Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias T T I Informamos que é de inteira responsabilidade do(s) autor(es) a emissão dos conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem prévia autorização do IBRESP. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei 9.610/98 e punido de acordo com o Art. 184 do Código Penal. Direitos AutoraisExpediente INSTITUTO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO ESTADO DE SÃO PAULO MARKETING IMOBILIÁRIO AUTOR Jefferson Jeanmonod de Azevedo Santana DIRETOR PRESIDENTE Arnaldo Manoel Alves DIRETORA DE OPERAÇÕES Jaqueline Araújo DIRETORA ESCOLAR Maria Tereza N. Abdal S. Cunha SECRETÁRIA ESCOLAR Lisamar Delazeri Castro COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO Ariane Francine Serafim REVISÃO Maria Tereza N. Abdal S. Cunha Ariane Francine Serafim Valéria Serafim Davi Bagnatori Tavares PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO João Carlos Rossi Fonseca Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sueli Costa CRB-8/5213 Santana, Jefferson Jeanmonod de Azevedo Marketing imobiliário [livro eletrônico] / Jeanmonod de Azevedo Santana. – São Paulo: IBRESP, 2020. 168 p. Formato: PDF ISBN: 978-65-88399-06-4 1. Marketing 2. Mercado imobiliário I. Título CDD-658 Índice para catálogo sistemático: 1. Marketing 658 T T I écnico em ransações mobiliárias 3 4 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Sumário ` AULA 1. PRINCÍPIOS DE MARKETING, PÁG. 11 ` AULA 2. INTELIGÊNCIA DE MERCADO: CONCEITO, PROCESSOS E PLANEJAMENTO, PÁG. 33 ` AULA 3. INTELIGÊNCIA DE MERCADO: FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA, PÁG. 51 ` AULA 4. INTELIGÊNCIA DE MERCADO: ANÁLISE DE DADOS E DECISÃO, PÁG. 63 ` AULA 5. EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDOR, PÁG. 79 ` AULA 6. PLANO DE MARKETING IMOBILIÁRIO: CONCEITO, PÁG. 97 ` AULA 7. PLANO DE MARKETING IMOBILIÁRIO: ANÁLISE SITUACIONAL, PÁG. 111 ` AULA 8. PLANO DE MARKETING IMOBILIÁRIO: ADAPTAÇÃO, PÁG. 123 ` AULA 9. PLANO DE MARKETING IMOBILIÁRIO: ATIVAÇÃO E AVALIAÇÃO, PÁG. 143 ` GLOSSÁRIO, PÁG. 156 ` GABARITO, PÁG. 161 ` REFERÊNCIAS, PÁG. 165 5 Jefferson Jeanmonod de Azevedo Santana Professor Mestre em Comunicação e Inovação pela Uni- versidade Municipal de São Caetano do Sul, é desig- ner, publicitário e licenciado em Artes Visuais. Do- cente do Centro Paula Souza para o Ensino Técnico e Superior, organiza e coordena projetos de capacita- ção para professores do Eixo Tecnológico Produção Cultural e Design no Centro de Capacitação Técnica Pedagógica e de Gestão do Centro Paula Souza. É professor de pós-graduação para cursos da Rede In- ternacional de Universidades Laureate. Foi docente e conteudista de cursos livres da Faculdade Santa Mar- celina. Foi sócio e diretor de comunicação e criação da Encena Soluções de Marketing. Possui mais de 17 anos de experiência em agências de publicidade e departamentos de marketing atuando nas áreas de educação, saúde, religião, varejo, produção cultural e terceiro setor. Pesquisa linguagens na comunicação, imagens, ciberespaço e futurismo. 6 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Apresentação Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao componente curricular de Marketing Imobiliário do curso Técni- co em Transações Imobiliárias. Sou o professor Jefferson, e neste componente curricular você terá contato com o mundo do marketing e aprenderá como ele pode contribuir para o corretor de imóveis alcançar seus objetivos. A área de marketing, normalmente, desperta a curiosidade das pessoas principalmente quando relacionada ao sucesso de vendas de produtos, serviços, além da projeção de marcas e pessoas. Mesmo sendo impactado pelo marketing nas lojas, televisão, cinema, revistas, celular etc., será que você sabe o que ele significa e como ele pode te ajudar? Neste componente curricular discutiremos e aprenderemos os princípios, tendências e técnicas do marketing, principalmente aplicadas ao setor imobiliário. Bons estudos! 7 8 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Objetivo de aprendizagem O componente curricular de Marketing Imobiliário objetiva contribuir para o desenvol- vimento profissional dos corretores de imóveis, por meio da formação técnica no curso Técnico em Transações Imobiliárias, especificamente no contexto, conteúdo, teorias e prática de Marketing Imobiliário. 9 10 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Princípios de Marketing Caro(a) aluno(a), Para iniciarmos nossas aulas de Marketing Imobiliário, vamos começar estudando os Princípios de Marketing. O objetivo desta aula é entender ou apresentar os conceitos e as ferramentas fundamentais do marketing, a evolução dos mercados e da visão de estratégias de marketing e como eles contribuem para a sua profissão de corretor de imóveis. Conhecer a história e a evolução das estratégias de marketing te ajudará a compreender e resolver problemas mercadológicos que surgirão. Nesta aula, veremos: ` Quais são os princípios de marketing; ` O que é mercado e a sua evolução; ` Conceitos de marketing; ` Evolução do marketing em 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0; ` O que é e como usar o mix de marketing. Princípios quer dizer o início, as primeiras coisas que você precisa entender para realizar estratégias e planejamento de marketing para que consiga atingir os seus objetivos pessoais, profissionais e de vendas. Para começar, pegue o seu caderno ou bloco de anotações e responda: o que é marketing para você? Responda aquilo que você realmente acredita ser marketing. Não leia o restante do conteúdo antes de responder; pense sobre aquilo que você acredita ser marketing. Esse exercício é muito importante, pois, no final desta aula, você poderá verificar os conhecimentos adquiridos. Já respondeu? Então vamos começar a entender os principais conceitos de marketing. 11 Aula 1 Princípios de Marketing 12 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Conceitos e Evolução do Mercado e do Marketing Para entender o que é marketing, primeiro você precisa saber como foi a evolução da socie- dade até aqui, principalmente com o capitalismo, mercado e consumo. Ao longo da história, as necessidades humanas fizeram com que o ser humano buscasse formas de satisfazer as suas necessidades, que foram divididas em 5 níveis pelo psicólogo estadunidense Abraham Maslow (Figura 1), que são: 1) Fisiológica; 2) Segurança; 3) Social; 4) Estima; e 5) Autorrealização. Segundo Maslow, uma necessidade só poderia ser satisfeita se a anterior fosse concretizada, seguindo a ordem mencionada anteriormente. Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow. Fonte: o Autor. TOME NOTA: na aula sobre experiência do consumidor, iremos aprofundar nosso conhecimento da teoria da pirâmide das necessidades de Maslow. Neste momento, precisamos entender que as pessoas têm necessidades e essas precisam ser satisfeitas de alguma forma. No começo da civilização, os humanos eram nômades e extraíam do lugar onde estavam o alimento e usavam cavernas para garantir suas necessidades fisiológicas e sua segurança. A partir da invenção da agricultura e do crescimento da natalidade é que a humanidade passou a ter a necessidade de construir estruturas para garantir segurança contra os animais, pragas, doenças e PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES (Abraham Maslow) Autorrealização São as coisas que o indivíduo busca para se sentir plenamente realizado pessoal e profissionalmente Estima É a necessidade pelo reconhecimento pelo que se faz, ou seja, o indivíduo espera que reconheçam e identifiquem seu valor Social O ser humano é um ser social, tem necessidades afetivas, como relacionamentos amorosos ou sociais Segurança São as necessidades que propiciam sensações de proteção para o indivíduo Fisiológica São as necessidades básicas, essenciais para a sobrevivência13 Aula 1 Princípios de Marketing o tempo, entre outras adversidades. Foi nesse período que passou a existir a ideia de propriedade, ou seja: eu que produzi ou construí, portanto é meu. Com as novas técnicas de produção agrícola e domesticação de animais, as pessoas passaram a ter mais alimentos e objetos do que realmente precisavam. Com isso, passaram a trocar o que tinham com outros grupos, e ao lugar onde aconteciam essas trocas foi dado o nome de mercado. O termo mercado vem do latim (mercātus) e significa comércio e/ou negócio e no início era utilizado para referenciar o lugar onde pessoas se encontravam para comprar, vender ou trocar os seus bens (produtos, animais, artesanato etc.). Os mercados tendem a equilibrar-se pela lei da oferta e da procura, ou seja: � Quanto mais produto disponível e menor quantidade de pessoas dispostas a comprar, mais barato ele será ofertado no mercado; � Quanto mais pessoas procurarem o produto para adquiri-lo, menores serão os esto- ques daquele item, possibilitando ao produtor cobrar mais caro por ele no mercado. 