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CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE 
GEOGRAFIA 
 
MANUAL DE GEOGRAFIA DE 
MOÇAMBIQUE 
 
 
 2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM 
FUTURO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO 
DE GEOGRAFIA 
 
MANUAL DE GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE 
 
 
 
 
1º ANO 
CÓDIGO 
TOTAL HORAS/1º SEMESTRE 100 
CRÉDITOS (SNATCA) 4 
NÚMERO DE TEMAS 7 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
i 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Aberata (ISCED), e contém reservados todos os 
direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer 
formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem 
permissão expressa de entidade editora (Universidade Aberta ISCED). 
A não observância do acima estipuladoo infractor é passível a aplicação de processos judiciais em 
vigor na República de Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Aberta ISCED 
Vice-reitoria Académica 
Rua Paiva Couceiro, Macuti 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
Email: suporte@unisced.edu.mz 
 
Website: www.isced.ac.mz 
 
mailto:suporte@isced.ac.mz
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
ii 
 
 
Agradecimentos 
Universidade Aberta ISCED e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos 
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
 
Autor: Geraldo Cardoso Sotaria, Mestrado em Ensino de Geografia 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Vice-Reitor Académica do ISCED 
 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
 
 
2018 
2022 
ISCED – BEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
Indice 
 
Visão geral 1 
 
Benvindo ao Módulo de Geografia de Moçambique ....................................................... 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este Módulo ................................................................................. 2 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 
Avaliação ........................................................................................................................... 7 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. ………………………………………………………… 8 
 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos. ............ 8 
Introução ........................................................................................................................... 8 
Sumário ........................................................................................................................... 13 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 13 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 14 
UNIDADE Temática 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial ................. 17 
Introução ......................................................................................................................... 17 
Sumário ........................................................................................................................... 20 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22 
UNIDADE Temática 1.3. O traçado da costa Moçambicana ........................................... 24 
Introdução ...................................................................................................................... 24 
Sumário ........................................................................................................................... 30 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 30 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 31 
UNIDADE Temática 1.4. Fusos horários: conceitos, historial, caracterização do fuso 
horário e definição do fuso de Moçambique ................................................................. 32 
Introdução ...................................................................................................................... 32 
Sumário ........................................................................................................................... 40 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 40 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 41 
UNIDADE Temática: 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema .............. 43 
TEMA – II: MORFO-ESTRUTURA. ……………………………………………………………. 45 
 
UNIDADE Temática: 2.1 Introdução, estrutura geológica, Relevo tectónico e recursos 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
iv 
 
minerais .......................................................................................................................... 45 
Introdução ...................................................................................................................... 45 
Sumário ........................................................................................................................... 61 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 62 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................62 
UNIDADE Temática: 2.2 Geomorfologia: conceitos, caracterização, processo de 
formação e distribuição .................................................................................................. 64 
Introdução ...................................................................................................................... 64 
Sumário ........................................................................................................................... 69 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 70 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 70 
UNIDADE Temática: 2.3 Recursos Minerais: conceitos, classificação, distribuiçãogeográfica, 
Quadro actual dos recursos minerais ............................................................................ 72 
Introdução ...................................................................................................................... 72 
Sumário ........................................................................................................................... 84 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................85 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 86 
9. Águas mineromedicinais: São aquelas que na sua composição se encontram minerais com 
características terapêuticas, obtidos de diferentes processes biológicos e geológicos (Pex: 
águastermais). ……………………………………...………………………………………. 87 
 
UNIDADE Temática: 2.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades INTRODUÇÃO .......... 87 
Exercícios do tema II: Morfoestrutura ............................................................................ 88 
TEMA – III: CLIMA DE MOÇAMBIQUE ……………………………………………………… 88 
 
UNIDADE Temática: 3.1 Introdução, Factores, elementos, classificação e sua 
distribuição ..................................................................................................................... 89 
Introdução ....................................................................................................................... 89 
Sumário ......................................................................................................................... 100 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101 
UNIDADE Temática: 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país ........................... 103 
Introdução .................................................................................................................... 103 
Sumário ......................................................................................................................... 106 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107 
UNIDADE Temática: 3.3 Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas108 
Introdução .................................................................................................................... 108 
Sumário ......................................................................................................................... 111 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 111 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 112 
 
v 
 
UNIDADE Temática: 3.4 Enquadramento geral da costa de Moçambique .................. 113 
Introdução .................................................................................................................... 113 
Sumário ......................................................................................................................... 115 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 115 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 116 
UNIDADE Temática: 3.5 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............ 117 
Introdução .................................................................................................................... 117 
Exercícios do tema III: Clima ......................................................................................... 117 
TEMA – IV: SOLOS DE MOÇAMBIQUE ……………………………………………………. 118 
 
UNIDADE Temática: 4.1 Introdução, Conceitos, classificação dos solos ...................... 118 
Introdução .................................................................................................................... 118 
Sumário ......................................................................................................................... 122 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 123 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 123 
UNIDADE Temática: 4.2. Factores de formação e tipos de solo .................................. 124 
Introdução .................................................................................................................... 124 
Sumário ......................................................................................................................... 132 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 133 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 133 
UNIDADE Temática: 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique .............................. 135 
Introdução .................................................................................................................... 135 
Sumário ......................................................................................................................... 140 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 140 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 141 
UNIDADE Temática: 4.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............ 142 
Introdução .................................................................................................................... 142 
Exercícios do tema IV: Solos ......................................................................................... 143 
TEMA – V: HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE. …………………………………………….. 144 
 
UNIDADE Temática: 5.1 Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e bacias hidrográficas 
e seus rios ..................................................................................................................... 145 
Introdução .................................................................................................................... 145 
Hidrologia ...................................................................................................................... 145 
Sumário ......................................................................................................................... 147 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 147 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 148 
UNIDADE Temática: 5.2 Principais bacias hidrográficas e seus rios ............................. 149 
Introdução .................................................................................................................... 149 
Sumário ......................................................................................................................... 154 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 154 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 155 
UNIDADE Temática: 5.3 usos múltiplos das bacias hidrográficas ................................ 156 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
vi 
 
Introdução .................................................................................................................... 156 
Sumário ......................................................................................................................... 160 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 161 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................162 
UNIDADE Temática: 5.2 Águas subterrâneas ............................................................... 163 
Introdução .................................................................................................................... 163 
Sumário ......................................................................................................................... 164 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 165 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 165 
UNIDADE Temática: 5.3 O canal de Moçambique e a Plataforma continental ............ 167 
Introdução .................................................................................................................... 167 
Sumário ......................................................................................................................... 169 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 170 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 170 
Unidade temática: 5.4 Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas ........................ 171 
Introdução .................................................................................................................... 171 
Sumário ......................................................................................................................... 176 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 176 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 177 
Unidade temática: 5.5 A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique .... 178 
Introdução .................................................................................................................... 178 
Sumário ......................................................................................................................... 179 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 180 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 180 
Unidade temática: 5.6 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............... 181 
Introdução .................................................................................................................... 181 
Exercícios do tema V: Poluição das águasoceânicas .................................................... 181 
TEMA – VI: BIOGEOGRAFIA. ……………………………………………………………….. 182 
 
Unidade temática: 6.1 Biodiversidade, conceitos e factores da sua distribuição 
geográfica...................................................................................................................... 183 
Introdução ..................................................................................................................... 183 
Sumário ......................................................................................................................... 187 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 187 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 188 
Unidade temática: 6.2 Zonas biogeográfica de Moçambique ...................................... 188 
Sumário ......................................................................................................................... 196 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 196 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 196 
Unidade temática: 6.3 Tipos florísticas e faunísticos de Moçambique ........................ 197 
Sumário ......................................................................................................................... 208 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 208 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 208 
 
vii 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 209 
Unidade temática: 6.4 Áreas de conservação (Parques nacionais e reservas) ............ 210 
Sumário ......................................................................................................................... 216 
de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................................... 216 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 217 
Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades deste tema ...................... 217 
TEMA VII: GEOGRAFIA SÓCIO-ECONOMICA DE MOÇAMBIQUE; 
População E Principais Actividades. ………………………………………………………. 219 
 
UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do estudo da 
população. .................................................................................................................... 219 
Introdução .................................................................................................................... 219 
Sumário ........................................................................................................................ 222 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 222 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 222 
UNIDADE Temática 6.2. Indicadores demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e 
crescimento natural. ..................................................................................................... 223 
Introdução .................................................................................................................... 223 
Sumário ......................................................................................................................... 227 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 227 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 229 
UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores naturais e 
humanos ....................................................................................................................... 230 
Introdução .................................................................................................................... 230 
Sumário ......................................................................................................................... 232 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 233 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 233 
UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população ................................. 234 
Introdução .................................................................................................................... 234 
Sumário ......................................................................................................................... 237 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................237 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 237 
UNIDADE Temática 6.5Os movimentos migratórios: migrações internas e 
internacionais ............................................................................................................... 238 
Introdução .................................................................................................................... 238 
Sumário ......................................................................................................................... 240 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 240 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 241 
UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, 
habitação, desemprego, alimentação e ambiente ....................................................... 241 
Introdução .................................................................................................................... 241 
Sumário ......................................................................................................................... 249 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 250 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 252 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
viii 
 
UNIDADE Temática 6.7. Agricultura, pesca, pecuária e silvicultura. Factores da 
localização: naturais e humanos ................................................................................... 253 
Introdução .................................................................................................................... 253 
Sumário ......................................................................................................................... 269 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 269 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 270 
UNIDADE Temática 6.8.A importância da agricultura, pesca, pecuária e silvicultura .. 271 
Introdução .................................................................................................................... 271 
Sumário ......................................................................................................................... 272 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 272 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 273 
UNIDADE Temática 6.9Impactos socioambientais da agricultura, pesca, pecuária e 
silvicultura ..................................................................................................................... 274 
Introdução .................................................................................................................... 274 
Sumário ......................................................................................................................... 276 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 276 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 276 
UNIDADE Temática 6.10 Exercícios integrados das unidades deste tema ................... 277 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 277 
TEMA VII: INDÚSTRIA E COMÉRCIO ……………………………………………………….. 278 
 
UNIDADE Temática 7.1. Introdução: Noção sobre a indústria e o comércio ............... 278 
Introdução .................................................................................................................... 278 
Sumário ......................................................................................................................... 280 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 281 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 281 
UNIDADE Temática 7.2. Os factores de desenvolvimento da indústria e do comércio: 
Factores naturais e humanos ........................................................................................ 282 
Introdução .................................................................................................................... 282 
Sumário ......................................................................................................................... 285 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 285 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 286 
UNIDADE Temática 7.3. Os principais tipos de indústria e do comércio ..................... 287 
Introdução .................................................................................................................... 287 
Sumário ......................................................................................................................... 292 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 293 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 293 
UNIDADE Temática 7.4.O papel dos corredores de desenvolvimento: Norte, Centro e 
Sul de Moçambique ...................................................................................................... 294 
Introdução .................................................................................................................... 294 
Sumário ......................................................................................................................... 298 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 299 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 299 
 
ix 
 
UNIDADE Temática 7.5Exercícios integrados das unidades deste tema ...................... 300 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 300 
TEMA VIII: TRANSPORTE E TURISMO EM MOÇAMBIQUE ……………………………….. 300 
 
UNIDADE Temática 8.1. Introdução: Noções gerais sobre transportes e comunicações e 
turismo .......................................................................................................................... 301 
Introdução .................................................................................................................... 301 
Sumário ......................................................................................................................... 303 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 304 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 304 
UNIDADE Temática 8.2. Os tipos de transportes: terrestre, marítimo e aéreo ........... 305 
Introdução .................................................................................................................... 305 
Sumário ......................................................................................................................... 311Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 312 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 312 
UNIDADE Temática 8.3. Os tipos de turismo e espaços/destinos turísticos em 
Moçambique ................................................................................................................. 313 
Introdução .................................................................................................................... 313 
Sumário ......................................................................................................................... 317 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 317 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 318 
UNIDADE Temática 8.4. Impactos socioeconómico e ambiental do turismo .............. 318 
Introdução .................................................................................................................... 318 
Sumário ......................................................................................................................... 320 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 320 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 320 
UNIDADE Temática 8.5. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 321 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 321 
TEMA XV: MOÇAMBIQUE E A SADC ………………………………………………………... 322 
 
UNIDADE Temática 9.1. Introdução: Contexto do surgimento e países membros da 
SADC .............................................................................................................................. 322 
Introdução .................................................................................................................... 322 
Sumário ......................................................................................................................... 324 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 324 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 325 
UNIDADE Temática 9.2. Áreas de coordenação edesenvolvimento socioeconómico na 
SADC .............................................................................................................................. 325 
Introdução .................................................................................................................... 325 
Sumário ......................................................................................................................... 327 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 328 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 328 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de 
Moçambique 
x 
 
UNIDADE Temática 9.3. O impacto da integração económica para Moçambique ...... 329 
Introdução .................................................................................................................... 329 
Sumário ......................................................................................................................... 331 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 331 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 332 
UNIDADE Temática 9.4. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 332 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 332 
UNIDADE Temática 9.4. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 333 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 333 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 333 
 
 
 
11 
 
Visão geral 
 
Benvindo ao Módulo de Geografia de Moçambique 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Geografia de Moçambique deverá 
ser capaz de: situar Moçambique no contexto regional e inter-regional, 
analisar as suas características físico-geográficas, localizar os principais 
elementos e complexos naturais, compreender as relações entre a 
sociedade e o meio naturdal, dominar conceitos para a interpretação global 
e coerente da situação económica e social de Moçambique. 
 
▪ Descrever o enquadramento geográfico de Moçambique. 
▪ Caracterizar a constituição geológica de Moçambique. 
▪ Destacar os principais fenómenos que ocorrem na Costa 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
Moçambicana. 
Caracterizar as Bacias hidrográficas de Moçambique. 
▪ Destacar a fauna e flora de Moçambique. 
• Situar Moçambique no contexto regional e global. 
• Dominar conceitos para a inserção regional e global da situação sócio – 
económica de Moçambique. 
• Compreender as relações entre a comunidade e o meio natural, 
• Fornecer aos estudantes as potencialidades de Moçambique. 
▪ Explicar a importância dos recursos naturais e humanos no desenvolvimento 
de Moçambique 
Discutir o papel da geografia na construção de uma identidade nacional 
 
Quem deveria estudar este Módulo 
Este Módulo, Geografia de Moçambique, foi concebido para estudantes do 2º ano 
do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia. Contudo, poderá ocorrer, que 
haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa 
disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
12 
 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo, Geografia de Moçambique, paraestudantes do 2º ano do curso de 
Licenciatura em Ensino de Geografia, à semelhança dos restantes da UnISCED, está 
estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
▪ Um índice completo. 
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-
chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos 
vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, 
como componente de habilidades de estudos. Conteúdo deste módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo 
número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, cada unidade temática 
se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cadaunidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o 
sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de 
avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: puros exercícios 
teóricos/práticos e actividades práticas. 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em si, num cantinho, 
recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu 
processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais 
ao seu módulo para você explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na biblioteca do 
seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: 
Livros e/ou módulos, CD, CDROOM, DVD. Para além deste material físico ou 
electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataformadigital moodle 
para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
As Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-seno final de cada 
unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação 
apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com 
detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenasrespostas. 
Tarefas de avaliaçãodevem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem 
mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo 
de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será 
objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para 
efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do 
 
13 
 
fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é 
uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer 
de natureza científica, quer de natureza didácticoPedagógica, etc, sobre 
comodeveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas 
observaçõesque, em gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo 
módulo venha a ser melhorado. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. 
Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de 
aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova 
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender 
aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a 
aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e 
disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com 
estratégias eficientes eeficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se 
segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos 
conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem 
confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de 
caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamentecomo, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste 
item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de 
estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? 
Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
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Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de 
intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um 
determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em 
profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade), o pouco que puder ler e estudar, que 
saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: saber 
com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a 
uma hora. Estudarpor tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) 
minutos de descanso (chama-se descansoà mudança de actividades). Ou seja, que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades 
obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode 
conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o 
estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em 
pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em insegurança, 
depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda 
a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudarapenas 
para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre 
tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve 
estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o 
utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a 
outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade 
para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas 
nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil 
identificar as partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar 
comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar 
é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira 
leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não 
conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de 
estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns 
 
15 
 
erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca 
visibilidade, página trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços 
de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo umacarta participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e 
Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e 
sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), ondeo 
recurso as TIC se tornam incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
 
 
As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a 
oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com 
parte da equipa central da UnISCED indigetada para acompanhar as suas sessões 
presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de 
estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em 
termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira 
ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, 
constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que 
sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes dassessões 
presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos 
prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente 
quea nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame 
final da disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem 
ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos 
devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. 
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O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à 
letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar é considerada 
plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais 
devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED). 
 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles 
fisicamente separados e muito distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é 
muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 
90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando 
o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo 
do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada doregulamentada de 
avaliação. 
Avaliação formativa: Serão observados os trabalhos de campo e as participações 
nos fóruns de discussões. Para cada actividade a média pesa em 40% sobre a 
avaliação final. 
2. Avaliação sumativa: Ao final do semestre haverá uma prova presencial de 
avaliação e o valor da prova pesa 60% da pontuação total. A nota de 10 (dez) valores 
é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) avaliações e 1 (um) 
(exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como 
ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a 
apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão 
dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação do 
ISCED. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de 
outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
17 
 
GEOGRAFIA FÍSICA DE MOÇAMBIQUE 
 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. 
Unidade 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos 
Unidade 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial 
Unidade 1.3. O traçado da costa moçambicana 
Unidade 1.4. Fusos horários 
Unidade 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema 
 
 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos. 
 
Introução 
A geografia de Moçambique é uma disciplina que estuda os 
fenómenos físicos geográficos e socioeconomicos de Moçambique, 
ou seja, relaciona os aspectos fisicos com os humanos. O seu 
objecto de estudo sao os fenómenos físicos e sociais que ocorrem 
em Moçambique e o seu método é observação. 
 
Neste tema em particular irá se abordar aspectos gerais sobre 
Geografia de Moçambique, seus conceitos, objecto de estudo, 
objectivos e metodoogias de estudos. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir Geografia de Moçambique 
Identificar o objecto de estudo de Geografia de Moçambique 
Identificar os objectivos de Geografia de Moçambique 
Descrever os metodos de estudo de Geografia de Moçambique 
 
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Conceito de Geografia 
A origem etimológica do termo geografia é derivada dos radicais 
gregos geo = "Terra" + graphein = "escrever". Descreve as paisagens 
que resultaram da relação entre o homem e a natureza. 
 
