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Análise das 
Demonstrações 
Financeiras
Leuter Duarte Cardoso Junior
Jair Galerani
Sebastião de Oliveira
Análise das 
Demonstrações 
Financeiras
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Cardoso Junior, Leuter Duarte 
 
ISBN 978-85-8482-315-4
1. Análise econômico-financeira. 2. Administração
financeira. 3. Balanço (Contabilidade). I. Galerani, Jair. II. 
Oliveira, Sebastião de. III. Título.
 CDD 657.45 
Cardoso Junior, Jair Galerani, Sebastião de Oliveira. – 
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
 248 p.
C268a Análise das demonstrações financeiras / Leuter Duarte 
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Gerente Sênior de Editoração e Disponibilização de Material Didático: 
Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Coordenação de Produção: André Augusto de Andrade Ramos
Coordenação de Disponibilização: Daniel Roggeri Rosa
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Unidade 1 | Introdução às informações financeiras e contábeis
Seção 1.1 - A função financeira
1.1.1 | A gestão financeira e a contabilidade
1.1.2 | As principais funções da administração financeira 
1.1.3 | As três áreas de decisões financeiras
1.1.4 | A dinâmica das decisões financeiras
1.1.5 | A contabilidade é ferramenta indispensável nos negócios
1.1.6 | Aspectos básicos e a importância da contabilidade
1.1.7 | Diferenças entre o princípio de competência e o regime de caixa
Seção 1.2 - Demonstrações contábeis e financeiras
1.2.1 | O balanço patrimonial
 1.2.1.1 | Ativo
 1.2.1.1.1 | Ativo circulante (curto prazo)
 1.2.1.2 | Ativo não circulante (longo prazo)
 1.2.1.2.1 | Realizável a longo prazo
 1.2.1.2.2 | Investimentos
 1.2.1.2.3 | Imobilizado
 1.2.1.3 | Passivo
 1.2.1.3.1 | Passivo circulante
 1.2.1.3.2 | Passivo não circulante
 1.2.1.4 | Patrimônio líquido
 1.2.1.4.1 | Capital Social
 1.2.1.4.2 | Capital realizado ou integralizado
 1.2.1.4.3 | Reservas de capital
 1.2.1.4.4 | Ajustes de avaliação patrimonial
 1.2.1.4.5 | Reservas de lucros
 1.2.1.4.6 | Reserva legal
 1.2.1.4.7 | Reservas estatutárias
 1.2.1.4.8 | Reservas para contingências
 1.2.1.4.9 | Reservas de lucro a realizar
 1.2.1.4.10 | Reserva de lucros para expansão
 1.2.1.4.11 | Reservas de incentivos fiscais
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 1.2.1.4.12 | Reserva para dividendos obrigatórios não distribuídos
 1.2.1.4.13 | Ações em tesouraria
 1.2.1.4.14 | Prejuízos acumulados
 1.2.1.5 | Forma de apresentação do balanço patrimonial
 1.2.1.6 | Considerações finais com relação ao balanço patrimonial
1.2.2 | Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
 1.2.2.1 | Receitas
 1.2.2.1.1 | Receita operacional bruta
 1.2.2.1.2 | Deduções das receitas
 1.2.2.1.3 | Receita operacional líquida
 1.2.2.1.4 | Custos e despesas
 1.2.2.1.5 | Resultado bruto
 1.2.2.1.6 | Resultado operacional antes do imposto de rendas
 1.2.2.1.7 | Provisão para imposto de renda
 1.2.2.1.8 | Participação dos empregados e administradores nos resultados
 1.2.2.1.9 | Incentivos fiscais
 1.2.2.1.10 | Resultado (lucro/prejuízo) líquido do exercício
 1.2.2.1.11 | Dividendos
 1.2.2.1.12 | O lucro por ação
 1.2.2.1.13 | Apresentação da DRE
 1.2.2.2 | Demonstração do resultado abrangente (DRA)
 1.2.2.3 | Considerações finais
1.2.3. | Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) e 
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
 1.2.3.1 | Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
 1.2.3.1.1 | Acréscimos no patrimônio líquido
 1.2.3.1.2 | Decréscimos no patrimônio líquido
 1.2.3.1.3 | Manutenção do Patrimônio líquido
 1.2.3.1.4 | Forma de apresentação da DMPL
 1.2.3.2 | Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados (DLPA)
 1.2.3.3 | Forma de apresentação da DLPA
 1.2.3.4 | Considerações finais
1.2.4 | Demonstrações dos fluxos de caixa (DFC)
 1.2.4.1 | Relevância da demonstração dos fluxos de caixa (DFC)
 1.2.4.2 | Elaboração da DFC histórico
 1.2.4.2.1 | As transações que afetam o caixa
 1.2.4.2.2 | Transações que não afetam o caixa (provisões contábeis e 
consumo de estoque)
 1.2.4.2.3 | Estruturas das atividades da DFC
 1.2.4.2.4 | Conceito ampliado de fluxos de caixa
 
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 1.2.4.2.5 | Métodos de elaboração dos fluxos de caixa histórico (DFC)
 1.2.4.2.6 | Vantagens e desvantagens entre os métodos
 1.2.4.2.7 | Fluxos de caixa projetado
 1.2.4.2.8 | Considerações finais
Unidade 2 | Análise financeira e econômica
Seção 2.1 - Relatório do Conselho de Administração
2.1.1 | Constituição do Relatório do Conselho de Administração
2.1.2 | Notas Explicativas 
 2.1.2.1 | Modelo de nota explicativa
2.1.3 | Relatório de Diretoria
2.1.4 | Demonstração do valor adicionado (DVA) (somente para capital aberto)
2.1.5 | Parecer dos Auditores Independentes
2.1.6 | Parecer do Conselho Fiscal
Seção 2.2 - Análise das demonstrações financeiras
2.2.1 | Os usuários da Análise das Demonstrações Financeiras
2.2.2 | A contabilidade: fonte de informação para realização da análise
2.2.3 | Comparação dos índices com padrões
2.2.4 | Análise vertical
 2.2.4.1 | Balanços Patrimoniais da empresa Deten Química S.A. – em 31 de
dezembro de 2013 e 2014 (milhares de reais)
 2.2.4.2 | Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da empresa Deten
Química S.A. – em 31 de dezembro de 2013 e 2014 (milhares de reais)
 2.2.4.2.1 | Interpretação básica da análise vertical da DRE
2.2.5 | Análise horizontal
 2.2.5.1 | Balanços patrimoniais da empresa Deten Química S.A. – em 31 de
dezembro de 2013 e 2014 (milhares de reais)
 2.2.5.1.1 | Interpretação básica da análise horizontal do balanço patrimonial
 2.2.5.2 | Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) da empresa Deten
Química S.A. – em 31 de dezembro de 2013 e 2014 (milhares de reais)
 2.2.5.2.1 | Interpretação básica da análise horizontal da DRE
2.2.6 | Indicadores econômico-financeiros
 2.2.6.1 | Indicadores de liquidez
 2.2.6.1.1 | Indicador de liquidez geral
 2.2.6.1.2 | Indicador de liquidez corrente
 2.2.6.1.3 | Indicador de liquidez seca
 2.2.6.1.4 | Indicador de liquidez imediata
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 2.2.6.2 | Indicadores operacionais ou produtividade
 2.2.6.2.1 | Cálculo do prazo médio de renovação de estoques (PMRE)
 2.2.6.2.2 | Cálculo do prazo médio de recebimento de vendas (PMRV)
 2.2.6.2.3 | Cálculo do prazo médiode pagamento dos fornecedores (PMPF)
 2.2.6.2.4 | Cálculo do ciclo operacional (CO)
 2.2.6.2.5 | Cálculo do ciclo financeiro (CF)
 2.2.6.3 | Indicadores de giro
 2.2.6.3.1 | Giro de caixa (GC)
 2.2.6.3.2 | O capital circulante ou capital de giro (CDG)
 2.2.6.3.3 | Capital de giro líquido (CDGL)
 2.2.6.3.4 | Necessidade de capital de giro líquido (NGL)
 2.2.6.3.5 | Cálculo de saldo de tesouraria
 2.2.6.3.6 | Efeito tesoura (EFT)
 2.2.6.4 | Indicadores econômicos
 2.2.6.4.1 | Indicadores da estrutura patrimonial
 2.2.6.4.2 | Indicadores de Rentabilidade
 2.2.6.5 | Indicador de mercado
Unidade 3 | Análise do modelo DuPont e Ebitda
Seção 3.1 - Modelo DuPont
3.1.1 | Histórico do Modelo DuPont
 3.1.1.1 | Introdução ao Modelo DuPont 
3.1.2 | Análise da Decomposição do Modelo DuPont
3.1.3 | Análise do Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE)
3.1.4 | Análise do Retorno sobre Ativo (ROA)
3.1.5 | Margem Líquida
3.1.6 | Giro Ativo
3.1.7 | Alavancagem Financeira
3.1.8 | Análise Econômica e Financeira utilizando Modelo DuPont
Seção 3.2 - Ebitda (Earnings Before Interests, Taxes,
Depreciation and Amortization)
3.2.1 Análise do Ebitda (Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation and 
Amortization) – ou Lajida (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e 
Amortização)
3.2.2 | Demonstração do Fluxo de Caixa para Análise do Ebitda
3.2.3 | Conta Caixa
 3.2.3.1 | Equivalente de Caixa
 3.2.3.2 | Evidenciação do Equivalente de Caixa nas NE 
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3.2.4 | Comparativo Fluxo de Caixa Operacional e Ebitda
3.2.5 | Demonstração do Ebitda
3.2.6 | Vantagens e limitações do Ebitda
3.2.7 | Análise do Lucro antes dos juros imposto de renda depreciação e
amortização (Lajida)
3.2.8 | Relação Ebitda e EVA
Unidade 4 | Análise pela Técnica do Economic Value Added – EVA®
Seção 4.1 - Introdução e análise da técnica do Valor
Econômico Agregado (EVA®)
4.1.1 | Introdução ao Valor Econômico Agregado (EVA®)
4.1.2 | Análise do Valor Econômico Agregado (EVA®) 
 4.1.2.1 | Método de Cálculo do Valor Econômico Agregado EVA®
4.1.3 | Método Secundário para Cálculo do EVA®
4.1.4 | Exemplos com o Valor Econômico Agregado (EVA®)
 4.1.4.1 | Exemplo “A”: Cálculo do Valor Econômico Agregado
 4.1.4.2 | Exemplo B: Método Secundário para o Cálculo do EVA®
 4.1.4.2.1 | Custo das fontes de Capital (WACC)
 4.1.4.3 | Exemplo de Conflito: Valor versus Lucro
Seção 4.2 - Caso Prático com aplicação do Valor
Econômico Agregado (EVA®)
4.2.1 | Introdução à Seção
4.2.2 | Estudo de Caso: Aplicação do Valor Econômico Agregado (EVA®)
 4.2.2.1 | Cálculo do Valor Econômico Agregado (EVA®)
4.2.3 | Cálculo do MVA® (Market Value Added) para o Estudo de Caso
 4.2.3.1 | Introdução ao MVA 
 4.2.3.2 | Fundamentos do MVA®
 4.2.3.3 | Cálculo do MVA
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Apresentação
As economias de mercado estão cada vez mais competitivas e globalizadas e 
este fato faz com que as organizações tenham métodos, técnicas, instrumentos e 
estratégias para que possam ser economicamente viáveis bem como competitivas 
frente aos seus concorrentes no mercado. Por esta razão, é preciso ter instrumentos 
e métodos financeiros que possam garantir a eficiência e competitividade das 
organizações.