14 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Durante muito tempo em nossa história, a produção desses produtos ofertados no mercado era feita de forma artesanal. Mesmo com a ajuda da natureza, animais e utensílios mecânicos, a produção não supria toda a demanda. Foi assim até a primeira revolução industrial, que foi um conjunto de mudanças que aconteceu por volta do século XVIII que se caracterizou, principalmen- te, pela substituição do trabalho artesanal por trabalho assalariado e intermediado por máquinas. A industrialização possibilitou a produção de grandes quantidades de produtos. Com a produção de produtos em massa, os estoques dos itens fabricados aumentaram sig- nificativamente. Desse processo surgiu a necessidade de as indústrias divulgarem para aumentar suas vendas, dando origem ao marketing. Nesse contexto, a premissa do marketing é que no mercado existem pessoas que têm neces- sidades e querem satisfazê-las. As empresas têm soluções para satisfazer essas necessidades, mas nem sempre as pessoas sabem. O marketing é, portanto, a ferramenta pela qual essas pessoas satisfazem suas necessidades ao encontrarem as soluções que as empresas estão ofertando, por meio de troca de valores. Para o chamado “Papa do Marketing”, Philip Kotler (2012, p. 3), marketing é “a arte e a ciência de selecionar mercados-alvo e captar, manter e fidelizar clientes por meio da criação, entrega e comunicação de um valor superior para o cliente”. Para Kotler, o marketing envolve a troca de diversos tipos de produtos por valores. Esses produtos podem ser considerados: bens, serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, pro- priedades, organizações, informações e ideias. Bens podem ser definidos como tudo aquilo que tem a possibilidade de satisfazer uma ne- cessidade. No caso dos imóveis, quando relacionados à Pirâmide de Maslow, podemos afirmar que satisfazem a necessidade de segurança, estima e/ou autorrealização. Porém, vale ressaltar que o corretor de imóveis, além de vender um bem, ele presta um serviço em dois aspectos: 1. Para a construtora: ofertando o seu conhecimento na área, por meio da comuni- cação, negociação, persuasão para a venda do bem ao consumidor final em troca de uma comissão; 2. Para o comprador: que quer satisfazer suas necessidades específicas, que podem variar de acordo com seu estilo de vida, configuração familiar, sonhos e objetivos. Kotler (2012, p. 4) diz que “serviços são aqueles prestados por empresas aéreas, hotéis, lo- cadoras de automóveis, cabeleireiros, esteticistas e técnicos de manutenção e reparo, assim como contadores, bancários, advogados, engenheiros, médicos, programadores de software e consultores de gestão”. No entanto, muitos produtos combinam bens e serviços, como é o caso de uma imobiliária. Se fizermos uma relação entre as evoluções de mercado, principalmente as impulsionadas pelas revoluções industriais, podemos compreender melhor a divisão apresentada por Kotler, a partir de 2010, sobre a evolução do marketing em 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0. 15 Aula 1 Princípios de Marketing As Revoluções Industriais Podemos dividir a evolução dos mercados de diversas formas, e acredito que você terá contato maior com algumas dessas teorias no componente curricular Economia e Mercado. Porém, uma das formas de pensar a evolução do mercado e que pode ser importante para a compreensão de todo o contexto do marketing é o das Revoluções Industriais. Segundo alguns futuristas – pessoas que estudam tecnologias, sociedades e dores da socie- dade de um futuro próximo e possível – estamos a caminho da 5ª Revolução Industrial. Mesmo estando em meio à 4ª Revolução Industrial, esses pesquisadores acreditam que a 5ª já estaria sendo construída e se destacaria pela volta do humano à produção de produtos em conjunto com a robótica, sensores e inteligência artificial. A 5ª Revolução Industrial seria a volta dos homens sábios (homo sapiens) ao seu status natural: o de criador. Ou seja, nessa etapa da evolução dos mercados e das indústrias, o papel dos huma- nos seria o de criar, imaginar, sentir e transformar ficção em realidade, enquanto o das máquinas seria mecanizar, sistematizar e produzir em escala. Mas antes de chegarmos à 5ª Revolução Industrial, passamos pela: 1ª Revolução Industrial: início da industrialização, impulsionada pela criação de má- quinas mecânicas, principalmente em tecelagens e transporte a vapor; 2ª Revolução Industrial: motores a eletricidade e a combustão deram agilidade na produção industrial em sintonia com a criação da linha de produção por Henry Ford; 3ª Revolução Industrial: a mecânica hidráulica, em consonância com sensores e com- putação, possibilita a automação da produção; 4ª Revolução Industrial: a produção autônoma por meio de robôs com a ajuda da inteligência artificial (AI). Todas essas fases foram, também, sentidas na área imobiliária, que assimilou essas tecnologias e métodos na construção de imóveis, o que possibilitou um crescimento significativo na fabri- cação e ofertas desse tipo de bem. O crescimento significativo da oferta de imóveis pelo mundo nessas duas décadas se deu pelo desejo e necessidade das pessoas em adquirirem esse bem. No imaginário de muitas delas, a aquisição de um imóvel próprio está ligada à ideia de sucesso e vitória. Porém, a facilidade em financiar imóveis em algumas partes do mundo, a grande oferta de imóveis e a procura por parte de compradores desencadearam uma grande crise econômica em 2008. Retomando a ideia da lei da oferta e da procura, provoco você a pensar o que essas revoluções industriais causaram na economia global em meados de 2008. A chamada bolha imobiliária nos Estados Unidos causou um colapso na economia em todo o mundo, gerando uma severa crise econômica na época. 16 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Saiba mais Se você tem interesse em saber mais sobre esse tema, indico-lhe o filme vencedor do Oscar “A Grande Aposta” (2015): ` Título em Português: A Grande Aposta (2015) Direção: Adam McKay Sinopse: Em 2008, o guru de Wall Street Michael Burry percebe que uma série de empréstimos feitos para o mercado imobiliário está em risco de inadimplência. Ele decide então apostar contra o mercado, investindo mais de um bilhão de dólares dos seus investidores. Suas ações atraem a atenção do corretor Jared Vennet, que percebe a oportunidade e passa a oferecê-la a seus clientes. Juntos, esses homens fazem uma fortuna tirando proveito do colapso econômico americano (Fonte: google.com). No quadro a seguir, tentei de forma simples fazer a relação entre as revoluções industriais, as tecnologias de comunicação, informação e o marketing. Trailer: escaneie o código INDÚSTRIA 4.0 INDÚSTRIA 5.0INDÚSTRIA 2.0 INDÚSTRIA 3.0 vapor elétrica e combustão elétrica e combustão elétrica e combustão renovável e limpaEN ER G IA CA RA CT ER ÍS TI CAS CO M U N IC AÇ ÃO M KT 1784 1870 1969 Hoje >2030 INDÚSTRIA 1.0 Mecanização da produção - Correios - Imprensa - Linhas de Comunicação - Renascimento - Rádio - TV - Mídia de Massa - Tempos Modernos - Satélites - Computação - Buscadores - Internet - Redes de Computadores - 3G, 4G e 5G - Mundo VUCA / Líquido - Redes, Mídias e Games Sociais - GPS - Streaming - Prosumer - Chatbot - Machine learning - Blockchain - Big Data - Homem operador técnico - Tear - Linhas férreas - Homem operador técnico - Fordismo - Carros, Rádio, TV - Homem programador - Qualidade Total - Internet, Digital - Homem criativo, Soft Skills - Customização Massiva - Smartphones, 4G, drones, Impressão 3D, IA, IoT - Homem criando ficção - Personalização - 5G, Ciborgue, Casas Inteligentes Produção por meio de automação, robótica e computadores Uso de IA, IoT, Redes e Sensores para a produção autônoma por robôs Interação entre homens e IA para a solução de dores Mercantilismo Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0 Marketing 4.0 RELAÇÃO ENTRE AS REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS, COMUNICAÇÃO E MARKETING Produção de massa, linha de produção e montagem 17 Aula 1 Princípios de Marketing Marketing 1.0 Podemos considerar que o Marketing 1.0 foi a era dos produtos. Isso significa que todas as estratégias e planos tinham como foco total o desenvolvimento de produtos funcionais e a ne- cessidade de torná-los alvo de consumo de massa. Uma frase que define muito bem essa era é a do empresário Henri Ford sobre o sucesso de seus empreendimentos com a fabricação de automóveis, principalmente o Ford T, com quali- dade alta e preços baixos; ele disse “o cliente pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto” (FORD, 1918). Isso quer dizer que, mesmo com os consumidores desejando carros de outras cores, o foco da atuação não era o consumidor e sim o “produto com a melhor qualidade pelo menor preço”. Esse pensamento de marketing contribuiu para, em 1960, a criação do mix de marketing por Jerome MacCarthy. Esse conceito foi apresentado ao mundo primeiramente por meio do livro Basic Marketing, em que o autor apresenta e classifica várias atividades de marketing como fer- ramentas, que mais tarde seria popularizado por Philip Kotler como composto mercadológico e/ou os quatro Ps. Com foco no produto, o mix de marketing classifica as atividades de marketing em quatro ferramentas: 1. Produto: o produto tem que ser pensado profundamente quanto a sua variedade (apartamento, casa, condomínio etc.), qualidade, tipo de arquitetura, características, nome da marca, acabamentos, tamanhos, serviços (quadra, salão de festas, brin- quedoteca etc.), garantias e devoluções; 2. Preço: o mesmo deve ser feito quanto ao preço, portanto pensá-lo de forma pro- positiva no que se refere ao preço de tabela, descontos, bonificações ou brindes, markups, prazo e métodos de pagamento, condições de financiamento; 3. Praça: esse item aprofunda as questões sobre os canais de marketing (onde se pode fazer propaganda nas proximidades do imóvel), cobertura, sortimentos, locais e a infraestrutura do entorno (padarias, mercados, escolas, hospitais, bancos, shopping, parques etc.), estoque, transporte e logística; 4. Promoção: a promoção é como as pessoas saberão sobre o que você está ofertando no mercado. Essa divulgação pode ser realizada por meio de promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas e marketing direto. Faça agora um exercício, pegue um panfleto ou alguma divulgação da venda de um imóvel, analise-o e extraia dele as informações sobre o produto, preço, praça e promoção e escreva em seu caderno. 