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Teorias da aprendizagem

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Teorias da aprendizagem
Apresentação
As teorias da aprendizagem compreendem um amplo espectro de abordagens e conceitos, a partir 
da visão de diversos teóricos com influência do contexto social e histórico em que estava inserido. 
Conforme as pesquisas de muitos teóricos, a aprendizagem pode ser flexível em sua multiplicidade 
de possibilidades, pois atravessa o tempo e as transformações sociais. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os principais contribuintes para a psicologia da 
educação, identificará diferentes correntes teóricas da aprendizagem e, para concluir, vai estudar a 
relação entre as teorias da aprendizagem e os processos de ensino-aprendizagem. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Conhecer os principais pesquisadores da psicologia da educação.•
Identificar as diferentes correntes teóricas da aprendizagem.•
Relacionar as teorias da aprendizagem com os processos de ensino-aprendizagem.•
Desafio
Atualmente, a prática da psicologia da educação disponibiliza uma grande variedade de formas de 
atuação dentro do campo escolar e institucional. E como prática integrativa do processo de apoio à 
aprendizagem, o psicólogo pode atuar também como acompanhante terapêutico, cuja função é 
oferecer suporte diretamente a um aluno específico, que necessita de monitoria individual para 
realizar suas atividades pedagógicas com autonomia e segurança, e, ainda, com apoio emocional. A 
atuação do acompanhante terapêutico se assemelha com o trabalho de um tradutor, facilitando o 
processo de entendimento sobre um conteúdo específico, mas vai além, pois intermedeia esse 
conteúdo, sob influência de aspectos biopsicossociais.
Dessa maneira, vamos imaginar que você é acompanhante terapêutico de um aluno com idade de 
sete anos, que está ingressando na escola e apresenta dificuldades no aprendizado com episódios 
de agitação e irritabilidade, se expressando com gritos e choro.
Quais são os princípios básicos que você deve considerar para inserir com continência e segurança 
esse aluno na escola, com seus colegas e professores?
Infográfico
Lev Vygotsky estudou as relações entre cultura e desenvolvimento, anexando importantes 
contribuições para o campo educacional. Acompanhe no infogrático a visão de sua teoria com 
relação à constituição do sujeito e da aprendizagem.
 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Conteúdo do livro
Neste capítulo, Teorias da aprendizagem, do livro Psicologia da educação, você verá que a 
aprendizagem se desenrola conforme a subjetividade do viver de cada sujeito e se manifesta em um 
tempo determinado por ocorrências específicas de cada existir. Os conhecimentos produzidos pelo 
processo de aprendizagem, bem como os modos de assimilação e fixação desses conhecimentos, e, 
ainda, qual é a posição do sujeito perante esse processo são alguns dos questionamentos que 
alguns teóricos utilizaram para desenvolver as teorias de aprendizagem e relacioná-las aos 
processos de ensino-aprendizagem.
Boa leitura.
PSICOLOGIA DA 
EDUCAÇÃO
Daiane Duarte Lopes
Teorias da aprendizagem
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os principais pesquisadores da psicologia da educação.
 � Identificar as diferentes correntes teóricas da aprendizagem.
 � Relacionar as teorias da aprendizagem com os processos de ensino
e aprendizagem.
Introdução
As teorias da aprendizagem compreendem um amplo espectro de abor-
dagens e conceitos, elaborados a partir da visão de diversos teóricos e com 
influência do contexto social e histórico nos quais se inserem. Conforme 
as pesquisas de muitos desses teóricos, a aprendizagem pode ser flexível 
em sua multiplicidade de possibilidades, que atravessam o tempo e as 
transformações sociais. 
Neste capítulo, você conhecerá os principais autores que contribuíram 
para a psicologia da educação, identificará as diferentes correntes teóricas 
da aprendizagem e, para concluir, estudará sobre a relação entre as teorias 
da aprendizagem com os processos de ensino e aprendizagem. 
Psicologia da educação: principais 
pesquisadores
Em meio à lógica racionalista do século XIX, a psicologia tomou seus primeiros 
contornos enquanto ciência, inicialmente, desenvolvendo seus estudos com 
base em observações sistemáticas e com a criação de métodos experimentais, 
ambos com isenção de pressupostos, por meio do distanciamento de conhe-
cimentos do senso comum, e objetivando a verificação de manifestações 
puramente externas.