Existem varios conceitos de geografia que entre eles destacamos os 
seguintes: 
Geografia é a ciencia de encruzilhadas autonoma que tem por 
objecto o espaço terrestre diferenciado e organizado. A sua função 
é localizar certos fenomenos, descreve-los com ajuda de diversos 
tipos de documentos e explicalos em funcao dessa decricao previa 
AMARAL (S/D: 73/74) citado por ANTUNES (1996: p79). 
 
Geografia é a ciencia que estuda o conjunto dos fenomenos 
naturais e humanos que constituem aspectos da superficie da 
Terra, considerados na sua distribuicao e relacoes recíprocas 
Ribeiro (1975) citado por Antunes (1996, p79). 
 
Em suma, a Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das 
relações entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas 
pelas sociedades estabelecendo novos valores sociais, criando 
novos espaços geográficos. Também estuda a distribuição dos 
fenómenos físicos, biológicos e humanos, as causas desta 
distribuição e as relações locais desses fenómenos. 
 
Conceito de Geografia de Moçambique 
Geografia de Moçambique é uma ciência geográfica que consiste 
no estudo, na análise da origem, da estrutura, e da dinâmica dos 
complexos naturais, sua repartição territorial bem como as 
possibilidades da sua utilização social tanto como o estudo de 
processos naturais de acordo com leis físicas, químicas, e biológicas 
 
19 
 
da natureza dentro do território moçambicano (MUCHANGOS, 
(1999). 
 
Objctivo de Geografia de Moçambique 
A geografia de Moçambique tem como objectivos gerais os 
seguintes: 
a) Possibilitar as escolas de um instrumento que melhor sirva 
ao ensino de Geografia de Moçambique dando uma 
ampliação de conhecimentos geográficos do Pais; 
b) Contribuir para um maior e melhor conhecimento do clima 
e da água na paisagem, suas relações com restantes 
componentes da paisagem e para melhor utilização em 
harmonia com o meio; 
c) Preparar para acção quotidiana: circular, viajar, 
compreender as informações naturais e humanas dentro do 
território moçambicano; 
d) Compreender e explicar as regras de funcionamento dos 
diferentes lugares do território e das sociedades humana 
no seio deste espaço, ambiente ecológico, das sociedades, 
factos de organização social, importância das culturas, 
compreender e explicar as dinâmicas e as mudanças que 
neles ocorrem; 
e) Saber situar diferentes lugares e factos não somente num 
mapa, mais sim, nos respectivos meios e as diferentes 
escalas bem definidas afins de saber determinar a dimensão 
espacial de qualquer questão ou problema dentro do 
território moçambicano; 
f) Adquirir um conhecimento de base do espaço terrestre e de 
vida dos homens na terra moçambicano; 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
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g) Compreender as paisagens assim como os problemas que 
resultam do processo da sua utilização pela sociedade; 
h) Reflitir criticamente sobre os mecanismos de evolução de 
demográfica, o processo de industrialização, as 
transformações nas aglomerações urbanas e a evolução das 
relações de Moçambique com o exterior. 
Objecto de estudo de Geografia de Moçambique 
A geografia de Mocambique tem como objecto de estudo, as 
relações entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas 
pelas sociedades estabelecendo novos valores sociais, criando 
novos espaços geográficos. Também estuda a distribuição dos 
fenómenos físicos, biológicos e humanos, as causas desta 
distribuição e as relações locais desses fenómenos e que ocorrem 
no território moçambicano. 
 
Segundo ARAÚJO citado por MUCHANGOS (1999) a formação de 
geógrafos iniciou em 1969, com abertura do Bacharelato em 
Geografia na Universidade Lourenço Marquesna Faculdade de 
letras. Estes cidadãos formados, devem estar comprometidos pela 
utilização da natureza como fenómeno territorial e o estudo dos 
componentes físicos - geográficos, para esclarecer as condições 
actuais do território e fornecer dados para utilização, preservação, 
e melhoramento da Natureza e Meio Ambiente. 
 
Métodos da disciplina de Geografia de Moçambique 
Os métodos usados no ensino de Geografia de Moçambique são os 
seguintes: 
- Método Observação; 
- Método de Experimentação; 
 
21 
 
- Método de Excursão ou de campo; 
 
Método de observação - este método consiste na observação, na 
análise, na qualificação e na conclusão de diferentes características 
dos objectos ou fenómenos em estudo. Este método de observação 
directa subdivide se em dois tipos: 
Método de observação directa – consiste na utilização do método 
na construção de protocolos de pesquisa sobre o uso de recursos 
áudio – visuais como uma técnica eficaz na colecta e categorização 
dos dados.Este método consiste na observação de objecto em 
estudo no seu estado natural em ínloco isto é observar objecto em 
estudo na sua presença física presente de modo a que se possa 
apreciar as suas características físicas e analisar as suas qualidades 
visuais e compreender aquilo que se pretende apurar. Ex: 
observação directa de animais num parque. 
Observação indirecta – é o método que consiste em observar 
objecto em estudo sem a presença físico do objecto mais sim, 
através de das imagens como: fotografias, mapa, desenhos etc. 
Exemplo: o estudo de Moçambique a partir do mapa. 
Método de excursão ou método de campo - consiste em 
deslocamento de um determinado grupo para o campo onde vai 
efectuar o seu estudo de determinado assunto que pretende 
estudar que pode ser observar os tipos de solos, tipo de plantas, 
tipo de animais existente num parque, tipo de floresta, tipos de 
actividades desenvolvidas num determinado lugar etc. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos o conceito da 
Geografia como a ciência que se dedica a descrição dos aspectos 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
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físicos geográficos e sócio económicos qie decorrem na superficie 
terrastre, e para o caso de Geografia de Moçambique faz-se a 
mesma abordagem de forma particular como objectivo de 
conhecer a relação que existe entre as condiçõesfísicas e os 
fenómenos sociais que ocorrem que ocorrem em Moçambique com 
base na observação dos mesmos. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Pergunta múltipla escolha) 
Perguntas 
1. Defina a Geografia 
A. Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das relações entre 
diferentes seres vivos, criando novos espaços geográficos; 
B. Geografia é a ciencia que estuda o conjunto dos fenomenos naturais e 
humanos que constituem aspectos da superficie da Terra; 
C. Geografia possibilita as escolhas de um instrumento que melhor sirva 
ao ensino de Geografia de Moçambique dando uma ampliação de 
conhecimentos geográficos do Pais; 
D. Compreender e explicar as regras de funcionamento dos diferentes 
lugares do território e das sociedades humana no seio deste espaço, 
ambiente ecológico. 
 
2. Saber situar diferentes lugares, compreender as paisagens assim como os 
problemas vindos das acções antrópicas, conhecer o funcionamento do clima, 
etc… constituem: 
A. Métodos de Geografia de Moçambique; 
B. Objectivos de Geografia de Moçambique; 
C. Conceito de Geografia de Moçambique 
D. Importância de Geografia de Moçambique 
 
3. Qual a origem etimologica da Palavra Geografia 
A. Grega; 
B. Romana; 
C.Ingraterra; 
 
23 
 
D. Austria. 
 
Respostas: 1.B. 2. A. 3. A 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Verdadeiro Falso) 
Perguntas 
1. Geografia é a ciência que estuda o conjunto dos fenómenos naturais 
e humanos que constituem aspectos da superfície da Terra. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2.A origem etimológica do termo Geografia é derivada dos radicais gregos 
geo = "Terra" + graphein = "escrever". 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. Geografia de Moçambique é uma ciência geográfica que consiste no 
estudo, na análise da origem, da estrutura, e da dinâmica dos complexos 
naturais, sua repartição territorial bem como as possibilidades da sua 
utilização social tanto como o estudo de processos naturais de acordo 
com leis físicas, químicas, e biológicas da natureza dentro do território 
moçambicano. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
 
4.A geografia de Moçambique tem como objecto de estudo, as relações 
entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas pelas sociedades 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
24 
 
estabelecendo novos valores sociais, criando novos espaços geográficos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 
 1-A; 2-A; 3-A; 4-A 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial 
 
Introução 
Nesta unidade temática irá se abordar os aspectos que estão 
relacionados com o enquadramento geográfico de Moçambique, 
tendo em conta a sua localizaçãogeográfica e cósmica, limites e 
pontos extremos assim como a sua extensão territorial. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Localizar geográfica e cosmicamente Moçambique 
Identificar os seus limites Geográficos 
Descrever a extensão territorial de Moçambique 
 
Enquadramento Geográfico de Moçambique 
Moçambique localiza-se a sudeste do continente africano. É 
limitado: 
✓ A leste pelo Oceano Índico; 
✓ A norte pela Tanzânia; 
✓ A noroeste pelo Malawi e Zâmbia; 
✓ A oeste faz fronteira com o 
Zimbabwe, África do Sul e 
 
25 
 
Swazilândia, e a sul com a África do 
Sul (MUCHANGOS: 1999). 
 
 
 
Localização Cósmica 
A localizaçãocósmica relaciona-se com o enquadramento do país 
tendo em conta as suas coordenadas geográficas (paralelos e 
meridianos) assim sendo, segundo MUCHANGOS (1999, p.9) a 
República de Moçambique fica situada no Hemisfério Meridional 
entre os paralelos 10º 27' Sul e 26º 52' Sul. Ela pertence também 
ao Hemisfério Oriental entre os meridianos de 30º 12' Este e 40º 
51' Este (vide o mapa 1). 
Fonte: CENACARTA (2006) Citado por CUMBE (2007:7) 
 
Pontos extremos 
Norte: Foz do Rovuma 10°27’ Sul 
Sul: Ponta do Ouro 26°15’ Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
26 
 
Este: Ponta Olunguane 41°15’ Este 
Oeste: Rio Aruángua 30°12’ Este 
Mapa 1: Localização geográfica de Moçambique 
Fonte: CENACARTA (2006) citado por CUMBE ( 
 
Extensão territorial 
A superfície continental de Moçambique é de 786.380 km2. Esta 
área corresponde a cerca de 2,6% da superfície do continente 
africano que é de aproximadamente 30 milhões de km2 
(MUCHANGOS:1999). 
 
Dos 786.380km2 acima referenciados acima referenciados faz 
menção apenas a terra firme. Assim, acrescido aos 13.000 km2 que 
são ocupados pelas águas interiores que incluem os lagos, 
albufeiras e rios Moçambique totaliza uma superfície de 799.380 
km2 (BARCA: 1992). 
 
Para MUCHANGOS (1999: 12): 
O comprimento máximo, medido em linha recta desde a foz 
do rio Rovuma no Norte, até ao rio Maputo ao Sul, é 
aproximadamente 1.800 km. A largura máxima, medida 
desde a Ponta Janga, na península de Mossuril a Este, até a 
intercepção do paralelo de 15º com o rio Aruângua a Oeste, 
é estimada em 963 km. A largura mínima de 47,5 km regista-
se entre o farolda Catembe ate ao marco Sivayana a Oeste. 
 
A altitude máxima de Moçambique é de 2.436m e localiza-se no 
monte Binga, na cadeia do Chimanimani em Manica e é cerca de 
três vezes e meia inferior em relação ao ponto mais elevado do 
Globo, no Monte Everest (8.840 m) e duas vezes e meia 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo
 
27 
 
relativamente mais baixo que o Pico Uhuru (5.895 m), o mais 
elevado de África. 
 
A maior profundidade continental regista-se no Lago Niassa e é de 
706 m abaixo do nível médio das águas do mar. No Canal de 
Moçambique a maior profundidade regista-se a sudeste de Maputo 
na fractura de Moçambique com cerca de 5.000 m de 
profundidade, ou seja, menos da metade da maior profundidade 
oceânica do mundo, Mindanau com 11.033 m de profundidade. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.2 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos ligados a dois pontos essencialmente, 
o enquadramento geográfico deMoçambique e sua extensão 
territorial concretamente. Moçambique geograficamente localiza-
se a sudeste do continente africano e tendo em conta as suas 
coordenadas geográficas Moçambique fica situado no Hemisfério 
Meridional entre os paralelos 10º 27' Sul e 26º 52' Sul e os 
meridianos de 30º 12' Este e 40º 51' Este. Tem uma superfície 
continental de Moçambique é de 786.380 km2. Com um 
cumprimento de 1.800 km e largura de 963 km. A altitude máxima 
é de 2.436m e localiza-se no monte Binga em contrapartida a maior 
profundidade regista-se no Lago Niassa e é de 706 m. 
 
Em termos de distribuição geográfica de Moçambique, é dividido 
em três zonas distintamente em norte, centro e sul; zonas costeiras 
e do interior que as populações se diferenciam pela etnia geo-local. 
 
Zona norte: também conhecida por Moçambique setentrional é 
compreendida por três províncias: Niassa, Cabo Delgado e 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
28 
 
Nampula. A norte fica Tanzânia, da qual se separa através do rio 
Rovuma, a Sul está a província de Zambézia, a Este é banhado pelo 
oceano Índico e Oeste é limitado pelo Lago Niassa e pelo Malawi. 
Astronomicamente fica entre os paralelos 10º 27’ S e 16º 51’ S e 
entre os meridianos 34º 40’ E e 40º51’E. 
 
Zona Centro: também denominada de Moçambique Central, é 
constituída por quatro províncias: Tete, Manica, Sofala e Zambézia. 
É limitada a norte pela Zâmbia, Malawi província de Niassa e de 
Nampula. A Sul, pelas províncias de Gaza e 
Inhambane. A Este, é banhado pelo Oceano Índico e a Oeste pela 
República de Zâmbia e República do Zimbabwe. Situação 
astronómica entre os paralelos 14º 00’ S e 21º 33’ S e pelo 
meridiano 30º 12’E e 39º07’E. 
 
Zona Sul: também denominada de Moçambique meridional, situa-
se a sul do rio Save e compreende as províncias de Gaza, Inhambane 
e Maputo. É limitada a norte pelas províncias de Manica e Sofala. A 
Sul pela república de África do Sul, a Este é banhado pelo Oceano 
Índico e a Oeste, pela República do Zimbabwe, República de África 
do Sul e Reino da Swazilândia. Situação astronómica, entre os 
paralelos 21º05’ S e 26º52’ S e pelos meridianos 31º20’E e 35º20’E. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. Pelo enquadramento Geográfico Moçambique localiza-se a sudeste 
do continente africano. Em termos de Limite, é correcto afirmar que: 
a. O Rio Rovuma separa Moçambique da Tanzânia a Norte. 
b. O lago Niassa separa Moçambique do Malawi a Leste. 
c. O Rio Umbelúzi separa Moçambique de Zimbabwe a Oeste. 
 
29 
 
d. O Rio Save separa Moçambique de África do Sul a Sul. 
 
2. Enquadramento Geográfico de Moçambique Moçambique localiza-
se a sudeste do continente africano. É limitado: A leste pelo Oceano 
Índico; A norte pela Tanzânia; A noroeste pelo Malawi e Zâmbia; A oeste 
faz fronteira com o Zimbabwe, África do Sul e Swazilândia, e a Sul com 
a África do Sul. 
A. Verdade 
F. Falso 
3. Qual a superfície da terra firme apenas do país? 
A. 686.380 km2 B. 776.380 km2 C. 788.380 km2 D. 786.380 km2 
 
4. Da superfície de Moçambique qual corresponde as águas interiores: 
A. 12000 km2 B. 13000 km2 C. 14000 km2 D. 11000 km2 
 
5. Qual a altitude Máxima e onde se localiza 
A. A altitude máxima de Moçambique é de 2.436m e localiza-se no monte Binga; 
B. A altitude máxima de Moçambique é de 2.456m e localiza-se no monte Binga 
C. A altitude máxima de Moçambique é de 2.786m e localiza-se no monte Everest 
D. A altitude máxima de Moçambique é de 2.956m e localiza-se no monte Kilimanjaro 
 
 
Respostas: 
1. A; 2. A; 3. D; 4. B; 5. 
 
 
UNIDADE Temática 1.3. O traçado da costa Moçambicana 
 
Introdução 
O traçado da costa moçambicana caracteriza-se por ser irregular, 
pois apresenta muitas reentrâncias e saliências, desta feita, a 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
30 
 
unidade temática presente fazer uma abordagem sobre esta 
característica da costa Moçambicana, mencionados aspectos 
relacionados com os cabos, Ilhas, baias, golfos, arquipélagos, entre 
outros aspectos. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Costa 
Costa – é a parte dos continentes banhada pelas águas dos mares. 
A zona costeira moçambicana apresenta características 
morfológicas muito diversificadas. 
De norte a sul, encontramos sucessivamente uma faixa costeira 
muito recortada, composta basicamente por corais e rochas, uma 
combinação de areia e coral e areia e lama, praia e mangal, costas 
com dunas e ainda deltas e estuários dos inúmeros rios que 
desaguam no canal de Moçambique. 
O traçado da costa moçambicana 
A linha da costa, estima-se em cerca de 2.515 km de comprimento. 
E possui uma extensão de 120.000 km2 ou seja 0,24% 
aproximadamente 30 milhões de km2 da superfície do Oceano 
Índico, MUCHANGOS (1999: p 12). 
 
A distribuição dos oceanos e continentes, a República de 
Moçambique fica situada, na costa Sudoeste do continente 
africano, defronte da Ilha de Madagáscar, da qual se separa através 
do canal de Moçambique. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ Definir os elemento s que caracterizam a costa 
▪ Identificar os elementos da linha da costa moçambicana 
▪ Caracterizar um dos elementos que caracterizam a costa 
moçambicana 
 
 
31 
 
A orla Marítima de Moçambique 
O litoral moçambicano é caracterizado por apresentar muito 
recortes recortes, por reentrâncias, saliências, arquipélagos e ilhas, 
principalmente na costa Norte do País. Os principais acidentes da 
costa de norte a sul estão assim dispostos. 
Cabos 
Cabo: saliência da costa que penetra francamente no mar (Antunes, 
1996: 32). 
Na província de Cabo Delgado, encontramos o Cabo Suafo, no 
extremo Norte, junto a foz do rio Rovuma, o Cabo Delgado a cerca 
de 30 Km da foz daquele rio e ainda o Cabo Paquete mais a Sul. 
Ainda nesta província e de referir a Ponta Maunhane, a entrada da 
baía de Pemba e a Ponta do Diabo, a Norte da Baía do mesmo 
nome. 
Na província de Nampula, encontramos o Cabo Culomulomo, a 
entrada da Baía de Nacala, a Ponta Nangata a entrada da Baía de 
Memba, a Ponta Serissa a Sul da foz do rio Lúrio. Mais para Sul 
temos a Ponta Bajone, a Sul da Baía de Macombo e a Ponta 
Mesiuana, a Sul da entrada do porto de Angoche. 
Na província da Zambézia, temos a Ponta Macalonga, a Sul da foz 
do rio Lingonha, a Ponta Matirre e a Norte do porto de Pebane, a 
Ponta Olinga e Tangalane, respectivamente a Sul e a Norte da 
entrada do porto de Quelimane e finalmente a Ponta Macovane no 
extremo Norte da península de Bartolomeu Dias. 
A província de Sofala, não possui os acidentes em estudos dignos 
de menção que, pois a linha da Costa apresenta uma configuração 
maislinear. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
32 
 
Na província de Inhambane, voltamos a encontrar a presença de 
alguns acidentes da Costa importantes. E o caso do Cabo Bazaruto, 
do extremo Norte da ilha de Bazaruto, o Cabo de S. Sebastião a Sul 
da Baía de Bazaruto e o Cabo das Correntes ao Sul da Baía de 
Inhambane e Bazaruto, a Ponta da Barra, a entrada (lado Sul) da 
Baía de Inhambane. 
A província de Gaza é praticamente rectilínea, não havendo, por 
qualquer referência a fazer a propósito do tema em estudo. 
Na província do Maputo, podem se apontar no Cabo de Inhaca, a 
entrada de Baía de Maputo na pare Norte da ilha do mesmo nome, 
o Cabo de Santa Maria a Sul da ilha de Inhaca, e a Ponta de Ouro no 
extremo Sul da província. 
Baías 
Baía: reentrância da costa, com entrada estreita e que se alarga 
para o interior, através da qual o mar penetra pela terra (LIMA, S/d: 
17). 
Na província de Cabo delgado, encontramos a baía de palma a sul 
de cabo delgado, a baía da Mocímboa da praia, a Baía de Quissanga, 
a baía de Pemba que se caracteriza por se encontrara encostada em 
terra firme, com um estreito canal natural que se liga ao oceano 
indico e finalmente a baía de Lúrio que coincide com a foz do rio do 
mesmo nome. 
 