Este livro terá como proposta de estudos compreender as principais análises 
sobre as demonstrações financeiras e contábeis e, também, estudar algumas 
técnicas e modelos que podem ser aplicados para analisar o desempenho 
financeiro e econômico das organizações.
Deste modo, a estrutura deste livro será composta de quatro unidades, sendo a 
primeira sobre as informações financeiras e contábeis, a segunda o estudo dos índices 
financeiros e econômicos (análise financeira e econômica), na terceira o estudo do 
Ebitda e modelo DuPont e, por fim, na unidade quatro a técnica do EVA®. 
Na primeira unidade a maior proposta está em compreender as principais 
informações que estão em uma demonstração de resultados e balanço patrimonial. 
Por conseguinte, na unidade dois, o objetivo está em estudar os principais 
índices financeiros que podem ser aplicados sobre as demonstrações contábeis 
e financeiras. Assim sendo, com estas unidades pode-se entender um pouco da 
situação financeira econômica de uma empresa.
Na sequência do livro temos a unidade três que tem como foco de estudos 
o Ebitda que é uma análise do desempenho operacional de uma organização e 
logo depois, o estudo do modelo DuPont que visa analisar o retorno do ativo e 
patrimônio líquido. Por fim, a unidade quatro tem por missão estudar EVA® que 
é uma técnica que verifica os ganhos de riquezas sobre o capital investido nas 
atividades operacionais da organização. 
Unidade 1
INTRODUÇÃO ÀS 
INFORMAÇÕES FINANCEIRAS 
E CONTÁBEIS 
Objetivos de aprendizagem: 
Esta unidade tem como objetivo levar você a estudar a disciplina de 
Análise das Demonstrações Financeiras para pessoas leigas em finanças; 
também nesta unidade você será levado a estudar sobre os conceitos básicos 
de contabilidade e gestão financeira e compreender as demonstrações 
contábeis e financeiras. 
Jair Galerani
Esta seção terá por objetivo apresentar os conceitos de contabilidade, 
uma vez que a atividade financeira requer acompanhamento permanente 
de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem como, 
proceder aos ajustes e correções necessários. Assim, no exercício de suas 
funções, o gestor financeiro precisa ter conhecimentos essenciais de 
contabilidade para gerir as suas atividades.
 Nesta seção serão mostrados os lançamentos das contas do plano 
de contas, como são elaboradas as demonstrações financeiras e os 
demonstrativos que agrupam informações contábeis conforme as 
exigências legais, tributária, societária e gerencial.
Seção 1.1 | A Função Financeira
Seção 1.2 | Demonstrações contábeis e financeiras
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
12
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
13
Introdução à unidade
Você, como gestor financeiro, também tem a função de buscar resultados 
financeiros e demonstrar estes resultados das operações da empresa à alta direção, 
de modo que esta possa saber como os fundos disponíveis estão sendo utilizados 
e aplicados e tomar futuras decisões. Você já pensou quais seriam as informações 
que iria levar à alta direção da organização para uma tomada de decisões, podendo 
ser essas decisões internas ou externas?
Um bom gestor deve ter informações para uso interno sobre a empresa onde 
se refere, o volume de vendas, preços cobrados, posição de contas a receber, 
contas a pagar, acompanhamento da evolução de receitas e despesas, situação das 
dívidas contraídas, necessidades de recursos, situação de liquidez e rentabilidade, 
etc., sendo estes os assuntos que trataremos nas seções. Como gestor financeiro, 
você já pensou quais seriam os recursos que iria utilizar para alavancar a situação 
da liquidez e a rentabilidade da organização? 
Como gestor financeiro você não pode deixar de buscar as informações para uso 
externo (uso de terceiros), que se referem à análise feita por pessoas do mundo dos 
negócios ou de organizações que realizam transações com a empresa e que precisam 
medir e avaliar sua situação geral ou analisar sua liquidez, rentabilidade, eficiência 
operacional, ou mesmo seu endividamento. São bancos ou instituições financeiras 
(que fornecem recursos financeiros, através de empréstimos ou financiamento),investidores (pessoas físicas ou jurídicas que pretendem adquirir ações da empresa), 
concorrentes (que desejam comparar sua situação com a empresa). São variados 
os grupos de interesse que constantemente procuram analisar o desempenho da 
empresa através de análises das demonstrações financeiras.
Ao utilizar as demonstrações financeiras você proporcionará uma medida relativa 
do desempenho da empresa e permitirá comparações com exercícios anteriores, 
como também com outras empresas do mesmo porte e ramo no mercado, 
permitindo avaliar os padrões históricos da própria empresa ao longo de suas 
operações, como também fazer previsões a respeito de suas futuras operações.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
14
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
15
Seção 1.1
A Função Financeira 
Ao tratarmos de função financeira não devemos deixar de lembrar que esta 
trata de estudos para administrar os recursos, desta forma ela abrange as finanças 
de várias instituições, das quais podemos englobar: o governo, o funcionamento 
do mercado financeiro de um país, o mercado internacional ou pessoais.
1.1.1 A gestão financeira e a contabilidade 
Para realizar a função financeira é muito importante o conhecimento dos 
conceitos básicos de contabilidade, uma vez que, a atividade financeira requer 
acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu 
desempenho, bem como, proceder aos ajustes e correções necessários (ASSAF 
NETO; SILVA, 1995). Portanto, no exercício de suas funções, o gestor financeiro 
precisa de conhecimentos essenciais de contabilidade para gerir as suas atividades, 
buscando o melhor e o mais rigoroso controle econômico-financeiro.
A função financeira e a função contábil dentro de uma empresa são bem 
parecidas. Embora haja relação íntima entre essas funções, a função contábil é um 
insumo necessário à função financeira, isto é, uma subfunção da administração 
financeira. Esta visão está de acordo com a organização das atividades de uma 
empresa em áreas de negócios: marketing, produção, logística, finanças e gestão 
de pessoas.
Em geral, considera-se que na empresa a função contábil deve ser controlada 
pela gestão financeira. Existem duas diferenças básicas entre a administração 
financeira e a contabilidade: uma refere-se ao tratamento dos recursos financeiros 
A contabilidade é a língua dos negócios.
Warren Buffet
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
16
e a outra, à tomada de decisão. 
Ao gestor financeiro cabe a preocupação com o desempenho da função 
financeira do empreendimento usando do conhecimento básico de contabilidade 
já que a maioria das decisões financeiras precisam ser de algum modo, medidas em 
termos financeiros e isso geralmente passa pelos relatórios financeiros contábeis.
1.1.2 As principais funções da administração financeira
A importância da função financeira na empresa depende muito de seu porte. 
Em grandes e médias empresas, ela pode ser realizada por um departamento; em 
empresas de pequeno porte, pelo contador ou pelo próprio proprietário. O quadro 
abaixo ilustra as principais funções da administração financeira, agrupadas em duas 
grandes áreas: tesouraria e controladoria. No Brasil, de um modo geral, as funções 
de tesouraria são exercidas pelo gerente financeiro, e as funções de controladoria 
são exercidas pelo controller (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2015).
Como se pode ver o gestor financeiro é responsável pela coordenação das 
funções de tesouraria e de controladoria o que exige um mínimo de conhecimento 
de contabilidade, até porque o gestor financeiro pode precisar contratar um 
profissional da área de contabilidade e precisa saber avaliar os conhecimentos 
apresentados pelos candidatos.
“A única certeza que temos, e sobre a qual se pode tirar 
conclusões, diz respeito aos números da economia. E, nesse 
caso, se a economia é incerta, a contabilidade não mente”. 
Antoninho Marmo Trevisan
Quadro 1.1 | Principais funções financeiras
Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015, p. 5).