Até o final do século XIX, a psicologia se relacionou com a educação 
através da filosofia, sendo esta relação geradora de conceitos psicológicos 
sobre o desenvolvimento dos processos educativos viáveis para a formação 
da base da psicologia da educação. A filosofia influenciou diretamente os 
modos de elaboração de intervenções da psicologia em ambiente educativo, 
particularmente em ambiente escolar.
Essas concepções iniciais foram ponto de partida para muitos teóricos 
despertarem seus interesses e desenvolverem de maneira mais aprofundada 
suas teorias. Dentre esses teóricos se destacam Sigmund Freud, Jean Piaget, 
Henri Wallon e Levy Vygotsky, autores cujos estudos contribuíram diretamente 
para a área da educação. 
Sigmund Freud (1856-1938)
Reconhecido como pai da teoria psicanalítica, inovou o campo teórico da 
ciência psicológica ao aderir o corpo biológico ao funcionamento da mente. Ou 
seja, a partir de sua visão enquanto fisiologista, Freud buscou conexões entre 
os pensamentos neurológicos e pensamentos filosóficos. Em suas pesquisas, 
Freud referiu sobre o funcionamento da sexualidade humana, entendendo-a 
como influenciadora dos processos mentais e criando, dessa maneira, as 
teorias psicossexuais. 
As teorias psicossexuais de Freud foram pioneiras em atribuir o conceito 
de sexualidade ainda nas primeiras fases do desenvolvimento humano e co-
laboraram de maneira significativa para a educação, ao entender o funciona-
mento psíquico em três setores: o inconsciente ou id, relacionado aos desejos, 
motivações e impulsos primitivos, inerente a todos os seres e estruturante 
dos demais setores; o pré-consciente ou superego, relacionado à constituição 
de valores morais e culturais, atuando como uma censura; o consciente ou 
ego, relacionado ao modo de interagir com a realidade do contexto, buscando 
equilíbrio entre a realização dos desejos mais primitivos com sua adequada 
expressão ao ambiente (FREUD, 1997).
Jean Piaget (1896-1980) 
Também desenvolveu sua visão sobre a educação baseada em estágios do 
desenvolvimento, indo do que chamou de período sensório motor – entre o 
nascimento até os dois anos de idade – ao período operatório abstrato – dos 
doze anos de idade em diante. Piaget referiu especial importância à intera-
ção da criança com seus pares, com seu professor e com a escola, ambiente 
responsável por proporcionar uma ampliação dos processos de assimilação, 
mediante a promoção de atividades que estimulem e desafiem, motivando a 
Teorias da aprendizagem2
aprendizagem por meio de desequilíbrios e reequilíbrios de maneira ininter-
rupta. Dessa forma, o sujeito, na visão de Piaget, é um elemento ativo que busca 
compreender o contexto em que está inserido, construindo problematizações 
constantes sobre sua noção singular de mundo e buscando perceber, também, 
sua influência nesse contexto. 
Piaget propõe uma ideia de sujeito intelectualmente ativo, que observa, 
questiona, compara, classifica, ordena, constrói e reconstrói hipóteses. Assim, 
na visão piagetiana, a educação deve promover uma composição de sujeitos 
inventivos, criativos e criadores em busca de autonomia e desenvolvimento 
contínuo e constante. Dessa forma, a escola é um ambiente que pode ofertar, 
para além dos conteúdos, uma possibilidade de conceber novas maneiras de 
aprender (Figura 1). 
Figura 1. O ambiente escolar pode propiciar o aprendizado além dos conteúdos.
Fonte:Rawpixel.com/Shutterstock.com
Henri Wallon (1879-1962)
Militante em essência, coordenou um projeto, o Langevin-Wallon, que propunha 
uma educação com garantias de direitos e reconhecimento da afetividade no 
processo de aprendizado. Wallon fez referências ao copo orgânico, afetivo e 
social, com forte respeito às emoções na aprendizagem, estruturando suas 
teorias em quatro bases: o movimento, referindo-se à liberdade de expressão 
corporal como conector para a assimilação do conhecimento; a afetividade, 
3Teorias da aprendizagem
com seu conteúdo emocional, por meio da percepção e da elaboração das 
emoções; a inteligência, como processo a ser estimulado em consonância ao 
modo de ser e estar no mundo; e a formação do “Eu”, como ser constituído e 
constituinte no contexto no qual está inserido e no mundo.
