Buscar

Teorias e Abordagens na Contemporaneidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 189 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Indaial – 2021
Teorias e abordagens 
na ConTemporaneidade
Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A553t
Andrade, Regina de Fátima Fructuoso de
Teorias e abordagens na contemporaneidade. / Regina de Fátima 
Fructuoso de Andrade – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
177 p.; il.
ISBN 978-65-5663-700-6
ISBN Digital 978-65-5663-697-9
1. Teorias de aprendizagem. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 370
apresenTação
Prezado acadêmico, nesta disciplina estudaremos as Teorias e Aborda-
gens na Contemporaneidade. As Teorias de Aprendizagem têm grande importân-
cia e contribuição na atuação do pedagogo, pois é necessária uma metodologia no 
desenvolvimento da aprendizagem das crianças e estudantes da educação básica, 
que compreende a educação infantil, o ensino fundamental dos anos iniciais (1º 
ano ao 5º ano) e dos anos finais (6º ano ao 9º ano) e do ensino médio. 
Por meio das teorias de aprendizagem e abordagens pedagógicas, o 
pedagogo pode levar o processo de ensino a ser mais prazeroso e motivador 
para as crianças e estudantes.
A sala de aula proporciona que o saber docente não seja formado so-
mente com a prática, mas também com o conhecimento das teorias da educa-
ção, pois o professor de posse desse saber pode tomar decisões importantes 
dentro de uma ação contextualizada.
Desejamos bom desempenho nesta disciplina, na qual conheceremos 
as teorias de aprendizagem, mostrando que estas teorias e abordagens po-
dem tornar o planejamento anual do trabalho do professor nas unidades es-
colares cada vez mais interessante para as crianças e estudantes.
O desenvolvimento da disciplina Teorias e abordagens na Contempo-
raneidade, do Curso de Gestão da Tecnologia Educacional, apresentará três 
unidades, seguidas de tópicos para compreensão de cada unidade. 
Na Unidade 1, abordaremos as Teorias Pedagógicas na Educação, dividi-
da em 3 tópicos. No Tópico 1, descreveremos o Desenvolvimento das Teorias de 
Aprendizagem, iniciando com a Introdução, os Processos de Aprendizagem, os 
Teóricos dos Processos Pedagógicos e a Evolução das Teorias de Aprendizagem. 
No Tópico 2, abordaremos os Princípios Básicos das Teorias de Apren-
dizagem, contemplando o Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestal-
tismo e as Escolas Psicanalíticas. 
No Tópico 3, mostraremos as Concepções Pedagógicas na Educação, 
identificando as Concepções Pedagógicas Liberais, as Concepções Pedagógi-
cas Progressistas e as Concepções Histórico-Críticas. 
Na Unidade 2, estudaremos as Teorias Pedagógicas na Contemporanei-
dade, dividida em 3 tópicos. No Tópico 1, explicaremos as Abordagens Pe-
dagógicas, para isso, mostraremos a Teoria Cognitiva de Aprendizagem, as 
Teorias Holísticas e as Teorias Ativas de Aprendizagem. 
No Tópico 2, estudaremos as Tecnologias de Informação e Comuni-
cação, identificando a Legislação na Educação Básica, a utilização da Tecno-
logia na Educação, e a Utilização das Redes sociais na educação. 
No Tópico 3, conheceremos o E-Learning, mostrando os Princípios 
Pedagógicos, a Educação a Distância e os aspectos da Educação Online. 
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos os Projetos Educacionais, dividi-
da em três tópicos. No Tópico 1, evidenciaremos os Tipos de Design Instru-
cional, compreendendo o Aprendizado Baseado em Problema, o Aprendiza-
do por Design e o Aprendizado Cognitivo. 
No Tópico 2, estudaremos o Jogo como Recurso de Aprendizagem, mos-
trando a importância dos Jogos e Brincadeiras no Processo Pedagógico, a Gamifi-
cação na Educação e o Design Instrucional baseado em RPG (Role Playing Game). 
No Tópico 3, reconheceremos os Processos Pedagógicos na Contempora-
neidade, identificando as Metodologias Ativas, o Ensino Remoto e o Ensino Híbrido. 
Bons estudos!
Prof.ª Regina de Fátima Fructuoso de Andrade
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumário
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO .............................................. 1
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ......................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 PROCESSOS DE APRENDIZAGEM ............................................................................................... 4
3 TEÓRICOS DO PROCESSO PEDAGÓGICO ............................................................................... 4
3.1 JOHN DEWEY ................................................................................................................................. 6
3.2 MARIA MONTESSORI .................................................................................................................. 6
3.3 ÉDOUARD CLAPARÉDE ............................................................................................................. 7
3.4 HENRY WALLON .......................................................................................................................... 8
3.5 CÉLESTIN FREINET ...................................................................................................................... 8
3.6 EMÍLIA FERREIRO ........................................................................................................................ 8
3.7 LOURENÇO FILHO ....................................................................................................................... 9
3.8 ANÍSIO TEIXEIRA .......................................................................................................................... 9
3.9 DERMEVAL SAVIANI ................................................................................................................. 10
4 EVOLUÇÃODAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ................................................................ 10
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 14
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM ...................... 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17
2 COMPORTAMENTALISMO OU BEHAVIORISMO ................................................................ 17
3 GESTALTISMO .................................................................................................................................. 20
3.1 COGNITIVISMO ........................................................................................................................... 21
3.2 CONSTRUTIVISMO ..................................................................................................................... 26
4 ESCOLAS PSICANALÍTICAS ........................................................................................................ 29
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 31
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 32
TÓPICO 3 — CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO ............................................ 35
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35
2 CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS LIBERAIS ............................................................................... 36
2.1 TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL ................................................................................ 37
2.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSISTA ....................................................... 38
2.3 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA ........................................................ 39
2.4 TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA ...................................................................................... 40
3 CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS ................................................................ 41
3.1 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA .................................................................... 41
3.2 TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA .......................................................................... 42
3.3 TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS ............................. 43
4 CONCEPÇÕES HISTÓRICO-CRÍTICAS ..................................................................................... 44
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 48
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 50
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 52
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 54
UNIDADE 2 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA CONTEMPORANEIDADE .................. 59
TÓPICO 1 — ABORDAGENS PEDAGÓGICAS ........................................................................... 61
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 61
2 TEORIA COGNITIVA DE APRENDIZAGEM ............................................................................ 61
3 TEORIAS HOLÍSTICAS DE APRENDIZAGEM ........................................................................ 66
4 TEORIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ................................................................................... 70
4.1 METODOLOGIA ATIVA E EXPERIÊNCIA .............................................................................. 71
4.2 METODOLOGIA ATIVA E INTERACIONISMO .................................................................... 72
4.3 METODOLOGIA ATIVA E APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ......................................... 72
4.4 METODOLOGIA ATIVA E A PERSPECTIVA FREIRIANA ................................................... 72
4.5 RECURSOS PEDAGÓGICOS DA APRENDIZAGEM ATIVA ............................................... 73
4.5.1 Gamificação .......................................................................................................................... 74
4.5.2 Sala de Aula Invertida ......................................................................................................... 75
4.5.3 Aprendizagem Baseada em Projetos ................................................................................. 76
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 80
TÓPICO 2 — TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ............................... 83
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 83
2 LEGISLAÇÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................................... 83
3 TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO................................................................................................... 84
4 REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO ............................................................................................... 86
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 92
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 3 — E-LEARNING ................................................................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS ....................................................................................................... 95
3 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA .......................................................................................................... 97
3.1 ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM NÃO PRESENCIAIS ................................................ 100
4 EDUCAÇÃO ON-LINE ................................................................................................................... 101
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 104
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 110
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 112
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 114
UNIDADE 3 — PROJETOS EDUCACIONAIS ............................................................................ 121
TÓPICO 1 — TIPOS DE DESIGN INSTRUCIONAL ................................................................. 123
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 123
2 APRENDIZADO BASEADO EM PROBLEMAS....................................................................... 123
3 APRENDIZADO BASEADO EM PROJETOS DE DESIGN ................................................... 127
4 APRENDIZADO COGNITIVO .................................................................................................... 129
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 135
TÓPICO 2 — O JOGO COMO RECURSO DE APRENDIZAGEM .......................................... 137
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 137
2 JOGOS E BRINCADEIRAS NO PROCESSO PEDAGÓGICO .............................................. 137
2.1 PORTAL DO PROFESSOR ........................................................................................................ 142
3 GAMIFICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ............................................................................................. 143
4 DESIGN INSTRUCIONAL BASEADO EM RPG ..................................................................... 147
4.1 RPG NOS PROCESSOS EDUCACIONAIS ............................................................................. 150
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 152
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153
TÓPICO 3 — PROCESSOS PEDAGÓGICOS NA CONTEMPORANEIDADE .................... 155
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155
2 METODOLOGIAS ATIVAS DE APRENDIZAGEM ................................................................ 155
3 ENSINO REMOTO ......................................................................................................................... 157
4 ENSINO HÍBRIDO.......................................................................................................................... 161
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 169
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173
1
UNIDADE 1 — 
AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA 
EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o desenvolvimento das teorias de aprendizagem;
• analisar o processo das tendências pedagógicas, quanto ao ensino e 
aprendizagem;
• comparar as diferentes interações pedagógicas na prática educativa;
• estudar os principais pensadores da ação docente;
• verificar as vantagens e desvantagens das tendências liberais e progressistas;
• identificar os princípios básicos das teorias de aprendizagem; 
• compreender as concepções pedagógicas na educação;
• diferenciar as tendências liberais e progressistas e histórico-críticas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
TÓPICO 3 – CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE 
APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 1 abordaremos o desenvolvimento das teorias de apren-
dizagem na educação e seus principais pensadores. Veremos como o estudo dos prin-
cipais teóricos dos processos pedagógicos e a evolução das teorias de aprendizagem 
contribuíram para a delimitação e a diferenciação das ideias de aprendizagem, como 
também na busca para resolver as dificuldades do processo de ensinar e aprender.
