Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra- vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 2- PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA ........................................................................................................ 7 2.1- Adequação ao cenário atual e ambiente de atuação das organizações ......... 10 2.2- Práticas de responsabilidade social e a importância no valor econômico das empresas .................................................................................................................... 14 2.3- O sucesso organizacional por meio dos colaboradores .................................. 22 2.4- Responsabilidade social interna e externa ...................................................... 29 2.5- A preocupação do meio ambiente na ética empresarial ................................ 33 3- REFERÊNCIAS ................................................................................................... 38 4 1 – INTRODUÇÃO A respeito do tema o foco primordial será elucidar a saúde de uma empresa, onde a mesma depende muito de sua conduta, levando-se em consideração que o mundo atual (de negócios) está em constante transformação, ou seja, as pes- quisas mostram que as empresas buscam constantemente se adequar ao cená- rio atual de acordo com o ambiente em que atuam e estão cientes de que boa parte do seu patrimônio depende de uma boa imagem reputacional aliada a boas práticas de responsabilidade social e a preocupação com todos os envolvidos – os stakeholders e como a empresa projeta sua imagem para os mesmos, lem- brando que Stakeholders, são pessoas que têm interesse na gestão de empre- sas ou na gestão de projetos, tendo ou não feito investimentos neles. Podería- mos considerar essa definição de stakeholders de um modo abrangente. A palavra “Stakeholder” surgiu da união de duas outras palavras do in- glês. Stakeholders, tradução: - Stake: interesse - Holders: aqueles que possuem https://robsoncamargo.com.br/blog/Como-implantar-a-gestao-de-projetos-na-sua-empresa 5 O termo Stakeholder foi criado pelo filósofo Robert Edward Freeman, em 1963, a partir de um memorando interno da Stanford Research. Stakeholders, defini- ção, segundo ele, se referia a “grupos que sem seu apoio a organização deixaria de existir”. Embora a preocupação com a doutrina ética e responsabilidade social exista desde a origem do capitalismo, tal preocupação está em pauta nos tempos atu- ais, pois a ética no mundo dos negócios tem grande influência na tomada de decisões. Este estudo mostra que cada decisão em benefício da mesma reflete uma boa imagem e reputação para todos os interessados na organização, e tal prática de responsabilidade social e doutrina ética vão além da preocupação única e exclu- siva com a maximização dos lucros e sim prioriza também proporcionar bem- estar à sociedade e ao meio ambiente no qual a empresa se situa, com políticas de responsabilidade social interna e externa. Este presente estudo mostra que muitas empresas ainda caminham na contra- mão das práticas da ética e responsabilidade social, porque ainda têm dificul- dade de enxergar o futuro e não possuem a visão sistêmica de que tal prática diz respeito à sua imagem e reputação, além de corresponder ao seu patrimônio. Portanto, este estudo traz à tona que para uma empresa se adaptar à aplicação de tal conduta ética e consciência da responsabilidade social, é necessário que se adapte ao ambiente de atuação e se reinvente constantemente. O intuito tam- bém é elucidar que o papel da organização é o de incentivar seus membros para o comportamento ético, servindo de exemplo para outras organizações. Levantou-se que as práticas de responsabilidade social têm importante papel no valor econômico das empresas; ou seja, as empresas têm uma enorme preocu- pação e se veem na responsabilidade de projetar da melhor maneira possível sua imagem para os stakeholders. Em relação à responsabilidade social interna, o intuito aqui é evidenciar a preo- cupação com os colaboradores e o quanto são importantes para o sucesso da 6 organização, já que dentro das boas práticas éticas e de responsabilidade social as empresas procuram reter seus colaboradores pela consciência dessa impor- tância para a mesma. No que tange à preocupação com o meio ambiente, este estudo confirma que as empresas éticas respeitam o mesmo sem causar impacto negativo e afetar a sociedade no ambiente em que atuam. Kreitlon (2004) relata, de acordo com fatos históricos, quando e como se come- çou a falar de ética e responsabilidade social nas empresas: Uma rápida retrospectiva histórica permite constatar que, embora te- nha existido desde os primórdios do capitalismo (como atesta, por exemplo, o clássico de Engels, Situação da classe trabalhadora na In- glaterra, de 1845), foi sobretudo a partir do final dos anos 60 que o questionamento ético e social das empresas ganhou força – justa- mente numa época em que o sistema capitalista encontrava-se sob críticas acirradas. A temática suscitou uma grande variedade de dis- cussões teóricas, tendo acabado por institucionalizar-se durante os anos 80 sob a forma de três escolas de pensamento: a Business Ethics, a Business & Society, e a Social Issues Management. É impor- tante ressaltar que os Estados Unidos ocuparam uma posição hege- mônica (e, durante muitos anos, quase solitária) nesse campo, pois lá nasceu e desenvolveu-se a maior parte dos estudos sobre o assunto, os quais somente mais tarde vieram a difundir-se por outras regiões do mundo, inclusive o Brasil. (KREITLON, 2004, p. 1). Levando-se em consideração esses aspectos históricos em relação a ética e responsabilidade social nas organizações, Souza define que a ética moderna e dominante desde o século XVI até o início do século XIX tem em comum uma tendência antropocêntrica (Antropocentrismo) e afirma que em contraste a ética teocêntrica (Teocentrismo) e teológica da idade Média, a ética moderna tem como característica principal mudanças em todos os aspectos, como por exem- plo na economia, onde há o diferencial do desenvolvimento científico, ou seja, o homem encontra as respostas a partir da ciência moderna, o que caracteriza um importante desenvolvimento nas relações capitalistas de produção; na ordem 7 social, fortalecendo uma nova classe social, a burguesia que tem como foco am- pliar o poder econômico. Chiavenato (2005, p. 44), conclui: ética “(...) é o conjuntode princípios morais ou valores que definem o que é certo ou errado para uma pessoa ou grupo”. Hunter (2006, p. 82) comenta que caráter difere de personalidade e diz respeito à nossa maturidade moral: “(...) que é a disposição para fazer a coisa certa, mesmo quando o preço para fazê-la é superior ao que estamos dispostos a pa- gar (...)”, ou seja, o autor ressalta que quando a firmeza moral prospera, a mesma é significado de vitória até que ela se torne um hábito e ressalta que “O difícil é fazer a coisa certa mesmo quando não temos vontade.” E afirma: Caráter é nossa força moral e ética, aquilo que guia nosso comporta- mento de acordo com os valores e princípios adequados – o que ex- plica por que a liderança pode ser definida como “caráter em ação”. Os líderes procuram fazer a coisa certa. (HUNTER, 2006, p. 82). Em relação à influência da ética no mundo dos negócios e o que a mesma influ- encia na tomada de decisões, Chiavenato (2005) afirma: No mundo dos negócios, a ética influencia o processo corporativo de tomada de decisões para determinar quais são os valores que afetam os vários grupos de parceiros e para estabelecer como os dirigentes podem usar tais valores no dia-a-dia da administração da organização. Assim, a ética nas organizações constitui um elemento catalisador de ações socialmente responsáveis da organização por meio de seus par- ceiros e dirigentes. (CHIAVENATO, 2005, p. 44). 2- PRIMÓRDIOS DA DOUTRINA ÉTICA E RESPONSABILIDADE SO- CIAL CORPORATIVA Segundo Queiroz e Ferreira et al. (2006) pode-se observar que o dever da res- ponsabilidade social corporativa passou a ser acompanhado a partir da década de 1970, e a partir daí a necessidade de construir ferramentas teóricas que pu- dessem ser testadas e aplicadas no meio. Contudo, tal atribuição de dever gerou dúvidas sobre quais as obrigações sociais das empresas. 8 Responsabilidade social não é um tema atual, pois grandes pensadores, como Marx, Lock, Kant e outros, já mostravam preocupação com a questão social, mas nas últimas décadas, por consequência da falta de iniciativa dos governos, as empresas estão assumindo as práticas de responsabilidade social, ressalta Prisco Neto (2004), tamanha é a importância em relação ao tema. A aplicação da doutrina ética como prática no meio empresarial é atual, mas em contrapartida está presente nas organizações desde que estas iniciaram suas atividades, pelo simples fato de que são compostas por pessoas e consequen- temente quando se fala em pessoas, ou seja, em indivíduos, existe uma relação com o estudo do comportamento que envolve toda a organização, que vai desde a alta cúpula (tomadas de decisões) até os operários, isto é, de cima para baixo e de baixo para cima. Porém, atualmente há uma grande preocupação com a ética, no que tange à imagem da empresa. Assim: As questões éticas são discutidas desde a antiguidade, entretanto, no que tange à ética empresarial propriamente dita as reflexões são muito recentes. Todavia, analisando sob o ponto de vista de que as empre- sas são essencialmente constituídas por pessoas que desenvolvem atividades, remuneradas ou não, mas que têm e assumem responsa- bilidades com a organização, com a sociedade, com o colega de tra- balho ou mesmo com os fornecedores, as questões éticas e morais estiveram e sempre estarão em discussão, mesmo que imperceptíveis. Ou ainda sem a estrutura, a percepção e o contexto de certa urgência que possui nos dias atuais. (GUIMARÃES, 2013, p. 15). Guimarães (2013) argumenta que as décadas de 1960 e 70 foram sinalizadas por fortes discussões sobre a ética empresarial no território alemão, com foco nas questões que são de competência dos conselhos administrativos. “Nas dé- cadas de 1960 e 70 o ensino da ética começou a ser inserido nas faculdades de administração e negócios, principalmente nos Estados Unidos.” Guimarães in- forma que após a inserção do ensino da ética nas faculdades de administração e negócios, se originou a: "(...) reflexão batizada no termo Ética Empresarial.” Guimarães (2013, p. 23). 