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Prescrição ● Conceito: ↳ É uma das causas da extinção da punibilidade previstas no art. 107 do Código Penal. ↳ Assim que um crime ocorre, nasce para o Estado a pretensão punitiva que é direito do Estado de punir o agente do ato delituoso. ↳ Porém, esse direito não pode durar para sempre. ↳ Por isso, o Estado estabeleceu critérios que limitam o exercício desse direito, levando em conta: a) a gravidade do delito. b) a sanção correspondente. ↳ Com isso, fixa-se um lapso temporal dentro do qual estará legitimado a aplicar a sanção penal adequada. ↳ Caso esse prazo escoe, o direito de punição estará prescrito. ↳ Prescrição: perda do direito de punir do Estado, pelo decursos de tempo, em razão do seu não exercício, dentro do prazo previamente fixado. ↳ Contudo, existem alguns crimes que são imprescritíveis: a) racismo. b) ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. ↳ A prescrição é de ordem pública, por isso deve ser decretada de ofício a requerimento do MP ou do interessado. ● Espécies: 1) Prescrição Punitiva: ↳ Só pode acontecer antes do trânsito em julgado da sentença. ↳ A consequência é a eliminação de todos os efeitos do crime, como se ele nunca tivesse ocorrido. ➔ início do prazo: ⇘ Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. V - nos crimes contra a dignidade sexual ou que envolvam violência contra a criança e o adolescente, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. ➔ causas suspensivas: ⇘ Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; e IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. ➔ causas interruptivas: ⇘ Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. a) Punitiva Abstrata: ↳ Possui essa denominação porque a pena ainda não foi concretizada pelo juiz. ↳ Por isso, se baseia no prazo máximo de prescrição da pena privativa de liberdade abstrata. ⇘ Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. b) Punitiva Retroativa: ↳ Súmula 146 do STF: ‘‘A prescrição da ação penal regula-se pela pena concretizada, quando não há recurso da acusação.” ↳ Com isso, pode-se perceber que essa espécie de prescrição se baseia na pena aplicada, de forma concreta na sentença condenatória. ↳ É uma exceção à contagem de prazos. ↳ Pode ser considerada entre a consumação do crime e o recebimento da denúncia ou entre o recebimento da denúncia e a sentença. ↳ Volta-se para períodos anteriores à sentença. c) Punitiva Intercorrente ou Subsequente: ↳ Assim como a anterior, essa prescrição também leva em consideração a pena aplicada, de forma concreta na sentença condenatória. ↳ Volta-se para períodos posteriores à sentença condenatória recorrível. ↳ Seu prazo começa a correr a partir da sentença condenatória, até o trânsito em julgado para acusação e defesa. ➔ pressupostos: a) não acontecimento dos outros dois tipos de prescrição. b) sentença condenatória. c) trânsito em julgado para acusação ou improvimento de seu recurso. 2) Prescrição Executória: ↳ Só pode ocorrer depois do trânsito em julgado da sentença condenatória. ↳ A omissão do Estado em punir o agente, deixando o tempo escoar, fa com que ele perca o direito executar a sanção que foi imposta na condenação. ↳ Essa prescrição tem como efeito a extinção da pena, tendo os efeitos da condenação permanentes. ➔ pressupostos: a) não acontecimento dos outros três tipos de prescrição. b) sentença condenatória irrecorrível. c) não satisfação da pretensão executória estatal. ⇘ Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. ⇘ Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. ● Linha do Processo Penal Simplificada:
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