A província de Nampula e a mais rica em baías. Uma das maiores e 
a baía de Memba, a seguir há a salientar a baía de Nacala, formosa 
pelo seu porto natural, a baía de Canducia, a baía de Mossuril norte 
da ilha de Moçambique, a baía de Angoche. Daqui até ao sul da 
província, apesar de algumas reentrâncias também notórias, não há 
baías a salientar. 
 
 
33 
 
A província da Zambézia, apresenta apenas a baía de Quelimane 
que merece menção. 
Na província de Sofala, temos a baía de Nhandoze e a grande baía 
de Sofala. 
Na província de Inhambane a somente a apontar a baía de 
Inhambane, localizado junto a cidade do mesmo nome. 
A província de Gaza, não apresenta como já vimos, qualquer 
acidente de costa de realce, pois o seu litoral e quase rectilíneo e 
de extensão relativamente reduzida. 
Na província de Maputo volta encontramos umas das maiores 
baías, a baía de Maputo que se encontra encaixada entre o eixo da 
ilha de Inhaca, cabo de santa Maria e a cidade com o mesmo nome. 
Ilhas 
Ilha – Porçao de terra totalmente cercada de água. Segundo alguns 
geografos, a area da ilha nao deve ser superior a cinco milhoes de 
quilometros quadrados, limite a partir do qual o local se define 
como sendo continente (LIMA: 62). 
Ao longo de 2515 Km da costa moçambicana existem numerosas 
ilhas. Dentre as mais conhecidas destacam-se, por províncias, as 
seguintes; 
A província de Cabo Delgado é a que possui o maior número e Ilhas 
a nível nacional. 
Elas fazem parte do chamado arquipélago das Quirimbas, que e 
constituído pelas ilhas Tecomaji, Rongui, Queramimbe, Vamizi, 
Metundo, Quifuqui, Tambuze, Niuni, Kero, Medjumbi, Nacaloe, 
Matemo, Ibo, Quirimba, Mefunco, Quissira. 
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34 
 
A ilha do Ibo e a maior das ilhas do arquipélago e localiza-se a sul 
do paralelo de 12 sul. 
 
A província de Nampula e a que possui o maior número de ilhas, 
depois da província de cabo delgado. As mais importantes são as 
ilhas de Moçambique (Moçambique, Goa e Sena); Ilhas segundas 
ou ilha de Angoche (Moma, Caldeira, N’jovo, Puga-puga, 
Mafamede) entre Angoche e Moma. 
Na província da Zambézia, no eixo das ilhas segundas, acima 
citadas, entre Noma e Pebane temos as ilhas primeiras (Silva, Fogo, 
Coroa, Epidendron). 
Na província de Sofala, a sul da baía do mesmo nome, temos a 
assinalar somente a presença se uma ilha importante; a ilha de 
Chiloane. 
Na província de Inhambane, na costa Norte, e de realçar a presença 
do arquipélago de Bazaruto (vide mapa 2) constituído pelas 
seguintes ilhas; ilha do Bazaruto (a mais importante), ilha de Santa 
Carolina e ilha de Magarugue. 
Na província de Gaza não há ilhas a apontar. 
Por fim, na província de Maputo, destacam-se as seguintes ilhas: 
ilha da Inhaca (a maior) e dos Elefantes a entrada da baía, e ilhas de 
Xefina (grande, média e pequena). 
 
Mapa 2. As llhas da costa sul de Moçambique 
 
35 
 
 
Fonte: http: www.c91BWW Mozambique Amateur island 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.3 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos relacionados com o traçado da costa 
moçambicana e sua disposição. 
A costa moçambicana apresenta características morfológicas 
diversificadas, de norte a sul, encontramos faixa costeira recortada. 
Estima-se em cerca de 2.515 km de comprimento e extensão de 
120.000 km2. Ap+resenta muitos recortes, por reentrâncias, 
saliências, arquipélagos e ilhas, principalmente na faixa costeira 
norte do País, em contrapartida as províncias de Gaza e Sofala as 
que apresentam as costas com menos acidentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
36 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 
Perguntas: 
1. Os principais elementos da linha da costa Moçambicana são seguintes: A. 
Costa, Cabo, Baías e Ilhas; e B. Ilha, Lago, Cabo e Praia; 
A. Verdade ( ) 
B. Falsa ( ) 
2. Defina cada elemento da linha da costa: Cabo: saliência da costa que 
penetra francamente no mar; Baía: reentrância da costa, com entrada 
estreita e que se alarga para o interior, através da qual o mar penetra pela 
terra; Ilha – Porção de terra totalmente cercada de água; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
3. Costa Marítima de Moçambique é caracterizado por apresentar muito recortes, por 
reentrâncias, saliências, arquipélagos e ilhas, principalmente na costa Norte do País. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: A; 2. A; 3. A; 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla escolha) 
Perguntas: 
1. Identifica os principais elementos da linha da costa Moçambicana 
A. Costa, Cabo, Baías e Ilhas; 
B. Ilha, Lago, Cabo e Praia; 
C. Ponta, Cabo, baias e Praia; 
D. Todas as opções estão correcta 
 
 
37 
 
2. Escolha a opção Correcta. Os elementos da linha da costa são definidos 
por: 
A. Cabo: saliência da costa que penetra francamente no mar; 
B. Baía: reentrância da costa, com entrada estreita e que se alarga para o 
interior, através da qual o mar penetra pela terra; 
C. Ilha – Porção de terra totalmente cercada de água; 
D. Todas as opções são verdadeiras 
3. Constitui as províncias com acidentes da costa. Escolha a opção 
correcta. 
A. Cabo Delgado: Cabo Suafo, Baía de Quissanga, ilhas Tecomaji; 
B. Nampula: Cabo Culomulomo, baía de Memba; ilhas de Moçambique; 
C. Zambézia: Ponta Macalonga, baía de Quelimane, ilhas segundas; 
D. Todas as opções estão correcta. 
 
 
Respostas: 1.A; 2. D; 3. D; 
 
 
UNIDADE Temática 1.4. Fusos horários: conceitos, historial, caracterização do 
fuso horário e definição do fuso de Moçambique 
 
Introdução 
Nesta unidade temática irá se abordar sobre o fuso horário, desde 
a necessidade do seu surgimento, os seus conceitos, diferenciação 
e determinação do mesmo. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir fuso horário 
Descrever o historial do surgimento do fuso horário 
Explicar o cálculo do fuso horário 
 
 
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38 
 
Fuso horário 
Fuso horário é espaço do globo terrestre entre dois meridianos de 
15° percorridos pelo sol durante 1 hora ou 60 minutos. 
 
Origem do sistema de fuso horário 
Segundo Carvalho e Araújo (2008) desde os egípcios, a preocupação 
com a contagem das horas é parte do nosso quotidiano. Até 
meados do séculoXIX, não havia um referencial único para a 
determinação das horas. Cada lugar estabelecia uma hora a ser 
respeitada pelos seus habitantes e certamente pelos seus 
visitantes, o que provavelmente causava embaraço e desconforto. 
A hora de uma localidade era acertada ao meio-dia, momento em 
que o sol estivesse a pino, ou seja, iluminando perpendicularmente 
o meridiano que passava naquela localidade. 
 
O descompasso provocado era grande, mas, com o surgimento da 
ferrovia essa situação ficou ainda pior. Como meio de transporte, o 
comboio não era tão rápido, mas tinha a possibilidade de percorrer 
grandes distâncias e a locomoção das pessoas entre lugares com 
horas muito diferentes tornou-se comum. Nos Estados Unidos, 
onde as ferrovias atravessavam longos percursos no sentido Oeste-
Leste, chegou-se a ter cerca de 300 horas oficiais diferentes ao 
longo das estradas de ferro. 
 
Na Grã-Bretanha, a preocupação não era menor e na década de 
1830 os ingleses estabeleceram uma única hora legal para o país, 
medida pelo Observatório Real de Greenwich, que fora construído 
em 1675 por ordem do Rei Charles II. O sistema inglês era 
fundamentado em eventos astronómicos, sendo o principal deles o 
movimento de rotação da Terra. 
 
 
39 
 
Na década de 1840, foi estabelecido o Greenwich Mean Time 
(GMT) – Tempo Médio de Greenwich – como tentativa de 
uniformizar a hora em toda a Grã-Bretanha. No entanto, a adesão 
ao horário de Londres não foi imediata, somente aos poucos as 
companhias férreas passaram a adoptá-lo, de forma que em 1855 a 
maior parte da Inglaterra já vivia em função desse horário. 
 
Tempo Universal Coordenado (UTC) 
Com o advento das novas tecnologias, em especial dos relógios 
atómicos altamente precisos, foi reconhecido que a definição da 
hora baseada na rotação da Terra (tal como era feita pelo GMT) era 
inadequada. Paralelamente, em 1967 houve uma redefinição do 
segundo (http://physics.nist.gov/cuu/Units/second.html) com 
aprecisão de cerca de um nano segundo - a fórmula anterior 
apresentava flutuações de alguns milésimos de segundo por dia. As 
várias tentativas de relacionar a nova definição do segundo com a 
hora GMT eram altamente insatisfatórias. 
Por isso, foi criada uma nova escala horária e a 1 de Janeiro de 1972 
foi oficializada uma nova hora universal: Universal Time 
Coordinated (UTC), ou seja, o Tempo Universal Coordenado 
(http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/UT.html). Por vezes, ainda se 
ouve falar em hora GMT. Este é um termo desactualizado e por isso 
incorrecto. Dever-se-á, em vez disso, usar o termo UT (abreviado), 
esse, sim, é o termo oficial e correto (História: 2002) citado por 
Carvalho e Araújo (2008:3). 
 
Somente em 1878, o canadense Sir Sanford Fleming (1827-1915), 
engenheiro chefe das ferrovias do Canadá, após estudar o 
movimento de rotação da Terra, sugeriu que tal sistema zonas de 
tempo fosse adoptado no mundo inteiro a partir do meridiano que 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
40 
 
passava pelo Observatório de Greenwich e propôs a divisão do 
planeta em 24 faixas ou fusos, cada uma correspondendo a uma 
hora. 
 
O Primeiro Meridiano é uma linha imaginária que liga o Pólo Norte 
ao Pólo Sul. Greenwich é uma cidade inglesa localizada nas margens 
do Rio Tamisa, onde se localiza o Observatório Real de Greenwich. 
Nesse Observatório, o principal telescópio era chamado de The 
Primary Transit. O meridiano que passava sobre esse instrumento 
foi adoptado como o meridiano de referência para a Grã-Bretanha. 
 
Em Outubro de 1884, 41 delegados de 25 nações se encontraram 
em Washington – DC, nos Estados Unidos, para a Conferência 
Internacional do Primeiro Meridiano e decidiram que: 
• No dia universal seria um Dia Solar Médio e começaria à meia-
noite em Greenwich contado no formato de 0 a 24 horas; 
• No primeiro Fuso Horário abrangeria uma faixa que vai de 07º 
30’ E (de East) a 07º 30’ W (de West), portanto, 15º de 
longitude. 
As horas aumentam no sentido Leste e diminuem no sentido oeste 
até a longitude de 180º ou antemeridiano, localizado de maneira 
muito conveniente no Oceano Pacífico, local ideal para o 
estabelecimento da Linha Internacional de Datas. Conveniente 
pelo fato de ser uma faixa da Terra pouco habitada, o que de certa 
forma facilita, na prática, a ocorrência de um fato real que é a 
existência de duas datas em lugares espacialmente muito próximos, 
como veremos adiante. 
 
Considerando a Terra vista dos pólos, representada pela 
circunferência dividem-se os 360º pelas 24 horas do dia e cada fuso 
horário compreende uma faixa de 15º longitude, na qual, 
 
41 
 
teoricamente, se tem a mesma hora. Quando dizemos que 
teoricamente têm a mesma hora dentro de uma faixa de 15º, é 
porque na prática não é bem assim. Em cada lugar do planeta, os 
governos locais têm a liberdade de definir as configurações dos 
fusos horários de seus países, de acordo com as suas conveniências. 
 
Hora real ou solar 
Essa é a hora real ou solar, ou seja, é a hora definida pela passagem 
do Sol sobre o meridiano de um lugar. Como sabemos, a Terra 
conceitualmente é dividida em hemisférios. 
 
O Equador divide a Terra em hemisférios Norte e Sul e o meridiano 
de Greenwich divide a Terra em hemisférios Leste e Oeste. Neste 
último sentido, temos 360 meridianos de 1grau de longitude. Cada 
grau é dividido em 60 minutos que, por sua vez, se dividem em 60 
segundos. 
 
Figura 1 Movimento de rotação e de translação da terra 
 
Fonte: www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra 
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra
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42 
 
A hora legal ou hora oficial 
A Figura 2apresenta um mapa esquemático da distribuição das 
horas no planeta Terra, de acordo com as convenções 
internacionais. Os fusos a leste de Greenwich recebem o sinal 
positivo, indicando que as suas horas são adiantadas em relação à 
hora do primeiro fuso; a oeste de Greenwich, o sinal é negativo, 
indicando horas atrasadas. Mas o inverso também é comum e neste 
caso, quando os fusos a oeste recebem o símbolo de positivo, isso 
indica que se deve acrescentar o número do fuso (por exemplo: +3), 
para saber as horas em Greenwich. 
 
As formas irregulares dos fusos vistas na Figura 5 devem-se às 
dificuldades de obediência aos limites originais estabelecidos pelo 
Sistema de Fusos Horários. Assim, frequentemente, tais limites são 
mudados em diferentes países para ajustar a distribuição local das 
horas, a fim de atender a interesses económicos, políticos, sociais e 
culturais, no todo ou em partes desses países. Isso é para evitar que 
dois lugares com fortes relações sócio espaciais tenham horas 
diferentes. 
 
Mapa 3. Fuso Horário e zonas de tempo 
 
Fonte:www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial 
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial
 
43 
 
 
Linha Internacional das Datas 
Considerando que o movimento de rotação da Terra é ininterrupto, 
não parece sensato imaginar um lugar onde começa e onde termina 
um dia, pois, pela passagem do Sol, o dia nasce e termina a cada 
instante à medida que o Sol vai iluminando os lugares mais a Leste. 
No entanto, o sistema de fusos horários prevê a existência de um 
lugar, mais precisamente, de uma linha, ao longoda qual podemos 
considerar que o dia nasce oficialmente. É no meridiano de180º, 
conhecido como a Linha Internacional de Mudança de Datas (LID). 
 
Quando observamos um globo terrestre, ou um mapa mundi, 
podemos constatar que este meridiano está localizado em uma 
área muito pouco habitada do planeta. Mesmo assim, a linha ainda 
precisa ser ajustada à realidade dos países que atravessa, se 
afastando do meridiano de 180º, como no mapa 3. 
 
A mudança de datas ocorre da seguinte maneira: ao se fazer uma 
viagem no sentido OesteLeste (mesmo sentido da rotação da Terra) 
se ganha um dia no calendário, ou seja, no momento em que se 
cruza a linha tem-se uma imediata mudança de data. Na verdade, 
não se deixa de viver 24 horas, apenas, o viajante que estava em 
um dia 30, por exemplo, ao cruzar a linha no sentido Leste passa 
imediatamente para o dia 31. Em contraposição, quando viajamos 
no sentido Leste-Oeste e ultrapassamos a LID, saímos de um dia 31 
para um dia 31 novamente, ou seja, perdemos um dia. 
 
Fusos horários de Moçambique 
Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois), possuindo assim 
duas horas de avanço relativamente ao Tempo Médio Universal, tal 
como uma parte dos países da Europa Setentrional e Oriental. Em 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
44 
 
África, os seguintes países utilizam a mesma legal: Egipto, Sudão, 
Zaire, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana, Suazilândia, Lesotho e África 
do Sul MUCHANGOS (1999: 9). 
 
Devido a situação astronómica, é mínima a diferença da duração 
entre o dia e a noite ao longo do ano o que explicauma constância 
relativamente grande nas suas condições térmicas. Pela sua 
posição muito encostada a leste do semimeridiano de 30º Este, a 
hora legal é um pouco mais avançada que a hora local, o que é mais 
notório na parte Norte de Moçambique. 
 
Mapa 4 Representação do meridiano central de Moçambique 
 
Fonte: www.google,INEGI (2015) 
 
Hora oficial ou hora legal 
É determinada a partir do fuso horário que abrange um 
determinado território. Por exemplo, Moçambique considera 12 
horas quando o sol estiver na vertical no meridiano 30° Este. 
 
 
 
http://www.google,inegi/
http://www.google,inegi/
 
45 
 
Hora local 
É determinada quando o sol incide directamente sobre um 
determinado ponto da superfície terrestre. Exemplo, em 
Moçambique esta é marcado pelo meridiano que passa pelo centro 
de observatório de Maputo 
 
Hora internacional 
É determinada pelo meridiano de Greenwich. O que significa que 
por exemplo, quando são 12 horas no meridiano de Greenwich, em 
Moçambique são 14 horas. 
 
