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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/346008599 Guia prático para estudos de macroinvertebrados aquáticos da região de Guarapuava-PR Book · November 2020 CITATIONS 2 READS 1,712 3 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Dissertação de mestrado View project Anderson Moser Universidade Federal do Paraná 25 PUBLICATIONS 15 CITATIONS SEE PROFILE Adriana Massaê Kataoka Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) 35 PUBLICATIONS 18 CITATIONS SEE PROFILE Ana Lucia Suriani Affonso Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO) 24 PUBLICATIONS 11 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Anderson Moser on 18 November 2020. 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Mestrando em Educação para a Ciência e a Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Ana Lucia Suriani Affonso Professora Adjunta do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO). Docente do Programa de Pós Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática da UNICENTRO. Formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestre em Ecologia e Recursos Naturais e Doutora em Ciências pela mesma Instituição. Possui Especialização em Educação Ambiental pela Universidade de São Paulo (USP) e em Gestão Ambiental na Agroindústria pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Adriana Massaê Kataoka Possui graduação em Licenciatura Em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos (1992), mestrado em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (1997) e doutorado em Ciências pela Universidade Federal de São Carlos (2006). Atualmente é professora associada da Universidade Estadual do Centro-Oeste. Docente do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Estadual do Centro Oeste. Cursando pós-doutorado em Educação para a Ciência e a Matemática na Universidade Estadual de Maringá. Atua no ensino, pesquisa e extensão no campo da Educação Ambiental. Líder do grupo de pesquisa Núcleo de Educação Ambiental (NEA). CARO LEITOR REALIZAÇÃO LABORATÓRIO DE ECOLOGIA DE BENTOS – UNICENTRO COLETA DOS ORGANISMOS Aline Rukhaber, Bruno Lima, Danielly de Castro Schupchek, Dieli de Paula Slompo, Fabiana de Fátima Stürmer, Gabriela Cebulski, Juliana Mara Antonio, Sharonn Martins Gonçalves Hartmann, Thaysa Cristina Max. APOIO NAS FOTOGRAFIAS DOS ORGANISMOS Laboratório de Genética e Evolução - UNICENTRO AUTORES Anderson de Souza Moser Ana Lucia Suriani Affonso (orientadora) Norbert Heinz (Edição e diagramação) ISBN: 978-85-900061-2-1 Guarapuava – PR 2018 Adriana Massaê Kataoka (co-orientadora) Em 2017, ao concluirmos uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICEN- TRO), cujo objetivo era a criação de uma coleção biológica dos macroinvertebrados da região de Guarapuava-PR, observamos que tínhamos em mãos um importante instrumento de apoio ao conhecimento científico dos ambientes aquáticos da região centro sul do Paraná. Nesse sentido, enquanto educadores e pesquisadores constatamos a necessidade de transformar este material num e-book, democratizando o conhecimento construído. O e-book intitulado“Guia prático para estudos de macroinvertebrados aquáticos da região de Guarapuava-PR” se justifica pela inexistência de informações sobre os macroinvertebrados aquáticos dessa região e por esta coleção biológica servir como uma ferramenta didática inovadora e acessível para professores e alunos da educação básica e do ensino superior na abordagem das problemáticas dos recursos hídricos. Ele também contempla por meio de uma coleção biológica as principais informações dos macroinvertebrados aquáticos da região e como esta temática pode ser abordada em ações de pesquisa, ensino e Educação Ambiental com professores e alunos dos diferentes níveis e modalidades de ensino. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO………………………………………..……….…………………….. 08 A Região de Guarapuava, Paraná, Brasil………………….……………………… 09 Área da Coleta…...………………………………………..……………………… 10 Biomonitoramento........................................................................................................... 10 Macroinvertebrados aquáticos como bioindicadores................................................. 11 Coleta………………………………………………………..…………………... Triagem, conservação e identificação..………...………………………………... 12 12 2. COLEÇÃO BIOLÓGICA…........................................................................................ 13 Definição................................................................................................................ 14 Metodologia............................................................................................................ 14 Manual de utilização.............................................................................................. 15 3. OS MACROINVERTEBRADOS…............................................................................ 17 3.1 Filo Annelida……………………………….………………….……….……….. 18 Classe Hirudinida ……………..………………………………................ 18 Classe Oligochaeta………….....………………………………………… 19 3.2 Filo Arthropoda………………………………………………………………………………. 20 Ordem Acari……………………………………………………………. 20 Hydracarina……………………………………..…………….. 21 Ordem Amphipoda……………………………………….…………… 22 Família Hyallelidae……………….………………..… 22 Ordem Decapoda………………………………………......................... 23 Família Aeglidae……….…………………………….. 23 Ordem Isopoda…………………………………………………………. 24 Ordem Coleoptera……………………………………………………... 25 Família Curculionidae……………………………………….. 26 Família Dryopidae……………..………………..………. 26 Família Elasteridae............................................................ 27 Família Elmidae…………………………….………..….. 27 Família Gyrinidae……………………..……………..….. 28 Família Hydrophilidae…………………..…….................... 28 Família Lampyridae………………..………........................ 29 Família Lutrochidae………..………………........................ 29 Família Psephenidae……..…….……………...................... 30 Família Scirtidae…..…………...…………………………. 30 Ordem Collembola………….…………........................................... 31 Ordem Diptera………………………………................................... 32 Família Ceratopogonidae………………………................. 32 Família Chaoboridae……………….………...................... 33 Família Chironomidae…………..……………................... 33 Família Culicidae………………………............................. 34 Família Empididae……………………….......................... 34 Família Psychodidae………………………………............ 35 Família Simuliidae………………………………............... 35 Família Tabanidae………………………………............... 36 Família Tipulidae………………………………………… 36 Ordem Ephemeroptera……………………………............................ 37 Família Baetidae……………………………….................. 38 Família Caenidae………………………………................. 38 Família Leptophlebiidae………………………………..... 39 Família Oligoneuriidae……………………….................. 39 Ordem Hemiptera……………………............................................... 40 Família Corixidae………………………............................ 40 Família Gerridae……………………….............................. 41 Família Mesoveliidae………………………..................... 42 Família Naucoridae………………………......................... 42 Família Pleidae……………………................................... 43 Ordem Lepidoptera……………………............................................ 43 Família Alucitidae………………………........................... 44 Família Pyralidae………………………............................ 44 Ordem Neuroptera………………………………............................... 45 Família Ascalaphidae………………………………........... 45 Ordem Odonata……………………………….................................. 46 Família Aeshnidae…………………………...................... 47 Família Calopterygidae………………………................... 47 Família Coenagrionidae……………………….................. 48 Família Corduliidae………………………......................... 49 Família Gomphidae………………………........................ 49 Família Libellulidae…………………………...................... 50 Família Megapodagrionidae……..………………….......... 50 Ordem Plecoptera…………………….............................................. 51 Família Gripopterygidae………...………………................ 52 Família Perlidae……….…………….................................. 52 Ordem Trichoptera……..……………….......................................... 53 Família Hydropsychidae...………..……………................. 54 Família Leptoceridae…….…………………....................... 54 Família Polycentropodidae………………………............ 55 3.4 Filo Cnidaria……………………………............................................................... 55 Classe Hydrozoa ……………………………............................................ 56 3.5 Filo Mollusca…………………………….............................................................. 56 Classe Bivalvia……………………………............................................... 56 Classe Gastropoda…………………………….......................................... 58 3.6 Filo Nematoda……………………………............................................................ 