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OBSERVATÓRI@ DOS DIREITOS E CIDADANIA DA MULHER Gênero e Lei Janeiro de 2016 Internacional Personagem Reconhecida pelo Código Brasileiro de Profissões desde 2002, a prostituição não é ilegal no Brasil. Entretanto, uma série de práticas relacionadas ao exercício da profissão são criminalizadas. Conheça o debate sobre a regulamentação. Quais países regulamentaram o trabalho sexual? Veja o mapa Leis e Prostituição que reúne informações de vários países. Conheça também a Lei Alemã, LProst de 2002, reconhecida por garantir direitos à essa categoria de trabalho e inspira o PL 4.211/2012 (Projeto de Lei Gabriela Leite) Indianara Siqueira foi processada por Importunação Ofensiva ao Pudor na Marcha das Vadias de 2013 no Rio de Janeiro e impôs à Justiça um dilema. Conheça essa história! Indianara Siqueira Leis e Prostituição Clique na imagem para ver o Vídeo “Por que ser contra a PL5069/2013”. PL 5069/2013 https://www.youtube.com/watch?v=uN6uCt6Zw9c Internacional PROSTITUIÇÃO LEGAL E ILEGAL NO MUNDO Destaque “LProst Alemã de 2002 é composta de três pontos somente: 1. Trabalhadores do sexo têm o amparo da lei para cobrar o pagamento por serviços prestados e não quitados; 2. Podem escolher entre trabalhar como empregados ou autônomos. Em ambos os casos com obrigações e direitos a benefícios sociais como de qualquer outra atividade laboral; 3. Foi abolida a lei que considerava como ‘promoção da prostituição’ o fato de bordéis oferecerem boas condições de trabalho ou ter, por exemplo, preservativos à disposição dos clientes.” Saiba mais em Heinrch Boll Stifftung Janeiro de 2016 Reunimos informações de diversas fontes para saber a legislação em relação a prostituição em várias partes do mundo! Clique no mapa e conheça as especificidades da lei de cada país. Prostituição legal e regulamentada Prostituição ilegal Prostituição (troca de sexo por dinheiro) legal, mas as atividades organizadas, tais como prostíbulos e lenocínio são ilegais, a prostituição nãoé regulamentada Fonte: http://jornalggn.com.br/noticia/as-leis-sobre-prostituicao-em-diversos-paises-europeus Fonte 2: https://es.wikipedia.org/wiki/Prostituci%C3%B3n#Situaci.C3.B3n_legal_por_continentes_y_pa.C3.ADses https://www.google.com.br/maps/@24.7464373,12.207348,3z/data=!4m2!6m1!1szBnyjdefnhtU.kQvU7eOP5JBI?hl=es https://br.boell.org/pt-br/2014/05/09/prostituicao-na-alemanha-e-legal Gênero e Lei PROSTITUIÇÃO NO BRASIL Reconhecida pelo Código Brasileiro de Profissões desde 2002, a prostituição não é ilegal no Brasil.Entretanto, manter espaços privados dedicado atividade, como “Casa de Prostituição”, é considerado crime previsto pelo Artigo 229 do Código Penal. Há pena prevista também para outros crimes relacionados ao exercício da profissão, como “Rufianismo”, “Favorecimento de Prostituição” e “Mediação para servir a lascívia de outrem”. Código Brasileiro de Ocupações CBO 5198-05: PROFISSIONAL DO SEXOSinônimos do CBO Garota de programa, Garoto de programa, Meretriz, Messalina, Michê, Mulher da vida, Prostituta, Trabalhador do sexo Descrição Sumária: Buscam programas sexuais; atendem e acompanham clientes; participam em ações educativas no campo da sexualidade. As atividades são exercidas seguindo normas e procedimentos que minimizam a vulnerabilidades da profissão. Formação e Experiência Para o exercício profissional requer-se que os trabalhadores participem de oficinas sobre sexo seguro, o acesso à profissão é restrito aos maiores de dezoito anos; a escolaridade média está na faixa de quarta a sétima série do ensino fundamental. Condições Gerais de Exercício Trabalham por conta própria, em locais diversos e horários irregulares. no exercício de algumas das atividades podem estar expostos a intempéries e discriminação social. Há ainda riscos de contágios de DST, e maus-tratos, violência de rua e morte. Código 5198-05 Capítulo v: Do Lenocínio e do Tráfico de Pessoas (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) A