18 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias E aí, como se saiu? Foi fácil? Saiba mais Você pode se aprofundar mais nas ideias de Marketing 1.0 e composto mercadológico lendo os seguintes artigos: Mac Society: Qualquer cor, desde que seja preto (ou branco) ` https://macmagazine.uol.com.br/2011/06/19/mac-society- qualquer-cor-desde-que-seja-preto-ou-branco/ SAIBA MAIS: assista ao seriado Mad Men: Inventando a verdade, série de televisão aclamada pela crítica especia- lizada por sua autenticidade histórica e estilo visual. A série se passa em Nova Iorque nos anos de 1960 e apresenta o contexto das agências de publicidade na Madison Avenue. A série está disponível na Netflix. Ou escaneie o código 19 Aula 1 Princípios de Marketing Marketing 2.0 O Marketing 2.0 é considerado a era dos consumidores. Isso se deu em parte pelo cresci- mento de concorrentes, a facilidade de comunicação em mídias de massa e novas tecnologias que possibilitaram às pessoas se comunicarem com as empresas, como é o caso dos telefones. O foco do marketing se alterou do produto para conhecer e satisfazer o consumidor por meio da segmentação. Foi aqui que se alterou o composto mercadológico de 4 Ps para 4 Cs. O produto é substituído por consumidor ou cliente, preço por custo-benefício, praça por conveniência e promoção por comunicação. Nesse caso podemos descrever cada um dos Cs como: 1. Consumidor: segmento de pessoas que tem a necessidade ou o desejo pelo produto/ serviço oferecido pela empresa. Nesse item, é importante pensar em diversos aspec- tos e características do consumidor no que se refere aos dados comportamentais, demográficos, psicográficos e culturais; 2. Custo: está ligado à ideia de custo-benefício, ou seja, o produto precisa apresentar o menor custo de aquisição pela melhor qualidade percebida. Em um imóvel, por exemplo, o preço pode ser alto, mas quando comparado aos benefícios de infraes- trutura do entorno (padarias, escolas, hospitais, transporte etc.), condomínio (valor mais baixo, piscina, academia, equipamentos de lazer), o consumidor pode perceber um valor maior do que o preço, e por isso decidir pela compra; 20 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias 3. Conveniência: aqui é necessário entender como o cliente prefere adquirir o seu pro- duto ou serviço, se em um ponto de venda físico (loja, shopping etc.), por telefone ou on-line, por exemplo. Reconhecendo as necessidades e a preferência de consumo, é mais fácil ofertar o produto ou serviço onde é mais conveniente para o consumidor; 4. Comunicação: a comunicação exige interação entre o comprador e o vendedor, e os canais de comunicação são muito diferentes do que os da promoção. A promoção não necessita obrigatoriamente de uma interação, podendo ser meramente informativa; já a comunicação pressupõe um feedback entre emissor e receptor da mensagem. Pensando no contexto imobiliário, como você acredita que poderíamos exemplificar os 4Cs? Anote em seu caderno. Saiba mais Para que você tenha a oportunidade de conhecer mais os conceitos de Marketing 2.0 e os 4 Cs, leia os seguintes artigos: Marketing Interno ou Endomarketing? ` https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/ redacao/1588/marketing-interno-ou-endomarketing.html SAIBA MAIS: assista ao filme Do Que as Mulheres Gostam (2001). O publicitário Nick Marshall passa a ter uma visão completamente nova da vida quando um acidente estúpido lhe dá a habilidade de ler a mente das mulheres. Ou escaneie o código 21 Aula 1 Princípios de Marketing Marketing 3.0 Nos últimos anos, o comportamento do consumidor se alterou significativamente. Antes tí- nhamos um mundo que evoluía em um ritmo mais lento, estável e sólido. Com o surgimento de novas tecnologias da comunicação e informação, principalmente as mediadas por computadores, o surgimento das redes sociais digitais e os smartphones deram certo poder e agilidade à co- municação DO e PARA o consumidor. Com isso a sociedade se tornou mais ágil, e as mudanças, mais rápidas e adaptadas às novas formas de comunidades e sociedades. O consumidor passou a produzir conteúdo e mídia com muito mais velocidade e empodera- mento. Com isso, passou a ser chamado de “prosumer”. Mais para a frente em nossas aulas vamos entender melhor esse conceito. O certo é que o consumidor passoua ter novas necessidades, mais coletivas, ambientais e a buscar uma sociedade melhor. Com isso, esse novo consumidor passou a pedir um novo tipo de marketing. Surge então o Marketing 3.0. Neste tipo de marketing, o foco muda para reconhecer que o consumidor é mais do que um simples comprador, pois possui valores, identidade e se identifica com algumas comunidades. A empresa, produto, serviço ou marca precisa se comunicar com esse segmento de comunidade, da qual o consumidor se sente pertencente. Assim, chegamos à era dos valores. Nesta terceira era do marketing, o cliente não pode ser deixado de fora das suas prioridades. Se o cliente não for chamado a participar do processo, isso pode fazer com que a confiança do consumidor na marca caia drasticamente, o que prejudicará os bons resultados de venda. A princípio, pode parecer um grande problema, mas na verdade é uma grande oportunidade de resolver a questão, afinal, convidar o consumidor para participar do processo pode torná-lo divulgador da marca. Esse novo consumidor tem a prática de falar em suas redes sociais sobre suas satisfações e insatisfações em uma relação de consumo, portanto, se o seu cliente tiver uma boa experiência com seu atendimento, ele indicará o seu empreendimento e consequentemente seu trabalho como corretor de imóveis. O Marketing 3.0 é mais humano, ou seja, está alinhado a valores que podem identificar um tipo de comunidade. Para tanto, é importante que as empresas, produtos e serviços tenham muito claro qual é o seu propósito para o mundo desse consumidor. Recentemente a empresa mineira MRV mudou o seu propósito para “Construir sonhos que transformam o mundo”. Isso se deu a partir da contratação de consultoria da Interbrand e Fundação Dom Cabral para entender melhor os seus consumidores. Na pesquisa, se percebeu a importância da sustentabilidade para o público-alvo da empresa. Porém, o significado de sustentabilidade pode ser diferente para as classes sociais mais populares, ou seja, para esse tipo de consumidor as consultorias indicaram que “o conceito de sustentabilidade tinha relação com economia do- 22 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias méstica e uso racional de recursos, principalmente água e energia” (MEIO E MENSAGEM, 2019). Nesse contexto, a MRV incorporou aos seus produtos itens de sustentabilidade para a economia doméstica, comunicando em seus veículos essa mudança e passando a publicar em suas redes sociais dicas (drops) sobre sustentabilidade doméstica. A partir do entendimento do protagonismo dos consumidores nas novas estratégias de marketing, a reputação de uma marca passa a ter importância fundamental para o sucesso de uma empresa. Nesse contexto, é importante observar empresas que se destacam por gerar e entregar serviços diferenciados. Empresas que entregam o chamado fator “UAU”, como é o caso da Disney, Amazon e Google, têm maior possibilidade de serem divulgadas por seus clientes. Parte desse sucesso se dá ao fato de essas empresas se preocuparem com o Branding, ou seja, construção, gerenciamento e fortalecimento de marcas. Para que isso aconteça, é incorporado no composto mercadológico o conceito dos 4 Es: 1. Encantar: o novo consumidor precisa ser encantado pela empresa, marca e/ou corretor para que ele se sinta parte de algo maior e melhor – ele precisa se sentir desejado. Um cliente insatisfeito simplesmente muda de marca. Os clientes precisam obter algum tipo de lucro por meio de premiações, recompensas, crédito etc. Faz-se necessário entregar um bom produto, bom preço e uma excelente propaganda; 2. Entusiasmar: os funcionários da empresa precisam ser percebidos como clientes internos, portanto eles também são foco do marketing. O chamado endomarketing tem fator essencial para esse composto. Investir em treinamento e incentivo da equipe de profissionais, comunicação interna, programas de ambientação, celebra- ção e intranet pode gerar colaboradores centrados no propósito da marca, ou seja, funcionários mais harmonizados com a filosofia da empresa ou no atendimento fidelizado, o que pode acarretar melhores resultados; 3. Enlouquecer: o foco desse composto são os concorrentes. Observar a concorrência, entender suas estratégias, precificação, comportamento e diferenciais pode contri- buir para a construção e aprimoramento das suas estratégias. Se seu produto estiver perdendo mercado, crie um produto concorrente, melhor e mais barato, antes que a concorrência faça isso. Caso seus concorrentes estiverem ficando enlouquecidos com a sua estratégia, fique feliz, pois você está se diferenciando no mercado; 4. Enriquecer: nesse caso, o objeto do enriquecimento são todos os envolvidos com a marca, os chamados stakeholders. O compromisso das marcas deve ser de fato, enriquecer os clientes com algo valioso que entrega a eles. E, por fim, devem tam- bém enriquecer a sociedade entregando valor e inovação e pagando tributos justos. 