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7ºAula Força Cortante Q e Momento Fletor M Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • saber o que são vigas e saber classificá-las; • entender os conceitos de força cortante e momento fletor; • aprender sobre o raciocínio na resolução de problemas que envolvem a construção de um diagrama de força cortante e momento fletor. Olá, caros(as) alunos(as), agora que já aprendemos os conceitos básicos de tensão e deformação, nesta sétima aula, veremos que vigas e eixos são importantes elementos estruturais e mecânicos muito utilizados em projetos de engenharia. Desta forma, nesta aula, iremos abordar quanto aos métodos de determinação da tensão provocada nesses elementos por conta da flexão, envolvendo uma discussão sobre como construir os diagramas de força cortante e momento fletor para uma viga ou eixo. Bons estudos! 44Mecânica dos Sólidos Viga balcão: viga de eixo curvo ou poligonal, com carregamento não pertencente ao plano formado pela viga; Fonte: Sousa e Rodrigues, (2008). Figura 7.2 – Elementos Estruturais Fonte: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/ arquivosUpload/14280/material/01_01%20-%20Elementos%20Estruturais.pdf. Acesso em: 04.10.2020. 2- Força cortante Q A Força Cortante é a representação da soma algébrica de todas forças contidas no plano YZ, perpendicular ao eixo da peça. Produzindo esforço que tende a deslizar uma seção em relação a outra, provocando tensões de cisalhamento. Portanto, a força cortante Q é a força interna desenvolvida em membros estruturais que atua tangencialmente sobre a área de seção transversal de uma peça, sendo este elemento cortado sem a presença de uma curvatura (HIBBELER, 2011). Em relação ao sentido da força (sinal), a força cortante será positiva, quando a mesma provocar na peça um momento fl etor positivo em sentido horário. Para vigas horizontais geralmente utiliza-se a cortante como sendo positiva, a força cortante que atua à esquerda da secção transversal estudada, com sentido de baixo para cima. Já para vigas verticais, a cortante positiva será aquela à esquerda da secção estudada, com sentido dirigido da esquerda para a direita (MELCONIAN, 2007). Por consequência, a força normalmente será positiva quando a viga sofre tração à esquerda da seção considerada e negativa quando o esforço resultante for de compressão. Seções de estudo 1- Tipos de Vigas 2- Força cortante Q 3- Momento Fletor M 1- Tipos de Vigas Uma viga é um elemento estrutural reta e horizontal usada para dar sustentação à laje, a viga está sujeita a cargas transversais. Desta forma, a sua principal função é distribuir o peso da cobertura, geralmente sendo usado no sistema laje- viga-pilar, transferindo assim os esforços verticais recebidos da laje para o pilar, sendo as forças de cisalhamentos e momentos de fl exão ou a transmissão de uma carga estrutural concentrada, caso esta sirva de apoio a um pilar. Em um outro contexto, temos o caso da viga baldrame, onde esta estrutura serve de apoio entre as paredes e a fundação da obra. 1.1 Principais tipos de vigas As vigas e os pilares podem ser compostas de materiais como; madeira, concreto armado e aço. Para Sousa e Rodrigues (2008), os principais tipos de vigas são: Viga em balanço: viga com apoio único que obrigatoriamente deve ser um engaste fi xo; Figura 7.1 – Tipos de vigas. Viga simplesmente apoiada: viga com apoio fi xo e um apoio móvel; Viga contínua: viga hiperestática, sobre mais de dois apoios; (A) (B) (C) (D) 45 3- Momento Fletor M Similarmente, ao princípio da força cortante Q, o Momento Fletor representa uma soma algébrica, sendo esta a soma dos momentos relativos as seções X e Y, contidos no eixo da peça, gerados por cargas aplicadas transversalmente ao eixo longitudinal, que, por conseguinte produz esforço que tende a curvar o eixo longitudinal, provocando tensões normais de tração e compressão na estrutura. Em termos de convenção de sinais, o momento fl etor considera-se positivo, no instante em que a cargas cortantes atuantes na peça tracionam, o que tende a fl etir a viga com concavidade para cima (tracionando as fi bras mais inferiores), para um momento fl etor ser considerado negativo, as forças cortantes atuantes na peça passam por compressão, tendendo a tende a fl etir a concavidade para baixo (comprimindo as fi bras inferiores) (MELCONIAN, 2007). O momento fl etor é defi nido através da integral da cortante que atua na secção transversal estudada. Então, tem-se que: Figura 7.3 – Representação gráfi ca, força cortante, momento fl etor e força normal, sob a sua convenção de sinal. Fonte: https://sites.google.com/site/eeestaticadasestruturas/aula-05. Acesso em: 04.10.2020. 