Mapa 4. Fuso horário de África 
 
Fonte: www.google.com.br/fuso-horario-de-africa 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.4 estudamos e discutimos aspectos 
relacionados com os Fusos horários. Fuso horário é espaço do globo 
terrestre entre dois meridianos de 15° percorridos pelo sol durante 
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
46 
 
1 hora ou 60 minutos. O sistema surgiu na década de 1840, em que 
foi estabelecido o Greenwich Mean Time (GMT) – Tempo Médio de 
Greenwich – como tentativa de uniformizar a hora em toda a Grã-
Bretanha. Apenas em 1878 sugeriu-se que tal sistema fosse 
adoptado no mundo inteiro. Por ser uma hora únicaadoptada tem 
como hora real ou solar, hora legal ou hora oficial e hora local. 
Assim, Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois). 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois), isso significa 
que possui: 
A. (+) duas horas em relação ao tempo medio universal 
B. (-) duas horas em relação ao tempo medio universal 
C. (+) Dois dias em relação ao tempo universal 
D. (-) Dois minutos em relação ao tempo universal 
 
 
2. De acordo com a Hora Internacional, quando são 12 horas no 
meridiano de Greenwich, em Moçambique são: 
A. 18 Horas; B. 16 Horas; C. 14 Horas D.24 horas 
 
 
3. Quanto ao avanço de horas relativamente ao tempo médio 
universal, Moçambique pertence a dois fusos horários que são: 
a. +2 e +3 
b. +2 e +4 
c. +1 e +2 
d. 0 e +1 
 
 
Respostas: A; 2. C; 3. A 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
 
47 
 
GRUPO-2 (Verdadeiro ou Falso) 
Perguntas: 
1. Fuso horário é espaço do globo terrestre entre dois meridianos 
de 15° percorridos pelo sol durante 1 hora ou 60 minutos. 
A. Verdadeira ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. Na década de 1840, foi estabelecido o Greenwich Mean Time 
(GMT) – Tempo Médio de Greenwich, que surge da 
preocupação de uniformização das horas pelos inconvenientes 
que a diferenciação das horas entre cidades estava a causar, 
assim, em 1878 sugeriu-se que se adoptasse a nível mundial. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. Hora real ou solar é a hora definida pela passagem do Sol 
sobre o meridiano de um lugar, enquanto a hora legal é aquela 
adoptada pelo país para uniformização do tempo em todas as 
regiões do mesmo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 
1.A; 2. A; 3. A 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
48 
 
UNIDADE Temática: 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste 
tema 
 Introdução 
Nesta unidade constam exercícios referentes e a unidade 
introdutória como forma de avaliar a compreensão dos conteúdos 
leccionados na unidade anterior. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir Geografia de Moçambique 
Identificar o objecto e objectivos de estudo de Geografia de 
Moçambique 
Descrever os métodos de estudo de Geografia de Moçambique 
 ▪ Localizar geográfica e cosmicamente Moçambique 
 ▪ Identificar os elementos da linha da costa moçambicana 
 ▪ Caracterizar um dos elementos que caracterizam a costa moçambicana 
 ▪ Definir fuso horário 
 ▪ Descrever o historial do surgimento do fuso horário 
 ▪ Explicar o cálculo do fuso horário 
 
Exercícios integrados do Tema 1 referentes a considerações gerais. 
1. Defina Geografia de Moçambique. 
2. Qual o objecto e objectivo de estudo da Geografia de 
Moçambique? 
3. Identifique os métodos usados na 
geografia de Moçambique 
4. Qual a importância do estudo da geografia de Moçambique 
4. Faça a localizaçãocósmica e geográfica de Moçambique 
5. Identifica os principais elementos da linha da costa 
Moçambicana 
6. Dá um exemplo para cada elemento da linha da costa em 
cada província 
 
49 
 
3. Faca uma análise comparativa da costa na região norte, 
centro e sul 
4. Explique como surgiu o sistema de fuso horário? 
5. Diferencie hora real de legal? 
6. Moçambique pertence a quantos fusos horários? E quais 
são? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
50 
 
TEMA – II: MORFO-ESTRUTURA. 
2.1. Introdução, conceitos, estrutura geológica e Relevo tectónico 
2.2. Geomorfologia 
2.3. Recursos Minerais 
 
 
UNIDADE Temática: 2.1 Introdução, estrutura geológica, Relevo tectónico 
e recursos minerais 
 
Introdução 
O tema II aborda sobre a Morfo-estrutura (estrutura geológica) de 
Moçambique, desde o seu processo de formação, sua evolução e 
caracterização que resultaram nas diferentes formas de relevo, 
focalizando principalmente as formas relacionadascom os factores 
internos. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir morfo-estrutura 
Descrever a geologia de Moçambique 
Identificar os processos de formação da estrutura geologia de 
Moçambique 
 
Estrutura geológica 
A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um 
soco cristalino com idade arcaica-câmbrica e por rochas com idade 
fanerozóica. O soco cristalino é constituído por paragnaisses 
supracrustais metamorfizados, granulitos e magmáticos, 
ortognaisses e rochas ígneas, CUMBE, (2007: P 71). 
 
51 
 
A estrutura físico-geográfica de Moçambique resulta de um longo 
processo de desenvolvimento histórico da Terra, que teve início no 
Pré-câmbrico e se prolonga até hoje. Este processo foi 
caracterizado por uma série de fases sucessivas e alternadas de 
orogenias, erosão e de alterações climáticas e pedobiogénicas 
MUCHANGOS (1999: p 18). 
 
Sob o ponto de vista cronológico distinguem-se em Moçambique, 
essencialmente três fases principais na formação do relevo: 
• Pré-câmbrico; 
• Karroo e; 
• Pós-karroo. 
 
No contexto geológico da África Austral, a história do 
desenvolvimento do relevo de Moçambique, é bastante longa e 
teve o seu início há mais de, pelo menos, 3.500 milhões de anos. 
 
Para MUCHANGOS (1999: p 18) a sua estrutura resultou da 
Conjugação e processos exógenos e endógenos em que se registou 
uma série de fases de deformação, destruição e consolidação da 
crusta que constituíram as bases para a formação de bacias 
epicratónicas. Estes processos produziram as unidades tectónicas 
subdivididas normalmente em cratões arcaicos consolidados há 
mais de 2.500 milhões de anos, zonas de dobramento que 
produziram as grandes regiões cratónicas e zonas de abatimento, 
cujos sedimentos apresentam em alguns casos, deformações 
subsidiárias. Posteriormente, as regiões de consolidação foram 
parcialmente activadas, por fenómenos endógenos, 
independentemente da existência de depósitos sedimentares 
epicratónicos. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
52 
 
As principais fases de transformações tectogénicas de formação de 
montanhas, nível geral, concentraram-se no Precâmbrico; O 
dobramento permo-triássico, registado posteriormente, limitou-se 
essencialmente a uma estreita faixa no extremo Sul de África, 
resultante de uma deformação soco crustal denominado 
Panafricano. Para além dos processos endogénicos do 
magmatismo, metamorfismo e tecnogénese que levaram a 
estabilização e activação da crusta terrestre ou ainda a sua 
regeneração, a complexidade dos fenómenos geológicos do 
Precâmbrico da África Austral, foi ainda marcada pelos fenómenos 
exógenos tais como meteorização, a denudação e sedimentação. 
 
No território moçambicano, com as orogenias iniciadas no 
Precâmbrico, teve lugar o primeiro cenário geológico-tectónico, no 
qual se formou o esqueleto das principais montanhas do país, 
nomeadamente os complexos rochosos do chamado Cratão 
Rodesiano, no Precâmbrico Inferior e o Cinturão Moçambicano, 
“Moçambique Belt”, no Precâmbrico Superior. 
 
Estes processos rochosos constituem o principal embasamento de 
cerca de 2/3 do território Moçambicano, sendo a sua principal área 
de dispersão, as regiões setentrionais e centrais do país. Os 
vestígios mais importantes ocorrem no norte do país, destacandose 
o complexo de rochas mais antigo de Moçambique localizado no 
Sistema de Manica, que é a parte do Cratão Rodesiano. 
 
Segundo MUCHANGOS (1999: p 20), o complexo granito-gnéissico 
do sistema de Manica é o mais rico em intrusões básicas, mas estas, 
também são notáveis no complexo de rochas cristalinas situado a 
nordeste da Província de Tete. 
 
53 
 
Em território moçambicano, ainda não foi identificado rochas do 
Paleozóico Inferior e Médio, períodos durante os quais se supõe 
que Moçambique, tal como grande parte da África Austral, 
integrava ainda o Supercontinente Gondwana, que só se 
desmembrou no Cretácico, MUCHANGOS (1999: p 21). 
 
Do Precâmbrico Superior para o Câmbrico denominou-se de 
«Catanguese», nesta fase as principais elevações montanhosas 
ganharam a sua actual configuração, muito embora tenham sofrido 
ao longo dos tempos processos significativos de transformação. Em 
consequência disto, são visíveis nas regiões elevadas, os 
peneplanos, pedi-planos, insebelberge, pães-deaçúcar e muitas 
outras formas típicas da geomorfologia das regiões tropicais. 
Entre o Paleozóico Superior e o Mesozóico Inferior, a África Austral 
encontrava-se sob um clima continental húmido, particularmente 
propicio ao desenvolvimento florestal. 
 
Para MUCHANGOS (1999: p 22) no Karroo Superior, as séries 
sedimentares foram, em parte, cobertas por lavas vulcânicas de 
basaltos, riólitos, tufos, dacitos e ignimbritos. São estas coberturas 
lávicas que constituem o Oeste de Maputo os montes Libombos e 
uma série de acidentes orográficos que se estende para o Norte do 
rio Save até Lupata em Tete, acompanhando um alinhamento de 
falhas profundas. 
Devido as manifestações endogénicas observam-se vários maciços 
montanhosos de estrutura anelar que ocorre no centro e no norte 
do país. As depressões criadas por estes movimentos foram mais 
tarde ocupadas pelos lagos tectónicos de Niassa, Chirua, Chiúta e 
Amaramba e, é conhecida por Grandes Rifts da África Oriental. 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
54 
 
Durante o Cretácico, iniciou-se a subsidência de extensas bacias do 
litoral, acompanhada de transgressões marinhas que em muitas 
áreas, o oceano atingiu o limite ocidental da actual planície litoral, 
depositaram-se sedimentos de grés, calcários, margas, 
conglomerados e calcarenitos. Estas formacoes ocorrem na sua 
maior parte numa estreita faixa com Quionga e o rio Lúrio e 
constituem manchas mais ou menos extensas na parte meridional 
e central do país. Também registaram-se intensos fenómenos de 
erosão e que deixaram como vestígios encostas ravinada sem várias 
montanhas e, é conhecido por «Ciclo de Congo» e corresponde ao 
momento do desmembramento definitivo do Gondwana. 
 
Segundo MUCHANGOS (1999: p 25) o Quaternário caracterizou-se 
pelo aparecimento do homem e determinadas formas de 
desenvolvimento dos processos geomorfológicos, pedológicos e 
biológicos. Durante este período, predominavam processos de 
acumulação eólica e fluvial. Os materiais erodidos e acumulados, 
foram mais tarde, sob condições climáticas tropicais, ferralitizados 
formando em muitos casos laterites. Os ventos fortes e secos que 
sopravam frequentemente, tanto do oceano como do continente, 
contribuíram para o desenvolvimento de dunas de formas e 
dimensões diferentes, a distâncias variáveis da costa. 
 
Nas regiões mais elevadas e que, por conseguinte, mais chuvosas, 
desenvolveram-se florestas frondosas que ofereciam uma certa 
protecção contra a erosão. 
 
As prolongadas chuvas dos pluviais, contribuíam para o incremento 
da erosão, de tal modo que os pluviais podem ser caracterizados 
morfologicamente como fases de erosão linear (ravimento e 
formação de vales). 
 
 
55 
 
O clima, em conjunto com a tectónica, teria sido o principal factor 
de formação de terraços fluviais e cascalheiras e saibros que 
ocorrem em alturas muito acima dos actuais níveis de estiagem da 
maioria dos rios moçambicanos. Os terraços fluviais mais 
desenvolvidos encontram-se nos vales superiores dos rios Rovuma, 
Lúrio, Ligonha, Licungo, Zambeze, Púnguè, Búzi, limpopo e 
Incomati. 
 
As unidades estruturais do soco cristalino 
O cratão Zimbabweano 
Os escudos antigos correspondem aos primeiros núcleos de rochas 
que afloram desde início da formação da crosta terrestre. Estes 
escudossão formados por rochas magmáticas plutónicas, 
geralmente datadas de era Pré-Cambrica (primitiva) e por rochas 
metamórficas, originadas de material sedimentar antigo (do 
Paleozóico e anterior) que sofreu grandes alterações. 
 
Segundo CUMBE (2007), os escudos antigos sofreram acção de 
vários fenómenos geológicos, entre eles o rejuvenascimento, isto 
é, retomada da erosão nas formas de relevo já sensivelmente 
trabalhadas anteriormente. A retomada da erosão, por exemplo, 
pode dar-se em virtude das variações climáticas. As áreas de 
escudos antigos, são também denominadas de maciços antigos, 
que correspondem a uma área elevada desprovida de cobertura 
sedimentar, entretanto, que esse termo é utilizado em 
geomorfologia, no sentido descritivo, quando se refere às áreas 
montanhosas que abrangem extensas regiões e que foram 
parcialmente erodidas. 
O território Moçambicano é bastante antigo sob ponto de vista 
geológico. Os maciços antigos foram estimados que se formaram 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
56 
 
na era pré-cambriana, concretamente no Arqueozóico, ou seja, na 
vida arcaica. A área coberta pelos escudos cristalinos de acordo 
com a idade da sua formação, subdivide-se em Cratão 
Zimbabueano e Cinturão de Moçambique ou simplesmente 
terrenos do Pré-câmbrico superior e inferior. 
Cratão Zimbabueano, estende-se para o Zimbabwe, onde forma os 
designados Muiane Gold Belt e Odzi Gold Belt (CUMBE, 2007). Este 
sistema, localiza-se na Província de Manica, onde forma a mancha 
de Manica, e, é considerada formação inferior, também conhecida 
pela antiquíssima designação de Série de Macequece, 
correspondendo ao escudo Bulawaiano no Zimbabwe. Esta 
formação é coberta de rochas metamórficas e sedimentares, 
representadas pelos Greenstones (rochas de grão fino, maciços, 
geralmente cinzento esverdeadas), epidioridos e anfibolitos, 
derivados de rochas basálticas e andesiticas, e as sedimentares mas 
representativas são os xistos sericiticos e cloróticos e ainda rochas 
xistosas afins. 
Enquanto a formação de M’beza e Vengo, corresponde no 
Zimbabwe ao Shamvaiano, também conhecido como Muiane por 
de séries de M’beza, tendo como base os conglomerados, 
considerados também por séries de Vengo. O prolongamento 
litologico, abrange as manchas restiticas no Moçambique Belt, são 
o distrito de Chimoio, Munhinga Bonde, Mavita, e o de 
BalamaNamuno em Cabo Delgado. 
Cinturão Moçambicano 
A outra parte maioritária dos Escudos antigos corresponde ao 
Moçambique Belt ou Cinturão moçambicano, que é um conjunto 
estrutural definido primeiramente Moçambique, depois, estendido 
ao Quénia e Uganda. Geneticamente este conjunto faz parte dum 
nível profundo (de cadeia de montanhas) posto a descoberto pelos 
 
57 
 
efeitos conjugados de um levantamento seguido dum longo 
período de erosão. Essa erosão deu-se por ciclo de seguimento e de 
estabilização, deixando marcas no relevo, através de superfícies 
altimétricas. 
O Cinturão moçambicano é dividido em 3 províncias tectónicas a saber: 
• A Província tectónica de Moçambique; 
• A Província tectónica de Niassa; e, 
• A Província tectónica do Médio Zambeze. 
A Província tectónica de Moçambique situa-se a Norte do paralelo 
18º S e para Leste do meridiano 36º E. Esta engloba vários 
territórios das províncias do Norte e Zambézia no Centro, excluindo 
a parte ocidental da província do Niassa. Dentro desta Província 
evidencia-se a existência de dois grandes conjuntos litológicos, 
petrograficos e estruturais, são o Grupo de Nampula (Série de 
Namarroi e Namúli, Mavu e Ruaça, Metil, Mecuburi, Rurumana, 
Ribauè e Nampula) e o Grupo de Lúrio, onde se distinguem as 
seguintes Séries (Série de Cuamba, Chiure, Morrola, Monapo). 
O Grupo de Nampula apresenta uma migmatização desenvolvida e 
deriva certamente de um complexo Vulcano sedimentar rico em 
grauvaques e em rochas vulcânicas básicas, intermédias e, mas 
raramente ácidas. Enquanto o Grupo de Lúrio apresenta uma 
granulitização importante e fenómenos anatexicos de amplitude 
limitada, deriva de um complexo vulcânico sedimentar muito rico 
em rochas eruptivas ácidas com fases intermédias, básicas e 
ultrabásicas subordinadas. Repousa em discordância sobre o Grupo 
de Nampula, a continuidade notável desta discordância. Visível a 
Norte e Sul do Grupo e o facto de que se separa apenas nalguns 
metros dos conjuntos litologicamente muito diferentes sugerem 
uma discordância de origem estratigráfica. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
58 
 
AProvíncia tectónica do Niassa engloba territórios ocidentais da 
província do Niassa e de Tete a norte do rio Zambeze. Constam de 
Granitos gnaissicos de Vúzi, Série de Fíngoè ou sistema de Fíngoè 
entre Zumbo e Fíngoè, complexo granitóide (CUMBE, 2007). 
Este complexo é caracterizado pela profusão de rochas graníticas 
distribuídas nomeadamente na parte Oeste da Província de Niassa, 
ocupa maior parte da região a Norte do rio Zambeze na Província 
de Tete. 
A Província tectónica do Médio Zambeze, engloba vastos territórios 
planalticas a sul do rio Zambeze ao rio Save e inclui o extremo 
ocidental da Província de Manica que faz parte do Précâmbrico 
inferior, estando dividido entre as seguintes formações: 
• Sistema de Umkondo (engloba a formação de Umkondo, 
representada na área de Espungabera a Rotanda, e de 
Fronteira, esta última formação estende-se ao longo da 
fronteira de Moçambique com o Zimbabwe, desde 
Espungabera a Changara, formando faixas com orientação 
Norte-Sul e assente discordantemente sobre a Formação de 
Barué, tendo duas unidades denominadas por Xisto gnaisse 
de Nhazonia e o Complexo quartzito micaxisto). 
• Formação de Vila Machado (Chimoio e Gondola, Inchope), 
entre o rio Punge e o rio Muda, trata-se de uma mancha com 
características semelhantes às de Manica, mas se engloba 
no cinturão moçambicano, constituído por restitos, sendo 
considerados como restitos das manchas de Munhinga-
Bonde e de Mavita no distrito de Manica (constituída por 
gnaisses quartzo feldspaticos, gneisse quartzo monzoniticos 
com anfibolas e piroxenas, micaxistos quartzitos sacaroides, 
itabiritos, talcoxistos). 
 