9 Sendo assim, essas questões são observadas pelos autores Queiroz e Fer- reira et al. (2006), que afirmam que nos Estados Unidos e Europa a Ética e res- ponsabilidade social nas corporações eram uma doutrina até o século XIX. Por- tanto, há uma evolução recente da concepção de responsabilidade social corpo- rativa. Concepção esta que, segundo eles, nos últimos 30 anos é atacada e apoi- ada por muitos autores: Recuperando as últimas décadas de estudos sobre ética e responsa- bilidade social corporativa, observamos que, partindo de uma visão econômica clássica – tão amplamente divulgada por Milton Friedman –, de que a empresa socialmente responsável é aquela que está atenta para lidar com as expectativas de seus stakeholders atuais e futuros, na visão mais radical de sociedade sustentável. A ordem de mudança organizacional, em um continuum que se inicia com mudanças conser- vadoras e finaliza com mudanças radicais, está diretamente relacio- nada ao grau de amplitude de inclusão e de consideração pela em- presa quanto a suas relações com seus públicos. (QUEIROZ; FER- REIRA et al. 2006, p. 47). Kreitlon (2004) afirma que o surgimento da ética empresarial como campo de estudos está intimamente ligado à evolução do sistema econômico, assim como as mudanças por que passaram as sociedades industriais no último século. Em relação à aceitação da responsabilidade social por parte das empresas di- ante do contexto de um sistema de mercado livre, onde a mesma visa à maximi- zação dos lucros e consequentemente ajuda a sociedade, as autoras Cruz e Azevedo (2006) afirmam: Sempre se aceitou que a responsabilidade social da empresa, em um sistema de mercado livre, é a maximização dos seus lucros, e assim se presume que ela maximiza sua contribuição para a sociedade. Se- gundo esta ideia, os lucros de uma empresa, que opera dentro de uma estrutura legal de uma comunidade, poderão produzir resultados que contribuirão para o desempenho social dessa sociedade. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 5). 10 Sertek (2006, p. 245) afirma que um dos grandes problemas da atualidade é que há uma dificuldade em perceber que a ética “(...) não é só qualidade ou excelên- cia no fazer, mas a busca de atingir a qualidade no agir (...)” e que tanto atitudes éticas como antiéticas podem “(...) aperfeiçoar a pessoa ou corrompê-la depen- dendo da sua positividade ou negatividade ética.” E em relação às ações antié- ticas que geram lucro em curto prazo o autor conclui: Pode-se aplicar o conceito de qualidade no fazer e no agir em qual- quer âmbito da vida e também no das decisões empresariais. Uma ação pode atender perfeitamente os lucros da empresa, mas, no agir, pode ser uma fraude como, por exemplo, quando se promove uma boa estratégia de marketing, contudo pode ser uma propaganda falsa. (SERTEK, 2006, p. 245). 2.1- Adequação ao cenário atual e ambiente de atuação das organiza- ções Muitas empresas ainda têm dificuldade de ver o futuro porque não conseguem enxergar o presente, entender o cenário atual e o que os consumidores desejam. As empresas precisam constantemente se reinventar, otimizando recursos, bus- cando melhores oportunidades de resultados, conforme observa Sertek (2006, p. 55): "Todos os processos de mudança exigem uma forte coalização de pes- soas em torno das metas e dos objetivos (...)” e enfatiza: Atualmente, as empresas, para se adaptarem ao ambiente comercial exigente e dinâmico, têm de desenvolver novos produtos mais compe- titivos e lançá-los com mais rapidez no mercado. A inovação constitui um diferencial competitivo para elas, pois de outra forma são penaliza- das com o possível fracasso de suas atividades. A necessidade de ino- vação gera um desenvolvimento social organizacional focalizado nas demandas de mercado e busca,em consequência, a produção e o con- sumo de novos produtos de forma exacerbada em que os critérios éti- cos de desenvolvimento sustentável e responsabilidade social quase não entram em jogo ou, se entram, não transformam o núcleo essen- cial da atividade da organização, que é a de criar riqueza compatível com o bem comum da sociedade. (SERTEK, 2006, p. 44). 11 Para Sertek (2006), a organização tem por finalidade e princípio ser um elo entre as pessoas da sociedade para estas adquiram bens materiais e culturais, porém a organização tem um importante papel em promover a harmonia por meio dos princípios e valores éticos: As organizações nascem com a finalidade de facilitar que uma parcela enorme de pessoas da sociedade consigam adquirir os bens materiais e culturais que não teriam possibilidade de obter por ação puramente pessoal. Como o ser humano é um ser social por natureza, e o seu aperfeiçoamento passa pela convivência e pela prática pessoal e cole- tiva das virtudes da justiça e da solidariedade, é necessário solidificar as organizações na sua função de promotoras da coesão social, por meio dos princípios e dos valores éticos. Nada mais razoável que elas, como pequenas células do tecido social, sejam a matriz ou o suporte de uma ação promotora/integradora dos fatores de desenvolvimento social eticamente responsáveis. (SERTEK, 2006, p. 45). Morgan (1996) compara as organizações com sistemas vivos, ou seja, organis- mos, pois no ambiente em que atuam dependem da satisfação de muitas neces- sidades e no mundo são perceptíveis tipos diferentes de organizações e ambi- entes, pois os mesmos têm de se adaptar de acordo com o que o referido cenário e necessidades pedem, e cita como exemplo as organizações burocráticas que funcionam melhor em ambientes estáveis: Essa linha simples de questionamento ressalta o ponto crucial de mui- tos dos mais importantes desenvolvimentos dentro da teoria organiza- cional no decorrer dos últimos 50 anos. Na verdade, os problemas le- vantados pela visão mecanicista da organização levaram muitos teóri- cos organizacionais a abandonar a ciência mecânica e a inspirar-se sobretudo na biologia como uma fonte de ideias para refletir sobre as organizações. Dentro deste processo, a teoria da organização trans- formou-se num tipo de biologia na qual as distinções e relações entre moléculas, células, organismos complexos, espécies e ecologia são colocados em paralelo com aquelas entre indivíduos, grupos, organi- zações, populações (espécies) de organizações e sua ecologia social. Perseguindo esta linha de investigação, os teóricos da organização emitiram muitas ideais para o entendimento de como as organizações funcionam e que fatores influenciam o seu bem-estar. (MORGAN, 1996, p. 43). 12 Morgan (1996) afirma que as organizações são reconhecidas e vistas como sis- temas abertos, e isto é de suma importância para todos os envolvidos, pois en- fatiza as necessidades de um ambiente favorável para todos a fim de garantir várias formas de sobrevivência. É um ideal voltado para o “enfoque sistêmico” da organização, ou seja, uma visão ampla do todo, com suas necessidades e obrigações para com os envolvidos. A partir daí o autor faz uma alusão às organizações como organismos que estão “abertos” ao ambiente em que se encontram, e as mesmas devem se relacionar apropriadamente com esse ambiente como questão de sobrevivência. O autor ressalta que: “(...) há uma ênfase sobre o ambiente dentro do qual a organização existe (...)” e afirma que: “(...) os teóricos da administração clássica deram rela- tivamente pouca atenção ao ambiente (...)”. Conforme conclui o autor, os referi- dos “teóricos da administração” se atentaram ao planejamento interno e não à visão dos sistemas abertos: “A visão dos sistemas abertos modificou tudo isto, sugerindo que se deveria sempre efetuar o processo de organização tendo-se em mente o ambiente.” (MORGAN, 1996, p. 49). E a partir daí conclui-se que a visão dos sistemas abertos evidencia a preocupação que o autor chama de “in- terações organizacionais diretas” com clientes, concorrentes, fornecedores, sin- dicatos e agências governamentais. O autor chama atenção para o fato de que o interesse comum da estratégia de uma organização tem que coexistir com a “(...) percepção de que as organizações devem ser sensíveis ao que ocorre no mundo que as rodeia.” As autoras Azevedo e Cruz (2006, p. 3), cita a definição de outros autores sobre sistema aberto: Para Nakagawa (1999 apud BITENCOURT; BRITO 1999), a empresa é um complexo sistema social, e, sob uma perspectiva sistêmica, pro- põe que ela pode ser mais bem definida enunciando-se uma série de proposições gerais, em vez de tentar uma única e global definição: A empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que signi- fica que ela se encontra em constante interação com todos os seus ambientes, absorvendo matérias-primas, recursos humanos, energia e 13 informações, transformando-os em produtos e serviços, que são ex- portados para esses ambientes. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 3). Para Chiavenato (2005, p. 44), na organização: "O comportamento ético acon- tece quando os membros aceitam tais princípios e valores." E ressalta que assim a organização incentiva e encoraja seus membros para o comportamento ético, servindo de exemplo para outras organizações, e aponta a correlação com o comportamento antiético, que se dá quando as pessoas desobedecem o com- portamento ético. Para elucidar a importância do comportamento ético nas organizações, o mesmo comenta que: "(...) a ética é uma preocupação com o bom comportamento: uma obrigação de considerar não somente o próprio bem-estar pessoal, mas também o das outras pessoas. Visto que o autor afirma que a ética tem forte influência no mundo dos negócios no que diz respeito à tomada de decisões que estabelecem os valores que aba- lam diretamente os vários grupos de parceiros e para definir como os líderes podem se valer desses valores no dia a dia da administração da organização. Ou seja, a ética nas organizações estimula as ações socialmente responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes. Hunter (2006, p. 112) comenta que, mesmo com relatos sobre a importância do reconhecimento profissional, grande parte dos responsáveis pela organização ainda se recusam a dar a devida importância para o mesmo e conclui: “Pelo visto, conceder uma bonificação ou dar uma bronca é infinitamente mais fácil do que fazer um elogio construtivo específico ou mesmo promover elogios públi- cos.” E numa percepção de progresso em relação ao incentivo profissional, o autor relata: Até pouco tempo era alvo de chacota o tipo de reunião vibrante, de reconhecimento e elevação do moral feita por empresas servidoras como Mary Kay e Wal-Mart. Hoje em dia parece que ninguém mais está rindo. (HUNTER 2006, p. 112). 14 Germano (2003, p. 56) parte do pressuposto de que a ética assume um papel de sobrevivência, ou seja, as empresas são forçadas a aplicar doutrinas éticas para sobreviver: “(...) a empresa não é normalmente capaz de guiar os anseios comportamentais e éticos do mercado à sua vontade e a seu gosto.” Com isso, porém, não se pretende eleger uma ou mais éticas capazes de satisfazer um conjunto numeroso de tipos de sociedades, de em- presas e de empregados – nesse sentido, por exemplo, seria um tanto precipitado preferir necessariamente o lucrativismo ao humanismo, ou outro preceito. A discussão vai muito mais além e exige uma análise mais séria das empresas ao averiguar em que tipo de sociedade está se posicionando, com que tipo de funcionários está lidando, que ex- pectativas está alimentando e gerenciando; o alerta é redobrado para corporações globais que almejam repetir suas práticas nos quatro can- tos da Terra. Se deve haver um movimentode renovação ética nas empresas, ele passa ao largo da assepsia – na verdade, ele é mais afeito a um deixar-se contaminar pelo que invariavelmente não poderá controlar. (GERMANO, 2003, p. 56). 2.2- Práticas de responsabilidade social e a importância no valor eco- nômico das empresas Chiavenato (2005), identifica que shareholders (os acionistas) são aqueles que compartilham a propriedade da sociedade, ou seja, os que visam a obtenção do lucro se a empresa tem sucesso no mercado. Trata-se de uma visão antiga e restrita. Em 1963, já mencionado inicialmente, começou-se a falar de stakeholder, termo este que Chiavenato (2005) define como vários parceiros que contribuem para a organização, e que para alcançar sucesso as organizações precisam da contri- buição desses parceiros; porém, nem todos têm atuação direta e interna na or- ganização, como por exemplo os acionistas, fornecedores e clientes. Atual- mente, a organização tem que produzir lucro para o trabalhador, fornecedor e todos os envolvidos com a empresa numa relação de reciprocidade que é uma troca de incentivos e contribuições. 15 Há uma preocupação de como a empresa projeta sua imagem para os stakehol- ders, conforme afirma Torres (2013). No que tange à preocupação com a ima- gem e reputação da empresa, o resultado depende da sua conduta em relação à responsabilidade social. “Falar de responsabilidade social da empresa exige, necessariamente, promover ações a favor da sua continuidade histórica e de melhorias da qualidade de vida em seu entorno social.”, conclui Sertek (2006, p. 44) e comenta que para o desenvolvimento social é imprescindível a adaptação em relação as mudanças do ambiente, para planejar soluções para os mais di- versos tipos de problemas. Para tanto, Oliveira (2013) ressalta que práticas de responsabilidade social influ- enciam no valor econômico das empresas: “(...) uma atitude mais responsável diante da RSC pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, proporcionando um crescimento sustentável (...)” e complementa que: “(...) ações de responsa- bilidade social aliadas à comunicação podem reduzir os riscos e adicionar valor à empresa.” O autor afirma que: “O valor da marca e sua associação com uma empresa so- cialmente responsável é importante” e especifica aquelas que desempenham um papel em setores de maior impacto, como mineração e tabaco, e conclui: “Para a empresa, isso pode evitar desconfiança e descrédito nos novos locais onde atuará, facilitando sua atuação com governos e comunidades”. Por outro lado, Sertek (2006, p. 246) chama a atenção para o termo “ética das aparências”, que segundo o autor: “Atualmente, uma consequência de postura se plasma na cultura de ‘maquiagem’ de bens e serviços, que procura uma qua- lidade aparente nas atitudes e nos produtos, a fim de atingir resultados imedia- tos.”. Ou seja, as empresas têm o hábito de maquiar os produtos para que o mesmo tenha apenas um aspecto atrativo e não qualidade. O autor comenta que se o intuito é obter melhorias na empresa, é vantajoso “(...) cultivar virtudes e ajudar os outros a praticá-las. Ninguém gosta de ser avaliado como parcial, por- que quer ser imparcial nas relações com as pessoas (...)” e conclui que os exe- cutivos estão propensos ao oportunismo, ressaltando que o primeiro passo é tomar consciência de suas imperfeições e se proporem a prática da qualidade e 16 respeitabilidade, ações estas que segundo o autor: “fluirão no sentido da melho- ria de qualidade no relacionamento.” (Ibidem, p. 247). Sertek (2006) cita um artigo de jornal do escritor Peter Nadas no qual este co- menta em conversas com amigos a expressão "ética empresarial" e acende a discussão de que a ética e a qualidade nas organizações são deixadas de lado pelo “mundo da empresa”, pois é priorizado o lucro com a justificativa de acordos de preços secretos, concorrências públicas fajutas, propaganda enganosa etc. com atitudes antiéticas. Abaixo o referido artigo e conclusão: Todas as vezes que, em conversas com amigos, menciono a expres- são ética empresarial, os sorrisos irônicos aparecem imediatamente nos lábios: Será que existe isso? – perguntam-me eles. Existe aí uma contradição, acrescentam geralmente. O mundo da empresa é voltado para os lucros, o que vale é o resultado final, tudo se justifica em função deste fim. Logo, onde o fim justifica os meios, não se pode falar em ética. Os oligopólios, os acordos de preços secretos, as concorrências públicas fajutas, a corrupção ativa e passiva, os conflitos de interesse, a propaganda enganosa, a inobservância das leis, a poluição, a sone- gação... (...) onde está a ética? Pobre amigo, tira o cavalinho da chuva! Ética e empresa simplesmente não podem conviver!. (SERTEK, 2006, p. 243). Em relação ao artigo citado de Peter Nadas, comenta que é cômodo adotar uma postura antiética, já que a mesma visa resultados em curto prazo e, consequen- temente, a busca desenfreada pelo lucro, e conclui que tais práticas “(...) produ- zem um acomodamento das pessoas e das instituições no estágio já atingido, da mesma forma que estimulam a incompetência profissional e favorecem a falta de talento.” (Sertek, 2006, p. 244). Godin (2013, p. 67) cita o exemplo do “Pink Slime”, uma espécie de aditivo mis- turado à carne moída encontrado nos supermercados dos Estados Unidos que contém “aparas de carne magra sem osso”, segundo o autor: “(...) a invenção parecia uma jogada óbvia do sistema de produção de carne industrializada (...)” ou seja, com pedaço de gordura e restos de sobras após o abate da vaca, com o intuito de reduzir o custo para o consumidor. O autor comenta que este “(...) foi 17 apenas um dos recentes avanços na industrialização dos alimentos (...)” e in- forma que em relação ao referido produto, os consumidores reportaram que não vale a pena economizar em vista da má qualidade do produto e como o mesmo era produzido. A partir daí se conclui que os consumidores prezam pela quali- dade e procedência do produto e não especificamente pelo preço. Em relação a tais manobras da indústria somente para reduzir custo, o autor comenta: A Indústria sempre foi aplaudida na corrida para alcançar mais eficiên- cia, mais escalabilidade e mais velocidade. Mas, na verdade, as ques- tões econômicas e éticas dessa inovação industrial não compensam. Não há mais o que agilizar nem baratear na produção de alimentos industrializados, e desumanizar tudo o que tocamos tem um custo. (GODIN, 2013, p. 67). Para Santos (2011) é importante que a organização busque um equilíbrio nas suas propostas de inovação. O autor ressalta a necessidade de um modelo de liderança com ações éticas e o constante acompanhamento de mudanças, ana- lisando se realmente as ações estratégicas irão afetar os trabalhadores, a cul- tura, a motivação, o clima e consequentemente os stakeholders, pois a maioria das organizações tem dificuldade de enxergar o futuro porque não conseguem enxergar o presente, o mercado, e entender os diferentes cenários e o que os consumidores desejam. Para uma adequação urgente do desenvolvimento social em relação às cons- tantes mudanças do ambiente, é preciso solucionar tais problemas de uma ma- neira específica, alerta Sertek (2006) e reforça que tal atitude exige forte ação educacional para que as constantes mudanças que ocorrem não acarretem em uma “sociedade sem alma”, como se refere o autor, onde se dará valor única e exclusivamente a resultados econômicos e financeiros e não aos bens da cultura e do espírito. O autor chama atenção para a importância da dignidade e do am- biente ético na sociedade e organização para a realização pessoal e social do indivíduo: A dignidade das pessoas em uma determinada sociedade e também no âmbito das organizações cresce à medida que suas virtudes res- pondem ao chamado proveniente do seu entorno. Além de crescer,é realçada no cumprimento do dever de colaborar com o bem comum. 