59 3.7 Filo Platyhelminthes…………………………….................................................... 60 Classe Turbellaria……………………………........................................... 60 4. MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS: UMA ABORDAGEM NO ENSINO........ 61 Aula prática.................................................................................................. 62 Chave de identificação simplificada............................................................ 63 Análise dos resultados............................................................................... 64 5. REFERÊNCIAS………………………………..................................................................... 65 INTRODUÇÃO A REGIÃO DE GUARAPUAVA (PARANÁ, BRASIL) Etimologia Do tupi-guarani, guará = lobo + puava = bravo Localização Guarapuava está localizada na Região Centro-Sul do Estado do Paraná, situada no Terceiro Planalto Paranaense (MAACK, 1968). Dados gerais O município possui uma população estimada em 179.256 habitantes, sendo constituído por 6 distritos: Guarapuava, Atalaia, Entre Rios, Guairacá, Guará e Palmeirinha (IBGE, 2016). Relevo O Terceiro Planalto Paranaense, também conhecido como Planalto de Guarapuava, possui solos profundos e é constituído de rochas ígneas eruptivas, em princípio basaltos, cuja alteração foi formadora dos latossolos vermelho escuro, roxos e brunos (coloração avermelhada), terra roxa estruturada e os podzols (solo característico de regiões frias e úmidas) vermelhos e amarelos (MEDEIROS, 2006). Clima O clima da região é classificado como subtropical mesotérmico – úmido sem estação seca, com verões frescos e inverno moderado (THOMAZ; VESTENA, 2003). Pluviosidade e Temperatura A pluviosidade mostra-se bem distribuída ao longo do ano, com precipitações médias anuais em torno de 1961 mm. A temperatura média anual varia entre 16º C e 17,5º C (THOMAZ; VESTENA, 2003). Biomas Os biomas presentes na região são: a Floresta Ombrófila Mista, a Floresta Estacional Semidecidual e os Campos Naturais, favorecendo a diversificação de espécies tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos (IPARDES, 2004). 09 ÁREA DA COLETA Essa coleção compreende os corpos d´água do município de Guarapuava, Paraná, Brasil. Osambientes lóticos e lênticos aqui selecionados foram: Lagoa El Dourado, Lagoa da entrada do CEDETEG, Lagoa do Parque do Lago, Rio Campo Novo, Rio Corvinho, Rio Coutinho, Rio das Pedras, Lagoa da Chácara Torre, Rio Jordão, Rio Xarquinho, Rio Carro Quebrado. Além desses, também foi incluído nessa coleção um ecossistema distinto, formado por fitotelmas de bromélias do Parque Municipal das Araucárias (Figura 1). Figura 1. Localização dos diferentes ambientes aquáticos amostrados em Guarapuava e região. BIOMONITORAMENTO Biomonitoramento pode ser definido como o uso sistemático das respostas de organismos biológicos (bioindicadores) para analisar o impacto ambiental ocasionado pela ação antrópica (SOUZA; FONTANETTI, 2007). Fatores como baixo custo e caráter rápido de análise, tem intensificado a utilização do biomonitoramento na avaliação da qualidade ambiental dos corpos d´água (VIEIRA; FERREIRA; ALBUQUERQUE, 1998). 10 MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS COMO BIOINDICADORES As atividades antrópicas associadas ao crescimento acelerado e não planejado da população mundial têm modificado e contaminado os ambientes naturais, entre eles os ecossistemas aquáticos (BACCI; PATACA, 2008). Queiroz, Silva e Strixino (2008) relatam sobre as preocupações ocasionadas pela contaminação de fontes de abastecimento e pela redução da biodiversidade desses locais. Dessa forma, há a necessidade de se conhecer e proteger a biota aquática e suas interações com o meio, desenvolvendo critérios biológicos que possam avaliar o efeito e o impacto das intervenções humanas nesses ambientes (AMORIM; CASTILLO, 2010). Segundo Silva, Queiroz e Strixino (2008) um bom biondicador pode ser caracterizado por um indivíduo, população, guilda ou comunidade, que apresente alterações na presença ou ausência, fisiologia, morfologia, abundância ou comportamento, indicando que as variáveis químicas e físicas estão fora da normalidade do ecossistema. Pinto et al. (2010) descrevem que os macroinvertebrados são considerados bons bioindicadores da qualidade da água, pois apresentam tamanho relativamente grande dos organismos, abundância e diversidade taxonômica, tolerância a diversos graus de poluição e maior exposição as alterações ambientais. Além disso, a comunidade de macroinvertebrados aquáticos é composta por vários filos, como Arthropoda (insetos, ácaros, crustáceos), Mollusca (gastrópodes e bivalves), Annelida (oligoquetos), Nematoda e Platyhelminthes, que podem habitar riachos, rios, lagos e represas (SILVEIRA; QUEIROZ; BOEIRA, 2004). Tais organismos apresentam tamanho superior a 0,5 mm, e dentre eles, os insetos são registrados em maior quantidade (PÉREZ, 1996). De acordo com Callisto, Moretti e Goulart (2001) esses macroinvertebrados diferem entre si em relação à poluição orgânica. Existem organismos típicos de ambientes limpos e de boa qualidade de águas, como larvas de Tricoptera e ninfas de Plecoptera (Insecta), organismos tolerantes, como alguns Heteroptera e Odonata (Insecta) e organismos geralmente encontrados em locais com alto grau de poluição, considerados resistentes, como os representantes dos Chironomidae (Insecta) e Oligochaeta (Annelida). 11 COLETA Os macroinvertebrados utilizados nessa pesquisa foram amostrados nos diferentes ambientes lóticos e lênticos de Guarapuava e região (Figura 1), utilizando-se a draga de tipo Petersen modificada com área de 0,02 m2 (Figura 2), Surber com área 900 cm2 (Figura 3), substratos naturais e artificiais (Figura 4, 5 e 6) ou lavagem das bromélias (Figura 7). TRIAGEM, CONSERVAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO Figura 2. Draga de tipo Petersen modificada com área de 0,02 m2 . Figura 3. Surber com área 900 cm2 . Figura 4. Substratos naturais e artificiais. Figura 5. Substrato artificial. Figura 6. Substratos artificiais e naturais. Figura 7. Lavagem da Bromélia. Figura 8. Peneira para lavagem das amostras. Figura 9. Frascos para armazenamentos dos organismos. Figura 10. Bandeja transiluminada. Esses organismos foram retirados dos amostradores e acondicionados em sacos plásticos com formol. No laboratório as amostras foram lavadas em peneira com 250 µm de abertura de malha (Figura 8) e armazenadas em frascos plásticos devidamente identificados por número de ponto e coleta (Figura 9). Em seguida, os organismos foram triados com auxílio de bandeja transiluminada (Figura 10) e preservados com álcool a 70% em frascos de vidro padronizados. Os organismos foram identificados com o auxílio de chave de identificação elaborada por Mugnai, Nessimian e Baptista (2010). 12 COLEÇÃO BIOLÓGICA DEFINIÇÃO METODOLOGIA As Coleções biológicas podem ser entendidas como bancos de espécimes ou exemplares preservados, associados as informações biológicas e geográficas de cada indivíduo ou comunidade (MCT, 2006). Segundo Magalhães, Santos e Salem (2001) as coleções desempenham um importante papel, visto que acumulam resultados de anos de pesquisa sobre a biodiversidade de uma região específica. Essas coleções também podem gerar informações imprescindíveis para o estabelecimento de áreas com biota pouco conhecida, de áreas prioritárias para pesquisa e conservação, e de grupos taxonômicos pouco estudados, além contribuir para o entendimento das mudanças da biodiversidade ocasionadas pela intervenção antrópica sobre o ambiente (MARINONI; PEIXOTO, 2010). Os exemplares utilizados na Coleção Biológica de Macroinvertebrados Aquáticos da Região de Guarapuava, Paraná, Brasil, pertencem ao laboratório de Ecologia de Bentos da Universidade Estadual do Centro-Oeste e foram coletados em projetos de pesquisa (Iniciação Científica e Trabalhos de Conclusão de Curso), nos últimos 6 anos. A Coleção Biológica é constituída por 13.378 indivíduos, distribuídos em 6 filos, 14 Ordens, 6 Classes e 45 famílias. Segundo França e Callisto (2007), as amostras seguem dois critérios de organização: (1) morfológico, que possibilite a identificação e (2) aos dados referentes a todas as informações de coleta, como data, local, método, etc. Ao obedecer estes dois critérios, a metodologia utilizada na produção dessa coleção foi: (1) Identificação dos macroinvertebrados até o menor nível taxonômico possível; (2) Preservação dos organismos com álcool 70%; (3) Organização dos organismos por meio de etiquetas até o menor nível taxonômico (Figura 11), bem como o amostrador utilizado ( Figura 12) e ao local e ano da coleta (Figura 13); (4) Organização dos organismos em recipientes enumerados e etiquetados até Ordem ou Classe (Figura 14); (5) Armazenamento em caixas para o seu deslocamento para as escolas (Figura 15); (6) Registro em um roteiro didático para utilização da coleção biológica. 