Buscar

Introdução ao Design Decolonial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
O Design a partir
do pensamento
contemporâneo:
inovação a serviço
da vida. 
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenharsistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidadee diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
O Design a partir
do pensamento
contemporâneo:
inovação a serviço
da vida. 
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhose 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Elmano de Freitas
Governadora do Estado do Ceará
Luisa Cela
Secretária da Cultura
INSTITUTO MIRANTE DE CULTURA E ARTE
Tiago Santana
Diretor-Presidente
João Wilson Damasceno
Diretor-Executivo
Marília Marinho
Diretora Administrativo-Financeira
KUYA - CENTRO DE DESIGN DO CEARÁ
Rodrigo Costa Lima
Diretor
Talles Azigon
Assessor Executivo
Cláudia Sales 
Coordenadora de Formação
Erbene Monteiro 
Supervisora Administrativo Financeiro
Rhayara Brenna
Luiz Fernando
Delano Pessoa 
Coordenador de Pesquisa
Daniel França 
Coordenador de Comunicação
Raissa de Oliveira 
Analista de Mídias Sociais
Rafael Salvador 
Designer
Tea Marcelo
Produtore
Flávio de Lima Oliveira 
Técnico de Equipamentos (TI, Áudio e Vídeo)
Isabel Rocha 
Técnico de Pesquisa (Laboratório)
Erikson Queiroz 
Técnico de Equipamentos (Pesquisa e criação)
Camila Costa 
Receptivo
Eriverton Ribeiro 
Receptivo
Aline Andrezza
Receptivo
Dina Batista
Receptivo
Barbara Moura
Estagiário 
Yana Leal 
Estagiária
Lucas Borges 
Estagiário
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Luciana Dummar
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Marcos Tardin
Gerente-Geral
Raymundo Netto
Gerente de Projetos
Chico Marinho
Gerente de Audiovisual
Andrea Araujo
Gerente de Marketing & Design
Lia Leite
Gerente Editorial 
Aurelino Freitas e Fabrícia Góis
Analistas de Projetos
Narcez Bessa
Analista de Contas
Andrea Araujo
Editora de Design
Kamilla Damasceno e Welton Travassos
Henri Dias
Analista de Marketing
Letícia Frota
Social Media
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Prof. Dr. Deglaucy Jorge Teixeira
Gerente Educacional
Profa. Ms. Jôsy Cavalcante
Coordenadora Pedagógica
Esp. Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Iany Campos
Secretária Escolar
Isabela Marques
Desenvolvedora Front-End
Germana Cristina
Rebeca Azevedo
Estagiárias em Mídias e Tecnologia para Educação
Arielly Ribeiro
Estagiária em Pedagogia
Mário Maia 
Ilustrações
Expediente
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
INTRO
DUÇÃO
É com enorme prazer que o Centro de 
Design do Ceará saúda todos e todas as 
participantes do curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida”.
O Centro de Design do Ceará é um 
equipamento da Rede Pública de 
Equipamentos Culturais da Secretaria da 
Cultura do Estado do Ceará - RECE, com 
gestão em parceria do Instituto Mirante 
de Cultura e Arte. 
É um espaço de promoção, reflexão, 
formação, inovação, valorização, 
produção e expansão das fronteiras do 
Design, conversando com diferentes 
setores da sociedade de forma coletiva e 
colaborativa, trocando ideias, 
O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 04
experiências e possibilidades paraa 
produção de um design decolonial, 
regenerativo, ecoeficiente e político.
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que elepode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
É com enorme prazer que o Centro de 
Design do Ceará saúda todos e todas as 
participantes do curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida”.
O Centro de Design do Ceará é um 
equipamento da Rede Pública de 
Equipamentos Culturais da Secretaria da 
Cultura do Estado do Ceará - RECE, com 
gestão em parceria do Instituto Mirante 
de Cultura e Arte. 
É um espaço de promoção, reflexão, 
formação, inovação, valorização, 
produção e expansão das fronteiras do 
Design, conversando com diferentes 
setores da sociedade de forma coletiva e 
colaborativa, trocando ideias, 
O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 05
experiências e possibilidades para a 
produção de um design decolonial, 
regenerativo, ecoeficiente e político.
O Instituto Mirante 
de Cultura e Arte é 
uma Organização 
Social, sem fins 
lucrativos, 
constituída no ano 
de 2021, com o 
objetivo 
primordial de 
contribuir com a 
gestão de políticas 
culturais do 
Estado do Ceará, 
proteger, 
salvaguardar e 
incentivar o 
fomento às 
iniciativas 
artístico-culturais 
e o patrimônio 
histórico e 
cultural. 
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamosa artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 06
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperara saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 07
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural, 
estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que nãose encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de Educação a 
Distância, da qual é uma das pioneiras 
no Brasil, baseando-se como marco a 
disseminação da modalidade a partir da 
Open University de Londres pela UnB, 
com mais de um milhão de alunos 
assistidos em todos os estados 
brasileiros. Para iniciar nossa conversa, 
queria falar um pouco sobre o que é 
design e como percebemos que esse 
campo de conhecimento se conecta com 
a sociedade.