23 Aula 1 Princípios de Marketing DNA da Marca 4 Ps Tarefas gerenciais de marketing Finalidades de marketing e branding Responsabilidades executivas branding 4 Cs 4 Es LEGENDA COMPOSTOS DE MARKETING E BRANDING (Lauterborn; Nascimento, 2007) VALORES +Segmentação +Propósito +Vendas +Visão Promoção Produto Co nv en iên cia Comunicação Cliente En tu sia sm ar os Co lab ora dore s Encantar os clientes Enlouquecer os concorrentes Enr iqu ece r a to do s Pr aç a Pre ço Cu sto Figura – Compostos de Marketing e Branding. Fonte: Lauterborn e Nascimento, 2007 adaptado pelo autor. Percebeu que o Marketing 3.0 é mais humano? E, no contexto de humanidade, Kotler (2010) acredita que o marketing moderno precisa se conectar ao ser humano, que é composto de 4 elementos essenciais: 1. Corpo físico: o marketing pode trabalhar a lembrança de uma marca, ou seja, estar presente em diversos canais e possibilitar o cérebro humano a conectar uma ne- cessidade à essa marca; 2. Razão: a parte racional do humano tende à compreensão do custo-benefício de uma ação. O marketing pode atender a parte racional ao apresentar as características de funcionalidade do produto e o diferencial da marca; 3. Emoção: o ser humano tem emoções que são formadas por meio de seu cérebro em resposta à interação com o mundo. O marketing pode criar emoções por meio de suas mensagens publicitárias; 4. Espírito: para Kotler, o espírito de uma marca são os seus valores, propósitos e posi- cionamento. Porém, este lado espiritual tende a ser esquecido pelo marketing, mas é essencial para a chamada era do valor. É necessário criar uma grande confiança na marca e se posicionar com algo realmente alinhado ao propósito dos consumidores. 24 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias É fundamental que os clientes saibam que sua empresa se conecta às causas e a um propósito maior. Por isso, sua missão, como corretor de imóveis, deve realmente transformar a vida dos clientes. Saiba mais Você pode se aprofundar nas ideias sobre o Marketing 3.0 lendo os seguintes artigos: ` Os 4 Es: as 4 Responsabilidades executivas de Branding, do CEO e da alta-gerência: https://www.augustonascimento.com.br/os-4-es-as-4-responsabilidades- executivas-de-branding-do-ceo-e-da-alta-gerencia/ ` MRV atrai clientes com tecnologia e sustentabilidade: https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2019/02/01/ mrv-atrai-clientes-com-tecnologia-e-sustentabilidade.html Acesso em 21/03/2019 ` A Evolução do Marketing para o Marketing 3.0: O Marketing de Causa: http://www.portalintercom.org.br/anais/nordeste2013/resumos/R37-0945-1.pdf Acesso em 21/03/2019 Ou escaneie o código Ou escaneie o código Ou escaneie o código 25 Aula 1 Princípios de Marketing Marketing 4.0 No cenário atual, esse novo consumidor, que não consome passivamente mídia, que produz conteúdo e informações, além de influenciar suas redes não é mais tão impactado pelas mídias tradicionais.Isso se dá pelo fato de que as mídias conectadas à internet possibilitam a customi- zação, ou personalização profunda, do consumo de mídia. Essa mudança ocorreu em razão do desenvolvimento de tecnologias que nos permitem a conexão e a comunicação com os outros com facilidade, rapidez e sem muita necessidade de conhecimento profundo de softwares. Essas tecnologias têm se tornado muito mais baratas e acessíveis com o crescimento das redes sociais e a popularização dos smartphones. Os smartphones hoje têm conexão 4G, câmera de fotografia e vídeo de alta resolução, além de aplicativos de edição de conteúdo e de publicação na internet em plataformas digitais. As plataformas digitais se multiplicaram nos últimos anos, principalmente as que possibilitam a comunicação entre pessoas, as chamadas Redes Sociais. Garton, Haythornthwaite e Wellman (1997, p. 1) alegam que uma rede social é “[...] quando uma rede de computadores conecta uma rede de pessoas e organizações”. Atualmente, as RSD podem ser encontradas como softwares, sites ou aplicativos. Hoje as plataformas digitais de colaboração podem ser divididas, segundo Kotler em duas categorias: 1. Expressivas: Blogs, Facebook, YouTube, Twitter e outros canais pelos quais as pessoas compartilham pontos de vista pessoais; 2. Colaborativas: podem ser desenvolvidas e alteradas por praticamente qualquer pes- soa, como a Wikipédia. Com a possibilidade de expressão, surgem no cenário da internet os influenciadores digitais. São pessoas que usam canais expressivos para exercer influência em grupos de pessoas que se identificam com as ideias desses influenciadores. Também surgem tecnologias como: A. Inteligência Artificial: sistemas baseados em estruturas neurais que tentam imitar o pensamento analítico humano; B. Machine Learning: a aprendizagem das máquinas é uma área da inteligência artificial que se preocupa com a forma que as máquinas aprendem e entendem padrões em um banco de dados; C. IoT: também conhecido como Internet das Coisas, é a comunicação e o comparti- lhamento de dados entre objetos por meio do uso de internet de forma autônoma; possibilitam a automação da comunicação e interação da máquina com a pessoa, 26 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias de forma a aprofundar a experiência do consumidor com as suas expectativas pes- soais. Essas facilidades de conexão entre necessidades e a sua satisfação por meio da tecnologia faz com que os consumidores procurem cada vez mais ferramentas que possibilitem a personalização desse consumo. O exemplo disso é o sucesso de tecnologias disruptivas, como Netflix, Spotify, Uber etc. A Netflix, por exemplo, entende quais são os gostos do consumidor por meio da aprendizagem da sua inteligência artificial, ofertando filmes que mais se adequam ao perfil do cliente. O Uber aproxima pessoas que têm carro e precisam de dinheiro, de pessoas que precisam usar um carro e têm dinheiro. Essa experiência é enriquecida quando todo esse processo de encontro é feito automaticamente usando GPS, perfil do consumidor e perfil de motorista para gerar um resultado que satisfaça plenamente as necessidades dos consumidores do aplicativo. Na área imobiliária, podemos citar o Airbnb, site e aplicativo que possibilita a comunicação entre turistas do mundo inteiro e donos de imóveis. Essa oferta é bem abrangente, possibilitando, com pouco dinheiro, o aluguel de um lugar para dormir. Mas se você quiser uma experiência mais exclusiva e o dinheiro não for um problema, você poderá alugar estúdios, pequenos apar- tamentos, casas, mansões e até ilhas. Nesse contexto, o Marketing 4.0 aproveita a conectividade máquina-máquina e da inteligência artificial para melhorar a produtividade do marketing, enquanto aproveita a conectividade pes- soa-pessoa para fortalecer o engajamento do consumidor. É provável que você esteja se perguntando sobre como podemos engajar os clientes e esti- mular apoiadores para nossos produtos e marcas. Como encontrar influenciadores para divulgar nosso produto ou serviço? Esqueça as propagandas de TV ou os e-mails em massa – as pessoas não estão mais dando atenção para esses meios, elas não confiam em empresas. Elas confiam em pessoas, em seus familiares, nos amigos, colegas e conexões das redes sociais. Uma forma de você ter a atenção do seu consumidor é se tornar uma referência em seu seg- mento, um especialista, um influenciador digital. Se você não tem tempo ou conhecimento para isso, seria possível a contratação de um Youtuber e/ou Instagramer nos quais as pessoas confiam. IMPORTANTE: um comportamento muito comum desse novo consumi- dor é que ele vive em comunidades digitais, ou seja, procura pessoas que pensam, agem e querem as mesmas coisas que ele. Portanto, esqueça o segmento de mercado e passe a usar o segmento de comunidades. Po- rém, é importante entender que essas comunidades não gostam de spams e propagandas que não gerem para eles um benefício percebido. Insistir nessa comunicação pode prejudicar a sua marca no mercado. 27 Aula 1 Princípios de Marketing Anteriormente expliquei uma mudança que a MRV fez em seu propósito para atender uma das necessidades de seu segmento de comunidade: a sustentabilidade da economia doméstica. Para entrar em sintonia com o seu segmento de comunidades, a MRV incluiu em seus projetos, cobrando inclusive de seus parceiros, ferramentas que promovessem a sustentabilidade. Outro exemplo pode ser observado nos condomínios da Zona Sul, em São Paulo, que estão colocando como diferenciais competitivos pontos para carregar carros elétricos em suas vagas de garagem. Isso ocorre devido a algumas segmentações de comunidades que têm muita pre- ocupação com a poluição e a sustentabilidade do planeta. As pessoas são individuais e únicas, por isso não querem soluções padronizadas. Segundo Philip Kotler, no contexto do Marketing 4.0 ou era dos influenciadores, existe uma evolução no mix de marketing, principalmente no que se refere aos 4Cs: 1. O Produto é substituído pela Co-creation (co-criação): em vez de simplesmente lançar um produto, a empresa trabalha em conjunto com a comunidade para com- preender as demandas que existem; 2. O Preço é substituído pela Currency (recorrência): os sistemas produtos/serviços que geram receita recorrente – como os canais de assinatura (Netflix, Disney Play, Spotify, Deezer etc.) – estão crescendo na era digital, em substituição ao preço único; 3. Praça é substituída por Communal Activation (ativação comum): qualquer pessoa pode vender um produto de qualquer lugar. Não dependemos mais de espaços físicos próprios para vender; 4. Promoção é substituída por Conversação: a promoção dos produtos é substituída pelas conversas entre os membros das comunidades e das redes sociais. Cada vez mais se torna importante o marketing que cria conteúdo relevante para essas co- munidades. Mais para a frente entenderemos melhor o que é marketing de conteúdo. Indepen- dentemente da estratégia adotada para se comunicar com essas comunidades, é importante compreender que será necessário repensar a jornada que o consumidor irá percorrer até comprar um imóvel com você. Para finalizar esta aula, reflita e responda em seu caderno: o que é marketing para você? Agora, comparando com a resposta que você deu no início desta aula, houve mudanças? Quais? SAIBA MAIS: para você se aprofundar nas ideias de Kotler et al. no livro Marketing 4.0, assista ao vídeo: Resumo do livro Marketing 4.0 pela influenciadora digital Camila Reaux, em https://www.youtube.com/watch?v=ojZMSXSQzsE 28 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0 Marketing 4.0 Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter