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Macroinvertebrados Bentônicos em Nascentes de Água

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Ijuí
2022
Catalogação na Publicação: 
Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí
Bibliotecária Responsável 
Ginamara de Oliveira Lima 
CRB 10/1204
M174
Macroinvertebrados bentônicos em nascentes de água [recurso 
impresso e eletrônico] / Márcia Sostmeyer Jung ...[et al.]. – Ijuí : Ed. 
Unijuí, 2022. 178 p. ; il. - 
Formato impresso e digital.
ISBN 978-85-419-0338-7 (impresso)
ISBN 978-85-419-0340-0 (digital)
1. Macroinvertebrados bentônicos. 2. Gestão ambiental. 3.Água. 
4. Rio Ijuí. 5. Biodiversidade. I. Jung, Márcia Sostmeyer.
 CDU: 504
Editor
Fernando Jaime González
Diretora Administrativa 
Márcia Regina Conceição de Almeida
Capa 
Alexandre Sadi Dallepiane
Responsabilidade Editorial, 
Gráfica e Administrativa
Editora Unijuí da Universidade Regional 
do Noroeste do Estado do Rio Grande do 
Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil)
Conselho Editorial
• Fabricia Carneiro Roos Frantz 
• João Carlos Lisbôa 
• Vânia Lisa Fischer Cossetin
2022, Editora Unijuí Rua do Comércio, 3000
Bairro Universitário
98700-000 – Ijuí – RS – Brasil
(55) 3332-0217
editora@unijui.edu.br
www.editoraunijui.com.br
fb.com/unijuieditora/
instagram.com/editoraunijui/
ASDF
Sumário
PREFÁCIO .........................................................................................................9
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO...................11
Introdução .................................................................................................... 11
Nascentes: formação e manutenção dos recursos hídricos ...................... 15
Macroinvertebrados bentônicos ................................................................. 20
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA ................................... 27
FILO PLATYHELMINTHES ..........................................................................28
Filo: Platyhelminthes ..........................................................................28
Classe: Turbellaria
Ordem: Tricladida
Nome Popular: Planária
FILO ANNELIDA ........................................................................................30
Filo: Annelida ......................................................................................30
Classe: Hirudinea
Nome popular: Sanguessuga
Filo: Annelida ......................................................................................32
Classe: Oligochaeta
Ordem: Haplotaxida
Nome popular: Minhocas
FILO ARTHROPODA ..................................................................................34
Filo: Arthropoda .................................................................................34
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Nome popular: libélula
Filo: Arthropoda .................................................................................41
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Nome popular: Moscas-de-água
Filo: Arthropoda .................................................................................48
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Nome popular: Moscas, mosquitos, varejeiras, pernilongos, 
borrachudos e mutucas.
Filo: Arthropoda .................................................................................59
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Nome popular: Percevejos, barbeiros, cigarras, pulgão e cochonilhas
Filo: Arthropoda .................................................................................66
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera 
Nome popular: Besouros, joaninhas, serra-paus, escaravelhos, 
vagalumes e gorgulhos
Filo: Arthropoda .................................................................................81
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Ephemeroptera
Nome popular: Efeméridas
Filo: Arthropoda .................................................................................85
Subfilo: Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Nome popular: Borboletas, mariposas, traças.
Filo: Arthropoda ....................................................................................... 88
Classe: Insecta
Ordem: Collembola
Nome popular: Colembola
Filo: Arthropoda ....................................................................................... 89
Subfilo: Crustacea
Classe: Malacostraca
Ordem: Amphipoda 
Nome popular: Kril, camarões, caranguejos, lagostas, ermitões
FILO MOLLUSCA ............................................................................................. 92
Filo: Mollusca ........................................................................................... 92
Classe: Gastropoda
Nome popular: Caracóis e lesmas
Filo: Mollusca ........................................................................................... 94
Classe: Bivalvia
Nome popular: Caracóis e lesmas
FILO NEMATOMORPHA .................................................................................. 96
Filo: Nematomorpha ................................................................................ 96
Classe: Gordioida 
Nome popular: Verme crina de cavalo
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 99
Sites .............................................................................................................. 110
Imagens do Google ..................................................................................... 110
SOBRE OS AUTORES ............................................................................................ 115
ANEXO 1
CARTILHA “NASCENTES: CONHECER PARA 
PRESERVAR” PARA ALUNOS DO PRÉ AO 4º ANO ............................................117
ANEXO 2 
CARTILHA “NASCENTES: CONHECER PARA 
PRESERVAR” PARA ALUNOS DO 5º AO 9º ANOS ............................................149
9
PREFÁCIO
Este livro é resultado de várias atividades de pesquisa e extensão re-
ferentes ao projeto “Qualidade das águas de nascentes pertencentes à bacia 
hidrográfica do Rio Ijuí na área de atuação de pequenas centrais hidrelétricas”, 
inserido no macroprojeto “Estudo da qualidade de água de nascentes e ações de 
recuperação ambiental em afluentes do Rio Ijuí, municípios de Ijuí e Bozano/RS”, 
que é promovido pela Ceriluz em parceria com a Unijuí – por meio do Mestrado 
em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade e com a empresa JSFlorestal nas 
ações de recuperação ambiental. Neste projeto, um dos objetivos é o diagnóstico 
atual das condições ambientais e da biodiversidade existente pelo estudo de ma-
croinvertebrados bentônicos existentes nas nascentes de água. A coleta, triagem 
e identificação nos cursos d’água formados a partir das nascentes ocorreram 
durante um ano hidrológico, envolvendo coletas nas quatro estações (primavera, 
verão, outono e inverno), gerando, portanto, um banco de dados riquíssimo e 
importantíssimo quanto à biodiversidade presente nestes ecossistemas junto 
a bacia hidrográfica do Rio Ijuí, na Região Noroeste do RS.
O livro Macroinvertebrados Bentônicos em Nascentes de Água busca 
registrar e compartilhar as descobertas obtidas dos diferentes organismos 
que compõem a biodiversidade nestes ambientes aquáticos, destacando que 
se trata de um estudo inédito, gerando inúmeras perspectivas. Em paralelo a 
estas atividades, também foram realizadas ações de educação ambiental nes-
tes ambientes, envolvendo a Escola Estadual de Ensino Fundamental Giovana 
Margarita (EEEFGM), do Distrito de Floresta, inserida no ambiente rural, com 
a realização de oficinas teóricas e práticas com professores e alunos do pré ao 
9º ano. Estas atividades possibilitaram reforçar os conhecimentos inerentes às 
nascentes de água, importância da sua preservação e conservação e a visualiza-
ção da quantidade de vida existente a partir do olhar daquilo que muitas vezes 
não se vê. Inclusive, da percepção dos autores da necessidadede escrita de um 
livro caracterizando a rica biodiversidade encontrada, tão importante para 
manutenção do ciclo de vida de inúmeras espécies dentro da cadeia alimentar 
e importantes bioindicadores da qualidade da água e seu entorno.
10
PREFÁCIO
Os Autores
Ao final da obra (em anexo), os leitores poderão contemplar as duas ver-
sões da cartilha “Nascentes: conhecer para preservar” desenvolvidas pelos au-
tores e utilizadas nas ações com professores e alunos, servindo de subsídio para 
o desenvolvimento de ações de educação ambiental junto a escolas. Desejamos 
que este livro possa encantar a todos que tiverem oportunidade de lê-lo.
Os autores
11
C a p í t u l o 1
Nascentes de Água 
e o Biomonitoramento
Introdução
Elemento indispensável para a perpetuação da vida, a água é o constituin-
te mais importante na Terra, devido a sua necessidade na maioria dos processos, 
tanto antrópicos como biológicos e metabólicos. Cerca de 70% da superfície da 
Terra é composta por água doce e salgada, observando-se que aproximadamente 
97,5% é salgada, presente em mares e oceanos, e os outros 2,5% correspondem às 
águas doces. Desta parcela, 69% encontra-se nas geleiras que não são viáveis para 
uso, 30% em água subterrânea, dificultando seu aproveitamento para consumo 
humano por conta de sua profundidade ou condição encontrada e 0,9% está 
presente em outras formas de disposição (umidade do solo e pântanos). Assim, 
restam apenas 0,3% de água superficial presente em lagos e rios e que pode ser 
aproveitado facilmente para consumo humano, conforme mostra a Figura 1 
(Funasa, 2014; ANA, 2020). Desta forma, mesmo que se tenha no planeta grande 
disponibilidade de água, um baixo percentual pode realmente ser utilizado nos 
processos essenciais de manutenção da vida na terra (Funasa, 2014).