Com o fortalecimento da utilização da tecnologia na área da educação e 
nos mais variados campos da atuação profissional, a sociedade vem determinan-
do uma nova ordem econômica e social. O desenvolvimento científico e tecno-
lógico possibilita que os profissionais da educação possam adotar modelos de 
ensino que atendam às modificações exigidas pela sociedade, diversificando os 
espaços educacionais e revelando novos aprendizados.
A complexidade, a competitividade e a tecnologia exigem qualidades 
para realizar um trabalho que frequentemente tem alterado, exigindo aperfeiçoa-
mento ou adaptação. Dessa maneira, desenvolver competências e habilidades são 
exigências para a sociedade atual.
O ensino deve, portanto, abrir competências e habilidades para todos os estudan-
tes, através de seus projetos pedagógicos, respeitando a diversidade e a singularidade 
de suas possibilidades, como também os limites de seus processos de desenvolvimento.
O processo de ensinar deve contribuir para que os estudantes possam ter 
espírito de cooperação, autonomia, reciprocidade e possam enfrentar os proble-
mas que o trabalho coloca, e saibam tomar decisões para fazer o melhor para si 
mesmos e para a coletividade, construindo conhecimentos aplicáveis aos interes-
ses e às necessidades da sociedade.
Para compreender este processo, iniciaremos nosso estudo introdutório dos 
processos de aprendizagem adotados na educação, os quais evidenciam a necessi-
dade de metodologias que atendam às necessidades e expectativas dos estudantes. 
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
4
2 PROCESSOS DE APRENDIZAGEM
Os processos de aprendizagem foram evoluindo durante as décadas. Des-
de a década dos anos de 1930 até hoje, 2021, podemos identificar vários processos 
de aprendizagem, passando do modelo comportamental até o construtivista e 
todos esses processos pedagógicos ainda ocorrem nos sistemas educacionais. 
Os processos de aprendizagem considerados comportamentalista ou ob-
jetivista, compreendem a importância da aprendizagem reprodutiva ou memori-
zação, pois considera o estudante como sujeito passivo, que recebe uma série de 
informações prontas, trabalhando pouco sobre elas. 
No outro processo de aprendizagem chamado de construtivismo, o conhe-
cimento é criado ou construído pelo professor e os estudantes. O professor atua 
como mediador, e os estudantes são estimulados para construir conhecimentos por 
eles mesmos. Este processo de aprendizagem chamado de construtivista, foi sub-
dividido em três modelos: cooperativo ou colaborativo, cognitivo e sociocultural. 
No processo de aprendizagem construtivista, denominado de coopera-
tivo ou colaborativo, o aprendizado acontece na interação do estudante com a 
contribuição de diferentes entendimentos de uma mesma disciplina, pois assim é 
possível chegar a um conhecimento compartilhado. O professor age como facili-
tador do conhecimento ao grupo de estudantes.
No processo de aprendizagem construtivista, denominado de cognitivo, o 
aprendizado requer um certo período para desenvolver, pois o aprendizado neste 
processo atua como transferência de novo conhecimento na memória de longo prazo. 
No processo de aprendizagem construtivista, denominado de sociocul-
tural, a aprendizagem atua com o conhecimento histórico-cultural do estudante. 
Dessa maneira, o professor não deve realizar uma única apresentação da realida-
de, mas sim possibilitar experiências compartilhadas, para quea aprendizagem 
seja mais próxima da experiência do estudante. 
Mostraremos a seguir como o estudo dos principais pensadores dos pro-
cessos pedagógicos buscaram resolver as dificuldades de aprendizagem, que es-
tavam sendo apresentadas nas metodologias comportamentalistas ou também 
chamadas de objetivistas.
3 TEÓRICOS DO PROCESSO PEDAGÓGICO
Os pensadores da educação já organizaram várias maneiras para expli-
car o desenvolvimento das teorias de aprendizagem. Libâneo (1989) classificou em 
Tendências Pedagógicas na prática escolar e justificou a classificação utilizando 
o critério em relação aos condicionantes sociopolíticos da escola. O autor clas-
sifica as teorias de aprendizagem em Pedagogia Liberal e Pedagogia Progressista. 
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
5
A Pedagogia Liberal está subdividida em tradicional, renovada progres-
sista, renovada não-diretiva e tecnicista. A Pedagogia Progressista está subdividi-
da em libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos.
Para cada subdivisão da pedagogia, Libâneo (1989) relata o papel da esco-
la, os conteúdos de ensino, a metodologia, o relacionamento professor-estudante, 
os pressupostos da aprendizagem e as manifestações na prática escolar. É impor-
tante para os profissionais da educação conhecerem a descrição e a classificação 
das teorias, pois poderão funcionar como instrumento de análise para o professor 
avaliar sua prática na sala de aula.
Outra classificação é dada por Gadotti (1997), que realiza uma apresen-
tação dos pensadores em ordem cronológica, para mostrar que a evolução da 
educação está ligada a evolução da própria sociedade. Gadotti (1997) apresenta a 
retomada histórica das ideias pedagógicas, realizada a partir da perspectiva filo-
sófica, sendo uma importante contribuição para os educadores.
Segundo Gadotti (1997, p. 17), “as reflexões sobre as teorias de aprendizagem 
auxiliam na descoberta de ideologias subjacentes aos sistemas educacionais, às reformas, 
às inovações, às concepções e às doutrinas pedagógicas e a prática da educação”. Quer 
dizer, conhecemos as ideias de forma dialética, quando recorremos as fontes básicas do 
pensamento pedagógico, mas estas ideias pedagógicas, podem se complementar. 
Dessa maneira, poderemos identificar as principais teorias de aprendiza-
gem e seus respectivos teóricos. 
No final do século XVIII até o início do século XX, nos países como Estados 
Unidos, Itália, França, Inglaterra e Suíça, surgem os pensadores Dewey, Montes-
sori, Claparéde, Piaget, Vygotsky, Freud, Freinet, Wallon, Rogers e outros autores. 
No século XX, na Argentina e no Brasil, surgem Emília Ferreiro, Lourenço 
Filho, Anísio Teixeira, Paulo Freire, Dermeval Saviani, entre outros, descritos a 
seguir, como também serão discutidos no Tópico 2 e no Tópico 3.
Os teóricos do processo pedagógico estudaram as tendências pedagógicas, 
as quais serão discutidas no Tópico 3 desta unidade. Estudaremos as tendências pedagó-
gicas na educação e identificaremos os seus pressupostos filosóficos e metodológicos, 
importantes para o conhecimento do professor e para organizar o planejamento, o acom-
panhamento e o processo de avaliação dos estudantes. A leitura pode ser acessada em:
LIBÂNEO, J. C., Tendências pedagógicas na prática escolar. 1992. Disponível em: 
<https://bit.ly/3AAqCgM>. Acesso em: 4 ago.2021.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
6
3.1 JOHN DEWEY
Dewey foi o primeiro teórico a formular o novo ideal pedagógico, afirman-
do que o ensino deveria dar-se pela ação – learning by doing – e não pela instrução. 
Para Dewey, a educação reconstruía a experiência concreta continuamente de cada 
um, pois na experiência da vida, a educação poderia ajudar a resolver problemas.
Dewey mostrou que há cinco estágios no ato do pensamento, que ocorrem 
diante de algum problema apresentado. Os cinco estágios são apresentados como uma 
necessidade sentida, a análise da dificuldade, as alternativas da solução do problema, a 
experimentação de várias soluções e a ação como a prova final para a solução proposta.