consumidores Fazer do mundo um lugar melhor Atrair a partir de conteúdos relevantes Forças propulsoras Indústria 2.0 Indústria 3.0 Indústria 4.0 Internet e geração de conteúdo nela Como as empresas veem o mercado Compradores de massacom necessidades físicas Comprador inteligente, dotado de corpo e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Ambiente on-line e off-line efêmero, atrair em vez de incomodar Conceito de Marketing Desenvolvimento de produtos Diferenciação Valores Diretrizes de Marketing Especificação do produto Posicionamento e segmentação do produto e empresa Missão (propósito), visão e valores da empresa Proposição de valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e espiritual Interação com consumidores Transação do tipo um-para-um Relacionamento um-para-um Colaboração um-para-muitos Síntese da aula ` O marketing tradicional está sendo impactado pela acelerada evolução dos mercados, da globalização e da tecnologia da comunicação e informação; ` O consumidor se afastou das mídias de massa, evoluiu e começou a ser consumidor e produtor de conteúdo com a chegada das redes sociais e a popularização dos smartphones; ` O novo jeito de fazer marketing se baseia em reconectar-se com esse consumidor e abraçar o lado humano do marketing para assim ter sucesso, sempre com um propósito verdadeiro e coerente com o público-alvo; ` Existem diversas ferramentas para pensar o marketing, entre elas o mix de marketing, que vem evoluindo no decorrer dos anos; ` Podemos dividir a evolução do marketing em 4 etapas, conforme quadro: 29 Aula 1 Princípios de Marketing Exercícios Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula? Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria. 1. Numa parceria com a Renault, a construtora MRV está começando a testar o serviço de carro elétrico para ser compartilhado nos empreendimentos da construtora. Dois automóveis do modelo Zoe estarão disponíveis por três meses para uso dos moradores do condomínio Spazio Parthenon, em Belo Horizonte (Fonte: Meio e Mensagem). Essa ação está alinhada com as novas tendências de marketing. Essas tendências estão ligadas ao Marketing 3.0 e 4.0 que se destaca por serem centradas: A. ( ) No ser humano completo, dotado de coração, mente e espírito, portanto ligado aos valores da empresa e dos consumidores-alvo. B. ( ) No desenvolvimento de produtos com funções sustentáveis, que não prejudicarão o meio ambiente, pois emitirão menos poluentes na atmosfera e possibilitarão maiores lucros com a sua venda. C. ( ) Na oferta de serviços e não só na entrega de imóveis, uma vez que, como salientado por Kotler, “à medida que as economias evoluem, uma proporção cada vez maior de suas atividades se concentra na prestação de serviços”. D. ( ) Na segmentação de mercados emergentes. Algumas políticas públicas possibilitaram o crescimento da população brasileira nas classes C e a MRV se segmenta para esse público. 2. Em um mundo marcado pela competição acirrada, em que o consumidor tem ao alcance dos dedos infinitas possibilidades de escolha, tentar entender por que se opta por este ou aquele produto ou serviço é cada vez mais desafiante. Neste contexto é que surge o estudo “Marcas Mais”, preparado pelo O Estado de S. Paulo e pela consultoria TroianoBranding. No segmento Construtoras, em um setor que aposta no aquecimento ainda maior dos negócios em 2019, MRV, Camargo Corrêa e Gafisa foram, pelo terceiro ano consecutivo, as mais lembradas pelos consumidores na pesquisa. Trata-se de pesquisa on-line com pessoas das classes A, B e C, avaliando o nível de conhecimento da marca, o padrão de preferência em adquiri-la, o grau de rejeição, entre outros indicadores. Os itens avaliados na pesquisa demonstram estar alinhados a que tipo de objetivo de marketing? A. ( ) O principal objetivo de marketing foi vender produtos, por isso essas marcas foram lembradas pelos consumidores. B. ( ) O principal objetivo de marketing foi satisfazer e reter consumidores, por isso essas marcas foram lembradas pelos consumidores. C. ( ) O principal objetivo de marketing foi atrair utilizando conteúdos relevantes, por isso essas marcas foram lembradas pelos consumidores. D. ( ) O principal objetivo de marketing foi fazer do mundo um lugar melhor, por isso essas marcas foram lembradas pelos consumidores. 30 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias 3. Se o ano de 2018 não foi o que as construtoras imaginavam como o ideal, 2019 trouxe a esperança de um fôlego maior para os negócios. Painel desenvolvido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) aposta em uma retomada da economia, com crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), mas uma reativação lenta do nível de emprego. Neste contexto, de acordo com o último levantamento do sindicato, foram vendidas, no acumulado de 12 meses (período de março de 2018 a fevereiro de 2019), 30.587 unidades na cidade de São Paulo — aumento de 20,7% em comparação com o mesmo período de 2018. A vencedora da categoria Construtora do estudo Marcas Mais em 2019 foi a MRV, que atingiu R$ 50 bilhões no Valor Geral de Vendas (VGV), com 322 mil unidades. Para 2019, a MRV está se preparando para lançar a Luggo, empresa de aluguéis de imóveis que vem suprir uma necessidade de quem ainda não tem a intenção de comprar um imóvel. “Dessa forma, a MRV passa a ser uma plataforma completa de soluções de moradia”, afirma Resende. Com essa estratégia, a MRV pretende: A. ( ) Simplesmente lançar um novo produto. B. ( ) Capturar as demandas das comunidades. C. ( ) Criar demandas e novos mercados. D. ( ) Gerar mais engajamento nas comunidades da marca. E. ( ) Desenvolver novos serviços. 4. O gerente de relacionamento com o cliente da Gafisa, André Luiz Chagas Pereira, comenta quais são as ações que têm evoluído a comunicação da incorporadora e construtora com o cliente. “É por meio dele que conhecemos nossos clientes, ouvimos o que eles têm a dizer. E, o mais importante, captamos informações valiosas para aperfeiçoar nossos produtos e serviços, criar soluções inteligentes e aumentar satisfação dos clientes. Nossa maior estratégia é oferecer experiências. Para isso, criamos ao longo dos últimos anos eventos periódicos para os clientes interagirem com a marca e os produtos, vídeos informativos, programa de relacionamento com benefícios, descontos e parcerias (único do mercado), materiais didáticos e um site totalmente interativo”. Essas estratégias estão ligadas a uma empresa que vê o mercado como: A. ( ) Compradores de massa com necessidades físicas. B. ( ) Comprador inteligente, dotado de corpo e mente. C. ( ) Ser humano pleno, com coração, mente e espírito. D. ( ) Ambiente on-line e off-line efêmero, atrair em vez de incomodar. E. ( ) Consumidor como único, analisando suas características. 5. O conceito “sharing economy”, comum em outros países e em diversos segmentos, começou a ser introduzido no Brasil no setor imobiliário pela Gafisa, que investe pesado no projeto “Home and Share” para levar a seus consumidores a experiência de viver em condomínios mais práticos, econômicos e feitos para serem compartilhados. Com isso, além dos tradicionais espaços compartilhados de um condomínio, como piscina, academia e playground (área comum), estão inclusos nessa conta espaços como car & bike share, onde carros e bicicletas estão disponíveis para os moradores utilizarem quando necessário e work & share, um espaço totalmente desenhado para que os moradores possam trabalhar e fazer reuniões, além de outras facilidades. Fonte: Propmark. Essas estratégias estão ligadas a uma empresa que vê o mercado como: A. ( ) Compradores de massa com necessidades físicas. B. ( ) Comprador inteligente, dotado de corpo e mente. C. ( ) Ser humano pleno, com coração, mente e espírito. D. ( ) Ambiente on-line e off-line efêmero, que busca atrair em vez de incomodar. G ab ar it o e r es p o st as n a p ág in a 16 1 31 Aula 1 Princípios de Marketing 32 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e PlanejamentoCaro(a) aluno(a), Uma parte importante para o desenvolvimento de estratégias de marketing que geram resultado é saber a real situação da empresa, marca, empreendimento e imóvel. Uma forma de ter essa informação é por meio de pesquisa. Mas a pesquisa sozinha pode parecer enrolação sem uma análise de dados adequada e a geração de inteligência para a tomadas de decisão. Por isso, o objetivo desta aula é promover técnicas de análise para produzir insights e recomen- dações estratégicas para sua carreira de corretor de imóveis, além de decisões na área imobiliária, por meio da compreensão dos processos de Inteligência de Mercado, que consiste em: Plane- jamento de Inteligência; Coleta de Informações; Análise de Dados; Disseminação e Mensuração. Para essa disciplina, podemos considerar Inteligência de Mercado os processos ligados à coleta, tratamento e análise de informações sobre um mercado de atuação específico. Pode-se também analisar a inserção de empresas e inovações nesse mercado, utilizando parâmetros comparativos internos ou externos. Nesta aula, veremos: ` Conceitos de inteligência de mercado; ` Quais são as etapas da inteligência de mercado; ` Como realizar o planejamento de inteligência; ` Como usar a pesquisa de mercado e ferramentas digitais para coletar dados para gerar inteligência; ` Como as novas tecnologias podem ajudar na construção de inteligência. Vamos começar? 