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Suspensão Condicional da Pena

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Suspensão Condicional da Pena ou “Sursis”
● Conceito:
↳ É considerada um direito público subjetivo do réu.
↳ O condenado, ao preencher todos os requisitos legais, tem a sua pena
suspensa durante um certo período e caso cumpra todas as condições
impostas.
↳ É uma das formas existentes de suspender as penas privativas de liberdade.
↳ “Suspensão condicional da pena é o ato pelo qual o juiz, condenando o
delinquente primário, não perigoso, à pena detentiva de curta duração,
suspense a execução da mesma, ficando o sentenciado em liberdade sob
determinadas condições,” - Aníbal Bruno.
● Natureza jurídica:
↳ Existem duas vertentes:
a) direito público subjetivo do sentenciado: o juiz não pode negar a sua
concessão ao réu quando preenchidos os requisitos legais.
↳ atualmente, é como a grande maioria da doutrina brasileira vê o
instituto.
b) forma de execução da pena: vê o “sursis” como medida penal de
natureza restritiva de liberdade e não como um benefício.
● Requisitos ou Pressupostos:
1) Objetivos:
a) natureza e quantidade da pena:
↳ a pena DEVE ser privativa de liberdade.
⇘ Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de
direitos nem à multa.
↳ a pena NÃO PODE ser superior a 2 anos.
b) impossibilidade de substituição por pena restritivas de direito:
↳ o juiz deve verificar se, no caso concreto, não é indicada ou
cabível a pena restritiva de direitos.
↳ a aplicabilidade de penas restritivas de direitos afasta
AUTOMATICAMENTE a possibilidade de aplicação do sursis.
⇘ Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
(quatro) anos, desde que:
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art.
44 deste Código.
2) Subjetivos:
a) não reincidência em crime doloso:
↳ apenas a reincidência em crime doloso impede a aplicação do
sursis.
↳ a reincidência por crime culposo ou contravenção não é causa
impeditiva.
⇘ Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
(quatro) anos, desde que:
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
b) circunstâncias judiciais favoráveis:
↳ circunstâncias do art. 59 do CP.
↳ culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do
agente, motivos e circunstâncias do crime.
↳ se as circunstâncias forem favoráveis, a suspensão da pena será
autorizada.
⇘ Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não
superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
(quatro) anos, desde que:
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
● Espécies:
1) “Sursis” Simples ou Comum:
↳ caso o condenado cumpra todos os requisitos legais, fica sujeito a uma
das condições previstas em lei.
⇘ Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à
observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à
comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art.
48).
2) “Sursis” Especial:
↳ condenado fica livre de cumprir as penas do §1º, mas deve preencher
os requisitos do artigo abaixo.
⇘ Art. 78 -
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem
inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do
parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas
cumulativamente:
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização
do juiz;
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades.
↳ além disso, caso algumas das circunstâncias do art. 59 lhe forem
desfavoráveis, essa espécie de sursis é automaticamente descartada,
restando apenas a opção do sursis simples.
↳ essa espécie de sursis é mais benigna do que qualquer pena restritiva
de direito ou até mesmo que a pena pecuniária.
3) “Sursis” Etário:
↳ concedido ao acusado que é maior de 70 anos.
⇘ Art. 77 -
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o
condenado seja maior de setenta anos de idade [...]
4) “Sursis” Humanitário:
↳ leva em conta razões de saúde, ou seja, graves problemas de saúde.
↳ razões de saúde podem justificar a concessão do sursis
independentemente da idade, não precisando ser maior de 70 anos.
⇘ Art. 77 -
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que [...]razões
de saúde justifiquem a suspensão.
● Condições:
↳ As condições podem ser:
a) legais: determinadas pela lei.
↳ estão presentes nos parágrafos no art. 78: §1º se refere às condições do
sursis simples e §2º se refere às condições do sursis especial.
➔ sursis simples:
● obrigação de, durante 1 ano, prestar serviços à
comunidade ou se submeter à limitação de fim de semana.
➔ sursis especial:
● proibição de frequentar certos lugares.