18 Participar da consecução dos objetivos da empresa é um meio de rea- lização pessoal e social. (SERTEK 2006, p. 32). Queiroz e Ferreira et al. (2006) observa que atualmente há um amadurecimento quanto a ética e responsabilidade social corporativa em relação a sua aplicação e mensuração, subdividindo-se em vertentes de conhecimento: responsabili- dade, responsividade, retitude e desempenho social corporativo, desempenho social dos stakeholders, auditoria e inovação social. A responsabilidade social faz com que as empresas tenham que mudar sua con- duta e há pressões para essas mudanças, de acordo com as grandes transfor- mações econômicas, políticas e sociais. As pessoas têm acesso à informação. E tem a questão da justiça, ou seja, nenhuma empresa quer hoje estar exposta a problemas judiciais. Esses canais acabam pressionando as empresas a terem condutas diferentes e a sociedade civil exerce uma pressão grande para a mu- dança de comportamento, o faz com que as empresas fiquem atentas para isso, conforme comenta Oliveira (2013): Por que esse interesse em RSC ultimamente? Isso está relacionado possivelmente com as mudanças nas últimas décadas. Temos visto grandes transformações nos contextos econômico, político e social em que atuam as organizações. Essas mudanças influenciam o comporta- mento das empresas e da sociedade diante da questão de RSC. No contexto econômico, a RSC surge como um diferencial competitivo en- tre as empresas e que pode aumentar seu potencial econômico (OLI- VEIRA, 2013, p. 6). Em relação ao código de ética, Chiavenato (2005) afirma que para orientar e guiar a conduta de seus parceiros, muitas organizações têm o seu próprio código de ética, que é uma declaração formal com o intuito de funcionar como um guia para a tomada de decisões para a conduta interna da mesma: Todavia, duas coisas devem acontecer para que o código de ética en- coraje decisões e comportamentos éticos das pessoas. Primeiro, as companhias devem comunicar o seu código de ética a todos os parcei- ros, isto é, às pessoas dentro e fora da organização. Segundo, as com- panhias devem cobrar continuamente comportamentos éticos de seus parceiros seja por meio do respeito aos seus valores básicos, seja por 19 meio de práticas específicas de negócios. (CHIAVENATO, 2005, p. 45). Chiavenato (2005) afirma a existência de três fatores que influenciam as deci- sões éticas em uma organização: Intensidade ética: Preocupação das pessoas em relação a algum as- sunto ético, onde cada decisão está atrelada a essa intensidade; Desenvolvimento moral: decisões éticas que resultam da condição de desenvolvimento moral obtido pela organização ou pessoa; Definição de princípios éticos: princípios estes que muitas organiza- ções utilizam para direcionar o comportamento de seus parceiros. Esses três fatores são: “(...) indispensáveis para a compreensão da conduta ética nas organizações (...)” conclui o autor e comenta que tais decisões éticas não são uma prática comum de todos, ou seja, nem todos se utilizam da mesma. A ação de responsabilidade social tem um importante impacto no valor econô- mico das empresas e uma atitude socialmente irresponsável (multas, paralisa- ções e indenizações) causa um efeito negativo sobre a mesma em longo prazo, e também quaisquer problemas como acidentes e falsificações podem ter con- sequências negativas no valor da marca. Por outro lado, uma atitude responsá- vel diante da responsabilidade social pode fortalecer uma marca ao longo do tempo, com um crescimento sustentável, evidencia Oliveira (2013), que destaca o exemplo da montadora de veículos japonesa Toyota, que desenvolveu o carro híbrido que economiza combustível e reduz o impacto nas mudanças climáticas, o que levou a um aumento no valor da marca, por significar inovação: Portanto, Responsabilidade Social das organizações é toda e qualquer ação por elas praticadas que possa contribuir para a melhoria da qua- lidade de vida da sociedade. São as obrigações, os compromissos que as organizações assumem com a sociedade. “Ser socialmente respon- sável implica maximizar os efeitos positivos sobre a sociedade e mini- mizar os negativos.” (FERRELL et al., 2001, p. 7). Consiste na decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias das regiões onde estão presentes, atentando para possíveis danos ambientais de- correntes do tipo de atividades que exercem. (NEVES, 2004, p. 67). 20 Souza (2005) informa que, segundo pesquisas realizadas nos Estados Unidos, a ética é a questão primordial para a maioria das grandes e pequenas organiza- ções que têm como foco principal sua estabilidade e crescimento. Porém, ao mesmo tempo na sociedade aumenta a consciência da importância da ética para o mundo corporativo e que nem tudo gira em torno somente da lucratividade. A autora chama atenção para o fato de que mesmo assim alguns indivíduos conti- nuam presos ao impasse e resistência ao fato e ainda persistem em atitudes antiéticas dentro e fora das organizações, culpando a empresa e os outros pela consequência dos seus atos, e afirma que há estudos que demonstram que o empresariado quase que de um modo geral não possui formação ética e que se preocupam com os prejuízos que as empresas e suas carreiras possam ter em consequência de tais atitudes antiéticas. A conduta ética é concebível se cada indivíduo não colocar os seus objetivos pessoais à frente dos objetivos da organização, da sociedade e exercer um papel em conformidade com a moral, ressalta Oliveira (2013). É cediço que a tendência é os gestores priorizarem o lucro, desprezando os princípios éticos e sua aplica- ção, pois em longo prazo tal ação, contrária à aplicação da doutrina ética, pode prejudicar todos os envolvidos e consequentemente a imagem e reputação da organização: As partes interessadas na empresa, acionistas, fornecedores, empregados, cli- entes e administração, estão fortemente ligadas, explica Freeman. Os interesses de cada uma são recíprocos, uma vez que cada um afeta o outro em termos de benefícios ou prejuízos, bem como direitos e deveres. Assim, cada parte afeta a existência e os resultados buscados pela outra. A visão de Freeman é focada em participantes vitais para a sobrevivência e sucesso da organização e deter- mina que cada parte obtenha o que necessita da relação, caso contrário, não fornecerá o que a empresa dela depende. (OLIVEIRA, 2013, p. 62). Segundo o estudo, a reputação é responsável por 11% do valor total de uma empresa e complementa que há uma valorização potencial, para as organiza- ções que possuem relacionamentos fortes com os seus stakeholders, afirma Oli- veira (2013) e ressalta que uma empresa com má reputação dificulta a contrata- 21 ção de talentos, já que os trabalhadores preferem ganhar menos dinheiro e tra- balhar numa empresa de boa reputação. O autor chama a atenção para o fato de que, segundo estudos, uma má reputação se mantém presente por alguns anos e alerta que a mesma é prejudicial para os talentos que compõem a orga- nização, que mantém a conduta de ignorar o fato e voltar sua atenção para ou- tros valores, e conclui que a consequência disso é que os trabalhadores acabam migrando para outras organizações de boa reputação, aceitando ganhar menor salário. Em relação à abordagem da responsabilidade social por parte da organização, Chiavenato (2005, p. 52) conceitua que: “(...) a organização não tem apenas metas econômicas, mas também certas responsabilidades sociais” e enfatiza que “As decisões organizacionais são tomadas com base não apenas nos ga- nhos econômicos projetados e na conformidade legal, mas também no critério do benefício social.” .No contexto dessa referida abordagem e interesse por parte da organização e em relação aos recursos que amesma disponibiliza para tal versus o que essas ações podem ocasionar, o autor conclui: Alguns recursos organizacionais são usados para projetos de bem-es- tar social sem trazer dano econômico para a organização. Existe a pre- ocupação em otimizar os lucros e o patrimônio líquido dos acionistas e também com programas de ação social e envolvimento social. São or- ganizações que desejam uma imagem de politicamente corretas com grande esforço na área de relações públicas. Em geral, são organiza- ções que praticam uma adaptação reativa, pois agem para providen- ciar uma solução a problemas já existentes, (CHIAVENATO, 2005, p. 52). Para Chiavenato (2005, p. 52): “Os níveis de sensibilização social provocam cer- tos comportamentos nas organizações voltados para atividades e obras sociais (...)” e conclui: “Em função desses níveis, cada organização define uma filosofia de responsabilidade social que produz categorias de responsabilidades sociais que podem ser de simples reação às carências e necessidades da comuni- dade.” E se referindo a tais fatores, que consequentemente obrigam as empre- sas a abandonar velhos conceitos em relação à prática da responsabilidade so- cial, o autor conclui: 22 A verdade é que a responsabilidade social está deixando de se limitar aos velhos conceitos de proteção passiva e paternalista ou de fiel cum- primento de regras legais para avançar na direção da proteção ativa e da promoção humana, em função de um sistema definido e explicitado de valores éticos. (CHIAVENATO 2005, p. 52). 