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Indaial – 2021 Teorias e abordagens na ConTemporaneidade Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: A553t Andrade, Regina de Fátima Fructuoso de Teorias e abordagens na contemporaneidade. / Regina de Fátima Fructuoso de Andrade – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 177 p.; il. ISBN 978-65-5663-700-6 ISBN Digital 978-65-5663-697-9 1. Teorias de aprendizagem. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 370 apresenTação Prezado acadêmico, nesta disciplina estudaremos as Teorias e Aborda- gens na Contemporaneidade. As Teorias de Aprendizagem têm grande importân- cia e contribuição na atuação do pedagogo, pois é necessária uma metodologia no desenvolvimento da aprendizagem das crianças e estudantes da educação básica, que compreende a educação infantil, o ensino fundamental dos anos iniciais (1º ano ao 5º ano) e dos anos finais (6º ano ao 9º ano) e do ensino médio. Por meio das teorias de aprendizagem e abordagens pedagógicas, o pedagogo pode levar o processo de ensino a ser mais prazeroso e motivador para as crianças e estudantes. A sala de aula proporciona que o saber docente não seja formado so- mente com a prática, mas também com o conhecimento das teorias da educa- ção, pois o professor de posse desse saber pode tomar decisões importantes dentro de uma ação contextualizada. Desejamos bom desempenho nesta disciplina, na qual conheceremos as teorias de aprendizagem, mostrando que estas teorias e abordagens po- dem tornar o planejamento anual do trabalho do professor nas unidades es- colares cada vez mais interessante para as crianças e estudantes. O desenvolvimento da disciplina Teorias e abordagens na Contempo- raneidade, do Curso de Gestão da Tecnologia Educacional, apresentará três unidades, seguidas de tópicos para compreensão de cada unidade. Na Unidade 1, abordaremos as Teorias Pedagógicas na Educação, dividi- da em 3 tópicos. No Tópico 1, descreveremos o Desenvolvimento das Teorias de Aprendizagem, iniciando com a Introdução, os Processos de Aprendizagem, os Teóricos dos Processos Pedagógicos e a Evolução das Teorias de Aprendizagem. No Tópico 2, abordaremos os Princípios Básicos das Teorias de Apren- dizagem, contemplando o Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestal- tismo e as Escolas Psicanalíticas. No Tópico 3, mostraremos as Concepções Pedagógicas na Educação, identificando as Concepções Pedagógicas Liberais, as Concepções Pedagógi- cas Progressistas e as Concepções Histórico-Críticas. Na Unidade 2, estudaremos as Teorias Pedagógicas na Contemporanei- dade, dividida em 3 tópicos. No Tópico 1, explicaremos as Abordagens Pe- dagógicas, para isso, mostraremos a Teoria Cognitiva de Aprendizagem, as Teorias Holísticas e as Teorias Ativas de Aprendizagem. No Tópico 2, estudaremos as Tecnologias de Informação e Comuni- cação, identificando a Legislação na Educação Básica, a utilização da Tecno- logia na Educação, e a Utilização das Redes sociais na educação. No Tópico 3, conheceremos o E-Learning, mostrando os Princípios Pedagógicos, a Educação a Distância e os aspectos da Educação Online. Por fim, na Unidade 3, aprenderemos os Projetos Educacionais, dividi- da em três tópicos. No Tópico 1, evidenciaremos os Tipos de Design Instru- cional, compreendendo o Aprendizado Baseado em Problema, o Aprendiza- do por Design e o Aprendizado Cognitivo. No Tópico 2, estudaremos o Jogo como Recurso de Aprendizagem, mos- trando a importância dos Jogos e Brincadeiras no Processo Pedagógico, a Gamifi- cação na Educação e o Design Instrucional baseado em RPG (Role Playing Game). No Tópico 3, reconheceremos os Processos Pedagógicos na Contempora- neidade, identificando as Metodologias Ativas, o Ensino Remoto e o Ensino Híbrido. Bons estudos! Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO .............................................. 1 TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ......................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ............................................................................................... 4 3 TEÓRICOS DO PROCESSO PEDAGÓGICO ............................................................................... 4 3.1 JOHN DEWEY ................................................................................................................................. 6 3.2 MARIA MONTESSORI .................................................................................................................. 6 3.3 ÉDOUARD CLAPARÉDE ............................................................................................................. 7 3.4 HENRY WALLON .......................................................................................................................... 8 3.5 CÉLESTIN FREINET ...................................................................................................................... 8 3.6 EMÍLIA FERREIRO ........................................................................................................................ 8 3.7 LOURENÇO FILHO ....................................................................................................................... 9 3.8 ANÍSIO TEIXEIRA .......................................................................................................................... 9 3.9 DERMEVAL SAVIANI ................................................................................................................. 10 4 EVOLUÇÃODAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ................................................................ 10 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 15 TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ...................... 17 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17 2 COMPORTAMENTALISMO OU BEHAVIORISMO ................................................................ 17 3 GESTALTISMO .................................................................................................................................. 20 3.1 COGNITIVISMO ........................................................................................................................... 21 3.2 CONSTRUTIVISMO ..................................................................................................................... 26 4 ESCOLAS PSICANALÍTICAS ........................................................................................................ 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 31 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32 TÓPICO 3 — CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO ............................................ 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS LIBERAIS ............................................................................... 36 2.1 TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL ................................................................................ 37 2.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSISTA ....................................................... 38 2.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA ........................................................ 39 2.4 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA ...................................................................................... 40 3 CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS ................................................................ 41 3.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA .................................................................... 41 3.2 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA .......................................................................... 42 3.3 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS ............................. 43 4 CONCEPÇÕES HISTÓRICO-CRÍTICAS ..................................................................................... 44 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 50 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 54 UNIDADE 2 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA CONTEMPORANEIDADE .................. 59 TÓPICO 1 — ABORDAGENS PEDAGÓGICAS ........................................................................... 61 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61 2 TEORIA COGNITIVA DE APRENDIZAGEM ............................................................................ 61 3 TEORIAS HOLÍSTICAS DE APRENDIZAGEM ........................................................................ 66 4 TEORIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ................................................................................... 70 4.1 METODOLOGIA ATIVA E EXPERIÊNCIA .............................................................................. 71 4.2 METODOLOGIA ATIVA E INTERACIONISMO .................................................................... 72 4.3 METODOLOGIA ATIVA E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ......................................... 72 4.4 METODOLOGIA ATIVA E A PERSPECTIVA FREIRIANA ................................................... 