Figura 1 – Distribuição da Água Doce e Salgada no Mundo
Fonte: Imagem 1.
12
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Para progressão e sustentação da vida dos seres humanos, os recursos 
hídricos são utilizados em todo o planeta para inúmeras atividades, entre 
as principais encontram-se abastecimento humano, industrial e agricultura 
(Moraes; Jordão, 2002; Oliveira, 2018). Segundo dados do Fundo das Nações 
Unidas para Agricultura e Alimentação a agricultura consome cerca de 70% do 
total mundial de água. A indústria, por sua vez, consome 20% de água e 10% 
ficam divididos entre usos domésticos e outras atividades (Victoriano, 2007). 
Esses dados mostram que o uso da água pela população mundial tende e visa a 
atender suas necessidades econômicas e sociais (De Souza, 2014).
Atualmente a degradação da água é um dos assuntos mais discutidos e 
que gera grande preocupação, pela elevada demanda associada à quantidade 
atual disponível na terra e possível escassez e/ou contaminação, que já é caso 
concreto em alguns locais do globo (Esteves, 2012). Sua diminuição em quanti-
dade e qualidade, decorre da falta de planejamento e ou não cumprimento dele. 
Com o grande aumento da poluição, o ambiente não está mantendo seu equilí-
brio pela sua capacidade de absorção de poluentes. Desta forma, as alterações 
ambientais estão ficando tão elevadas, que não se é mais possível neutralizar 
e absorver os danos (Jakuboski; Santos; Rauber, 2014).
Diante da preocupação com os graves problemas que ameaçam a 
sustentabilidade da vida em escala planetária, os representantes da ONU 
lançaram a Agenda 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável (ODSs) – Figura 2. Um dos dados apresentados é que a falta de 
água afeta 40% da população mundial e estima-se que deva subir, devido às 
alterações climáticas e falta de gestão efetiva dos ambientes aquáticos. Sendo 
a água fator primordial para o desenvolvimento da população (Tundisi, 2003; 
Oliveira, 2018), por meio dela pode-se ter a erradicação da pobreza e o desen-
volvimento econômico. Esse uso, porém, deve ser consciente e sustentável, 
para que não falte no futuro e que seja disponível a todos. Em razão destes 
fatores, água potável e saneamento é um dos objetivos dos ODSs, que busca 
assegurar a disponibilidade de água e a sua gestão sustentável (FAO, 2003; 
NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2020). 
13
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Figura 2 – 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs)
Fonte: Imagem 2.
O Brasil dispõe de 8% das reservas mundiais, sendo considerado o país 
mais rico em água potável (Paz, 2000), possuindo 53% do total de água doce 
do continente sul-americano e 12% do volume mundial. Se, no entanto, for 
analisado que as principais fontes de abastecimento de água servem 80% da 
produção hídrica, pode-se visualizar uma possível escassez e estresse hídrico e 
por mais que o Brasil tenha muita disponibilidade de água, ela não está distri-
buída uniformemente entre as regiões (Oliveira, 2018). Deste volume, 70% da 
água está na Bacia Amazônica, onde ocorre a menor densidade de habitantes 
no país; já no Nordeste, que abriga 30% dos habitantes, possui apenas 5% de 
água doce. No Sul e Sudeste estão 60% da população e juntos dispõem de 12,5% 
da água doce do país. Essa distribuição desigual faz com que o Brasil fique em 
20º lugar no ranking mundial referente à disponibilidade absoluta de recursos 
hídricos renováveis, mesmo sendo o maior em reservas do planeta (Paz, 2000).
A água doce disponível para utilização pelo ser humano está presente 
no ciclo hidrológico nas águas superficiais e subterrâneas, as quais caracte-
rizam os recursos hídricos. As superficiais escoam ou são armazenadas na 
superfície terrestre, com a contribuição de precipitação, recarga de aquíferos 
ou escoamento de corpos de água superficial, compreendendo rios, lagos e 
águas de torrentes. Existem em maior quantidade, permitindo geralmente 
melhores condições de captação, no entanto tendem a apresentar índices de 
14
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
qualidade inferiores (Sousa, 2001; Garcia; Moreno; Fernandes, 2015). As águas 
subterrâneas são aquelas que de várias formas encontram-se no subsolo e/ou 
solo e são definidas como a água que através da infiltração e percolação pelas 
camadas do solo e rochas, fica armazenada em seus interiores gerando reser-
vas denominadas aquíferos. Estas representam um componente importante 
para o ciclo hidrológico, uma vez que constituem uma parcela da precipitação 
pluviométrica e contribuem para o equilíbrio hidrológico (Sousa, 2001; Garcia; 
Moreno; Fernandes, 2015). 
As reservas de águas subterrâneas se distribuem pelo território brasi-
leiro em diferentes tipos de reservatórios que são representados por domínios 
aquíferos poroso, fraturado-cárstico (rochas carbonáticas), fraturado (rochas 
cristalinas) e fraturado-vulcânico (Leal, 1999; Atlas-Brasil, 2010; Pereira, 2012). 
Quanto às reservas subterrâneas brasileiras, embora em análise, estima-se uma 
disponibilidade de 11.430 m³/s, número muito inferior à disponibilidade de água 
superficial, em torno de 91.300 m³/s (ANA, 2015, p. 29).
Com relação aos recursos hídricos superficiais, o Brasil é um dos países 
mais ricos, contudo é caracterizado por uma grande variabilidade climática 
que se reflete em uma distribuição territorial desigual dos recursos disponíveis. 
Verifica-se, portanto, extremos como: i) região Nordeste, de maior escassez de 
água, apresenta disponibilidade hídrica inferior a 100 m3/s; ii) região Norte, de 
disponibilidade hídrica elevada, alcança vazões da ordem de 74 mil m3/s (Atlas-
Brasil, 2010). Ainda, é detentor da maior bacia hidrográfica do mundo, com 7 
milhões de quilômetros quadrados distribuídos em 12 Regiões Hidrográficas. 
A demanda brasileira por uso de água é crescente, com umaumento estimado 
em torno de 80% no total retirado nas últimas duas décadas. A previsão é de 
que, até 2030, o consumo de água aumente 24%. Este histórico aumento é 
consequência do desenvolvimento econômico e do processo de urbanização, 
com o maior consumo de água para irrigação agrícola (Ferreira; Silva; Souza, 
2018; ANA, 2019).
As águas superficiais presentes nos rios, lagos, tanques, represas artifi-
ciais e águas subterrâneas são caracterizadas pela instabilidade e mobilidade 
em um ciclo fechado, perpétuo e dinâmico denominado “ciclo hidrológico”, com 
uma sistemática de funcionamento que pode ser comparado a uma corrente, na 
qual um dos gomos são as nascentes (Duarte, 2018). Neste ciclo a água perpassa 
15
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
os três estados físicos, sólido, líquido e gasoso na superfície, atmosfera e biosfera 
por meio da precipitação, evapotranspiração, infiltração e o escoamento superfi-
cial. Para o ser humano atender às suas necessidades a disponibilidade da água 
na fase líquida é a mais importante (Tundisi, 2003; Brasil 2006; Lima, 2008), no 
entanto sua distribuição e qualidade nos ambientes que são disponibilizadas 
podem se alterar, ainda que de forma transitória (Calheiros, 2009).
A bacia hidrográfica é constituída por uma área da superfície terrestre 
que contribui na formação e no armazenamento de determinado curso d’água. 
É composta por inúmeras microbacias que possuem nascentes formadoras de 
pequenos córregos e riachos, constituindo a malha de drenagem (Alves; Lucca, 
2000; Cruvinel, 2011; Valente; Gomes, 2011). Nesta, uma parte da água que é 
precipitada na forma de chuva é interceptada pelas plantas, outra é evaporada 
e uma última porcentagem escoa superficialmente, formando as enxurradas, 
as quais escoam rapidamente na bacia. Outra parcela da água proveniente 
da chuva acaba infiltrando no solo, que será responsável por alimentar os 
aquíferos, constituindo a camada saturada do perfil do solo (Loureiro, 1983; 
Calheiros et al., 2004; Calheiros, 2009; Fritzen; Binda, 2011; Valente; Gomes, 
2011; Oliveira, 2018).