A educação preconizada por Dewey era um processo de reconstrução da 
experiência do próprio processo de viver a aprendizagem, através da atividade 
pessoal do estudante. 
Dewey fez crítica à obediência e a submissão até então cultivada nas es-
colas da época. Através dos princípios da iniciativa, originalidade e cooperação, 
possibilitava desenvolver as potencialidades do estudante e assim propagou a es-
cola nova por quase todo o mundo. 
John Dewey e suas ideias sobre a metodologia do “aprender fazendo”, focada 
no estudante, pode ser assistida neste vídeo: https://bit.ly/3yJRw5c. Acesso em: 15 abr. 2021.
DICAS
3.2 MARIA MONTESSORI
Maria Montessori desenvolveu para os estudantes regulares, o mesmo 
método que utilizava para os estudantes com deficiências. Construiu jogos e ma-
teriais pedagógicos utilizados atualmente em muitas escolas. 
Pela primeira vez, foi criado um ambiente escolar com objetos pequenos 
para que a criança tivesse domínio deles como mesas, cadeiras, estantes, tapetes e 
materiais concretos, como cubos, prismas, cartões e outros. Na Figura 1, mostra-
remos os diferentes materiais pedagógicos montessorianos. 
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
7
FIGURA 1 – MATERIAL PEDAGÓGICO MONTESSORIANO
FONTE: <https://bit.ly/3jMMy1v>. Acesso em: 18 abr. 2021.
Este processo de aprendizagem,era desenvolvido pelo tato e pela pres-
são, para que as crianças pudessem distinguir as cores, as formas dos objetos, 
os espaços, os ruídos, e tudo a sua volta.
Montessori também explorou a lição do silêncio que ensinava a domi-
nar a fala e as percepções auditivas. O professor neste processo, oferece meios 
para a autoformação, levando a autoeducação da criança. A atividade infantil era 
despertada através de estímulos, colocando meios adequados de trabalho à sua 
disposição, pois a criança para Montessori é educadora da sua personalidade.
Maria Montessori organizou um espaço de aprendizagem para o estudante, 
permitindo movimentos livres para facilitar a sua independência e iniciativa pessoal. Dispo-
nível em: https://novaescola.org.br/conteudo/459/medica-valorizou-aluno.
DICAS
3.3 ÉDOUARD CLAPARÉDE
Claparéde realizou pesquisa sobre o interesse dos estudantes em aprender 
e fundou em 1912 o Instituto de Ciências Educativas Jean-Jacques Rousseau, em 
Genebra, que se tornaria famoso graças à obra de Jean Piaget.
Claparéde fundamenta seu pensamento de que o estudante tem necessi-
dade vital de saber, de pesquisar, de trabalhar. Essas necessidades se manifestam 
nas brincadeiras, que não são apenas diversão, mas um verdadeiro trabalho. Para 
ele, a educação deveria ter como eixo a ação e não apenas a instrução pela qual a 
pessoa recebe passivamente os conhecimentos. 
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
8
3.4 HENRY WALLON
Wallon considerava o estudante como um ser social e com a personalidade 
em desenvolvimento. Para este teórico, cada etapa do desenvolvimento é caracteri-
zada por uma atividade preponderante ou conflito específico que deve ser resolvi-
do, pois o desenvolvimento do estudante é intercalado por crises e conflitos. Neste 
processo de aprendizagem, o professor deve ter o entendimento das experiências 
pedagógicas, de acordo com a sua cultura psicológica e atitude de pesquisador.
Wallon pesquisou a afetividade, a qual é fundamental para o desenvolvimen-
to e depende da capacidade biológica e do ambiente que afeta o indivíduo.
FONTE: <https://bit.ly/2VQ7EUp>. Acesso em: 15 abr. 2021.
NOTA
3.5 CÉLESTIN FREINET
Freinet considerava que o processo de aprendizagem centrava a educação 
no trabalho, na expressão livre e na pesquisa, pois valorizava o trabalho manual 
na prática e na teoria da educação. 
O estudo do meio, o texto livre, a imprensa na escola, a correspondência 
interescolar, o fichário escolar cooperativo e a biblioteca de trabalho, são algumas 
das técnicas que Freinet empregava.Para o autor, o papel do professor é organizar o trabalho pedagógico e não 
colocar obstáculos no desenvolvimento do estudante e deve estar em cooperação 
com a comunidade escolar. 
3.6 EMÍLIA FERREIRO
Emília Ferreiro estudou a psicogênese da língua escrita e desenvolveu 
um processo de aprendizagem, repensando o processo de aquisição da escrita e 
da leitura. Mostrou que as atividades de interpretação e de produção da escrita 
começam antes da escolarização e que a aprendizagem dessa escrita é elaborada 
pelo próprio estudante.
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
9
Emília Ferreiro apresenta uma importante contribuição para a construção 
do conhecimento da leitura e da escrita, que tem uma lógica individual, mesmo com o 
processo de interação. Neste artigo, a autora mostra o pensamento de Emília Ferreiro sobre 
o processo construtivista de alfabetização. Disponível em: https://bit.ly/3xRYDrj.
DICAS
3.7 LOURENÇO FILHO
Lourenço Filho propõe os testes de classificação para avaliação objetiva 
do que foi aprendido,e considera que o trabalho em grupo leva ao hábito da 
cooperação e auto-educação.
Veja os testes ABC para a verificação da maturidade necessária à aprendizagem da 
leitura e da escrita nas crianças que estão na educação infantil e anos iniciais do ensino funda-
mental. Não leva em consideração a idade cronológica. Disponível em: https://bit.ly/3iKbeZ4.
INTERESSA
NTE
3.8 ANÍSIO TEIXEIRA
Anísio Teixeira promoveu a educação cultural e profissional de jovens, resul-
tado de lutas de educadores brasileiros em favor de um Plano Nacional de Educação.
 Este teórico argumentava que o professor deve possuir uma filosofia da 
vida humana e ser um estudioso dos problemas da sociedade e do desenvolvi-
mento do estudante.
Anísio Teixeira foi considerado o principal educador das mudanças educacio-
nais brasileiras do século XX, com a implantação das escolas públicas no país, pois sua ideia 
era ter um ensino gratuito.
NOTA
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
10
3.9 DERMEVAL SAVIANI
Dermerval Saviani considera que a ação educativa deve ter uma reflexão 
com profundidade na sua argumentação, rigor com métodos determinados e es-
tar inserida dentro de um contexto.
Este processo de aprendizagem destaca a necessidade de construir uma 
teoria educacional a partir da prática, objetivando a atividade da ação educativa.
Estes pensadores contribuíram para o os processos de aprendizagem na 
educação, como também mostraremos a seguir, como estas teorias historicamen-
te foram evoluindo.
4 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Historicamente, as teorias de aprendizagem e seus representantes foram 
evoluindo nas suas ideias sobre os processos pedagógicos, podendo ocorrer assim, 
mudanças nas suas ideias originais. Vários outros pensadores contribuíram para o 
entendimento de como se dá o processo de desenvolvimento do ensino e aprendi-
zagem, como também apresentando mudanças em seus modelos de aprendizado.
Gagné, por exemplo, já foi considerado comportamentalista, cognitivista 
e construtivista, pois Gagné apresentava um processo cognitivo para aprendiza-
gem, no entanto, Gagné era considerado comportamentalista e quando mostrava 
como se dava a transferência de aprendizado, era considerado construtivista.
Gagné (1975 apud VILARINHO, 1986), mostra a importância do ensino 
quanto à quantidade de conteúdo que o estudante é capaz de organizar e trans-
formar, pois valorizou o pré-requisito, como as informações que o estudante já 
deve saber para entrar numa etapa da aprendizagem. Para aumentar a motiva-
ção, o professor deveria encaminhar o resultado o quanto antes para o estudante.
Sobre o ensino individualizado, Ausubel (1970) apresentou que o pro-
cesso pedagógico deve deixar claro para o estudante, quais são os objetivos da 
aprendizagem, que devem estar bem definidos e relacionados com o imediato. 
Sua preocupação apresenta-se mais para os materiais de estudo, do que o proces-
so cognitivo do estudante. O material de estudo quando bem apresentado, é ca-
paz de fazer com que os estudantes possam extrair as ideias centrais do conteúdo, 
pode reter os significados e aplicar os significados aprendidos.
Bloom (1972) considerava que o aprendizado deve respeitar o ritmo do 
estudante, pois a elaboração de objetivos de aprendizagem é apresentada em três 
domínios: domínio cognitivo, domínio afetivo e domínio psicomotor. 
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
11
Para o domínio cognitivo, Bloom (1972) afirmou serem necessárias a com-
preensão, aplicação, análise, síntese e avaliação, pois envolve o conhecimento, as 
capacidades e as habilidades intelectuais. 