72 4.5 RECURSOS PEDAGÓGICOS DA APRENDIZAGEM ATIVA ............................................... 73 4.5.1 Gamificação .......................................................................................................................... 74 4.5.2 Sala de Aula Invertida ......................................................................................................... 75 4.5.3 Aprendizagem Baseada em Projetos ................................................................................. 76 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 78 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 80 TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................... 83 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83 2 LEGISLAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................................... 83 3 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO................................................................................................... 84 4 REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO ............................................................................................... 86 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 3 — E-LEARNING ................................................................................................................ 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS ....................................................................................................... 95 3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .......................................................................................................... 97 3.1 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM NÃO PRESENCIAIS ................................................ 100 4 EDUCAÇÃO ON-LINE ................................................................................................................... 101 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 104 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 110 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 114 UNIDADE 3 — PROJETOS EDUCACIONAIS ............................................................................ 121 TÓPICO 1 — TIPOS DE DESIGN INSTRUCIONAL ................................................................. 123 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 123 2 APRENDIZADO BASEADO EM PROBLEMAS....................................................................... 123 3 APRENDIZADO BASEADO EM PROJETOS DE DESIGN ................................................... 127 4 APRENDIZADO COGNITIVO .................................................................................................... 129 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 133 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 135 TÓPICO 2 — O JOGO COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM .......................................... 137 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137 2 JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO PEDAGÓGICO .............................................. 137 2.1 PORTAL DO PROFESSOR ........................................................................................................ 142 3 GAMIFICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ............................................................................................. 143 4 DESIGN INSTRUCIONAL BASEADO EM RPG ..................................................................... 147 4.1 RPG NOS PROCESSOS EDUCACIONAIS ............................................................................. 150 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 152 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153 TÓPICO 3 — PROCESSOS PEDAGÓGICOS NA CONTEMPORANEIDADE .................... 155 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155 2 METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ................................................................ 155 3 ENSINO REMOTO ......................................................................................................................... 157 4 ENSINO HÍBRIDO.......................................................................................................................... 161 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 169 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173 1 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o desenvolvimento das teorias de aprendizagem; • analisar o processo das tendências pedagógicas, quanto ao ensino e aprendizagem; • comparar as diferentes interações pedagógicas na prática educativa; • estudar os principais pensadores da ação docente; • verificar as vantagens e desvantagens das tendências liberais e progressistas; • identificar os princípios básicos das teorias de aprendizagem; • compreender as concepções pedagógicas na educação; • diferenciar as tendências liberais e progressistas e histórico-críticas. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM TÓPICO 3 – CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 1 abordaremos o desenvolvimento das teorias de apren- dizagem na educação e seus principais pensadores. Veremos como o estudo dos prin- cipais teóricos dos processos pedagógicos e a evolução das teorias de aprendizagem contribuíram para a delimitação e a diferenciação das ideias de aprendizagem, como também na busca para resolver as dificuldades do processo de ensinar e aprender. Com o fortalecimento da utilização da tecnologia na área da educação e nos mais variados campos da atuação profissional, a sociedade vem determinan- do uma nova ordem econômica e social. O desenvolvimento científico e tecno- lógico possibilita que os profissionais da educação possam adotar modelos de ensino que atendam às modificações exigidas pela sociedade, diversificando os espaços educacionais e revelando novos aprendizados. A complexidade, a competitividade e a tecnologia exigem qualidades para realizar um trabalho que frequentemente tem alterado, exigindo aperfeiçoa- mento ou adaptação. Dessa maneira, desenvolver competências e habilidades são exigências para a sociedade atual. O ensino deve, portanto, abrir competências e habilidades para todos os estudan- tes, através de seus projetos pedagógicos, respeitando a diversidade e a singularidade de suas possibilidades, como também os limites de seus processos de desenvolvimento. O processo de ensinar deve contribuir para que os estudantes possam ter espírito de cooperação, autonomia, reciprocidade e possam enfrentar os proble- mas que o trabalho coloca, e saibam tomar decisões para fazer o melhor para si mesmos e para a coletividade, construindo conhecimentos aplicáveis aos interes- ses e às necessidades da sociedade. Para compreender este processo, iniciaremos nosso estudo introdutório dos processos de aprendizagem adotados na educação, os quais evidenciam a necessi- dade de metodologias que atendam às necessidades e expectativas dos estudantes. UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 4 2 PROCESSOS DE APRENDIZAGEM Os processos de aprendizagem foram evoluindo durante as décadas. Des- de a década dos anos de 1930 até hoje, 2021, podemos identificar vários processos de aprendizagem, passando do modelo comportamental até o construtivista e todos esses processos pedagógicos ainda ocorrem nos sistemas educacionais. Os processos de aprendizagem considerados comportamentalista ou ob- jetivista, compreendem a importância da aprendizagem reprodutiva ou memori- zação, pois considera o estudante como sujeito passivo, que recebe uma série de informações prontas, trabalhando pouco sobre elas. No outro processo de aprendizagem chamado de construtivismo, o conhe- cimento é criado ou construído pelo professor e os estudantes. O professor atua como mediador, e os estudantes são estimulados para construir conhecimentos por eles mesmos. Este processo de aprendizagem chamado de construtivista, foi sub- dividido em três modelos: cooperativo ou colaborativo, cognitivo e sociocultural. No processo de aprendizagem construtivista, denominado de coopera- tivo ou colaborativo, o aprendizado acontece na interação do estudante com a contribuição de diferentes entendimentos de uma mesma disciplina, pois assim é possível chegar a um conhecimento compartilhado. O professor age como facili- tador do conhecimento ao grupo de estudantes. No processo de aprendizagem construtivista, denominado de cognitivo, o aprendizado requer um certo período para desenvolver, pois o aprendizado neste processo atua como transferência de novo conhecimento na memória de longo prazo. No processo de aprendizagem construtivista, denominado de sociocul- tural, a aprendizagem atua com o conhecimento histórico-cultural do estudante. Dessa maneira, o professor não deve realizar uma única apresentação da realida- de, mas sim possibilitar experiências compartilhadas, para quea aprendizagem seja mais próxima da experiência do estudante. Mostraremos a seguir como o estudo dos principais pensadores dos pro- cessos pedagógicos buscaram resolver as dificuldades de aprendizagem, que es- tavam sendo apresentadas nas metodologias comportamentalistas ou também chamadas de objetivistas. 