33 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Conceito de Inteligência de Mercado O mercado imobiliário está cada vez mais competitivo, e, para que você ou sua empresa se destaque neste cenário, é importante tomar boas decisões. Seja um empresário, diretor, gerente, seja líder do segmento imobiliário, um problema que sempre se apresenta durante a tomada de uma decisão é: será esta a melhor escolha? Tomar decisões assertivas e que gerem o melhor resultado não é fácil, principalmente quando não temos informações suficientes sobre o problema a ser resolvido. Para facilitar as decisões, é importante coletar dados e organizá-los de forma que eles forne- çam informações. As informações podem ser usadas como base para ações e estratégias mais inteligentes e assertivas. Portanto, neste mundo, em que tudo se transforma de forma rápida e os dados, relações e conexões são cada vez mais complexos e ambíguos, a Inteligência de Mercado torna-se um modelo eficiente para gerar diferenciais competitivos para corretores e incorporadoras. A proposta desta aula é conceituar Inteligência no contexto de mercado geral e depois dar exemplos no segmento imobiliário. Vejamos alguns conceitos de inteligência: � Processo coletivo, proativo e contínuo, “pelo qual os membros da empresa coletam e utilizam informações pertinentes relativas ao seu ambiente e às mudanças que podem nele ocorrer, visando criar oportunidades de negócios, inovar, adaptar-se (e mesmo antecipar- se) à evolução do ambiente, evitar surpresas estratégicas desagradáveis, e reduzir riscos e incerteza em geral” (Humbert Lesca, 2003). � “Função organizacional responsável pela identificação precoce de riscos e oportunidades em vários mercados da organização antes que estes se tornam óbvios” (Benjamin Gilad, 2000). � “Processo que investiga o mercado global, a competitividade, as questões-chave, as ameaças e as oportunidades para medir o progresso em direção aos objetivos corporativos e identificar áreas de melhoria” (Philip Kotler, 2012). � “Inteligência Competitiva é o conhecimento e precisão do mundo que nos cerca – prelúdio para as decisões e ações dos gestores da empresa” (Leonard Fuld, 2007). Portanto, a Inteligência de Mercado ou Competitiva pode ser um produto, processo, serviço ou sistema de captação e utilização de diversas informações e dados para auxiliar na tomada de decisões e com isso auxiliar na otimização dos resultados esperados pelos stakeholders. 34 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Você se recorda que anteriormente definimos stakeholders como um termo utilizado “em diversas áreas, como gestão de projetos, comunicação social, administração e arquitetura de software referente aos atores, empresas e pessoas que tenham algum tipo de envolvimento com certa instituição”. Lembrou? Então vamos prosseguir… A inteligência é um meio pelo qual se pode gerar uma vantagem competitiva. Essa vantagem pode ser criada por meio de antecipação de decisões que aproveitarão oportunidades antes de seus concorrentes por meio de: 1. Reconhecimento profundo das necessidades, desejos e dores do consumidor: o que pensa, sente e impulsiona uma pessoa a comprar ou alugar um imóvel? 2. Antecipação de possíveis cenários de oportunidades e ameaças do mercado na área econômica, política e situacional: quais dados podem contribuir para que você possa melhorar as suas vendas? 3. Aproveitamento de novas tecnologias, nichos, segmentos e posicionamentos, entre outros: quais mudanças de comportamento e tecnologias podem influenciar o setor imobiliário hoje e em um futuro próximo? Alguns elementos comuns da inteligência de mercado são: o processo sistemático e estrutu- rado, caráter antecipativo, informação como matéria-prima, o escopo amplo e o processo ético. As informações que a inteligência de mercado apresenta podem ser de ordem qualitativa ou quantitativa, e elas definem, entre outras coisas, as ações estratégicas que vão ser adotadas. Veja as diferenças entre dados qualitativos e quantitativos: Qualitativo Quantitativo Objetivo Alcançar uma compreensão qualitativa das razões e motivações que não são claras e/ou explícitas Quantificar os dados e generalizar os resultados da amostra para o público-alvo Amostra Número pequeno de casos Não-representativos Grande número de casos Representativos Coleta de dados Não-estruturada Estruturada Análise de dados Não-estatística Estatística Resultados Desenvolvem uma compreensão inicial Recomendam uma linha de ação final 35 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento A Inteligência de Mercado é hoje fundamental para delinear um planejamento estratégico eficiente. Algumas vantagens que fazem dessa atividade uma poderosa ferramenta são: } Conhecer seu cliente atual e potencial mais profundamente; } Conhecer os reais problemas do mercado (dores) para indicar soluções favoráveis à empresa; } Conhecer melhor seu segmento de mercado; } Entender como está a percepção de sua marca pelos consumidores (branding); } Conhecer os principais players e influenciadores do mercado; } Acompanhar tendências; } Verificar ações, evoluções e direcionamentos dos concorrentes; } Munir times comerciais com melhores abordagens de venda; } Desenvolver novas funcionalidades, recursos ou mesmo produtos e serviços etc. Nesta aula, vamos delimitar e abordar assuntos de Inteligência de Mercado, mesmo que outros autores possam apresentar conceitos bastante parecidos, com pequenas diferenças ou outras nomenclaturas, como: Inteligência de Negócios, Inteligência Empresarial, Business Intelligence, Inteligência Competitiva e Competitive Intelligence. Você deve estar se perguntando: como uso estes dados? Como organizo a Inteligência de Mercado para gerar vantagem competitiva? Vamos entender alguns dos processos de Inteligência de Mercado. Os processos de Inteligência de Mercado Empresas que se dedicam regularmente à inteligência de mercado possuem uma importante vantagem competitiva. A razão para isso é a riqueza de dados obtidos, que resulta em insights decisivos para o negócio. De alguns anos para cá, mais empresas têm valorizado essa estratégia, principalmente com o avanço da transformação digital, que barateou todo esse processo. 36 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Segundo Kahaner (1997), o ciclo de inteligência de mercado consiste em: CICLO DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO (KAHANER, 1997) Di sse mi naç ão Planejamento e Direção Coleta de Dados An áli seFigura – Ciclo de Inteligência de Mercado. Fonte: Kahaner, 1997, adaptado pelo autor 1. Planejamento e direção: realize o planejamento e direção das necessidades de inteligência dos principais responsáveis pelas decisões da Organização (diretores, gestores e líderes); 2. Coleta de dados: colete dados válidos sobre fatos relativos ao ambiente externo e interno da organização em fontes impressas, eletrônicas e narrativas orais; 3. Análise de dados: analise e sintetize os dados em informações de forma a gerar conhecimento e inteligência; 4. Disseminação de informação: dissemine os resultados obtidos em relatórios com visual simples e de fácil assimilação, que possibilite uma inteligência resultante entre os responsáveis pelas decisões. Para entender melhor o processo de inteligência de mercado, se faz necessário reconhecer as diferenças entre dados e informação: � Dados: conjunto de valores ou ocorrências em um estado bruto com o qual são obtidas informações com o objetivo de adquirir benefícios; � Informação: ordenação e organização dos dados de forma a transmitir significado e compreensão dentro de um determinado contexto. CICLO DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO (KAHANER, 1997) 37 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento O processo simples para entender a importância dos dados e informação para a inteligência de mercado pode ser vista na figura: Ou seja, coletam-se os dados, organiza-os em informações que darão origem ao conheci- mento que gerará inteligência para as decisões e ações estratégicas. Então você já sabe como colocar a inteligência de mercado em prática? Para praticar a Inteligência de Mercado, você precisa definir indicadores de desempenho para os setores operacionais, táticos e estratégicos, escolhendo quais ferramentas serão utilizadas para coletar os dados necessários para ter as informações para a tomada de decisão. Depois, precisa-se escolher a melhor metodologia para a transformação dos dados em infor- mação, para então analisar as informações disponíveis, de modo a obter conclusões mais precisas sobre o problema de negócios. Mas como realizar o planejamento para a coleta de dados da Inteligência de Mercado? Decisão & Ação PROCESSO DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO Organiza Analisa Inteligência Conhecimento Dados Informação 38 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Planejamento de Inteligência Agora, vamos refletir sobre o planejamento de inteligência de mercado. Mas antes vamos as- sistir ao “Workshop de Inteligência de Mercado – Informação como fator de decisão”, palestra sobre Inteligência de Mercado que foi realizada pelo SEBRAE Amapá. Link: https://www.youtube. com/watch?v=SpL4u42luGk Para captar dados de inteligência de mercado, é preciso definir quais as ferramentas e o lugar de captação, ou seja, quais serão as fontes de dados e como será identificada a real necessidade de pesquisa. Segundo Calder e Tubout (2013, p. 404), uma pesquisa com inteligência “requer uma cola- boração estreita entre o usuário das informações (o tomador de decisões) e o seu criador ou compilador (o pesquisador)”. Uma forma interessante de começar o planejamento é partindo do final (CALDER; TUBOUT, 2013, p. 405). Pensar em como deverá ser disseminada a apresentação do relatório final pode permitir à equipe de inteligência determinar as informações necessárias e como serão as análises destes dados. Esse procedimento de preparar primeiro o esboço do relatório garante que o investimento em pesquisa seja bem mais aproveitado – que o tipo certo de dados será coletado e que tipo errado de dados será evitado. Basicamente, a esquematização do relatório ajuda a ajustar o objetivo da