No Quadro 1, observaremos os verbos utilizados na taxonomia de Bloom 
e que orienta o planejamento da ação docente.
Bloom desenvolveu um instrumento para facilitar o planejamento do processo 
de ensino aprendizagem, chamado de Taxonomia de Bloom, identificando os objetivos do 
desenvolvimento cognitivo. Disponível em: https://bit.ly/3CLgZ0E.
IMPORTANT
E
QUADRO 1 – OS VERBOS NA TAXONOMIA DE BLOOM
FONTE: <https://aulaincrivel.com/bloom/>. Acesso em: 15 abr. 2021.
Os interesses, atitudes, valores e apreciações estão relacionados ao domí-
nio afetivo. O domínio psicomotor indica a percepção e resposta orientada, nas 
mudanças comportamentais no plano motor.
Bruner (1960) realizou pesquisa sobre a heterogeneidade dos estudantes e a 
dificuldade do ensino para ser ajustado as diversas etapas do desenvolvimento cogni-
tivo, pois o ensino deveria estar adaptado ao nível de desenvolvimento do estudante.
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
12
Valorizava que o ensino fosse capaz de propor atividades com desafios, 
voltadas a pesquisa e soluções dos problemas do cotidiano e aos interesses e ne-
cessidades dos estudantes. Dessa maneira, o estudante poderá aprender quando 
apresentar respostas de acordo com o seu nível de desenvolvimento cognitivo, 
pois será capaz de aplicar o conhecimento.
Gardner (1995) pesquisou que os processos de aprendizagem são desen-
volvidos com nove inteligências múltiplas, diferentes e independentes, classifica-
das da seguinte maneira:
• inteligência lógico-matemática: consegue ordenar objetos, quantidades e fa-
tos como nas atividades de matemática, física, química, estatística, biologia, 
gestão e economia;
• inteligência linguística: domínio, compreensão e expressão de linguagens 
como escrita, poesia e teatro.
• inteligência espacial: percepção visual, de espaço e de distâncias, na combinação 
mentalmente, como atividades de engenharia, artes e ciências.
• inteligência corporal e cinestésica: utilização do corpo e capacidade para resolver 
situações de motricidade, como atividades desportivas ou dança.
• inteligência musical: capacidade de desenvolver sons e ritmos harmoniosos, 
como música.
• inteligência intrapessoal: desenvolvimento e conhecimento dos próprios sen-
timentos e emoções, para a comunicação com outras pessoas e a sua intera-
ção, como a psicanálise, psiquiatria, psicologia, pedagogia.
• Inteligência extrapessoal: compreender os diversos grupos sociais e sua atua-
ção, como a sociologia e a antropologia;
• Inteligência natural: relacionada à percepção das questões ambientais e sus-
tentabilidade do meio ambiente, como atividades das espécies da natureza.
• Inteligência existencial: capacidade de reflexão sobre a vida humana, como as 
ciências das religiões e a filosofia.
A evolução das teorias de aprendizagem mostra que as concepções foram evo-
luindo, passando pelo aspecto comportamental, afetivo e cognitivo. Assim, podemos 
refletir, o que configura uma teoria de aprendizagem. Segundo Libâneo (1989, p. 97):
Pedagogia é a teoria e prática da educação, e, portanto, seu objeto é a edu-
cabilidade do ser humano, ou o ser humano a ser educado. Educar é con-
duzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é susce-
tível de educação. O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma 
atividade sistemáticade interação entre seres sociais, tanto ao nível do 
intrapessoal, quanto ao nível da influência do meio, interação essa que se 
configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visan-
do provocar neles mudanças tão eficazes que os torne elementos ativos 
desta própria ação exercida. Presume-se aí, a interligação do ato pedagó-
gico de três componentes: um agente (alguém, um grupo, um meio social 
etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, metodologia, habilidades 
etc.) e um educando (aluno, grupos de alunos, uma geração etc.
TÓPICO 1 — DESENVOLVIMENTO DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
13
Em continuidade, Libâneo (1989, p. 101) afirma que o ato pedagógico 
compreende as etapas do processo de conhecimento e o entendimento e a ação 
do estudante sobre o mundo e sua realidade social.
Isto posto, mostramos que a pedagogia com seus processos pedagógicos 
e suas diferentes teorias de aprendizagem, tem a função de favorecer o desenvol-
vimento do estudante, tanto individual, quanto na ação social da sua realidade, 
pois consegue se integrar na sociedade e pensar nas transformações e mudanças.
14
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• O ensino deve desenvolver competências e habilidades para todos os estudan-
tes, respeitando os limites de seus processos de desenvolvimento, a diversida-
de e a singularidade de suas possibilidades. 
• As teorias pedagógicas delimitam e diferenciam os modelos de aprendiza-
gem, do Comportamentalista até o modelo Construtivista.
• No processo de aprendizagem construtivista, denominado de sociocultural, a 
aprendizagem atua com o conhecimento histórico-cultural do estudante. 
• O professor não deve realizar uma única apresentação da realidade na apren-
dizagem construtivista, mas sim possibilitar experiências compartilhadas, 
para que a aprendizagem seja mais próxima da experiência do estudante. 
• Maria Montessori construiu jogos e materiais pedagógicos utilizados em mui-
tas escolas, com objetos pequenos como mesas, cadeiras, estantes etc., e mate-
riais concretos como cubos, prismas, cartões etc.
• Freinet considerava que o processo de aprendizagem centrava a educação no 
trabalho, na expressão livre e na pesquisa, pois valorizava o trabalho manual 
na prática e na teoria da educação. 
• Bloom considerava que a elaboração de objetivos é apresentado em três domí-
nios: domínio cognitivo, domínio afetivo e domínio psicomotor.
• Gardner pesquisou que os processos de aprendizagem são desenvolvidos 
com nove inteligências múltiplas, diferentes e independentes, classificadas 
da seguinte maneira: lógico-matemática; linguística; espacial; corporal e ci-
nestésica ; musical; intrapessoal; extrapessoal; natural e existencial.
• Muitos pensadores contribuíram para o entendimento de como se dá o pro-
cesso de desenvolvimento do ensino e aprendizagem, como também apresen-
taram transformações em seus modelos de aprendizado.
• A pedagogia tem a função de favorecer o desenvolvimento do estudante, 
tanto individual, quanto na atuação social da sua realidade, pois consegue 
se integrar na sociedade e agir para que ocorra transformações sociais.
15
1 O Comportamentalismo evidencia que o ensino tem como figura principal 
o professor, que detém o conhecimento e o estudante deverá assimilar o que 
é transmitido sem questionamentos. Diferente desta teoria tradicional, os 
processos de aprendizado evoluíram para promover a relação de professor 
e estudante, de menos vertical para mais horizontal, pois o professor, neste 
contexto, é o mediador do aprendizado e o estudante poderá formular hipó-
teses e se expressar ao longo do processo educativo. Sobre os processos de 
aprendizagem estudados nesta abordagem, analise as sentenças a seguir:
I- O processo de ensinar deve contribuir para que os estudantes possam ter 
espírito de cooperação e autonomia e possam tomar decisões.
II- Quando os estudantes são estimulados a aprenderem para construir co-
nhecimentos por eles mesmos, é chamado de Construtivismo.
III- O estudo das teorias de aprendizagem, possibilita na descoberta de ideo-
logias que não estão subjacentes nos sistemas educacionais.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
2 Segundo Wallon, o professor deve ter o entendimento das experiências pe-
dagógicas, de acordo com a sua cultura psicológica e atitude de pesquisador. 
Sobre o exposto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Explorou a lição do silêncio que ensinava a dominar a fala e as percep-
ções auditivas.
( ) O desenvolvimento do estudante é intercalado por crises e conflitos.
( ) A educação é um processo de reconstrução da experiência do próprio pro-
cesso de viver.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
3 Para Gardner (1995), as pessoas desenvolvem capacidades inatas, pois nas-
cem com um vasto potencial de talentos e a educação precisa levá-lo em 
consideração no processo de ensino e aprendizagem, que muitas vezes é 
AUTOATIVIDADE
16
sufocado pelo nivelamento. Com base na pesquisa de Gardner sobre os pro-
cessos de aprendizagem apresentados como inteligências múltiplas, dife-
rentes e independentes, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Inteligência linguística é a capacidade de desenvolver sons e ritmos 
harmoniosos, como música.
b) ( ) Inteligência existencial é aquela relacionada à percepção das questões 
ambientais e sustentabilidade do meio ambiente, como atividades das 
espécies da natureza.
c) ( ) Inteligência espacial, é quando o estudante desenvolve a percepção visu-
al, de espaço e de distâncias, na combinação mentalmente, como atividades de 
engenharia, artes e ciências
d) ( ) Inteligência extrapessoal é o desenvolvimento e conhecimento dos pró-
prios sentimentos e emoções, para a comunicação com outras pessoas e 
a sua interação, como a psicanálise, psiquiatria, psicologia, pedagogia.