Carta Magna Na justificativa de seu Projeto de Lei para reg- ulamentação da profissão Jean Wilys afirma: “Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil figuram o da erradicação da marginalização (art. 3º inciso III da CRFB) e o da promoção do bem de todos (art. 3º, inciso IV). Além disso, são invioláveis, pelo artigo 5º da Carta Magna, a liberdade, a igualdade e a segurança. O atual estágio normativo - que não reconhece os trabalhadores do sexo como profissionais - padece de inconstitucionalidade, pois gera exclusão social e marginalização de um setor da sociedade que sofre preconceito e é considerado culpado de qualquer violência contra si, além de não ser destinatário de políticas públicas da saúde”. LEIA AQUI O PL NA ÍNTEGRA “Quando a polícia prende (especialmente travestis) na rua, a prisão não se dá, quase sempre, pelos delitos de Ato Obsceno (art. 233 do Código Penal: “Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.”) ou Importunação Ofensiva ao Pudor (art. 61 da Lei de Contravenções Penais: “Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena – multa”. Fonte: Direito Folha Janeiro de 2016 http://www.ggb.org.br/prostituicao_codigo_penal.html http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1012829 http://www.ocupacoes.com.br/cbo-mte/519805-profissional-do-sexo http://direito.folha.uol.com.br/blog/prostituio-no-crime Gênero e Lei REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO SEXUAL NO BRASIL QUEM É GABRIELA LEITE? PORQUE O PL É CONHECIDO POR ESSE NOME? AGUARDE A PRÓXIMA EDIÇÃO!!! HISTÓRICO do PL 4211/2012 ( PL Gabriela Leite) O projeto de lei que tramita atualmente foi inspirado na lei alemã que regulamenta as relações jurídicas das prostitutas. A regulamentação da profissão já foi encaminha ao Congresso em 2003, com o Projeto de Lei 98/2003 do ex-deputado Federal Fernando Gabeira, que foi arquivado. O ex-deputado Eduardo Valverde também encaminhou o PL 4244/2004, que saiu de tramitação a pedido do autor. Em 2012 o deputado Jean Wilys apresentou o PL 4211/2012, conhecido como PL Gabriela Leite CARACTERÍSTICAS DO PL Tirar da ilegalidade as casas que trabalham com prostituição, caracterizando-as como empresas que possam ser fiscalizadas pelo Estado. Permitir que garotas de programa se organizem em cooperativas, Avançar em conquistas trabalhistas para o setor, como planos de saúde e segurança pública. Previsão de aposentadoria após 25 anos de serviço. Exigir que profissionais do sexo sejam maiores de 18 anos de idade. Garantir a segurança de garotos e garotas de programa, apresentando três condições em que o trabalho de profissionais do sexo passa a ser classificado como “exploração sexual”, Estipular um porcentual de até 50% a terceiros que explorem a prestação de serviços sexuais. Assista o Programa da TV Câmara “Eis a Questão” em que o Deputado debate seu Projeto de Lei com um Defensor Público, uma Militante do Movimento Feminista e um advogado. Clique no vídeo para ver. Janeiro de 2016 LEIA AQUI O PL NA ÍNTEGRA http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1012829 http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1012829 http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/EIS-A-QUESTAO/430988-EIS-A-QUESTAO-DEBATE-REGULAMENTACAO-DAS-ATIVIDADES-DE-PROFISSIONAIS-DO-SEXO.html O Debate... “É importante esse tipo de interferência (das feministas)porque esse projeto não surgiu das mulheres que estão nas ruas, trabalhando, mas de algumas lideranças. Ao menos no Nordeste, as mulheres que estão trabalhando não têm a menor noção do que está acontecendo e do que quer dizer essa lei.” Alice de Oliveira, coordenadora da Associação das Prostitutas do Ceará (Aproce) Revista Fórum “Muitas vezes as meninas ficam confusas, não sabemse estão trabalhando com algo criminoso ou não, e isso traz muito desconforto. A regulamentação vai trazer mais dignidade de trabalho pra gente”. Luelen Gemelli, prostituta, para Carta Capital “Acho que as elas deveriam