Esta camada saturada pode situar-se próxima à superfície ou profunda-
mente, estando ou não sob pressão. O lençol artesiano ou confinado localiza-se 
entre camadas impermeáveis e a água movimenta-se sob pressão. Por outro 
lado, o lençol freático é caracterizado pela região saturada localizada sobre uma 
camada impermeável, geralmente um substrato rochoso, sem exercer pressão 
a não ser a atmosférica. Este, comumente, é de formação local, delimitado 
pelos contornos da bacia hidrográfica e possui origem nas águas de chuvas 
que infiltram no solo através das camadas permeáveis até encontrar a camada 
impermeável ou permeabilidade baixa (Calheiros et al., 2004; Romero, 2017).
 Nascentes: formação e manutenção dos recursos hídricos
As nascentes originam-se do lençol freático que se encontra na super-
fície. E, para o entendimento dos fatores e processos envolvidos, é importante 
saber como as nascentes são conceituadas (Romero, 2017). Nascente de água 
é o afloramento natural do lençol freático, quando a água subterrânea surge 
naturalmente à superfície dando origem a acúmulos, como as represas e lagos, 
16
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
ou cursos d’água como córregos, riachos e rios (Brasil, 1985; Calheiros et al., 2004; 
Brasil, 2006; Santos, 2009; Brasil, 2012; Romero, 2017). A Resolução Conama Nº 
303/2002 afirma que nascente é o local onde aflora naturalmente, mesmo que 
de forma intermitente, a água subterrânea (Brasil, 2002), no entanto o atual 
Código Florestal define de forma diferenciada:
Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
XVII – nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta 
perenidade e dá início a um curso d’água;
XVIII – olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que 
intermitente (Brasil, 2012).
Quanto à caracterização das nascentes de água, estas são classificadas 
quanto à disposição no terreno, definindo-se nascente pontual quando o sur-
gimento da água ocorre em um único ponto e nascente difusa quando a água 
aflora em vários pontos. As nascentes caracterizam-se ainda quanto à continui-
dade de seu fluxo, como perenes, cujo fluxo é permanente em períodos secos 
e chuvosos, e intermitentes ou temporárias, aquelas que permanecem ativas 
somente durante e logo após o período chuvoso (Castro; Gomes, 2011; Borges, 
2008; Santos, 2009; Marciano; Silva; Silva, 2016).
Da mesma forma, quanto à natureza deste afloramento de água, é 
possível distinguir se é de origem natural ou antrópica. Estas últimas são as 
surgências do lençol freático que foram originadas por ações diretas ou indiretas 
do homem, como escavações e voçorocas ocasionadas por processos erosivos 
(Santos; Melo, 2017). Com todas as definições apresentadas, claramente se ob-
serva que a nascente deve ter ocorrência natural e com vazão suficiente para 
fluir em curso de água ou formando um acúmulo, se diferenciando de “olho 
d’água” (Marciano; Silva; Silva, 2016). As nascentes não representam o início do 
ciclo hidrológico, mas exercem papel importantíssimo, pois, é a partir delas que 
as águas afloram do lençol freático para a superfície, formando e garantindo 
a alimentação e perenidade dos córregos, riachos, lagos, rios e represas (Lage, 
2020; Romero, 2017).
Neste contexto, os ecossistemas aquáticos são indiscutivelmente es-
senciais à humanidade, porém, ao usufruir do que é ofertado, o homem tem 
causado prejuízos a esses ambientes, levando à sua degradação e afetando, 
17
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
consequentemente, sua própria qualidade de vida (Lopes et al., 2020). Os recur-
sos hídricos não são um sistema isolado, estão em constante troca com o solo 
e atmosfera, portanto a qualidade da água é resultado de fenômenos naturais 
e ações antrópicas, que acontecem nas bacias hidrográficas e que poderão ser 
percebidas a curto, médio ou longo prazo (Fuchs, 2012). Sendo assim, as ativi-
dades antrópicas tanto em áreas urbanas quanto rurais representam impactos 
sobre os recursos hídricos, configurando fontes múltiplas e difusas de poluição 
(Goulart; Callisto, 2003).
Os recursos hídricos vêm sofrendo interferências pelo homem, direta ou 
indiretamente, o que gera poluição e diminuição da qualidade da água (Marin-
Morales et al., 2016). Esse fato decorre do crescente aumento da população, que 
leva à ampliação na produção de alimentos e produtos industrializados, o que 
pode acarretar o aumento da contaminação desses recursos hídricos, gerando 
alterações físicas, químicas e biológicas, por meio de substâncias químicas e 
compostos tóxicos, utilizados e eliminados pelas indústrias (Da Silva, 2014) e o 
uso indiscriminado de pesticidas na agricultura, além do descarte de efluentes 
domésticos nos leitos aquáticos (Marin-Morales et al., 2016). Esses agentes tor-
nam inviável para o consumo o que já se tem disponível, uma vez que a água não 
pode apresentar riscos aos seres vivos (Branco, 2006; Augusto, 2012). Segundo 
dados, o Brasil é o maior consumidor e produtor de agrotóxicos do mundo. 
Esses produtos são considerados grandes poluentes para o meio ambiente, 
e seus impactos são observados na perda de biodiversidade e qualidade dos 
ambientes aquáticos. Eles estão presentes nos alimentos, na atmosfera, chuvas, 
águas subterrâneas e superficiais (Dellamatrice, 2014). 
A degradação da água das nascentes pode ter causas naturais (chuvas, 
erupções vulcânicas) ou antrópicas. O comprometimento da qualidade por 
ações antrópicas ocorre pela ocupação de áreas de recarga por atividades 
agropecuárias sob manejo inadequado; práticasinadequadas de uso da terra, 
ocasionando erosão dos solos; eliminação da vegetação nativa nas Áreas de 
Preservação Permanente (APPs) e substituição por culturas agrícolas, por 
pastagens ou por construção de casas, com consequente despejo de efluentes 
domésticos com tratamento parcial (binômio fossa séptica – poço sumidouro 
muito utilizado no meio rural) ou até mesmo sem tratamento; a disposição não 
18
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
controlada de dejetos animais em solos; a disposição indevida de resíduos sólidos 
ou domiciliares nas proximidades ou diretamente nos cursos d’água (Barroso; 
Silva, 1992; Davide et al., 2004; Pinto, 2003; Aquotti; Yamagushi; Gonçalves, 2019).
As matas ciliares no entorno das nascentes representam o escudo 
protetor natural, pois desempenham função semelhante aos cílios de nossos 
olhos, servindo de filtro, mantendo o curso de água em seu leito e absorvendo 
defensivos agrícolas, poluentes, substâncias químicas e sedimentos que seriam 
transportados para a água (Ab’Saber, 2001; Lage, 2020). Estes locais também 
atuam como reguladores e recargas do lençol freático, promovem a estabilidade 
térmica da água e a preservação de espécies da fauna e flora raras ou em risco 
de extinção (Rezende, 2006; Borges, 2008). Estudos com avaliação da qualidade 
da água de nascentes urbanas comprovaram que os impactos mais significan-
tes ocorrem por intervenção antrópica próxima e na ausência da mata ciliar 
(Garcia et al., 2018). 
Por meio de características físicas, químicas e microbiológicas das quais 
a qualidade da água é composta, é possível caracterizar e analisar o estado das 
águas em bacias hidrográficas. Esses parâmetros são amplamente utilizados 
como indicadores de qualidade da água, em que os níveis e concentrações de 
diversos indicadores são utilizados como referência para enquadrar os corpos 
hídricos em classes de qualidade da água já estabelecidos (Silva; Gasparetto, 
2016; ANA, 2017).
Os parâmetros utilizados para avaliar a qualidade da água englobam 
parâmetros microbiológicos (coliformes totais, termotolerantes e fecais), parâ-
metros físicos (condutividade elétrica, cor, temperatura e turbidez), parâmetros 
químicos (DBO, DQO, OD, cloreto, fluoreto, nitrato, nitrito, nitrogênio amoniacal, 
fósforo, pH, sólidos dissolvidos, sulfato, surfactantes) e os metais: alumínio, 
arsênio, bário, berílio, cádmio, cálcio, chumbo, cobalto, cobre, cromo, estanho, 
ferro, magnésio, manganês, níquel, sódio e zinco (Santos, 2013; Soares; Ferreira, 
2017). Essas características mostram diversos processos que ocorrem no corpo 
d’água, determinando assim o potencial de qualidade ou toxicidade de um corpo 
d’água (Libanio, 2010; Soares; Ferreira, 2017).