4 No processo de aprendizagem chamado de construtivismo, o conhecimento 
é criado ou construído, pois o professor atua na mediação da aprendizagem. 
Este processo de aprendizagem chamado de construtivista foi subdividi-
do em três modelos: cooperativo ou colaborativo, cognitivo e sociocultural. 
Disserte sobre o modelo considerado cooperativo ou colaborativo.
5 Maria Montessori desenvolveu para os estudantes regulares o mesmo mé-
todo que utilizava para os estudantes com deficiências. Construiu jogos e 
materiais pedagógicos utilizados atualmente em muitas escolas. Neste con-
texto, disserte sobre o desenvolvimento destes materiais com as crianças.
17
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE 
APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2 abordaremos uma das divisões das Teorias de 
Aprendizagem, que decorre das implicações didáticas do Comportamentalismo 
ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui o Cognitivismo e o Construtivismo, e 
também as Teorias Psicanalíticas.
As teorias de aprendizagem buscam explicar a relação do conhecimento nos 
aspectos cognitivos e na prática educativa quanto ao processo de ensinar e aprender.
A ação docente não é constituída somente pela prática, mas sim pelas te-
orias de aprendizagem, que possibilitam conhecer e identificar novas metodolo-
gias de ensino, que veremos a seguir.
2 COMPORTAMENTALISMO OU BEHAVIORISMO
As teorias de aprendizagem chamadas de Comportamentalismo ou Beha-
viorismo são importantes para compreendermos a realidade da prática da sala 
de em que estas teorias estão inseridas. O Comportamentalismo tem como base 
um novo padrão de comportamento, com mudanças observáveis ou de forma 
mecânica, pois o resultado esperado é acertar para aprender e repetir a atividade, 
condicionando o aprendizado. 
No Behaviorismo, são consideradas as necessidades individuais para o pro-
cessode ensino e aprendizagem, dando reforços para o estudante. Os principais teóri-
cos do Comportamentalismo ou do Behaviorismo são Watson e Skinner. Para Watson 
(1970), os tipos de comportamentos, é o que diferencia os animais dos seres humanos, 
utilizando o condicionamento, proposto por Pavlov, para explicar o Behaviorismo.
Watson afirma ser possível ter o controle do comportamento humano e 
que as emoções e o pensamento são modos de comportamento que correspon-
dem aos estímulos do ambiente. Para isso, realizou experiências com um rato 
branco e uma criança que não tinha medo do rato. Quando a criança tocava no 
rato, Watson provocava um barulho, o que assustava a criança, que passou a te-
mer o rato e também outros pequenos animais.
18
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
No Comportamentalismo, ou Behaviorismo, é aplicado o poder do reforço 
no comportamento, e que seja modelado para desenvolver condutas na sociedade, com 
ênfase na atenção e estímulo, não considerando as emoções.
FONTE: <https://bit.ly/2VPovXt>. Acesso em: 18 abr. 2021.
NOTA
Para Marques (1976, p. 76):
O condicionamento operante lida com a maior ou menor frequência, 
em que um determinado comportamento ocorre. Uma das maneiras 
de explicar o comportamento através do condicionamento é a resposta 
a um estímulo conhecido. Os sinais seriam estímulos que provocariam 
respostas condicionadas.
Na prática escolar, o condicionamento incentivou o uso da instrução pro-
gramada, com palavras que chamam a atenção do estudante para que o preenchi-
mento da resposta esteja correto. Para Marques (1976,p. 31):
Skinner apenas deseja explicar o comportamento e a aprendizagem como 
consequência dos estímulos ambientais. Sua teoria fundamenta-se no pa-
pel da recompensa ou do reforço, e parte da premissa fundamental de 
que toda ação que produza satisfação tenderá a ser repetida e aprendida.
A teoria de Skinner (1904-1990) mostrou que o comportamento é modificado, 
quando a aprendizagem é influenciada pela experiência. Desde então, no Behavioris-
mo foi dada muita importância ao planejamento do ensino, definindo os objetivos da 
aprendizagem, com objetivo geral e os objetivos específicos, como também os mate-
riais e o ambiente que serão utilizados e a definição do reforço das atividades.
No Behaviorismo, não é considerada a autonomia e as diferenças indivi-
duais entre os estudantes, e sim estarem condicionados ao acerto das respostas, 
controlando o comportamento humano e seguindo o planejamento de ensino e a 
prática pedagógica baseada apenas no mundo físico e não nas relações pessoais.
Mergel (1998) pesquisou que as idéias de Skinner mostraram que seria pos-
sível controlar o comportamento observável do estudante, com reforços das ativi-
dades, para a manutenção dos padrões esperados. A aprendizagem ocorre quando 
o estudante emite respostas adequadas e corretas, sempre com a presença do refor-
ço da atividade e o conteúdo em pequenas etapas. Fonseca ( 1998, p. 37) cita que: 
O Behaviorismo [...] e do quociente intelectual (QI), como medida da 
inteligência resultante da aprendizagem anterior, caiu numa testolo-
gia exagerada no campo da psicologia e da educação, pois centrou o 
seu desenvolvimento em medições rigorosas baseadas em critérios 
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
19
estatísticos e consideradas imutáveis e fixas, tendo descuidado um 
enquadramento teórico sólido e coerente e o estudo do processo ho-
lístico, global, neurofuncional, metacognitivo e dinâmico pelo qual se 
chega à resposta e se pode produzir a sua modificabilidade.
Ou seja, Skinner reforçava as respostas esperadas e corretas dos estudantes e 
anulava as não desejáveis, controlando assim o comportamento observável do estu-
dante, utilizando para isso a instrução programada, que leva o estudante a preencher 
a lacuna do texto com palavras que já estão no texto, ou seja, o estudante deverá 
preencher a lacuna com a palavra destacada, gerando um condicionamento de estí-
mulo-resposta, para transmitir informações e formar conceitos, quando relacionado 
a técnicas e objetivos, como mostra o Quadro 2: 
QUADRO 2 – TÉCNICAS E OBJETIVOS
OBJETIVO EDUCACIONAL TÉCNICAS MAIS ADEQUADAS
TRANSMITIR INFORMAÇÕES AULA EXPOSITIVA INSTRUÇÃO PROGRAMADA
CONSEGUIR QUE ALUNOS 
EXPRESSEM OPINIÕES
PERGUNTAS E RESPOSTAS 
TRABALHO EM GRUPO
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS TÉCNICA DE SOLUÇÃO TÉCNICA DE PROJETOS
DESENVOLVER CAPACIDADE 
ANALÍTICA
ESTUDO DIRIGIDO 
TRABALHO EM GRUPO
DESENVOLVER CAPACIDADE 
DE VERBALIZAÇÃO
PERGUNTAS E RESPOSTAS
TRABALHO EM GRUPO
FORMAR CONCEITOS INSTRUÇÃO PROGRAMADAFICHAS DIDÁTICAS
DESENVOLVER CAPACIDADE 
DE COMPREENSÃO DE TEXTOS ESTUDO DIRIGIDO
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/10114688/>. Acesso em: 18 abr. 2021.
De acordo com Dembo (1994), outro autor behaviorista foi Pavlov (1849-
1936), que desenvolveu a ideia do condicionamento, utilizando um cão, um sino 
e a colocação da comida na frente do animal, que salivava ao tocar o sino, quando 
a comida estava a sua frente e depois com o tocar do sino, já produzia a salivação.
Edward Thorndike (1874-1949) também pesquisou o Comportamentalis-
mo, afirmando que a conexão entre o estímulo e a resposta, determinava o apren-
dizado, chamando a sua teoria de Conexionismo.
20
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
Todos estes autores, Watson, Skinner (condicionamento operacional), Pa-
vlov e Thorndike (condicionameento clássico) acreditaram no comportamento 
condicionado, resultado do padrão estímulo-resposta.
Segundo Good e Brophy (1974 apud MERGEL, 1998), Skinner estuda que o 
reforço positivo ou as boas notas, levam a repetição do comportamento do estudante. 
Quando não há reforço, o estudante tende eliminar este comportamento, como por 
exemplo, um mal comportamento ou para aquele estudante que chega atrasado, ele 
pode perder privilégios, o que levaria o estudante a mudar o comportamento.
A teoria do comportamento ou Comportamentalismo ou Behaviorismo 
objetiva modelar e reforçar os bons comportamentos para desenvolver habilida-
des e competências para o desenvolvimento de conteúdos, enquanto que, no Ges-
taltismo, o conhecimento precisa ser compreendido no todo, e não somente em 
partes, o que será descrito a seguir.