2.3- O sucesso organizacional por meio dos colaboradores A importância dos colaboradores apropriarem-se dos valores da organização, mantendo assim uma conformidade técnica e ética que os integre no todo sem perder a sua identidade pessoal, com uma atitude consciente, responsável e cri- ativa, portanto, valorizar e reter tais colaboradores não são o que a maioria das empresas consegue e, por sua vez, na maioria das vezes essa retenção é obtida por meio de atitudes autoritárias e ameaçadoras por parte das organizações, enfatiza Souza (2005) e comenta que, em contrapartida, quando a empresa se- gue uma política de ética e respeito, em relação à dignidade, liberdade e eman- cipação do indivíduo, esse é o melhor caminho, e consequentemente o trabalho terá como resultado a verdadeira missão de levar o ser humano a estabelecer seus ideais e resultados satisfatórios da produção, contribuindo para uma nova ordem social. Porém, as diretrizes que orientam as empresas podem seguir diferentes cami- nhos focados no indivíduo ou na técnica e isso pode ocasionar posturas distintas, ou seja, aderência positiva ou impositiva e posturas de resistência, e esses fato- res podem ser um importante indicador do estilo de valor, rotina e normas esta- belecidas que rege uma empresa. Deste modo, Germano (2003) conclui: 23 Antes, porém, de se analisar a questão da conduta e da má conduta dos funcionários numa empresa e como ela é avaliada por seus pares, superiores e subordinados, deve-se avançar mais um pouco na aplica- ção da ética, como ela foi apresentada anteriormente, às empresas. (GERMANO, 2003, p. 40). Dessa forma, Chiavenato (2005), conceitua o sucesso organizacional como con- sequência das atividades e esforços coletivos de muitas pessoas que colaboram para o mesmo, ou seja: Nesse sentido, as pessoas são os chamados recursos humanos das organizações – os indivíduos e grupos que desempenham atividades e fazem contribuições que tornam a organização capaz de servir a um propósito particular. Mas, para que as pessoas possam produzir resul- tados e proporcionar sucesso e prosperidade às organizações, elas também requerem recursos físicos e materiais – como tecnologias, ma- térias-primas, equipamentos físicos, instalações e dinheiro – que são operados e processados por meio do trabalho das pessoas. (CHIAVE- NATO, 2005, p. 24). Guimarães (2013) alerta para a eficiência na seleção e critério de escolha de seus funcionários em relação à postura ética, que é o principal quesito para o bom funcionamento da mesma e a imagem que passa para o cliente: Uma organização que tem preocupações éticas deve selecionar seus funcionários de forma bastante eficiente, atentando para quesitos éti- cos, já que são os funcionários que estabelecem a relação com o con- sumidor. A ética como base para formação de seus recursos humanos, ou colaboradores, é fundamental para o bom andamento da organiza- ção. (GUIMARÃES 2013, p. 60). Germano (2003, p. 38) levanta a questão de que o indivíduo na organização deve seguir as regras estabelecidas no contrato “explícito ou implícito” que é firmado ao adentrar na mesma. Segundo o autor, isso significa: “obedecer à hi- erarquia e adaptar-se à cultura local”, e conclui que a mesma imposição acon- tece na convivência em sociedade, ressaltando que mesmo não havendo con- tratos há uma hierarquia. O mesmo levanta um questionamento entre a ética das empresas e a ética individual e conclui: 24 Aparentemente, a questão não está bem formulada. Primeiramente não existe ética individual, conforme foi discutido anteriormente – toda ética nasce da necessidade de regular a busca incessante pelo bem individual que pode comprometer o bem coletivo. Já que uma pessoa isolada prescindiria de ética justamente porque não se depara com ações que eventualmente prejudiquem outros, no ambiente interno de uma empresa existe solenemente apenas uma ética – que é a ética daquela própria empresa, entendida como grupamento de pessoas. Naturalmente, estando a empresa inserida num contexto mais amplo, ela haveria de se incluir, por exemplo, numa ética da sociedade mais geral, mas esta foge ao escopo deste trabalho. (GERMANO, 2003, p. 38). Assim sendo, Hunter (2006, p. 115) ressalta que: “As empresas mais bem-suce- didas compreendem e se esforçam para satisfazer as necessidades mais pro- fundas que todos os seres humanos partilham (...)”, que são: A necessidade de uma grande liderança. A necessidade de significado e propósito. A necessidade de ser apreciado, reconhecido e respeitado. A necessidade de fazer parte de alguma coisa especial. A necessidade de integrar uma entidade assistencial. Mesquiati (2001, p. 82) comenta que: “(...) a ação ética é aquela que se baseia no consenso e na responsabilidade para com o bem-estar de todos”, ou seja, todos os envolvidos (stakeholders). Portanto, tomar decisões éticas dentro de uma empresa influencia na relação com a sociedade que se vive e consequen- temente na imagem da organização. Uma boa imagem e reputação geram cré- ditos, credibilidade e blindagem para a empresa: A principal preocupação dos líderes e administradores é com a integri- dade organizacional, resultado de uma gestão que cultive a justiça e preserve os direitos individuais, compatibilizando os interesses que moldam o caráter organizacional que, por sua vez, determina o certo e errado. Comportamentos considerados consistentes são aqueles ba- seados em princípios morais universais, que a empresa procura iden- tificar, comunicar e aplicar em todas as suas atividades. Enfatiza os 25 deveres positivos para promover o bem-estar dos "stakeholders" e se veem como parte do sistema, reconhecendo sua importância para a realização do bem-estar social. A organização que se encontra neste estágio apresenta consistência entre discurso e prática, fato que lhe garante a credibilidade necessária para gerenciar os processos de mu- dança. É o tipo de empresa que pela solidez de seus valores e apoio ao desenvolvimento do ser humano tende a garantir um alto nível de motivação, comprometimento e um excelente clima organizacional. Não há nada que faça com que a organização aja em desacordo com aquilo que ela considera moralmente errado. (MESQUIATI, 2001, p. 84). O autor ressaltaque a conduta ética é um requisito cada vez mais frequente e atuante nas empresas, pois é uma premissa para a sua competitividade no mer- cado, posto que o autor lista desafios: “Para SIMS (1992, p. 505), alguns desa- fios para as organizações são a: (...) competição internacional; novas tecnolo- gias; aumento da qualidade; compromisso e motivação do empregado; adminis- trar uma força de trabalho diversa e, por último, o desafio de alcançar um com- portamento ético.” Mesquiati (2001, p. 140). Pode-se observar que em relação às empresas com visão de longo prazo, é necessário que se atente em algumas elucidações como: a) oferecer produtos e/ou serviços na melhor relação custo-benefício agregando, progressivamente, valor a partir da perspectiva de seus cli- entes; b) adequar e capacitar estrutura e pessoas, para garantir agilidade e eficiência na adaptação às mudanças no ambiente, identificando novas oportunidades de negócios, e delas usufruindo retomo significativo, através da transformação de suas competências em vantagens com- petitivas; c) garantir o trabalho em equipe no qual impere o respeito mútuo, a lealdade e a corresponsabilidade nos fracassos e nos sucessos; d) garantir a motivação e o comprometimento de seus colaboradores em tomo dos propósitos estratégicos da empresa bem como de todos os envolvidos com a organização (stakeholders); e) lidar com a diversidade e pluralidade; 26 f) capacitar-se a um processo de aprendizagem baseado em uma visão sistêmica do mundo, adotando uma postura proativa na construção de sua realidade; g) incorporar à sua filosofia de gestão novos valores morais voltados para a responsabilidade social e a conduta ética. (MESQUIATI, 2001, p. 140). Uma análise ética com olhar tanto individual como profissional geram respostas negativas no que diz respeito à aplicação da mesma, porque normalmente há escândalos que envolvem as organizações e relações de confiança nos negócios pessoais, ou seja, os jornais e noticiários colecionam reportagens de escândalos a respeito desse assunto, co- menta Oliveira (2013), e conclui: “O senso comum aponta grande des- confiança aos negócios e aos homens e mulheres que os conduzem de modo superior à possível desconfiança de outros profissionais, está estampado nos noticiários.” Oliveira (2013, p. 12). Guimarães (2013) conclui que o executivo tem grande importância na organiza- ção em que atua com processos e procedimentos que são de suma importância na decisão por negócios rentáveis, mas também essa atuação diz respeito ao clima organizacional, da ética nas organizações, atuação esta que é importante