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Planejamento Estrategico de ME e PE

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Planejamento Estratégico de Empresas de Pequeno porte: uma análise bibliográfica exploratória
Daiany Souza Melo Moura – daiany.souza.melo123@hotmail.com
MBA – Gestão de Negócios, Controladoria e Finanças Corporativas
Instituto de Pós – Graduação - IPOG
Goiânia, GO, 20 de Outubro de 2022 
Resumo 
Este artigo se ocupa em ser indice de informações sobre o Planejamento Estratégico das empresas de pequeno porte. Inicialmente discorrendo sobre os conceitos de planejamento estratégico e sua historicidade, perpassando pelos escritos clássicos sobre esse tema para que em seguida seja analisado o que é uma empresa de pequeno porte e como podemos a diferenciar dos demais modelos de negócio. Por fim, entender e analisar como pode ser feito um planejamento estratégico em uma micro ou pequena empresa. Para isso, o artigo se embasa em vários escritos que falam do tema, tanto os mais clássicos, quanto os mais contemporâneos, lançando sempre um olhar problematizador sobre essas publicações aqui discorridas e analisadas.
Palavras-chave: Planejamento. Estratégia. Microempresa. Pequena Empresa.
1. Introdução
Na atualidade, as instituições tanto empresariais quanto as sociais estão postas em ambientes cercados de instabilidade e mutabilidade. Tendo isso em vista, a prosperidade das organizações empresariais estão intrinsecamente ligadas à habilidade destas de se adaptarem em conjunto com o mercado, que por sua vez muda de acordo com as necessidades da sociedade, que está em constantes processos de mudança. Com ciência dessas informações, as habilidades de gerenciamento tem função essencial para que as empresas tenham desempenho satisfatório no que elas se propõem. É nesse lugar, que entra o planejamento estratégico, que é um fator que possibilita o alcance de metas e age por meio de medidas que inovam, podendo ser adotado de diferentes formas em diferentes empresas. Em contraponto, esse estudo tem como foco entender e problematizar como é feito o planejamento estratégico em empresas de pequeno porte, em específico. 
No mundo corporativo, microempresas (ME) e pequenas empresas (PE) são definidas pelos seguintes fatores, de acordo com a Lei Complementar N° 123/2006 que define as diretrizes para as ME e PE: tamanho da equipe e faturamento anual. A micro empresa pode ter até 19 funcionários no setor industrial e 9 pessoas no setor comercial ou ter faturamento anual de até R$ 360 mil, já a pequena empresa tem possibilidade de 99 funcionários no ramo industrial e até 49 empregados no ramo comercial, já de faturamento anual uma PE pode ter R$ 4,8 milhões. (BRASIL, 2006)
O planejamento estratégico geralmente tem início, mesmo de forma embrionária, a ser desenvolvido como em exercício constante de correlação entre ambiente e empresa, o que se explica parcialmente pela profundidade, dimensão e especialização que são necessárias aos empreendedores-empresários. Este artigo, visa entender como pode ser feito um planejamento estratégico e alertar sua importância para vitalidades dos negócios em especial os de pequeno porte.
É fato que as micro e pequenas empresas são vitais para o crescimento e desenvolvimento das sociedades do mundo todo, elas são partes vitais no mundo e representam boa parte do mundo do trabalho. Contudo, são muitas as adversidades enfrentadas pelos pequenos empresários e pelo estado para ajudar e incentivar que essas empresas continuem existindo sem serem engolidas pelas grandes empresas. Já que mesmo que de forma geral, as próprias caraterísticas de uma empresa de pequeno porte já podem ser caracterizadas como adversidades empresariais. Pensando que na maioria dos casos, a falta de capital dessas empresas as impedem de sobreviver a crises e instabilidades que são recorrentes no mercado e é nesse sentido que o planejamento estratégico se torna tão essencial.
Tanto as ME, quanto as PE costumam encontrar uma restrição do capital como principal fator que impede seu crescimento ou manutenção lucrativa. O que deixa em evidência a importância de um planejamento financeiro que se adeque às necessidades e possibilidades dessas empresas, planejamento este que precisa ser pensado e colocado em prática antes mesmo das atividades empresariais serem realizadas de fato. 