3 GESTALTISMO
O Gestaltismo, segundo Marques (1976), é uma teoria cognitiva, pois a 
aprendizagem é entendida como globalizante e ativa, ou seja, não pode ser expli-
cada pela soma das partes e sim na sua estrutura interna total. Dessa maneira, o 
planejamento de ensino deve apresentar os conteúdos com organização e relacio-
nados como um todo. Marques (1976, p. 51) descreve que:
[...] no século XIX, a exemplo de outras ciências, a psicologia deveria 
isolar elementos e descobrir as leis de suas combinações [...]. Assumin-
do uma atitude contrária ao pensamento científico do século XIX, po-
de-se dizer que a psicologia da Gestalt não se satisfaz com abordagem 
analítica dos fenômenos psíquicos. 
Fonseca (1998, p. 37) cita que o gestaltismo “marcou a psicologia e a edu-
cação contemporâneas, pois não só restaurou a complementaridade emotivo-cog-
nitiva, como equacionou a aquisição do conhecimento em processos psicológicos 
integrados e hierarquizados e demonstrou que o essencial da inteligência não é 
a medida do seu produto, mas sim a estruturação ativa e dinâmica da cognição”.
Na sala de aula, ao utilizar o gestaltismo, os assuntos podem ter um pla-
nejamento para a compreensão dos conteúdos como um todo, organizado e rela-
cionados. Segundo Marques (1976, p. 63):
[...] transferindo-se esses fundamentos teóricos da Gestalt para a aná-
lise do processo de aprendizagem, toda a aprendizagem se constitui 
numa modificação dos modos de perceber a realidade pelo indivíduo. 
A aprendizagem, de acordo com a psicologia da Gestalt, não consiste 
numa simples aquisição de reações mecânicas, numa mera formação 
de reflexos condicionados resultantes de ensaio e erro. A aprendizagem 
é um ato global, inteligente e ativo. Constitui umaaquisição de formas, 
implicando sempre discernimento e compreensão da situação.
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
21
Quer dizer, o gestaltismo evidencia que a aprendizagem implica na per-
cepção e compreensão global da situação, pois inicia-se com as ideias gerais, para 
as ideias específicas da atividade, ordenando uma sequência de aprendizagem 
com clareza e objetividade. São importantes para o ensino, pois o processo de 
desenvolvimento se dá pela maturação do sistema nervoso e das estruturas de 
percepção. Fonseca (1998, p. 37) resume que:
[...] o gestaltismo, principalmente na perspectiva piagetiana de 
réplica a estas posições reducionistas [...] marcou a psicologia e a 
educação contemporâneas, pois não só restaurou a complementa-
ridade emotivo- cognitiva, como equacionou a aquisição do conhe-
cimento em processos psicológicos integrados e hierarquizados e 
demonstrou que o essencial da inteligência não é a medida do seu 
produto, mas sim a estruturação ativa e dinâmica da cognição.
Na Figura 2, veremos um exemplo referente à percepção da unidade de 
vários elementos, os quais juntos formam um conceito maior que suas partes, o 
que configura o gestaltismo.
FIGURA 2 – GESTALTISMO
FONTE: <https://bit.ly/3CKVgpB>. Acesso em: 18 abr. 2021.
Junto ao Gestaltismo, surge o Interacionismo (Cognitivismo e Constru-
tivismo), que tem os seus principais teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky, e que 
o entendimento é que o estudante tem parte ativa no seu desenvolvimento de 
aprendizagem, pois há interação entre o indivíduo que aprende e o conteúdo, ou 
seja, o objeto a ser aprendido, que estudaremos a seguir.
3.1 COGNITIVISMO
O Cognitivismo surge na década de XX, quando o Comportamentalismo 
encontrava limitações para compreender o desenvolvimento da aprendizagem. 
Segundo Mergel (1998), as experiências com animais realizadas por Edward Tol-
man, mostraram que os ratos procuravam outros caminhos, quando havia blo-
queios em algumas partes do labirinto.
22
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
Mergel (1998) relata que o Cognitivismo tem como base o processo men-
tal, pois quando há mudanças no comportamento, mostra evidências dos proces-
sos desenvolvidos na mente. Já o Construtivismo leva o estudante a resolver as 
situações, de acordo com as suas experiências e necessidades individuais.
Jean Piaget (1896-1980) é um dos principais teóricos do Cognitivismo. In-
vestigou o desenvolvimento da inteligênca na criança, que se dá em três períodos, 
de acordo com o desenvolvimento mental. No período preparatório , que inicia 
dos dois anos até os sete anos de idade, a criança desenvolve certas habilidades, 
como a linguagem e a produção de desenhos. Dos sete anos até os 11 anos, o pro-
cesso mental da criança mostra que ela começa a pensar logicamente. Dos 11 anos 
em diante, é chamado de operações formais, pois inicia o processo de saber lidar 
com abstrações e raciocinar acerca do tempo futuro.
A teoria cognitiva de Piaget foi denominada de Epistemologia Genética, 
pois sua pesquisa evdencia que existe certa continuidade entre os processos bio-
lógicos e adaptação ao meio, e que a inteligência é criada em seu desenvolvimen-
to, pois de acordo com Piaget (1988, p. 10):
Com efeito, a vida é uma criação contínua de formas cada vez mais 
complexas e um equilíbrio progressivo entre essas formas e o meio. Di-
zer que a inteligência é um caso particular de adaptação biológica é, 
pois supor que ela é essencialmente uma organização e que sua função 
é estruturar o universo como o organismo estrutura o meio imediato.
Na Epistemologia Genética, Piaget explica como o pensamento realiza a pas-
sagem das formas limitadas às formas superiores de conhecimento, pois os processos 
biológicos e os processos psicológicos estão relacionados. É nesta interação do orga-
nismo com o meio, que ocorrem modificações orgânicas, sob a pressão do meio.
De acordo com Montangero e Naville (1998), o Gestaltismo mostrou o 
caráter da totalidade, o qual é dado pelas estruturas perceptivas. Se numa folha 
branca são colocados quatro pontos equidistantes levando a percepção de que 
são ângulos de um quadrado, o indivíduo que notará estes pontos, vai perceber 
um quadrado, pois a totalidade é vista pelo indivíduo.
Para Piaget, a percepção da estrutura está relacionada à organização do 
raciocínio. Por exemplo, quando uma criança deseja pegar um objeto que está 
embaixo de uma almofada ela vai criar diversas formas de deslocamento para 
chegar até o objeto, ou seja, a criação de todo o trajeto. Esta organização do deslo-
camento não é consciente de sua estrutura. 
O nível de desenvolvimento intelectual da criança, faz com que ela vá 
agrupando os caminhos para chegar até o objeto. 
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
23
Por meio do conceito de cooperação, Piaget procura analisar as relações 
do social e do individual no desenvolvimento cognitivo da criança. A coopera-
ção, fundada na igualdade, é uma forma ideal de relações entre indivíduos. Ela 
implica o respeito mútuo, o princípio da reciprocidade e a liberdade ou a autono-
mia das pessoas em interação. Para Montangero e Naville (1998, p. 161):
[...] o sistema está em equilíbrio quando as operações das quais o 
sujeito é capaz constituem uma estrutura tal que essas operações 
sejam suscetíveis de serem desenvolvidas nos dois sentidos (seja 
por inversão estrita, seja por reciprocidade). É então, porque o con-
junto das operações possíveis constitui um sistema de transforma-
ções virtuais que se compensam – e que se compensam enquanto 
obedecem às leis de reversibilidade – que o sistema está em equi-
líbrio. A reversibilidade operatória e o equilíbrio do sistema são 
assim, em definitivo, uma só e a mesma coisa.
Os estágios do desenvolvimento intelectual compreendem a adaptação, as-
similação, acomodação e equilíbrio. Na adaptação, o real é assimilado pela criança, 
para resolver os problemas e as necessidades, que pela exigência da situação, ocor-
re a acomodação e o equilíbrio entre uma assimilação e uma acomodação. 
As formas que a criança organiza para buscar o objeto, integram o novo ao 
conhecido, ou seja, a assimilação às formas de conhecimento existentes.
Sobre os dois planos, orgânico e psicológico, a interação pode ser defi-
nida, em termos de assimilação dos dados externos às estruturas internas e de 
modificação das estruturas internas sob a pressão do meio. Segundo Montangero 
e Naville (1998, p. 178):
[...] o principal ensinamento desta psicogênese das estruturas é que 
ela mostra a união possível, e mesmo necessária do estruturalismo 
e do Construtivismo. Nenhuma estrutura, cujo desenvolvimento 
acaba de ser traçado muito esquematicamente, impõe-se à maneira 
de uma “ideia inata” ou em virtude de uma necessidade a priori, mas 
cada uma se constrói a partir das precedentes por uma combinação 
de abstrações reflexionantes, com exceção de certas coordenações 
dos sistemas mais simples e de reorganizações ou reconstruções que 
consistem, no final das contas, em efetuar operações de segunda 
potência sobre as precedentes até constituir um novo todo coerente.