Na visão de Wallon, as emoções são elementos essenciais para o desen-
volvimento do sujeito, pois são sinalizadoras de desejo, contentamento e 
disponibilidade do ser em busca de ampliação de conhecimentos acerca do 
mundo e de si. Por isso, ao processo de aprendizagem não poderia estar ade-
rido à reprovação escolar, pois a reprovação representava exclusão, negação 
e expulsão. 
As teorias wallonianas, ou teorias socioafetivas, referem-se a um sincre-
tismo dialético, no qual concepções diferentes podem se agregar, promovendo 
conflitos; são justamente esses conflitos fundamentais para o desenvolvimento 
da aprendizagem e do intelecto. Aspectos como esses atribuíram uma noção 
de humanização da educação às teorias de Wallon.
Lev Vygotsky (1896-1934)
Apesar de não ter realizado formação em psicologia e embora tenha tido uma 
vida breve, foi um dos maiores colaboradores para a psicologia do século XX, 
sendo o inspirador dos primeiros estudos da psicologia cultural-histórica. 
Chegou a produzir cerca de duzentas obras, nas quais seu objeto de maior 
interesse foi o desenvolvimento mental dos sujeitos e, por isso, concedia 
especial importância ao conteúdo das propostas pedagógicas.
Na teoria de Vygotsky, os signos e a linguagem simbólica são instrumentos 
de mediação entre o universo interno do sujeito e a realidade. Para Vygotsky, a 
aprendizagem se desenvolve desde o nascimento, pois, em seu entendimento, 
os sujeitos só despertam seu desenvolvimento conforme aprendem. A partir 
dessa teoria, o modo como cada sujeito aprende tem relação, também, com 
a disponibilidade do apoio educacional. Assim, em suas obras, Vygotsky 
relaciona os conceitos e as tarefas que a criança consegue assimilar sozinha 
como zona de desenvolvimento real, e os que a criança não realiza sozinha, 
mas desempenha quando instruída e ensinada, como zona de desenvolvimento 
proximal, defendendo que a prática educativa deve atuar como mediadora e 
facilitadora desses desenvolvimentos. 
Teorias da aprendizagem4
Para Vygotsky (1988), a linguagem é uma construção social, viável para promover 
mudanças tanto nas funções psicológicas, como na formação do pensamento, da 
memória e da atenção, quanto na aptidão para ater-se aos estímulos do contexto e 
promover transformações nas escolhas.
Teorias da aprendizagem: correntes teóricas
A aprendizagem, como movimento integral e incessante de contínuo desen-
volvimento, inerente a todos os seres ao logo de sua trajetória de vida, eclode 
globalmente com amplo espectro de influência individual ou coletiva. Aprender 
é reflexo de relações criadas com o contexto, conforme seus aspectos afetivos e 
possibilidades de criação com o social. Dessa maneira, cada sujeito tem, em si, 
um processo único para o desenvolvimento da aprendizagem (ALLPORT, 1973).
A aprendizagem se desenrola conforme a subjetividade do viver de cada 
sujeito e se manifesta em um tempo determinado por ocorrências especificas de 
cada existir. Os conhecimentos produzidos pelo processo de aprendizagem, bem 
como os modos de assimilação e fixação desses conhecimentos, e ainda qual 
é a posição do sujeito diante desse processo, são alguns dos questionamentos 
que alguns teóricos utilizaram para desenvolver as teorias de aprendizagem. 
As teorias de aprendizagem são provenientes de duas teorias base da ciência 
psicológica: o inatismo, que designa o objeto como fonte do conhecimento, 
estabelecendo para a aquisição e apreensão da aprendizagem os níveis de 
pensamento, ou seja, todas as características básicas para o desenvolvimento 
da aprendizagem estão presentes no sujeito antes mesmo de seu nascimento, 
por meio de uma transferência hereditária; e o empirismo, que tem como base 
o aprendizado promovido pela experiência com o ambiente, potencializando 
o modo como o sujeito percebe esses estímulos ambientais, dos mais simples 
aos mais complexos.
As teorias de aprendizagem são modelos que organizam padrões para 
viabilizar a explicação acerca do modo como os sujeitos aprendem e não ne-
cessariamente como a mente funciona, mas compreendendo um entendimento 
5Teorias da aprendizagem
sobre seu desenvolvimento biopsicossocial. Dentre as principais sustentações 
teóricas em teorias da aprendizagem, é possível destacar, a partir das bases 
da ciência psicológica, o racionalismo e o ambientalismo. 