14 Ø Os espécimes da Coleção Biológica foram preservados em frascos de vidro etiquetados até o menor nível taxonômico (Figura 11), além de possuir uma letra indicando o amostrador utilizado durante a coleta (Figura 12) e um número referente ao local e ao ano de coleta (Figura 13). LOCAIS DATA 1 Rio Xarquinho 2011 2 Rio Carro Quebrado 2011 3 Lagoa do Parque do Lago 2013/2014 4 Rio Coutinho 2013/2014 5 Rio Jordão 2014 6 Rio Campo Novo 2014 7 Rio Corvinho - Palmeirinha 2014 8 Lagoa El Dourado - Faxinal dos Fiuza 2014/2015 9 Lagoa da chácara Torre - Palmeirinha 2014/2015 10 Rio das Pedras 2015/2016 11 Bromélias do Parque Municipal das Araucárias 2015/2016 12 Lagoa entrada CEDETEG UNICENTRO 2016 Figura 11. Frasco de vidro etiquetado com dados do organismo. Figura 13. Relação dos números com locais e ano de coleta dos organismos etiquetados. AMOSTRADOR D Draga de tipo Petersen modificada com área de 0,02 m2 S Surber com área 900 cm2 B Lavagem das Bromélias AR Substrato artificial NAT /AR Substrato natural e artificial Figura 12. Relação de letras indicando o amostrador utilizado na coleta. MANUAL DE UTILIZAÇÃO Nome do táxon 15 Figura 14. Etiquetas de identificação dos recipientes que armazenam os frascos de vidro contendo os organismos da Coleção Biológica.Ø Os espécimes da Coleção Biológica encontram-se em recipientes devidamente etiquetados com nome da Ordem ou Classe, seguido do nome de suas respectivas famílias (Figura 14). Ø A Coleção Biológica de Macroinvertebrados está armazenada em um recipiente de plástico (Figura 15) localizado no Laboratório de Ecologia de Bentos da UNICENTRO. Figura 15. Recipiente para o armazenamento e transporte da Coleção Biológica. 16 OS MACROINVERTEBRADOS FILO ANNELIDA Etimologia Do latim annelus que significa anel. O filo Annelida é constituído por aproximadamente 16.500 espécies e seus representantes mais conhecidos são as minhocas. Vivem no ambiente terrestre, marinho e na água doce (BRUSCA; BRUSCA, 2007). Apresentam o corpo dividido em segmentos ou anéis, o que caracteriza e dá nome ao grupo (THOMÉ; LEMA, 1973). No Brasil, existem três classes: Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinida (= Hirudinea). Todas presentes em corpos d´água doce (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Classe HIRUDINIDA (=HIRUDINEA) Etimologia Do latim hirudinis que significa sanguessuga. Descrição São conhecidas popularmente como sanguessugas. Apresentam uma ventosa em cada extremidade do corpo, sendo que uma delas é a boca (BIS; KOSMALA, 2008). Existem aproximadamente 500 espécies e a maioria vive na água doce (GOVEDICH, 2003). Secretam pela boca um anticoagulante chamado de hirudina, o qual evita a coagulação do sangue de suas presas tornando-o mais fácil de ser sugado (BIS; KOSMALA, 2008). Habitat São encontradas em ambientes lóticos e lênticos, geralmente associadas a rochas e detritos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Alimentam-se por meio da predação de pequenos invertebrados e do sangue de peixes, tartarugas, aves, mamíferos e outros vertebrados (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São consideradas tolerantes ao estresse ambiental, tanto em relação a níveis baixos de oxigenação presente na água quanto a poluentes químicos (BIS; KOSMALA, 2008). 18 Figura 16. Hirudinea Número de indivíduos: 275 Recipiente: 012 Classe OLIGOCHAETA Etimologia Do grego olígos = pouco + chaíte = cerda, significa poucas cerdas. Descrição São conhecidas aproximadamente 3.000 espécies e a maioria ocorre no ambiente terrestre. No Brasil existem cerca de 70 espécies distribuídas em sete famílias (RICHI, 1999). Os representantes dessa Classe são conhecidos popularmente como minhocas aquáticas. Possuem o corpo cilíndrico, segmentado e com presença de poucas cerdas (ALBERTONI; PALMA-SILVA, 2010). A reprodução em algumas famílias acontece por meio da fragmentação (BIS; KOSMALA, 2008). Habitat Vivem em ambientes aquáticos lóticos e lênticos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Participam na reciclagem de nutrientes pela ingestão de sedimentos e algumas espécies alimentam-se de algas bênticas e de outros microrganismos presentes no ambiente aquático (ALBERTONI; PALMA-SILVA, 2010). Tolerância a poluição São considerados muito tolerantes a poluição, pois sobrevivem a níveis baixos de oxigênio dissolvido na água (BIS; KOSMALA, 2008). 19 Figura 17. Oligochaeta Número de indivíduos: 2.528 Recipiente: 026 FILO ARTHROPODA Etimologia Do grego árthron = articulação + podós = pé, significa pés articulados. O filo Athropoda compreende aproximadamente 85% de todas as espécies de animais conhecidos no mundo (PECHENICK, 2016) e constitui o grupo mais diverso dentre os macroinvertebrados aquáticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os representantes deste filo apresentam caracteres que os diferenciam dos demais animais, como: simetria bilateral, pernas articuladas, segmentação e corpo dividido em tagmas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Além disso, Pechenick (2016) acrescenta que os artrópodes apresentam um esqueleto externo (exoesqueleto), formado por quitina e secretado pelas células da epiderme, que confere rigidez e proteção a todos os seus representantes. Mugnai, Nessimian e Baptista (2010) explicam que os artrópodes crescem por meio da perda do exoesqueleto, que com o passar do tempo vai sendo substituído por um novo. Esse processo é conhecido como muda ou ecdise e possibilita que o ciclo de vida destes animais aconteça em diferentes estágio. Ordem ACARI Etimologia Do grego ákari = ácaro 20 Descrição Os ácaros são de tamanho pequeno, no geral poucos ultrapassam 1mm de tamanho. Os indivíduos maiores são os carrapatos, que depois de alimentados podem chegar a 6 mm. Algumas espécies são parasitas de outros animais e atuam como transmissoras de doenças ao ser humano (PECHENIK, 2016). Habitat Ocorrem em todos os corpos d´água continentais e alguns nos oceanos, vivem também em nascentes quentes e troncos de árvores (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação Na fase larval são parasitas de outros artrópodes e moluscos. Quando adultos geralmente são predadores, porém algumas espécies são parasitas também na fase adulta (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Tolerância a poluição São considerados sensíveis a contaminação (GOLDSCHMIDT, 2016) HYDRACARINA Figura 18. Hydracarina Número de indivíduos: 38 Recipiente: 001 Os Hydracarina compreendem cerca de 5.000 espécies e são encontrados em todos os ambientes aquáticos continentais, podendo viver também em troncos de árvores e no oceano (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). 21 Ordem AMPHIPODA Etimologia Do grego amphi = ao redor, duplo + podós = pé, plural: podá, significa pés ao redor. Descrição A ordem Amphipoda é constituída por invertebrados com corpo achatado lateralmente e antênulas birremes (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Apresentam sete pares de patas que auxiliam na locomoção e três pares de patas que auxiliam na natação (BIS; KOSMALA, 2008). Habitat Vivem em águas lênticas, debaixo de rochas e na vegetação próxima a corpos d´água. Algumas espécies vivem no mar (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Alimentam-se de outros animais e de restos de vegetais ou animais mortos (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados sensíveis a poluição química da água, devido ao comprometimento de suas brânquias, essenciais para a respiração desses organismos (BIS; KOSMALA, 2008) . Família HYALELLIDAE Figura 19. Hyalellidae Número de indivíduos: 114 Recipiente: 002 Os representantes desta família vivem aderidos a vegetação próxima ou no fundo de corpos d´água. Alimentam-se de algas, bactérias e macrófitas aquáticas (HARGRAVE, 1970). 