A constituição da moral e das regras também foram estudadas por Jean 
Piaget, pois a moral consiste de um sistema de regras e como a consciência res-
peita estas regras, nos jogos analisados por Piaget, conforme mostra a Figura 3, 
classificados como jogos de exercícios, jogos simbólicos e jogos de regras.
24
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
FIGURA 3 – CLASSES DE JOGOS
FONTE: <https://bit.ly/3m1YWNS>. Acesso em: 18 abr. 2021.
Na observação de jogos infantis, como bolinhas de gude, as regras são 
elaboradas pelas crianças que são os jogadores. Assim, as regras para este jogo, 
definem o conhecimento das regras, da consciência da regra e da origem das re-
gras, pois podem passar de geração e geração e serem mudadas ou não, já que as 
regras são criadas pelos jogadores.
As brincadeiras mostram os acontecimentos no jogo esuas estratégias. As 
interações que ocorrem nas brincadeiras organizam o nível de interação entre o grupo, os 
seus aspectos e condicionamentos. Nas brincadeiras e nos jogos, é possível identificar o 
entendimento das relações e da transmissão da cultura da brincadeira.
FONTE: <https://bit.ly/3xKD1gb>. Acesso 19 abr. 2021.
INTERESSA
NTE
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
25
Para conhecer mais sobre as categorias das brincadeiras que podem facilitar 
a participação e envolvimento das crianças, assim como identificar o entendimento das 
relações e da transmissão da cultura da brincadeira, leia o material a seguir: 
PONTES, F.A.R; MAGALHÃES,C.M.C. A estrutura das brincadeiras e a regulação das rela-
ções, Scielo-Scientific Eletronic Library Online. 2002. Disponível em:
<https://bit.ly/3jPLMRj>. Acesso em: 5 ago.2021
DICAS
Piaget observou quatro estágios para este jogo de bolinhas de gude, que 
referem-se ao estágio motor. Piaget (1988) também analisou que a consciência e a 
prática da regra evoluem com a idade. Ele explica esta evolução identificando se 
tais mudanças eram de natureza ou de grau.
Há, na criança, atitudes e crenças que o desenvolvimento intelec-
tual eliminará, na medida do possível há outras que assumirão 
sempre maior importância; e, das primeiras as segundas, não há 
filiação simples, mas antagonismo parcial (PIAGET, 1988, p. 73).
As crianças manipulam as bolinhas, como mostra a Figura 4, e não há 
regras neste estágio, na idade até dois anos.
FIGURA 4 – JOGO DE BOLINHAS DE GUDE
FONTE: <https://bit.ly/3CNFydt>.Acesso em: 18 abr. 2021.
O estágio egocêntrico corresponde a idade de dois até cinco anos, pois a 
criança conhece as regras, mas prefere jogar sozinha. No terceiro estágio, aparece 
a unificação das regras, por volta dos sete ou oito anos, pois cada jogador deseja 
vencer os outros jogadores e não concordam com as regras gerais , dando, cada 
jogador, sua versão sobre a regra individual. 
26
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
Ao atingir a idade de 11 ou 12 anos , surge a codificação das regras, pois as 
regras acabam sendo seguidas por todos, sendo este o quarto estágio. 
Quanto à consciência da regra, Piaget analisa que no estágio motor e iní-
cio do egocêntrico, a regra é apenas motora, mas até 8 anos, a regra é considerada 
legítima e seria uma transgressão se não cumprir a regra. Já no terceiro estágio, a 
regra é obrigatória, mas poderá ser transformada, desde que o grupo de jogado-
res tenha consenso geral. 
A análise de Piaget mostra que quando as crianças começam a praticar 
as regras, elas desenvolvem uma cooperação, que leva a uma concepção de uma 
nova regra e que elas podem alterar as regras, desde que o grupo tenha entendi-
mento e concordância, pois no jogo de bolinhas de gude, ficou evidenciado que a 
regra não está na tradição, mas no acordo mútuo dos jogadores.
Nas regras constituintes, existe a cooperação e as regras constituídas são o 
resultado da cooperação. Para isso, Piaget (1988, p. 334) afirma que:
A ordem desaparece para tornar-se acordo mútuo, e as regras livremen-
te consentidas perdem o seu caráter de obrigação externa. Bem mais, 
sendo as regras submetidas às leis da reciprocidade, são estas mesmas 
leis racionais em sua essência, que constituirão as verdadeiras normas 
morais. A razão torna-se, desde então, livre para construir seu plano de 
ação, na medida em que permanece racional, isto é, na medida em que 
sua coerência interna e externa está salvaguardada, na proporção em 
que o indivíduo consegue situar-se numa perspectiva tal que as outras 
perspectivas concordem com ela. Assim, está conquistada a autonomia.
A cooperação para Piaget é um método que leva a solidariedade e a au-
tonomia, que resulta na construção de valores, importante para a prática peda-
gógica e o professor deve incentivar a pesquisa e estar informado das etapas do 
desenvolvimento da inteligência dos estudantes. A seguir, estudaremos o cons-
trutivismo na construção do conhecimento.
3.2 CONSTRUTIVISMO
O conhecimento construído precisa dos processos de assimilação e acomo-
dação, sendo que o ambiente atua nesta construção e assim o estudante vai produzindo 
seu saber. A ação docente no construtivismo respeita as etapas do desenvolvimento, a 
individualidade e o contexto.
FONTE: <https://bit.ly/3smrJxF>. Acesso em: 18 abr. 2021.
NOTA
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
27
Para o conhecimento construído são necessários os processos de assimila-
ção e acomodação, sendo que o ambiente atua nesta construção e assim o estudante vai 
produzindo seu saber. Neste artigo, você vai conhecer as etapas do construtivismo, com 
as fases do desenvolvimento, a individualidade e o contexto. Disponível em: 
BARBOSA, P.M.R. O construtivismo e Jean Piaget. Revista Educação Pública. ISNN 1984-
6290,2015. Disponível em: <https://bit.ly/3m27qo0>. Acesso em: 5 ago. 2021.
DICAS
De acordo com Cobb et al. (1992 apud MERGEL, 1996), o Construtivismo 
apresenta dois processos, sendo o Construtivismo Realístico, no qual o indivíduo 
constrói estruturas mentais correspondentes ao ambiente e o Construtivismo Ra-
dical, levando o indivíduo a descobrir a realidade ontológica.
 
Para Merill (1992 apud MERGEL, 1991), o Construtivismo é o conhecimen-
to construído pela experiência, sendo o significado desenvolvido pela experiên-
cia, a partir da interpretação pessoal. Com o aprendizado colaborativo, ocorrem 
mudanças no significado, com a contribuição de múltiplas perspectivas.
No Construtivismo, um dos pensadores mais influentes é Lev Vygotsky 
(1991) , que analisou que a interação social tem contribuição significativa no desen-
volvimento da cognição, no conhecimento de objetos mediados pelo outro e pela 
linguagem. A pesquisa de Vygotsky analisa dentro do contexto da sociedade, com 
idéias psicológicas sobre história e ciência, pois a ciência lida com o conhecimento 
científico e com as contribuições psicológicas dos indivíduos e do seu meio social. 
A história é fundamental para os processos mentais que regulam o compor-
tamento humano, pois os processos históricos resultam das práticas sociais histori-
camente determinadas e culturamente situadas, e evoluem de acordo com a sua di-
nâmica, sempre que são apresentados novos problemas, criando uma nova prática.
No processo de ensino e aprendizagem, Vygotsky analisa que na práti-
ca pedagógica, deve ser considerado que existe um nível de desenvolvimento, 
chamado de proximal ou potencial, que significa que os professores deveriam 
considerar o processo vivenciado pelo estudante na resolução dos problemas e 
não apenas os erros e os acertos.
Quando o estudante realiza individualmente uma resolução de um problema, 
pode ser diferente o processo, se fosse realizado junto a outros estudantes para as ques-
tões não resolvidas, pois a mediação dos colegas, pode apresentar respostas positivas.
28
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
Neste processo em que o estudante não conseguiu resolver sozinho uma ques-
tão, mas conseguiu resolver com a ajuda dos colegas, mostra o seu nível de desenvolvi-
mento proximal. Dessa maneira, é interessante o professor considerar o que o estudan-
te consegue realizar sozinho e o que ele consegue realizar com o auxílio dos colegas. 