59 
 
• Série Charnoquitica, distribui-se ao Norte do rio Zambeze 
nomeadamente no distrito de Murrumbala (granitos 
castanhos), as rochas são azuladas ou verde-azuladas 
escuras quando frescas, ganhando cor castanha por 
meteorização, nessa área a abundância de plagióclase, 
pertite, ortopiroxeno, clinopiroxena, magnetite, apatite, 
biotite, horneblenda, ilmenita e zircão. 
• Formação de Barué, ocupa a província de Manica-Sofala, 
uma extensa área entre a Formação de Fronteira a Oeste e 
o Sistema de Karroo a Este, distinguem-segnaisse com 
microclima, plagióclase, escassa biotite e granada. 
Relevo tectónico 
Os movimentos tectónicos que no passado geológico abalaram a 
África Oriental, deixaram nas regiões e no território moçambicano 
em particular, profundas marcas que se evidenciam na existência 
de várias depressões e vários alinhamentos de importantes 
estruturas tectónicas. Entre as depressões as mais importantes com 
um alinhamento predominante norte-sul se destacam: 
1. A depressão do Niassa ou Rift no Niassa – é uma fractura 
tectónica que actualmente alberga as águas do Lago Niassa. 
Associado a esta estrutura, da sua parte leste estão as 
depressões do rio Lunho (Maniamba) praticamente 
preenchido por sedimentos de formações do Karroo 
indiferenciado no noroeste da província do Niassa. 
 
2. A depressão de Chissenga – que constitui como que 
prolongamento do afundamento Urema – Zangue para sul. 
Este alberga o curso inferior do Púngoè e que se desvia para 
o mar onde continua na plataforma continental. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino deGeografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
60 
 
3. A depressão do Urema ou simplesmente Urema- Zámgué – 
preenchido de grosso modo pelos rios Urema e Zámgué. 
4. A depressão de Changane e Incomate Limpopo – constitui 
um largo e profundo afundamento que representa o vale do 
Limpopo; a sua largura na secção de Xai – Xai é superior a 5 
km. Tem uma orientação predominantemente noroeste-
sudoeste; no seu extremo sudoeste continua na sua 
plataforma continental no Oceano Índico. No seu extremo 
sul comporta o afundamento tectónico que corresponde a 
Baia de Maputo. 
Recursos Minerais 
Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande 
variedade de minerais e rochas de vários tipos, com idades que vão 
desde o Arcaico ao Recente. Algumas das ocorrências constituem 
recursos geológicos com interesse económico. Os fósseis ocorrem 
em geral na Bacia do Rovuma a norte de Moçambique e, a sul, na 
Bacia de Moçambique, em rochas sedimentares depositadas 
durante o desenvolvimento do Sistema do Rifte da África Oriental. 
A estrutura geológica em Moçambique, possui uma grande 
variedade de recursos minerais, que se agrupam da seguinte 
maneira: 
• Minerais energéticos, 
• Minerais rnetálicos, 
• Minerals não metálicos, 
• Águas minero-medicinais. 
 
 
 
a) Minerais energéticos 
De entre os minerais energéticos destacam-se: o Petróleo, Gás 
natural, e Carvão. 
Embora não se tenha identificado o petróleo em Moçambique, a sua 
ocorrência associada ao gás natural não é de excluir. Pelas 
 
61 
 
 características geológicas egeomorfológicas do país existem duas 
principais bacias petrolífero-gasífera. 
Bacia do Rovuma - na faixa costeira da província de Cabo Delgado 
com cerca de 20.000 km2. 
Bacia Moçambicana - na parte central e sul do país com uma área 
de cerca de 290.000 km2. Os jazigos mais importantes foram 
descobertos nesta bacia. 
Principais jazigos de gás 
Na bacia Moçambicana - Pande e Temane (província Inhambane) e 
Buzi (Província de Sofala) e na bacia do Rovuma. 
O jazigo de pande foi já estudado detalhadamente, o que permrtiu 
avaliar, as suas reservasem 45biliões de m3 de gás. 
O carvão mineral é outro mineral energético de que Moçambique 
possui reservas importantes. As suas reservas estão avaliadas em 
10 biliões de toneladas. 
Principais jazigos de carvão mineral 
Localizam-se na província de Tete nomeadamente em: 
✓ Moatize, com cerca de 2 biliões de toneladas, 
✓ Mucanhavuzi com cerca de 3,5 biliões de toneladas 
✓ Minjova, com cerca de 3 biliões de toneladas, 
✓ Sanangoe com cerca de 1,2 biliões de toneladas 
 
O carvão mineral ocorre ainda nas bacias de Maniamba (província 
de Niassa) e Espungabeira (província de Manica). 
b) Minerais metálicos 
Diversos minerais metálicos ocorrem no subsolo de Moçambique. 
Todavia, as reservas existentes não foram quantitativamente 
avaliadas, pelo que não serão feitas referências numéricas. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
62 
 
Entre os principais minerais metálicos identificados no País 
destacam-se: o Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos de 
metais raros, Terras raras, e Areias pesadas. 
• O Ouro - essencialmente aluvionar ocorre nas províncias de 
Manica, Zambézia e Tete. 
• Ferro-os jazigos localizam-se nas províncias de Manica e 
Nampula, 
• Cobre - Tete e manica, 
• Platinoide - em Mucucóe e Tsangano (província de Tete), 
• Nos Pegmatitos de metais raros existem importantes 
ocorrências de Tântalo, Nióbio, e outros minerais raros que 
se encontrarn disseminados ern quatro jazigos. Todos eles 
na província da Zambézia. 
• Terras raras - são constituidas por pegmatitos e por 
carbonatitos e os seus jazigos se distribuem pelas províncias 
de Zambézia, Tete e Sofala, 
• Areias pesadas - são associações de ocorrências de ilmenite, 
rutilo, zircão e lencoxene, sendo os seus jazigos bem 
representados nas províncias de Zambézia, Nampula e Gaza 
(Moma e Chibuto existem projectos em curso de arreias 
pesadas). 
c) Minerais não metálicos 
Osprincipais jazigos deminerais nãometálicos identificados no país 
são os de: Mármore, Granito negro, Granito Vermelho, Grafite, 
Fluorite, Diatomite, Pedras Semipreciosas e outros. 
Mármore - ocorre exclusivamente na província de Cabo Delgado, 
constituído pelos jazigos de Montepuez e Mecufi. 
 
63 
 
Granite negro - constituído por complexos de gabro e 
gabroanortositos, ocorre nos jazigos de Matagata no Distrito de 
Gondola, Provímcia de Manica. 
 Granito Vermelho - observa-se somente em Mepanda, 
província de Niassa, 
Grafite - tem a sua maior ocorrência na provímcia de Cabo Delgado 
onde existem 4 jazigos, mais também em Tete e Nampula, com um 
jazigo cada. 
Fluorite - Sofala (dois jazigos) e Tete (um jazigo) 
Diatomite - ocorrem nos terrenes fanerozóicos de Sofala e 
Maputo, sendo a sua maior representação nesta última província. 
Pedras Semi-preciosas - compostas por esmeraldas, turmalinas, 
águas marinhas e granadas, ocorrem nas províncias de Zambézia, 
Nampula, Cabo, Delgado, Niassae Tete. 
Ha ainda a considerar a ocorrência de apatite em Nampula; 
Bentonite em Maputo, Bauxite em Manica e Zambezia, Calcário 
em Maputo, Sofala e Nampula; e argilas, granitos, gnaisses e 
riolitos que ocorrem praticamente em todas províncias. 
Águas minero-medicinais 
São aquelas que na sua composição se encontram minerais com 
características terapéuticas, obtidos de difcrentes processes 
biológicos e geológicos (P. ex: águas termais). 
 
Águas termais - são aquelas cuja temperatura é igual ou superior a 
37°C. É aquela que sai com urna temperatura de 5°C mais alta do 
que a temperatura média anual do lugar onde sai. Ocorrem com 
muita frequência em Lugela, Pebane e Namacurra (província da 
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64 
 
Zambézia), Zumbo (província de Tete) e Metangula (província de 
Niassa). 
Águas minerais - são aqueias cujo conteúdo em sais minerais é 
superior a 1g/L. As mais significativas estão situadas nas regiões 
vulcânicas da cadeia dos Libmbos (província de Maputo) e nos 
granitos arcáicos de Manica. 
Outros minerais e gemas 
Gemas são materiais da crusta terrestre com características 
especiais para a produção de jóias ou outros fins ornamentais, em 
virtude da sua beleza, raridade e dureza. Em Moçambique, ocorrem 
gemas de diferentes tipos e qualidades em vários tipos de 
depósitos. 
 
As gemas estão enquadradas nos seguintes tipos de jazigos: 
pegmatítico-pneumatolíticos (esmeralda, águamarinha, morganite, 
heliodoro, goshenite, rubelite, verdelite, water melon, indicolite, 
siberite, dravite, acroíte, topázio imperial, topázio da Sibéria, 
ametista quartzo fumado, quartzo citrino, quartzo róseo, corindo, 
amazonite, dumortierite e adulária); hidrotermais (ágatas, opala, 
calcedónia e jaspe); metamórficos (granadas); sedimentares 
(granadas, ágatas, corindo, etc.) (Afonso & Marques, 1998) 
 
As gemas são extraídas principalmente em pegmatitos, mas 
também em alguns depósitos sedimentares do tipo placers. 
Estudos recentes, realizados nas áreas do Alto 
Ligonha e Monapo-Nacala, apontam para a ocorrência de gemas 
nestas áreas. 
 
Outras áreas onde pegmatitos com gemas podem ocorrer são a sul 
de Nipepe, a parte leste da Faixa do Lúrio, a área próxima da 
entrada do rio Lúrio e a zona de Zâmbuè a noroeste da Província de 
 
65 
 
Tete. Em todos estes pegmatitos ocorre berilo, turmalina, quartzo 
com qualidade para gema e ametista. Todo o soco cristalino, e 
especialmente o Cinturão de Moçambique, tem rochas e ambientes 
geológicos que são favoráveis à instalação de pegmatitos. 
 
Nas seguintes áreas também podem ocorrer rochas com gemas: 
• Alto Ligonha (pegmatitos da Zambézia); 
• Monapo-Nacala(pegmatitos de Nampula); 
• Norte de Ribáuè-Malema e sul de Nipepe; 
• Bordadura sul da Faixa do Lúrio, entre o rio Lúrio e Mirrote; 
• Prolongamento noroeste do campo pegmatítico do Alto 
Ligonha; 
• Área entre Muaguide e Mueda (província de Cabo 
Delgado); 
• Área entre Mueda e Montepuez (província de Cabo 
Delgado); 
• Área entre Zâmbuè e a fronteira zambiana, no rio Aruângua; 
• Área entre Nipepe e o rio Lugenda. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos 
fundamentalmente dois que sustentam a Morfo-estrutura 
moçambicana a saber: Estrutura geológica e o Relevo tectónico. 
Pois A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de 
um soco cristalino com idade arcaica-câmbrica e por rochas com 
idade fanerozóica. Sob o ponto de vista cronológico distinguem-se 
em Moçambique, três fases principais na formação do relevo: 
Précâmbrico; Karroo e; Pós-karroo. A estrutura resultou da 
conjugação de processos exógenos e endógenos. A 1ª no 
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66 
 
Précâmbrico que resultou na formação do esqueleto das principais 
montanhas do país (Cratão Rodesiano e o Cinturão 
Moçambicano). No Karroo Superior, as séries sedimentares foram 
cobertas por lavas vulcânicas. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. Corresponde a idade das unidades do soco cristalino de 
Moçambique as seguintes: 
a. Arcaica-câmbrica e rochas com idade farenorozóica. 
b. Terciário e quaternário 
c. Carbonífero e Jurássico. 
d. Mesozoico e Cenozoico. 
 
2. O relevo de Moçambique e caraterizado por apresentar 
Montanhas, planaltos, planícies e depressões. Em termos 
percentuais de predominância, a proporção de planícies, planaltos 
e montanhas e seguinte: 
a. Depressões 16%, planície 44% e planaltos com 40%. 
b. Planícies com 16%, planaltos com 44% e montanhas com 40%. 
c. Depressões 44%, planície 40% e planaltos com 16%. 
d. Planícies com 44%, planaltos com 40% e montanhas com 16%. 
 
3. O conjunto mineral de Moçambique composto por Bacias de 
Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, Moatize-
Minjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo Chire. E 
identificado como jazigo de: 
a. Gás Natural 
b. Areias pesadas. 
c. Carvão Mineral 
d. Pedras preciosas. 
 
67 
 
 
4. Entre os principais minerais metálicos identificados no País destacam-se: 
A. Carvão Mineral, Areias Peadas e Zinco; 
B. Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos; 
C. Madeira, Diamante, Turmalinas e Ferro; 
D. Nenhum das Opções acima. 
 
5. A disposição do relevo moçambicano da costa oeste ao interior leste 
obedece a seguinte ordem: 
A. Planalto, Planície e Montanhas; 
B. Monhatanhas, Planaltos e Planícies; 
C. Planícies Planaltos e Montanhas 
D. Planícies e Montanhas. 
 
 
Respostas: 1- A; 2. D; 3. C; 4. A; 5. C 
 
UNIDADE Temática: 2.2 Geomorfologia: conceitos, caracterização, processo de 
formação e distribuição 
 
Introdução 
Moçambique geomorfologicamente apresenta-se em forma de 
escadaria, tendo altitudes mais baixas no litoral e vai aumentando 
a medida que se caminha para o interior. Esta característica está 
relacionada aos processos geológicos abordados na unidade 
anterior que resultaram na geomorfologia que iremos abordar de 
seguida. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
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68 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir Geomorfologia 
Descrever o relevo de Moçambique 
Identificar os factores de formação do relevo 
Descrever a distribuiçãogeográfica da forma de relevo de 
Moçambique 
 
Geomorfologia 
Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das 
formas de relevo sobre a superfície da Terra, onde estas formas são 
resultantes dos processos actuais e pretéritos ocorridos nos 
litotipos existentes. Os processos ou factores que definem esta 
evolução podem ser exógenos ou modeladores (climas antigos e 
actuais, vegetação e solos) e endógenos ou formadores do relevo 
(tectónica e a geologia) (GEO REDE: 2008). 
 
Disposição do relevo de Moçambique 
O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com 
uma zona de montanhas a Oeste, que decresce em degraus 
aplanados até à planície litoral a Leste (vide mapa 5). Assim, de 
acordo com a altitude, identificam-se em Moçambique, planícies, 
planaltos, montanhas e depressões. 
 
Região de Planície 
De acordo com sua estrutura, cerca da metade (44%) do território 
moçambicano é constituído pela planície, com altitudes inferiores 
a 200m. Esta planície, que se desenvolve ao longo da costa, é uma 
faixa estreita entre a foz do rio Rovuma e o delta do Rio Zambeze. 
Ela alarga-se para o Sul do delta do rio Zambeze, abrangendo a 
quase totalidade da superfície situada ao Sul do rio Save, 
constituindo a Grande planície Moçambicana. 
 
 
69 
 
Na orla litoral, restingas e cordões litorais sobrepostas por dunas 
recentes, isolam rosários de lagunas ainda abertas ao oceano ou já 
completamente isoladas dele (MUCHANGOS; 1999: p 28). 
 
Região de Planaltos 
Moçambique, distingue-se duas superfícies planálticas: 
I. A primeira, com altitudes variam entre 200 e 600 m é 
designada por planaltos médios, está melhor representada 
ao Norte do paralelo de 17º Sul; 
II. A segunda, designada por altiplanaltica, as altitudes são 
superiores a 600 m. A sua maior dispersão verifica-se no 
Norte e Centro do país sobretudo nas províncias de Niassa, 
Nampula, Zambézia, Tete e Manica. 
 
Características do Planalto Moçambicano 
O planalto moçambicano caracteriza-se pela ocorrência de 
inúmeros montes residuais ou cristas intrusivas, de altitudes 
variáveis, que se disseminam pela paisagem. E são conhecidos por 
“inselberg” ou montes-ilhas. 
Em Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete e Manica, os 
planaltos médios fazem a transição para os altiplanaltos por um 
degrau mais ou menos acentuado. A sul do rio Save os planaltos 
médios desenvolvem-se sobre as formas vulcânicas de Karroo e 
estão muito dissecadas pela erosão. 
 
 
Área de montanhas 
Devido a longinquidade do território moçambicano as áreas de 
montanhas, que incluem formas de relevo com altitudes superiores 
a 1.000m, são muito pouco extensas e não constituem faixas 
contínuas, tal como sucede com os planaltos. 
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70 
 
Em Niassa as montanhas agrupam um conjunto de elevações, 
formando um ípsilon, que acompanha a margem oriental do lago 
Niassa e se inflecte para Nordeste, nas cercanias do Lago 
Amaramba, cujo pé se prolonga através do Malawi. Neste conjunto 
destacam-se os montes Txingeia (1.787 m), Txitongo (1.848 m), 
Sanga (1.798 m), Chissindo (1.579 m), Chitagalo (1.803 m), Jeci 
(1.836 m) e Mitucue (1.803 m). na Zambézia as montanhas 
caracterizam-se por uma certa dispersão de conjunto de 
montesilhas. As maiores altitudes registam-se nos montes 
Chiperone (2.054 m), Tumbine (1.542 m), Mabu (1.646 m), Derre 
(1.417 m), Mongue (1.043 m) e culminam nos montes Namuli onde 
os seus picos atingem 2.419 m, MUCHANGOS (1999: p 29) 
 
Na parte Norte da província de Tete as altitudes médias dos montes 
aumentam de Oeste para este entre 1.000 m e 1.400m. Os picos 
mais elevados são Domue (2.096 m) eChirobue (2.021 m), nas 
proximidades da fronteira com Malawi. 
Em Manica as montanhas ocorrem sobretudo ao longo da fronteira 
com o Zimbabwe, com destaque para a cordilheira de Chimanimani, 
onde se localiza o pico mais elevado do país (Monte Binga 2.436 m). 
Trata-se de um gigantesco maciço rectangular de 35 km de 
comprimento por 8 a 10 km de largura, situado a 80 km a Sul da 
cidade de Manica, orientado no sentido Norte-Sul ao longoda 
fronteira com o Zimbabwe. Ele separa-se do maciço de 
Espungabera, com altitudes próximas dos 1.000m, através duma 
depressão. A norte de Chimanimani localiza-se a serra da 
Gorongosa cuja altitude máxima é de 1.863 m. 
Mapa 6. Relevo de Moçambique 
 
71 
 
 
Fonte: MINED (1986) 
 
Principais depressões 
Das principais depressões existentes em Moçambique, destacamse 
os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde se instalaram 
os lagos e pântanos. Estas depressões interrompem 
frequentemente a continuidade das planícies, dos planaltos e das 
cadeias de montanhas. 
A depressão de maior significado geomorfológico é o vale do rio 
Zambeze, não só por constituir um dos maiores do continente 
africano, como ainda por atravessar regiões de litologia e tectónicas 
complicadas, às quais o rio teve que se adaptar. A diferença na 
litologia e tectónica favorece desníveis na superfície longitudinal 
dos rios e a construção de barragens. 
As outras depressões territoriais importantes em Moçambique são 
as depressões Chire – Urema e Espungabera. Estas formas 
negativas resultam de movimentos grabens tectónicos e 
representam das superfícies falhadas que caracterizam a África 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
72 
 
Oriental. No prolongamento desta superfície para o norte, registase 
a depressão do Niassa, onde se instalam os lagos Niassa, Chirua, 
Chiúta e Amaramba. As restantes depressões, sobretudo as que se 
localizam ao sul do Save onde se instalaram as numerosas lagoas 
costeiras, têm somente uma importância local. 
As depressões caracterizam-se pela abundância de sedimentos 
transportados pelos rios e pelas enxurradas das partes mais altas. 
Das principais depressões existentes em Moçambique, destacamse 
os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde se instalaram 
os lagos e pantanos. Estas depressões interrompem 
frequentemente a continuidade das planícies, dos planaltos e das 
cadeias de montanhas. 
A depressão de maior significado geomorfológico é o vale do rio 
Zambeze, não só por constituir um dos maiores do continente 
africano, como ainda por atravessar regiões de litologia e tectónica 
complicadas, às quais o rio teve que se adaptar. A diferença na 
litologia e tectónica favorece desníveis na superfície longitudinal 
dos rios e a construção de barragens. 
As outras depressões territoriais importantes em Moçambique são 
as depressões Chire – Urema e Espungabera. Estas formas 
negativas resultam de movimentos grabens tectónicos e 
representam das superfícies falhadas que caracterizam a África 
Oriental. No prolongamento desta superfície para o norte, registase 
a depressão do Niassa, onde se instalam os lagos Niassa, Chirua, 
Chiúta e Amaramba. As restantes depressões, sobretudo as que se 
localizam ao sul do Save onde se instalaram as numerosas lagoas 
costeiras, têm somente uma importância local. 
As depressões caracterizam-se pela abundância de sedimentos 
transportados pelos rios e pelas enxurradas das partes mais altas. 
 