3 TEÓRICOS DO PROCESSO PEDAGÓGICO Os pensadores da educação já organizaram várias maneiras para expli- car o desenvolvimento das teorias de aprendizagem. Libâneo (1989) classificou em Tendências Pedagógicas na prática escolar e justificou a classificação utilizando o critério em relação aos condicionantes sociopolíticos da escola. O autor clas- sifica as teorias de aprendizagem em Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista. TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 5 A Pedagogia Liberal está subdividida em tradicional, renovada progres- sista, renovada não-diretiva e tecnicista. A Pedagogia Progressista está subdividi- da em libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. Para cada subdivisão da pedagogia, Libâneo (1989) relata o papel da esco- la, os conteúdos de ensino, a metodologia, o relacionamento professor-estudante, os pressupostos da aprendizagem e as manifestações na prática escolar. É impor- tante para os profissionais da educação conhecerem a descrição e a classificação das teorias, pois poderão funcionar como instrumento de análise para o professor avaliar sua prática na sala de aula. Outra classificação é dada por Gadotti (1997), que realiza uma apresen- tação dos pensadores em ordem cronológica, para mostrar que a evolução da educação está ligada a evolução da própria sociedade. Gadotti (1997) apresenta a retomada histórica das ideias pedagógicas, realizada a partir da perspectiva filo- sófica, sendo uma importante contribuição para os educadores. Segundo Gadotti (1997, p. 17), “as reflexões sobre as teorias de aprendizagem auxiliam na descoberta de ideologias subjacentes aos sistemas educacionais, às reformas, às inovações, às concepções e às doutrinas pedagógicas e a prática da educação”. Quer dizer, conhecemos as ideias de forma dialética, quando recorremos as fontes básicas do pensamento pedagógico, mas estas ideias pedagógicas, podem se complementar. Dessa maneira, poderemos identificar as principais teorias de aprendiza- gem e seus respectivos teóricos. No final do século XVIII até o início do século XX, nos países como Estados Unidos, Itália, França, Inglaterra e Suíça, surgem os pensadores Dewey, Montes- sori, Claparéde, Piaget, Vygotsky, Freud, Freinet, Wallon, Rogers e outros autores. No século XX, na Argentina e no Brasil, surgem Emília Ferreiro, Lourenço Filho, Anísio Teixeira, Paulo Freire, Dermeval Saviani, entre outros, descritos a seguir, como também serão discutidos no Tópico 2 e no Tópico 3. Os teóricos do processo pedagógico estudaram as tendências pedagógicas, as quais serão discutidas no Tópico 3 desta unidade. Estudaremos as tendências pedagó- gicas na educação e identificaremos os seus pressupostos filosóficos e metodológicos, importantes para o conhecimento do professor e para organizar o planejamento, o acom- panhamento e o processo de avaliação dos estudantes. A leitura pode ser acessada em: LIBÂNEO, J. C., Tendências pedagógicas na prática escolar. 1992. Disponível em: <https://bit.ly/3AAqCgM>. Acesso em: 4 ago.2021. ESTUDOS FU TUROS UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 6 3.1 JOHN DEWEY Dewey foi o primeiro teórico a formular o novo ideal pedagógico, afirman- do que o ensino deveria dar-se pela ação – learning by doing – e não pela instrução. Para Dewey, a educação reconstruía a experiência concreta continuamente de cada um, pois na experiência da vida, a educação poderia ajudar a resolver problemas. Dewey mostrou que há cinco estágios no ato do pensamento, que ocorrem diante de algum problema apresentado. Os cinco estágios são apresentados como uma necessidade sentida, a análise da dificuldade, as alternativas da solução do problema, a experimentação de várias soluções e a ação como a prova final para a solução proposta. A educação preconizada por Dewey era um processo de reconstrução da experiência do próprio processo de viver a aprendizagem, através da atividade pessoal do estudante. Dewey fez crítica à obediência e a submissão até então cultivada nas es- colas da época. Através dos princípios da iniciativa, originalidade e cooperação, possibilitava desenvolver as potencialidades do estudante e assim propagou a es- cola nova por quase todo o mundo. John Dewey e suas ideias sobre a metodologia do “aprender fazendo”, focada no estudante, pode ser assistida neste vídeo: https://bit.ly/3yJRw5c. Acesso em: 15 abr. 2021. DICAS 3.2 MARIA MONTESSORI Maria Montessori desenvolveu para os estudantes regulares, o mesmo método que utilizava para os estudantes com deficiências. Construiu jogos e ma- teriais pedagógicos utilizados atualmente em muitas escolas. Pela primeira vez, foi criado um ambiente escolar com objetos pequenos para que a criança tivesse domínio deles como mesas, cadeiras, estantes, tapetes e materiais concretos, como cubos, prismas, cartões e outros. Na Figura 1, mostra- remos os diferentes materiais pedagógicos montessorianos. TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 7 FIGURA 1 – MATERIAL PEDAGÓGICO MONTESSORIANO FONTE: <https://bit.ly/3jMMy1v>. Acesso em: 18 abr. 2021. Este processo de aprendizagem,era desenvolvido pelo tato e pela pres- são, para que as crianças pudessem distinguir as cores, as formas dos objetos, os espaços, os ruídos, e tudo a sua volta. Montessori também explorou a lição do silêncio que ensinava a domi- nar a fala e as percepções auditivas. O professor neste processo, oferece meios para a autoformação, levando a autoeducação da criança. A atividade infantil era despertada através de estímulos, colocando meios adequados de trabalho à sua disposição, pois a criança para Montessori é educadora da sua personalidade. Maria Montessori organizou um espaço de aprendizagem para o estudante, permitindo movimentos livres para facilitar a sua independência e iniciativa pessoal. Dispo- nível em: https://novaescola.org.br/conteudo/459/medica-valorizou-aluno. DICAS 3.3 ÉDOUARD CLAPARÉDE Claparéde realizou pesquisa sobre o interesse dos estudantes em aprender e fundou em 1912 o Instituto de Ciências Educativas Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, que se tornaria famoso graças à obra de Jean Piaget. Claparéde fundamenta seu pensamento de que o estudante tem necessi- dade vital de saber, de pesquisar, de trabalhar. Essas necessidades se manifestam nas brincadeiras, que não são apenas diversão, mas um verdadeiro trabalho. Para ele, a educação deveria ter como eixo a ação e não apenas a instrução pela qual a pessoa recebe passivamente os conhecimentos. UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 8 3.4 HENRY WALLON Wallon considerava o estudante como um ser social e com a personalidade em desenvolvimento. Para este teórico, cada etapa do desenvolvimento é caracteri- zada por uma atividade preponderante ou conflito específico que deve ser resolvi- do, pois o desenvolvimento do estudante é intercalado por crises e conflitos. Neste processo de aprendizagem, o professor deve ter o entendimento das experiências pedagógicas, de acordo com a sua cultura psicológica e atitude de pesquisador. Wallon pesquisou a afetividade, a qual é fundamental para o desenvolvimen- to e depende da capacidade biológica e do ambiente que afeta o indivíduo. FONTE: <https://bit.ly/2VQ7EUp>. Acesso em: 15 abr. 2021. NOTA 3.5 CÉLESTIN FREINET Freinet considerava que o processo de aprendizagem centrava a educação no trabalho, na expressão livre e na pesquisa, pois valorizava o trabalho manual na prática e na teoria da educação. O estudo do meio, o texto livre, a imprensa na escola, a correspondência interescolar, o fichário escolar cooperativo e a biblioteca de trabalho, são algumas das técnicas que Freinet empregava.Para o autor, o papel do professor é organizar o trabalho pedagógico e não colocar obstáculos no desenvolvimento do estudante e deve estar em cooperação com a comunidade escolar. 3.6 EMÍLIA FERREIRO Emília Ferreiro estudou a psicogênese da língua escrita e desenvolveu um processo de aprendizagem, repensando o processo de aquisição da escrita e da leitura. Mostrou que as atividades de interpretação e de produção da escrita começam antes da escolarização e que a aprendizagem dessa escrita é elaborada pelo próprio estudante. TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 9 Emília Ferreiro apresenta uma importante contribuição para a construção do conhecimento da leitura e da escrita, que tem uma lógica individual, mesmo com o processo de interação. Neste artigo, a autora mostra o pensamento de Emília Ferreiro sobre o processo construtivista de alfabetização. Disponível em: https://bit.ly/3xRYDrj. DICAS 3.7 LOURENÇO FILHO Lourenço Filho propõe os testes de classificação para avaliação objetiva do que foi aprendido,e considera que o trabalho em grupo leva ao hábito da cooperação e auto-educação. Veja os testes ABC para a verificação da maturidade necessária à aprendizagem da leitura e da escrita nas crianças que estão na educação infantil e anos iniciais do ensino funda- mental. Não leva em consideração a idade cronológica. Disponível em: https://bit.ly/3iKbeZ4. INTERESSA NTE 3.8 ANÍSIO TEIXEIRA Anísio Teixeira promoveu a educação cultural e profissional de jovens, resul- tado de lutas de educadores brasileiros em favor de um Plano Nacional de Educação. Este teórico argumentava que o professor deve possuir uma filosofia da vida humana e ser um estudioso dos problemas da sociedade e do desenvolvi- mento do estudante. Anísio Teixeira foi considerado o principal educador das mudanças educacio- nais brasileiras do século XX, com a implantação das escolas públicas no país, pois sua ideia era ter um ensino gratuito. NOTA UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 10 3.9 DERMEVAL SAVIANI Dermerval Saviani considera que a ação educativa deve ter uma reflexão com profundidade na sua argumentação, rigor com métodos determinados e es- tar inserida dentro de um contexto. Este processo de aprendizagem destaca a necessidade de construir uma teoria educacional a partir da prática, objetivando a atividade da ação educativa. Estes pensadores contribuíram para o os processos de aprendizagem na educação, como também mostraremos a seguir, como estas teorias historicamen- te foram evoluindo. 