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Sistemas Orgânicos Integrados lll - TIC’s Mecanismo ação – Antimicrobianos. Envie aqui um detalhamento sobre o mecanismo de ação dos antimicrobianos. A resistência bacteriana aos antimicrobianos é um problema multifatorial com implicações microbiológicas, terapêuticas, epidemiológicas e de saúde pública. Infelizmente, a despeito do uso de antibióticos, existem nas populações microbianas, microrganismos naturalmente resistentes e o uso de antimicrobianos apenas seleciona esses microrganismos e, independentemente da resistência natural, um microrganismo poderá tornar-se resistente quando há o surgimento de mutações nos seus próprios genes ou se houver transferência de genes de resistência provenientes de outra bactéria. Bactérias podem manifestar resistência a antimicrobianos através de uma variedade de mecanismos. Algumas espécies de microrganismos são naturalmente resistentes a todos os membros de uma classe de antimicrobianos. De maior preocupação, são os casos de resistência adquirida, onde populações inicialmente sensíveis de bactérias tornam-se resistentes a um agente bacteriano e proliferam sob a pressão seletiva do uso desse agente. Mecanismos intrínsecos são encontrados naturalmente no cromossomo do microrganismo, tais como a AmpCβ-lactamase de bactérias Gram-negativas e alguns sistemas de efluxo de multi-resistência à fármacos. Mecanismos adquiridos envolvem mutações em genes que são alvos dos antimicrobianos. Este material genético mutante é transferido para outro microrganismo do mesmo gênero ou entre gêneros diferentes, incluindo a transferência entre microrganismos evolutivamente distantes como bactérias Gram-negativas e Gram-positivas, através de plasmídeos, bacteriófagos, transposons ou outro material genético móvel. A farmacologia antimicrobiana tem como objetivo a toxicidade seletiva, que é a inibição de vias ou alvos críticos para sobrevida e replicação de patógenos em concentrações do fármaco abaixo das necessárias para causar danos às vias do hospedeiro. Essa seletividade, que é medida pela razão entre a dose tóxica e a terapêutica do fármaco, pode ser obtida ao atacar: alvos exclusivos do patógeno não presentes no hospedeiro, presentes no patógeno, mas que apresentam similaridades com os presentes no hospedeiro e presentes no patógeno e no hospedeiro, mas que diferem quanto a sua importância em cada um desses organismos. Fármacos como a penicilina e as equinocandinas promovem a toxicidade seletiva por meio do ataque a alvos exclusivos dos patógenos, os quais são, nesse caso, o peptidoglicano e o ß-(1,3)-D-glucano presentes na parede celular das bactérias e dos fungos, respectivamente. O segundo tipo de alvo citado caracteriza as vias metabólicas existentes em ambos, patógeno e hospedeiro, mas que devido à divergência evolutiva, apresentam diferentes isoformas de enzimas ou receptores. Um exemplo são os inibidores de DHFR, uma enzima usada por todos os humanos, bactérias e protozoários para síntese do DNA, mas que possui isoformas diferentes em cada um desses organismos. O princípio da seletividade tóxica do terceiro alvo supracitado reside nas condições em que o patógeno necessite de uma via metabólica ou que a inibição desta o afete em maior grau que o hospedeiro. Referências: Scherer, Carolina Boesel, Larissa Silveira Botoni, and Adriane Pimenta Costa-Val. "Mecanismos de ação de antimicrobianos e resistência bacteriana." Veterinária 4.13 (2016): 12-20. MOTA, Letícia M. et al. Uso racional de antimicrobianos. Medicina (Ribeirão Preto), v. 43, n. 2, p. 164-172, 2010. GOLAN, D.E; TASHJIAN JR., A.H; ARMSTRONG, E.J; ARMSTRONG, A.W. Princípios de Farmacologia: A Base Fisiopatológica da Farmacologia. 3ª Ed. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro, 2014.
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