73 
 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e discutimos aspectos 
referentes a geomorfologia (relevo) de Moçambique. 
Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das 
formas de relevo sobre a superfície da Terra. 
O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com 
zona de montanhas a Oeste para Leste. Assim, identificam-se as 
zonas de planícies, planaltos, montanhas e depressões. As Planícies 
com altitudes inferiores a 200m ao longo da costa, faixa estreita 
entre a foz do rio Rovuma e o delta do Rio Zambeze e quase 
totalidade da região sul. Os Planaltos com duas superfícies 
planaltos médios de 200 a 600 m altiplanaltos superiores a 600 m, 
estende-se no centro e norte. Áreas de montanhas estão em menor 
proporção que incluem formas de relevo com altitudes superiores 
a 1.000m, distribuem-se no centro e norte do Pais. As depressões 
destacam-se os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde 
se instalaram os lagos e pântanos. 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeiro ou Falso) 
1. Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das 
formas de relevo sobre a superfície da Terra, onde estas formas 
são resultantes dos processos actuais e pretéritos ocorridos nos 
litotipos existentes. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
74 
 
2.O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com 
uma zona de montanhas a Oeste, que decresce em degraus aplanados 
até à planície litoral a Leste (vide mapa 5). Assim, de acordo com a 
altitude, identificam-se em Moçambique, planícies, planaltos, 
montanhas e depressões. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
 
2. As principais formas de relevo existentes em Moçambique 
são: Planície, planaltos, montanhas e depressão. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
 
3. A forma de relevo predominante em Moçambiquesão as 
planícies como 44% seguido dos planaltos com 40% e por fim as 
montanhas com 16%. 
A. Falso ( ) 
B. Verdade ( ) 
 
4. Fale das Características dos Planaltos; Resposta; Planalto 
moçambicano caracteriza-se pela ocorrência de inúmeros montes residuais 
ou cristas intrusivas, de altitudes variáveis, que se disseminam pela 
paisagem. E são conhecidos por “inselberg” ou montes-ilhas. 
A. Falso ( ) 
B. Verdadeira ( ) 
 
 
 
Respostas: 1-A; 2. A; 3. A; 4. B; 5. B 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
Perguntas: 
1.A disposição do relevo moçambicano da costa oeste ao interior leste 
obedece a seguinte ordem: 
A. Planalto, Planície e Montanhas; 
B. Monhatanhas, Planaltos e Planícies; 
C. Planícies Planaltos e Montanhas 
D. Planícies e Montanhas. 
 
 
75 
 
2. Qual a Depressão de maior significado geomorfológico em Moçambique? 
A. Vale do Incomáti B. Velo do Save C. Vele do Rio Zambeze 
 
Respostas: 
1. C; 2. C 
 
 
 
UNIDADE Temática: 2.3 Recursos Minerais: conceitos, classificação, distribuiçãogeográfica, Quadro 
actual dos recursos minerais 
 
Introdução 
Moçambique é um país rico em recursos minerais desde os 
energéticos aos recursosmineraisdistribuídos um pouco por todo o 
pais. Nesta unidade iremos abordar sobre o conceito de recursos 
minerais, sua caracterização, distribuição assim como a sua 
aplicação. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir Recursos Minerais 
Classificar os recursos minerais 
Identificar os recursos minerais de Moçambique 
Descrever a distribuição dos recursos minerais 
 
Recursos Minerais 
Antes de iniciarmos a abordagem sobre os recursosminerais de 
Moçambique, é necessário compreender os conceitos de recurso 
minerais e sua classificação que segundo o NETI (2007: 2) coloca 
da seguinte maneira: 
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76 
 
Recursos minerais - substâncias naturais formadas por processos 
geológicos que, ocorrendo na crosta terrestre com uma 
concentração superior à média, podem ser economicamente 
exploráveis. 
Recursos energéticos - Recursos minerais utilizados para a 
produção de energia eléctrica, calorífica ou mecânica. Exemplos: 
petróleo, carvão, gás, urânio. 
Recursos não metálicos: Estes recursos, também designados por 
minerais e rochas industriais, constituem um grupo muito 
diversificado, incluindo minerais e rochas que são principalmente 
utilizados na construção civil e em processos industriais de natureza 
muito diversa. 
Recursos Metálicos - Recursos minerais explorados para a 
obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da 
sua constituição. Exemplos de metais: ouro, prata, cobre, 
alumínio, ferro, etc. (vide o esquema seguinte)Esquema 1. Classificação dos Recursos Minerais 
 
 
Fonte: INETI (2007:2), adaptado pelo autor 
Distribuiçãogeográfica dos recursos minerais em Moçambique 
Recursos minerais 
Energeticos Nao metalicos 
Rochas ornamentais ( Calcario, 
marmore e granito) 
Rochas e minerais 
Industriais ( Areia, argila, 
quartzo) 
Tetalicos 
 
77 
 
Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande 
variedade de minerais e rochas de vários tipos, com idades que vão 
desde o Arcaico ao Recente. Algumas das ocorrências constituem 
recursos geológicos com interesse económico. Os fósseis ocorrem 
em geral na Bacia do Rovuma a norte de Moçambique e, a sul, na 
Bacia de Moçambique, em rochas sedimentares depositadas 
durante o desenvolvimento do Sistema do Rift da África Oriental. 
A estrutura geológica em Moçambique possui uma grande 
variedade de recursos minerais, que se agrupam da seguinte 
maneira (MUCHANGOS, 1999): 
• Minerais energéticos, 
• Minerais metálicos, Minerais não metálicos, 
• Águas minero-medicinais. 
 
Minerais energéticos 
Os recursos energéticos actualmente explorados em Moçambique 
são o carvão e o gás natural onshore. Os jazigos de gás natural 
ocorrem na região de Pande, Temane, Búzi e há indícios da sua 
ocorrência próximo de Divinhe e Inhaminga. 
 
O jazigo mais importante de gás natural é o de Pande, na Província 
de Inhambane, com importantes reservas e actualmente em 
exploração. Outro jazigo de gás natural que também está a ser 
explorado é o de Temane, na Província da Zambézia. 
 
No que diz respeito ao petróleo, existem indícios da ocorrência 
deste recurso natural na Bacia do Rovuma, na região norte do país. 
Empresas do Canadá, Estados Unidos, Malásia e Itália têm estado a 
pesquisar hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma, mas quantidades 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
78 
 
economicamente viáveis para a sua exploração ainda não foram 
descobertas. Existem esperanças de que o petróleo ainda possa vir 
a ser descoberto em virtude de a Bacia do Rovuma e a Bacia de 
Moçambique apresentarem condições litológicas e tectono-
estruturais favoráveis para a ocorrência de hidrocarbonetos. No 
entanto, as pesquisas apontam para a presença de quantidades 
significativas de gás natural na Bacia do Rovuma. 
 
• Bacia do Rovuma - na faixa costeira da província de Cabo Delgado 
com cerca de 20.000 km2. 
• Bacia Moçambicana - na parte central e sul do país com uma área 
de cerca de 290.000 km2. Os jazigos mais importantes foram 
descobertos nesta bacia. 
 
Mapa 7. Principais bacias sedimentares e grabens 
 
Fonte: Moçambique (GTK Consortium, 2006b) citado por Cumbe; 
2007: 85) 
 
 
79 
 
Principais jazigos de gás 
O Gás Natural é uma mistura de gases, extremamente leve, com 
aproximadamente 90% de metano. É encontrado com abundância 
na natureza, na maioria das vezes associado ao petróleo (Gás 
Associado), existindo também poços sem a presença de petróleo 
(Gás Não Associado). 
Na bacia Moçambicana Pande e Temane (província Inhambane) e 
Buzi (Província de Sofala) e na bacia do Rovuma. O jazigo de 
Pandefoi já estudado detalhadamente, o que permitiu avaliar, as 
suas reservasem 45biliões de m3 de gás (CUMBE, 2007). 
Nas séries sedimentares do Cretácico e do Terciário, 
nomeadamente em Búzi, Pande e Temane foram descobertas 
jazidas de gás natural. 
No Karroo inferior, associa-se a formações de tilitos, xistos, 
conglomerados, grés e carvões que ocorrem nas bacias 
sedimentares carboníferas do país. Estas bacias localizam-se nas 
províncias de Niassa, Tete e Manica numa faixa que bordeja o limite 
oriental das rochas pré-câmbricas MUCHANGOS (1999). 
A prospecção de gás natural, realizado em 30 furos, em Buzi 
(província da Beira), Temane e Pande (ambos a poucos km ao sul 
do rio Save e a norte da província de Inhambane), indica que 
somente 7 furos foram considerados promissores, nomeadamente 
os de Pande. O gás encontrado tem na sua composição 95,5% de 
metano e as suas reservas seguras apontam para 13 triliões de pés 
cúbicos. 
Mapa. 8 Áreas de prospecção de gás natural 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
80 
 
 
Fonte: CHILENGUE (2013) 
 
Principais jazigos de carvão mineral 
O carvão ocorre com frequência nos sedimentos do Karroo Inferior 
em Moçambique, mas está geralmente depositado na Formação de 
Moatize (vide a Figura 2). A estrutura mais importante onde ocorre 
o carvão é o Graben do Zambeze, com uma extensão de mais de 
350 km. A Bacia do Zambeze subdividese nas seguintes sub Bacias: 
Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, 
MoatizeMinjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo 
Chire. Considera-se que MucanhaVúzi é uma sub-Bacia da Bacia de 
Chicôa-Mecúcoè. 
Todas estas sub-bacias correspondem, em termos tectónicos, a 
estruturas do tipo graben ou semi-graben. Em termos de 
exploração económica, as sub-bacias de Moatize-Minjova e de 
Mucanha-Vúzi são as mais importantes. Em geral, cerca de 93 % do 
carvão que ocorre em Moçambique está concentrado na Bacia do 
Zambeze (Lächelt, 2004) citado por Cumbe (2007). 
 
Localização e quantidades do carvão na província de Tete: 
• Moatize, com cerca de 2 biliões de toneladas, 
• Mucanhavuzi com cerca de 3,5 biliões de toneladas 
 
81 
 
• Minjova, com cerca de 3 biliões de toneladas, 
• Sanangoe com cerca de 1,2 biliões de toneladas 
 
Fonte: Chilengue (2013) 
O carvão mineral ocorre ainda nas bacias de Maniamba (província 
de Niassa) e Espungabeira (província de Manica). 
Para MICOA, (S.A: p 26) as reservas de Minjova com reservas 
estimadas em 3 mil milhões de toneladas, cerca de 350 milhões de 
toneladas. As profundidades compreendidas entre 100 e 200 
metros. Calculam-se que as reservas industriais rodem os 211,6 
milhões de toneladas. - 156 Milhões a céu aberto e as restantes em 
profundidades variáveis. 
Mapa 9. Bacias onde ocorrem carvão em Moçambique 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
82 
 
 
Fonte: Lächelt (2004) citado por Cumbe. 
 
Minerais metálicos 
Diversos minerais metálicos ocorrem no subsolo de Moçambique. 
Todavia, as reservas existentes não foram quantitativamente 
avaliadas, pelo que não serão feitas referências numéricas. Entre os 
principais minerais metálicos identificados no País destacam-se: o 
Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos de metais raros, Terras 
raras, e Areias pesadas. 
• O Ouro - essencialmente aluvionar ocorre nas províncias 
de Manica, Zambézia e Tete. 
• Ferro - os jazigos localizam-se nas províncias de Manica e 
Nampula, 
• Cobre - Tete e Manica, 
• Platinoide - em Mucucóe e Tsangano (província de Tete), 
 
83 
 
• Nos Pegmatitos de metais raros existem importantes 
ocorrências de Tântalo, Nióbio, e outros minerais raros que 
se encontram disseminados em quatro jazigos. Todos eles 
na província da Zambézia. 
• Terras raras - são constituídas por pegmatitos e por 
carbonatitos e os seus jazigos se distribuem pelas províncias 
de Zambézia, Tete e Sofala, 
• Areias pesadas - são associações de ocorrências de ilmenite, 
rutilo, zircão e lencoxene, sendo os seus jazigos bem 
representados nas províncias de Zambézia, Nampula e Gaza 
(Moma e Chibuto existem projectos em curso de arreias 
pesadas). 
Mapa 10. localizaçãogeográfica dos minerais metálicos 
 
Fonte: Lächelt, 2004 citado por Cumbi (2007) 
Minerais não metálicos 
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84 
 
Osprincipais jazigos deminerais nãometálicos identificados no país 
são os de: Mármore, Granito negro, Granito Vermelho, Grafite, 
Fluorite, Diatomite, Pedras Semipreciosas e outros, assim 
descritos:• Mármore - ocorre exclusivamente na província de Cabo 
Delgado, constituído pelos jazigos de Montepuez e Mecufi. 
• Granite negro - constituído por complexos de gabro e 
gabroanortositos, ocorre nos jazigos de Matagata no 
Distrito de Gondola, Província de Manica. 
• Granito Vermelho - observa-se somente em Mepanda, 
província de Niassa, 
• Grafite - tem a sua maior ocorrência na Província de Cabo 
Delgado onde existem 4 jazigos, mais também em Tete e 
Nampula, com um jazigo cada. 
• Fluorite - Sofala (dois jazigos) e Tete (um jazigo) 
• Diatomite - ocorrem nos terrenos fanerozóicos de Sofala e 
Maputo, sendo a sua maior representação nesta última 
província. 
• Pedras Semipreciosas - compostas por esmeraldas, turmalinas, 
águas marinhas e granadas, ocorrem nas províncias de 
Zambézia, Nampula, Cabo, Delgado, Niassae Tete. 
Há ainda a considerar a ocorrência de apatite em Nampula; 
Bentonite em Maputo, Bauxite em Manica e Zambézia, Calcário em 
Maputo, Sofala e Nampula; eargilas, granitos, gnaisseseriolitos que 
ocorrem praticamente em todas províncias. 
Mapa 11. Áreas de prospecção de gemas 
 
85 
 
 
Fonte: adaptado de Lächelt, 2004). 1: Pegmatitos com berilo, 
turmalina, quartzo e feldspatos; 2: Áreas com granadas; 3: Áreas 
com ágatas; 4: Ocorrências de corindo; 5: Dumortierite; 6: Áreas de 
prospecção de kimberlitos e diamantes; 7: Áreas de prospecção de 
selenite 
 
Águas mineromedicinais 
São aquelas que na sua composição se encontram minerais com 
características terapêuticas, obtidos de diferentes processes 
biológicos e geológicos (Pex: águastermais). 
• Águas termais - são aquelas cuja temperatura é igual ou 
superior a 37°C. É aquela que sai com uma temperatura de 
5°C mais alta do que a temperatura média anual do lugar 
onde sai. Ocorrem com muita frequência em Lugela, Pebane 
e Namacurra (província da Zambézia), Zumbo (província de 
Tete) e Metangula (província de Niassa). 
 
Características das águas termais segundo Ombe e Fenhane 
(2002:22): 
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86 
 
Afloram em regiõesplanálticas, sob ponto de vista químico 
satisfazem o consumo da população sem tratamento prévio, 
apesar de existirem característicasespecíficas de cada uma 
delas. 
 
As águas termais têm um poder medicinal como por 
exemplo para o curativo de reumatismo subagudo e 
crónicos, bronquites crónicas, asma (Chimoio), doenças da 
pele (Tete), Perturbação de estômago, fígado e intestino 
(Munhamade), doençasreumáticas e nevrálgicas, 
doençascrónicas na medula espinhal, intoxicação com 
venenos metálicos (nascente quente de Morrumbala) Ombe 
e Fenhane (2002). 
 
• Águas minerais - são aquelas cujo conteúdo em sais 
minerais é superior a 1g/L. As mais significativas estão 
situadas nas regiões vulcânicas da cadeia dos Libombos 
(província de Maputo) e nos granitos arcaicos de Manica. 
Mapa 12. Distribuição das fontes de água termais em 
Moçambique 
 
Fonte: Ombe e Fenhane (2002: 28) 
 
87 
 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 2.3 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos relacionados com os recursos 
minerais que são definidos como substâncias formadaspor 
processos geológicos que, podem ser economicamente 
exploráveis. Eles dividem-se em energéticos, metálicos e não 
metálicos. Distribuem-se de forma irregular sendo os energéticos 
nas bacias sedimentares e os metálicos e nãometálicos nas regiões 
de planalto e montanhas do centro e norte assim como as 
águasminero medicinais incluindo os Libombos no sul do país. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. Recurso mineral O conjunto mineral de Moçambique composto por 
Bacias de Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, 
Moatize-Minjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo 
Chire. E identificado como jazigo de: 
A. Gás Natural 
B. Areias pesadas. 
C. Carvão Mineral 
D. Pedras preciosas. 
 