22 Ordem DECAPODA Etimologia Do grego déka = dez + podós = pé, significa possuidor de dez pés. Descrição Os Decápodes são conhecidos como caranguejos e camarões. São encontrados no ambiente marinho e de água doce (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Existem poucos estudos sobre os decápodes dulciaquícolas, porém sabe-se que apresentam importante papel ecológico nas cadeias tróficas dos ecossistemas aquáticos (MAGALHÃES, 1999). Habitat Vivem em diferentes ambientes aquáticos lóticos e lênticos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Alimentam-se de plantas, peixes e em determinadas situações, podem ser canibais (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São sensíveis a poluição química da água, devido ao comprometimento de suas brânquias essenciais para a respiração (BIS; KOSMALA, 2008). Figura 21. Aeglidae Número de indivíduos: 11 Recipiente: 005 Família AEGLIDAE 23 Ordem ISOPODA Etimologia Do grego isos = iguais + podós = pé, significa pés iguais. Descrição A ordem Isopoda é constituída por aproximadamente 10.000 espécies (PECHENICK, 2016) e cerca de 20 são atribuídas no Brasil (LEMOS DE CASTRO; LOYOLA; SILVA, 1985). Habitat Vivem em ambientes aquáticos lóticos e lênticos de água doce (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Alimentam-se pela ingestão de animais e vegetais em decomposição (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição Não toleram a poluição química da água (BIS; KOSMALA, 2008). Entre os crustáceos, a família Aeglidae é a única com representantes em corpos d´água continentais (SAVARIS et al., 2012). Figura 22. Isopoda Número de indivíduos:1 Recipiente: 002 24 Ordem COLEOPTERA Etimologia De origem grega, koleós = bainha + pterón = asa - plural: pterá, significa insetos com quatro asas Descrição Os representantes da ordem Coleoptera são conhecidos popularmente como besouros, constituem a maior ordem de insetos com aproximadamente 350.000 espécies descritas, que vivem em ambientes semiaquáticos e aquáticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). São facilmente identificados por suas asas anteriores enrijecidas, as quais formam os élitros que quando em repouso recobrem e protegem as asas membranosas (LIMA, 1953). As larvas aquáticas geralmente apresentam cabeça bem desenvolvida e um corpo segmentado. Respiram por meio de brânquias ou orifícios sem a necessidade de ir até a superfície para respirar (BIS; KOSMALA, 2008). Em muitas espécies nadadoras, os adultos possuem pernas com formato de remo (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010) e contam com uma cavidade embaixo das asas para reserva de ar, a qual permite que permaneçam longos períodos embaixo d´água (BIS; KOSMALA, 2008). Habitat Tanto as larvas quanto os adultos podem ser encontrados em ambientes aquáticos lóticos e lênticos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Possuem uma alimentação bastante diversa, variando de predadores de outros insetos, fitófagos e até detritívoros de matéria vegetal e animal (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição, porém algumas espécies não toleram níveis baixos de oxigênio (BIS; KOSMALA, 2008). 25 Família CURCULIONIDAE São conhecidos como besouros da madeira, pois estão geralmente associados a plantas lenhosas e podem ser identificados pela longa tribuna ou focinho, a qual utilizam para perfurar as plantas. As larvas dos curculionídeos apresentam corpo com coloração creme e se alimentam dentro do tecido vegetal. São considerados pragas florestais e agrícolas (SCHNEIDER, 1999). Figura 23.Curculionidae Número de indivíduos: 3 Recipiente: 003 Família DRYOPHIDAE Figura 24. Dryophidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 003 São conhecidas aproximadamente 200 espécies desta família, sendo que somente 30 são encontradas no Brasil. As larvas apresentam diferentes morfologias, desde ovaladas, cilíndricas e achatadas. Tanto as larvas quantos os adultos vivem em águas lênticas ou lóticas e alimentam-se de material vegetal (LIMA, 1953). 26 Família ELASTERIDAE Figura 26. Elasteridae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 003 Essa família é constituída por aproximadamente 4.000 espécies, sendo a nona mais diversa da ordem (COSTA; LAWRENCE; ROSA, 2010). Os Elasteridae possuem corpo achatado e antenas serradas e são facilmente reconhecidos pela capacidade de saltar fazendo ruído característico, além de que algumas espécies são bioluminescentes. As larvas podem ser saprófitas, fitófagas ou predadoras. Os adultos são classificados como fitófagos (LIMA, 1953). Família ELMIDAE Figura 27. Elmidae Número de indivíduos: 243 Recipiente: 003 27 Os Elmidae são encontrados no mundo todo e são a quarta família com maior número de espécies descritas, aproximadamente 1.330 espécies, distribuídos em 146 gêneros. A maioria das espécies é aquática e os adultos vivem geralmente próximo as margens dos rios (SEGURA; VALENTE-NETO; FONSECA-GESSNER, 2012). Família GYRINIDAE Figura 28. Gyrinidae Número de indivíduos: 3 Recipiente: 003 São encontrados mais facilmente em ambientes lênticos. Em rios com correnteza acumulam-se geralmente em locais sombreados. Locomovem-se na superfície fazendo ziguezague na água. Assim como os Dysticidae, possuem glândulas que expelem substância leitosa e com forte odor quando se sentem ameaçados (LIMA, 1953). Família HYDROPHILIDAE Figura 29. Hydrophilidae Número de indivíduos: 5 Recipiente: 003 28 Família LAMPYRIDAE Figura 30. Lampyridae Número de indivíduos: 4 Recipiente: 003 Os representantes dessa família são quase todos aquáticos ou semiaquáticos. Possuem antenas curtas. Não são considerados bons nadadores, pois deslocam-se até a superfície realizando movimentos alternados entre as pernas como se tivessem em uma corrida na água. Quando atingem a superfície armazenam o máximo possível de ar e mergulham novamente (LIMA, 1953). São conhecidas cerca de 1.800 espécies no mundo, sendo que no Brasil é possível encontrá-los com abundância. Conhecidos pelo nome popular de vagalumes, apresentam como principal característica uma luminosidade branca esverdeada da qual faz com que sejam facilmente percebidos. As larvas alimentam-se de outros animais, como gastrópodes e larvas de outros insetos (LIMA, 1953). Família LUTROCHIDAE Figura 31. Lutrochidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 00329 Os Lutrochidae são insetos aquáticos que vivem ambientes lóticos. São conhecidos como besouros do travertino, devido as larvas cavarem o travertino (rocha calcária) da qual consomem matéria orgânica. Além disso, as larvas são cilíndricas e possuem um corpo curto (SHEPARD, 2011) Família PSEPHENIDAE Figura 32. Psephenidae Número de indivíduos: 28 Recipiente: 003 As larvas são bastante características, apresentando um formato arredondado e achatado (LIMA, 1953). São encontradas preferencialmente em ambientes lóticos, não poluídos e ficam geralmente aderidas as rochas. Os adultos podem ser encontrados sobre as rochas ou na vegetação próxima aos corpos d´água em que vivem (FERNANDEZ; FONSECA; SPANGLER, 2001). Família SCIRTIDAE Figura 33. Scirtidae Número de indivíduos: 127 Recipiente: 003 30 A família Scirtidae era antes conhecida como Helodidae. Seus representantes são pequenos besouros, com tamanho inferior a 4 mm (LAWRENCE, 2001). São conhecidas aproximadamente 1.400 espécies agrupadas em 50 gêneros. Desenvolvem-se em ambientes aquáticos de água doce lênticos e lóticos. As larvas alimentam-se de material vegetal em decomposição. Os adultos possuem curto período de vida e alimentam-se principalmente de flores (TREE OF LIFE WEB PROJECT, 2011). Ordem COLLEMBOLA Etimologia De origem grega, kolla = goma + embole = inserção, significa goma com inserção Descrição Os representantes dessa ordem são pequenos hexápodes, sendo que no Brasil são registrados apenas cinco espécies semiaquáticas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os colembolas são caracterizados pela rápida multiplicação e desenvolvimento, servindo de alimento para outros artrópodes (ANTONIOLLI et al., 2013). Habitat A maioria vive no ambiente terrestre, porém os organismos aquáticos vivem na superfície dos corpos d´água associados a plantas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação A maioria é detritívora, mas os hábitos alimentares variam entre herbívoros e carnívoros (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Tolerância a poluição São considerados resistentes a poluição de metais pesados e outros poluentes (PINHO et al., 2007). Figura 35. Collembola Número de indivíduos: 15 Recipiente: 004 31 Ordem DIPTERA Etimologia De origem grega, criada por Aristóteles, dí-pteros = com duas asas Descrição Os dípteros são conhecidos popularmente como moscas e mosquitos, e estão divididos em duas subordens: Nematocera e Brachycera. É considerado um grupo bastante diverso e compreende cerca de 151.000 espécies de insetos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). O seu desenvolvimento é do tipo holometabólo, isto é passam pelas fases de ovo, larva, pupa e adulto. Na forma adulta, possuem um par de asas funcionais e um par de asas vestigiais, modificados em um balancim (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os dípteros desempenham importante papel ecológico na reciclagem de nutrientes (BIS; KOSMALA, 2008) e estão distribuídos em todos os continentes. O ambiente aquático é o local do desenvolvimento larval desses organismos (PINHO, 2008). Habitat Ocupam diversos ambientes aquáticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010), como rios e troncos de árvores com água (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Alimentam-se de matéria em decomposição, algumas espécies são fitófagas epredadoras (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição, pois se alimentam de partículas orgânicas e suportam níveis baixos de oxigênio dissolvido (BIS; KOSMALA, 2008). Família CERATOPOGONIDAE Figura 36. Ceratopogonidae Número de indivíduos: 1.121 Recipiente: 006 32 Os representantes dessa família são insetos pequenos conhecidos popularmente por maruins (TRINDADE; GORAYEB, 2010). É constituída por cerca de 5.360 espécies agrupadas em 125 gêneros. Aproximadamente 1.400 espécies alimentam-se sugando o sangue de diversos animais, como aves e mamíferos (inclusive o ser humano), apresentando uma importância epidemiológica em todo o mundo (TRINDADE, 2004). Família CHAOBORIDAE Figura 37. Chaoboridae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 006 Chaoboridae é uma pequena família de Diptera com apenas 75 espécies descritas. Seus representantes são conhecidos como mosquitos fantasmas. São predadores de outras larvas de insetos aquáticos e participam no controle biológico de dípteros (PECHENIK, 2016). Família CHIRONOMIDAE Figura 38. Chironomidae Número de indivíduos: 7.761 Recipiente: 006 Cerca de 7.069 Chironomidae foram utilizados para preparação de lâminas. 