4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM Historicamente, as teorias de aprendizagem e seus representantes foram evoluindo nas suas ideias sobre os processos pedagógicos, podendo ocorrer assim, mudanças nas suas ideias originais. Vários outros pensadores contribuíram para o entendimento de como se dá o processo de desenvolvimento do ensino e aprendi- zagem, como também apresentando mudanças em seus modelos de aprendizado. Gagné, por exemplo, já foi considerado comportamentalista, cognitivista e construtivista, pois Gagné apresentava um processo cognitivo para aprendiza- gem, no entanto, Gagné era considerado comportamentalista e quando mostrava como se dava a transferência de aprendizado, era considerado construtivista. Gagné (1975 apud VILARINHO, 1986), mostra a importância do ensino quanto à quantidade de conteúdo que o estudante é capaz de organizar e trans- formar, pois valorizou o pré-requisito, como as informações que o estudante já deve saber para entrar numa etapa da aprendizagem. Para aumentar a motiva- ção, o professor deveria encaminhar o resultado o quanto antes para o estudante. Sobre o ensino individualizado, Ausubel (1970) apresentou que o pro- cesso pedagógico deve deixar claro para o estudante, quais são os objetivos da aprendizagem, que devem estar bem definidos e relacionados com o imediato. Sua preocupação apresenta-se mais para os materiais de estudo, do que o proces- so cognitivo do estudante. O material de estudo quando bem apresentado, é ca- paz de fazer com que os estudantes possam extrair as ideias centrais do conteúdo, pode reter os significados e aplicar os significados aprendidos. Bloom (1972) considerava que o aprendizado deve respeitar o ritmo do estudante, pois a elaboração de objetivos de aprendizagem é apresentada em três domínios: domínio cognitivo, domínio afetivo e domínio psicomotor. TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 11 Para o domínio cognitivo, Bloom (1972) afirmou serem necessárias a com- preensão, aplicação, análise, síntese e avaliação, pois envolve o conhecimento, as capacidades e as habilidades intelectuais. No Quadro 1, observaremos os verbos utilizados na taxonomia de Bloom e que orienta o planejamento da ação docente. Bloom desenvolveu um instrumento para facilitar o planejamento do processo de ensino aprendizagem, chamado de Taxonomia de Bloom, identificando os objetivos do desenvolvimento cognitivo. Disponível em: https://bit.ly/3CLgZ0E. IMPORTANT E QUADRO 1 – OS VERBOS NA TAXONOMIA DE BLOOM FONTE: <https://aulaincrivel.com/bloom/>. Acesso em: 15 abr. 2021. Os interesses, atitudes, valores e apreciações estão relacionados ao domí- nio afetivo. O domínio psicomotor indica a percepção e resposta orientada, nas mudanças comportamentais no plano motor. Bruner (1960) realizou pesquisa sobre a heterogeneidade dos estudantes e a dificuldade do ensino para ser ajustado as diversas etapas do desenvolvimento cogni- tivo, pois o ensino deveria estar adaptado ao nível de desenvolvimento do estudante. UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO 12 Valorizava que o ensino fosse capaz de propor atividades com desafios, voltadas a pesquisa e soluções dos problemas do cotidiano e aos interesses e ne- cessidades dos estudantes. Dessa maneira, o estudante poderá aprender quando apresentar respostas de acordo com o seu nível de desenvolvimento cognitivo, pois será capaz de aplicar o conhecimento. Gardner (1995) pesquisou que os processos de aprendizagem são desen- volvidos com nove inteligências múltiplas, diferentes e independentes, classifica- das da seguinte maneira: • inteligência lógico-matemática: consegue ordenar objetos, quantidades e fa- tos como nas atividades de matemática, física, química, estatística, biologia, gestão e economia; • inteligência linguística: domínio, compreensão e expressão de linguagens como escrita, poesia e teatro. • inteligência espacial: percepção visual, de espaço e de distâncias, na combinação mentalmente, como atividades de engenharia, artes e ciências. • inteligência corporal e cinestésica: utilização do corpo e capacidade para resolver situações de motricidade, como atividades desportivas ou dança. • inteligência musical: capacidade de desenvolver sons e ritmos harmoniosos, como música. • inteligência intrapessoal: desenvolvimento e conhecimento dos próprios sen- timentos e emoções, para a comunicação com outras pessoas e a sua intera- ção, como a psicanálise, psiquiatria, psicologia, pedagogia. • Inteligência extrapessoal: compreender os diversos grupos sociais e sua atua- ção, como a sociologia e a antropologia; • Inteligência natural: relacionada à percepção das questões ambientais e sus- tentabilidade do meio ambiente, como atividades das espécies da natureza. • Inteligência existencial: capacidade de reflexão sobre a vida humana, como as ciências das religiões e a filosofia. A evolução das teorias de aprendizagem mostra que as concepções foram evo- luindo, passando pelo aspecto comportamental, afetivo e cognitivo. Assim, podemos refletir, o que configura uma teoria de aprendizagem. Segundo Libâneo (1989, p. 97): Pedagogia é a teoria e prática da educação, e, portanto, seu objeto é a edu- cabilidade do ser humano, ou o ser humano a ser educado. Educar é con- duzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é susce- tível de educação. O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade sistemáticade interação entre seres sociais, tanto ao nível do intrapessoal, quanto ao nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visan- do provocar neles mudanças tão eficazes que os torne elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se aí, a interligação do ato pedagó- gico de três componentes: um agente (alguém, um grupo, um meio social etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, metodologia, habilidades etc.) e um educando (aluno, grupos de alunos, uma geração etc. TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 13 Em continuidade, Libâneo (1989, p. 101) afirma que o ato pedagógico compreende as etapas do processo de conhecimento e o entendimento e a ação do estudante sobre o mundo e sua realidade social. Isto posto, mostramos que a pedagogia com seus processos pedagógicos e suas diferentes teorias de aprendizagem, tem a função de favorecer o desenvol- vimento do estudante, tanto individual, quanto na ação social da sua realidade, pois consegue se integrar na sociedade e pensar nas transformações e mudanças. 14 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • O ensino deve desenvolver competências e habilidades para todos os estudan- tes, respeitando os limites de seus processos de desenvolvimento, a diversida- de e a singularidade de suas possibilidades. • As teorias pedagógicas delimitam e diferenciam os modelos de aprendiza- gem, do Comportamentalista até o modelo Construtivista. • No processo de aprendizagem construtivista, denominado de sociocultural, a aprendizagem atua com o conhecimento histórico-cultural do estudante. • O professor não deve realizar uma única apresentação da realidade na apren- dizagem construtivista, mas sim possibilitar experiências compartilhadas, para que a aprendizagem seja mais próxima da experiência do estudante. • Maria Montessori construiu jogos e materiais pedagógicos utilizados em mui- tas escolas, com objetos pequenos como mesas, cadeiras, estantes etc., e mate- riais concretos como cubos, prismas, cartões etc. • Freinet considerava que o processo de aprendizagem centrava a educação no trabalho, na expressão livre e na pesquisa, pois valorizava o trabalho manual na prática e na teoria da educação. • Bloom considerava que a elaboração de objetivos é apresentado em três domí- nios: domínio cognitivo, domínio afetivo e domínio psicomotor. • Gardner pesquisou que os processos de aprendizagem são desenvolvidos com nove inteligências múltiplas, diferentes e independentes, classificadas da seguinte maneira: lógico-matemática; linguística; espacial; corporal e ci- nestésica ; musical; intrapessoal; extrapessoal; natural e existencial. • Muitos pensadores contribuíram para o entendimento de como se dá o pro- cesso de desenvolvimento do ensino e aprendizagem, como também apresen- taram transformações em seus modelos de aprendizado. • A pedagogia tem a função de favorecer o desenvolvimento do estudante, tanto individual, quanto na atuação social da sua realidade, pois consegue se integrar na sociedade e agir para que ocorra transformações sociais. 