Nos procedimentos de monitoramento da qualidade, de acordo com a 
Resolução Conama N° 357/2005, as águas são monitoradas por meio de análises 
físicas, químicas e microbiológicas (Brasil, 2005; Rodrigues; Castro, 2008). Estes 
19
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
parâmetros não são capazes de diferenciar compostos que podem ser absor-
vidos pelo organismo e compostos inertes, estabelecendo riscos na avaliação 
ambiental e subestimando o verdadeiro impacto dos danos (Kieling-Rubio et 
al., 2015; Goulart; Callisto, 2003; Isidori et al., 2003; Karr; Chu 1999).
Segundo Ribeiro e Uieda (2005), estas avaliações determinam o estado em 
que a água se encontra no momento da coleta. Dessa forma é importante aliar 
com métodos biológicos, que permitem uma caracterização mais abrangente, 
mostrando a interação com o meio físico. Ademais, permitem estudar toda a 
comunidade aquática em resposta ao seu estresse, proveniente das ações antró-
picas que afetam gradativamente os recursos hídricos, por meio de indicadores 
biológicos, conhecidos como bioindicadores (Kenney et al., 2009; Ma et al., 1994). 
A utilização de bioindicadores para avaliação da qualidade da água é 
prática estabelecida por vários países. De acordo com a Agência de Proteção 
Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency – EPA), é 
sugerido que para a aplicação dos critérios biológicos seja empregado um 
conjunto ou um organismo, em específico, para caracterizar a situação dos 
sistemas ecológicos de uma determinada área, impactada ou pouco impactada, 
complementando informações sobre a qualidade da água, juntamente com os 
parâmetros químicos e físicos, usados tradicionalmente (Barbour et al., 1999). 
Na União Europeia as normas para avaliar a qualidade dos recursos hídricos são 
fundamentadas no uso de diferentes bioindicadores (fitoplâncton, macroalgas, 
angiospermas, invertebrados bentônicos e peixes); após essas ações deve ser 
realizada a avaliação físico-química do ambiente, ou seja, o monitoramento deve 
ser feito inicialmente com ensaios toxicológicos, para comprovar se a contami-
nação é preocupante para a vida dos organismos presentes nesse ecossistema 
(Marin-Morales et al., 2016).
Conforme Callisto, Gonçalves JR e Moreno (2004), as alterações na 
natureza são o que define os bioindicadores a serem usados em um estudo, 
sendo esses capazes de distinguir a instabilidade entre as alterações naturais 
e antrópicas, apontando a frequência e proporção dos impactos causados ao 
ecossistema. Uma espécie indicadora contém uma baixa tolerância para as va-
riações presentes no meio ambiente, e quando encontradas em uma área, indica 
condições específicas desse espaço de estudo. Deste modo, pode-se observar 
20
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
que essas mudanças ocasionadas no ambiente causam oscilações na população 
dos espécimes, com isso cada grupo de indivíduos revela ser mais tolerantes e 
outros não (Callisto; Moreno, 2006). 
Os bioindicadores vêm se mostrando eficientes para estudos de qualidade 
ambiental, com muitas vantagens, como baixo custo (Parmar; Rawtani; Agrawal, 
2016; Prestes; Vincenci, 2019), e principalmente por permitirem visualizar as 
interferências do agente tóxico dos poluentes na biota existente, ocasionando 
respostas nesses organismos (Merlo et al., 2011; Arias et al., 2007). A possibi-
lidade de determinar o aumento e ameaça da contaminação ambiental é por 
meio do monitoramento dos contaminantes encontrados nos demais grupos de 
indivíduos (Market, 2007). Os testes biológicos utilizados na investigação da to-
xicidade dos contaminantes ambientais usam principalmente os bioindicadores 
vegetais, devido a sua facilidade e baixo custo (Grant, 1999), animais (Bianchi, 
J.; Mantovani, M. S.; Marin-Morales, 2015) e células humanas (Palmieri et al., 
2016). De acordo com Klumpp (2001), os bioindicadores podem ser classificados 
em: organismos apontadores ou indicadores ecológicos, que mostram o impacto 
da poluição por meio das mudanças do tamanho populacional ou mediante a 
existência ou desaparecimento conforme determinadas condições ambientais; 
organismos testes, que são aqueles estabelecidos e aplicados em testes de la-
boratório; e os organismos monitores, que apontam o impacto da poluição nos 
organismos vivos, trazendo dados qualitativos e quantitativos.
Nesse contexto constata-se a importância de uma referência bibliográfica 
que possa trazer informações a respeito dos principais bioindicadores encon-
trados em nascentes, fornecendo subsídios para a identificação e informações 
básicas destes organismos. Além disso, como critérios de reconhecimento da 
qualidade das nascentes e do seu entorno.
Macroinvertebrados bentônicos
A avaliação da qualidade biológica, especificamente em relação às co-
munidades de macroinvertebrados, é utilizada como ferramenta na análise da 
qualidade ambiental visando à gestão integrada dos recursoshídricos. Por sua 
eficácia e importância, tornou-se uma metodologia recomendada pela União 
Europeia (Nixon et al., 1996; Teixeira, 2016). 
21
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
O emprego dos Macroinvertebrados Bentônicos (MBs) como bioindi-
cadores de poluição e alteração do meio ambiente deve-se a muitos fatores, 
entre eles: ciclo de vida suficientemente longo, o qual permite a detecção de 
mudanças ambientais em tempo hábil; corpo relativamente grande e de fácil 
amostragem; técnicas padronizadas e custo relativamente baixo; grande diver-
sidade de espécies, ofertando uma ampla gama de tolerância e espectro diverso 
de respostas diante de diferentes níveis de contaminação (Alba-Tercedor, 1996; 
Teixeira, 2016).
Os MBs diferem entre si em relação à sua resposta à poluição orgânica, 
desde organismos típicos de ambientes puros, íntegros e de boa qualidade até 
organismos extremamente resistentes à poluição por materiais orgânicos, se-
dimentação e taxas reduzidas de oxigênio. Os ambientes poluídos geralmente 
possuem diversidade baixa de espécies e densidade elevada de organismos, 
restritos a grupos mais tolerantes, como Chironomidae e Oligochaeta (Callisto 
et al., 2000; Teixeira, 2016). 
As comunidades bentônicas precisam de determinado tempo para fixar 
suas populações, que por sua vez necessitam de condições ambientais próprias 
para a sua permanência no meio. A partir da fixação, atuam como monitores 
contínuos das condições ecológicas dos corpos d’água, indicando mudanças 
recentes, como também a presença de efluentes industriais que afetaram a 
qualidade das águas. Como exemplo, podemos citar a contaminação por metais 
pesados e a diversidade de habitats (Callisto et al., 2000). Norris e Thoms (1999) 
sugeriram que os efeitos sobre a biota são o ponto final na degradação da natu-
reza, a exemplo da poluição dos ambientes aquáticos. Desta forma, representam 
um importante indicador da saúde dos ecossistemas (Teixeira, 2016).
Os MBs formam um grupo que indica de forma integral os efeitos gerados 
pela presença de todas as substâncias existentes na água (Junqueira et al., 2000). 
As ferramentas biológicas apresentam muitas vantagens, mas vale destacar a 
capacidade de detectar os efeitos de uma perturbação ocorrida há várias sema-
nas ou mais, mostrando uma ampla visão da situação no tempo antecedente à 
coleta das amostras (Alba-Tercedor, 1996; Lazaridou-Dimitriadou, 2002; Weigel 
et al., 2002; Teixeira, 2016). 
22
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
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Hepp e Restello (2007) afirmam que a comunidade bentônica pode apre-
sentar relações positivas ou negativas com variáveis abióticas, sejam elas físicas 
ou químicas. Dessa forma, há necessidade de avaliar a qualidade de corpos 
hídricos de maneira integrada, ou seja, mediante o uso de variáveis bióticas e 
abióticas, para evitar a geração de informações isoladas e insuficientes (Pereira; 
Pereira, 2005; Teixeira, 2016). 
Entre os ambientes aquáticos, os corpos d’água de menor porte, como 
cursos d’água formados após a nascente e riachos, por exemplo, geralmente são 
menos estudados, o que faz com que, na maioria dos casos, sua conservação 
seja negligenciada, principalmente por não apresentarem espécies de inte-
resse econômico (Uieda; Castro, 1999). As nascentes e os riachos, no entanto, 
são hidrologicamente muito importantes para os demais corpos d`água das 
bacias hidrográficas, pois influenciam diretamente na sua recarga de água 
(Alekseevskii et al., 2003), na disponibilidade de abrigos para os macroinver-
tebrados bentônicos que processam a matéria orgânica particulada grossa em 
fina (Vannote et al., 1980). Além disso, atuam como berçários para espécies de 
peixes que ocuparão os demais trechos da bacia de drenagem (Rêgo et al., 2008; 
Teixeira, 2016).