Será usada de forma majoritária nesse trabalho os fundamentos de pesquisa bibliográfica, propostos pelas pesquisadoras, Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi em seu livro Metodologia Científica. Dito isto, é importante afirmar o caráter totalmente exploratório e reflexivo deste trabalho. Em selecionar artigos que falem sobre o tema e após a leitura e destes produza paralelos com o tema aqui investigado. A seleção dos livros e artigos que servirão de referencial teórico para essa pesquisa, será feita nos principais bancos de dados científicos, usando como pontos excludentes artigos que fujam do tema proposto e que estejam em outros idiomas que não português ou inglês, dando preferência a artigos publicados após o de 2001, entendendo que o mercado está em constante mudança e quanto mais recente for a publicação mais atuais serão as discussões nele propostos.
Este artigo abordará então o Planejamento Estratégico como forma de suporte aos gestores de empresas de pequeno porte, os auxiliando nas tomadas de decisões e mudanças do mercado. Defendendo como a utilização do planejamento estratégico e vital para a sobrevivência das micro e pequenas empresas. Para isso falaremos inicialmente de definição dos termos Planejamento Estratégico e empresas de pequeno porte e em seguida fazer análises sobre como esses métodos podem ser adotados. 
2. Desenvolvimento 
Planejamento Estratégico: Definição e Historicidade
O meio corporativo é extremamente truculento, em especial com negócios de pequeno porte, em razão uma constante mutabilidade, seja de termos legislativos, a concorrência com outras empresas sejam elas também de pequeno porte, mas em especial as grandes corporações empresariais, a exigência dos clientes, a qualidade do atendimento, entre outros fatores. Por isso é indispensável para que esses negócios prosperem para entender esses fatores. Inicialmente se faz necessário entender o que significam os léxicos Planejamento Estratégico nesse meio e quais benefícios que podem ser advindos com sua correta adoção.
A palavra "estratégia" vem do grego strategia, e significa “a arte do general”, pensando em um contexto de guerra, onde generais traçavam quais melhores caminhos militares eram mais adequados a se seguir. (STEINER e MINER, 1981)
No meio corporativo, o conceito de estratégia vem ligado à habilidade de uma empresa em adotar métodos que estimulem sua capacidade de competitividade no mercado empresarial. Com essa ciência, o pesquisador Porter (1989) argumenta que, é preciso “escolher e implementar uma estratégia genérica a fim de obter e sustentar uma vantagem competitiva” isto é, uma empresa que deseje ter uma vantagem competitiva sob as outras, deve adotar uma posição estratégica que vise alcançar os objetivos que sua instituição busca.
 Em termos práticos, o planejamento é a capacidade de organizar e antecipar as consequências de uma linha de acontecimentos, para assim se prevenir dos efeitos malquistos que podem ser causados por esses acontecimentos.
Para Djalma Oliveira (1998), o planejamento estratégico se define em uma sequência de métodos gerenciais que visa estabelecer um direcionamento a ser seguido pela instituição, objetivando ter a melhores relações entre mercado e negócio. 
Oliveira (1998) ainda aponta 5 pontos que são cruciais no Planejamento estratégico:
1 - conhecer e utilizar melhor seus pontos fortes;
2 - conhecer e eliminar seus pontos fracos;
3 - conhecer e usufruir as oportunidades externas;
4- conhecer e evitar as ameaças externas; 
5 - ter um efetivo plano de trabalho. (OLIVEIRA, 1998)
Outro autor que se ocupou em escrever sobre planejamento estratégico foi Mintzberg (1987), que aponta que existem 5 P’s, para um bom planejamento estratégico no ambiente empresarial/corporativo: 
- Plano: deve ter um tipo de açãode intenção consciente e uma diretriz básica para lidar com uma situação;
- Padrão: deve existir uma consistência no comportamento, que a empresa deverá manter;
- Manobra: deve haver uma atuação específica, com a intenção de sobrepujar um oponente ou concorrente; 
- Posicionar: como meio de colocar uma organização, um produto ou uma marca em um ambiente competitivo;
- Perspectiva: que dá clareza ao objetivo e seu conteúdo consiste não somente de uma posição escolhida, como de uma maneira arraigada de perceber e ser percebido pelo mercado. (MINTZBERG, 1987, tradução da autora)
O interesse dos empresários (de todos os tipos e tamanhos), com o tema vem se tornando cada vez maior com o tempo. Foi após a Segunda Grande Guerra Mundial que começaram a passar esse conceito de "estratégia" no ambiente corporativo com mais expressividade, com o objetivo inicial de atacar os mercados e se defender da concorrência. Maximiano (2009), escreve sobre a historicidade do tema, que desde a década de 1960, os ideias de estratégia foram sendo estabelecidos como um método bem definido, não apenas para empresas mas, também para outros tipos de organizações como escolas, redes policiais, entre outras. No final da década de 1970, vai se tornando mais sólido os conceitos de administração estratégica, parte que já inclui o planejamento estratégico e sua implementação.
	Nome da publicação
	Autor 
	Ano
	Strategy and structure
	