O ambientalismo, também conhecido como empirismo ou associacionismo, 
teve sua sustentação nas teorias de John Locke (1632-1704), filósofo inglês 
reconhecido como criador do liberalismo. Constituiu o conceito de “tábula 
rasa”, no qual refere que todos os sujeitos nascem com sua capacidade de sentir 
e perceber, imprimindo as experiências sensório-motoras a partir dessa base 
fundamental. Outro teórico que é referência para o ambientalismo é David 
Hume (1711-1776), que discute a construção do conhecimento por meio da 
interação do sujeito com o ambiente, percebido através dos cinco sentidos, 
de modo que, a partir disso, nenhum conhecimento se construiria sem passar 
pelos sentidos.
Esses conceitos iniciais do ambientalismo deram origem ao behaviorismo 
ou comportamentalismo, do russo Ivan Pavlov (1848-1958) e do americano 
John Watson (1878-1958), trazendo o conceito de que estímulos do ambiente 
geram respostas. O behaviorismo entrou na educação por Burrhus Skinner 
(1904-1989), que, a partir de seus experimentos, propôs que a aprendizagem 
está relacionada aos estímulos que gerarão respostas, que podem ser determi-
nadas ou encaminhadas por reforço positivo ou reforço negativo, promovendo 
o processo de condicionamento e, por consequência, o comportamento com-
plexo, com a combinação de uma série de condutas simples. Por exemplo, ao 
caminhar, inicialmente o bebê aprende a firmar o abdômen e as costas, em 
seguida, aprende a sentar, para, então, arrastar-se ou tentar erguer-se e, por 
fim, caminhar; ou seja, ações simples condicionadas pela repetição e pelo 
reforço positivo do ambiente, como o incentivo dos pais ou cuidador, que ao 
insistirem em produzir mais comportamentos simples, levam ao caminhar, 
que se constitui como um comportamento complexo.
Para o behaviorismo, o papel do educador é o de estimulador, como um 
treinador que se disponibiliza de modo a oferecer estímulos que gerem situ-
ações que promovam assimilação da aprendizagem. As aulas são sucessões 
de estímulos que objetivam transformar uma resposta zero, sem reação, in-
condicionada, ou seja, com reação que não necessita de aprendizagem ou 
resposta instintiva, em resposta condicionada, que é uma reação produzida 
após percepção de estímulos que levam a uma aprendizagem. A avaliação, 
para o behaviorismo, desenvolve-se em função da resposta certa condicionada 
para o estímulo correspondente.
Outro ponto de destaque para o behaviorismo é com relação ao conceito 
de livre arbítrio. Para o behaviorismo, livre arbítrio é um mito, uma ilusão, 
Teorias da aprendizagem6
é inexistente, pois todas as respostas são geradas a partir de um estímulo do 
ambiente, assim como o modo de ser individual de cada pessoa; portanto, os 
sujeitos são modelados inteiramente pelo ambiente exterior. 
Dessa maneira, para o behaviorismo, com a alteração doambiente 
as emoções, os pensamentos e comportamentos são alterados, de modo 
que o ambiente determina a natureza humana. Não é a natureza, mas o 
ambiente que influi sobre o modo de ser dos sujeitos. Da mesma maneira, 
conceitos como bom e ruim, bonito e feito são determinados pelo ambiente; 
por exemplo, em uma região onde a pimenta é o tempero principal das 
refeições, os sujeitos se acostumam com refeições bastante apimentadas, 
mas, em regiões não acostumadas com este tempero, a pimenta pode ser 
insuportável para o paladar.
O racionalismo, ancorado nas ideias do inatismo e do teórico René Descar-
tes (1596-1650), com seu discurso do método, não potencializa a importância 
dos sentidos para o desenvolvimento do conhecimento, que só se enfatiza a 
partir de evidências. Assim, as influências do ambiente pouco têm a ver com 
o modo de aprender.
O racionalismo é uma corrente filosófica que teve seu início marcado 
pela definição de raciocínio e da aprendizagem, não meramente como uma 
operação sensorial, mas sim como uma operação mental, discursiva e lógica 
que utiliza uma ou mais proposições para extrair conclusões, ou seja, forma 
conjunturas sobre se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. 