pesquisa (CALDER; TUBOUT, 2013, p. 405). IMPORTANTE: portanto, é importante pensar em hipóteses para determina- das informações que resolverão ou estão causando algum tipo de problema. Ou escaneie o código para assistir 39 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Por exemplo, segundo o site StartSe, a Inteligência de Mercado, por meio da ferramenta Big Data (que será explicada mais adiante), pode gerar conhecimento de forma automática sobre assuntos como: � A vizinhança: índices de criminalidade de uma região, poluição do ar, proximidade com transporte público e até o nível de barulho, usando dados da polícia, Clima Tempo, Google, Waze e da Cia de Transportes da cidade e estado; � Valor de mercado: um sistema informatizado pode levantar e cruzar dados referentes a condição, tamanho, usabilidade e região escolhida em diversos sites de compra e venda de imóveis; � Histórico da propriedade: é possível estabelecer tal informação ao cruzar informações de várias imobiliárias, registros públicos e informações de players do mercado; � Tendências de valorização: Big Data pode auxiliar na resposta, analisando em quais regiões há mais compras e venda de imóveis em comparação com o contexto atual. Mas, para conseguir usar tais ferramentas, é importante saber quais perguntas fazer, como: “Como saber se o preço do imóvel está de acordo com o local e se não haverá mudanças que o desvalorizem no futuro?” Veja o ciclo para a Inteligência de Mercado, segundo Kahaner (1996): Decisores e outros usuários Necessidades Planejamento e direção Processamento e armazenamento da informação Coleta Disseminação Análise e produção 40 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Nesse caso, saber as necessidades de informação é o ponto de partida para o planejamento. Os dados não são suficientes para ter provas precisas ou mesmo gerar inteli- gência. Para que isso ocorra, é necessário saber explicar o cenário que os dados sustentam ou rejeitam. Olhar para o final pode contribuir para que sejam definidos os indicadores-chave de desempenho do departamento de Inteligência de Mercado. Indicadores de desempenho são uma informação que ajuda no processo de entendimento da situação, tendências e métricas da empresa para que a equipe de gestão tenha a oportunidade de mudar ou aprimorar suas estratégias para alcançar os seus objetivos. Para o sucesso da Inteligência de Mercado, é necessário definir como mensurar se os dados realmente ajudam na geração de competitividade para o negócio, assim como quais serão os números que demonstrarão o sucesso dos trabalhos de inteligência. Com base nas fundamentações de alguns autores sobre a qualidade nas organizações e a necessidade de parâmetros de medição e comparabilidade, os indicadores são agrupados em nove grupos (CAMARGO, 2000, p. 31-36 apud CARRE- GARO, 2003, p. 12): } Indicadores tendo o cliente como referencial; } Indicadores centrados no projeto; } Indicadores centrados no valor para o cliente; } Indicadores centrados no produto; } Indicadores centrados na organização; } Indicadores centrados no processo; } Indicadores centrados nos resultados; } Indicadores centrados na responsabilidade pública e cidadania; } Indicadores centrados nos recursos humanos. Possíveis ações (hipóteses) Definição do problema (KIQs) Determinação dos objetivos Escolha do tipo de dados a serem coletados Métodos de coleta de dados Implementação Métodos de transformação de dados em informação Análise geral Relatório e disseminação O planejamento de Inteligência passa pelas seguintes etapas: 41 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Definição do Problema (Key Intelligence Questions - KIQs) Uma forma de fazer isso é definir perguntas problemas para potenciais dificuldades e com isso gerar valor. Nesse formato de plano de ação, são utilizadas perguntas-chave (KIQs – Key Intelligence Questions) para formulação dos requisitos e ações de inteligência. As KIQs são utilizadas pelos profissionais de IM (Inteligência de Mercado) para determinar quais as técnicas de coleta e/ou de análise devem ser usadas para produzir a informação necessária (GRATIVAL, 2014). Para definir quais perguntasdevem ser feitas para trazer as respostas para o problema, se pergunte: } O que é preciso saber sobre um determinado assunto? } O que é preciso fazer sobre um determinado assunto? As perguntas, juntamente com os indicadores, serão direcionadoras das ações de inteligência. Veja alguns exemplos: Problema Classificação KITs KIQs Atual ou Futuro Qual o problema? Ad hoc/Regular/ Monitoramento Descrição Perguntas-chave Atual Perda de Market Share no lançamento de um produto do concorrente. Monitoramento Monitorar a entrada de novos imóveis dos concorrentes Quando ele será lançado? Quantos imóveis ele terá? Como eles serão vendidos? Qual será o provável preço? Futuro Aumento do preço do imóvel devido às variações do preço do combustível e variáveis climáticas que atrasaram a construção. Regular Antecipar as possíveis oscilações de preço de combustível e problemas climáticos que prejudicam o prazo de entrega Como são definidos os preços de combustível? Qual o preço do combustível anunciado? Como monitorar o clima na região para antecipar chuvas e outros problemas climáticos que prejudicariam a obra? Qual a previsão climática (fatores ambientais) para áreas de produção? Atual Limitação da venda por falta de produção. Situação atual (Ad Hoc) Analisar a expansão da capacidade de produção atual Qual é a capacidade instalada existente hoje? Qual é a demanda futura? Temos mais clientes para vender? Qual é o investimento necessário para expandir a capacidade? Há planos de expansão dos concorrentes? Quais? 42 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Para Prescott (2001), algumas das questões estratégicas típicas são: � Planos para entrar em um novo mercado: ` Como é esse mercado? ` Quem mais está nele? ` Qual é o tamanho do mercado? � Crescimento da empresa: ` Qual seria a melhor maneira de crescer? ` Organicamente ou por meio de fusões (quando duas empresas se unem para se tornarem uma única) e aquisições (quando uma empresa compra outra)? ` Quais são as opções? ` Como são os players (são grandes investidores que têm como objetivo mudar a perspectiva de uma determinada região)? ` E os possíveis parceiros? � Entrando em um novo mercado, surge a questão de estratégia de entrada no mercado: ` Como devemos entrar? ` Quais lições podem ser aprendidas com os fracassos anteriores? ` Quais são as opções disponíveis? ` Quais são as vantagens e desvantagens dessas opções e o que é recomendado? � Desenvolvimento do produto: ` Estratégias para melhorar a vantagem competitiva; ` Decisões de investimento, disposições e alocações de recursos. Classificação e tipos de dados Estes dados podem ser primários ou secundários. São dados primários as informações cole- tadas de fonte, objetivos e com foco principal nos problemas e hipóteses levantados pela e para a empresa; e secundários os que são fontes de pesquisas realizadas por outras organizações com objetivos traçados por elas. Um exemplo de pesquisa secundária é buscar informações demográficas no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Outra divisão para classificar fontes de dados, sendo uma das mais utilizadas para alimentação da inteligência de mercado, é classificada por Lackman et al. (2000) como internas e externas à organização: 43 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Interno Externo Consumidores Construtora Imobiliária Pesquisa e desenvolvimento Força de vendas Evidências físicas (imóvel, planta ou decorado) Cotas de venda Histórico de vendas Feiras e eventos Novas contratações Reunião com clientes Distribuidores Consumidores Negócios associados Projetos de pesquisa de marketing Fornecedores Serviços on-line Periódicos (revistas, jornais) Publicações governamentais Fonte: adaptado de Lackman, Saben e Lanasa (2000). Os dados internos referem-se às informações que são geradas pela própria organização. Os externos são os que o mercado oferta. Em marketing, existe outra forma de nomear o conteúdo interno e o externo. A análise do macroambiente é usada para definir a captura, organização e disseminação de informações de fontes externas. Em marketing, a análise do macroambiente consiste em analisar indicadores e dados relacio- nados aos seguintes ambientes: } Concorrência: empresas, produtos ou serviços que satisfaçam as mesmas necessidades que o seu cliente busca em seu negócio, porém essas empresas são grandes ou atendem massivamente o target (palavra e/ou expressão em inglês usada para designar o público- -alvo de uma ação, produto, marca ou serviço); } Político-legal: legislações, normas e responsabilidades referentes ao mercado e/ou segmento em que atua; } Demográfico: dados referentes às características da população que pertence ao seu público-alvo, como sexo, idade, nível de educação, tipo de família, renda etc.; } Geográfico: dados da geografia que podem contribuir ou prejudicar seu negócio; } Histórico: dados históricos que podem demonstrar o caminho que foi percorrido, em seu segmento, pelas empresas que antecederam a sua; } Econômico: dados referentes à economia, investimentos e lucros, assim como a volatilidade do país, estado, município e o segmento em que atua; 44 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias } Sociocultural: dados que definem e demonstram a cultura e formas de comunidades e sociedades às quais os stakeholders pertencem; } Tecnológico: dados que analisam as tecnologias que têm potencial para transformar o segmento, sociedade ou comportamentos dos stakeholders; } Natural: dados sobre regulamentações ambientais, recursos naturais, matérias-primas que podem atingir certos setores. Já o microambiente se refere aos dados internos e inclui os participantes