respeitar o direito de opção de mulheres que querem exercer a profissão delas com dignidade” Cida Vieira, Coordenadora geral da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) Revista Fórum “Essa é a nossa maior conquista, legislar com as especificidades que exigem essa profissão tão complexa. O código brasileiro é muito obscuro em relação a esse assunto.”, Flávio Lenz, diretor executivo da ONG Davida, Revista Fórum “É um equívoco a pretensão de que é possível abolir a prostituição, como é equivocada a ideia simplista de associá- la ao capitalismo. Culturas do passado já relatavam a prostituição, até mesmo em meios religiosos, isso existe muito antes da Bíblia, quando ainda não existia o capitalismo. O que estamos tentando fazer é diferente, é oferecer dignidade para essas mulheres.” Jean Wilys “Gostaria de poder alugar um apartamento com uma amiga e fazer o meu trabalho ali, mas o dono do imóvel seria responsabilizado criminalmente, então não posso”. Amara Moira, travesti, prostituta e escritora para Carta Capital “Se o projeto for aprovado, vamos negociar com o empresário, com a pessoa que detêm o empreendimento, poderemos ter uma aposentadoria em menos tempo, como isso pode ser ruim?” Indianara Siqueira, representante do Movimento Trans Revolução Revista Fórum “A maioria das meninas nem sabe que existe esse projeto. A posição da associação é contrária, entendemos que nós precisamos desses espaços para trabalhar, não podemos ficar só na rua, exposta a todo perigo, mas não se pode cobrar 50% do valor de nosso trabalho.” Diana Soares, da Associação dos e das Profissionais do Sexo e Congêneres do Rio Grande do Norte (Asprorn) Revista Fórum “O Jean quer apenas legitimar o prazer masculino, oferecendo o respaldo para o consumo do sexo. Estamos na contramão do projeto, queremos debater por que tantos homens precisam da prostituição para exercer sua sexualidade. O que ele faz é transformar a mulher em um produto a serviço do capitalismo”, Sônia Coelho, porta-voz da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e membro da Marcha Mundial das Mulheres Revista Fórum O vídeo produzido pela SOF-Sempre viva Organização Feminista apresenta reflexões feministas sobre a mercantilização do corpo e da vida das mulheres, sobre a construção social da sexualidade e a prostituição. Veja Também... } Janeiro de 2016 http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://www.cartacapital.com.br/sociedade/questoes-da-prostituicao-segundo-as-prostitutas-7420.html http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://revistaforum.com.br/digital/144/regulamentacao-das-casas-de-prostituicao-entenda-o-debate/ http://www.cartacapital.com.br/sociedade/questoes-da-prostituicao-segundo-as-prostitutas-7420.html https://www.youtube.com/watch?v=UvS4hwSa8So Personagem INDIANARA SIQUEIRA Nasceu em 18 de maio de 1971 Aos 12 anos começou a tomar hormônios femininos. Foi babá, ajudante de pedreiro e madeireira,catadora de materiais recicláveis e office boy. Aos 16 anos, sai de casa e tornou-se ajudante de cozinha, coz- inheira, pizzaiola em restaurante e casa de mas- sas. Aos 18 anos saiu de Paranaguá e passou a usar roupas femininas.Foi então que se deparou com à falta de perspectiva de trabalho para trav- estis e transexuais. Morou na ruas de São Paulo, depois foi viver em Santos onde começou a se prostituir. Indianara afirma que até este momento nunca havia pensado em se prostituir. Conseguiu trabalho como garçonete, e após ser demitida, trabalhou vendendo planos de saúde, e foi nova- mente demitida. Voltou a prostituir-se. Em 1995 Indianara é tre- inada pela equipe do Ministério da Saúde para ser agente de prevenção de HIV/AIDS em Santos. Começa a envolver-se na militância pelos direi- tos das pessoas transexuais. Ganha notoriedade como fundadora da ONG Filadélfia e vai para o exterior contribuir para ONGs internacionais. Na Europa, trabalha como prostituta, denúncia os “Eu comecei sendo treinada pelo departamento municipal de