Tesouraria Controladoria
Gestão de caixa
Gestão de crédito e contas a receber
Gestão de risco
Gestão financeira de estoques
Planejamento e controle financeiro 
Negociação com bancos
Gestão contábil
Gestão de custos
Gestão orçamentaria
Gestão de preços
Gestão tributária
Auditoria interna
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
17
1.1.3 As três áreas de decisões financeiras
Cabe ao administrador financeiro maximizar a riqueza dos acionistas nos 
seguintes aspectos: perspectiva de longo prazo; valorização do dinheiro no tempo; 
retorno do capital próprio; análise de risco e política de distribuição de resultados. 
E para maximizar essa riqueza, o gestor financeiro deve se ater em três áreas de 
decisões financeiras: decisões de investimentos, decisões de financiamentos e 
destinação dos lucros (SILVA, 2014).
1.1.4 A dinâmica das decisões financeiras
As decisões de investimentos, financiamentos e distribuição de lucros acontecem 
por meio das seguintes dinâmicas: planejamento financeiro: onde obter e como 
alocar os recursos; controle financeiro: analisar e corrigir os desvios entre o 
previsto e o realizado; administração de ativos: melhor estrutura dos investimentos 
em termos de risco e retorno; e objetivo da empresa: maximização do valor da 
empresa que é obtido por meio das decisões de investimentos e financiamentos.
E para acompanhar as decisões financeiras o gestor financeiro utiliza-se 
dos elementos da análise financeira e econômica. A análise econômica refere-
se à análise do lucro/prejuízo que resulta na variação do patrimônio líquido dos 
Quadro 1.2 | As três áreas de decisões financeiras
Fonte: Silva (2014, p. 15).
ATIVO PASSIVO
Decisões de investimento
Aplicação de recursos
Decisões de financiamento
Captação de recursos
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Decisões de lucros
Financiamento das atividades
Quando você houve dizer que a empresa está com a saúde 
financeira abalada, significa que há problema na gestão de seu 
conjunto de bens, direitos ou obrigações.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
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acionistas. O principal objetivo da empresa é econômico. A análise financeira 
refere-se à análise da capacidade da empresa em honrar seus compromissos. 
Trata-se da análise de liquidez (SILVA, 2014).
1.1.5 A contabilidade é ferramenta indispensável nos negócios
Contadores, administradores e responsáveis pela gestão de empresas há muito 
tempo se convenceram de que as informações contábeis vão além do simples cálculo 
de impostos e atendimento de legislações comerciais, previdenciárias e legais. 
Em síntese, a contabilidade gerencial é a utilização dos registros e controles 
contábeis com o objetivo de gerir uma empresa, considerando a gestão um 
processo amplo e complexo. A contabilidade gerencial, de acordo com Crepaldi 
(2011), não cria os dados, e sim, fundamenta-os em controles contábeis e outros 
fatos que influenciam o patrimônio empresarial. 
Para fins gerenciais podem-se destacar exemplos da utilização da 
contabilidade, como: projeção do fluxo de caixa, elaboração e acompanhamento 
orçamentário, planejamento tributário e societário, cálculo do ponto de equilíbrio, 
acompanhamento das inadimplências, determinação de custos-padrão, apuração 
da margem de contribuição por segmento de negócios, acompanhamento da 
evolução das receitas e despesas, relatórios para fins de operações bancárias, etc.
Como se pode notar, o conhecimento financeiro aliado ao conhecimento 
contábil auxilia o entendimento da estrutura das demonstrações financeiras, no 
planejamento financeiro, no controle financeiro, na gestão de ativos, nas análises 
econômico-financeiras, nos relatórios gerenciais, na solução de problemas e nas 
tomadas de decisão.Portanto, o gestor financeiro no exercício da função precisa conhecer o 
essencial de contabilidade, para entender os relatórios internos de outras áreas da 
organização, bem como relatórios externos de organizações, como, por exemplo, 
indicadores econômicos, relatórios de associações patronais, relatórios de 
sindicatos, relatórios de concorrentes, de fornecedores, de instituições financeiras, 
etc. 
Quem não tem informação, não sabe para onde vai e nem se vai 
chegar. Tem mais sorte do que juízo!
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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Concluindo, o gestor financeiro terá dificuldades para exercer a função sem 
uma compreensão dos princípios e práticas da administração financeira. Para 
melhor entender a importância da administração financeira no mundo dos 
negócios, é importante ter conhecimento de várias disciplinas, principalmente de 
contabilidade, economia, matemática, estatística, ciência da computação, entre 
outras (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2015).
1.1.6 Aspectos básicos e a importância da contabilidade
A contabilidade como uma área dinâmica tem passado por transformações. 
Conforme Santos (2014) os países buscam a harmonização contábil internacional 
e esse fato impacta em mudanças legais, como, por exemplo, as alterações 
ocorridas através das Leis nos 11.638/2007 e 11.941/2009 que trouxeram grandes 
modificações na contabilidade, na estrutura das demonstrações contábeis, com a 
substituição da demonstração das origens e aplicações de recursos (DOAR) pela 
demonstração dos fluxos de caixa (DFC) e obrigatoriedade da demonstração do 
valor adicionado (DVA) para as empresas de capital aberto ou de grande porte, 
com alterações importantes no plano de contas, ainda, as Resoluções CFC nos 
1.255/2009, 1.285/1990 e 1.418/2012, que orientam sobre a contabilidade para 
pequenas e médias empresas.
Pode-se dizer que contabilidade é um banco de informações. Supre as pessoas 
físicas e jurídicas interessadas em saber a situação econômica e financeira de uma 
empresa em um determinado momento. O seu objetivo principal é prover aos 
usuários com informações necessárias para tomada de decisão, daí a importância 
de haver qualidade na informação. As informações contábeis não são limitadas 
A Lei nº 11.638/2007 atualiza as regras contábeis brasileiras para 
a sua conversão ao padrão internacional e apresenta duas novas 
demonstrações fundamentais nos processos decisórios: o fluxo de 
caixa e o valor adicionado. Por sua vez, a Lei nº 11.941/2009 trouxe 
várias modificações relativas aos aspectos contábeis. Para melhores 
informações sobre o tema, pesquisar <http://www.cvm.gov.br> e 
sobre as normas brasileiras de contabilidade <http://www.cfc.org.br> 
(Resoluções). 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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apenas ao balanço e ao demonstrativo de resultado, ela fornece um fluxo de 
informações contínuo sobre os mais diversos fatores da gestão econômico-
financeira da empresa (SILVA, 2014). 
A contabilidade realiza os registros de todas as transações monetárias de uma 
empresa. Esses registros disponibilizam dados e informações sobre a posição 
econômico-financeira da empresa. E para atingir seus propósitos, a contabilidade 
é regulamentada por leis para que haja uniformidade, possibilitando análise 
comparativa com outras empresas.
O administrador financeiro que souber usar as informações contábeis tem uma 
poderosa ferramenta, o que permite tomar decisões com mais segurança em 
relação ao futuro.
1.1.7 Diferenças entre o princípio de competência e o regime de caixa
A contabilidade segue a prática de considerar as receitas e despesas sob um 
regime de reconhecimento denominado “princípio de competência”, também 
chamado de regime de competência e econômico. Quer dizer que as receitas, 
custos e despesas devem ser reconhecidos no período em que ocorreu o fato 
gerador, independentemente do efetivo pagamento das despesas ou custos e dos 
recebimentos ou receitas. Exemplo, uma venda que gerou uma receita deve ser 
registrada na contabilidade, independentemente de ter sido ou não paga (LEMES 
JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2015).
Por sua vez, “o regime de caixa ou financeiro” considera os valores quando são 
efetivamente recebidos ou pagos, ou seja, quando há entrada e saída de dinheiro do 
caixa. A tendência é que o regime de caixa seja o que recebe maior atenção da gestão 
financeira das empresas. Ele é utilizado na projeção do fluxo de caixa. O exemplo 
abaixo mostra a diferença entre o regime de competência e o regime de caixa. 
Na hora de tomar decisão o bom gestor sempre terá ao seu lado 
um contabilista com informações fresquinhas.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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É importante saber a diferença entre os dois regimes, pelo fato de que, muitas 
vezes, a empresa pode estar gerando lucro, em dado momento, e tendo dificuldades 
em pagar seus compromissos, justamente porque sempre existe um descompasso 
entre a efetiva realização das entradas das receitas e saídas de caixa. Portanto, é 
importante acompanhar o demonstrativo de resultados (DRE) e o fluxo financeiro 
(fluxo de caixa) de entradas e saídas de recursos do caixa.
A empresa XTUDO realizou vendas no período no valor de R$ 180.000,00 nas seguintes condições 
de recebimentos: R$ 60.000,00 à vista, R$ 60.000,00 com 30 dias e R$ 60.000,00 com 60 dias. Para 
fabricar, a empresa gastou com materiais R$ 108.000,00 nas seguintes condições de pagamentos: 
R$ 36.000,00 à vista, R$ 36.000,00 com 30 dias e R$ 36.000,00 com 90 dias, ainda, gastou com mão 
de obra de fabricação R$ 22.200,00 com pagamento para 30 dias e com vendas e distribuição R$ 
12.000,00 com pagamento para 30 dias.
Regime de Competência (DRE)
Receitas de vendas
Custo com fabricação
Despesas com vendas
LUCRO DO PERÍODO
180.000,00
(130.200,00)
(12.000,00)
37.800,00
Regime de Caixa
 Itens do fluxo de caixa À vista 30 dias 60 dias
Recebimentos
Pagamento de materiais 
Pagamento de mão de obra de fabricação 
Pagamento de despesas de vendas e distribuição
SUPERÁVIT DE CAIXA
60.000,00
(36.000,00)
(22.200,00)
(12.000,00)
(10.200,00)
60.000,00
(36.000,00)
 
24.000,00
60.000,00
(36.000,00)
 
24.000,00
Quadro 1.3 | Diferença entre o regime de competência e de caixa
Fonte: O autor (2015).