3.1 Diagramas de esforços cortante e de momento fletor A princípio, para se construir um diagrama de esforço cortante e de momento fl etor para um elemento, é necessário escolher um ponto qualquer e seccionar o membro deste elemento, tal ponto deve ser localizado a uma distância x da extremidade esquerda. Se a carga aplicada externa consistir em variações na carga distribuída, ou uma série de forças e momentos de binários concentrados que atuam sobre o membro, ocorrerá diferentes expressões para V e M e devem ser determinadas dentro das regiões entre quaisquer descontinuidades de carga, conforme ilustrado na Figura 7.4. Figura 7.4 – Método das seções Fonte: Hibbeler (2011). Alguns pontos importantes a se observar em um diagrama são as características da estrutura, no caso da viga, podemos afi rmar que são elementos longos e retos capazes de suportar cargas perpendiculares ao seu eixo longitudinal, sendo sua classifi cação de acordo com o modo de que foram apoiadas. Deste modo, para se projetar adequadamente uma viga, é importante conhecer a variação de cisalhamento e do momento fl etor ao longo do seu eixo, na fi nalidade de se determinar onde encontram-se os valores máximos em quais pontos deste elemento. Sob o mesmo grau de importância, deve-se determinar uma convenção de sinal para o cisalhamento e momentos positivos, sendo determinados na posição x, e estes valores podem ser representados nos diagramas. 3.2 Procedimento de análise de um diagrama de força cortante e momento fletor Hibbeler (2011), em seu estudo, cria um procedimento simples e efi caz para construção de um diagrama de força cortante e momento fl etor, desta forma, podemos seguir as seguintes etapas: 1. Reações de apoio: determine todas as forças de reação e momentos que agem na viga, faça a decomposição de todas as forças em componentes xy que agem perpendicular e paralelamente ao eixo da viga. 2. Funções de cisalhamento e momento: especifi que as coordenadas separadas x com origem na extremidade esquerda da viga e que se estendam até as regiões da viga entre forças concentradas e/ ou momentos, ou até onde não existir nenhuma descontinuidade do carregamento distribuído. Secione a viga perpendicularmente a seu eixo em cada distância x e faça o diagrama de corpo livre de um dos segmentos. O cisalhamento é obtido pela soma das forças perpendiculares ao eixo da viga, já o momento é obtido pela soma dos momentos em torno da extremidade secionada do segmento. 3. Diagramas de força cortante e momento fl etor: para a construção do diagrama de força cortante (V versus x) e o diagrama de momento fl etor (M versus x). Considere a orientação que se os valores numéricos 46Mecânica dos Sólidos das funções que descrevem V e M forem positivos serão marcados acima do eixo x, em contraponto, para valores negativos serão marcados abaixo do eixo x. 4. Dica extra: em geral, é conveniente mostrar os diagramas de força cortante e momento fl etor diretamente abaixo do diagrama de corpo livre da viga. Exemplo 1. Representação gráfi ca dos diagramas de força cortante e o momento fl etor para uma viga. Observe a viga a ser estudada: Fonte: Hibbeler (2010). Solução: Reações de apoio: determinaçãodas reações e momentos que agem na viga, decompondo-se a forças no eixo x ao longo do eixo longitudinal. Funções de cisalhamento e momento fl etor: A viga foi seccionada a uma distância arbitrária de x de apoio A, se estendendo pelo interior da região AB; assim desenha-se o diagrama de corpo livre do segmento esquerdo. As ações atuantes de V e M são indicadas no sentindo positivo, na face direita do segmento de acordo com a convenção de sinal preestabelecida no exemplo. Desta forma, aplicando-se as equações de equilíbrio para o segmento AB, temos: Para a construção do diagrama de corpo livre no segmento BC, sempre adote o sentido positivo, então, temos: Diagrama de corpo livre: Fonte: Hibbeler (2010). Desta forma, para o diagrama basta representar grafi camente as funções de equilíbrio encontradas, obtemos o diagrama de força cortante pelas equações 1 e 3, e o diagrama de momento fl etor pelas equações 2 e 4. Assim como solução para o exemplo 1, temos o diagrama de força cortante e momento fl etor: Fonte: Hibbeler (2010). Ao fi nal desta sétima aula, vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui. Retomando a aula 1- Tipos de Vigas Na seção 1, estudamos que vigas e eixos são importantes elementos estruturais e mecânicos, usados em sua maioridade em projetos de engenharia. 2-Força cortante Q Na seção 2, vimos que a força cortante é a responsável por produzir o esforço que tende a deslizar uma seção em relação a outra no elemento, o resulta nas tensões de cisalhamento 3- Momento fletor M Assim como já estudamos em outras aulas, os diagramas de força normal e torque, os diagramas de força cortante e momento fletor proporcionam uma ferramenta útil para se determinar a maior forma de cisalhamento e o maior momento em um elemento, sendo um importante aliado no 47 Minhas anotações Cortante e Momento fletor da carga distribuída e concentrada – Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=OPFasUfVM_o. Acesso em: 09.10.2020. Dimensionamento de viga - Método simplificado – Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=rhfnM_hLVMA. Acesso em: 09.10.2020. Vale a pena assistir HIBBELER, Russell Charles. Estática: mecânica para a engenharia. 12. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2011. 265 p. HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. 659 p. MELCONIAN, Sarkis. Mecânica Técnica e Resistência dos Materiais. 18. ed. São Paulo: Érica Ltda, 2007. 360 p. SOUZA, Marta Francisca Suassuna Mendes de; RODRIGUES, Rafael Bezerra. Sistemas estruturais de edificações e exemplos. Campinas - Sp: Universidade Estadual de Campinas, 2008. 93 p. Vale a pena ler Vale a pena estudo da Mecânica dos Sólidos, facilitando assim, a prática do Engenheiro de Produção na determinação dessas ações em um elemento.
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