Alfred D. Chandler
	
1962
	Estratégia empresarial
	
Igor Ansoff
	
1965
	Organizational strategy, structure and process
	
Miles e Snow
	
1978
	
Competitive advantage
	
Michael Porter
	
1985
Figura 1 – Tabela com Publicações clássicas sobre “Planejamento Estratégico" no ambiente dos negócios. 
Fonte: Dados coletados pela autora.
Algumas publicações clássicas sobre o tema podem nortear, como esse conceito foi amadurecido na modernidade. 
Começando com Chandler (1962), que escreve que a base desses preceitos está na racionalidade econômica. Ideia teórica defendida pelo autor é que a estratégia seja apresentada na definição de objetivos empresariais a longo prazo e adoção prática de ações que caminhem para esses objetivos, entendendo como maior foco a destinação dos recursos financeiros, que podem ser, muitas vezes limitados, para áreas estratégicas dependendo do objetivo anteriormente estabelecido. Usando os recursos econômicos que a organização tem disponível de maneira racional e eficiente. 
Ansoff (1965), escreve que o planejamento estratégico seria definir uma seleção de normas para tomadas de decisão orientando a usabilidade institucional como possibilidade de correlação com o mundo econômico.
Figura 2 – Ciclo Adaptativo de Miles e Snow
Fonte: MILES, SNOW, 1978
 Miles e Snow (1978), que discorre que é preciso se concentrar nos processos de adequação das empresas por meio de paralelos entre estratégia, estrutura e processos, assim dando base a um modo de planejamento estratégico formado em dois lugares materiais. O primeiro é a linha completa do progresso de adaptação, focando em específico nas linhas de tomada de decisão que as organizações devem adotar para permanecerem aparelhadas e configuradas no ambiente em que atuam. O outro é a observação dos diferentes padrões que podem surgir quando o método é de fato colocado de prática, assim o aprimorando com base nos próprios resultados encontrados, ou seja, adaptar seus planos estratégicos de acordo com os resultados dele obtido, deixando claro que os planejamento anteriormente feito deve e precisa ser mutável e não totalmente concreto.
Figura 3 – As cinco forças competitivas que determinam a competição na indústria
Fonte: CALCAGNOTTO, 1995 
 Todavia, foi com os estudos de Porter (1985), que o debate ganhou expressividade no gerenciamento das organizações. Observando que o mercado apresenta obstáculos, concorrentes e também uma mutabilidade, que complexifica a prosperidade das empresas em determinado ramo. Então, mais do que estabelecer posições estratégicas, uma empresa precisa se atentar em se colocar adequadamente no mercado, isto é, mesmo que o gestor crie estratégias assertivas sobre os direcionamentos que sua organização deve tomar isso pouco adianta se empresa não tiver atendendo as necessidades do mercado, por exemplo, uma empresa que não esteja alinhada às mídias digitais atualmente dificilmente vai prosperar, isto se dá pela forma que a sociedade está configurada e os meio de comunicação digitais são parte da vida cotidiana em sociedade, por isso é essencial às empresas estarem atentas no andamento da sociedade.
Definições de empresas de pequeno porte
Em termos gerais uma das características mais marcantes que diferencia as empresas de pequenos porte[footnoteRef:0] dos outros tipos de organizações empresariais é o fato que elas têm uma grande dependência para sobrevivência e crescimento, em praticamente todos os casos, do comprometimento de um único setor, o dono. Por que, nessa área todo andamento e posicionamento da empresa vai refletir uma única pessoa, o chefe – ou empregador. O que indica uma centralização do poder, que muitas vezes pode ser maléfico a empresa, pela falta de diferentes visões, por isso é importante que o gestor se comprometa com uma cultura organizacional, para fragmentar o poder, mesmo que a decisão final ainda seja do dono. Outra característica marcante é o capital reduzido que essas empresas dispõem, o que exige um hábil gerenciamento financeiro. [0: É importante frisar que quando estivermos falando em empresas de pequeno porte neste trabalho nos referimos aos conceitos legislativos, já explicados na introdução, de micro empresa e pequena empresa.] 
Figura 4 - Empresária Posando para seu pequeno negócio
Fonte: Site “no meu bairro tem”. Disponível: “https://nomeubairrotem.com.br/5-dicas-valiosas-para-colocar-sua-pequena-empresa-na-internet/”
De acordo com Longenecker (2007), empresas podem se considerar de pequeno porte se seguir algumas características como ser totalmente administrada por uma ou poucas pessoas, do mesmo círculo pessoal, quando suas atribuições estão essencialmente situadas em um único local geográfico, e quando o número de funcionários que a tal empresa dispõe for inferior a 100.
Ainda sobre a definição de pequena empresa, Boechat (2008) aponta como mediadores as organizações do SEBRAE e do BNDES. Confiram no quadro abaixo:
Figura 5 – Definições de Micro e Pequena Empresa de acordo com SEBRAE e BNDES
Fonte: BOECHAT, 2008
Tendo em plena ciência, destas duas características conceituam as empresas de pequeno porte e as difere dos demais tipos de empresas. O baixo poder econômico dessas empresas, o que pode fazer com que elas não consigam competir com as grandes multinacionais e a falta de hierarquia devido ao baixo número de funcionários, o que faz que todo poder esteja centralizado em uma única pessoa, o dono e quando eles existem seus sócios. Essa concentração de poder na tomada de decisões exige que o proprietário esteja a par de todos processos da empresa, entendendo e participando de cada setor. Ou seja, toda decisão antes de ser colocada em prática de forma material precisa passar pela avaliação do dono. O que cria obstáculos para traçar estratégias a longo prazo já que os problemas diários da empresa acabam por sua vez consumindo todo tempo do gestor.
