão de alunos assistidos em todos os estados brasileiros. Para iniciar nossa conversa, queria falar um pouco sobre o que é design e como percebemos que esse campo de conhecimento se conecta com a sociedade. Design vai muito além de um produto, ou do seu processo de confecção. A própria palavra – Design – é abrangente e indefinida, não possuindo tradução em português. Por isso, pode ser considerado um conceito abrangente, em expansão, que O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 08 atravessa diversos e diferentes aspectos da vida do ser humano e da sociedade, vinculado ao contexto sociopolítico de sua época, ganhando cada vez mais na contemporaneidade o olhar cuidadoso para a inovação, a tecnologia e para o desenvolvimento sustentável. De modo mais simplório, design significa projeto, ou ainda o ato de projetar. Para projetar é necessário estar antenado aos problemas enfrentados pela sociedade atual, para só depois definir o que será feito, para quem, como, com quanto e por quem. Logo, design não é substantivo e sim verbo; é processo, pois projeto nenhum nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. Projetar é ação em contínua transformação e contradições, repleto de intencionalidades de ordem cultural,estética, utilitária, produtiva e ecológica. Nesse contexto, o curso “O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida” tem por objetivo discutir temas importantes para se pensar um design em conexão aos problemas da atualidade, fomentando a reflexão, inovação e valorização de um design com compromisso com o desenvolvimento sustentável, responsável, político e a serviço da vida. O curso é composto por 04 módulos, que são a base do Centro de Design do Ceará, a saber: a decolonialidade, a política, a ecoeficiência e os processos regenerativos. Decolonial porque desejamos pensar numa atuação que busque continuamente transgredir e lutar contra sistemas velados de colonização e opressão. Você já parou para pensar se os produtos que você consome e produz, e o “jeito certo de resolver um problema” refletem o seu contexto de vida? Ou será que eles só são reprodução de modelos de outros contextos culturais, principalmente vindos da Europa e Estados Unidos? O design decolonial te convida a pensar a partir do seu contexto local, das soluções ancestrais, da sua realidade cultural, dando visibilidade e valorizando soluções outras que transgrida os modelos já consolidados. Político porque a nossa linguagem, o que produzimos, nossa comunicação não é neutra. Nossas produções podem ser excludentes ou inclusivas, por exemplo, quando produzo uma coleção de roupas para um “corpo padrão”, eu acabo automaticamente excluindo uma série de outros corpos que não se encaixam nesse padrão. Quando percebemos isso, começamos a ter ciência que os objetos, processos e metodologias tidos como neutros, na verdade não são! Eles são criados a partir de formas que possuem significados na sociedade. Nesse sentido, pensar em um design político nos ajuda na proposição de um design capaz promover pequenas rupturas em estruturas já naturalmente consolidadas transvestidas de neutralidade e “tidas como certas”. Ecoeficiente nos ajuda a pensar de forma circular, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente. Você já se perguntou: Eu preciso de mais uma roupa? As que eu tenho já não são suficientes? Não estou acumulando mais e mais peças que sequer terei tempo ou ocasião para usar? Estou descartando minhas roupas no lixo ao invés de lhes dar uma segunda chance? A ecoeficiência está alinhada ao conceito de economia circular, pensando em produtos de forma mais ampla, reduzindo a perda de valor agregado, evitando matérias-primas que agridem o meio ambiente e adotando ciclos produtivos que utilizam energias limpas. Lembre-se: LIXO é um erro de design! A natureza não gera lixo, toda a sua cadeia produtiva é circular. Precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos, lembrando que o resíduo resultante desses processos não é lixo, ele pode ser insumo e voltar para a cadeia, regenerando o sistema. Regenerativo uma vez que não basta não gerar lixo! Precisamos pensar em como desenvolver e ao mesmo tempo recuperar a saúde das comunidades humanas e dos ecossistemas das quais elas fazem parte. A questão ambiental é fundamental em qualquer discussão na contemporaneidade e pensar de forma regenerativa nos ajudará a enxergar, entender e interagir com o mundo. Ao trabalhar tais temas contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, além de perceber caminhos e