Você já pensou como a contabilidade pode ajudar o gestor 
financeiro na gestão da empresa?
1. O propósito de cada empresa é o de maximizar a riqueza 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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de seus donos ou acionistas, e as decisões financeiras são 
voltadas para o aumento do valor de mercado da empresa, 
que equivale ao objetivo básico dos proprietários. Assim, 
o administrador financeiro deve considerar como meta 
para maximizar as riquezas dos acionistas os aspectos 
da valorização do dinheiro no tempo; retorno de capital 
próprio; análise de risco e política de distribuição de 
dividendos. 
Para atingir o objetivo de maximizar o valor da empresa, o 
administrador financeiro, deve se ater em algumas decisões 
importantes. Assinale a questão que corresponde a essas 
decisões: 
a) Decisões de investimentos, financiamentos e destinação 
dos lucros.
b) Decisões de faturamento, funcionamento e Investimento.
c) Decisões de investimento, funcionamento e orçamento.
d) Decisões de funcionamento, financiamento e 
produtividade.
e) Decisões de lucros, faturamento e orçamento.
2. Para acompanhar as decisões financeiras o gestor 
financeiro utiliza-se dos elementos da análise financeira e 
econômica. As decisões de investimentos, financiamentos 
e distribuição de lucros acontecem por meio de dinâmicas 
que se referem aonde obter e como alocar recursos, 
análise e correção de desvios entre o previsto e o realizado 
e a melhor estrutura dos investimentos em termo de risco 
e retorno.
Essas decisões acontecempor meio de uma dinâmica. 
Assinale a resposta a que corresponde à dinâmica narrada 
no texto:
a) Planejamento de dívidas, controle de investimento e 
gestão de passivos.
b) Planejamento financeiro, controle financeiro e 
administração de ativos.
c) Planejamento de produção, controle de produção e 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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gestão de passivos.
d) Administração da produção, orçamento e controle de 
custos.
e) Controle de fluxo de caixa, administração de patrimônio 
e passivos.
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Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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Seção 1.2
Demonstrações contábeis e financeiras
A partir dos lançamentos nas contas do plano de contas, são elaboradas, 
periodicamente, as demonstrações financeiras – demonstrativos que agrupam 
informações contábeis conforme as exigências legais, tributária, societária e gerencial.
Com a globalização da economia, foi preciso estabelecer padrões contábeis 
para que uma demonstração financeira elaborada no Brasil pudesse ser lida, 
compreendida e incorporada a outras demonstrações financeiras de empresas em 
outros países. Do ponto de vista legal, as demonstrações financeiras são reguladas 
pela Lei nº 11.638/2007, cujo texto e regulamentações complementares podem 
ser encontrados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (Disponível em: 
<http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 21 set. 2015).
No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T.3, “Conceito, 
Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis”, em que 
descreve em detalhes a forma de apresentação dessas demonstrações, adaptada 
ao padrão internacional (Disponível em: <http://www.cfc.org.br>. Acesso em: 21 
set. 2015 – Resoluções).
Pode-se dizer que o objetivo básico das demonstrações contábeis e financeira 
é fornecer informações confiáveis para uso na gestão das atividades e na adequada 
avaliação dos resultados das organizações. Com relação aos objetivos das 
demonstrações financeiras, conforme o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), 
Resolução nº 1.285/2010, é oferecer informações sobre a posição patrimonial e 
financeira, o desempenho e os fluxos da entidade, que seja útil para a tomada de 
decisão pelos usuários que não estão em posição de exigir relatórios para atender 
suas necessidades particulares de informação.
A contabilidade é reconhecida pelas legislações comercial e fiscal, portanto, 
existem relatórios elaborados pelas empresas cuja divulgação é obrigatória, seja para 
público externo ou para órgão de fiscalização. Esses relatórios contêm informações 
de caráter econômico-financeiro. Os relatórios cuja divulgação não é obrigatória 
são os relatórios gerenciais e têm por objetivo atender as necessidades do corpo 
gerencial. As elaborações desses relatórios não estão atreladas à legislação fiscal, 
societária, ou de órgãos que regulam atividades fins das empresas (SILVA, 2014).
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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26
A Lei nº 11.638/2007 substituiu a demonstração contábil DOAR pela DFC e 
determinou importantes modificações nas práticas contábeis e administrativas das 
empresas brasileiras em consonância às práticas internacionais. O quadro abaixo 
apresenta uma síntese das demonstrações contábeis exigidas legalmente, por 
situação e natureza empresarial.
Em alguns casos, são ainda necessários outros relatórios, como, por exemplo, 
relatório do Conselho de Administração ou Diretoria, parecer do Conselho Fiscal e 
parecer dos Auditores Independentes (LEMES JÚNIOR; RIGO; CHEROBIM, 2015).
1.2.1 O balanço patrimonial
A expressão balanço patrimonial é originária do conceito de balança, que significa 
igualdade, equilíbrio patrimonial. Essa demonstração da posição econômica e 
financeira reflete, a intervalos regulares, o resumo dos recursos obtidos e aplicados 
de uma empresa, em determinada data. 
Demonstrações PMEs Empresas em geral
Sociedade de capital 
aberto S.A
Balanço Patrimonial 
(BP)
Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração de 
Resultado do Exercício 
(DRE)
Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Demonstração de 
Resultado Abrangente 
(DRA)
Pode ser substituída 
pela DLPA
Obrigatório Obrigatório
Demonstração de 
Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA)
Facultativo
Pode ser substituída 
pela DMPL
Pode ser substituída 
pela DMPL
Demonstração das 
Mutações do Patrimô-
nio Líquido (DMPL)
Pode ser substituída 
pela DLPA
Obrigatório Obrigatório
Demonstração dos 
Fluxos de Caixa (DFC)
Obrigatório para 
PL maior que R$ 
2.000.000,00
Obrigatório Obrigatório
Demonstração do Val-
or Adicionado (DVA)
Facultativo Facultativo Obrigatório
Notas explicativas Obrigatório Obrigatório Obrigatório
Quadro 1.4 | Demonstrações contábeis exigidas legalmente, por situação e natureza 
empresarial
Fonte: Costa Filho (2013, p. 21).
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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27
O balanço patrimonial mostra a posição financeira e patrimonial da empresa 
numa determinada data, normalmente em 31 de dezembro, como se fosse uma 
fotografia da situação econômico-financeira naquela data. Patrimônio de uma 
empresa é o conjunto de bens, direitos e obrigações (TREVISAN, 2012).
A estrutura do balanço patrimonial, conforme Camargo (2007), é composta de 
duas colunas: a da esquerda corresponde ao ativo (bens e direitos da empresa) e a 
da direita se refere ao passivo (obrigações) e o patrimônio líquido (capital próprio), 
sendo a escrituração contábil realizada pelo sistema das partidas dobradas, ou seja, 
os valores do ativo se originam do passivo e do patrimônio líquido.
Os recursos aplicados no ativo se dividem em bens e direitos. Considera-se 
bens de uso as instalações, imóveis, veículos, máquinas, equipamentos, dinheiro, 
estoques, etc., e os direitos referem-se aos valores que a empresa tem a receber, 
como, por exemplo, título a receber, duplicatas a receber, cheques a receber, 
aluguel a receber, etc.
Também podem ser considerados direitos, conforme Santos (2014), os gastos 
antecipados em despesas, que possibilitam o direito de apropriar no grupo de 
despesas, em virtude da apropriação pelo regime de competência, classificados 
em despesas pagas antecipadamente. Um exemplo para esse caso é a contratação 
de seguros, cuja apropriação em despesa ultrapassa de um ano para outro. 
Destrinchar os segredos de um balanço não é nenhum bicho de 
sete cabeças.
Figura 1.1 | Representação gráfica do balanço patrimonial
Fonte: Santos (2014, p.31).
A = ATIVO
P = PASSIVO
PL = PATRIMÔNIO A P + PL
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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Os recursos aplicados no ativo podem ter duas origens: de capital de terceiros 
(empréstimos, investimentos, obrigações diversas a pagar) que é registrado no 
passivo e de capital próprio (investimento inicial dos sócios com posteriores 
acréscimos por lucros e novos investimentos registrado no patrimônio líquido) e 
também pelos decréscimos (prejuízos e saídas de sócios). No quadro abaixo é 
apresentado a demonstração da aplicação e origem de recursos.
Portanto, o que se chama de balanço patrimonial é a descrição, em um dado 
momento, das fontes e das aplicações de recursos utilizadas por uma empresa. Foi 
convencionado chamar essas aplicações de ativos e as fontes de passivo. O total 
do ativo sempre será igual ao passivo total, mantendo o equilíbrio entre as origens 
e aplicações de recursos confirmando a expressão balanço patrimonial com o 
conceito de balança, que significa igualdade, equilíbrio patrimonial. 
O passivo total é a soma do passivo exigível e do patrimônio líquido, que 
representam a origem total de recursos, composta por capital de terceiros e capital 
próprio, conforme representação gráfica do balanço patrimonial que demonstraa 
situação estática em uma determinada data.
Aplicação de Recursos Origens de recursos
Ativo
- Bens
- Direito
Passivo => Capital de terceiros
- Dívidas
- Obrigações
Patrimônio Líquido => Não exigível 
 => Capital próprio
- Investimentos iniciais (integralização)
- Acréscimos – lucros e capitalização
Quadro 1.5 | Demonstração da aplicação e origem dos recursos
Fonte: Santos (2014, p. 30).