De acordo com Pinheiro (1996), empresas de pequeno porte sofrem com uma opressão diária por os mais variados obstáculos que vão atingir sua produtividade que estão diretamente ligados a sua organização empresarial, à administração dos recursos físicos e econômicos, a inadequação da equipe, a falta planejamentos estratégicos que sejam adequados às necessidades da empresa e supram suas deficiências.
Entendendo que as empresas de pequeno porte representam significativo fortalecimento da economia do Brasil, foi criado na Constituição de 1988.
Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado,visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. (Brasil, 2016)
Objetivando incentivar o nascimento e crescimento destas modalidades de empresas (as ME e PE), a Constituição de 1988 no artigo 179, decreta que essas organizações terão que ganhar tratamento jurídico particular e específico. Por isso, a Lei Complementar de N° 123/2016, estabeleceu como um dos focos a criação do Estatuto Nacional da Microempresa e da Pequena Empresa. 
Focalizando a importância desses empreendimentos, existe o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas) que faz pesquisas e estudos científicos sobre empresas de pequeno porte. Segundo dados coletados pelo instituto em 2014, essas organizações são 99% das empresas existentes em nosso país (SEBRAE, 2014). Esses dados foram colhidos da pesquisa publicada em 2014 chamada “Participação das Micro e Pequenas Empresas na Economia Brasileira” que tem por foco identificar e divulgar o desenvolvimento deste tipo de negócio no mercado de empreendedorismo do Brasil. Foi notado que no de 2011, 27% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve como origem as empresas de pequeno porte, empresas essas que traduziam 44% dos trabalhos vindos dos setores de serviços e 70% dos trabalhos vindos dos setores comerciais. O que pode ser entendido não apenas em como as ME’s e as PE’s são fortes no Brasil, mas também em como elas precisam de Planejamento Estratégico para aumentarem seus lucros já que mesmo elas representando a maior parte das empresas no Brasil, o faturamento no final ainda não se compara à das grandes empresas e macroempresas. 
Os dados coletados pelo SEBRAE, servem como maneira de afirmar a importância que estes negócios possuem para economia do Brasil. Entretanto, é válido reafirmar que essa modalidade de empresa tem características particulares que alteram seu gerenciamento e por consequência influenciam o processo de gestão de planejamento estratégico. De acordo com pesquisas feitas pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é usual das empresas de pequeno porte no brasil: altos números de inaugurações e falências, ou seja, sempre tem empresas abrindo e falindo, mão-de-obra majoritariamente formada pelo proprietário e seu círculo pessoal, em especial a família, o poder de tomada de decisão extremamente concentrado no dono, registros de contabilidade feitos de maneiras grosseiras e deficientes, mão-de-obra pouco ou nada qualificada, o que está intrinsecamente ligado a mão-de-obra ser majoritariamente membros do círculo pessoal do proprietário. (IBGE, 2001)
Tendo esses dados em vista, o SEBRAE juntou em sua pesquisa alguns fatores que podem contribuir para auxiliar na sobrevivência e prosperidade desses negócios: 1) Situação do mercado antes mesmo da inauguração da empresa; 2) planejamento estratégico do negócio, tendo em vista o que se tem de recursos financeiros a disposição e onde é efetivo investir nessas economias; 3) gerenciamento da empresa; 4) a formação científica ou técnica do dono ou donos em gestão de empresas. (SEBRAE, 2016)
Postas essas constatações, se faz necessário pensar em como essas organizações podem continuar existindo e prosperando no meio mercadorial, superando as dificuldades que vão surgindo e conseguindo cada vez mais satisfatórios resultados. Uma das possibilidades é implantar o planejamento estratégico, antes da própria inauguração da empresa, assumindo a postura da desenvoltura estratégica para superar a mutabilidade diária do ambiente. Por isso, os proprietários e gerentes das empresas de pequeno porte precisam assumir medidas assertivas para que o planejamento estratégico seja de fato executado, pensando nas particularidades do seu negócio na elaboração das medidas que serão tomadas norteadas pelo plano estratégico, tendo como meta realização dos planos de acordo com os objetivos a serem alcançados e as realidades possíveis. 
Planejamento Estratégico em empresas de pequeno porte
Depois de tudo discorrido até aqui é sabido que o uso de um planejamento estratégico no mundo corporativo das empresas de pequeno morte, feito através de um Plano de Negócio bem pensado, de acordo com a realidade e possibilidade do proprietário-gestor, consegue tornar mais possível a manutenção e o desenvolvimento de qualquer modelo de empresa, mais em especial as PE’s e as ME’S, pelos seus particulares de fragilidades já falados aqui. Entre os principais anseios é o que se espera do requerimento de conhecimento dos proprietários-gerentes das micro e pequenas empresas em comparação às ferramentas e métodos existentes nesse lugar teórico e prático.