15 1 O Comportamentalismo evidencia que o ensino tem como figura principal o professor, que detém o conhecimento e o estudante deverá assimilar o que é transmitido sem questionamentos. Diferente desta teoria tradicional, os processos de aprendizado evoluíram para promover a relação de professor e estudante, de menos vertical para mais horizontal, pois o professor, neste contexto, é o mediador do aprendizado e o estudante poderá formular hipó- teses e se expressar ao longo do processo educativo. Sobre os processos de aprendizagem estudados nesta abordagem, analise as sentenças a seguir: I- O processo de ensinar deve contribuir para que os estudantes possam ter espírito de cooperação e autonomia e possam tomar decisões. II- Quando os estudantes são estimulados a aprenderem para construir co- nhecimentos por eles mesmos, é chamado de Construtivismo. III- O estudo das teorias de aprendizagem, possibilita na descoberta de ideo- logias que não estão subjacentes nos sistemas educacionais. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e II estão corretas. b) ( ) Somente a sentença II está correta. c) ( ) As sentenças II e III estão corretas. d) ( ) Somente a sentença III está correta. 2 Segundo Wallon, o professor deve ter o entendimento das experiências pe- dagógicas, de acordo com a sua cultura psicológica e atitude de pesquisador. Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Explorou a lição do silêncio que ensinava a dominar a fala e as percep- ções auditivas. ( ) O desenvolvimento do estudante é intercalado por crises e conflitos. ( ) A educação é um processo de reconstrução da experiência do próprio pro- cesso de viver. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V – F – F. b) ( ) V – F – V. c) ( ) F – V – F. d) ( ) F – F – V. 3 Para Gardner (1995), as pessoas desenvolvem capacidades inatas, pois nas- cem com um vasto potencial de talentos e a educação precisa levá-lo em consideração no processo de ensino e aprendizagem, que muitas vezes é AUTOATIVIDADE 16 sufocado pelo nivelamento. Com base na pesquisa de Gardner sobre os pro- cessos de aprendizagem apresentados como inteligências múltiplas, dife- rentes e independentes, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Inteligência linguística é a capacidade de desenvolver sons e ritmos harmoniosos, como música. b) ( ) Inteligência existencial é aquela relacionada à percepção das questões ambientais e sustentabilidade do meio ambiente, como atividades das espécies da natureza. c) ( ) Inteligência espacial, é quando o estudante desenvolve a percepção visu- al, de espaço e de distâncias, na combinação mentalmente, como atividades de engenharia, artes e ciências d) ( ) Inteligência extrapessoal é o desenvolvimento e conhecimento dos pró- prios sentimentos e emoções, para a comunicação com outras pessoas e a sua interação, como a psicanálise, psiquiatria, psicologia, pedagogia. 4 No processo de aprendizagem chamado de construtivismo, o conhecimento é criado ou construído, pois o professor atua na mediação da aprendizagem. Este processo de aprendizagem chamado de construtivista foi subdividi- do em três modelos: cooperativo ou colaborativo, cognitivo e sociocultural. Disserte sobre o modelo considerado cooperativo ou colaborativo. 5 Maria Montessori desenvolveu para os estudantes regulares o mesmo mé- todo que utilizava para os estudantes com deficiências. Construiu jogos e materiais pedagógicos utilizados atualmente em muitas escolas. Neste con- texto, disserte sobre o desenvolvimento destes materiais com as crianças. 17 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 1 INTRODUÇÃO Acadêmico, no Tópico 2 abordaremos uma das divisões das Teorias de Aprendizagem, que decorre das implicações didáticas do Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui o Cognitivismo e o Construtivismo, e também as Teorias Psicanalíticas. As teorias de aprendizagem buscam explicar a relação do conhecimento nos aspectos cognitivos e na prática educativa quanto ao processo de ensinar e aprender. A ação docente não é constituída somente pela prática, mas sim pelas te- orias de aprendizagem, que possibilitam conhecer e identificar novas metodolo- gias de ensino, que veremos a seguir. 2 COMPORTAMENTALISMO OU BEHAVIORISMO As teorias de aprendizagem chamadas de Comportamentalismo ou Beha- viorismo são importantes para compreendermos a realidade da prática da sala de em que estas teorias estão inseridas. O Comportamentalismo tem como base um novo padrão de comportamento, com mudanças observáveis ou de forma mecânica, pois o resultado esperado é acertar para aprender e repetir a atividade, condicionando o aprendizado. No Behaviorismo, são consideradas as necessidades individuais para o pro- cessode ensino e aprendizagem, dando reforços para o estudante. Os principais teóri- cos do Comportamentalismo ou do Behaviorismo são Watson e Skinner. Para Watson (1970), os tipos de comportamentos, é o que diferencia os animais dos seres humanos, utilizando o condicionamento, proposto por Pavlov, para explicar o Behaviorismo. Watson afirma ser possível ter o controle do comportamento humano e que as emoções e o pensamento são modos de comportamento que correspon- dem aos estímulos do ambiente. Para isso, realizou experiências com um rato branco e uma criança que não tinha medo do rato. Quando a criança tocava no rato, Watson provocava um barulho, o que assustava a criança, que passou a te- mer o rato e também outros pequenos animais. 18 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO No Comportamentalismo, ou Behaviorismo, é aplicado o poder do reforço no comportamento, e que seja modelado para desenvolver condutas na sociedade, com ênfase na atenção e estímulo, não considerando as emoções. FONTE: <https://bit.ly/2VPovXt>. Acesso em: 18 abr. 2021. NOTA Para Marques (1976, p. 76): O condicionamento operante lida com a maior ou menor frequência, em que um determinado comportamento ocorre. Uma das maneiras de explicar o comportamento através do condicionamento é a resposta a um estímulo conhecido. Os sinais seriam estímulos que provocariam respostas condicionadas. Na prática escolar, o condicionamento incentivou o uso da instrução pro- gramada, com palavras que chamam a atenção do estudante para que o preenchi- mento da resposta esteja correto. Para Marques (1976,p. 31): Skinner apenas deseja explicar o comportamento e a aprendizagem como consequência dos estímulos ambientais. Sua teoria fundamenta-se no pa- pel da recompensa ou do reforço, e parte da premissa fundamental de que toda ação que produza satisfação tenderá a ser repetida e aprendida. A teoria de Skinner (1904-1990) mostrou que o comportamento é modificado, quando a aprendizagem é influenciada pela experiência. Desde então, no Behavioris- mo foi dada muita importância ao planejamento do ensino, definindo os objetivos da aprendizagem, com objetivo geral e os objetivos específicos, como também os mate- riais e o ambiente que serão utilizados e a definição do reforço das atividades. No Behaviorismo, não é considerada a autonomia e as diferenças indivi- duais entre os estudantes, e sim estarem condicionados ao acerto das respostas, controlando o comportamento humano e seguindo o planejamento de ensino e a prática pedagógica baseada apenas no mundo físico e não nas relações pessoais. Mergel (1998) pesquisou que as idéias de Skinner mostraram que seria pos- sível controlar o comportamento observável do estudante, com reforços das ativi- dades, para a manutenção dos padrões esperados. A aprendizagem ocorre quando o estudante emite respostas adequadas e corretas, sempre com a presença do refor- ço da atividade e o conteúdo em pequenas etapas. Fonseca ( 1998, p. 37) cita que: O Behaviorismo [...] e do quociente intelectual (QI), como medida da inteligência resultante da aprendizagem anterior, caiu numa testolo- gia exagerada no campo da psicologia e da educação, pois centrou o seu desenvolvimento em medições rigorosas baseadas em critérios TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 19 estatísticos e consideradas imutáveis e fixas, tendo descuidado um enquadramento teórico sólido e coerente e o estudo do processo ho- lístico, global, neurofuncional, metacognitivo e dinâmico pelo qual se chega à resposta e se pode produzir a sua modificabilidade. Ou seja, Skinner reforçava as respostas esperadas e corretas dos estudantes e anulava as não desejáveis, controlando assim o comportamento observável do estu- dante, utilizando para isso a instrução programada, que leva o estudante a preencher a lacuna do texto com palavras que já estão no texto, ou seja, o estudante deverá preencher a lacuna com a palavra destacada, gerando um condicionamento de estí- mulo-resposta, para transmitir informações e formar conceitos, quando relacionado a técnicas e objetivos, como mostra o Quadro 2: QUADRO 2 – TÉCNICAS E OBJETIVOS OBJETIVO EDUCACIONAL TÉCNICAS MAIS ADEQUADAS TRANSMITIR INFORMAÇÕES AULA EXPOSITIVA INSTRUÇÃO PROGRAMADA CONSEGUIR QUE ALUNOS EXPRESSEM OPINIÕES PERGUNTAS E RESPOSTAS TRABALHO EM GRUPO SOLUÇÃO DE PROBLEMAS TÉCNICA DE SOLUÇÃO TÉCNICA DE PROJETOS DESENVOLVER CAPACIDADE ANALÍTICA ESTUDO DIRIGIDO TRABALHO EM GRUPO DESENVOLVER CAPACIDADE DE VERBALIZAÇÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS TRABALHO EM GRUPO FORMAR CONCEITOS INSTRUÇÃO PROGRAMADAFICHAS DIDÁTICAS DESENVOLVER CAPACIDADE DE COMPREENSÃO DE TEXTOS ESTUDO DIRIGIDO FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/10114688/>. Acesso em: 18 abr. 2021. De acordo com Dembo (1994), outro autor behaviorista foi Pavlov (1849- 1936), que desenvolveu a ideia do condicionamento, utilizando um cão, um sino e a colocação da comida na frente do animal, que salivava ao tocar o sino, quando a comida estava a sua frente e depois com o tocar do sino, já produzia a salivação. Edward Thorndike (1874-1949) também pesquisou o Comportamentalis- mo, afirmando que a conexão entre o estímulo e a resposta, determinava o apren- dizado, chamando a sua teoria de Conexionismo. 