DST/aids de Santos como multiplicadora de informações e agente de prevenção. Como presidente do Grupo Filadélfia de Santos, exigimos o uso do nome social na conferência municipal de saúde em 1996. Pela 1º vez no Brasil, as Trans exigiam que um governo lhes respeitasse o nome em prontuário médico. Foi aprovado! Exigimos que casais homo fossem considerados casal de fato. E trans, na hora da internação, ficasse em ala feminina (não se falava em homens trans). Tudo isso também foi aprovado e, aí, muita emissora de TV, jornais do Brasil e exterior noticiaram o fato e a polêmica me levou ao patamar de liderança nacional e ativista. Então, ao invés de só saúde, passei a ser ativista de direitos humanos. A Trajetória A Militância Algumas pessoas achavam que eu era mais um rostinho bonito querendo fama, ainda mais que fui indicada por uma amiga (a Michelle de Curitiba) pra posar nua pra Big Man Internacional de Travestis. Com os anos, as pessoas viram que eu tinha vindo pra ficar. Hoje têm pessoas que dizem que eu entreguei minha juventude em prol do ativismo. Não me arrependo. Afinal, ninguém me pediu esse “sacrifício”. Faço por que amo fazer e amo o ser humano. E os animais também, a mais de dez anos sou vegana e protetora dos animais.” Aqui a entrevista na íntegra para Jaqueline Furacão Janeiro de 2016 abusos contra as trabalhadoras do sexo e se envolve na militância pela regulamentação da profissão. Foi presa e deportada. Em 2009 volta ao Brasil e continua sua mil- itância. Atualmente é uma liderança do Grupo TransRevolução. Fonte: Iconoclastia Incendiária http://iconoclastia.org/2013/06/10/indianara-siqueira-a-trans-que-pode-mudar-a-lei-brasileira/ http://jaquelinefuracao.blogspot.com.br/2014/02/entrevista-com-indianara-siqueira.html INDIANARA SIQUEIRA “ Dia 13 de junho as 10h30, local Rua Humberto de Campos 315 /2° andar- Jecrim do Leblon,eu Indianara Siqueira serei julgada por Ultraje Público Ao Pudor. Depois das “confusões” criadas na Marcha Das Vadias e criar o protesto “Meu Peito,Minha Bandeira,Meu Direito” onde algumas trans me seguiram, policiais ficaram atentos até conseguirem me deter. Após receber voz de prisão por desacato ao me negar a assinar o B.O. e liberada após pagamento de fiança feito por companheirxs Vadixs, recebi a intimação do julgamento. Independente do resultado do julgamento e mais que uma pessoa ou um coletivo,o que estará sendo julgado é o gênero, a imagem do feminino que não tem o mesmo direito que o masculino. O Processo Janeiro de 2016 A audiência foi realizada em horário incomum, ninguém teve acesso à audiência mesmo que não fosse em segredo de justiça, a outra parte não compareceu e a defensoria pública não estava presente para orientá-la. Clique para ver o vídeo. Veja o vídeo no dia da primeira audiência publicado em 15 de junho de 2013 } A justiça criará também um dilema. Se me condenar estará reconhecendo legalmente que socialmente eu sou mulher e o que vale é minha identidade de gênero e não o sexo declarado em meus documentos e isso então criará jurisprudência para todas xs pessoas trans serem respeitadxs pela sua identidade de gênero e não pelo sexo declarado ao nascer. Se reconhecer que sou homem como consta nos documentos estará me dando o direito de caminhar com os seios desnudos em qualquer lugarpúblico onde homens assim o façam,mas também estará dizendo que homens e mulheres não são iguais em direito To be or not to be” Fonte: Iconoclastia Incendiária Personagem INDIANARA SIQUEIRA Janeiro de 2016 http://iconoclastia.org/2013/06/10/indianara-siqueira-a-trans-que-pode-mudar-a-lei-brasileira/ https://www.youtube.com/watch?v=Bew-QGZJXDg https://www.youtube.com/watch?v=Bew-QGZJXDg FALA INDIANARA! Estima-se que 90% das travestis e transexuais brasileiras se prostituem atualmente no Brasil. Esta é uma proporção alarmante, porque nunca houve 90% de um grupo de pessoas prostituindo-se para viver, nem na história do Brasil, nem no mundo. Só mesmo travestis e transexuais. Para