Nós temos ecumênicos, as grandes empresas dispõem em sua disposição um número significativamente satisfatório de informações sobre planejamento estratégico, sem mencionar que setores bem mais definidos com profissionais com formação adequada e que vão desempenham funções específicas focadas em criação, auxílio e manutenção do Planejamento Estratégico. Já nas pequenas empresas, na maioria quase absoluta dos cenários, a atenção se volta para o atendimento de uma sequência de fatos que dizem respeito apenas aos acontecimentos do dia-a-dia, pois além de existir um acúmulo de função notado entre os empregados, é percebido que o processo de gestão e planejamento fica quase todo centrado na mão do proprietário e seus sócios.
De acordo com Bortoli NETO (1997), as adversidades ligadas ao caráter da falta de um bom planejamento estratégico representa por volta de 80% do total dos problemas e só 20% estão ligados a falta de fundos financeiros ou econômicos, o que em tese seria a dificuldade mais apontada pelo senso-comum.
 A atenção com o modelo de gerenciamento deve ser contundente e constante para assim conceber efetividade e desenvolvimento de um modelo “ideal” de empresa de pequeno porte. Após, os enredos fiscais e todas questões burocráticas, o gerenciamento, tem sido incansavelmente estudado e o estado tenta cumprir seu papel no auxílio e incentivo das empresas.
Pensando nas suas óbvias restrições intrínsecas aos seus moldes não é recomendado que as empresas de pequeno porte operem em diversos setores ao mesmo tempo, necessitando por assim dizer entender e refletir de forma estratégica suas condutas para potencializar os recursos investidos, sejam eles recursos econômicos, ou tempo, mão de obra, espaços físicos e assim por diante.
Pensando assim, a função do Planejamento Estratégico se define na ajuda aberta à instrumentalização da estratégia e a adequação ao modelo de empresa esperado, agindo de forma diligente para identificação de possíveis adversidades no campo da estratégia. Apropriadamente é preciso ser oferecida a formação devida para tal. O Planejamento Estratégico precisa ter como cerne os recursos disponíveis e as ações fundamentais para execução dos objetivos e metas definidas no plano estratégico para a prosperidade do negócio, em especial para as empresas de pequeno porte, por que isso pode refletir em se manter em desenvolvimento contínuo ou ser mais uma a fazer parte dos altos índices de mortalidade entre as micro e pequenas empresas.
Um grande número de empresas de pequeno porte tem como tendência de postergar a exigência e as vantagens de embasar o poder de tomada de decisões embasados em um Planejamento Estratégico por movidos pelo senso comum, ou pela exaustão cotidiana, de que esse é um trabalho acaba não dando frutos, o que já foi comprovado aqui em números de pesquisas de órgãos competentes que é ledo engano. Mais aspectos que podem corroborar com essa posição é a falta de capital e a centralização do poder na mão exclusiva do proprietário. Por que a falta de recursos financeiros, pode fazer que gastos com coisas tão técnicas e abstratas como qualificação ou contratação de profissionais aptos para Planejamento Estratégico sejam vistos como supérfluos. E essa centralização do poder nas mãos do dono, que precisa estar em todas as etapas do funcionamentoda empresa, impede que o mesmo consiga ter foco nas questões de planejamento e gestão.
Para o pesquisador Almeida (1994), conseguem ser satisfatórias no seu cotidiano, mas pecam nas decisões estratégicas a longo prazo. Há que se pensar sobre que esses paralelos, levando em conta as já identificadas limitações de qualificação profissional e deficiência de recursos, se suprem investindo no amadurecimento do Planejamento Estratégico que aumenta as chances de desenvolvimento da organização futuramente, por que minimamente as empresas de pequeno porte terão ao seu favor maior tempo de resposta para lidar com problemas encontrados, se eles forem anteriormente anunciados. 
Tipos de Planejamentos Estratégicos para empresas de pequeno porte
O Planejamento Estratégico é um dispositivo de gerenciamento que tem por objetivo equilibrar as possibilidades oferecidas no mercado, com os recursos e anseios da empresa.
Mesmo que nos últimos tempos tenham crescido as pesquisas feitas sobre as diferentes possibilidades metodológicas para o planejamento estratégico, no que diz respeito à Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), grande parte delas podem ser resumidas pelos mesmos conceitos, seguindo o mesmo preceito básico: divisão do processo em partes, a organização de cada uma das listas de verificação e as variadas habilidades, elaboração de objetivos, orçamentos e planos.
Kotler (1999), aponta um modelo de planejamento estratégico que pode ser separado por fases, veja na próxima figura:
Figura 6 - O Processo de Planejamento Estratégico do Negócio proposto por Kotler.
Fonte: KOTLER,1999
Steiner (1979), geralmente expõem seus métodos em diagramas. Conforme é mostrado na figura 7:
Figura 7 – Diagrama de Planejamento Estratégico desenvolvido por Steiner
Fonte: STEINER, 1979
O instituto do SEBRAE (2006), vem propondo um método que passa por quatro etapas. Onde inicialmente é analisada a conjuntura externa, ou seja, o mercado, posteriormente análise interna e uma averiguação estratégica da organização. Analisar a concorrência para assim desenvolver estratégias. Implantação do planejamento estratégico. Observe na figura 8:
Figura 8 - Método indicado pelo SEBRAE
Fonte: SEBRAE, 2006
Almeida (1994), defende que o processo de planejamento estratégico nas pequenas empresas precisa ser simples e facilmente executável, conforme apresentado na figura 9:
 