Design vai muito além de um produto,
ou do seu processo de confecção. A 
própria palavra – Design – é abrangente 
e indefinida, não possuindo tradução em 
português.
Por isso, pode ser considerado um 
conceito abrangente, em expansão, que 
O Design a partir do pensamento contemporâneo: inovação a serviço da vida. // 08
atravessa diversos e diferentes aspectos 
da vida do ser humano e da sociedade, 
vinculado ao contexto sociopolítico de 
sua época, ganhando cada vez mais na 
contemporaneidade o olhar cuidadoso 
para a inovação, a tecnologia e para o 
desenvolvimento sustentável.
De modo mais simplório, design significa 
projeto, ou ainda o ato de projetar.
Para projetar é necessário estar 
antenado aos problemas enfrentados 
pela sociedade atual, para só depois 
definir o que será feito, para quem, 
como, com quanto e por quem.
Logo, design não é substantivo e sim 
verbo; é processo, pois projeto nenhum 
nasce pronto, ou ainda “cai do céu”. 
Projetar é ação em contínua 
transformação e contradições, repleto de 
intencionalidades de ordem cultural,estética, utilitária, produtiva e ecológica.
Nesse contexto, o curso “O Design a 
partir do pensamento contemporâneo: 
inovação a serviço da vida” tem por 
objetivo discutir temas importantes para 
se pensar um design em conexão aos 
problemas da atualidade, fomentando a 
reflexão, inovação e valorização de um 
design com compromisso com o 
desenvolvimento sustentável, 
responsável, político e a serviço da vida. 
O curso é composto por 04 módulos, que 
são a base do Centro de Design do Ceará, 
a saber: a decolonialidade, a política, a 
ecoeficiência e os processos 
regenerativos.
 
Decolonial porque desejamos pensar 
numa atuação que busque 
continuamente transgredir e lutar contra 
sistemas velados de colonização e 
opressão.
Você já parou para pensar se os 
produtos que você consome e produz, e 
o “jeito certo de resolver um problema” 
refletem o seu contexto de vida? Ou será 
que eles só são reprodução de modelos 
de outros contextos culturais, 
principalmente vindos da Europa e 
Estados Unidos?
O design decolonial te convida a pensar 
a partir do seu contexto local, das 
soluções ancestrais, da sua realidade 
cultural, dando visibilidade e valorizando 
soluções outras que transgrida os 
modelos já consolidados.
Político porque a nossa linguagem, o 
que produzimos, nossa comunicação não 
é neutra. Nossas produções podem ser 
excludentes ou inclusivas, por exemplo, 
quando produzo uma coleção de roupas 
para um “corpo padrão”, eu acabo 
automaticamente excluindo uma série 
de outros corpos que não se encaixam 
nesse padrão.
Quando percebemos isso, começamos a 
ter ciência que os objetos, processos e 
metodologias tidos como neutros, na 
verdade não são! Eles são criados a 
partir de formas que possuem 
significados na sociedade.
Nesse sentido, pensar em um design 
político nos ajuda na proposição de um 
design capaz promover pequenas 
rupturas em estruturas já naturalmente 
consolidadas transvestidas de 
neutralidade e “tidas como certas”.
Ecoeficiente nos ajuda a pensar de 
forma circular, contribuindo para o 
desenvolvimento sustentável e a 
preservação do meio ambiente. Você já 
se perguntou: Eu preciso de mais uma 
roupa? As que eu tenho já não são 
suficientes?
Não estou acumulando mais e mais 
peças que sequer terei tempo ou ocasião 
para usar? Estou descartando minhas 
roupas no lixo ao invés de lhes dar uma 
segunda chance? A ecoeficiência está 
alinhada ao conceito de economia 
circular, pensando em produtos de 
forma mais ampla, reduzindo a perda de 
valor agregado, evitando 
matérias-primas que agridem o meio 
ambiente e adotando ciclos produtivos 
que utilizam energias limpas. 
Lembre-se: LIXO é um erro de design! 
A natureza não gera lixo, toda a sua 
cadeia produtiva é circular. Precisamos 
mudar a forma como produzimos e 
consumimos, lembrando que o resíduo 
resultante desses processos não é lixo, 
ele pode ser insumo e voltar para a 
cadeia, regenerando o sistema.
Regenerativo uma vez que não basta 
não gerar lixo! Precisamos pensar em 
como desenvolver e ao mesmo tempo 
recuperar a saúde das comunidades 
humanas e dos ecossistemas das quais 
elas fazem parte.
A questão ambiental é fundamental em 
qualquer discussão na 
contemporaneidade e pensar de forma 
regenerativa nos ajudará a enxergar, 
entender e interagir com o mundo.
 
Ao trabalhar tais temas contribuímos 
para a construção de uma sociedade 
mais justa, além de perceber caminhos e 
possibilidades para a preservação das 
culturas e insumos locais, de valorização 
das pessoas e das comunidades.