Do racionalismo, emergiu o nativismo ou apriorismo, teoria que refere o 
conhecimento como fruto da herança genética do sujeito. A partir dessa teoria, 
surgiu o interacionismo ou construtivismo, teoria do conhecimento que vi-
sualiza o sujeito histórico e cultural em constante interação. O interacionismo, 
sob a ótica dos estudos aprofundados a partir de Jean Piaget, foi reconhecido 
como interacionismo cognitivista. O interacionismo sociointeracionista teve 
sua conceituação com base nos estudos de Vygotsky, ambos com entendimento 
sobre o sujeito implicado pela busca de sentido e significados no mundo.
É possível pensar em uma dicotomia entre racionalismo e ambientalismo 
quando observamos que as teorias racionalistas desenvolvem seu foco 
no pensar e o ambientalismo tem foco no sentir. No entanto, percebemos 
também similaridades: tanto para os ambientalistas quanto para os racio-
nalistas, são as experiências com o ambiente que geraram aquisição de 
conhecimento, ou seja, as condições do meio influenciam o desenvolvi-
mento. No entanto, a diferença está no modo de compreender a devolução 
do sujeito para o ambiente. Dessa forma, a Figura 2 a seguir mostra uma 
ilustração dessas teorias.
7Teorias da aprendizagem
Figura 2. Esquema ilustrado das teorias racionalismo e ambientalismo.
Processo de ensino e aprendizagem
A aprendizagem é compreendida como processo que tende a oportunizar o 
desenvolvimento intelectual e a ampliação da consciência. Assim, a aprendi-
zagem não está vinculada somente à condição física, como idade cronológica, 
experiência ou atributos intelectuais, mas se conecta diretamente com a formu-
lação de estratégias mentais que viabilizem a estruturação e o planejamento 
para aquisição de conhecimento.
A partir dessa perspectiva, as teorias de aprendizagem auxiliam os educado-
res a compreender como o processo de ensino se relaciona com a aprendizagem. 
Isto é, as teorias de aprendizagem promovem sustentação ao método de ensino 
utilizado, permitindo a visualização do aprendizado a partir da aplicação de 
estratégias educacionais.
O processo de ensino se ampara nas teorias de aprendizagem para perceber 
como o sujeito aprende, considerando sua singularidade referente a tempo, 
forma e ritmo. Ainda, o processo de ensino busca perceber aspectos emocionais, 
como motivação e identificação com a aprendizagem.
Teorias da aprendizagem8
No artigo A relação entre professor-aluno no centro do pro-
cesso educativo, de 2017, Gérald Boutin (2017) buscou situar 
a relação professor-aluno no contexto escolar atual e defi-
nir a noção de professor-aluno, colocando em evidência 
sua dimensão pedagógica e sua dimensão socioafetiva, 
entre outras explanações. Acesse o link a seguir e entenda 
melhor sobre essa relação.
https://goo.gl/hp3Nhf 
Dentre os modelos teóricos sustentados nas teorias da aprendizagem que 
produzem mais significação sobre o processo de ensino e aprendizagem, 
podemos destacar: o comportamentalismo ou behaviorismo; o construtivismo; 
e o socioconstrutivismo.
O comportamentalismo ou behaviorismo se sustenta no ambientalismo e 
produziu seus estudos para a aprendizagem com base nas pesquisas do psicó-
logo americano Skinner. Seus pressupostos se baseiam no condicionamento dos 
comportamentos, com o objetivo de promover uma modelagem nos sujeitos. 
Dessa maneira, o processo de ensino e aprendizagem para esta abordagem 
teórica se estrutura com a proposta de estímulos e recompensas, mediados 
pela resposta a esses estímulos, para o alcance de um resultado almejado.
O conceito âncora para essa abordagem teórica é o estímulo-resposta. 
Assim, o ensino se constitui em meio aos conteúdos transmitidos e mediados 
pelo educador. Os educadores, assim como o conteúdo didático, têm papel 
fundamental, pois são os detentores do conhecimento ofertado. Nesse sentido, 
para essa abordagem, o papel do aluno se restringe a absorver o conhecimento, 
por meio da memorização pela repetição. 
O construtivismo foi constituído a partir das ideias de Piaget, com suas 
teorias sobre os estágios do desenvolvimento e da aprendizagem. Piaget 
não desenvolveu um método de aprendizagem em seus escritos, mas suas 
teorias geraram sustentação para outros teóricos, dentre os quais está Emilia 
Ferreiro, com pesquisas sobre a aquisição da escrita e da leitura em crianças 
(ZOIA, 2009). 