imediatos envolvidos na produção, na distribuição e na promoção da oferta, ou seja: } Empresa: dados que possam ofertar a compreensão do diferencial competitivo da empresa, bem como os pontos fortes e fracos da organização; } Fornecedores: dados sobre possíveis parceiros e fornecedores atuais demonstrando as vantagens e desvantagens dessa relação. O objetivo destes dados é minimizar riscos e maximizar os lucros; } Distribuidores: dados que podem propiciar o reconhecimento dos melhores meios de distribuição, logística, praças e conveniência para a comercialização de serviços e produtos; } Revendedores: informações sobre forma, lugares e pessoas que serão fundamentais para o crescimento e oferta de venda do negócio; } Clientes-alvo: dados que gerem reconhecimento de padrões de comportamento, cultura, necessidades, desejos, dores e demografia dos stakeholders; } Concorrentes: análise dos pontos fortes, fracos, estratégias e planos dos concorrentes diretos, ou seja, os que estão mais próximos e podem interferir significativamente no seu negócio; } Ad hoc: é uma expressão latina cuja tradução literal é “para isto” ou “para esta finalidade”. São dados que apresentam a situação atual de certo fenômeno. Do ponto de vista de pesquisa, além de os dados poderem ser primários ou secundários, eles podem ter caráter quantitativo ou qualitativo. Vamos relembrar alguns conceitos sobre dados: � Dados primários: são os coletados para responder a problemas específicos para um público específico; � Dados secundários: são aqueles que estão à nossa disposição, oriundos de outras pesquisas já realizadas, portanto são dados já existentes; � Dados qualitativos: identificam alguma qualidade, categoria ou característica, não susceptível de medida, mas de classificação, assumindo várias modalidades; � Dados quantitativos: características susceptíveis de serem medidas, uma vez que se apresentam com diferentes intensidades e podem ser de natureza discreta ou contínua. 45 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Veja um quadro que tem o objetivo de organizar esses conceitos de forma prática: Tiposde Dados e Fontes Primários Secundários Qualitativo Quantitativo Qualitativo Quantitativo Interno Externo Interno Externo Interno Externo Interno Externo Entrevista Diretores Entrevista Fornecedores Experimentais Vendedores Experimentais Consumidores Comunicados Notícias Estoque IBGE Focus Group Vendedor Focus Group Clientes Observação Produção Observação Clientes Relatórios Apresentações Faturamento IBOPE Observação Produção Observação Consumidores Levantamento Defeitos Levantamento Satisfação E-mails Internet Vendas Bovespa No planejamento, ainda é importante pensar: } Qual é o melhor método de coleta de dados: a coleta pode usar métodos eletrônicos (dispositivos computadorizados, robôs, inteligência artificial etc.) ou analógicos (entrevistas face to face, telefones, cartas, focus group, formulários etc.); } Como implementar a coleta: você colocará em prática a inteligência usando a estrutura da própria organização (pessoas e tecnologia) ou usará terceirizados; } Em métodos de transformação de dados em informação: software, inteligência artificial, arquitetura de dados, pessoas; } Como disseminação da inteligência: telas com informações, relatórios, reuniões, eventos etc. TOME NOTA: para evitar gastos desnecessários, é importante saber de fato o que se quer saber e por que se quer saber. No segmento imobiliário, é possível encontrar muitos dados secundários disponíveis gratuitamente no IBGE, Fundação Getulio Vargas (FGV), Sindicatos de Habitação etc. Mas, se for necessária uma pesquisa primária, é fundamental planejar. 46 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias Saiba mais Quais são as melhores fontes para pesquisa de mercado imobiliário? ` https://www.vistasoft.com.br/ pesquisa-de-mercado-imobiliario/ ` https://www.secovi.com.br/pesquisas-e-indices/ pesquisa-mensal-do-mercado-imobiliario Na próxima aula, iremos detalhar os aspectos e partes da inteligência de mercado e, na prá- tica, entenderemos e saberemos como usar as suas ferramentas. Mas antes vamos rever o que aprendemos nesta aula. Síntese da aula ` Inteligência de Mercado pode ser um produto, processo, serviço ou sistema de captação e utilização de diversas informações e dados para auxiliar na tomada de decisões; ` A inteligência é um meio pelo qual se pode gerar uma vantagem competitiva; ` A inteligência deve ser sistêmica, estruturada, antecipar a compreensão de oportunidades e ameaças, além de ser ética; ` O processo de inteligência de mercado consiste em: 1) Coleta de dados; 2) Análise dos dados e sua organização; 3) Disseminação da informação e 4) Planejamento e Direção Estratégica; ` Os dados podem ser quantitativos ou qualitativos, e as fontes desses dados podem ser internas ou externas; ` Os dados coletados precisam ser organizados para informar alguma coisa que gerará o conhecimento de um fenômeno e com isso gerar inteligência para a tomada de decisão; ` Que para se realizar o planejamento de inteligência é necessário saber fazer perguntas e por que perguntar. Ou escaneie o código Ou escaneie o código 47 Aula 2 Inteligência de Mercado: Conceito, Processos e Planejamento Exercícios Vamos verificar se você compreendeu a matéria desta aula? Caso tenha ficado com dúvidas, sugiro que retorne ao conteúdo da aula para revisar a matéria. 1. Texto I: A inteligência de mercado é uma área que vem crescendo rapidamente nos últimos anos, impulsionada pelo impacto das novas tecnologias, pelo volume de informações geradas na internet e a ascensão de novos consumidores no mercado interno. E todos concordaram que as imobiliárias precisam usar inteligência de mercado para melhorar a comercialização e a locação dos imóveis (Fonte: Universal Software). Texto II: Apenas dados coletados sem análise não servem para implementação da Inteligência de Mercado. É preciso que os dados brutos e as informações levantadas sejam analisados, interpreta- dos e se tornem conhecidos, pois por meio do conhecimento as organizações conseguem tomar a melhor decisão (Fonte: MK Avaliações Imobiliárias). Os dois textos estão se referindo respectivamente sobre: A. ( ) A necessidade de se realizar pesquisa de mercado e como o mercado imobiliário faz para usar essas informações. B. ( ) Como as novas tecnologias transformaram as relações de consumo e a necessidade de se fazer pesquisa para entender esse novo consumidor. C. ( ) A importância da Inteligência de Mercado para o setor imobiliário e a necessidade de análise de dados. 2. Um corretor de imóveis ligou para as pessoas que compraram com ele nos últimos 2 anos para saber qual foi o principal motivo que os levaram a fechar o negócio. Seu objetivo era aprimorar o atendimento e por consequência melhorar suas vendas. Uma das metodologias para a coleta de dados é o telefone. Conforme vimos na aula, os dados de uma pesquisa podem ser primários ou secundários. No caso apresentado, os tipos de dados coletados são: A. ( ) Primários. B. ( ) Secundários. 48 MARKETING IMOBILIÁRIO T T I écnico em ransações mobiliárias 3. Uma pesquisa realizada com foco na identidade de marca de grandes imobiliárias investigou os diferenciais das marcas de bairro. Com o consumidor cada vez mais exigente e valorizando o atendimento personalizado, as grandes empresas estão tentando entender como a “Imobiliária do Zé”, a “Imobiliária do João” e a “Imobiliária da Maria” conseguem manter um relacionamento de amizade e cumplicidade com seus clientes. As pesquisas apontaram as características principais das melhores marcas de bairro: identidade visual (com a proximidade dos ambientes digital e físico e com as características do bairro no qual estão instaladas), atendimento e o papel de propagandista que o cliente assume (confortável e bem atendido, ele sempre vai indicar o negócio para pessoas do próprio bairro ou de outras regiões), presença frequente do dono do estabelecimento e, por fim, a importância da experiência, o tempo de casa e a construção de relações duradouras (Fonte: ENADE 2018 adaptado pelo autor). Considerando a pesquisa relatada, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. A pesquisa qualitativa exemplificada no texto investiga a lógica do consumo local das imobiliárias de bairro, considerando acontecimentos e conhecimentos cotidianos como elementos da inter- pretação de dados. PORQUE II. A pesquisa qualitativa busca avaliar a relação de variáveis como crenças e valores pessoais dos consumidores com as imobiliárias de bairro. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A. ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I. B. ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C. ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D. ( ) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E. ( ) As asserções I e II são proposições falsas. 4. O perfil de pessoas que optam por morar sozinhas tem se mostrado maior nas grandes cidades. O chamado público single, pessoas solteiras, passou de 3,6 milhões para 6,7 milhões no Brasil entre 1997 e 2007, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Curitiba, o Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR) estima que 10,67% das residências tenham apenas um morador. O público single é diverso, composto por estudantes, executivos, profissionais liberais, aposentados, entre outros (Fonte: Incorporação Imobiliária). O tipo de dado informado acima é: A. ( ) Primário, qualitativo para o público interno: pois a pesquisa foi realizada diretamente com empregados da imobiliária, para responder a uma questão específica de forma não estru- turada. B. ( ) Secundário, quantitativo e externo: pois os dados estatísticos quantificados foram coletados a partir de outras pesquisas aplicadas por instituições distintas.
Compartilhar