Ativo
Conjunto de bens 
e direitos 
Passivo
Conjunto de obrigações a 
pagar/Exigibilidades
Patrimônio Líquido
Conjunto de recursos próprios 
(pertencentes aos sócios)
Figura 1.2 | Representação gráfica do balanço patrimonial
Fonte: Santos (2014, p. 31).
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Exercício social: é um período contábil, ou seja, o tempo que a 
empresa leva para cumprir o seu ciclo operacional. Normalmente 
o exercício é considerado como começando em 1º de janeiro e 
terminando em 31 de dezembro.
Classificação de contas de curto prazo = menos que 365 dias
Classificação de contas de longo prazo = mais do que 365 dias
1.2.1.1 Ativo
O ativo é composto pelos bens e direitos das organizações, representando 
graficamente onde foram aplicados e são controlados os recursos, dos quais se 
esperam benefícios econômicos futuros. Tais aplicações aparecem no balanço 
patrimonial de forma resumida, ou seja, são representadas de forma sintética.
Cada conta sintética, demonstrada no balanço, é a somatória da composição 
de várias contas analíticas, como, por exemplo: a conta “bancos movimento”, que 
pode ser o total dos saldos de várias contas bancárias existentes naquele momento. 
Igualmente a conta de duplicatas a receber, que é a somatória dos direitos a receber 
de diversos clientes, resultando das vendas a prazo, e assim por diante.
O ativo é presentado na forma vertical (de cima para baixo) e a ordem de itens 
é dada em função de sua liquidez, ou seja, são lançados primeiro os itens que 
podem ser convertidos em disponibilidades mais rapidamente e que certamente 
terão o giro mais rápido.
Bens = máquinas, prédios, estoques, veículos, valores em espécie, 
etc.
Direitos = contas a receber, títulos a receber, impostos a recuperar, 
etc.
Liquidez = rapidez de um bem de transformar-se em dinheiro.
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30
1.2.1.1.1. Ativo circulante (curto prazo)
O ativo circulante é o primeiro grupo do ativo, além de ser o de maior liquidez, 
representa a realização do ciclo operacional da empresa. O ativo circulante 
compreende todas aquelas aplicações que apresentam disponibilidade imediata 
ou que serão convertidas em um período de até 12 meses (curto prazo). De acordo 
com Santos (2014) também fazem parte desse grupo as despesas já pagas, mas 
que pertencem ao exercício seguinte ao encerramento do balanço, resultado da 
aplicação do regime de competência.
De forma objetiva, as contas que terão movimentação e realização até o final 
do exercício são consideradas de curto prazo, portanto, devem ser classificadas 
no ativo circulante. É importante observar que uma vez adotado determinado 
critério, este deverá permanecer, e se for alterado em algum exercício contábil 
deverá constar em nota explicativa. Por sua vez, o ativo circulante é composto 
pelas seguintes contas:
a) Disponível 
São classificados como disponível as contas caixa, bancos, contas-correntes 
bancárias, aplicações de liquidez imediata, saldo em moedas estrangeiras, despesas 
pagas antecipadamente, etc. 
b) Bens e direitos de curto prazo
São classificados como bens e direitos aqueles realizáveis no ano corrente e até 
o final do ano seguinte, como, por exemplo:
• Investimentos temporários: aplicações financeiras em fundos, depósitos a prazo 
fixo, letras de câmbio, derivativos e recibo ou certificado de depósito bancário;
• Duplicatas a receber: valores a receber provenientes das vendas a prazo de 
serviços ou de mercadorias, representando um direito a cobrar dos clientes;
• Dividendos a receber: direitos a receber em função de participação em 
outras empresas;
• Títulos a receber: valores a receber, normalmente relacionados às vendas 
não ligadas às operações normais da empresa, como, por exemplo, a venda 
de ativos imobilizados;
• Adiantamento a terceiros: valores entregues a terceiros, normalmente 
relacionados à vinculação específica de fornecimento de bens ou serviços 
contratuais predeterminados; 
• Adiantamento e empréstimos a empregados: valores relacionados 
aos empregados, devendo existir conta específica para controle das 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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antecipações de férias e de 13º salários;
• Tributos/impostos a compensar ou a recuperar: diante de não 
cumulatividade tributária, previstas na Constituição Federal, os direitos 
existentes de compensação relacionadas ao Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI), ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e Serviços de Comunicações 
(ICMS), ao Programa de Integração Social (PIS) e à Contribuição para o 
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) são aqui classificados, e, se 
for o caso, compensado os respectivos valores devidos; 
• Outros tributos a compensar: como o caso do Imposto sobre a Renda 
Retido na Fonte (IRF), o Imposto sobre a Renda (IR) e a Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL);
• Estoques: os estoques podem ser de mercadorias, de matérias-primas, de 
materiais de embalagens, de escritório, manutenção, limpeza, materiais em 
processo (fabricação e produtos acabados), etc. É muito importante um 
bom sistema de controle de estoques, pois pode contribuir definitivamente 
para o sucesso ou insucesso das empresas.
c) Despesas pagas antecipadamente
Referem-se aos desembolsos de recursos, que podem afetar diversos períodos 
contábeis até o final do exercício seguinte, obedecendo-se ao regime de competência. 
Essa conta também é conhecida como “despesa do exercício seguinte”.
1.2.1.2 Ativo não circulante (longo prazo)
É um grupo do ativo que se subdivide em ativo realizável em longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível. No ativo não circulante são classificados os 
direitos a receber com data de vencimento maior que um ano e os itens utilizados 
nas atividades operacionais não destinados à venda, ou seja, os bens imobilizado e 
intangível (SOUZA, 2014). 
Portanto, todos aqueles ativos que não forem classificados como ativo circulante 
e incluírem ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros de natureza de longo 
prazo são considerados ativo não circulante. De acordo com a Lei nº 11.941/2009, 
o ativo não circulante é composto pelos seguintes grupos e contas:
1.2.1.2.1 Realizável a longo prazo
 São classificados neste grupo de contas os direitos realizáveis com prazo de 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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realização superior a um ano. Assim, com exceção das disponibilidades, 
qualquer conta integrante do ativo circulante pode ser classificada como realizável 
a longo prazo, desde que o prazo de realização seja superior a um ano. 
Também são classificados neste grupo de contas, independentemente do 
prazo de realização, os valores a receber, os empréstimos e adiantamentos a 
sócios e diretores, a acionistas e às sociedades coligadas e controladas, e também 
as transações não operacionais, consideradas não habituais, como, por exemplo, 
a venda de um imóvel. Essa conta é subdividida em:
1.2.1.2.2 Investimentos
São classificadas neste grupo de contas todas as aplicações de caráter 
permanente que não apresentam a intenção de conversão em numerário. São os 
investimentos referentes a participações voluntárias ou incentivadas, em empresas 
e direitos de propriedade, que não se enquadram no ativocirculante, realizável a 
longo prazo ou no imobilizado. São exemplos:
• Participações voluntárias: são as participações em outras empresas por 
meio das aquisições de quotas-partes ou de ações;
• Participações incentivadas: derivam de incentivos fiscais em determinadas 
áreas, trazendo algum tipo de benefício por parte do imposto sobre a renda;
• Outros investimentos: quadros e obras de arte, terrenos para futura 
expansão da entidade e os imóveis alugados a terceiros.
1.2.1.2.3 Imobilizado
Neste grupo são classificadas as aplicações de caráter permanente, destinado 
à manutenção da atividade básica da empresa. A finalidade é o que diferencia um 
ativo de investimento e um ativo imobilizado. Os bens que compõem o imobilizado 
são aqueles necessários às operações e atividades normais da empresa. Portanto, 
os bens que compõem o imobilizado são aqueles efetivamente utilizados e 
necessários à realização das atividades da empresa, cuja expectativa de vida útil 
seja superior a um ano ou mais de um período contábil. São exemplos:
• Imóveis (fábricas, escritórios, armazéns, etc.); 
• Equipamentos de informática e telefonia;
• Instalações elétricas, hidráulicas, etc.;
• Máquinas e equipamentos;
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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• Móveis e utensílios; 
• Veículos, etc.
a) Imobilização em andamento 
As construções em andamento, de prédios e de máquinas para a atividade 
operacional, bem como as importações em andamento e os adiantamentos para 
fornecedores, que se relacionem aos bens que irão compor o ativo imobilizado, 
devem ser classificados nesse grupo de contas;
b) Intangível 
Neste grupo são classificados os direitos que tenham por objeto bens destinados 
à manutenção da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de 
comércio adquirido. São os bens, ativos de capital que não têm existência física, que 
não se pode tocar ou pegar, incorpóreos, e possuem relevância e materialidade. 
São exemplos: os valores de marcas e patentes, o valor do ponto comercial, etc.;
c) Depreciação 
A depreciação se aplica sobre os ativos imobilizados, à medida que o bem é 
utilizado, uma vez que o seu valor econômico e sua capacidade tendem a diminuir. 