Os MBs são organismos aquáticos de hábito bentônico, ou seja, vivem 
associados ao sedimento do fundo de ecossistemas aquáticos (pedras, cascalhos, 
folhas acumuladas, lama ou areia) (Figura 3). Suas importantes características 
ecológicas determinam sua capacidade de bioindicação. Esta comunidade bentô-
nica é constituída de platelmintos, nematoides, minhocas, moluscos, crustáceos 
e a grande comunidade de insetos aquáticos (Figura 4) (França; Callisto, 2019; 
Teixeira, 2016).
23
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Figura 3 – Representação esquemática de um corte transversal de um riacho demons-
trando os possíveis locais de colonização dos organismos bentônicos; 1 = areia/casca-
lho; 2= rochas; 3 = plantas aquáticas; 4 = folhiço proveniente da vegetação marginal 
(vegetação do entorno do riacho)
Fonte: Imagem 3.
Figura 4 – Macroinvertebrados Bentônicos
Fonte: Imagem 4.
24
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
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Estes organismos desempenham importante papel em processos eco-
lógicos, participando da degradação da matéria orgânica animal e vegetal no 
fundo dos ecossistemas aquáticos; da ciclagem de nutrientes e matéria orgânica, 
com disponibilização tanto de nutrientes quanto de energia para níveis tróficos 
superiores (p. ex. peixes e anfíbios) e liberando nutrientes para a coluna d’água 
através de um processo denominado bioturbação (revolvimento do sedimento 
de fundo). Além de toda sua importância ecológica nos ecossistemas aquáticos, 
esses organismos são cosmopolitas, encontrados em todos os tipos de corpos 
d’água e abundantes. Além de serem facilmente coletados, as técnicas para 
tanto são padronizadas e podem ser utilizadas em todos os tipos de ecossistemas 
aquáticos continentais (França; Callisto, 2019).
Os macroinvertebrados bentônicos são importantes bioindicadores, 
pois uma das suas características principais é a sua sensibilidade quanto às 
mudanças em seu habitat, refletindo os impactos das ações antrópicas no en-
torno do seu ambiente de vida. De acordo com a sensibilidade à poluição, são 
classificados em organismos resistentes, tolerantes e sensíveis ou intolerantes 
(Figura 5). O grupo bentônico resistente é composto por organismos extre-
mamente tolerantes, insensíveis a uma variedade de estresses ambientais e 
podem alcançar elevadas densidades populacionais em ambientes aquáticos 
poluídos, como tubificídeos e larvas de quironomídeos. Já as espécies tolerantes 
são capazes de sobreviver em largas faixas de condições ambientais, embora 
não tolerem ambientes severamente estressados, como ocorre com larvas de 
Odonata e indivíduos adultos de Coleoptera e Hemiptera. Já os organismos 
bentônicos sensíveis apresentam crescimento e desenvolvimento somente em 
ambientes com excelentes condições ambientais e raramente são encontrados 
em ambientes aquáticos poluídos, como larvas de Plecoptera, Ephemeroptera 
e Trichoptera (Goulart; Callisto, 2003).
25
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Figura 5 – Macroinvertebrados Bentônicos
Fonte: Imagem 5.
Nesta comunidade de organismos bentônicos destacam-se os insetos 
aquáticos, os quais fazem parte do grupo de insetos que passam pelo menos uma 
parte do seu ciclo de vida na água. O desenvolvimento desses insetos envolve a 
metamorfose, processo no qual o indivíduo jovem sofre relevantes mudanças 
no corpo, até atingir uma forma diferente quando adulto. A metamorfose pode 
ser incompleta (hemimetábolo) ou completa (holometábolo) (Figuras 6 e 7). Na 
metamorfose incompleta há três fases de desenvolvimento: ovo, larva e adulto, 
enquanto que na metamorfose completa há quatro fases de desenvolvimento:ovo, larva ou ninfa, pupa e adulto (Nicoletti et al., 2019).
26
CAPÍTULO 1 – NASCENTES DE ÁGUA E O BIOMONITORAMENTO
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Figura 6 – Metamorfose Incompleta 
 
 Fonte: Imagem 6. 
 Figura 7 – Metamorfose Completa
Fonte: Imagem 7.
27
C a p í t u l o 2
Macroinvertebrados bentônicos 
presentes no biomonitoramento 
de nascentes de água
Os macroinvertebrados bentônicos encontrados na triagem do substrato 
coletado nos córregos formados a partir das nascentes em estudo, foram identifi-
cados com o uso de lupa do tipo estereomicroscópio e de chaves de identificação 
específicas. O reconhecimento dos táxons foi realizado até o nível de família e 
quando não determinado, até o nível de ordem ou classe.
Segue-se a caracterização dos organismos encontrados, discriminando 
a classe, a ordem, o nome popular, as principais características, o ciclo de vida 
e imagens disponíveis em sites eletrônicos, livros específicos de identificação 
e nas chaves de identificação citadas nas referências bibliográficas ao final. 
Além disso, são disponibilizadas imagens obtidas pelos autores durante as 
etapas de triagem, contagem e identificação dos macroinvertebrados bentô-
nicos coletados nos cursos d’água, imediatamente após o afloramento da água 
nas nascentes. 
28
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
FILO PLATYHELMINTHES
O Filo Platyhelminthes é constituído de vermes achatados, não segmen-
tados, representados por cerca de 20.000 espécies (Figura 8). Desse grupo, são 
considerados macroinvertebrados de água doce somente os representantes da 
Classe Turbellaria (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
Figura 8 – Representação do Filo Platyhelminthes
Fonte: Imagem 8.
FILO PLATYHELMINTHES
Classe: Turbellaria
Ordem: Tricladida
Nome Popular: Planária
Principais características
As planárias são pequenos animais invertebrados de vida livre, perten-
centes ao filo dos Platelmintas e apresentam cerca de 1.300 espécies. Deslocam-se 
rapidamente devido ao movimento coordenado de cílios localizados na sua epi-
derme ventral e apresentam o corpo coberto por muco. Podem ser encontradas 
em córregos e lagos não poluídos, geralmente associadas a rochas, galhos ou 
troncos. Possuem glândulas adesivas, cílios adesivos ou ventosas musculares 
(Figuras 9, 10, 11 e 12) (Nascimento, 2019).
A principal característica da planária é sua capacidade de regeneração 
que há muito fascina os pesquisadores, a qual permite que estruturas danificadas 
ou perdidas sejam substituídas em indivíduos adultos. As planárias conseguem 
regenerar um indivíduo completo de, praticamente, qualquer fragmento do 
seu corpo, num tempo relativamente curto. Esta capacidade se dá pela sua 
plasticidade resultante da abundância de neoblastos dispersos por todo o cor-
29
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
po da planária adulta, exceto na faringe e na região anterior aos ocelos. Outra 
característica que se destaca é a capacidade de sobrevivência sem alimentação 
durante vários meses, reduzindo o seu tamanho. Este processo é reversível, ou 
seja, assim que o animal se alimentar volta a aumentar o seu tamanho (Idem).
Ciclo de vida 
A reprodução pode ocorrer de forma assexuada ou sexuada. Na forma asse-
xuada acontece por brotamento ou fissão transversal. E na forma sexuada ocorre 
cópula e fertilização interna e o desenvolvimento é direto na maioria (Idem).
Figura 9 – Planária vista dorsal Figura 10 – Planária vista ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 11 – Planária vista dorsal Figura 12 – Estruturas corporais
 
Fonte: Imagem 11. Fonte: Imagem 12.
30
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
FILO ANNELIDA
Os representantes mais conhecidos desse grupo são as minhocas. O filo 
é representado por cerca de 16.500 espécies marinhas, de água doce ou terres-
tres. Três das quatro classes estão presentes nas águas continentais brasileiras: 
Polychaeta, Oligochaeta e Hirudinea (Figura 13) (Brusca; Brusca, 2007).
Figura 13 – Representação do Filo Annelida
Fonte: Imagem 13.
FILO ANNELIDA
Classe: Hirudinea
Nome popular: Sanguessuga
Principais características 
No Brasil, a sanguessuga é considerada uma espécie invasora. 