Nos ajuda também a colocar o Ceará e, 
por extensão o Nordeste, como centro 
das discussões de design, deslocando 
esse campo do eixo internacional, 
apresentando um modo de se pensar 
design centrado no local e regionalizado, 
ao invés de modelos eurocêntricos, que 
não refletem os problemas do dia-a-dia 
de nossa sociedade; que nasce a partir 
das soluções criativas, comprometidas 
com o desenvolvimento sustentável, 
populares e ancestrais, não colocando 
essas produções a margem, trabalhando 
de forma inclusiva.
Não é nosso desejo a desvalorização de 
tudo o que já foi construído, reconhecido 
e consolidado no campo do design, mas, 
reconhecer e incluir o conhecimento e 
saberes, a criatividade e a 
engenhosidade daqueles que não são 
reconhecidos por esse campo.
O reconhecimento desses saberes para 
pensar uma prática de design faz-se 
urgente nos tempos atuais, na 
contemporaneidade2, para uma 
compreensão de um design que se se 
propõe ser decolonial, político, 
regenerativo e circular.
Para falar sobre decolonialidade, 
convidamos a artista e designer, mestre 
e doutora Cláudia Marinho, que 
desenvolve pesquisas sobre os 
processos criativos na arte e no design, 
tecnologias ancestrais e emergentes, 
materialidade africana e práticas 
cotidianas.
Cláudia nos trouxe “Reflexões sobre 
design, decolonialidade e diversidade” 
com o objetivo de dar elementos para 
que os designers sejam capazes de 
questionar os saberes e os fazeres que 
constituem suas práticas, no sentido de 
afinar suas percepções e ações quanto a 
um pensamento colonizador que segue 
sendo reproduzido pelos seus 
processos.
A designer e arte-educadora e doutora 
Mônica Moura, do Laboratório de 
Pesquisa, Extensão e Ensino em Design 
Contemporâneo (da Universidade 
Estadual Paulista – UNESP), com 
pesquisas e ações para pessoas com 
deficiência visual (PcDV) e investigações 
e publicações relacionadas ao Design 
Contemporâneo Brasileiro e 
Internacional, nos apresenta o tema 
“Design e Política no cotidiano” nos 
convidando a pensar e dialogar a 
respeito do que vem a ser um design 
político, caminhando por um trajeto que 
discute o design e a política, ou melhor, 
as relações entre o design e a política
e a ação política.
Convidamos a designer Carla 
Tennenbaum, com trabalhos premiados 
pela UNESCO, Fundação do Design 
Latino Americano e SEBRAE e 
cofundadora da Ideia Circular, para falar 
um pouco sobre os “Fundamentos para 
um design regenerativo”.
Carla traz uma abordagem regenerativa 
buscando não apenas reverter a 
degradação ambiental, mas tornar o 
design uma força positiva, com a 
capacidade de restaurar, renovar e 
revitalizar. A proposta é que existem 
possibilidades de desenhar sistemas 
humanos que possam coexistir de forma 
integrada e benéfica com a natureza, 
gerando resiliência, prosperidade e 
abundância no longo prazo.
Por fim, a pesquisadora, mestra Iana 
Uliana Perez, doutoranda em Design pelo 
Programa de Pós-Graduação em Design 
da UNESP (2018-2023) e membro do 
Grupo de Pesquisa em Design, 
Sustentabilidade e Inovação (CNPq/UEL), 
traz o tema da “Economia Circular e 
Design” com o objeto de desenvolver 
competências que permitam a reflexão e 
compreensão do papel do design no 
atual modelo econômico, apresentando 
conceitos, princípios e abordagens do 
design para a sustentabilidade alinhados 
aos princípios da economia circular.
Aos interessados no assunto, esse curso 
compõe o empenho de designers, 
pesquisadoras e professoras que 
vislumbram o design como um meio de 
adentrar no cotidiano da sociedade nas 
suas várias vertentes e melhorar a vida 
das pessoas e do planeta.
Acreditamos que ele pode contribuir 
tanto para a formação continuada dos 
profissionais do campo do design e 
estudantes de designers que estão 
começando os estudos no assunto e que 
desejam transpor as 
barreiras da 
colonialidade e do saber 
hegemônico, como 
também a formação de 
um público em geral 
interessado na 
temática, preocupados 
com o dia-a-dia da 
sociedade e a 
preservação do planeta.
Desejo bom estudo a 
todos e todas!
Claudia Sales de 
Alcântara
Coordenadora de Formação do 
Centro de Design do Ceará
Pensado para ser ofertado na 
modalidade EaD, com carga horária de 
72h, o curso é fruto da parceria entre o 
Centro de Design do Ceará e a 
Universidade Aberta do Nordeste da 
Fundação Demócrito Rocha, uma 
instituição de direito privado e sem fins 
lucrativos, com exercício de 40 anos 
atuando na modalidade de

Outros materiais