33 A maioria dos Chironomidae são considerados muito tolerantes a poluição. Possuem hemoglobina, responsável pela coloração avermelhada das larvas, o que facilita a captura de oxigênio. Deste modo, não necessitam de muito oxigênio dissolvido no seu ambiente. Apresentam o formato de C e vivem geralmente nos primeiros 5 cm do sedimento. Muitas espécies constroem tubos de seda que servem como abrigo. São importantes na cadeia trófica do ambiente aquático servindo de alimento para outros insetos aquáticos e peixes (BIS; KOSMALA, 2008). Família CULICIDAE Figura 39. Culicidae Número de indivíduos: 42 Recipiente: 006 São descritas aproximadamente 3.000 espécies dessa família. Seus representantes adultos são conhecidos como pernilongos. São agentes vetores de várias doenças, como malária e febre amarela e as suas larvas são aquáticas (PECHENIK, 2016). Família EMPIDIDAE Figura 40. Empididae Número de indivíduos: 14 Recipiente: 007 34 Família constituída por aproximadamente 4.000 espécies. Os adultos vivem em diferentes habitats como folhas, tronco de árvores e leitos de rios. Algumas espécies alimentam-se de néctar, porém a maioria (tanto os adultos quanto as larvas) são predadores de outros artrópodes. Desse modo, participam do controle biológico de várias espécies causadoras de pragas agrícolas. Suas larvas são encontradas em ambientes úmidos e aquáticos (CUMMING, 2006). Família PSYCHODIDAE Figura 41. Psychodidae Número de indivíduos: 95 Recipiente: 006 Os Psychodidae são caracterizados por possuírem o corpo coberto por cerdas e alimentam-se de matéria orgânica em decomposição. Os adultos tendem a apresentar hábito noturno e vivem próximos aos córregos. Suas larvas possuem formato vermiforme e são alongadas (QUATE; VOCKEROTH, 1981). Família SIMULIIDAE Figura 42. Simuliidae Número de indivíduos: 87 Recipiente: 006 35 Os simulídeos são pequenos insetos aquáticos conhecidos popularmente por borrachudos (PECHENIK, 2016). Existem aproximadamente 2.177 espécies registradas em todo o mundo (STRIEDER, 2004). Os adultos são conhecidos pelo hábito hematófago com uma picada dolorosa e várias espécies apresentam importância sanitária (PECHENIK, 2016). Família TABANIDAE Figura 43. Tabanidae Número de indivíduos: 10 Recipiente: 007 Os representantes dessa família são conhecidos popularmente por mutuca e estão distribuídos em aproximadamente 3.000 espécies. As larvas são aquáticas e predadoras de outras larvas de insetos presentes nos corpos d´água em que habitam (PECHENIK, 2016). Família TIPULIDAE Figura 44. Tipulidae Número de indivíduos: 3 Recipiente: 006 Os Tipulidae são também conhecidos como pernilongos. Existem aproximadamente 13.000 espécies descritas (PECHENIK, 2016). 36 Ordem EPHEMEROPTERA Etimologia De origem grega, ephémeros = que dura um dia só + pterón = asa , significa insetos com asa que duram só um dia Descrição São conhecidas aproximadamente 2.000 espécies dessa ordem no mundo, sendo que no Brasil existem cerca de 170 espécies (HUBBARD; PESCADOR, 1999). As famílias Baetidae e Leptophlebiidae apresentam maior representatividade em relação as outras famílias da ordem (SALLES et al., 2004) Juntamente com Trichoptera e Plecoptera compreendem um dos principais grupos entre os invertebrados epibentônicos utilizados no monitoramento ambiental e na caracterização da qualidade da água (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os ephemerópteros apresentam um estágio entre a ninfa e o adulto chamado de submago ou subadulto (MARIANO; FROEHLICH, 2007). Na vida adulta não se alimentam, apenas se reproduzem e morrem entre um e dois dias (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). São importantes representantes da fauna dos rios tropicais com papel ecológico na cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, nos quais também servem de alimento para outros animais (MARIANO; FROEHLICH, 2007). Habitat Vivem em ambientes aquáticos lênticos e lóticos, com predominância em rios de cabeceira com fundo rochosos (MARIANO; FROEHLICH, 2007). Alimentação Alimentam-se de material vegetal e detritos (MARIANO; FROEHLICH, 2007). As ninfas exibem uma gama de hábitos alimentares, como filtradoras, coletoras, raspadoras até predadoras. Os adultos não se alimentam, devido as suas partes bucais serem atrofiadas e pelo curto tempo de vida (SALLES et al., 2004). Tolerância a poluição São considerados muito sensíveis a poluição, pois não toleram níveis baixos de oxigênio dissolvido na água (BIS; KOSMALA, 2008). 37 Família BAETIDAE Figura 45. Baetidae Número de indivíduos: 45 Recipiente: 008 A família Baetidae compreende mais de 60% dos gêneros da ordem. Aproximadamente 45 espécies são conhecidas no Brasil. As ninfas vivem em córregos, rios, lagos, lagoas, fitotelmas e colonizam diversos substratos como rochas e material vegetal (SALLES et al., 2004). Família CAENIDAE Figura 46. Caenidae Número de indivíduos: 53 Recipiente: 009 Os representantes dessa família estão entre os menores efêmeros. Podem ser encontrados em diversos ambientes aquáticos e são encontrados com frequência em locais com lama, vegetação e pouca correnteza. O gênero mais comum é Caenis, capaz de tolerar uma gama de variações ambientais (FLOWERS; DE LA ROSA, 2010). 38 Família LEPTOPLEBIIDAE Figura 48. Leptophlebiidae Número de indivíduos: 41 Recipiente: 009 A família Leptoplebiidae é uma das mais diversas da ordem, com cerca de 20 gêneros e 48 espécies registradas (SALLES et al., 2004). Família OLIGONEURIIDAE Figura 49. Oligoneuridae Número de indivíduos: 2 Recipiente: 009 As ninfas da família Oligoneuriidae vivem no fundo de corpos d´água lóticos de boa qualidade e entre as rochas. Utilizam seus cercos como redes para filtrar alimentos que chegam com a correnteza (FLOWERS; DE LA ROSA, 2010). 39 Ordem HEMIPTERA Etimologia De origem grega, héteros = diferente + pterón = asa , significa asa diferente Descrição A ordem Hemiptera é constituída por aproximadamente 50.000 espécies (PECHENIK, 2016), sendo que a subordem Heteroptera compreende os insetos aquáticos, conhecidos popularmente como barbeiros, marias fedidas e percevejos verdadeiros (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Dentro dessa ordem existem dois grupos aquáticos, os Gerromorpha que habitam a superfície dos corpo d´água e os Nepomorpha que também vivem sobre a superfície, mas possuem adaptações morfológicas para nadar (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os Heterópteros possuem ciclo de vida do tipo paurometábolo, ou seja, as ninfas são terrestres e parecidas com a forma do adulto (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Vivem em corpos d´água lênticos, geralmente em grupos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação São considerados detritívoros e predadores de outros invertebrados aquáticos, como larvas de Dipterae camarões (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição da água (BIS; KOSMALA, 2008). Família CORIXIDAE Figura 50. Corixidae Número de indivíduos: 2 Recipiente: 011 40 Os representantes dessa família estão distribuídos em mais de 280 espécies. São pequenos e geralmente apresentam cor amarelada. Vivem em riachos de águas calmas e podem nadar até a superfície para respirar. Nadam muito bem e durante o dia seguem os raios solares que penetram na água até o fundo dos corpos d´água em que vivem. A noite podem sair da água e serem atraídos pela iluminação das lâmpadas. Os Corixidae depositam seus ovos no substrato submerso na água (LIMA, 1940). Família GERRIDAE Figura 51. Gerridae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 011 É constituída por cerca de 200 espécie e possui distribuição cosmopolita. Seus representantes são insetos aquáticos e possuem no máximo 2 cm de comprimento. Apresentam corpo fusiforme e pernas posteriores finas e alongadas. São encontrados mais facilmente em grupos que se movimentam na superfície de ambientes aquáticos lênticos e com pouca luz. Existem espécies que vivem em águas correntes (LIMA, 1940). 