Portanto, a vida útil desses bens operacionais tende a ser limitada a determinado 
período, ocorrendo uma redução do seu valor em função do desgaste ou perda 
de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Existem despesas ou 
custos que não se incorrem em movimentação financeira no momento que são 
reconhecidos. Essa situação decorre do fato de que os gastos ocorreram em 
momentos anteriores; 
Não confunda a depreciação com a desvalorização. A depreciação 
representa a perda resultante de eficiência funcional e a desvalorização 
a perda por variações de mercado.
d) Depreciação acumulada 
É a conta redutora do imobilizado e representa o quanto em valores já foi 
depreciado, ou seja, considerado despesa ou custo. Conforme Lemes Júnior, 
Rigo e Cherobim (2015) as despesas têm o seu registro anual de contabilização, 
e a depreciação acumulada é a somatória de tudo o que foi contabilizado como 
despesas de depreciação. O valor do imobilizado líquido é o resultado do valor de 
aquisição do bem, diminuído o valor da depreciação acumulada. O quadro a seguir 
oferece melhor entendimento da depreciação.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
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Entendendo a depreciação
Exemplificando a situação acima, uma empresa adquire e paga 
um veículo pelo valor de R$ 45.000,00, entretanto, esse veículo foi 
comprado para uso durante vários anos. Se a empresa considerar como 
despesa ou custo o valor pago no exercício em que foi comprado, 
o ano será penalizado em termos de resultado, pois receberá toda 
a carga do custo de um veículo que será usado por vários anos, 
diminuindo o lucro do ano da compra e consequentemente haverá 
uma redução no valor do Imposto de Renda a ser pago. 
Para que não ocorra este fato, o correto é distribuir o gasto de R$ 
45.000,00 pelo período de cinco anos, que é a previsão de vida útil 
desse tipo de bem, desse modo, cada período receberá uma parcela 
da despesa ou custo no valor de R$ 6.600,00, considerando um valor 
residual de R$ 12.000,00 no final do período. Essa distribuição de 
despesa ou custo por vários períodos é chamada de Depreciação. No 
caso de terrenos e obras de arte não existe efetivamente um desgaste, 
portanto, não se aplica a depreciação.
Quadro 1.6 | Entendendo a depreciação
Quadro 1.7 | Taxa de depreciação (tempo de vida útil do bem)
Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015).
(continua)
A legislação do imposto de renda disponibiliza tabelas legais que determinam 
a vida útil de cada grupo de bens do ativo imobilizado, conforme é mostrado no 
quadro a seguir:
Ativo imobilizado Vida útil Taxa de depreciação anual
Edificações 25 anos 4,0%
Máquinas e equipamentos 10 anos 10%
Instalações 10 anos 10%
Móveis e utensílios 10 anos 10%
Ferramentas 05 anos 20%
Veículos de transporte 04 anos 25%
Veículos 05 anos 20%
Computadores e periféricos 05 anos 20%
OBS: A empresa pode acelerar a depreciação de bens móveis adotando os coeficientes relacionados 
ao número de turnos trabalhados, conforme segue:
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
35
Para turnos de 8 horas Coeficiente 1,0
Para dois turnos de 8 horas Coeficiente 1,5
Para três turnos de 8 horas Coeficiente 2,0
Quadro 1.8 | Exemplo do cálculo da depreciação
Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015, p. 37).
Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015).
O cálculo da depreciação pode ser feito pelo método linear, soma dos dígitos 
e unidades produzidas. Para o cálculo do método linear utiliza-se o valor do ativo, 
deduzido o valor residual estimado, dividido pelo seu período de vida útil. No quadro 
a seguir é demostrado um exemplo de cálculo da depreciação pelo método linear.
O método das somas dos dígitos é usado para efeitos gerenciais, pois a 
legislação brasileira somente aceita a depreciação calculada pelo método linear 
ou pelo método das unidades produzidas, desde que obedecidos os parâmetros 
e taxas oficiais. O cálculo por esse método utiliza uma fração cujo denominador 
é formado pela soma dos números de anos de vida útil do ativo, e o numerador é 
composto dos anos sucessivos. No quadro a seguir é demostrado um exemplo de 
cálculo da depreciação pelo método da soma dos dígitos.
Exemplo do cálculo da depreciação pelo método linear
O gestor da empresa XTUDO realizou o cálculo da depreciação de um 
veículo no valor de R$ 45.000,00 usando o método linear, considerou cinco 
anos a vida útil do bem e o valor residual de R$ 12.000,00. O cálculo mostrou 
que a cada ano o valor da depreciação será de R$ 6.600,00.
O valor de R$ 12.000,00 no final de cinco anos representa o valor residual 
do veículo, ou seja, o quanto estará valendo no mercado de usados.
Ano Valor no início do ano Valor da depreciação anual
Valor no final do ano ou ativo 
imobilizado líquido
01 33.000,00 6.600,00 26.400,00
02 26.400,00 6.600,00 19.800,00
03 19.800,00 6.600,00 13.200,00
04 13.200,00 6.600,00 6.600,00
05 6.600,00 6.600,00 12.000,00
Depreciação acumulada 33.000,00
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
36
Quadro 1.9 | Exemplo do cálculo da depreciação
Fonte: Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015, p. 36).
Exemplo de cálculo da depreciação pelo método da soma dos dígitos
O gestor da empresa XTUDO realizou o cálculo da depreciação de um 
veículo no valor de R$ 120.000,00, para uso gerencial, pelo método da soma 
dos dígitos, comiserou cinco anos a vida útil do bem e o valor residual de R$ 
12.000,00. O cálculo mostrou que a depreciação no primeiro ano será de R$ 
36.000,00, no segundo R$ 28.800,00, no terceiroR$ 21.600,00, no quarto 
R$ 14.400,00 e no quinto ano R$ 7.200,00.
OBS: Somando-se os dígitos que compõem os anos de vida útil, tem-se: 
5+4+3+2+1 = 15.
O valor de R$ 20.000,00 no final de cinco anos representa o valor residual 
do veículo, o quanto estará valendo no mercado de usados.
Ano 
Dígitos
Valor no início do 
ano
Cálculo
Valor da 
depreciação anual
Valor no final do 
ano ou ativo líquido
01 120.000,00 5/15 x 108.000,00 36.000,00 84.000,00
02 84.000,00 4/15 x 108.000,00 28.800,00 55.200,00
03 55.200,00 3/15 x 108.000,00 21.600,00 33.600,00
04 33.600,00 2/15 x 108.000,00 14.400,00 19.200,00
05 19.200,00 1/15 x 108.000,00 7.200,00 12.000,00
15 Depreciação acumulada 108.000,00
O cálculo da depreciação pelo método das unidades produzidas utiliza-se da 
projeção da quantidade de unidades a serem produzidas durante a vida útil do 
ativo, e o valor da depreciação é obtido pela seguinte equação:
No quadro abaixo é demonstrado um exemplo do cálculo:
Depreciação = x Valor a ser depreciado
Unidades Produzidas no Período
Projeção Unidades a produzir na vida Útil
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
37
Quadro 1.10 | Exemplo do cálculo da depreciação
Fonte: Adaptado de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2015).
Exemplo de cálculo da depreciação pelo método das unidades produzidas
O gestor da empresa XTUDO realizou o cálculo da depreciação de uma 
máquina no valor de R$ 120.000,00 pelo método das unidades produzidas, 
estimou o valor residual em R$ 10.000,00. A previsão é produzir 100.000 
peças durante a sua vida útil e a quantidade de peças está especificada no 
quadro abaixo. O cálculo mostrou que a depreciação no primeiro ano é 
de R$ 22.000,00, no segundo R$ 16.500,00, no terceiro R$ 38.500,00, no 
quarto 11.000,00 e no quinto ano R$ 2.000,00.
O valor de R$ 10.000,00 no final de cinco anos refere-se ao valor residual da 
máquina, ou seja, o quanto estará valendo no mercado de máquinas usadas.
Ano
Produção 
em 
unidades
Cálculo
Valor do início 
do ano
Valor 
depreciação 
anual
Valor no final 
do ano ou do 
ativo líquido
01 20.000
(20.000/100.000,00)x 
110.000,00
120.000,00 22.000,00 98.000,00
02 15.000
(15.000/100.000,00)x 
110.000,00
98.000,00 16.500,00 81.500,00
03 35.000
(35.000/100.000,00)x 
110.000,00
81.500,00 38.500,00 43.000,00
04 10.000
(10.000/100.000,00)x 
110.000,00
43.000,00 11.000,00 32.000,00
05 20.000
(20.000/100.000,00)x 
110.000,00
32.000,00 2.000,00 10.000,00
Depreciação acumulada 90.000,00
Concluindo, a legislação do imposto de renda permite contabilizar a perda de 
valor dos ativos imobilizados no custo ou despesa de depreciação. Entretanto, os 
bens registrados nas contas do ativo imobilizado, que compõe o ativo fixo das 
empresas, devem ser controlados individualmente e estão sujeitos ao desgaste 
pelo uso e/ou por obsolescência. Esse procedimento contábil econômico não 
envolve aspectos financeiros, uma vez que não há saídas de recursos financeiros 
do caixa da empresa.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
38
Apresentação da depreciação no balanço patrimonial
Máquinas e equipamentos
(-) depreciação acumulada
= imobilizado líquido
R$ 120.000,00
(R$ 12.000,00)
R$ 108.000,00
e) Exaustão 
Da mesma forma que a depreciação, os valores aplicados no investimento para 
exploração de recursos minerais, florestais e outros recursos naturais esgotáveis 
podem ser recuperados por meio do cálculo da exaustão. 
A exaustão corresponde à perda do valor dos recursos naturais explorados pela 
empresa. Estima-se um potencial de recurso e, à medida que é consumido, a parte 
proporcional é considerada despesa de exaustão do recurso. Portanto, exaustão 
é o processo de apropriação do custo dos recursos naturais extraídos diante da 
previsão de se exaurir a capacidade prevista, denominada possança.
Entretanto, se a concessão da exploração dos recursos for por prazo 
determinado, o cálculo do valor da exaustão será feito da mesma forma que o da 
depreciação pelo método linear.
f) Amortização 
Quadro 1.11 | Exemplo do cálculo da exaustão
Fonte: O autor (2015).