2. Faca a correspondência dos minerais e os seus locais de ocorrência em 
Moçambique. 
E. A. Ouro 1. Tete e Manica 
F. B. Ferro 2. Manica Zambézia e Tete 
G. C. Cobre 3. Manica e Manpula 
H. D. Areias Pesadas 4. Zambézia, Nampula e Gaza 
 
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88 
 
Respostas: 
1. C; 2. Resposta: A.2, B.3, C1 e D.4 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdade ou Falso) 
Perguntas: 
1. Recursos Minerais são substâncias naturais formadaspor processos 
geológicos que, ocorrendo na crosta terrestre com uma concentração 
superior à média, podem ser economicamente exploráveis. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
2. Os recursos minerais são divididos emmetálicos, energéticos e não 
metálicos. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
3. Os recursos energéticos actualmente explorados em Moçambique 
são o carvão e o gás natural onshore 
A. Verdade 
B. Falso 
4. O jazigo mais importante de gás natural é o de Pande, na Província 
de Inhambane. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
5. Águas minerais (Chimoio e Maputo) e águas termais (Zambézia, 
Tete e Niassa). 
A. Verdade () 
B. Falso 
 
 
 
Respostas: 
1. A; 2. A; 3. A; 4. A; 5. A 
 
89 
 
 
 
UNIDADE Temática: 2.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades INTRODUÇÃO 
Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema II que 
aborda sobre Morfo-estrutura como forma de avaliação da 
compreensão dos conteúdos leccionados na unidade anterior. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 ▪ Descrever a geologia de Moçambique 
 
▪ Identificar os processos de formação da estrutura geológica de 
Moçambique 
 
Objectivos 
Específicos 
Descrever o relevo de Moçambique 
 ▪ Identificar os factores de formação do relevo 
 ▪ Descrever o relevo de Moçambique 
 ▪ Identificar os factores de formação do relevo 
 ▪ Classificar os recursos minerais 
 ▪ Identificar os recursos minerais de Moçambique 
 ▪ Descrever a distribuição dos recursos minerais 
Exercícios do tema II: Morfoestrutura 
1. Identifique as unidades estruturais do soco cristalino 
2. Quais as fases de formação do relevo Moçambicano? 
3. Faca a localizaçãogeográfica de cada estrutura do soco 
cristalino 
4. Identifique as principais formações do relevo tectónico 
5. Estabeleça a diferença entre estas duas unidades 
6. Caracterize cada formação do relevo tectónico 
7. Qual é a disposição do relevo de Moçambique? 
8. Qual a relação entre a região de planaltos emontanhas? 
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90 
 
9. Quais os recursos minerais explorados em Moçambique? 
10. Caracterize os recursos minerais de Moçambique e 
explique o processo da sua exploração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
 
TEMA – III: CLIMA DE MOÇAMBIQUE 
Unidade temática 3.1 Introdução, Factores, elementos, 
classificação e sua distribuição 
Unidade temática 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país 
Unidade temática 3.3 Integração de Moçambique nas grandes 
zonas morfoclimáticas 
Unidade temática 3.4 Enquadramento geral da costa de 
Moçambique 
Unidade temática 3.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades 
deste tema 
 
 
UNIDADE Temática: 3.1 Introdução, Factores, elementos, classificação e sua 
distribuição 
 
Introdução 
Nesta unidade, faz-se menção aos factores que influencia na 
distribuição e elementos do clima de Moçambique, sua 
classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a 
integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o 
enquadramento geral da costa de Moçambique.Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir o clima 
Definir tempo 
Diferenciar o tempo do clima 
Identificar os factores do clima 
 ▪ Descrever o clima de Moçambique 
 
Tempo e clima 
O tempo: é o estado físico das condições atmosféricas em um 
determinado momento e local. 
 
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92 
 
Clima é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa 
dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais 
anos, caracterizada a partir de valores médios. Quer isto dizer, que 
o tempo traduz um estado actual da atmosfera, ao passo que o 
clima representa um estado médio da atmosfera (MATOS & 
CASTELAO: 2006). 
Elementos climáticos: São grandezas meteorológicas que variam 
no tempo e no espaço e comunicam, ao meio atmosférico. Suas 
características e propriedades peculiares são temperatura, 
humidade, chuva, vento, nebulosidade, pressão atmosférica, 
radiação solar entre outras. Como sustenta PENAS (2015) ao 
afirmar que: 
Elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser 
medidas ou instantaneamente mensuradas. São os elementos 
atmosféricos que variam no tempo e no espaço e que se 
configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. 
Os principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, 
pressão e humidade. 
 
Elementos do clima – São todos os elementos que permitem 
caracterizarem o clima de uma determinada região. De entre os 
principais elementos do clima referem-se: a temperatura, a 
humidade atmosférica, a precipitação, nebulosidade, a insolação, a 
pressão atmosférica e o vento. 
 
Todos estes elementos variam com os factores do clima que 
influenciam as condições climáticas. 
Principais elementos do clima 
A insolação - é a quantidade de energia solar que atinge uma 
unidade de área da Terra, ou seja, o número de horas de sol 
 
93 
 
descoberto acima do horizonte, varia conforme a região. Exprimese 
em horas por dia, mês ou ano. Assim, podemos concluir que quanto 
for a duração da insolação, maior será a quantidade de energia 
recebida à superfície terrestre. 
O Sol emite uma grande quantidade de energia sob a forma de 
radiação (radiação solar): Energia emitida pelo sol). A insolação é a 
quantidade dessa radiação solar directa que incide num elemento 
com uma determinada área colocado numa posição horizontal e a 
um nível conhecido. A quantidade de radiação solar recebida num 
dado lugar varia com a latitude e a inclinação do eixo da Terra em 
relação ao plano de órbita. 
A Temperatura é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser 
medida emgraus celsius (°C) ou em outras unidades de medida, 
como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K). 
Pressão atmosféricaé o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre 
a superfície, pois, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ar 
possui massa e, consequentemente, peso. A pressão atmosférica 
costuma ser medida em milibares (mb). 
 
Humidade é a quantidade de água em sua forma gasosa presente 
na atmosfera. Temos, assim, a humidadeabsoluta (quantidade total 
de água na atmosfera) e a humidade relativa do ar (quantidade de 
água na atmosfera em relação ao total necessário para haver 
chuva). 
Evaporação da água é fundamental para o clima, pois ela esta 
directamente relacionada com a formação das chuvas. A 
evaporação ocorre quando um líquido é aquecido através da acção 
do Sol ou de outro factor como, por exemplo, o aquecimento de 
água num fogão doméstico. A água que evapora dos rios, lagos, 
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm
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94 
 
oceanos e até do nosso corpo, ao atingir determinada temperatura, 
que varia de acordo com o líquido, ocorre a transformação em 
vapor de água. Este vapor de água, que é invisível, mistura-se com 
o ar da atmosfera. Quando a temperatura baixa, o vapor de água 
volta ao formato líquido (condensação) e cai através de chuvas. 
Precipitação – quantidade de água que cai num determinado lugar 
da superfície da Terra, no estado líquido ou sólido e resulta da 
condensação do vapor de água que existe na atmosfera. A 
precipitação pode ter a forma de: chuva, chuvisco, neve, granizo, 
saraiva, nevoeiro, neblina, orvalho, geada ou sincelo. A abundância 
ou escassez de precipitações distingue climas húmidos, secos e 
áridos. 
Vento – É o ar em movimento. Movimento da massa de ar com uma 
determinada direcção e intensidade. O ar movimenta-se devido às 
diferenças de temperatura ou de pressão. O deslocamento do ar é 
sempre de áreas mais quentes, ou de regiões de altas pressões para 
as de baixa pressão. Sabemos que a superfície terrestre não recebe 
a mesma quantidade de calor. As regiões onde o ar faz movimento 
ascendente são denominadas de zonas de baixa pressão e nas 
regiões onde temos movimentos descendentes são chamadas de 
zonas de altas pressões (MATOS & CASTELÃO 2006). 
Factores do clima 
Segundo Penas (2015) Factores climáticos são as condições que 
determinam ou interferem nos elementos climáticos e os climas 
deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma 
região ser quente e húmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os 
principais factores climáticos são: latitude, altitude e 
continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e 
até o relevo. 
 
95 
 
Os factores climáticos são os responsáveis pelas características ou 
modificações dos elementos do clima e devem ser analisados em 
conjunto, uma localidade, por exemplo, pode estar perto do mar e 
ser seca, ou pode estar próxima a linha do equador e ser fria. 
 
Condições físicas ou geográficas que condicionam o clima 
interagindo nas condições atmosféricas. Cada região tem seu 
próprio clima, isto porque os factores climáticos modificam os 
elementos do clima. 
Tipos de Factores do clima 
Latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação 
solar sobre a Terra. Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador 
(baixas latitudes), mais as temperaturas tendem a aumentar. Por 
outro lado, à medida que nos direccionamos rumo às zonas polares 
(altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas. 
 
Altitude são regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser 
menor, além do fato de a irradiação também ser mais diminuta. 
Assim a temperatura costuma ser inferior, o que nos faz concluir 
que quanto maior a altitude, menores as temperaturas e, quanto 
mais próximo ao nível do mar, maiores as temperaturas. 
Continentalidade são termos que designam, respectivamente, a 
proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região 
mais continental, o que interfere directamente sobre o clima. Isso 
ocorre porque o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais 
rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude 
térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do 
ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas. 
 
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
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96 
 
Massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, 
temos a movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em 
blocos de ar com a mesma temperatura e humidade, formam-se as 
massasde ar, que transferem suas características para o clima dos 
locais por onde passam. Massas de ar frio e húmido, por exemplo, 
são responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a 
humidade. O encontro entre duas massas diferentes forma as 
frentes de ar. 
 
Vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As 
principais delas são a contenção ou absorção dos raios solares, 
minimizando os seus efeitos, e a elevação da humidade por meio 
da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e 
elevar os índices de chuva. 
 
Relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas 
impedem a passagem de massas de ar, fazendo com que algumas 
regiões se tornem mais secas ou até desérticas. 
 
Correntes marítimas: apresentam condições específicas de 
temperatura, influenciando directamente o clima. Em regiões em 
que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação aumenta e 
eleva a humidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as 
correntes são mais frias, a humidade local diminui e a pressão 
atmosférica e a humidade passam a ser menores, o que faz com 
que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras 
localidades, que passam a sofrer alterações em seus climas. 
 
Além de todos esses factores, que são os de ordem natural, 
também é preciso lembrar que o homem acaba se tornando um dos 
agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode ser 
responsável tanto por fenómenos climáticos mais localizados (ilhas 
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
 
97 
 
de calor, inversão térmica e outros) quanto por processos mais 
amplos e diversificados. 
Factor humano 
A história da Terra regista-se grandes alterações climáticas, antes 
mesmo da presença humana. A condição para o desenvolvimento 
da vida nas terras emersas do planeta dependeu, inclusive, de 
modificações na composição química da atmosfera. Mas estas 
mudanças ocorreram em grandes espaços de tempo. 
Actualmente as alterações climáticas e os problemas que elas 
projectam para o futuro são resultantes, principalmente, das 
actividades humanas. A poluição atmosférica tem aumentado em 
escala progressiva há mais de dois séculos, a partir da Revolução 
Industrial. A industrialização inaugurou o uso em grande escala dos 
combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), principais 
responsáveis pelas mudanças climáticas que ameaçam o planeta na 
actualidade. 
A sociedade de consumo baseada no aumento da produção e oferta 
de bens materiais, é outra consequência da "civilização industrial". 
No século 20, o automóvel representou a face mais visível dos 
valores desta sociedade, hoje é o principal responsável pela 
poluição atmosférica nas grandes cidades. 
A dilapidação dos recursos naturais, o desmatamento, a 
deterioração dos rios, a construção de represas e muitas outras 
realizações humanas, exercem também influências negativas sobre 
o clima. Lidar com estas questões e propor soluções estão entre os 
desafios a ser enfrentados no século XXI (PENAS 2015). 
 
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98 
 
Factores, elementos, Classificação e sua Distribuição em Moçambique 
O clima de Moçambique é fortemente influenciado pelos seguintes 
factores: 
• Proximidade da CIT2 e pelos ventos alísios e dasmonções; 
• A continentalidade; 
• A altitude; 
• A exposição geográfica; 
• Latitude; 
• Correntes marítimas (corrente quente do canal de 
Moçambique). 
 
As diferenças altimétricas, a continentalidade, a exposição e 
posição geográfica introduzem variações adicionais 
particularmente destacáveis, são: as terras altas e montanhosas 
situadas acima dos 600 m no planalto e nas montanhas de Manica, 
sobretudo nas áreas fronteiriças, onde a altitude assegura, um 
aumento de pluviosidade e uma diminuição de temperatura. 
Nestas terras altas, as somas pluviométricas anuais atingem 1. 800 
a 2. 000 mm e a temperatura média anual é inferior a 18º C, 
MUCHANGOS (1999: 34). 
Dada a situação geográfica, nos dois lados do Trópico de 
Capricórnio, o clima da região climática Moçambique Sul é 
nitidamente tropical. A maior influência sobre o clima desta região 
e particularmente no que respeita ao comportamento da 
pluviosidade e da temperatura, é exercida pela localização na zona 
dos alísios do Sudeste, pela corrente marítima 
MoçambiqueAgulhas e pelas diferenças altitudinais e de exposição 
de cada uma das suas parcelas. 
 
 
2 Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ou ITCZ, em inglês (Intertropical 
Convergence Zone), é a área que circunda a Terra, próxima ao equador, onde os 
ventos originários dos hemisférios norte e sul se encontram. Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_de_converg%C3%AAncia_intertropical 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador
https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador
 
99 
 
Segundo MICOA (S.A: p 16) destaca os seguintes factores do clima 
de Moçambique: 
Zona de convergência inter-tropical caracterizada por zonas de 
baixas pressões, onde se formam nuvens de desenvolvimento 
vertical e que originam grandes regimes de precipitação em todas 
as regiões do norte e a norte da província de Tete, dando-se assim 
inicio ao estacão das chuva. 
 
Ciclones tropicais também caracterizada por zonas de baixas 
pressões, movimentando, horizontalmente, massas de ar quente e 
húmido que provocam grandes precipitações, com maior 
frequência ao longo da costa, nas regiões do centro e norte. 
Dependendo da intensidade, este fenómeno, que ocorre entre 
Novembro e Abril, pode ser favorável para a agricultura, ou 
desfavorável, originando cheias e destruições. 
 
Anticiclones são zonas de altas pressões que influenciam 
negativamente aprecipitação e que ocorrem principalmente no 
interior das províncias do sul. 
 
Frentes frias do sul massas de ar frias originadas na superfície polar 
sul, com migração periódica param o equador e que ocasionam 
precipitações, na época seca e ao longo da faixa costeira, 
determinando a segunda época agrícola. 
 
Orografia a precipitação também acontece devido ao altorelevo, 
provocando a ascendência de massas de ar que adquirem baixas 
temperaturas e precipitam a chuva, nas regiões planálticas e 
montanhosas do país. 
 
Elementos do clima de Moçambique 
Temperatura a grande parte do norte de Moçambique regista 
temperaturas médias anuais superiores a 25º C e somas 
pluviométricos anuais superiores a 800 mm. Os valores máximos de 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
100 
 
pluviosidade registam-se nas montanhas de Namuli e Niassa com 
mais de 2.000 mm e temperaturas médias inferiores a 18º C. Na 
faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de 
Moçambique correm valores de temperatura superiores a 24º C e 
somas pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm, MUCHANGOS 
(1999: p 37). 
Estas condições especiais de relativa aridez podem estar 
relacionadas com o efeito do embate da Corrente Equatorial que 
se desloca no sentido Oeste-Este e que nestas alturas se bifurca 
formando-se aí ramo Sul a Corrente de Moçambique. 
 
Entre o Zumbo e Mutarara, ao longo do vale do rio Zambeze, o clima 
é caracterizado por um índice de aridez bastante elevado. Os 
valores de pluviosidade total anual variam entre 600 e 800 mm 
diminuindo gradualmente para montante do rio. 
 