41 Família MESOVELIIDAE Figura 52. Mesoveliidae Número de indivíduos: 2 Recipiente: 011 Família NAUCORIDAE São insetos semiaquáticos que possuem poucos milímetros de comprimento. Apresentam coloração verde ou amarelo-esverdeada. Vivem associados a macrófitas e nas margens dos corpos d´água. Quando ameaçados fogem para a superfície da água. São predadores e se alimentam sugando outros artrópodes (LIMA, 1940). Figura 53. Naucoridae Número de indivíduos: 10 Recipiente: 011 Apresentam formato oval ou elíptico e são de porte pequeno a médio. Vivem no fundo de corpos d´água correntes, porém de curso lento ou associados as macrófitas. Alimentam-se de outros artrópodes menores, inclusive hemípteros. Podem nadar até a superfície para respirar, sair a noite e voar, retornando ao mesmo habitat ou escolhendo outro ambiente (LIMA, 1940). 42 Família PLEIDAE Figura 55. Pleidae Número de indivíduos: 2 Recipiente: 011 A família Pleidae é constituída por insetos aquáticos pequenos, que geralmente chegam a poucos milímetros de comprimento (LIMA, 1940). Ordem LEPIDOPTERA Etimologia De origem grega, lepís = escama + pterón = asa, significa mais escama Descrição A ordem Lepidoptera é considerada uma das maiores entre os insetos. Compreende aproximadamente 160.000 espécies descritas e cerca de 137 famílias (PECHENIK, 2016). O desenvolvimento dos lepidópteros é do tipo holometábolo sendo que na fase larval são conhecidos como lagarta (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). As larvas geralmente alimentam-se de vegetais e poucas espécies são consideradas predadoras (PECHENIK, 2016). Entre seus representantes, alguns são de hábito noturno e algumas fêmeas não possuem asas (PECHENIK, 2016). Habitat As larvas vivem em corpos d´água lênticos e lóticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação As larvas alimentam-se principalmente de macrófitas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). 43 Família ALUCITIDAE Figura 57. Alucitidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 014 Tolerância a poluição Apresentam sensibilidade a mudanças ambientais (ANDRADE; TEIXEIRA, 2013). A família Alucitidae é constituída por 180 espécies conhecidas em todo o mundo (GIELIS, 2003). Suas larvas vivem em angiospermas, das quais perfuram os brotos e as flores (DUGDALE et al., 1998). Família PYRALIDAE Figura 58. Pyralidae Número de indivíduos: 7 Recipiente: 014 44 Com aproximadamente 20.000 espécies, muitos dos Pyralidae são considerados pragas agrícolas (PECHENIK, 2016). Podem apresentar diversos tamanhos e formas. São conhecidos como mariposas e possuem coloração escura. Alimentam-se de plantas e folhas secas e constroem túneis de seda que servem de abrigo (PODEROSO et al., 2008). Ordem NEUROPTERA Etimologia De origem grega, neuron = nervo, fibra + pterón = asa, significa asa com nervo Descrição A ordem Neuroptera é considerada um grupo pequeno de insetos, com aproximadamente 5.100 espécies e 21 famílias descritas (PECHENIK, 2016). São encontradas com frequência no Brasil as famílias Sysiridae e Osmylidae, ambas com larvas aquáticas e semiaquáticas, respectivamente. O ciclo de vida dos neurópteros é do tipo holometábolo (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Os representantes da família Sysiridae são encontrados geralmente associados a esponjas de água doce (ROCHA, 2005). Alimentação Representantes da família Sysiridae alimentam-se de esponjas de água doce (ROCHA, 2005). Tolerância a poluição Os neurópteros são considerados sensíveis a poluição e a contaminação por agrotóxicos (MANSELL, 2002). Família ASCALAPHIDAE Figura 59. Ascalaphidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 005 45 A família Ascalaphidae abrange cerca de 65 gêneros e mais de 300 espécies (HENRY, 1972). Apresentam distribuição cosmopolita, encontrados em ambientes de climas quente e temperado (CONTRERAS-RAMOS; ROSAS, 2014). Ordem ODONATA Etimologia De origem grega, odóntos = dente, significa possuidores de mandíbula dentada. Classificação baseada no aparelho bucal dos organismos e não nas asas. Descrição As ninfas de Odonata são encontradas em diversos corpos d´água continentais lênticos e lóticos (ROCHA, 2005) e são conhecidas popularmente como libélulas e lava-bunda (SOUZA; COSTA; OLDRINI, 2007). O ciclo de vida é do tipo hemimetábolo, ou seja, as larvas se assemelham ao adulto, mas não possuem asas nem órgãos sexuais desenvolvidos. Os adultos são de hábito diurno e voadores ativos (SOUZA; COSTA; OLDRINI, 2007). A ordem é dividida em duas subordens, Anisoptera e Zygoptera e como característica do grupo, apresentam lábio longo e preênsil modificado para capturar as presas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Vivem entre as rochas, plantas e folhas ou no fundo de ambientes aquáticos (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação São predadores vorazes, alimentando-se especialmente de outros insetos aquáticos (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição (BIS; KOSMALA, 2008). 46 Família AESHNIDAE Os representantes da família Aeshnidae são encontrados em corpos d´água lóticos e lênticos em todo o mundo. As larvas e os adultos são considerados predadores vorazes e ocupam papel importante no equilíbrio ecológico dos ambientes aquáticos (NEISS, 2003). Figura 60. Aeshnidae Número de indivíduos: 2 Recipiente: 003 Família CALOPTERYGIDAE Figura 61. Calopterygidae Número de indivíduos: 13 Recipiente: 003 47 Família COENAGRIONIDAE Figura 62. Coenagrionidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 003 Essa família é composta por aproximadamente 16 gêneros e 161 espécies. As larvas se desenvolvem em ambientes aquáticos tropicais e temperados. Os adultos são bem desenvolvidos e identificados pela pigmentação das asas. As fêmeas dessa família se diferenciam dos machos por apresentarem manchas brancas denominadas pseudostigmae. Os machos são considerados bem ativos em condições ensolaradas e a coloração de suas asas parece sinalizar as fêmeas algum nível de resistência a parasitas (CÓRDOBA-AGUILAR; CORDERO-RIVERA, 2005). Os representantes dessa família apresentam tamanho pequeno a médio, com cerca de 20-45 mm. Os machos possuem coloração mais brilhante enquanto que as fêmeas são marrons. São encontrados em todos ambientes aquáticos de água doce (ESQUIVEL, 1997a). 48 Família CORDULIIDAE Figura 63. Corduliidae Número de indivíduos: 13 Recipiente: 003 São caracterizados por apresentarem o tórax da coloração verde metálico, encontrados em rios e córregos. Os adultos são considerados bastante ativos no início e final do dia (ESQUIVEL, 1997b). Família GOMPHIDAE Figura 65. Gomphidae Número de indivíduos: 22 Recipiente: 003 Os representantes dessa família são insetos grandes, com tamanho de 50-75 mm. Vivem em rios e riachos. Os machos são territoriais, pois ficam longos períodosem cima de galhos de árvores e as fêmeas encontram-se próximas a água para a copulação e para pôr os ovos (ESQUIVEL, 1997c). 49 Família LIBELLULIDAE Figura 66. Libellulidae Número de indivíduos: 14 Recipiente: 003 Os Libellulidae são conhecidos popularmente como libélulas ou lavadeiras. Possuem tamanho variado e geralmente apresentam uma coloração diversificada, podendo ser brilhante, avermelhada, amarelada, azulada, etc (ESQUIVEL, 1997d). Família MEGAPODAGRIONIDAE Figura 67. Megapodagrionidae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 003 Os representantes dessa família apresentam tamanho médio de 40-75 mm e em geral não são muito encontrados. Quando presentes, encontram-se em regiões sombreadas de riachos. As espécies apresentam coloração diversificada (ESQUIVEL, 1997e). 50 Ordem PLECOPTERA Etimologia De origem grega, plékos = entrelaçada + pterón = asa, significa asa entrelaçada Descrição No mundo são descritas cerca de 2.000 espécies da ordem Plecoptera. No Brasil foram registradas aproximadamente 110 espécies e duas famílias, Gripopterygidae e Perlidae (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os Plecópteros são conhecidos popularmente como moscas da pedra e compreendem um grupo relativamente pequeno de insetos aquáticos. Morfologicamente se assemelham a larvas de Ephemeroptera, dos quais se distinguem e são facilmente identificados pela presença de dois cercos na porção final do corpo, brânquias torácicas e um par de garras em cada pata (GUTIÉRREZ- FONSECA, 2010). Participam do fluxo de energia e reciclagem de nutrientes para o ambiente terrestre e das cadeias alimentares aquáticas (GUTIÉRREZ-FONSECA, 2010). São considerados importantes bioindicadores de qualidade da água, pois necessitam de quantidades elevadas de oxigênio dissolvido na água, característica esta que os tornam muito sensíveis a perturbações ambientais (GOULART; CALLISTO, 2003). Habitat Vivem em águas correntes, limpas e frias, com altas concentrações de oxigênio. Abrigam-se debaixo de rochas e são encontradas facilmente em rios localizados em montanhas. Podem ser encontrados também associados a troncos e depósitos de folhas nos corpos d´água (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação A alimentação varia de acordo com a espécie, a maioria é detritívora ingerindo restos vegetais e outros detritos, outras são fitófogas, alimentando-se de algas, além de espécies carnívoras, predadoras de outros animais (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados sensíveis a poluição (BIS; KOSMALA, 2008). 