Exemplo
Uma jazida de ferro com possança de 100 toneladas tem valor estimado 
em R$ 100.000,00. Entretanto, cada tonelada retirada diminuirá a possança 
em R$ 1.000,00. Até o momento foram extraídas 6.000 toneladas. A perda 
do valor decorrente a essa extração de direitos, deverá ser registrada no 
balanço patrimonial da seguinte forma.
ATIVO IMOBILIZADO
Jazidas minerais 
(-) Exaustão
= Valor líquido
R$ 100.000,00
R$ 6.000,00
R$ 94.000,00
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
39
Refere-se à perda de valor dos investimentos efetuados em bens tangíveis, como 
por exemplo, a perda de valor de marcas e patentes, despesas de organização, 
investimentos em propriedade de terceiros, direitos autorais, fundo de comércio, 
etc. Essa perda, a exemplo da depreciação, poderá ser contabilizada como despesa 
ou custo. O cálculo é efetuado da mesma forma que o da depreciação.
Quadro 1.12 | Exemplo do cálculo da exaustão
Fonte: O autor (2015).
Exemplo
A Agropecuária Água Santa Ltda. alugou um terreno por quatro anos e 
construiu um armazém no valor de R$ 60.000,00 para uso próprio. O gestor 
quer saber o valor da amortização do investimento.
Cálculo
A empresa desembolsou R$ 60.000,00 e se registrar o valor total 
em despesa ou custo no primeiro ano estará sacrificando o resultado do 
exercício. Portanto, o correto é calcular a amortização considerando o 
período do contrato (quatro anos) e registrar na contabilidade uma parcela 
anualmente = R$ 60.000,00/4 anos = 15.000,00
ATIVO IMOBILIZADO
Investimento em propiedade de terceiro 
(-) Amortização acumulada
= Valor líquido
R$ 60.000,00
R$ 15.000,00
R$ 45.000,00
Os bens intangíveis podem alcançar valores altíssimos. A consultoria 
Brand Finance divulgou o relatório 2015 com as marcas mais valiosas 
do mundo, sendo as cinco primeiras:
1) Apple: avaliada em 247 bilhões de dólares.
2) Google: avaliada em US$ 173 bilhões de dólares.
3) Microsoft: avaliada em US$ 116 bilhões de dólares.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
40
4) IBM: avaliada em US$ 94 bilhões.
5) Operadora de cartões Visa: avaliada em US$ 92 bilhões. 
Para saber mais:
<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/as-50-marcas-mais-
valiosas-do-mundo-em-2015-apple-e-1a> e <olhardigital.uol.com.
br/pro/noticia/apple-supera-google-e-se-torna-a-marca-mais-
valiosa-do-mundo/48791>. 
1.2.1.3 Passivo
O passivo demonstra onde foram captados os recursos de terceiros colocados 
na empresa por meio de obrigações ou dívidas. Portanto, o passivo representa o 
que a empresa deve na data do balanço, as obrigações a pagar para com terceiros. 
Ou seja, os recursos que a empresa tomou para financiar as suas operações ou 
investimentos terão que ser devolvidos em uma data futura aos credores. 
A forma de classificação das contas no passivo dá-se em ordem decrescente 
de prioridade de exigibilidade. Significa que as obrigações da empresa, que tem 
de ser pagas em menor prazo, devem ser lançadas, em primeiro lugar no passivo, 
sendo o patrimônio líquido uma das últimas obrigações da entidade para com os 
credores (CAMARGO, 2007).
As contas no passivo são classificadas em passivo circulante, passivo não 
circulante (exigível a longo prazo) e patrimônio líquido. A classificação dos passivos 
em circulante e não circulante segue o mesmo critério adotado para as contas do 
ativo, ou seja, todas as exigibilidades com vencimento até 365 dias são classificadas 
no passivo circulante e com prazo superior, no passivo não circulante. 
1.2.1.3.1 Passivo circulante
 Nesse grupo registram-seas obrigações da empresa, inclusive financiamento 
para aquisição de direitos, com prazos de vencimentos até 365 dias. Dessa forma, 
conforme Santos (2014), as obrigações classificáveis no passivo circulante são, 
normalmente, resultantes de:
• Compra de matérias-primas para o processo produtivo, ou mercadorias 
destinadas à revenda;
• Compras de bens, insumos e outros materiais para uso da empresa;
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
41
• Arrendamento financeiro de bens para uso da empresa;
• Valores recebidos em razão da futura entrega de bens e serviços;
• Salários, comissões e aluguéis devidos pela empresa;
• Despesas incorridas nas operações da empresa ainda não pagas, como, por 
exemplo, imposto de renda, férias, 13º salário, salários a pagar, etc.;
• Dividendos declarados a serem pagos aos acionistas;
• Impostos, taxas, contribuições, encargos trabalhistas devidos ao poder 
público;
• Empréstimos e financiamentos devidos às instituições financeiras;
• Provisões a qualquer título, referentes a obrigações já incorridas ou 
conhecidas e que possam ter os seus valores estimados, etc.
A composição dos grupos de contas do passivo circulante, conforme Santos 
(2014) é subdividida por sua natureza, que pode ser diferente para cada empresa, 
dependendo de seu plano de contas, que demonstra e orienta como deve ser 
a estrutura e a sequência das contas contábeis. Normalmente são utilizados os 
seguintes agrupamentos para as exigibilidades de curto prazo:
a) Obrigações trabalhistas e sociais
Neste grupo são registradas todas as obrigações decorrentes das relações 
trabalhistas, como, por exemplo, salários, férias, 13º salário, comissões de 
vendedores, INSS (empregado e empregador), FGTS, salário-família e outros;
b) Obrigações tributárias e/ou fiscais e contribuições
Neste grupo são registradas todas as obrigações de correntes de tributos retidos 
ou devidos pela empresa, em virtude das vendas de produtos, mercadorias, serviços 
ou sobre lucros apurados, tais como: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e Serviços de Comunicações 
(ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre a Renda 
Retido na Fonte (IRRF) (a parte descontada dos funcionários), Contribuição Social 
(CS), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto Sobre Serviços de 
Qualquer Natureza (ISSQN), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), Retenções de impostos a 
recolher, Obrigações fiscais e outros impostos e taxas a recolher e à pagar;
c) Fornecedores
Neste grupo são registradas todas as obrigações decorrentes de aquisições de 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
42
bens e serviços de fornecedores nacionais e estrangeiros e no caso de fornecedores 
estrangeiros, apropriação da variação cambial;
d) Empréstimos e financiamentos
Neste grupo são registradas todas as obrigações decorrentes de contratos de 
financiamentos obtidos nas instituições financeiras, bem como provisão de juros 
e encargos financeiros e apropriação à variação cambial para empréstimos em 
moeda estrangeira;
e) Contas a pagar e outras obrigações
Neste grupo são registrados todos os valores a pagar referentes a serviços de 
terceiros, como por exemplo, telefone, consertos, inclusive serviços públicos, tais 
como água, energia elétrica, outros serviços públicos e adiantamento de clientes. 
f) Provisões
Aqui são classificadas as provisões para contingências, provisão para gratificação 
de empregados e outros.
1.2.1.3.2 Passivo não circulante
É uma nova classificação do passivo, que passa a conter as obrigações da 
empresa, inclusive financiamento para aquisição de direitos de ativo não circulante 
e que serão classificados no passivo não circulante, contanto que os vencimentos 
sejam superiores a um ano ou prazo superior a seu ciclo operacional. Conforme 
Santos (2014) o passivo não circulante pode ser constituído pelos seguintes grupos 
de contas.
• Empréstimos e financiamentos por instituições financeiras ou pela aquisição 
ou arrendamento financeiro de bens; 
• Fornecedores de longo prazo;
• IR (Imposto de Renda) e CS (Contribuição Social) diferidos;
• Emissão de debêntures e outros títulos de dívida;
• Retenções contratuais;
• Imposto sobre a Renda diferido para exercícios futuros;
• Provisão para riscos fiscais e outras contingências;
• Provisão para previdência complementar e outras obrigações em longo 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
43
prazo;
• Programa de Recuperação Fiscal (REFIS).
a) Exigível a longo prazo 
São registradas neste grupo todas as obrigações assumidas para com terceiros 
que vençam em período superior a um ano. Normalmente, incluem financiamentos 
bancários, debêntures e outras obrigações de longo prazo.
1.2.1.4 Patrimônio líquido
Representa uma das fontes de financiamento da empresa. No patrimônio 
líquido estão registrados os recursos disponibilizados pelos sócios que forma 
o capital próprio da empresa. É constituído tanto pelos recursos injetados na 
organização quando da sua abertura, recursos adicionais próprios colocados 
à disposição da empresa no decorrer das atividades, quanto pelos lucros 
gerados por ela que não foram distribuídos, ou seja, que foram reaplicados no 
empreendimento (CAMARGO, 2007). O patrimônio líquido é representado pela 
diferença entre o ativo e o passivo.
De acordo com a Lei nº 6.404/1976, alterada pela Lei nº 11.941/2009, o 
patrimônio líquido tem a seguinte classificação:
1.2.1.4.1 Capital Social
Nessa conta são registrados os valores do capital social recebidos pela empresa, 
dos sócios, ou por ela gerados e que foram formalmente incorporados ao capital 
(lucros a que os sócios renunciaram e incorporaram à sua conta capital). O capital 
é dividido em quotas nas sociedades limitadas (Ltda.), e em ações nas sociedades 
de pessoas, sociedades por ações (S/A) e em todas as sociedades de capital. 