20 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO Todos estes autores, Watson, Skinner (condicionamento operacional), Pa- vlov e Thorndike (condicionameento clássico) acreditaram no comportamento condicionado, resultado do padrão estímulo-resposta. Segundo Good e Brophy (1974 apud MERGEL, 1998), Skinner estuda que o reforço positivo ou as boas notas, levam a repetição do comportamento do estudante. Quando não há reforço, o estudante tende eliminar este comportamento, como por exemplo, um mal comportamento ou para aquele estudante que chega atrasado, ele pode perder privilégios, o que levaria o estudante a mudar o comportamento. A teoria do comportamento ou Comportamentalismo ou Behaviorismo objetiva modelar e reforçar os bons comportamentos para desenvolver habilida- des e competências para o desenvolvimento de conteúdos, enquanto que, no Ges- taltismo, o conhecimento precisa ser compreendido no todo, e não somente em partes, o que será descrito a seguir. 3 GESTALTISMO O Gestaltismo, segundo Marques (1976), é uma teoria cognitiva, pois a aprendizagem é entendida como globalizante e ativa, ou seja, não pode ser expli- cada pela soma das partes e sim na sua estrutura interna total. Dessa maneira, o planejamento de ensino deve apresentar os conteúdos com organização e relacio- nados como um todo. Marques (1976, p. 51) descreve que: [...] no século XIX, a exemplo de outras ciências, a psicologia deveria isolar elementos e descobrir as leis de suas combinações [...]. Assumin- do uma atitude contrária ao pensamento científico do século XIX, po- de-se dizer que a psicologia da Gestalt não se satisfaz com abordagem analítica dos fenômenos psíquicos. Fonseca (1998, p. 37) cita que o gestaltismo “marcou a psicologia e a edu- cação contemporâneas, pois não só restaurou a complementaridade emotivo-cog- nitiva, como equacionou a aquisição do conhecimento em processos psicológicos integrados e hierarquizados e demonstrou que o essencial da inteligência não é a medida do seu produto, mas sim a estruturação ativa e dinâmica da cognição”. Na sala de aula, ao utilizar o gestaltismo, os assuntos podem ter um pla- nejamento para a compreensão dos conteúdos como um todo, organizado e rela- cionados. Segundo Marques (1976, p. 63): [...] transferindo-se esses fundamentos teóricos da Gestalt para a aná- lise do processo de aprendizagem, toda a aprendizagem se constitui numa modificação dos modos de perceber a realidade pelo indivíduo. A aprendizagem, de acordo com a psicologia da Gestalt, não consiste numa simples aquisição de reações mecânicas, numa mera formação de reflexos condicionados resultantes de ensaio e erro. A aprendizagem é um ato global, inteligente e ativo. Constitui umaaquisição de formas, implicando sempre discernimento e compreensão da situação. TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 21 Quer dizer, o gestaltismo evidencia que a aprendizagem implica na per- cepção e compreensão global da situação, pois inicia-se com as ideias gerais, para as ideias específicas da atividade, ordenando uma sequência de aprendizagem com clareza e objetividade. São importantes para o ensino, pois o processo de desenvolvimento se dá pela maturação do sistema nervoso e das estruturas de percepção. Fonseca (1998, p. 37) resume que: [...] o gestaltismo, principalmente na perspectiva piagetiana de réplica a estas posições reducionistas [...] marcou a psicologia e a educação contemporâneas, pois não só restaurou a complementa- ridade emotivo- cognitiva, como equacionou a aquisição do conhe- cimento em processos psicológicos integrados e hierarquizados e demonstrou que o essencial da inteligência não é a medida do seu produto, mas sim a estruturação ativa e dinâmica da cognição. Na Figura 2, veremos um exemplo referente à percepção da unidade de vários elementos, os quais juntos formam um conceito maior que suas partes, o que configura o gestaltismo. FIGURA 2 – GESTALTISMO FONTE: <https://bit.ly/3CKVgpB>. Acesso em: 18 abr. 2021. Junto ao Gestaltismo, surge o Interacionismo (Cognitivismo e Constru- tivismo), que tem os seus principais teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky, e que o entendimento é que o estudante tem parte ativa no seu desenvolvimento de aprendizagem, pois há interação entre o indivíduo que aprende e o conteúdo, ou seja, o objeto a ser aprendido, que estudaremos a seguir. 3.1 COGNITIVISMO O Cognitivismo surge na década de XX, quando o Comportamentalismo encontrava limitações para compreender o desenvolvimento da aprendizagem. Segundo Mergel (1998), as experiências com animais realizadas por Edward Tol- man, mostraram que os ratos procuravam outros caminhos, quando havia blo- queios em algumas partes do labirinto. 22 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO Mergel (1998) relata que o Cognitivismo tem como base o processo men- tal, pois quando há mudanças no comportamento, mostra evidências dos proces- sos desenvolvidos na mente. Já o Construtivismo leva o estudante a resolver as situações, de acordo com as suas experiências e necessidades individuais. Jean Piaget (1896-1980) é um dos principais teóricos do Cognitivismo. In- vestigou o desenvolvimento da inteligênca na criança, que se dá em três períodos, de acordo com o desenvolvimento mental. No período preparatório , que inicia dos dois anos até os sete anos de idade, a criança desenvolve certas habilidades, como a linguagem e a produção de desenhos. Dos sete anos até os 11 anos, o pro- cesso mental da criança mostra que ela começa a pensar logicamente. Dos 11 anos em diante, é chamado de operações formais, pois inicia o processo de saber lidar com abstrações e raciocinar acerca do tempo futuro. A teoria cognitiva de Piaget foi denominada de Epistemologia Genética, pois sua pesquisa evdencia que existe certa continuidade entre os processos bio- lógicos e adaptação ao meio, e que a inteligência é criada em seu desenvolvimen- to, pois de acordo com Piaget (1988, p. 10): Com efeito, a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais complexas e um equilíbrio progressivo entre essas formas e o meio. Di- zer que a inteligência é um caso particular de adaptação biológica é, pois supor que ela é essencialmente uma organização e que sua função é estruturar o universo como o organismo estrutura o meio imediato. Na Epistemologia Genética, Piaget explica como o pensamento realiza a pas- sagem das formas limitadas às formas superiores de conhecimento, pois os processos biológicos e os processos psicológicos estão relacionados. É nesta interação do orga- nismo com o meio, que ocorrem modificações orgânicas, sob a pressão do meio. De acordo com Montangero e Naville (1998), o Gestaltismo mostrou o caráter da totalidade, o qual é dado pelas estruturas perceptivas. Se numa folha branca são colocados quatro pontos equidistantes levando a percepção de que são ângulos de um quadrado, o indivíduo que notará estes pontos, vai perceber um quadrado, pois a totalidade é vista pelo indivíduo. Para Piaget, a percepção da estrutura está relacionada à organização do raciocínio. Por exemplo, quando uma criança deseja pegar um objeto que está embaixo de uma almofada ela vai criar diversas formas de deslocamento para chegar até o objeto, ou seja, a criação de todo o trajeto. Esta organização do deslo- camento não é consciente de sua estrutura. O nível de desenvolvimento intelectual da criança, faz com que ela vá agrupando os caminhos para chegar até o objeto. TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 23 Por meio do conceito de cooperação, Piaget procura analisar as relações do social e do individual no desenvolvimento cognitivo da criança. A coopera- ção, fundada na igualdade, é uma forma ideal de relações entre indivíduos. Ela implica o respeito mútuo, o princípio da reciprocidade e a liberdade ou a autono- mia das pessoas em interação. Para Montangero e Naville (1998, p. 161): [...] o sistema está em equilíbrio quando as operações das quais o sujeito é capaz constituem uma estrutura tal que essas operações sejam suscetíveis de serem desenvolvidas nos dois sentidos (seja por inversão estrita, seja por reciprocidade). É então, porque o con- junto das operações possíveis