51 Família GRIPOPTERYGIDAE Figura 70. Gripopterygidae Número de indivíduos: 3 Recipiente: 016 Os representantes dessa família possuem o primeiro segmento dorsal do tórax (pronoto) com formato quadrangular. Apresentam brânquias anais e as brânquias torácicas são ausentes (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Família PERLIDAE Figura 71. Perlidae Número de indivíduos: 6 Recipiente: 016 O primeiro segmento dorsal do tórax (pronoto) é elipsoidal. As brânquias do tórax são presentes e as anais podem ou não estar presente (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). 52 Ordem TRICHOPTERA Etimologia De origem grega, trichos = pelo + pterón = asa, significa asa com pelos Descrição A ordem Trichoptera é considerada um dos grupos mais importantes e diversos entre os invertebrados aquáticos. Compreende cerca de 600 gêneros e aproximadamente 13.000 espécies (HOLZENTAL et al., 2007). Apresentam como principal característica a capacidade de algumas famílias produzirem casulos fixos ou móveis a partir da associação de sua seda ao substrato como areia, rochas ou vegetais (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). No geral, desenvolvem-se em cinco estágios larvais e após o quinto acontece a pupação com o surgimento dos adultos. Estes, vivem próximos a corpos d´água, além das fêmeas que também depositam seus ovos nesse ambiente (CALOR, 2007). Habitat Vivem em diversos ambientes aquáticos como rios e lagoas de água doce (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação As larvas realizam um importante papel ecológico na transferência de energia no ecossistema (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Apresentam um hábito alimentar muito variado, alimentando-se de algas, outros insetos aquáticos e restos de folhas (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição As larvas de Trichoptera não são capazes de tolerar níveis baixos de oxigênio, pois carecem de oxigênio dissolvido para a respiração (CALOR, 2007). 53 Família HYDROPSYCHIDAE Figura 72. Hydropsychidae Número de indivíduos: 58 Recipiente: 016 Com cerca de 1.500 espécies descritas, a família Hydropsychidae é considerada a terceira maior família da ordem Trichoptera (HOLZENTAL et al., 2007). Assim como os outros Trichoptera, alimentam-se por meio da ingestão de material vegetal e animal presente nos corpos d´água em que vivem. Esses organismos não produzem casulo em abrigos de seda (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Família LEPTOCERIDAE Figura 73. Leptoceridae Número de indivíduos: 1 Recipiente: 016 54 Os representantes dessa família são encontrados com maior frequência em corpos d´água lênticos e se alimentam principalmente de folhas. Produzem um casulo tubular mais ou menos cônico utilizando sua seda e grãos de areia (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Família POLYCENTROPODIDAE Figura 74. Polycentropodidae Número de indivíduos: 494 Recipiente: 017 Os representantes dessa família alimentam-se de material vegetal e animal que estão à deriva na correnteza e são filtrados por sua seda. Podem ser encontrados em ambientes aquáticos lênticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Filo CNIDARIA Etimologia De origem grega, knide = urtiga, significa possuidor de substância urtigante Descrição O filo Cnidária é constituído por aproximadamente 11.120 espécies agrupadas em 5 classes (PECHENIK, 2016). Seus representantes são em sua maioria marinhos e são conhecidos como corais, águas-vivas e hidras. No mundo apenas 27 espécies são encontradas em água doce e todas pertencem a classe Hydrozoa (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Vivem em ambientes aquáticos marinhos e de água doce como rios e lagos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação A maioria dos Cnidários são predadores de outros animais. Na água doce alimentam-se de plâncton microscópico (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). 55 Classe HYDROZOA Figura 76. Hydrozoa Número de indivíduos: 9 Recipiente: 018 Tolerância a poluição Não toleram ambientes poluídos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Filo MOLLUSCA Etimologia Do latim, mollis = mole, significa animais de corpo mole O filo Mollusca é constituído por invertebrados de corpo mole e a maioria dos seus representantes possuem uma concha rígida. Vivem preferencialmente no ambiente marinho e apenas duas classes (Bivalvia e Gastropoda) são registradas em corpos d´água doce (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os moluscos são considerados os invertebrados dulciaquícolas de maior porte. Alguns chegam a medir 20 cm e habitam corpos d´água rasos com até 2 m de profundidade (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Classe BIVALVIA Etimologia Do latim, bi = dois + valvae = porta, significa portador de duas válvulas 56 Descrição No Brasil são conhecidas aproximadamente 115 espécies da classe Bivalvia (AVELLAR, 1999). Os bivalves apresentam simetria bilateral e duas conchas achatadas lateralmente (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Estas se articulam entre si e encontram-se quase sempre fechadas. Além disso, eles apresentam um pé que serve para locomoção e podem viver até 140 anos. São capazes de filtrar substâncias tóxicas presentes nos ecossistemas aquáticos, acumulando-se em seus tecidos (BIS; KOSMALA, 2008). Habitat Vivem em todos os ecossistemas continentais com grande abundância em represas e rios de grande porte, enterrados em fundo lodoso ou arenolodoso (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação Alimentam-se por meio de sifões de sucção que filtram partículas presentes na água (BIS; KOSMALA,2008). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição (BIS; KOSMALA, 2008). Figura 77. Bivalvia Número de indivíduos: 31 Recipiente: 019 57 Classe GASTROPODA Etimologia Da junção do grego com latim, gaster, genetivo singular gasterós = estômago + pous, genetivo singular podós = pé, significa estômago no pé Descrição A classe Gastropoda compreende animais de corpo mole revestidos por uma concha espiralada. Popularmente conhecidos como caracóis, são de grande importância na composição faunística de ambientes aquáticos. Servem de alimento para outros animais como aves, peixes e mamíferos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Vivem em ambientes aquáticos lóticos e lênticos, geralmente fixos a rochas e plantas (BIS; KOSMALA, 2008). Alimentação Apresentam hábito herbívoro, utilizando uma estrutura flexível e dentada (rádula) para raspar os alimentos, que geralmente são algas e plantas (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Tolerância a poluição São considerados tolerantes em águas ricas em nutrientes, pois se alimentam de algas e sensíveis a poluição tóxica em ambientes impactados (BIS; KOSMALA, 2008). Figura 78. Gastropoda Número de indivíduos: 7 Recipiente: 010 58 Filo NEMATODA Etimologia Do grego, nema, genetivo singular nematós = fio, filmamento + odes = semelhança, significa semelhante a um fio Descrição O filo Nematoda compreende um amplo grupo de invertebrados. São conhecidas cerca de 25.000 espécies, sendo que 6.000 são aquáticas. Apresentam um corpo cilíndrico, longo e não segmentado. A maioria dos seus representantes são parasitas de outros animais (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat São parasitas de vertebrados e invertebrados ou de vida livre no ambiente terrestre e em sistemas aquáticos (RITZINGER; FANCELLI; RITZINGER, 2010). Alimentação Alimentam-se de algas, bactérias e protozoários (ALBERTONI; PALMA-SILVA, 2010). Tolerância a poluição Quando expostos a alterações no ambiente, o metabolismo desses organismos diminuiem, o que caracteriza um estado de dormência ou quiescência. Em níveis prolongados de quiescência a atividade metabólica parece cessar, o que refere-se ao estágio de anibiose ou criptobiose. Esse mecanismo confere resistência, prolongamento e sobrevivência de espécies a alterações ambientais, classificando-os como bons indicadores de estresse ambiental (RITZINGER; FANCELLI; RITZINGER, 2010). Figura 79. Nematoda