Caracterizada principalmente pela presença de duas ventosas, motivo pelo 
qual são diferentes das Oligochaetas. O corpo é achatado dorso-ventralmente, 
às vezes cilindroide e geralmente constituído por 34 segmentos. Hoje são conhe-
cidas cerca de 500 espécies, sendo o maior grupo de água doce, mas, também 
existem espécies terrestres e marinhas (Figuras 15 e 16) (Mugnai; Nessimian; 
Baptista, 2010).
As sanguessugas estão presentes nas águas doces brasileiras, mas são 
pouco conhecidas e não há estimativas de espécies.
Quanto à sua estrutura, a ventosa anterior é geralmente menor que a 
posterior e frequentemente circunda a boca, ao encontrar um hospedeiro. O 
animal se fixa com o auxílio das ventosas e perfura a pele sem provocar dor, 
31
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
ingere sangue, que se mantém sem coagular por produzir em suas glândulas 
salivares uma substância anticoagulante chamada hirudina. A digestão do 
sangue é lenta, e depende das exopeptidases produzidas pelo animal e de uma 
flora bacteriana simbiótica (Idem).
Ciclo de vida
As sanguessugas são hermafroditas, ou seja, possuem órgãos reprodu-
tores masculinos e femininos, no entanto elas se reproduzem sexualmente 
– geralmente entrelaçando seus corpos juntos. O ciclo de vida é anual para a 
maioria das espécies (Figura 14) (Kirmes, 2013).
Figura 14 – Ciclo de Vida
Fonte: Imagem 14.
Figura 15 – Sanguessuga vista dorsal Figura 16 – Sanguessuga vista ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
32
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
FILO ANNELIDA
Classe: Oligochaeta
Ordem: Haplotaxida
Nome popular: minhocas
Características gerais
Existem mais de 3.000 espécies, em sua maioria terrestres. Possuem 
corpo cilíndrico com simetria bilateral, poucas cerdas com função locomotora, 
prostômio sem tentáculos e vivem em ambientes lênticos e lóticos, desde as 
margens até locais mais profundos. As cerdas estão presentes em todos os seg-
mentos, porém há espécies em que as cerdas estão ausentes em determinados 
segmentos. O corpo dos oligoquetas é coberto por uma cutícula composta por 
fibras de escleroproteínas e mucopolissacarídeos, secretada pela epiderme 
(Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
A boca fica localizada na porção ventral do prostômio, e o principal órgão 
é uma faringe muscular, que geralmente possui glândulas de muco para facilitar 
a digestão. São detritívoros não seletivos, o que significa que eles ingerem tanto 
a matéria orgânica quanto a inorgânica (Figuras 17 e 18) (Idem).
Algumas Oligochaetas toleram baixa concentração de oxigênio dissolvido 
e podem ser encontradasem altas densidades em ambientes lênticos e com 
tendência à eutrofização. Tais características as tornam um instrumento de 
indicação da poluição orgânica das águas (Ecycle, 2021).
Ciclo de vida
O ciclo de vida de muitas espécies de minhocas ainda não foi bem es-
tudado. Seu tempo de vida varia entre 10 e 12 anos, entretanto, no ambiente 
selvagem, as minhocas costumam viver no máximo até uma ou duas estações do 
ano devido à sua suscetibilidade a predadores. São hermafroditas simultâneos 
e possuem testículos e ovários abrindo-se para o exterior, por meio de poros 
genitais. Há também estruturas de captação e armazenamento de espermato-
zoides dos parceiros, chamadas espermatecas (Ecycle, 2021).
33
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Família: Tubificidae
Figura 17 – Tubificidae vista da lupa Figura 18 – Tubificidae
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 18.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
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FILO ARTHROPODA
Os artrópodes constituem o grupo mais abundante dos macroinver-
tebrados aquáticos, os quais são divididos em subfilos (Figura 19) (Mugnai; 
Nessimian; Baptista, 2010).
Figura 19 – Representação do Filo Arthropoda
Fonte: Imagem 19
FILO ARTHROPODA
Subfilo Atelocerata 
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Nome popular: libélula 
Principais características
A ordem odonata é representada por cerca de 5.000 espécies, das quais 
aproximadamente 650 são encontradas no Brasil. Destaca-se uma característica 
neste grupo, a presença de um lábio longo e preênsil (máscara facial) dobrado 
medianamente sobre a cabeça e adaptado para a captura de presas (Mugnai; 
Nessimian; Baptista, 2010).
A ordem divide-se em duas subordens: Anisoptera, representado pelas 
famílias Aeshnidae, Corduliidae, Gomphidae, Libellulidae e Cordulegastridae, 
caracterizada por ninfas robustas e com estruturas caudais formando a pirâmide 
35
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
caudal (Figuras 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 34), e Zygoptera, representada pelas 
famílias Coenagrionidae, Megapodagrionidae, Protoneuridae e Dicteriadidae, 
caracterizadas por ninfas mais delicadas e com caudas em forma de lamelas 
(Figuras 29, 30, 31, 32, 33 e 35) (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
São exclusivamente predadoras e sensíveis às mudanças ambientais, 
sendo utilizadas como bioindicadores da qualidade da água. São consideradas to-
lerantes, por serem capazes de sobreviver em largas faixas de condições ambien-
tais, embora não sobrevivam em ambientes altamente impactados. Podem ser 
encontradas em ambientes preservados como também em ambientes alterados.
Ciclo de vida 
Quanto ao desenvolvimento, são hemimetábolos, por apresentarem três 
fases distintas: ovo, ninfa e adulto, que é considerado imaturo aquático. Como 
ninfa, pode viver desde algumas semanas até vários anos, ocorrendo 9 a 15 está-
gios durante esta fase. Ao completar essa fase, o adulto maduro, sob o exosqueleto 
ninfal, deixa a água e a sua emergência ocorre no ambiente terrestre (Idem).
Essa é uma característica que se destaca, pois possui pelo menos uma 
fase no ambiente aquático e o restante do ciclo de vida ocorre na terra (Figura 
20) (Idem).
Figura 20 – Ciclo de Vida
Fonte: Imagem 20.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Anisoptera
Família: Libellulidae 
Figura 21 – Libellulidae Vista Dorsal Figura 22 – Libellulidae Vista Ventral 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 23 – Libellulidae
Fonte: Imagem 23.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Anisoptera 
Família: Aeshnidae
Figura 24 – Aeshnidae Vista Ventral Figura 25 – Aeshnidae Vista Ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 25.
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Anisoptera 
Família: Gomphidae
Gênero: Aphylla
Figura 26 – Aphylla Vista Dorsal Figura 27 – Aphylla
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Figura 28 – Aphylla Vista Dorsal
Fonte: Imagem 28.
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Zygoptera
Figura 29 – Zygoptera Vista Dorsal Figura 30 – Zygoptera Vista Lateral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores. 
Figura 31 – Zygoptera Vista Dorsal
 
Fonte: Imagem 31.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Zygoptera
Família: Protoneuridae
Figura 32 – Protoneuridae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 32.
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Zygoptera
Família: Coenagrionidae
Figura 33 – Coenagrionidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 33.
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Anisoptera
Família: Cordulegastridae 
Figura 34 – Cordulegastridae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 34.
Classe: Insecta
Ordem: Odonata
Subordem: Zygoptera
Família: Dicteriadidae 
Figura 35 – Dicteriadidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 35.
41
CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
FILO ARTHROPODA
Subfilo Atelocerata
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Nome popular: moscas-de-água 
Principais características
Os trichopteras constituem uma ordem relativamente grande. No mun-
do, são conhecidas cerca de 13.000 espécies, das quais 387 são encontradas no 
Brasil. A maioria das espécies exige água de boa qualidade. Desta forma, são 
considerados organismos bentônicos intolerantes, com crescimento e desenvol-
vimento sob estreitas condições ambientais e raramente são encontrados em 
ambientes aquáticos poluídos (córregos, rios, lagos). Todas as famílias ocorrem 
em ambientes lóticos com água de boa qualidade, ocupam diversos nichos 
tróficos com importante papel nas transferências de energias do ecossistema 
(Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
A maior parte das larvas aquáticas dos tricópteros vive em ambientes 
de água doce, desempenhando importante papel na cadeia trófica. As larvas 
de trichoptera alimentam-se de quase todas as formas de matéria orgânica, 
viva e morta, encontradas na água. As larvas, pupas e adultos de Trichoptera 
representam uma parcela significativa na alimentação dos peixes. Além disso, 
pássaros, morcegos e outros animais insetívoros alimentam-se de Tricópteros 
adultos.A característica marcante destes animais é a capacidade de construir 
abrigos fixos ou móveis, utilizando uma secreção, produzida pelas suas próprias 
glândulas da seda, e areia, pequenas pedras e porções vegetais, como folhas ou 
pequeníssimos galhos. Os trichopteras podem se dividir em três grandes grupos 
de acordo com a forma do casulo: os de formas livres – sem casulo; sem casulo 
em abrigos de seda; com casulo tubular mais ou menos cônico e recurvo, cons-
truído com grãos de areia (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
Por esse motivo, são espécies consideradas engenheiras que, direta ou 
indiretamente, modulam a disponibilidade de recursos para outras espécies 
por meio da mudança física nos estados bióticos e abióticos de materiais. Desse 
modo, os organismos criam, modificam e mantêm habitats. Como exemplo, as 
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
formas imaturas da família Hydropsychidae presentes na correnteza de riachos, 
produzem seda para cimentar partículas de sedimentos e compor seus abrigos 
em substratos rochosos. Estes abrigos fornecem áreas de refúgio e podem estar 
associados ao acúmulo de matéria orgânica, influenciando assim na estrutura 
das comunidades de macroinvertebrados e tornando-os engenheiros de ecos-
sistemas (Borges, 2017).