O professor pode atuar neste nível de desenvolvimento proximal – a dis-
tância entre o nível de desenvolvimento atual –, quando ele consegue resolver 
problemas; e o nível de desenvolvimento potencial, quando ele consegue resolver 
problemas, com a ajuda de outros colegas. Se o professor atuar neste nível de de-
senvolvimento proximal, as outras funções podem se desenvolver, pois verifica-
-se como a aprendizagem mediada pode estar progredindo, por isso a interação 
entre professor com o estudante é importante para o desenvolvimento do nível 
proximal, e fornecendo motivação para a colaboração entre os estudantes. 
Essa área de desenvolvimento proximal é um conceito social que descreve 
a capacidadedo indivíduo interiorizar as estratégias de resolução de problemas 
que se encontram disponíveis de uma forma aberta no contexto social. A cognição 
científica deve adaptar-se e acomodar-se às peculiaridades dos fatos sob estudo, 
ser estruturada de acordo com suas demandas. Segundo Vygotsky (1983, p. 306):
É possível apontar, diferenciar, abstrair os requerimentos que a nature-
za faz sobre o fenômeno a ser estudado no nível corrente da cognição, 
um nível que é determinado não pela natureza do fenômeno, mas pela 
história do homem. As propriedades naturais do fenômeno psicológi-
co constituem uma categoria puramente histórica no nível corrente de 
cognição. Considerando que estas propriedades variam no processo 
de cognição, e que a totalidade das propriedades específicas é uma 
dimensão histórica, estas podem ser consideradas como a causa, ou 
como as causas, do desenvolvimento histórico da ciência 
No caso específico da motivação, em particular no que se refere à sua im-
portância educacional, Vygotsky (1983, p. 76) relata a importância do jogo para a 
aprendizagem e o desenvolvimento:
[...] se ignorarmos as necessidades da criança, aquilo que efetivamente 
a incentiva a agir, nunca seremos capazes de entender seu avanço de 
um estágio evolutivo para o próximo, porque cada avanço está conec-
tado com uma mudança notável nos motivos, inclinações e incentivos.
Vygotsky dá ênfase aos jogos educativos, pois o professor não pode ig-
norar as necessidades dos estudantes, para ter o entendimento de um estágio de 
desenvolvimento para outro estágio superior. Segundo Moll (1996, p. 222), Vy-
gotsky estabelece a relação proximal quando argumenta que:
O jogo cria a zona de desenvolvimento proximal na criança. No jogo 
a criança sempre se comporta além de sua idade, acima do seu com-
portamento diário. No jogo é como se o pensamento se elevasse uma 
cabeça acima de si mesmo. Como no foco de uma lente, o jogo contém 
todas as tendências evolutivas de uma forma condensada, e é em si a 
fonte principal do desenvolvimento.
TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS TEORIAS DE APRENDIZAGEM
29
A construção do conhecimento também aparece nas escolas psicanalíticas 
e o desenvolvimento do ser humano, que veremos a seguir.
4 ESCOLAS PSICANALÍTICAS
Sigmund Freud teve grande influência na educação, apesar de não ser con-
siderado um pedagogo. Sua pesquisa quanto ao fenômeno da transferência reper-
cutiu na prática pedagógica, como também a prática da escola e da sociedade. 
Freud argumentou que a infância pode trazer desajustes para o adulto, 
quando não vivenciados os conflitos e as frustações e obrigando a criança a re-
nunciar e acomodar o seu desenvolvimento, utilizando a religião e a moral da 
sociedade. Para os indivíduos que não se adequam a esta prática, podem surgir 
sintomas de um processo de neurose.
O fenômeno da transferência estudado por freud, evidencia que o trata-
mento psicológico seria a reeducação quanto a influência do adulto na criança, 
buscando nas experências traumáticas vivenciadas pela criança, como conversas, 
comentários ou sinais do inconsciente que provocaram os distúrbios da neurose.
Este inconsciente é chamado de ID, e como a criança tem consciência de 
que a sociedade é regida por leis, e esta consciência do que pode ou não pode 
fazer, é chamado de Superego, que é o princípio da realidade. Para regular o ID 
e o Superego deste processo, existe o Ego, que concilia a moral do que pode ser 
realizado e os seus desejos. Bordenave e Pereira (1998, p. 61) afirmam: 
Freud concebeu o homem com um sistema dinâmico de energias, com-
posto por três subsistemas: o “id” ou libido, fonte primária de energia 
psíquica, na forma de instintos biológicos inconscientes que demandam 
satisfação. O “ego”, que é sistema dos processos cognitivos (percepção, 
pensamento, planejamento, decisão) que controla e dirige de maneira re-
alista os impulsos do “id”, e o “superego”, encarregado da repressão de 
impulsos perigosos. É um produto da interiorização das normas, prêmios 
e castigos que os pais, a escola, a sociedade impõem sobre o indivíduo.
Bordenave e Pereira (1998), ao citarem estas características, mostram que 
nos processos pedagógicos vivenciados entre o professor e o estudante, o ID, o 
Ego e o Superego, estarão sempre em conflito.
Essas características citadas por Bordenave e Pereira (1998) podem ser 
observadas em sala de aula e o professor deverá saber conduzir o processo. Bor-
denave e Pereira (1998, p. 61) relatam que outro fator de diferenciação entre as 
pessoas é sua vivência das etapas psicossexuais: oral, anal, fálica e genital. 
Diferenças individuais na personalidade adulta encontram sua causa 
remota na maneira específica em que a pessoa experimenta e resolve 
os conflitos ocorridos nestas etapas. A pessoa pode sofrer uma fixação 
30
UNIDADE 1 — AS TEORIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO
numa certa etapa e manter durante a vida inteira um caráter corres-
pondente a esta etapa. O caráter oral, por exemplo, inclui qualidade de 
dependência, passividade, ganância e tendências excessivas de caráter 
oral, como falar alto e muito.
Isso se reflete também na escola, marcando as diferenças de comportamen-
to entre os indivíduos. Outro representante das escolas psicanalítícas foi Carl Ro-
gers (1902-1987), que estudou a Aprendizagem Centrada no Estudante. 
Considerava que o processo pedagógico não deveria ser centrado no 
professor e nem no conteúdo programático, mas sim deveria estar centrado no 
estudante, pois este processo pedagógico deve estar embasado na confiança do 
professor de que os estudantes podem se desenvolver, como também dar ênfase 
a a aprendizagem participativa, a auto-avaliação e auto-crítica.
As teorias psicanalíticas evidenciam os processos pedagógicos desenvol-
vidos nas unidades escolares, pois Bordenave e Pereira (1998, p. 68) afirmam que 
“a opção metodológica feita pelo professor pode ter efeitos decisivos sobre a for-
mação da mentalidade, do aluno, da sua cosmovisão, de seu sistema de valores e 
de seu modo de viver”.
Quer dizer, as teorias psicanalíticas podem facilitar o desenvolvimento 
do auto-conceito do estudante, pois a auto-avaliação e a auto-análise favorecem 
a metodologia do professor. 
Podemos classificar as teorias Psicanalíticas quanto ao seu aspecto afeti-
vo, como também o Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestaltismo, da 
seguinte maneira, como mostra o Quadro 3.
QUADRO 3 – TEORIAS DE APRENDIZAGEM
Comportamentalismo ou
Behaviorismo
Gestaltismo
Cognitivismo e 
Construtivismo
Escolas Psicanalíticas
Aspecto motor Aspecto cognitivo Aspecto afetivo
Repetição de atividades Geral para o específico Interesses e necessidades
Reforço positivo Objetivos, ordem e clareza
Coerência interna e 
externa
Comportamento 
adquirido
Relações entre os 
conteúdos Autoavaliação
FONTE: A autora (2021)
Os princípios básicos das teorias da aprendizagem como o Comportamentalis-
mo ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui o Cognitivismo e o Construtivismo, como 
também as Teorias Psicanalíticas, contribuem para o desenvolvimento do estudante.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma das divisões das Teorias de Aprendizagem decorre das implicações di-
dáticas do Comportamentalismo ou Behaviorismo, o Gestaltismo que inclui 
o Cognitivismo e o Construtivismo, como também as Teorias Psicanalíticas.
• O comportamentalismo ou Behaviorismo busca um padrão de comportamen-
to, pois o resultado esperado é acertar para aprender e repetir a atividade.
• No estágio da adaptação, o real é assimilado pela criança, para resolver os 
problemas e as necessidades, que pela exigência da situação, ocorre a acomo-
dação e o equilíbrio entre uma assimilação e uma acomodação. 
• O professor poderá atuar no nível de desenvolvimento proximal – que é a 
distância entre o nível de desenvolvimento real –, quando o estudante con-
segue resolver problemas; e o nível de desenvolvimento potencial, quando o 
estudante consegue resolver problemas, com

Outros materiais