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1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A precisão dos exames laboratoriais é um pilar central para o diagnóstico clínico e a tomada de decisões terapêuticas. No entanto, a confiabilidade desses resultados pode ser comprometida pela interferência de medicamentos, que podem mascarar ou simular patologias, levando a interpretações errôneas e potencialmente a tratamentos inadequados. Kroll e Ellin (2005) destacam que a interferência medicamentosa pode ocorrer tanto in vivo, por meio de alterações fisiológicas induzidas pelos fármacos, quanto in vitro, através da interação direta dos medicamentos ou seus metabólitos com os reagentes dos testes laboratoriais. Ferreira (2009) ressalta que essas interações podem resultar em alterações significativas nos níveis de biomarcadores, enzimas, eletrólitos e outros analitos, exigindo dos profissionais de saúde um conhecimento aprofundado sobre as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos medicamentos prescritos.
A diversidade de medicamentos disponíveis e a polifarmácia, especialmente em populações idosas, aumentam o risco de interações medicamentosas que afetam os exames laboratoriais. Martinello (2003) enfatiza a importância de os profissionais de saúde estarem atentos a essas possíveis interferências e de os pacientes serem adequadamente orientados a relatar todos os medicamentos em uso antes da realização dos testes.
A interferência de medicamentos em exames laboratoriais continua a ser uma área de pesquisa ativa e relevante ainda nos dias de hoje, pois estudos recentes têm explorado a extensão e as consequências dessas interações, buscando identificar padrões e desenvolver estratégias para mitigar seus efeitos. Como o estudo realizado por Souza et al. (2021) que discute a importância das fases pré-analítica, analítica e pós-analítica no processo laboratorial e como a orientação adequada aos pacientes pode reduzir o risco de resultados equivocados devido à interação medicamentosa. Outra pesquisa feita por Silva et al. (2021) observou que a maioria dos medicamentos pode interferir em um ou mais exames laboratoriais, destacando a necessidade de educação contínua sobre essas interferências para reduzir erros analíticos e diagnósticos equivocados.
Infelizmente ainda existem pontos sobre esse tema que precisam ser corrigidos, como a subnotificação de interações medicamentosas e a falta de diretrizes claras para a gestão dessas interações no contexto clínico. A pesquisa na área tem se concentrado em melhorar a compreensão dos mecanismos subjacentes às interações medicamentosas e em desenvolver novas abordagens para a educação dos profissionais de saúde e dos pacientes, levando em conta todas as variáveis possíveis, incluindo a interferência medicamentosa.

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