Quanto à alimentação, a dieta é variada, podendo ser fitófagos, carní-
voros, onívoros ou detritívoros. Em razão dos hábitos alimentares, esses orga-
nismos podem viver tanto em pequenas nascentes como em grandes rios. Os 
adultos não ingerem alimentos sólidos, o haustelo é utilizado para ingestão de 
líquidos, como orvalho e néctar (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
A posição dos olhos das larvas revela o regime alimentar: carnívoras têm 
olhos na parte anterior da cabeça e vegetarianas, mais atrás. As antenas são 
rudimentares e as mandíbulas robustas. O abdome possui dez segmentos em 
diferentes formas, dependendo do hábito de vida (Figura 37) (idem).
Os Trichoptera são muito sensíveis a mudanças físicas e químicas de 
ambientes aquáticos, tornando-os ótimos bioindicadores de qualidade desses 
ambientes. A abundância de algumas espécies varia de acordo com as mudan-
ças ambientais. Os Tricópteros (Figuras 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 
49 e 50), efemerópteros e plecópteros constituem o grupo de insetos aquáticos 
mais utilizados em programas de monitoramento de ambientes aquáticos, em 
razão da alta riqueza, diversidade ecológica e em razão da abundância em 
vários tipos de habitats aquáticos, especialmente em sistemas lóticos (Pereira; 
Cabette; Juen, 2010).
Ciclo de vida
Possuem metamorfose completa, ou seja, apresentam desenvolvimento 
holometábolo: ovo, larva, pupa e adulto. Os adultos são de vida aérea. A ovi-
posição ocorre diretamente na água ou em alguma estrutura imediatamente 
acima dela (como folhas), para permitir que a pró-larva possa mergulhar na 
água no momento de sua eclosão. Normalmente, as larvas apresentam cinco 
estágios de crescimento. A fase adulta dos tricópteros compreende o período 
de vida mais curto, usualmente durando um mês. Os adultos são, na maioria 
das espécies, noturnos ou crepusculares vespertinos e podem ser facilmente 
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NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
encontrados próximos a ambientes aquáticos. Dessa forma, as larvas e as pu-
pas são aquáticas, com exceção de poucas espécies, e os adultos são terrestres 
(Figura 36) (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
Figura 36 – Ciclo de Vida dos Trichoptera
Fonte: Imagem 36.
Figura 37 – Estruturas Corporais 
Fonte: Imagem 37.
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Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Calamoceratidae
Figura 38 – Calamoceratidae Vista Dorsal Figura 39 - Calamoceratidae Vista Ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 40 – Casulo Figura 41 – Casulo e Vista Dorsal
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 41.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Leptoceridae
 Figura 42 – Casulo Figura 43 – Leptoceridae Vista Dorsal
 
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 43.
Figura 44 – Leptoceridae Dentro do Casulo
Fonte: Imagem 44.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Hydropsychidae
Figura 45 – Hydropsychidae Vista Lateral Figura 46 – Hydropsychidae Vista Lateral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 46.
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Philopotamidae
Figura 47 – Philopotamidae Vista Lateral
Fonte: Imagem 47.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Sericostomatidae
Figura 48 – Sericostomatidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 48.
Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera
Família: Odontoceridae
Figura 49 – Odontoceridae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 49.
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Classe: Insecta
Ordem: Trichoptera 
Estágio: Pupa
Figura 50 – Pupa de Trichoptera
Fonte: Os autores.
FILO ARTHROPODA
Subfilo Atelocerata 
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Nome popular: moscas, mosquitos, varejeiras, pernilongos, borrachudos e mutucas
Principais características
O grupo é representado por cerca de 151.000 espécies. A família 
Chironomidae é a mais importante da ordem Diptera em ambientes aquáticos 
de água doce. Há cerca de 709 espécies descritas, mas para o Brasil não se tem 
uma estimativa precisa (Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
Do ponto de vista ecológico, as larvas de Diptera podem ser encontradas 
em todos os tipos de ambientes aquáticos, em virtude dos diversos mecanismos 
usados para respiração. A respiração das larvas pode ser do tipo branquial, aérea 
ou mista. Possuem formas variadas e a característica comum é a ausência de 
pernas torácicas. Vivem no fundo de córregos e rios, enterrados no sedimento, 
desde águas limpas até ambientes com baixos níveis de oxigênio (Mugnai; 
Nessimian; Baptista, 2010).
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As larvas podem ser aquáticas ou terrestres. As aquáticas são encontradas 
em rios e lagos de todos os tamanhos e em águas limpas ou poluídas, salobras, 
ácidas ou alcalinas, claras ou turvas. Podem ser planctônicas se alimentando 
de detritos de materiais orgânicos em decomposição, ou predadores de outros 
organismos (Figuras 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70 
e 71)(Costa; Simonka, 2006).
São considerados grupos bentônicos resistentes porque conseguem 
sobreviver em locais muito poluídos, denominados ambientes perturbados. 
São organismos resistentes que podem ser chamados de bioindicadores de má 
qualidade de água (Pego; Santos; Santos, 2018).
Ciclo de vida
As dípteras possuem desenvolvimento holometábolo, ou seja, apre-
sentam ciclo de vida com metamorfose completa dividida em quatro estágios: 
ovo, larva (tipo vermiforme), pupa (Figuras 52 e 53) e adulto. O adulto carac-
teriza-se por apresentar apenas duas asas (Figura 51) (Mugnai; Nessimian; 
Baptista, 2010).
Figura 51 – Ciclo de Vida
Fonte: Imagem 51.
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Pupa de Diptera
Figura 52 – Pupa
 
Fonte: Os autores.
Figura 53 – Pupa
Fonte: Imagem 53.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Chironomidae
Gênero: Ablabesmyia sp. 
Figura 54 – Larva de Ablabesmyia sp
Fonte: Os autores.
Figura 55 – Larva de Ablabesmyia sp
Fonte: Imagem 55.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Chironomidae
Gênero: Chironomus 
Figura 56 – Larva de Chironomus
Fonte: Imagem 56.
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Ceratopogonidae 
Figura 57 – Larva de Ceratopogonidae Figura 58 – Larva de Ceratopogonidae
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 58.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Tipulidae 
Figura 59 – Larva de Tipulidae
Fonte: Os autores.
Figura 60 – Larva de Tipulidae
Fonte: Imagem 60.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Stratiomydae 
Figura 61 – Larva de Stratiomydae
 
 
Fonte: Os autores.
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Figura 62 – Larva de Stratiomydae
Fonte: Imagem 62.
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Culicidae
Figura 63 – Larva de Culicidae
 
Fonte: Os autores.
Figura 64 – Larva de Culicidae
Fonte: Imagem 64.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Limoniidae
Figura 65 – Larva de Limoniidae
Fonte: Os autores.
Figura 66 – Larva de Limoniidae
Fonte: Imagem 66.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Tabanidae
Figura 67 – Larva de Tabanidae Figura 68 – Larva de Tabanidae
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 68.
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Dixidae
Figura 69 – Larva de Dixidae
Fonte: Imagem 69.
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Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Simuliidae
Figura 70 – Larva de Simuliidae
Fonte: Imagem 70.
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Muscidae
Figura 71 – Larva de Muscidae
Fonte: Imagem 71.