1.2.1.4.2 Capital realizado ou integralizado
Os recursos destinados à formação do capital social nem sempre estão 
PL = ATIVO (-) PASSIVO
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
44
disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da 
empresa no ato de sua constituição. Portanto, o capital somente é integralizado ou 
realizado quando os recursos são transferidos para o patrimônio da empresa em 
caixa, nos bancos, em imóveis, etc. 
1.2.1.4.3 Reservas de capital
Na conta reserva de capital são registrados os valores recebidos que não 
transitaram pelo resultado como receitas e são formados pelos subgrupos: ágio na 
emissão de ações, reserva especial de ágio na incorporação, alienação de partes 
beneficiárias e alienação de bônus de subscrição. 
1.2.1.4.4 Ajustes de avaliação patrimonial
Uma das grandes novidades trazidas pela nova legislação contábil é a conta de 
ajustes de avaliação patrimonial que representam as contrapartidas de aumentos 
ou diminuição de valor, atribuído a elementos do ativo e passivo, em decorrência 
de sua avaliação a valor justo, enquanto são levados ao resultado do exercício 
em obediência ao regime de competência. Conforme Santos (2014), na prática, 
o ajuste de avaliação patrimonial pode ser entendido como uma espécie de 
correção dos valores de ativos e passivos em relação ao valor justo, conceito que 
acompanha a nova rubrica contábil.
1.2.1.4.5 Reservas de lucros
Nessa conta são registrados os lucros obtidos pela empresa e retidos com 
uma finalidade específica, considerando que as sociedades regidas pela Lei nº 
6.404/1976 não podem, em hipótese alguma, reter lucros sem justificativa. No 
caso das sociedades limitadas, e outras, a obrigatoriedade não existe, cabendo aos 
sócios adecisão. Essa conta subdivide-se nas seguintes contas: 
1.2.1.4.6 Reserva legal
A finalidade desta reserva é a de preservar a integridade do capital social, sendo 
usada somente para compensar prejuízos ou aumentar o capital social. É formada 
a partir da retenção de 5% do lucro líquido do exercício (LLE), com teto máximo 
de 20% do capital.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
45
1.2.1.4.7 Reservas estatutárias
A lei permite a criação de reservas estatutárias pelo estatuto da companhia 
desde que obedecidos os requisitos exigidos por lei, que são o de indicar finalidade, 
estabelecer a percentagem do lucro a ser destinada à sua constituição e a fixação 
de teto limite da reserva.
1.2.1.4.8 Reservas para contingências
A formação desta reserva está condicionada à diminuição do lucro decorrente de 
perda julgada provável e cujo valor possa ser estimado. A proposta de constituição 
desta reserva é por meio dos órgãos da administração à assembleia geral, que 
poderá destinar parte do lucro líquido à formação desta reserva.
1.2.1.4.9 Reservas de lucro a realizar
Sabe-se que o lucro apurado na demonstração de resultados é um resultado 
econômico, realizado de acordo com o regime de competência do exercício, 
não estando disponível financeiramente. Esta reserva é constituída quando não 
há recursos financeiros (lucros realizados) suficientes para a empresa pagar os 
dividendos obrigatórios. 
1.2.1.4.10 Reserva de lucros para expansão
A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar 
reter parcela do lucro líquido do exercício prevista em orçamento de capital por ela 
previamente aprovado com a proposta de investimento na expansão da empresa.
1.2.1.4.11 Reservas de incentivos fiscais
De acordo a Lei nº 11.638/2007 será destinada para a reserva de incentivos fiscais 
a parcela do lucro líquido decorrente de doações e subvenções governamentais 
para investimentos, que poderá ser excluída da base de cálculo do dividendo 
obrigatório. 
1.2.1.4.12 Reserva para dividendos obrigatórios não distribuídos
Esta reserva será constituída quando houver dividendo obrigatório a distribuir e 
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
46
Passivo: é o conjunto de dívidas da organização com terceiros. 
Podem ser com bancos, fornecedores, funcionários, governo, etc.
Exigibilidade: significa as obrigações que a empresa precisa pagar. 
Exigível de curto prazo: são dívidas a pagar que vencem no prazo 
de um ano.
Exigível de longo prazo: são dívidas a pagar que vencem num 
prazo superior a um ano.
a companhia não estiver em situação financeira que dê para efetuar o pagamento. 
Segundo Iudícibus et al. (2013), neste caso, o dividendo deixa de ser pago no 
período, e forma-se a reserva, e o dividendo será pago no futuro, se não forem 
absorvidos por prejuízos dos exercícios seguintes. 
1.2.1.4.13 Ações em tesouraria
Nesta conta são registradas as ações da companhia adquiridas pela própria 
sociedade (podem ser quotas a integralizar, no caso das sociedades limitadas). 
Conforme Iudícibus et al. (2013) as companhias abertas ou fechadas não podem 
adquirir suas próprias ações, exceto quando houver: a) reembolso, amortizações 
ou operações de resgate de ações; b) aquisição para permanência em tesouraria 
ou cancelamento até o valor do saldo de lucros (exceto legal) e sem diminuição 
do capital social ou recebimento dessas ações por doação; e c) na aquisição para 
diminuição do capital (limitado às restrições legais).
1.2.1.4.14 Prejuízos acumulados
 Nesta conta são registrados os prejuízos acumulados e representam os 
resultados negativos gerados pela entidade à espera de absorção futura. A Lei 
nº 11.638/2007 acabou com a conta lucros e prejuízos acumulados no balanço 
patrimonial das sociedades por ações e as empresas limitadas de grande porte. Nas 
demais sociedades, não há restrições para o uso da conta de lucros e prejuízos.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
47
1.2.1.5 Forma de apresentação do balanço patrimonial
A forma de apresentação do balanço patrimonial é regulamentada pela Lei nº 
6.404/1976 em seu artigo nº 178. A estrutura do balanço é composta de duas 
colunas: a coluna da esquerda corresponde ao ativo (bens e direitos da empresa), e 
a da direita se refere ao passivo (obrigações) e o patrimônio líquido (capital próprio). 
Para fins de análise da situação da empresa, o balanço pode ser apresentado 
mensal ou anualmente dependendo do porte da empresa e de seus estatutos. 
Para facilitar a análise, as contas são ordenadas em grupos, segundo a natureza 
e ordem decrescente de liquidez (para as contas do ativo) e de exigibilidades (para 
as contas do passivo). Tanto a liquidez como a exigibilidade estão em ordem 
da velocidade com que os valores podem ser transformados em dinheiro ou 
obrigação. Sempre serão informados os valores das contas do exercício atual e de 
períodos anteriores para comparação.
Na sequência é apresentado um modelo básico do balanço patrimonial de 
conformidade com a Lei nº 6.404/1976 e alterações de acordo com as leis nº 
11.638/2007 e nº 11.941/2009.
Patrimônio líquido (PL): é o recurso próprio investido no negócio 
com origem no aporte de capital ou pelos lucros da empresa.
BALANÇOS PATRIMONIAIS - Em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Em milhares de reais)
Ativo Nota 2014 2013
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa 05 33.262 38.335
Contas a receber de clientes 06 97.740 106.166
Estoques 07 121.239 125.591
Tributos a recuperar 08 1.954 1.945
Outros ativos 2.027 2.326
Total do ativo circulante 256.222 274.363
Não circulante 
Depósitos judiciais 14 50.211 47.423
Almoxarifado 07 6.960 6.892
Quadro 1.13 | Balanços patrimoniais 2014 e 2013 da DETEN QUÍMICA S.A.
(continua)
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
48
Tributos a recuperar 08 2.572 3.187
Ativo não circulante mantido 
para venda
09 1.821 1.821
Investimentos 11 4.189 44.198
Imobilizado 12 (a) 125.989 108.077
Intangível 12 (b) 5.653 3.597
Total do ativo não circulante 197.395 175.195
Passivo e patrimônio líquido
Circulante
Fornecedores 8.636 25.646
Empréstimos e financiamentos 13 20.628 33.739
Bonificações e comissões a 
pagar
8.184 10.671
Obrigações tributárias 12.904 15.135
Obrigações trabalhistas 12.289 12.528
Dividendos a pagar 15 (d) 19.798 16.826
Outros passivos 5.709 5.306
Total do passivo circulante 88.148 119.851
Não circulante 
Empréstimos e financiamentos 13 30.699 4.560
Imposto de renda diferido 16 (b) 3.322 2.623
Partes relacionadas 10 3.752 3.753
Provisão para riscos fiscais, 
trabalhistas e cíveis
14 1.820 1.813
Total do passivo não circulante 39.593 12.749
Patrimônio líquido
Capital social 213.056 213.056
Reservas de lucros 53.425 53.425
Dividendos adicionais propostos 59.395 50.477
Total do patrimônio líquido 15 325.876 316.958
Total do passivo e patrimônio 
líquido
453.617 449.558
Fonte: Jornal A Tarde, Salvador-Bahia, 3 abr. 2015.
Introdução às Informações Financeiras e Contábeis
U1
49
A elaboração do balanço patrimonial no período adequado, de 
maneira sistemática e respeitando os princípios contábeis, pode 
ser muito relevante para análise, acompanhamento e tomada 
de decisão dos gestores e demais públicos interessados. 
1.2.1.6 Considerações finais com relação ao balanço patrimonial
O gestor precisa se precaver e fazer sempre a avaliação do desempenho 
de sua empresa para saber se os negócios estão indo bem ou não. O balanço 
patrimonial é um valioso instrumento na gestão financeira, uma vez que mostra as 
aplicações de recursos no ativo, bem como as dívidas de curto e de longo prazo. 
E a comparação dos resultados das análises com padrões históricos da empresa 
permite comparar o desempenho

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