também na propagação de uma cultura ética nos negócios, cultura esta que co- meça pelos gestores e que deve ocasionar um esforço simultâneo para que as empresas sejam corretas e responsáveis, conforme complementa o autor: “(...) a reunião de todos eles deve levar a um entendimento mais completo da decisão moral que se enfrenta (...)” Guimarães (2013, p. 80), ressalta a aplicabilidade da ética nas organizações e que não basta somente o discurso, e comenta: Nas organizações não adianta somente o discurso, é imprescindível a prática e, só a partir dela, poder-se-á levar esta cultura até às bases. Como a moral está diretamente ligada à ética. E esta, por sua vez, tem influências nas culturas, cada organização tem uma cultura específica, é importante que em sua formação seja implantada uma cultura ética dos negócios. Durante muito tempo, as multinacionais tentaram im- plantar em diversos outros países, fora da sua sede, uma cultura, ou um código de ética, igual aos já praticados em suas sedes. Isso não deu certo, visto que cada localidade tem uma forma específica de atu- 27 ação. Existem conceitos de ética e moral que são considerados univer- sais, e estes devem ser preservados pela humanidade e pelas organi- zações. Nesse tocante, as relações entre empresas e local de instala- ções, sejam elas multinacionais ou não, deverão estar sempre numa única via. (GUIMARÃES, 2013, p. 80). No que diz respeito à responsabilidade social das organizações, Chiavenato (2005, p. 49) observa que: “Até algum tempo atrás, as organizações estavam orientadas exclusivamente para os seus negócios.” Ou seja, havia somente a preocupação com a obtenção do lucro. O mesmo afirma que: “Gradativamente, essa orientação deixou de ser interna para se externalizar em direção ao ambi- ente de negócios.” Enfatiza que houve um aumento significativo em relação à atenção dada à aplicação da responsabilidade social pelas organizações nos últimos anos, afirma que no futuro esse cenário vai continuar se repetindo e res- salta que: “As organizações bem-sucedidas definem seus valores e estão conti- nuamente preocupadas em treinar seu pessoal para que este possa tomar deci- sões éticas.” Dentre os principais objetivos do treinamento em ética organizacional, o autor ressalta: “Desenvolver a atenção das pessoas quanto à ética: isto é, ajudar as pessoas a reconhecer quais os assuntos que são éticos e assim evitar a racio- nalização de comportamento unético.” (Chiavenato, 2005, p. 49). Chiavenato (2005, p. 49) define a responsabilidade social das organizações como: “(...) o grau de obrigações que uma organização assume por meio de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à medida que procura atingir seus próprios interesses.” E afirma que a mesma exprime a: “(...) obriga- ção da organização de adotar políticas e assumir decisões e ações que benefi- ciem a sociedade.”, enfatizando que como um modelo de gestão “Os dirigentes de uma organização devem buscar alcançar simultaneamente objetivos organi- zacionais e societários.” Germano (2003, p. 138) elucida que: “Não há problema em questionar a ética de uma empresa: ela pode e deve ser discutida entre empregados, executivos ou não, e acionistas.” E conclui: 28 Talvez o problema ético mais grave seja o de desrespeitá-la (sabendo- se com isso desobedecer a um desejo dos acionistas) e manter esse comportamento oculto, mesmo que com o objetivo de defender princí- pios éticos particulares. Naturalmente na prática muito raramente cer- tas leis e preferências éticas são escritas, fazendo com que esses aci- onistas possam ser mais condescendentes com desrespeitos como o mencionado. Não se pode questionar a importância de saber que con- tratos (explícitos ou implícitos) as pessoas estão assinando ao entrar nas empresas, bem ou mal eles têm a sua razão de existir, nem que seja a própria longevidade da empresa –, mas também as ocasiões em que os seus fundamentos são passíveis de discussão fundamental. Nesse sentido, ruim é que os empregados tenham que continuar a, até mesmo em favor do sucesso da empresa, ultrapassar os semáforos vermelhos à noite, num retorno a um exemplo mencionado anterior- mente, por acharem justo mas sentindo grande medo de serem flagra- dos. (GERMANO, 2003, p. 138). Germano (2003) alerta que ignorar a doutrina ética é prejudicial para as empre- sas e comenta o quanto é positivo para aquelas que contam com um código de conduta interno e reportam o mesmo a seus empregados: Jogar a ética no limbo é perigoso para as empresas. As sociedades, ao tratar dos temas éticos, pelo menos já dispõem, normalmente, de um código civil e um código penal a nortearem a conduta dos seus cidadãos – essas leis nada mais são que códigos de conduta que pre- veem punições à transgressão. É um alento notar que cada vez mais empresas passam a confeccionar e apresentar, a seus empregados, códigos de conduta internos. Entretanto, esses códigos de conduta de empresas continuam a ser muito parecidos entre si. (GERMANO 2003, p. 139). Em relação à diversidade nas organizações, Chiavenato (2005, p. 44) conceitua que: “(...) as pessoas que trabalham nas organizações – antes predominante- mente masculinas e brancas – são atualmentecaracterizadas não apenas por diferenças individuais como aptidões físicas e cognitivas ou por diferentes traços de personalidade (...)”, ou seja, tamanha é a miscigenação de pessoas que se- gundo o autor: “Isso está obrigando as organizações a repensar e a mudar suas políticas internas”. Ainda complementa: 29 Dessa maneira, a diversidade nas organizações está se tornando uma fonte de vantagem competitiva: uma força de trabalho diversificada é mais criativa e inovadora. Tem mais ideias e diferentes abordagens. O desafio está em alcançar uma margem competitiva com as diferentes pessoas que trabalham nas organizações. A diversidade realça as diferenças individuais e se contrapõe à homo- geneidade, que procura tratar as pessoas como se elas fossem padro- nizadas e despersonalizadas. (Chiavenato, 2005, p. 44). 2.4- Responsabilidade social interna e externa De acordo com Chiavenato (2005) as organizações influenciam de várias manei- ras a sociedade e a vida de cada indivíduo: As organizações invadem e permeiam tanto a sociedade como a vida particular de cada pessoa. Diariamente estamos em contato com orga- nizações. Se não participamos delas como membros – no trabalho, na escola, na vida social e cívica, na igreja – somos afetados como clien- tes, pacientes, consumidores ou cidadãos. Nossas experiências nas organizações podem ser boas ou más. Algumas vezes, as organiza- ções podem parecer adequadas ou ajustadas às nossas necessidades e, outras vezes, nosso contato com elas pode provocar irritação e frus- tração. Elas podem até tornar-se um tormento para nós. Mas são im- prescindíveis para a qualidade de nossas vidas e para o nosso sucesso pessoal. (CHIAVENATO, 2005, p. 24). Portanto, em relação à responsabilidade social interna e externa, Germano (2003, p. 44) informa que: “Há vários tipos de éticas externas, e essa classifica- ção dá pistas sobre a influência que cada um deles terá sobre as éticas internas decorrentes (...)”, o autor traça um paralelo entre as ações de responsabilidade social interna e externa e ressalta que ambas as ações valorizam a responsabi- lidade social das organizações e vale ressaltar que consequentemente sua ima- gem como, por exemplo: “(...) auxílio a organizações não-governamentais e pro- jetos de solidariedade, patrocínio de eventos culturais e artísticos, programas de conservação do meio ambiente e dos recursos naturais e assim por diante.” Em se tratando da ética interna das empresas, o autor cita “A doutrina lucrativista de Friedman”, que influencia diretamente o comportamento dos funcionários incen- tivados a perseguir metas e resultados: 30 A doutrina lucrativista de Friedman traz impactos sobre a ética interna das empresas justamente porque, quando assim compreendida pela alta direção, tende a nortear o comportamento dos demais funcionários – os quais tendem a seguir metas de vendas e resultados hierarquica- mente impostas, por exemplo, ainda que desconheçam o caráter ético dessa conduta. Não raro, o lucrativismo tende a dar origem a uma ética interna pautada pela competição (pois os departamentos e áreas ten- dem a reproduzir a ética do aumento cego e incessante de lucros em seus próprios microcosmos) e, nos casos mais extremos, de agressi- vidade. (GERMANO, 2003, p. 47). Em se tratando das referidas ações de responsabilidade social interna e externa, Passador (2002) explica: As ações de gestão interna de responsabilidade social interna compre- endem os programas de contratação, seleção, treinamento e manuten- ção de pessoal realizados pelas empresas em benefício de seus em- pregados, bem como os demais programas de benefícios voltados para a participação nos resultados e atendimento aos dependentes. Já a responsabilidade social externa tem como foco a comunidade mais próxima da empresa ou o local onde ela está situada. Portanto o foco das ações da responsabilidade social interna é o público interno da empresa, ou seja, seus empregados e dependentes. Algumas em- presas estendem a sua rede de ações internas de responsabilidade social aos funcionários de empresas contratadas, terceirizadas, for- necedores e parcerias. (PASSADOR, 2002, p. 7). No âmbito da responsabilidade social, há o balanço social que conforme definem os autores Pinto e Ribeiro (2004): O Balanço Social é uma demonstração que foi criada com a finalidade de tornar pública a responsabilidade social das organizações. Esse ins- trumento, que