● proibição de se ausentar da comarca sem a autorização
do juiz.
● comparecer todo mês pessoalmente e obrigatoriamente
perante o juiz para lhe informar sobre as suas atividades.
b) judiciais: condições que o texto legal deixa a critério do juiz.
↳ devem ser adequadas aos fatos e ao condenado.
↳ O cumprimento das condições deve ser fiscalizado pelo serviço penitenciário,
patronatos, conselho da comunidade ou instituições beneficiadas.
↳ Apesar da concessão do benefício, o acusado pode se recusar e cumprir a
sua pena normalmente, o que não impede que o direito de recorrer, dentro do
prazo legal.
● Período de prova:
↳ Prazo em que a execução da pena fica suspensa, mediante o cumprimento
das condições que foram estabelecidas.
↳ O período de prova deve ser fixado levando em conta a natureza do crime, a
personalidade do agente e a intensidade da pena.
↳ O sursis só começa após a decisão condenatória transitar em julgado.
➔ prorrogação do período de prova:
⇘ Art. 81 -
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou
contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o
julgamento definitivo.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de
decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o
fixado.
a) facultativa:
↳ é uma alternativa à revogação facultativa.
↳ só pode ser aplicada caso o período de prova não esteja em seu
limite máximo.
↳ ao ser prorrogado, todas as condições que foram impostas
continuam, salvo as específicas do primeiro ano (prestação de
serviços e limitação de fim de semana).
b) automática e obrigatória:
↳ caso o beneficiário esteja sendo processado durante o período
do sursis o período de prova é prorrogado de forma automática.
↳ não depende de despacho judicial, pois decorre da lei.
↳ se prolonga até o julgamento definitivo do novo processo e as
condições impostas não subsistem.
↳ pouco importa se é por contravenção penal ou crime (doloso ou
culposo).
↳ se houver condenação, o sursis é revogado e o indivíduo terá
que cumprir as duas condenações.
● Revogação:
↳ As causas que podem gerar a revogação do sursis são expressas:
1) Obrigatória:
↳ juiz é obrigado a revogar o benefício.
a) condenação irrecorrível, por crime doloso:
↳ não importa o período da prática do crime doloso e sim o
perído do julgamento.
↳ dessa forma, se o réu estiver sendo processado por crime
doloso durante o sursis, o benefício é revogado.
⇘ Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
beneficiário:
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;
b) frustação da execução da pena de multa, mesmo sendo solvente:
⇘ Art. 81 -
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa [...]
c) não-reparação do dano, de forma injustificada:
⇘ Art. 81 -
II - [...] não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;
d) descumprir uma das condições do sursissimples:
↳ prestação de serviços à comunidade ou a limitação de fim de
semana.
⇘ Art. 81 -
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
e) não comparecer à audiência admonitória:
⇘ Art. 161. - LEP - Se, intimado pessoalmente ou por edital com
prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente
à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será
executada imediatamente a pena.
2) Facultativa:
↳ juiz não é obrigado a revogar o benefício.
↳ pode advertir de novo o condenado, aumentar o período de prova até
o máximo ou exacerbar as condições que foram impostas.
↳ as circunstâncias irão determinar qual a medida mais prudente.
Art. 81 -
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre
qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado,
por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade
ou restritiva de direitos.
a) descumprimento de outras condições do sursis:
↳ descumprimento das condições legais do sursis especial (art. 78,
§2º) ou de outras condições que foram impostas pelo juiz.
b) condenação irrecorrível, por crime culposo ou contravenção
penal, à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos:
↳ essa hipótese afasta a condenação à pena de multa.
c) prática de nova infração penal:
↳ é um tópico de grande lacuna e grande discussão
jurisprudencial e doutrinária.
● Extinção da pena:
↳ Se não existirem causas de revogação durante o período probatório, a pena
privativa de liberdade estará extinta.
↳ O juiz deve declará-la e caso não o faça, a pena estará extinta da mesma
forma.
↳ O que extingue a pena não é o despacho judicial e sim o decurso do prazo
sem revogação.
⇘ Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade.

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