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FILO ARTHROPODA
Subfilo Atelocerata 
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera
Nome popular: percevejos, barbeiros, cigarras, pulgão e cochonilhas
Principais características
Esta ordem possui aproximadamente 82.000 espécies descritas, as quais 
correspondem de 8% a 10% do total de insetos conhecidos. Além das espécies 
terrestres, que constituem a maioria, há as aquáticas e semiaquáticas. Os 
hemípteras são divididos em quatro subordens: Heteroptera, Sternorrhyncha, 
Auchenorrhyncha e Coleorrhyncha. Os heterópteros são conhecidos pelo nome 
popular de barbeiros, percevejos, marias-fedidas, etc. Há dois grupos de hete-
rópteros aquáticos: Gerromorpha e Nepomorpha (Figuras 73, 74, 75, 76, 77, 78, 
79, 80, 81, 82, 83, 84, 85 e 86) (Costa; Simonka, 2006).
Os gerromorpha apresentam antenas bem desenvolvidas e vivem na 
superfície da água, pois não apresentam modificações para respiração na água. 
Vivem em praticamente todos os ambientes aquáticos, habitando locais de 
águas tranquilas ou pouco agitadas. São predadores e vivem do que capturam 
na superfície da água. Os nepomorpha vivem submersos na água por apresen-
tarem adaptações para a vida aquática, como antenas curtas e escondidas sob 
os olhos compostos, corpo fusiforme e pernas média e posterior modificadas 
em remos para natação. Além disso, vários apresentam pernas raptoriais, que 
são usadas para capturar a presa (Rafael et al., 2012).
São pertencentes ao grupo bentônico tolerante porque toleram largas 
faixas de condições ambientais, mas não sobrevivem em ambientes altamente 
impactados (Pego; Santos; Santos, 2018; Goulart; Callisto, 2003).
Ciclo de vida
Os hemípteros apresentam desenvolvimento caracterizado por 
metamorfose incompleta, no qual não há um estágio de pupa. As formas 
imaturas, denominadas ninfas, e o adulto, costumam ser semelhantes na 
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aparência, diferenciando-se pela coloração, pelo tamanho. As ninfas são 
reconhecidas pela ausência ou desenvolvimento incompleto das asas (Costa; 
Simonka, 2006).
No processo de amadurecimento, as ninfas passam por um processo 
conhecido como ecdise que permite seu crescimento. A cada estágio a ninfa 
passa por processos, como aumento de tamanho e mudança de forma, de modo 
gradual. No último estágio entre uma ninfa madura e o adulto é geralmente 
acompanhada por mudanças na cor e na forma do corpo, mas nunca há dife-
renças drásticas (Britton, 2009).
Na fase reprodutiva acontece a oviposição e, em mais ou menos um mês, 
todos os adultos morrem (Figura 72).
Figura 72 – Ciclo de Vida
Fonte: Imagem 72.
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Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera
Infraordem: Gerromorpha
Família: Mesoveliidae
Figura 73 – Mesoveliidae Vista Dorsal Figura 74 – Mesoveliidae Vista Ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 75 – Mesoveliidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 75.
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Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera
Infraordem: Nepomorpha
Família: Naucoridae
Figura 76 – Naucoridae Vista Dorsal
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 77 – Naucoridae Vista Ventral Figura 78 – Naucoridae Vista Dorsal
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 78.
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NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera 
Infraordem: Nepomorpha 
Família: Belostomatidae
 Figura 79 – Belostomatidae Vista Dorsal Figura 80 – Belostomatidae Vista Ventral
 
 Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 81 – Belostomatidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 81.
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NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
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Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera 
Infraordem: Gerromorpha 
Família: Hebridae 
Figura 82 – Hebridae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 82.
Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera
Infraordem: Nepomorpha
Família: Gelastocoridae 
Figura 83 – Gelastocoridae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 83.
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Classe: Insecta
Ordem: Hemiptera 
Subordem: Heteroptera 
Infraordem: Gerromorpha 
Família: Veliidae 
Figura 84 – Veliidae Vista Dorsal Figura 85 – Veliidae Vista Ventral
 
 Fonte: Os autores. Fonte: Os autores.
Figura 86 – Veliidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 86.
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FILO ARTHROPODA
Subfilo Atelocerata 
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera 
Nome popular: besouros, joaninhas, serra-paus, escaravelhos, vagalumes e 
gorgulhos
Características principais
Constitui uma das ordens mais ricas e diversificadas dos insetos, cor-
respondendo a cerca de 40% do total, com aproximadamente 350.000 espécies 
conhecidas. Várias famílias são exclusivamentes aquáticas, como o Noteridae 
(Figuras 108, 109 e 110), Scirtidae (Figuras 90, 91, 92, 93 e 94), Dryopidae (Figuras 
98, 99, 105, 106 e 107), Dysticidae (Figura 102, 103 e 104), Gyrinidae (Figura 120 
e 121), Elmidae (Figuras 95, 96, 114 e 115), Hydrophilidae (Figuras 88, 89, 111, 
112 e 113), Curculionidae (Figuras 116 e 117). Em outras famílias, as larvas 
são aquáticas e os adultos são adaptados à vida aérea. Além destes, há os que 
vivem marginalmente nos corpos d´água e também os que são essencialmente 
terrestres (Costa; Simonka, 2006).
Quanto à estrutura, as larvas apresentam cabeça bem desenvolvida 
com aparelho bucal mastigador, no ambiente aquático podem ser fitófagas ou 
predadoras. Nos adultos, as espécies nadadoras possuem pernas em formato de 
remo com cerdas e sistema respiratório traqueal. Esses organismos apresentam 
uma alimentação variada, compreendendo todos os tipos de matéria animal 
ou vegetal. Os essencialmente aquáticos podem ser predadores ou fitófagos 
(Mugnai; Nessimian; Baptista, 2010).
Os Coleopteras são considerados espécies tolerantes por serem capazes 
de sobreviver em largas faixas de condições ambientais, embora não sobrevi-
vam em ambientes altamente impactados (Pego; Santos; Santos, 2018; Goulart; 
Callisto, 2003).
Ciclo de vida
Com relação ao desenvolvimento apresentam metamorfose comple-
ta, ou seja, têm os quatro estágios distintos: ovo, larva, pupa e adulto. São 
considerados holometábolos, ou seja, a reprodução é sexuada com algumas 
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CAPÍTULO 2 – MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS PRESENTES 
NO BIOMONITORAMENTO DE NASCENTES DE ÁGUA
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exceções que podem realizar partenogênese telítoca (óvulos se desenvolvem 
sem a fecundação, somente por fêmeas). As larvas e os adultos não se asseme-
lham uns aos outros e, assim, como em muitos grupos de insetos aquáticos, 
existem muitas espécies em que as larvas e o adulto não foram associados e 
descritos (Idem).
Neste grupo vale destacar que nos grupos com larvas aquáticas e 
adultos, o estágio pupal é terrestre. Quando as larvas aquáticas estão prontas 
para filhotes e submetidas à metamorfose em um adulto, ela rastejará para a 
margem terrestre e vai procurar uma área protetora para os filhotes, podendo 
ser no próprio solo. Quando o adulto surgir, ele retorna para a água (Figura 
87) (Idem).
Figura 87 – Ciclo de Vida
Fonte: Imagem 87.
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Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Hydrophilidae
Fase larval 
Figura 88 – Hydrophilidae Vista Dorsal
Fonte: Os autores.
Figura 89 – Hydrophilidae Vista Dorsal
Fonte: Imagem 89.
69
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera 
Família: Scirtidae
Fase larval 
Figura 90 – Scirtidae Vista Dorsal Figura 91 – Scirtidae Vista Dorsal
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 91.
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Scirtidae
Fase larval
Figura 92 – Scirtidae Vista Dorsal Figura 93 – Scirtidae Vista Ventral
 
Fonte: Os autores. Fonte: Os autores. 
70
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Figura 94 – Scirtidae Vista Ventral
Fonte: Imagem 94.
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Elmidae
Fase larval
Figura 95 – Elmidae Figura 96 – Elmidae
 
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 96.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera 
Família: Neutoridae
Fase larval
Figura 97 – Neutoridae Vista Lateral
Fonte: Os autores.
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera 
Família: Dryopidae
Fase larval
Figura 98 – Dryopidae Figura 99 – Dryopidae
Fonte: Os autores. Fonte: Imagem 99.
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Márcia Sostmeyer Jung – Camila Morizzo Copetti – José Antonio Gonzalez da Silva – Juliana Maria Fachinetto
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Família: Ptilodactylidae
Fase larval
Figura 100 – Ptilodactylidae 
Fonte: Imagem 100.
Figura 101 – Ptilodactylidae
Fonte: Imagem 101.
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