vem sendo amplamente discutido, fornece dados aos usuários da informação contábil a respeito das políticas internas volta- das à promoção humana de seus empregados e à qualidade de vida nas organizações; sobre a formação e distribuição da riqueza; da pos- tura das entidades em relação ao meio ambiente e quanto a contribui- ções espontâneas à comunidade. No Brasil, sua elaboração ainda não 31 é obrigatória e não existem modelos e indicadores oficiais de divulga- ção. (PINTO; RIBEIRO, 2004, p. 21). Em se tratando dos objetivos, benefícios e até trazendo à tona a questão da forma de apresentação e obrigatoriedade do balanço social, as autoras Azevedo e Cruz (2006) conceituam que: Assim, o Balanço Social é um relatório que apresenta um conjunto de informações econômicas e sociais, com o objetivo de demonstrar os gastos e investimentos realizados em benefícios dos empregados, da comunidade e do meio ambiente e informações sobre a formação e distribuição da riqueza gerada; é portanto um instrumento de gestão estratégica. Além disso, este relatório, como um instrumento de medi- ção do desempenho social da entidade, fornece: AOS GESTORES – informações relevantes para as suas tomadas de de- cisões, no que se refere aos programas e às responsabilidades sociais que cumpre à empresa enfrentar e desenvolver; AOS FUNCIONÁRIOS – indicadores dos investimentos na melhoria das condições de trabalho e qualificação do trabalhador, etc.; Á SOCIEDADE – elementos para avaliar o desempenho social da em- presa; AO GOVERNO – subsídios para a elaboração de normas legais e tributa- ção de impostos; AS ENTIDADES DE CLASSE – aprimorar o processo de negociação com a classe empresarial, bem como para verificar as ações da empresa na área social. Apesar do valor informativo do Balanço Social, ainda existem algumas questões a serem resolvidas, tais como o conteúdo, ou seja, as infor- mações que devem ser divulgadas, a forma de apresentação e a obri- gatoriedade. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 7). Para as autoras Azevedo e Cruz (2006) o balanço social é uma ferramenta de suma importância na gestão empresarial, pelo fato de tornar pública tais infor- mações sobre as ações da mesma em relação à sociedade e ao meio ambiente: 32 O Balanço Social representa assim uma ferramenta essencial na ges- tão empresarial, pois esta demonstração irá ampliar o leque de usuá- rios, revelando-se como um instrumento elaborado pela Contabilidade para atender a toda a sociedade, e divulgando informações sobre o desempenho da política social da empresa e o seu relacionamento com o meio ambiente. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 14). Em relação à evolução e origem do balanço social no Brasil, Pinto e Ribeiro (2004) explicam: A evolução do Balanço Social no Brasil originou-se da iniciativa de di- versas organizações, pesquisadores e políticos, entre os quais se des- tacam: Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas – ADCE; Er- nesto Lima Gonçalves, Prof. Dr. João Eduardo Prudêncio Tinoco; so- ciólogo Herbert de Souza, então presidente do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase; Deputadas Marta Suplicy, Sandra Starling e Maria da Conceição Tavares; e Comissão de Valores Mobiliários – CVM. (PINTO; RIBEIRO 2004, p. 22). Em se tratando da obrigatoriedade do mesmo no Brasil, informam: No Brasil, sua elaboração ainda não é obrigatória e não existem mo- delose indicadores oficiais de divulgação. Entretanto, um número cada vez maior de entidades de diversos setores está adotando tal prática... (PINTO; RIBEIRO 2004, p. 21). Para Chiavenato (2005, p. 51) “O envolvimento das grandes empresas privadas nacionais em ações sociais tende a crescer”, ou seja, o autor informa que: “É o que aponta a pesquisa Bondade ou Interesse – como e por que as empresas atuam na área social, coordenada pelo instituto de Pesquisa Econômica Apli- cada (Ipea), realizada a partir de entrevistas com dirigentes de 47 empre- sas.” Baseado nas referidas pesquisas em relação a esse aumento na atuação social das empresas, o autor informa também: Mais de 80% das empresas pesquisadas têm perspectivas de expan- são do atendimento social. Cerca de 98% das empresas declararam nunca ter interrompido a ação e 60% não alteram os investimentos so- ciais mesmo em períodos de dificuldades econômicas. 33 De acordo com a pesquisa, embora as motivações pessoais de espírito humanitário influenciem muito essas iniciativas, as empresas perce- bem que os investimentos sociais dão retorno de outras formas. Para 65% das empresas, a ação social melhora a imagem da empresa junto à comunidade. Para 50% delas, melhora a imagem da empresa com os clientes. A maior parte das empresas (53%) percebe um aumento do envolvimento dos funcionários com a missão da empresa, o que aumenta a produtividade. Contudo, 59% consideram que as atuações sociais não dão nenhum retorno direto no aumento de vendas; 82% dizem que a ação social não causa nenhuma redução de impostos a pagar. Para 73% das em- presas, os incentivos fiscais não são importantes na decisão empresa- rial de fazer a ação social e 56% delas não usaram incentivos fiscais em sua atuação social. As empresas elogiam os incentivos à cultura, mas criticam os incenti- vos dirigidos a entidades filantrópicas e ao Fundo da Criança e do Adolescente. (CHIAVENATO, 2005, p. 51). 2.5- A preocupação do meio ambiente na ética empresarial Para as autoras Azevedo e Cruz (2006, p. 14) a em- presa que tem o olhar vol- tado à preservação do meio ambiente e o bem- estar do indivíduo: “(...) estará contribuindo e até inspirando outras enti- dades a unir forças para uma melhor qualidade de vida e uma sociedade mais equilibrada e justa para todos.” E complementam que: Principalmente estará concebendo a ideia de que para a gestão dos negócios é de vital importância que as organizações tenham um papel social para com a comunidade, e de que tal conduta representará seu crescimento e até continuidade. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 14). 34 Em relação ao impacto ambiental causado pela presença de uma empresa em seu local de atuação e a preocupação da mesma em relação a tais impac- tos, Azevedo e Cruz (2006) comentam que: Até pouco tempo atrás não havia preocupação quanto às contribuições e impactos acarretados pela presença de uma empresa em determi- nado local, pois se pensava que ela só traria benefícios através da oferta de produtos e serviços e da geração de emprego e renda. Mas a industrialização transformou a tal ponto a vida social ambiental, que gerou a necessidade de uma avaliação criteriosa acerca dos custos e benefícios que acompanham uma empresa na sociedade. À crescente e assustadora degradação do meio ambiente, decorrente do desenvolvimento econômico desordenado do pós-guerra, levou a sociedade a se preocupar com um tipo de desenvolvimento econômico que levasse em consideração que os recursos naturais são limitados. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 13). Para Germano (2003) a empresa que se comporta mal e vai contra os princípios éticos ocasiona a sua ineficiência, além de ir contra o intuito de fazer o bem à sociedade. Segundo o autor, há casos mais graves de má conduta por parte de uma empresa com tal comportamento quando envolve agressões ao meio am- biente que ocorre em alguns países: Esses, não seria nem preciso dizer, são os casos mais difíceis de se- rem tratados; quando não envolvem o desrespeito a leis estabelecidas (caso das agressões ao meio ambiente, em certos países), simples- mente não há punição aparente aos que se comportam mal, embora elas, em se tratando de procedimentos antiéticos, invariavelmente apa- reçam no longo prazo. Não havendo punição aparente, numa aborda- gem behaviorista, os malcomportados sentem-se bem-sucedidos, e junto com seus pares tendem a repetir suas ações. (GERMANO, 2003, p. 138). Na tentativa de compreensão e esclarecimento da ética nos negócios, Oliveira (2013, p. 81) afirma que: “(...) um negócio não pode ser ético se de algum modo causar impacto nocivo ao meio-ambiente e comprometer a possibilidade da boa vida.” Ou seja, em hipótese alguma, um negócio pode ser ético se afetar a soci- 35 edade destruindo o meio-ambiente e consequentemente afetando todos os en- volvidos com a organização de forma negativa, já que a mesma somente pode ser ética se trouxer benefícios para todos. Diante do cenário da constante destruição do meio ambiente, as autoras Aze- vedo e Cruz (2006) relatam a postura das empresas: Nesse contexto, com a crescente e assustadora degradação do meio ambiente, as empresas se viram obrigadas, pela pressão da socie- dade, governos, associações de defesa do ecossistema, clientes e for- necedores, entre outros, a incorporar também, no seu planejamento estratégico, objetivos sociais que envolvam, entre outras coisas, o bem-estar da população na sua integridade. Analisando essa premissa, Gonzalez (2005) diz que: Apesar de alguns estudiosos defenderem que a gestão deve ser vol- tada para os acionistas, pois o papel social cabe ao Estado, o mundo corporativo nada mais é do que um microcosmo da sociedade, Assim, todas as empresas, não importando de qual setor da economia, podem e devem ser socialmente responsáveis. Afinal, estas são, desde o nas- cimento, instituições sociais. (AZEVEDO; CRUZ, 2006, p. 5). Souza (2005, p. 78) chama a atenção para: “O interesse ético da empresa para com as pessoas”, que segundo a autora: “(...) deve estender-se à comunidade, na forma de serviços e parcerias e, também, no cumprimento de suas obriga- ções, como o pagamento da quota de impostos” (Ibidem, p. 78), ou seja: “(...)elas são uma fonte de recursos a serem solicitados em obras de cunho social; na fabricação de produtos que não poluam o meio ambiente nem causem prejuízo à saúde.” (Ibidem, p. 78). E em relação à importância do cuidado com o meio ambiente por parte das empresas no cenário atual, a autora conclui: A questão do cuidado com o meio ambiente tornou-se central para a sociedade de hoje e para as organizações, pois tratá-lo bem é condi- ção de sobrevivência delas e dos seres. O meio ambiente responde na mesma proporção do tratamento recebido, podendo ser uma fonte inesgotável de sucesso e bem-estar ou ao contrário. Para conseguir tais propósitos, as empresas precisam contar com a cooperação de todas as pessoas envolvidas, de liberdade de ação e de solidariedade. 