Revista Fórum, na íntegra O Brasil lidera o ranking de violência homofóbica e no mundo é o país onde ocorrem mais assassinatos de travestis e transexuais. O México é o segundo colocado do ranking e, ainda assim, o Brasil contabiliza quatro vezes mais mortes do que este. O número de travestis e transexuais que são assassinadas pode ser ainda maior, pois de acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), que há três décadas realiza o levantamento dos crimes homofóbicos no país, os crimes contra pessoas trans são subnotificados. Em geral, são contabilizados como mortes de homossexuais, inviabilizando políticas públicas e visibilidade social. Para se ter uma ideia do problema, a expectativa de vida de uma travesti e transexual brasileira gira em torno dos 30 anos, enquanto, em média, a expectativa de vida de um brasileiro é 74,6 anos segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Revista Fórum, na íntegra. Janeiro de 2016 “Porque travestis e transexuais não são de fato. Então, quando somos agredidxs ou mortxs é noticiado ou registrado, como: “Homem vestido de mulher” ou “homossexual”, pois o Estado não nos reconhece legalmente enquanto travestis/ transexuais/transgêneros. “ Para Revista Fórum, na íntegra. Veja a entrevista de Indianara para Linha De Frente! Nessa ocasião ela conta sua história, fala sobre a situação das pessoas trans, prostituição, direitos humanos e muito mais! LINK PARA A ENTREVISTA http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/nossa-luta-contra-transfobia-nao-se-resume-um-unico-dia-de-visibilidade-diz-indianara-siqueira/ http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/nossa-luta-contra-transfobia-nao-se-resume-um-unico-dia-de-visibilidade-diz-indianara-siqueira/ http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/nossa-luta-contra-transfobia-nao-se-resume-um-unico-dia-de-visibilidade-diz-indianara-siqueira/ https://www.youtube.com/watch?v=sihavI6rO-Q INDIANARA SIQUEIRAFFC : PL 4211/2012 OPINIÃO Janeiro de 2016 Pontos Fortes Pontos Fracos Entendemos que essa classe trabalhadora está desassistida e a Lei avançaria na conquista de direitos trabalhistas como aposentadoria. A Lei não garante que o estigma social diminua, representando efetivamente maior inclusão e qualidade de vida para essa classe trabalhadora. De acordo com o levantamento realizado pelo Observatóri@, não ficou claro o posicionamento e conhecimento do projeto por parte de toda classe trabalhadora. Pudemos acessar somente o posicionamento das líderes de associações e de organizações feministas, não fincando claro qual absorção do tema pelo quadro geral das prostitutas. O Projeto foi escrito por um homem e esta classe trabalhadora é majoritariamente composta por mulheres. Com base nos apontamentos do feminismo clássico, a prostituição contribui para reforçar o corpo feminino como um produto a ser mercantilizado. Entendemos também, que a prostituição do corpo feminino em contexto de sociedade patriarcal termina por reforçar pelo viés mercantil a desigualdade de gênero. O projeto de Lei explicita avanços na conquista de direitos, não garantias. O projeto tangencia o debate sobre a sexualidade e a escolha sobre como viver o próprio corpo. Profissão muito antiga, presente em todo globo terrestre. Entendemos que a prostituição é o trabalho mais comuns entre travestis e transexuais. Esse segmento é profundamente estigmatizado e vitimado pela violência de gênero. É importante reconhecer que a regulamentação dessa profissão seria importante para este grupo, a curto prazo, para garantir – lhes direitos trabalhistas. Mesmo assim, somos favoráveis a políticas públicas que ampliem a entrada da população trans no mercado de trabalho de forma geral. O projeto, se aprovado parece ter efeitos imediatos sobre essa classe trabalhadora. Para refletir: Quais os efeitos a longo prazo da regulamentação da prostituição em uma sociedade machista como a nossa?
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