Número de indivíduos: 3 Recipiente: 005 59 Filo PLATYHELMINTHES Etimologia Do grego, platý = largo e chato + helminthos = verme, significa verme largo e chato O filo Platyhelminthes é constituído por aproximadamente 20.000 espécies. Seus representantes são vermes achatados e não segmentados. A maioria é parasita de outros animais, porém são encontradas formas livres em ambientes terrestres e aquáticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os Platyhelminthes mais conhecidos são: Schistosoma mansoni - agente etiológico da esquistossomose e a Taenia solium - mais conhecida como solitária (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Os representantes da classe Turbellaria são os únicos entre o filo Platyhelminthes considerados como macroinvertebrados de ambientes aquáticos (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Habitat Habitam os ambientes aquáticos marinhos e de água doce, porém a maioria vive como parasitas de invertebrados e vertebrados (MUGNAI; NESSIMIAN; BAPTISTA, 2010). Alimentação São considerados predadores de outros invertebrados e também se alimentam de material orgânico em decomposição (BIS; KOSMALA, 2008). Tolerância a poluição São considerados tolerantes a poluição (BIS; KOSMALA, 2008). Classe TURBELLARIA Figura 80. Turbellaria Número de indivíduos: 1 Recipiente: 018 60 MACROINVERTEBRADOS AQUÁTICOS: UMA ABORDAGEM NO ENSINO AULA PRÁTICA Apresentaremos a seguir uma metodologia de abordagem simplificada sobre a temática “macroinvertebrados aquáticos como bioindicadores da qualidade ambiental”, baseada em uma aula prática e/ou saída de campo. Apesar desta temática normalmente não ser abordada nas diferentes modalidades de ensino, tal metodologia objetiva: (1) compreender a taxonomia dos macrobentos, (2) verificar a riqueza e biodiversidade dos zoobentos, (3) conhecer os hábitos de vida dos macroinvertebrados e (4) associar as informações da fauna bêntica com a qualidade do ecossistema aquático. Destaca-se que esta ação poderá ser introduzida como um conteúdo de uma disciplina ou de várias (não apenas por professores de Ciências e Biologia), ou seja, poderá ser desenvolvida de forma transversal, visando auxiliar na compreensão e sensibilização dos alunos sobre as problemáticas ambientais atuais e proporcionar de modo interdisciplinar, a conexão entre a Educação Ambiental e o ensino. Local de coleta: ecossistemas lóticos ou lênticos (rio, arroio, lagoa, lago, fitotelmas de bromélias, etc.) de pequena profundidade próximos a escola. Materiais: In situ: bota de borracha, luvas, pá de jardim, trena, termômetro, garrafa de água, vassoura, frascos plásticos, álcool 70%, caneta, etiquetas e caderno para anotações. Ex situ: peneira de arroz, bandeja branca, conta gotas, placas de petri, lupa estereoscópica, pinça e chave de identificação dos organismos. Os alunos analisarão o corpo d´água estudado por meio da localização, data da atividade, profundidade, aspecto da água, temperatura, sinais de poluição. Coleta: o sedimento do fundo do corpo d´água será coletado em triplicata com o auxilio de uma pá de jardim. Em seguida o material deverá ser armazenado em sacos ou frascos de plástico com álcool 70% e etiquetado com nome do local da coleta. Lavagem e Triagem: as amostras coletadas serão lavadas com o auxílio da peneira de arroz e triadas no laboratório ou em sala de aula, desde que sejam ambientes com bastante luz, que possibilitem a visualização dos organismos. O sedimento será colocado em bandeja branca e com a utilização de pinça e conta gotas os macroinvertebrados serão coletados e armazenados em frascos com álcool 70%. Identificação taxonômica: com o auxílio da lupa estereoscópica e da chave de identificação simplificada, os organismos serão identificados até o menor nível taxonômico possível. A chave de identificação simplificada pode ser elaborada pelo professor a partir do conhecimento dos macroinvertebrados mais registrados nos ambientes aquáticos e disponíveis na literatura. 75 62 INSECTA – CHIRONOMIDAE Larva de mosquito. Algumas possuem hemoglobina, vivendo em locais com pouco ou muito O2 dissolvido. Semelhante a uma minhoca, com forma de C. A maioria das espécies é considerada tolerante a poluição. São utilizados em monitoramento ambiental. ANNELIDA – OLIGOCHAETA Conhecidos como minhocas aquáticas. Possuem o corpo cilíndrico, segmentado, presença de cerdas e coloração marrom. O clitelo é uma região mais larga do corpo que só aparece no período reprodutivo. Vivem em locais com altas concentrações de matéria orgânica. A maioria das espécies é considerada tolerante a poluição. Utilizados em monitoramento ambiental. INSECTA – ODONATA Os organismos adultos são chamados de libélulas e os jovens como ninfas aquáticas. Os adultos são terrestres-aéreos, facilmente visualizados próximo aos corpos d'água. Tanto as larvas como os adultos são predadores. A ninfa possui lábio que fica dobrado sob a cabeça quando está em repouso; as fêmeas põem ovos na água ou na vegetação marginal. A maioria das espécies é considerada tolerante a poluição. INSECTA – EPHEMEROPTERA As larvas são aquáticas e os adultos são terrestres. Normalmente têm 3 longos cercos, tem brânquias laterais ao longo do abdômen, três pares de patas com uma única unha em cada pata. São encontradas tanto em águas correntes como em lagos. Muitas espécies são sensíveis à poluição ambiental. Utilizados em monitoramento ambiental. INSECTA – TRICHOPTERA As larvas são aquáticas, possuem cabeça bem desenvolvida, três pares de patas bem desenvolvidas nos 3 primeiros segmentose uma espécie de gancho no final do corpo, onde também são encontradas as brânquias. As larvas constroem "casas" ou "ninhos", feitos com pedaços de galhos, folhas e grãos de areia. Muitas espécies são sensíveis à poluição ambiental. Utilizados em monitoramento ambiental. INSECTA – PLECOPTERA São insetos aquáticos com dois cercos no final do corpo. Três pares de patas na secção média do corpo (tórax). Muitas espécies possuem brânquias que podem ser achatadas ou cilíndricas, individuais ou agrupadas. A maioria das espécies são sensíveis à poluição ambiental. Utilizados em monitoramento ambiental. ANNELIDA – HIRUDINEA Conhecidos como as sanguessugas. Corpo achatado, número fixo de segmentos, extremidades com ventosas. Os olhos se localizam na parte dorsal. Para se alimentar utilizam uma faringe sugadora. A maioria das espécies é considerada resistente à poluição ambiental. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA 76 63 ANÁLISE DOS RESULTADOS Após a realização da aula prática o professor realizará juntamente com os alunos a análise dos resultados obtidos. A respeito do corpo d´água estudado Localiza-se na área urbana ou rural? Há a presença de moradores próximos? Se sim, qual a relação desses moradores com o ambiente? Foram encontrados sinais de degradação antrópica nesse local? Esse corpo d´água é utilizado para abastecimento? Conseguiram observar a presença de outros animais, como peixes? A respeito dos macroinvertebrados encontrados Quantos organismos foram encontrados? Existe abundância taxonômica nesse local? Houve predominância de alguns táxons em relação a outros? Se sim, predominaram os organismos considerados sensíveis ou tolerantes a poluição? Sugestões: ü O professor poderá pedir aos alunos que façam pesquisas a respeito da legislação vigente sobre os recursos hídricos e relacionar se os resultados obtidos com esta aula prática condizem com a legislação; ü É interessante que o professor instigue os alunos a pensar no corpo d´água de forma abrangente, ou seja, de modo a refletir sobre o ambiente através de uma visão socioambiental; ü É aconselhável que tenha o envolvimento dos demais professores do colégio, para que assim a problemática da água seja vista de forma contextualizada. Professores de história, geografia, física, química, matemática, artes entre outros podem contribuir; ü Caso seja pertinente poderá ser realizado um projeto de Educação Ambiental na escola com o envolvimento das diversas áreas do conhecimento; ü O professor de biologia juntamente com os alunos poderão criar uma pequena coleção biológica dos macroinvertebrados coletados e disponibilizar ao laboratório da escola; ü Caso seja possível o professor poderá realizar análises físicas e químicas da água e associar essas informações com os resultados obtidos a partir dos organismos biológicos encontrados ü As informações adquiridas por meio desta aula prática poderão ser socializadas por meio de materiais didáticos com toda a escola e com a comunidade do redor da escola e do corpo d´água estudado, permitindo assim que os alunos sejam sujeitos autores do processo de aprendizagem e possibilitem que outras pessoas sensibilizem a respeito da temática. 64 REFERÊNCIAS ALBERTONI, E.; PALMA-SILVA, C. 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