Essa concepção teórica entende que o sujeito aprende quando em interação 
com o ambiente, sendo essa aprendizagem mediada por sua capacidade de 
absorver e processar as percepções geradas em si mesmo. Ou seja, o ensino 
se transmite em meio aos processamentos sensoriais e cognitivos, indo além 
9Teorias da aprendizagem
da disposição dos conteúdos, provocando uma ampliação de ideias em meio 
à estimulação para a exploração do mundo em busca por respostas. 
O educador é um observador que busca explorar como os conhecimentos 
são absorvidos para, em seguida, disponibilizar elementos que provoquem 
o aluno. Assim, o aluno tem parte essencial em seu aprendizado, pois, de 
maneira ativa, constrói seu saber; a aprendizagem se desenvolve a partir das 
vivências e experiências. 
O socioconstrutivismo é uma abordagem teórica desenvolvida a partir dos 
estudos de Vygotsky. A aprendizagem, para esse modelo, acontece em meio 
a uma relação dialética entre o sujeito e o contexto social. Dessa maneira, o 
ambiente modifica o sujeito tanto quanto é modificado por ele. Assim, todo 
aprendizado é mediado pela interação entre sujeito, educador e contexto social 
(VYGOTSKY, 2000).
O educador tem o papel de captar o desenvolvimento das estruturas mentais 
e buscar meios de promover qualidade mediante a assimilação da aprendizagem. 
O ensino deve preceder ao que os sujeitos ainda não conseguem desenvolver 
sozinhos ou não percebem como fazer. O foco dessa abordagem está na me-
diação, na interação, na relação.
O educador atua como facilitador entre o aluno, os conhecimentos prévios 
desse aluno e a aprendizagem que necessita ser desenvolvida. O aluno aprende 
ao observar o meio, assimilando seus conhecimentos e gerenciando novas 
aprendizagens na interação com outros. 
Para desenvolver o método socioconstrutivista, o educador disponibiliza problemáticas 
em que os alunos possam encontrar respostas a partir de conhecimentos prévios; 
quando confrontados por si mesmos sobre a restrição desses saberes, os alunos 
buscarão novas formas de ampliar seus conhecimentos. O educador pode auxiliar 
indicando caminhos para a exploração, por exemplo, com pesquisas físicas ou virtuais, 
entrevistas ou experimentos. A aprendizagem se desenvolve de maneira colaborativa, 
na qual os erros são percebidos como constituintes do processo de aprendizado. 
Teorias da aprendizagem10
ALLPORT, G.W. Personalidade: padrões e desenvolvimento.São Paulo: EPU, 1973.
BOUTIN, G. A relação entre professor-aluno no centro do processo educativo. Currículo 
sem Fronteiras, Porto, v. 17, n. 2, p. 343-358, maio/ago. 2017. Disponível em: <http://www.
curriculosemfronteiras.org/vol17iss2articles/boutin.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2017. 
FREUD, S. A História do Movimento Psicanalítico. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
VYGOTSKY, L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo: Martins 
Fontes, 2000.
VYGOTSKY, L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone/EDUSP, 
1988.
ZOIA, E. T. Alfabetização: um estudo sob a ótica do construtivismo e da Teoria Histórico-
-Cultural. Monografia (Especialização em Teoria Histórico-Cultural) - Universidade 
Estadual de Maringá, Maringá, 2009.
Leituras recomendadas
GRANGEAT, M. A metacognição, um apoio ao trabalho dos alunos. Porto: Porto.1999.
LOBO, G. A informação torna-se conhecimento através das conexões. Edu-
care.pt, Porto, 2010. Disponível em: <https://www.educare.pt/noticias/noticia/
ver/?id=15196&langid=1>. Acesso em: 05 nov. 2017.
SIEMENS, G. Conectivismo: Uma teoria de Aprendizagem para a idade digital. UPF, 2004. 
Disponível em: <http://usuarios.upf.br/~teixeira/livros/conectivismo%5Bsiemens%5D.
pdf >. Acesso em: 05 nov. 2017.