36 Sem liberdade, não terão condições de agir, e a falta de autonomia pode ser proveniente de vários fatores, como o uso de tecnologia acima de sua condição de administrar, envolvimentos políticos que as façam ficar à mercê de interesses alheios a sua finalidade, só para exemplificar. Quanto à cooperação, sem o empenho de todos que de- las participam, não terão condições de atingir os objetivos previstos. Do mesmo modo, se elas não tiverem uma visão de futuro, com obje- tivos éticos que envolvam o ser humano e o meio ambiente, não con- seguirão estabelecer-se no mercado. A atitude ética empresarial não pressupõe abrir mão do lucro, mas fazer a opção pelo ético e correto. (SOUZA, 2005, p. 78). Para Guimarães (2013) os benefícios que uma empresa que pratica a conduta ética traz para a sociedade e ao meio ambiente são: Dessemodo, é relevante ter consciência de que toda a sociedade se beneficia através da conduta ética aplicada dentro das empresas, den- tre eles, os clientes, fornecedores, funcionários, a comunidade local, bem como a comunidade global. Ou ainda, se pensarmos em questões de interesse público, como por exemplo, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. (GUIMARÃES 2013, p. 66). Por fim, no desenvolvimento deste estudo foi analisada a preocupação e aplica- ção da doutrina ética, ciência e responsabilidade social por parte das organiza- ções e que, embora tal obrigatoriedade e responsabilidade estar em pauta nos dias de hoje, tais preocupações e práticas já existiam desde o nascimento do capitalismo. Porém tal valor e relevância ao tema se deram a partir do final dos anos 60. O referido tema bem como a composição deste estudo e levantamento dos da- dos é de extrema importância para a conscientização da influência do papel das empresas para com a sociedade. Papel este que diz respeito a sua atuação e responsabilidades como empregadores (interna) e para com a sociedade (ex- terna), cuidado e conservação do meio ambiente no cenário e local em que atuam e como produtores e prestadores de serviços no quesito qualidade e res- ponsabilidade na fabricação de seus produtos e excelência na prestação de ser- viços. 37 Por meio desses fatos levantados, este estudo tem o cunho principal de elucidar para a sociedade a importância do papel e responsabilidades que as organiza- ções têm e que todos como clientes e colaboradores, isto é, todos os envolvidos têm que acompanhar e cobrar melhores condições e qualidade de vida. Logo, este levantamento serviu como incentivo para o autor como profissional a valo- rizar a carreira, agregando em sua trajetória profissional empresas com uma boa imagem e reputação, e como cidadão a acompanhar e exigir produtos e serviços de qualidade. 38 3- REFERÊNCIAS AZEVEDO, T. C. e CRUZ, C. F. Balanço Social como Instrumento para Demonstrar a Responsabilidade Social das Entidades: Uma Discussão Quanto à Elaboração, Pa- dronização e Regulamentação. (Trabalho classificado em 3º lugar e apresentado na 53ª Convenção dos Contabilistas do Estado do Rio de Janeiro). Rio de Janeiro, 2006. Dis- ponível em: < http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-08/index.php/pensarcontabil/ar- ticle/viewFile/15/15> Acesso em: 29 ago. 2017. AZEVÊDO, M. A. A sociologia antropocêntrica de Alberto Guerreiro Ramos. (Tese apresentada para o Programa de Pós-graduação em sociologia política). Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2006. Disponível em: < http://reposito- rio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/88639> Acesso em: 20 set. 2017. CHIAVENATO, I. Comportamento Organizacional: A Dinâmica do Sucesso das orga- nizações. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. GERMANO, A.P.C. O mau comportamento e a má ética: Aspectos da filosofia da con- duta nas organizações. (Dissertação apresentada como parte dos requisitos para ob- tenção de grau de mestre no MPA - Mestrado Profissionalizante em Administração). São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 2003. Disponível em: < http://bibliotecadigi- tal.fgv.br/dspace/handle/10438/5822> Acesso em: 24 ago. 2017. GODIN, S. A ilusão de Ícaro: Exemplos na vida e no trabalho de pessoas que ousaram voar mais alto. Rio de Janeiro: Campus, 2013. [e-book] Disponível em: <http://hdl.han- dle.net/123456789/95>. Acesso em: 22 ago. 2017. GUIMARÃES, M. N. A gestão e a construção de um ambiente de confiança para a tomada de decisão. (Dissertação. Trabalho Final de Mestrado Profissional Para obten- ção do grau de Mestre em Teologia). São Leopoldo: EST/PPG, Escola Superior de Te- ologia, 2013. Disponível em: < http://dspace.est.edu.br:8080/xmlui/handle/BR- SlFE/430>. Acesso em: 05 jul. 2017. HUNTER, J. C. Como se tornar um líder servidor: Os princípios de liderança de O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. KREITLON, M.P. A Ética nas Relações entre Empresas e Sociedade: Fundamentos Teóricos da Responsabilidade Social Empresarial. Encontro anual da Anpad, v. 28, Cu- ritiba, 2004. 39 LEONARDELLI, P. P. O dever ético e constitucional na atribuição de um valor in- trínseco à natureza e o papel pedagógico da jurisdição na formação de uma cul- tura ambiental autêntica. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Direito) Ca- xias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 2014. Disponível em: <https://reposito- rio.ucs.br/handle/11338/675>. Acesso em: 29 set. 2017. MESQUIATI, L.F. Estudo da emancipação da ética nas empresas: uma análise dos fatores determinantes do desenvolvimento ético. Dissertação. (Apresentada como re- quisito final para obtenção do grau de doutor em administração), São Paulo, FGV/EA- ESP, 2001. Disponível em: < http://hdl.handle.net/10438/4576>. Acesso em: 24 jul. 2017. MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996. PRISCO NETO, F. Responsabilidade Social: Como as empresas da região metro- politana de Campinas estão desenvolvendo seus projetos sociais. Dissertação (Mestrado do Programa de Pós-graduação em Administração da obtenção do título de Mestre), São Paulo, UNIP - Universidade Paulista, 2004. NEVES, R.I.S. Gestão da ética na organização: possibilidade de construção de um estatuto ético a partir da constituição de um fórum permanente de debate. Disser- tação. (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção como requisito par- cial para obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção.) Florianópolis-SC, Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. Disponível em: < http://reposito- rio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/86725> Acesso em: 29 maio 2017. OLIVEIRA, C. B. O padrão ético satisfatório de um negócio. Dissertação. (Apresen- tada como requisito final para obtenção do grau de Mestre em Filosofia na linha de pesquisa. Problemas interdisciplinares de Ética do Programa de Pós-Graduação em Fi- losofia), Caxias do Sul, Universidade de Caxias do Sul, 2013. Disponível em: < http://www.academia.edu/17358814/O_padrao_etico_satisfatorio_de_um_negocio> Acesso em: 29 maio 2017. OLIVEIRA, J. A. P. Empresas na Sociedade: Sustentabilidade e responsabilidade so- cial. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 40 PASSADOR, C. S. A responsabilidade social no Brasil: Uma questão em anda- mento. VII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Admi- nistración Pública, Lisboa, Portugal. 2002. Disponível em: <http://unpan1.un.org/intra- doc/groups/public/documents/clad/clad0044201.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017. PINTO, A.C e RIBEIRO, M.S. Balanço social: Avaliação de informações fornecidas por empresas industriais situadas no estado de Santa Catarina. Revista Contabilidade & Finanças - USP, São Paulo, n. 36, p. 21 - 34, setembro/dezembro 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rcf/v15n36/v15n36a02.pdf> Acesso em: 29 ago. 2017. QUEIROZ, A. FERREIRA, R. N et al. Ética e responsabilidade social nos negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. SANTOS, A. C. V. A importância da ação ética no processo de gestão empresarial para o fomento do clima organizacional. Dissertação (Mestrado para obtenção do grau de Mestre em Teologia), São Leopoldo, Escola Superior de Teologia, 2011. Dispo- nível em: < http://dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/307> Acesso em: 29 maio 2017. SOUZA, T. M. S. A importância nas relações interpessoais das organizações. (Dis- sertação como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Família na So- ciedade Contemporânea). Salvador, Universidade Católica de Salvador, 2005. Disponí- vel em: < http://tede.ucsal.br/tde_arquivos/1/TDE-2008-06-06T155248Z-54/Publico/TA- NIA%20MARIA%20SANTOS%20DE%20SOUSA.pdf> Acesso: em 21 jul. 2017. SERTEK, P. Responsabilidade social e competência interpessoal. 20. ed. Curitiba: Ibpex, 2006. TORRES, L.
Compartilhar