possibilidades para a preservação das culturas e insumos locais, de valorização das pessoas e das comunidades. Nos ajuda também a colocar o Ceará e, por extensão o Nordeste, como centro das discussões de design, deslocando esse campo do eixo internacional, apresentando um modo de se pensar design centrado no local e regionalizado, ao invés de modelos eurocêntricos, que não refletem os problemas do dia-a-dia de nossa sociedade; que nasce a partir das soluções criativas, comprometidas com o desenvolvimento sustentável, populares e ancestrais, não colocando essas produções a margem, trabalhando de forma inclusiva. Não é nosso desejo a desvalorização de tudo o que já foi construído, reconhecido e consolidado no campo do design, mas, reconhecer e incluir o conhecimento e saberes, a criatividade e a engenhosidade daqueles que não são reconhecidos por esse campo. O reconhecimento desses saberes para pensar uma prática de design faz-se urgente nos tempos atuais, na contemporaneidade2, para uma compreensão de um design que se se propõe ser decolonial, político, regenerativo e circular. Para falar sobre decolonialidade, convidamos a artista e designer, mestre e doutora Cláudia Marinho, que desenvolve pesquisas sobre os processos criativos na arte e no design, tecnologias ancestrais e emergentes, materialidade africana e práticas cotidianas. Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre design, decolonialidade e diversidade” com o objetivo de dar elementos para que os designers sejam capazes de questionar os saberes e os fazeres que constituem suas práticas, no sentido de afinar suas percepções e ações quanto a um pensamento colonizador que segue sendo reproduzido pelos seus processos. A designer e arte-educadora e doutora Mônica Moura, do Laboratório de Pesquisa, Extensão e Ensino em Design Contemporâneo (da Universidade Estadual Paulista – UNESP), com pesquisas e ações para pessoas com deficiência visual (PcDV) e investigações e publicações relacionadas ao Design Contemporâneo Brasileiro e Internacional, nos apresenta o tema “Design e Política no cotidiano” nos convidando a pensar e dialogar a respeito do que vem a ser um design político, caminhando por um trajeto que discute o design e a política, ou melhor, as relações entre o design e a política e a ação política. Convidamos a designer Carla Tennenbaum, com trabalhos premiados pela UNESCO, Fundação do Design Latino Americano e SEBRAE e cofundadora da Ideia Circular, para falar um pouco sobre os “Fundamentos para um design regenerativo”. Carla traz uma abordagem regenerativa buscando não apenas reverter a degradação ambiental, mas tornar o design uma força positiva, com a capacidade de restaurar, renovar e revitalizar. A proposta é que existem possibilidades de desenhar sistemas humanos que possam coexistir de forma integrada e benéfica com a natureza, gerando resiliência, prosperidade e abundância no longo prazo. Por fim, a pesquisadora, mestra Iana Uliana Perez, doutoranda em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP (2018-2023) e membro do Grupo de Pesquisa em Design, Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), traz o tema da “Economia Circular e Design” com o objeto de desenvolver competências que permitam a reflexão e compreensão do papel do design no atual modelo econômico, apresentando conceitos, princípios e abordagens do design para a sustentabilidade alinhados aos princípios da economia circular. Aos interessados no assunto, esse curso compõe o empenho de designers, pesquisadoras e professoras que vislumbram o design como um meio de adentrar no cotidiano da sociedade nas suas várias vertentes e melhorar a vida das pessoas e do planeta. Acreditamos que ele pode contribuir tanto para a formação continuada dos profissionais do campo do design e estudantes de designers que estão começando os estudos no assunto e que desejam transpor as barreiras da colonialidade e do saber hegemônico, como também a formação de um público em geral interessado na temática, preocupados com o dia-a-dia da sociedade e a preservação do planeta. Desejo bom estudo a todos e todas! Claudia Sales de Alcântara Coordenadora de Formação do Centro de Design do Ceará Pensado para ser ofertado na modalidade EaD, com carga horária de 72h, o curso é fruto da parceria entre o Centro de Design do Ceará e a Universidade Aberta do Nordeste da Fundação Demócrito Rocha, uma instituição de direito privado e sem fins lucrativos, com exercício de 40 anos atuando na modalidade de
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