constitui um sistema de transforma- ções virtuais que se compensam – e que se compensam enquanto obedecem às leis de reversibilidade – que o sistema está em equi- líbrio. A reversibilidade operatória e o equilíbrio do sistema são assim, em definitivo, uma só e a mesma coisa. Os estágios do desenvolvimento intelectual compreendem a adaptação, as- similação, acomodação e equilíbrio. Na adaptação, o real é assimilado pela criança, para resolver os problemas e as necessidades, que pela exigência da situação, ocor- re a acomodação e o equilíbrio entre uma assimilação e uma acomodação. As formas que a criança organiza para buscar o objeto, integram o novo ao conhecido, ou seja, a assimilação às formas de conhecimento existentes. Sobre os dois planos, orgânico e psicológico, a interação pode ser defi- nida, em termos de assimilação dos dados externos às estruturas internas e de modificação das estruturas internas sob a pressão do meio. Segundo Montangero e Naville (1998, p. 178): [...] o principal ensinamento desta psicogênese das estruturas é que ela mostra a união possível, e mesmo necessária do estruturalismo e do Construtivismo. Nenhuma estrutura, cujo desenvolvimento acaba de ser traçado muito esquematicamente, impõe-se à maneira de uma “ideia inata” ou em virtude de uma necessidade a priori, mas cada uma se constrói a partir das precedentes por uma combinação de abstrações reflexionantes, com exceção de certas coordenações dos sistemas mais simples e de reorganizações ou reconstruções que consistem, no final das contas, em efetuar operações de segunda potência sobre as precedentes até constituir um novo todo coerente. A constituição da moral e das regras também foram estudadas por Jean Piaget, pois a moral consiste de um sistema de regras e como a consciência res- peita estas regras, nos jogos analisados por Piaget, conforme mostra a Figura 3, classificados como jogos de exercícios, jogos simbólicos e jogos de regras. 24 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO FIGURA 3 – CLASSES DE JOGOS FONTE: <https://bit.ly/3m1YWNS>. Acesso em: 18 abr. 2021. Na observação de jogos infantis, como bolinhas de gude, as regras são elaboradas pelas crianças que são os jogadores. Assim, as regras para este jogo, definem o conhecimento das regras, da consciência da regra e da origem das re- gras, pois podem passar de geração e geração e serem mudadas ou não, já que as regras são criadas pelos jogadores. As brincadeiras mostram os acontecimentos no jogo esuas estratégias. As interações que ocorrem nas brincadeiras organizam o nível de interação entre o grupo, os seus aspectos e condicionamentos. Nas brincadeiras e nos jogos, é possível identificar o entendimento das relações e da transmissão da cultura da brincadeira. FONTE: <https://bit.ly/3xKD1gb>. Acesso 19 abr. 2021. INTERESSA NTE TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 25 Para conhecer mais sobre as categorias das brincadeiras que podem facilitar a participação e envolvimento das crianças, assim como identificar o entendimento das relações e da transmissão da cultura da brincadeira, leia o material a seguir: PONTES, F.A.R; MAGALHÃES,C.M.C. A estrutura das brincadeiras e a regulação das rela- ções, Scielo-Scientific Eletronic Library Online. 2002. Disponível em: <https://bit.ly/3jPLMRj>. Acesso em: 5 ago.2021 DICAS Piaget observou quatro estágios para este jogo de bolinhas de gude, que referem-se ao estágio motor. Piaget (1988) também analisou que a consciência e a prática da regra evoluem com a idade. Ele explica esta evolução identificando se tais mudanças eram de natureza ou de grau. Há, na criança, atitudes e crenças que o desenvolvimento intelec- tual eliminará, na medida do possível há outras que assumirão sempre maior importância; e, das primeiras as segundas, não há filiação simples, mas antagonismo parcial (PIAGET, 1988, p. 73). As crianças manipulam as bolinhas, como mostra a Figura 4, e não há regras neste estágio, na idade até dois anos. FIGURA 4 – JOGO DE BOLINHAS DE GUDE FONTE: <https://bit.ly/3CNFydt>.Acesso em: 18 abr. 2021. O estágio egocêntrico corresponde a idade de dois até cinco anos, pois a criança conhece as regras, mas prefere jogar sozinha. No terceiro estágio, aparece a unificação das regras, por volta dos sete ou oito anos, pois cada jogador deseja vencer os outros jogadores e não concordam com as regras gerais , dando, cada jogador, sua versão sobre a regra individual. 26 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO Ao atingir a idade de 11 ou 12 anos , surge a codificação das regras, pois as regras acabam sendo seguidas por todos, sendo este o quarto estágio. Quanto à consciência da regra, Piaget analisa que no estágio motor e iní- cio do egocêntrico, a regra é apenas motora, mas até 8 anos, a regra é considerada legítima e seria uma transgressão se não cumprir a regra. Já no terceiro estágio, a regra é obrigatória, mas poderá ser transformada, desde que o grupo de jogado- res tenha consenso geral. A análise de Piaget mostra que quando as crianças começam a praticar as regras, elas desenvolvem uma cooperação, que leva a uma concepção de uma nova regra e que elas podem alterar as regras, desde que o grupo tenha entendi- mento e concordância, pois no jogo de bolinhas de gude, ficou evidenciado que a regra não está na tradição, mas no acordo mútuo dos jogadores. Nas regras constituintes, existe a cooperação e as regras constituídas são o resultado da cooperação. Para isso, Piaget (1988, p. 334) afirma que: A ordem desaparece para tornar-se acordo mútuo, e as regras livremen- te consentidas perdem o seu caráter de obrigação externa. Bem mais, sendo as regras submetidas às leis da reciprocidade, são estas mesmas leis racionais em sua essência, que constituirão as verdadeiras normas morais. A razão torna-se, desde então, livre para construir seu plano de ação, na medida em que permanece racional, isto é, na medida em que sua coerência interna e externa está salvaguardada, na proporção em que o indivíduo consegue situar-se numa perspectiva tal que as outras perspectivas concordem com ela. Assim, está conquistada a autonomia. A cooperação para Piaget é um método que leva a solidariedade e a au- tonomia, que resulta na construção de valores, importante para a prática peda- gógica e o professor deve incentivar a pesquisa e estar informado das etapas do desenvolvimento da inteligência dos estudantes. A seguir, estudaremos o cons- trutivismo na construção do conhecimento. 3.2 CONSTRUTIVISMO O conhecimento construído precisa dos processos de assimilação e acomo- dação, sendo que o ambiente atua nesta construção e assim o estudante vai produzindo seu saber. A ação docente no construtivismo respeita as etapas do desenvolvimento, a individualidade e o contexto. FONTE: <https://bit.ly/3smrJxF>. Acesso em: 18 abr. 2021. NOTA TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 27 Para o conhecimento construído são necessários os processos de assimila- ção e acomodação, sendo que o ambiente atua nesta construção e assim o estudante vai produzindo seu saber. Neste artigo, você vai conhecer as etapas do construtivismo, com as fases do desenvolvimento, a individualidade e o contexto. Disponível em: BARBOSA, P.M.R. O construtivismo e Jean Piaget. Revista Educação Pública. ISNN 1984- 6290,2015. Disponível em: <https://bit.ly/3m27qo0>. Acesso em: 5 ago. 2021. DICAS De acordo com Cobb et al. (1992 apud MERGEL, 1996), o Construtivismo apresenta dois processos, sendo o Construtivismo Realístico, no qual o indivíduo constrói estruturas mentais correspondentes ao ambiente e o Construtivismo Ra- dical, levando o indivíduo a descobrir a realidade ontológica. Para Merill (1992 apud MERGEL, 1991), o Construtivismo é o conhecimen- to construído pela experiência, sendo o significado desenvolvido pela experiên- cia, a partir da interpretação pessoal. Com o aprendizado colaborativo, ocorrem mudanças no significado, com a contribuição de múltiplas perspectivas. No Construtivismo, um dos pensadores mais influentes é Lev Vygotsky (1991) , que analisou que a interação social tem contribuição significativa no desen- volvimento da cognição, no conhecimento de objetos mediados pelo outro e pela linguagem. A pesquisa de Vygotsky analisa dentro do contexto da sociedade, com idéias psicológicas sobre história e ciência, pois a ciência lida com o conhecimento científico e com as contribuições psicológicas dos indivíduos e do seu meio social. A história é fundamental para os processos mentais que regulam o compor- tamento humano, pois os processos históricos resultam das práticas sociais histori- camente determinadas e culturamente situadas, e evoluem de acordo com a sua di- nâmica, sempre que são apresentados novos problemas, criando uma nova prática. No processo de ensino e aprendizagem, Vygotsky analisa que na práti- ca pedagógica, deve ser considerado que existe um nível de desenvolvimento, chamado de proximal ou potencial, que significa que os professores deveriam considerar o processo vivenciado pelo estudante na resolução dos problemas e não apenas os erros e os acertos. Quando o estudante realiza individualmente uma resolução de um problema, pode ser diferente o processo, se fosse realizado junto a outros estudantes para as ques- tões não resolvidas, pois a mediação dos colegas, pode apresentar respostas positivas. 