11Teorias da aprendizagem
Conteúdo:
Dica do professor
Veja nesta Dica do Professor a mais recente teoria de aprendizagem, o Conectivismo, no qual é 
disponibilizado um modelo de aprendizagem que reconhece as mudanças estruturais na sociedade, 
fornecendo uma percepção das habilidades e tarefas de aprendizagem necessárias para os sujeitos 
florescerem seu aprender em meio às tendências tecnológicas e relacionais da era digital.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/2b46620d5bb92bfd2dbd19dc1617225e
Exercícios
1) O teórico Freud, criador da teoria psicanalítica, que foi inovadora para o campo teórico da 
ciência psicológica, contribuindo significativamente com a educação ao aderir conexões. 
Assinale as alternativas corretas referente a essas conexões.
A) Físicas - Genéticas.
B) Afetivas - Comportamentais.
C) Corpo biológico - Funcionamento da mente.
D) Econômicas - Sociais.
E) Cognitivas - Políticas.
2) Na visão Piagetiana, o que a educação deve promover nos sujeitos? 
A) Um sujeito que pode memorizar.
B) Sujeito intelectualmente ativo.
C) Capacidade para se adaptar a determinadas estruturas.
D) Aspectos dos processos inconscientes.
E) Atenção aos processos sociais.
3) Para o Behaviorismo, as emoções, os pensamentos e os comportamentos são alterados 
conforme alteração no ____________ 
A) Ambiente.
B) Inconsciente.
C) Modo de ser do sujeito.
D) Comportamento psicopatológico.
E) Comportamento social.
4) Como as teorias de aprendizagem podem auxiliar os educadores? 
A) Promovendo regras.
B) Instituindo uma conduta.
C) Determinando a prática.
D) Promovendo sustentação ao método de ensino utilizado.
E) Estimulando que os educadores sigam os projetos pedagógicos.
5) Para o Socioconstrutivismo, como acontece o processo de ensino-aprendizagem? 
A) Focado nas questões orgânicas.
B) Interage com os processos do inconsciente.
C) Conforme o educador determinar.
D) Com uma sucessão de estímulos.
E) Por meio de uma relação dialética.
Na prática
O processo de aprendizagem é mediado pelo ensino e, preferencialmente, devem ser consideradas 
formas variadas de disponibilizar os conhecimentos, para que possam ser acessados conforme o 
ritmo interno de cada sujeito. Ou seja, em uma sala de leitura ou biblioteca, quanto mais espaço 
para a criança absorver o conteúdo, conforme o estímulo de sua disponibilidade física, emocional e 
social, melhor se desenvolvem os processos de assimilação e fixação dos conteúdos. Dessa forma, a 
criança necessita de liberdade para ficar sentada, deitada, fazer coreografias ou encenações da 
história contada pelo educador.
O processo de ensino-aprendizagem torna-se, dessa forma, interlocutor do sujeito, com seu 
desenvolvimento em sintonia com o meio.
Para compreender como a teoria se aplica na prática, veja o caso de Joãozinho, que frequenta a 
escola de educação infantil desde os seis meses de vida, sendo o segundo filho de um casal de 
jovens intelectuais. Possui extenso vocabulário, argumentativo e inventivo, com desenvolvimento 
acima do esperado para sua faixa etária. No entanto, recentemente, quando contrariado, Joãozinho 
grita, chora, esperneia, coloca-se em risco, agride os colegas e a professora. Em conversa com os 
pais, estes referiram que o mesmo acontece em casa, e que já tentaram diversas táticas para 
acalmá-lo, mas que todas acabam por alongar ainda mais as “crises” de choro e raiva.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
O enigma de Kaspar Hauser
Veja o trailer do filme onde a personagem principal é encontrada em uma praça em Nuremberg, 
aprensentando diversas dificuldades, como falar, andar, e não se comportava como humano, pois, 
desde a mais tenra idade, foi privada do convívio social.
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REFLETINDO ACERCA DOS AUTORES DA PSICOLOGIA 
DA EDUCAÇÃO
INSERIDOS DENTRO DO CONTEXTO EDUCACIONAL
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Educação, direitos humanos e reconstrução social nas políticas 
contemporâneas de escolarização no Brasil
O artigo visa analisar a constituição dos direitos humanos como temática indispensável para a 
composição das políticas brasileiras de escolarização em nosso tempo
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https://www.youtube.com/embed/R9qxbd3uR48
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/pensadores_da_educacao_ok.pdf
http://educa.fcc.org.br/pdf/de/v13n39/v13n39a02.pdf

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