3. Conclusão
O processo de Planejamento Estratégico vem sendo estudado com contundência especialmente a partir dos anos 1970, grandes estudiosos da área de economia, administração e sociedade se empenharam em produzir escritos sobre o tema. Fazendo que surgissem variados conceitos e definições. Em decorrência do caráter de mutabilidade do mercado, as empresas precisam buscar alternativas para atender as exigências de um público cada vez mais criterioso e neste sentido que o Planejamento Estratégico se mostra essencial e a maneira mais assertiva de conseguir resultados, pois com ele, é possível identificar o que a empresa pode representar no ambiente que ela está posta, o que ela almeja se tornar e quais caminhos deve seguir para se tornar o que almeja.
Em empresas de pequeno porte um bom gerenciamento organizacional é um fator decisivo para a manutenção e prosperidade da empresa. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo entender como se dá esse planejamento estratégico e expor como ele é altamente benéfico e recomendável para as empresas. E que ele pode ser implantado de maneira simples e que os recursos financeiros nele investidos serão devolvidos posteriormente. O uso do planejamento estratégico nas empresas de pequeno porte faz que os gestores consigam vislumbrar e antecipar adversidades antes que elas aconteçam, para assim as evitá-las ou quando isso não é possível mantê-las sob controle.
Tendo tudo dito até aqui em mente, fica concluído como os processos de Planejamento Estratégicos são parte vitais e indispensáveis às empresas de pequeno porte que desejam se manter vivas e prósperas no truculento e competitivo mercado empresarial.
Referências 
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BORTOLI NETO, A. A virada dos pequenos. Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios. N. 100. 1997.
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BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 15 dez. 2006.
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