28 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO Neste processo em que o estudante não conseguiu resolver sozinho uma ques- tão, mas conseguiu resolver com a ajuda dos colegas, mostra o seu nível de desenvolvi- mento proximal. Dessa maneira, é interessante o professor considerar o que o estudan- te consegue realizar sozinho e o que ele consegue realizar com o auxílio dos colegas. O professor pode atuar neste nível de desenvolvimento proximal – a dis- tância entre o nível de desenvolvimento atual –, quando ele consegue resolver problemas; e o nível de desenvolvimento potencial, quando ele consegue resolver problemas, com a ajuda de outros colegas. Se o professor atuar neste nível de de- senvolvimento proximal, as outras funções podem se desenvolver, pois verifica- -se como a aprendizagem mediada pode estar progredindo, por isso a interação entre professor com o estudante é importante para o desenvolvimento do nível proximal, e fornecendo motivação para a colaboração entre os estudantes. Essa área de desenvolvimento proximal é um conceito social que descreve a capacidadedo indivíduo interiorizar as estratégias de resolução de problemas que se encontram disponíveis de uma forma aberta no contexto social. A cognição científica deve adaptar-se e acomodar-se às peculiaridades dos fatos sob estudo, ser estruturada de acordo com suas demandas. Segundo Vygotsky (1983, p. 306): É possível apontar, diferenciar, abstrair os requerimentos que a nature- za faz sobre o fenômeno a ser estudado no nível corrente da cognição, um nível que é determinado não pela natureza do fenômeno, mas pela história do homem. As propriedades naturais do fenômeno psicológi- co constituem uma categoria puramente histórica no nível corrente de cognição. Considerando que estas propriedades variam no processo de cognição, e que a totalidade das propriedades específicas é uma dimensão histórica, estas podem ser consideradas como a causa, ou como as causas, do desenvolvimento histórico da ciência No caso específico da motivação, em particular no que se refere à sua im- portância educacional, Vygotsky (1983, p. 76) relata a importância do jogo para a aprendizagem e o desenvolvimento: [...] se ignorarmos as necessidades da criança, aquilo que efetivamente a incentiva a agir, nunca seremos capazes de entender seu avanço de um estágio evolutivo para o próximo, porque cada avanço está conec- tado com uma mudança notável nos motivos, inclinações e incentivos. Vygotsky dá ênfase aos jogos educativos, pois o professor não pode ig- norar as necessidades dos estudantes, para ter o entendimento de um estágio de desenvolvimento para outro estágio superior. Segundo Moll (1996, p. 222), Vy- gotsky estabelece a relação proximal quando argumenta que: O jogo cria a zona de desenvolvimento proximal na criança. No jogo a criança sempre se comporta além de sua idade, acima do seu com- portamento diário. No jogo é como se o pensamento se elevasse uma cabeça acima de si mesmo. Como no foco de uma lente, o jogo contém todas as tendências evolutivas de uma forma condensada, e é em si a fonte principal do desenvolvimento. TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM 29 A construção do conhecimento também aparece nas escolas psicanalíticas e o desenvolvimento do ser humano, que veremos a seguir. 4 ESCOLAS PSICANALÍTICAS Sigmund Freud teve grande influência na educação, apesar de não ser con- siderado um pedagogo. Sua pesquisa quanto ao fenômeno da transferência reper- cutiu na prática pedagógica, como também a prática da escola e da sociedade. Freud argumentou que a infância pode trazer desajustes para o adulto, quando não vivenciados os conflitos e as frustações e obrigando a criança a re- nunciar e acomodar o seu desenvolvimento, utilizando a religião e a moral da sociedade. Para os indivíduos que não se adequam a esta prática, podem surgir sintomas de um processo de neurose. O fenômeno da transferência estudado por freud, evidencia que o trata- mento psicológico seria a reeducação quanto a influência do adulto na criança, buscando nas experências traumáticas vivenciadas pela criança, como conversas, comentários ou sinais do inconsciente que provocaram os distúrbios da neurose. Este inconsciente é chamado de ID, e como a criança tem consciência de que a sociedade é regida por leis, e esta consciência do que pode ou não pode fazer, é chamado de Superego, que é o princípio da realidade. Para regular o ID e o Superego deste processo, existe o Ego, que concilia a moral do que pode ser realizado e os seus desejos. Bordenave e Pereira (1998, p. 61) afirmam: Freud concebeu o homem com um sistema dinâmico de energias, com- posto por três subsistemas: o “id” ou libido, fonte primária de energia psíquica, na forma de instintos biológicos inconscientes que demandam satisfação. O “ego”, que é sistema dos processos cognitivos (percepção, pensamento, planejamento, decisão) que controla e dirige de maneira re- alista os impulsos do “id”, e o “superego”, encarregado da repressão de impulsos perigosos. É um produto da interiorização das normas, prêmios e castigos que os pais, a escola, a sociedade impõem sobre o indivíduo. Bordenave e Pereira (1998), ao citarem estas características, mostram que nos processos pedagógicos vivenciados entre o professor e o estudante, o ID, o Ego e o Superego, estarão sempre em conflito. Essas características citadas por Bordenave e Pereira (1998) podem ser observadas em sala de aula e o professor deverá saber conduzir o processo. Bor- denave e Pereira (1998, p. 61) relatam que outro fator de diferenciação entre as pessoas é sua vivência das etapas psicossexuais: oral, anal, fálica e genital. Diferenças individuais na personalidade adulta encontram sua causa remota na maneira específica em que a pessoa experimenta e resolve os conflitos ocorridos nestas etapas. A pessoa pode sofrer uma fixação 30 UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO numa certa etapa e manter durante a vida inteira um caráter corres- pondente a esta etapa. O caráter oral, por exemplo, inclui qualidade de dependência, passividade, ganância e tendências excessivas de caráter oral, como falar alto e muito. Isso se reflete também na escola, marcando as diferenças de comportamen- to entre os indivíduos. Outro representante das escolas psicanalítícas foi Carl Ro- gers (1902-1987), que estudou a Aprendizagem Centrada no Estudante. Considerava que o processo pedagógico não deveria ser centrado no professor e nem no conteúdo programático, mas sim deveria estar centrado no estudante, pois este processo pedagógico deve estar embasado na confiança do professor de que os estudantes podem se desenvolver, como também dar ênfase a a aprendizagem participativa, a auto-avaliação e auto-crítica. As teorias psicanalíticas evidenciam os processos pedagógicos desenvol- vidos nas unidades escolares, pois Bordenave e Pereira (1998, p. 68) afirmam que “a opção metodológica feita pelo professor pode ter efeitos decisivos sobre a for- mação da mentalidade, do aluno, da sua cosmovisão, de seu sistema de valores e de seu modo de viver”. Quer dizer, as teorias psicanalíticas podem facilitar o desenvolvimento do auto-conceito do estudante, pois a auto-avaliação e a auto-análise favorecem a metodologia do professor. Podemos classificar as teorias Psicanalíticas quanto ao seu aspecto afeti- vo, como também o Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestaltismo, da seguinte maneira, como mostra o Quadro 3. QUADRO 3 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM Comportamentalismo ou Behaviorismo Gestaltismo Cognitivismo e Construtivismo Escolas Psicanalíticas Aspecto motor Aspecto cognitivo Aspecto afetivo Repetição de atividades Geral para o específico Interesses e necessidades Reforço positivo Objetivos, ordem e clareza Coerência interna e externa Comportamento adquirido Relações entre os conteúdos Autoavaliação FONTE: A autora (2021) Os princípios básicos das teorias da aprendizagem como o Comportamentalis- mo ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui o Cognitivismo e o Construtivismo, como também as Teorias Psicanalíticas, contribuem para o desenvolvimento do estudante. 31 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Uma das divisões das Teorias de Aprendizagem decorre das implicações di- dáticas do Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui o Cognitivismo e o Construtivismo, como também as Teorias Psicanalíticas. • O comportamentalismo ou Behaviorismo busca um padrão de comportamen- to, pois o resultado esperado é acertar para aprender e repetir a atividade. • No estágio da adaptação, o real é assimilado pela criança, para resolver os problemas e as necessidades, que pela exigência da situação, ocorre a acomo- dação e o equilíbrio entre uma assimilação e uma acomodação. • O professor poderá atuar no nível de desenvolvimento proximal – que é a distância entre o nível de desenvolvimento real –, quando o estudante con- segue resolver problemas; e o nível de desenvolvimento potencial, quando o estudante consegue resolver problemas, com
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