Em contrapartida, os valoresde temperatura são mais elevados, 
registando-se nas proximidades da cidade de Tete valores de 
pluviosidade média anual inferiores a 800 mm. Esta combinação 
entre altas temperaturas e baixa pluviosidade caracteriza esta 
parcela como uma das mais áridas do país. 
Esta extrema secura do clima resulta da fraca influencia oceânica 
aliada às elevadas temperaturas médias anuais e porque o efeito 
altitudinal não é suficiente para tornar o clima mais húmido. 
A influência conjunta destas massas de ar, no estacão quente 
provoca o aumento da pluviosidade e determina o regime da 
estação das chuvas. 
Classificação e sua distribuição do clima em Moçambique 
Excluindo a região litoral, grande parte das províncias de Manica e 
de Sofala possui um clima com características tropicais de transição 
entre a região de influência de massas de ar subequatoriais 
 
101 
 
provenientes do Norte e as massas de ar Polar Marítimo oriundas 
do Sul do continente Africano, MUCHANGOS (1999: P 39). 
Segundo o mapa geográfico, o clima de Moçambique classifica-se em 
quatro (4) tipos de clima sendo a destacar: 
 
Clima tropical húmido que estende do litoral Sul expandindo-se em 
quase toda a região norte. Clima tropical seca que abrangem na sua 
maioria na região Sul e ao Sul da província de Manica e Tete. Clima 
tropical modificado pela altitude que se caracteriza nas províncias 
de Manica, Norte da província de Tete, interior da província da 
Zambézia e no estremo Oeste da província do Niassa. E o clima 
tropical semiárido distribuído na província de Gaza Distrito de 
Chicualacuala localidade de Pafuri. Ver o mapa a seguir. 
Mapa 2: Classificação e distribuição do clima de Moçambique 
 
Fonte: MINED (1986) 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
102 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos introdutórios sobre o clima de 
Moçambique. Clima é a sucessão habitual de estados do tempo 
verificada numa dada região, durante um período de trinta ou mais 
anos. É constituído pela insolação, temperatura, pressão 
atmosférica, humidade, evaporação, precipitação e vento. Mas o 
clima é influenciado pela latitude, altitude, continentalidade, 
massas de ar, vegetação, relevo, correntes marítimas e factor 
humano. A acção destes factores resulta nos quatro tipos de clima 
de Moçambique: clima tropical húmido; clima tropical seco; clima 
tropical semiárido e clima modificado pela altitude. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1.Como se encontram distribuídos os subclima em Mocambique? 
A. Clima tropical húmido ao longo da faixa costeira; 
B. Clima tropical seco, na parte sul do país (no interior) e na faixa ao 
longo do vale do Zambeze; 
C.Clima tropical semiárido, no interior da província de Gaza (Pafuri); 
D.Clima modificado pela altitude. Nas regiões de montanhas a 
noroeste de Niassa, norte de Tete e Manica. 
E. Todas as opcao estão correcta 
 
2. Das afirmações que se segue escolha a correta: 
A.O tempo é o estado físico das condições atmosféricas em um 
determinado momento e local; 
B. O tempo é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa 
dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais 
anos, caracterizada a partir de valores médios. 
C. Todas alternativas estão correctas 
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
 
103 
 
D. Todas alternativas estão erradas 
 
3. A difenca que existe entre o tempo e clima pode ser diferenciado 
de seguinte maneiras: 
A. O tempo traduz um estado actual da atmosfera, 
B. O clima representa um estado médio da atmosfera. 
C. As alternativas A e B estão correcta 
D. Todas as altenativas estão erradas 
 
Respostas: 1-E; 2-A 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Verdade ou Falso) 
Pergunta: 
1.O tempo: é o estado físico das condições atmosféricas em um 
determinado momento e local. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
4. Clima é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa 
dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais 
anos, caracterizada a partir de valores médios. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso 
 
5. O tempo e clima pode ser diferenciado como, o tempo traduz um 
estado actual da atmosfera, ao passo que o clima representa um 
estado médio da atmosfera. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
6. Os principais elementos do clima são: Insolação, Temperatura, 
Pressão atmosférica, Humidade e precipitação. 
http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm
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104 
 
A. Verdade ( ) 
B. Falso 
7. Os factores de clima são: Latitude, altitude, continentalidade, massas 
de ar, vegetação, relevo, correntes marítimas, factor humano. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
8. Clima quente e húmido e’ o tipo caracteriistico de Moçambique. 
A. Verdade 
B. Falso 
 
Resposta: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A; 6-A 
 
 
UNIDADE Temática: 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país 
 
Introdução 
Neste ponto, faz a menção de factores que influencia na 
distribuição e elementos do clima de Moçambique, sua 
classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a 
integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o 
enquadramento geral da costa de Moçambique. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir massas de ar 
Identificar as massas de ar que influenciam no clima de 
Moçambique 
Caracterizar a influência das massas de ar sobre Moçambique 
Circulação geral da atmosfera 
A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da 
atmosfera e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) 
através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra. 
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
 
105 
 
Aricas são movimentos fechados do escoamento atmosféricos 
provocados pela conservação de massasque constringem o 
movimento geral da atmosfera e pelas forças depressão e em puxo 
como observadas da superfície da Terra, cuja observação é feita em 
um referencial em rotação. 
A circulação atmosférica é a movimentação das massas de ar nas 
camadas mais baixas da atmosfera. Existem quatro tipos de massas 
de ar que estão relacionadas com a sua zona de origem ou latitudes: 
massas quentes (zonas equatoriais e tropicais), massas frias (zonas 
polares e temperadas, massas húmidas (áreas oceânicas) e massas 
secas (áreas continentais) (LIMA; S/d: 28). 
Circulação da atmosfera sobre Moçambique 
Pela sua localização geográfica os tipos de Tempo em Moçambique 
são determinados pela localização da zona de baixas pressões 
equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares 
do Antárctico. 
 
A zona de baixas pressões equatoriais 
A zona de baixas pressões equatoriais constitui uma faixa estreita e 
móvel para onde convergem os ventos alísios. Esta Zona de 
Convergência Intertropical (CIT) conhecida em inglês Intertropical 
Convergence Zone (ITCZ), é uma cinta de ventos regulares, húmidos 
e instáveis. 
 
Ela desloca-se de um para outro lado do equador em função do 
maior vigor da influência dos alísios oriundos das células 
anticiclónicas. Devido à sua situação na costa Oriental de África, 
todo litoral moçambicano está sujeito a influência da corrente 
quente do Canal de Moçambique-Agulhas e dos correspondentes 
ventos dominantes marítimos do quadrante leste. 
 
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106 
 
O balanceamento anual deste sistema planetar de centros de 
pressão e de ventos, ora para Norte ora para Sul, acompanhando o 
movimento aparente do Sol, provoca um ritmo climático típico com 
duas estacões distintas: 
A estação quente e chuvosa, tem início em Outubro e termina em 
Marco. Nesta época do ano, a CIT, no seu movimento anual para 
Sul, invade a fronteira Norte de Moçambique em Novembro e a sua 
frente alcança entre Janeiro e Fevereiro a sua posição meridional 
extrema nas proximidades do paralelo de 20º Sul. 
 
O tipo de movimento que acompanha o movimento desta cinta de 
baixas pressões caracteriza-se normalmente por chuvas contínuas 
de grande intensidade com trovoadas dispersas. 
 
A estação seca e frescaque vai de Abril a Setembro, inicia-se após o 
CIT, no seu movimento em direcção ao Equador, já ter ultrapassado 
o limite Norte de Moçambique. Em Junho e Julho, encontrando-se 
a CIT muito deslocada para o Hemisfério Norte, a África Austral está 
dominado pelos anticiclones subtropicais localizados nos oceanos a 
latitude de 38º Sul dos quais emanam massas de ar estável e seco. 
 
Estas células anticiclónicas traduzem-se para Moçambique, bom 
tempo, seco, com céu limpo, ventos fracos a moderados do 
quadrante Este e chuvas raras no litoral e nas montanhas. As noites 
são frias e durante as manhãs existe forte tendência para a 
formação de nevoeiros conhecidos por cacimba. 
Por vezes, frentes frias oriundas da zona polar Sul, transportando 
ar marítimo frio, afetam especialmente as regiões do litoral ao Sul 
do rio Zambeze. 
 
Características da circulação atmosférica em Moçambique 
i. Zonas de influência de baixas pressões equatoriais com ventos 
de monção de NE durante o verão, a norte do rio Zambeze; 
 
107 
 
ii. Zona de circulação anti-ciclónica subtropical, a sul do rio 
Zambeze. A norte de Sofala e ao longo do rio Zambeze encontra-
se a zona de transição. 
Os ventos na zona sul e central são predominantemente alísios de 
SE, e na zona norte são influenciados por um regime de monções 
com ventos de NE, durante o verão e de SW, durante o inverno. A 
temperatura do ar atmosférico aumenta com a latitude e com a 
distância para o interior, sendo a temperatura média anual cerca 
de 23° C e 26° C, nas zonas costeiras da região sul e norte, 
respectivamente. Moçambique (SAETRE & SILVA, 1979). 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 3.2 estudamos e discutimos fundamentalmente 
três itens sobre a circulação geral da atmosfera sobre Moçambique que 
é definida como um movimento de grande escala da atmosfera e o meio 
através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra. A circulação 
da atmosfera sobre Moçambique é influenciada pela sua localização 
pelas zonas de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas 
tropicais e das frentes polares do Antárctico. As zonas de baixas pressões 
equatoriais quando se deslocam de um para outro lado do equador 
provocam um ritmo climático típico com duas estações distintas, quente 
e chuvosa e seca e fresca. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdade ou Falso) 
Perguntas: 
1. A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da atmosfera 
e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) através do qual o 
calor é distribuído pela superfície da Terra. 
A. Verdade ( ) 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra
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108 
 
B. Falso ( ) 
 
2. Os principais elementos que actuam na circulação geral da atmosfera 
em Moçambique são Zona de baixas pressões equatoriais, das células 
anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
3. Quando o CIT desloca-se para o norte apresenta o seguinte impacto no 
clima de Moçambique: A estação quente e chuvosa em Moçambique 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
1. A Circulação geral da atmosfera é definida como: 
A. A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da 
atmosfera e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) 
através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra; 
 
B. A circulação atmosférica são movimentos fechados do 
escoamento atmosféricos provocados pela conservação de 
massasque constringem o movimento geral da atmosfera e pelas 
forças de pressão e em puxo como observadas da superfície da 
Terra, cuja observação é feita em um referencial em rotação. 
 
C. A circulação atmosférica é a movimentação das massas de ar nas 
camadas mais baixas da atmosfera. Existem quatro tipos de massas 
de ar que estão relacionadas com a sua zona de origem ou 
latitudes: massas quentes (zonas equatoriais e tropicais), massas 
frias (zonas polares e temperadas, massas húmidas (áreas 
oceânicas) e massas secas (áreas continentais); 
 
D. Todas as alternativas estão correctas 
 
2. Identifica os principais elementos que actuam na circulação geral 
da atmosfera em Moçambique. 
 
109 
 
A. Zona de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas 
tropicais e das frentes polares do Antárctico; 
B. Zona de baixas pressões equatoriais, áreas continentais; 
C. Todas as altenativas anteriores estão certas; 
D. Apenas alternativa A e B estão correcta. 
 
3. Caracterize a circulação geral da atmosfera de Moçambique 
A. são movimentos fechados do escoamento atmosféricos 
provocados pela conservação; 
B. Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimática; 
C. A estação quente e chuvosa em Moçambique; 
D. Todas as alternativas anteriores estão correctas. 
 
4. Explique o impacto da circulação geral da atmosfera no clima de 
Moçambique. 
A. zonas morfoclimáticas e o enquadramento geral da costa de 
Moçambique; 
B. Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul do 
pais; 
C. A estação seca e fresca que vai de Abril a Setembro; 
D. Todas alternativas estão correctas 
 
Respostas: 1-D; 2-A; 3-C; 4-C 
 
 
UNIDADE Temática: 3.3 Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas 
 
Introdução 
Neste ponto, faz a menção de factores que influencia na 
distribuição e elementos do clima de Moçambique,sua 
classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a 
integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o 
enquadramento geral da costa de Moçambique. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
110 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir regiões morfoclimaticas 
Identificar as regiões morfoclimaticas de Moçambique 
Caracterizar as regiões morfoclimaticas 
 
 
 
 
Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas 
 
As características climatológicas e meteorológicas de Moçambique 
permitem distinguir fundamentalmente três regiões climáticas, 
separadas por uma zona de transição, mais ou menos expressa na 
parte central do país. 
 
a) A Zona norte, compendiada entre a fronteira norte e 16º sul 
(Angoche); 
b) Zona centro, compreendida entre 16 e 20º sul; 
c) Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul 
do pais. 
 
Factores que influenciam a Zona Norte 
Ela é fortemente influenciada pela proximidade da CIT e pelos 
ventos alísios e das monções que em conjunto determinam a 
ocorrência dos principais tipos de tempo. Para além destes factores 
exercem grande influência sobre o clima desta região a 
continentalidade, a altitude, a exposição e posição geográfica. 
Grande parte do norte de Moçambique regista temperaturas 
médias anuais superiores a 25º C e somas pluviométricos anuais 
superiores a 800 mm. Os valores máximos de pluviosidade 
registam-se nas montanhas de Namuli e Niassa com mais de 2.000 
mm e temperaturas médias inferiores a 18º C. 
Para MICOA (S/d: p 16) a disponibilidade de água na zona norte 
para as culturas é num período bem definido, o da época das 
chuvas, com mais de 80% de probabilidades das necessidades 
 
111 
 
mínimas de água serem suficientes para todo o ciclo vegetativo, ou 
seja, somente dois em cada 10 anos podem ocorrer problemas de 
défice hídrico. 
 
Zona centro – caracteriza-se por possuir condiçõesmeteorológicas 
gerais com carácterintermédio das zonas norte e sul, com 
frequentes trovoadas, aguaceiros e ventos fortes de Dezembro a 
Março por influência da zona de convergência intertropical. 
Durante a estação seca em média três ou quatro vezes por ano. Esta 
zona é invadida por massas de ar frio transportadas na circulação 
de célulasanticiclónicas vindas do sul que originam 
precipitaçõesaté ao interior, principalmente nas terras altas ao 
Norte do rio Zambeze. 
 
Geralmente nos meses de Dezembro a Fevereiro e em médias duas 
a três vezes por ano, o litoral principalmente da parte central de 
Moçambique, é atingido por temporais com precipitações 
abundantes e ventos muito fortes resultantes de ciclones tropicais. 
Essas perturbaçõesdecepam-se na faixa costeira, raramente 
atingem as regiões do interior e excepcionalmente atingem a região 
a sul do paralelo 24º sul em Inhambane (Da Barca: 1992). 
 
E região tem a probabilidade de até 60% das necessidades das 
culturas serem satisfeitas em água. Isto significa que o risco de 
ocorrência de secas seja de 4 anos em cada dez (MICOA; S/d: p 16) 
 
Zona sul – apresenta características muito distintas devido a 
factores relacionados com a circulação geral da atmosfera assim 
como os factores locais. Os principais factores que influenciam o 
clima desta região são: altitude, longitude e continentalidade. 
Assim a estação seca é mais prolongada (8 meses), com algumas 
particularidades dignas de menção na fronteira sul. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
112 
 
A altitude da cadeia dos Libombos confere a este lugar uma descida 
da temperatura e um aumento da pluviosidade. A zona sul coincide 
com a zona de clima subtropical de transição para o clima 
temperado. O facto origina mudanças bruscas do estado do tempo 
principalmente nas províncias de Maputo e Gaza que costumam a 
ser afectadas pelas massas de ar frio polares. 
 
Para MICOA (s/d: 16) toda a região ao sul do rio Save, o potencial 
da precipitação não excede mais que 30% das necessidades das 
culturas e com um risco de que em cada dez anos, sete apresentem 
problemas de seca. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 3.3 estudamos e discutimos 
essencialmente o aspecto relacionado com as grandes regioes 
morfoclimáticas de Mocambique. As características climatológicas 
e meteorológicas de Moçambique permitem distinguir tres regiões 
climáticas: a zona norte, zona centro e zona sul. 
A zona norte é influenciada pela proximidade da CIT e pelos ventos alísios 
e das monções e a continentalidade, a altitude, a exposição e posição 
geográfica tem como resultado temperaturas médias anuais superiores 
a 25º C e 800 mm de precipitação. Zona centro, é uma área de transição 
entre norte e sul é influenciada pela zona de convergência intertropical. 
Zona sul, tem características distintas devido a circulação geral da 
atmosfera e os factores locais, o potencial da precipitação não excede 
mais que 30% das necessidades das culturas e com um risco de que em 
cada dez anos, sete apresentem problemas de seca. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falsas) 
 
113 
 
1. As regiões morfoclimaticas de Moçambique são zona norte e 
centro. 
A. Verdade 
B. Falso 
 
2. Zona de convergência intertropical, massas de ar frio transportadas na 
circulação de células anticiclónicas 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 
1. B; 2. A 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
1. As regiões morfoclimaticas de Moçambique são: 
A. Zona norte, centro e sul; 
B. Zona Sul e Centro; 
C. Zona Norte; 
D. Todas opções estão erradas. 
 
2. O limite das regiões morfoclimaticas de Moçambique 
A. A Zona norte, compreendida entre a fronteira norte e 16º sul 
(Angoche); 
B. Zona centro, compreendida entre 16 e 20º sul 
C. Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul do pais. 
D. Todas as opções estão correctas 
 
3. Os factores que influenciam no clima da região sul são: 
A. Circulação geral da atmosfera e os factores locais (altitude, longitude e 
continentalidade). 
B. Circulação geral da atmosfera e os factores locais (insolação; temperatura 
e evaporação). 
C. Todas as opções estão correctas 
D. Todas opções anteriores estão erradas 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
114 
 
Respostas: 
1. A; 2. D; 3. A; 
 
 
UNIDADE Temática: 3.4 Enquadramento geral da costa de Moçambique 
 
Introdução 
Nesta unidadetemática faz-se menção e ao enquadramento geral 
da costa de Moçambique, olhando para aquilo que são as 
características morfoclimaticas da zona costeira de Moçambique. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Caracterizar morfologicamente a costa Moçambicana 
Identificar os principais elementos que compõem 
Moçambicana 
Caracterizar o clima da zona costeira de Moçambique 
a costa 
 
Enquadramento geral da costa de Moçambique 
 
A zona costeira de Moçambique apresenta 
característicasmorfológicas diversas. De norte a sul encontramos 
sucessivamente uma faixa costeira muito recortada, compostas por 
corais e rochas, uma combinação de areia e coral e areia e lama, 
praia e mangal, costa com dunas e ainda deltas e estuários dos 
inúmeros rios que desaguam no canal de Moçambique. 
 
Descrição morfoclimatica da costa de Norte a Sul 
Na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de 
Moçambique correm valores de temperatura superiores a 24º C e 
somas pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm. 
 
115 
 
Estas condições especiais de relativa aridez podem estar 
relacionadas com o efeito do embate da Corrente Equatorialque se 
desloca no sentido Oeste-Este e que nestas alturas se bifurca 
formando-se aí ramo Sul a Corrente de Moçambique. 
 
Entre Pebane e Sofala, incluindo o delta do rio Zambeze o clima 
chuvoso de savana é caracterizada por temperaturas médias anuais 
entre 24º e 25º C e pluviosidade entre 1.000 e 1. 600 mm. No litoral, 
desde a foz do rio Save até ao extremo Sul, as somas pluviométricas 
médias anuais variam entre 800 e 1.000 mm enquanto as 
temperaturas médias oscilam entre 22º e 24º C. as regiões mais 
húmidas situam-se à volta da baia de Inhambane e em Xai-Xai com 
valores de Pluviosidade acima dos 1. 400 mm e temperaturas 
médias da ordem dos 26º C. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 3.4 estudamos e discutimos 
fundamentalmente sobre o enquadramento geral da costa 
moçambicana. A zona costeira de Moçambique apresenta 
característicasmorfológicas e climáticas diversas. Assim, na faixa do 
litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique tem 
temperaturas superiores a 24º C e pluviosidade anual inferiores a 
1.000 mm. Entre Pebane e Sofala, as temperaturas médias anuais 
oscilam entre 24º e 25º C e pluviosidade entre 1.000 e 1. 600 mm. 
No litoral, desde a foz do rio Save até ao extremo Sul, as somas 
pluviométricas médias anuais variam entre 800 e 1.000 mm 
enquanto as temperaturas médias oscilam entre 22º e 24º C. 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 
1. A característica morfológica da costa Moçambicana apresenta se com 
uma faixa costeira muito recortada, compostas por corais e rochas, 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
116 
 
uma combinação de areia e coral e areia e lama, praia e mangal, costa 
com dunas e ainda deltas e estuários dos inúmeros rios. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. A razão da existência das características morfológica da costa 
Moçambicana são os efeitos do embate da Corrente Equatorial que se 
desloca no sentido Oeste-Este. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. O clima da faixa costeira de Moçambique, descreve-se seguinte, na 
faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique 
correm valores de temperatura superiores a 24º C e somas 
pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4. A diferença entre as temperaturas da região costeira a norte, centro e 
sul do país comporta-se seguinte, Norte: 24º e 1000mm, Centro: 24 a 
25º e 1000 a 1600mm e sul: 22 a 24º e 800 a 1000mm. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5. A região mais húmida a sul de Save, as regiões mais húmidas a sul de 
Save localizam-se à volta da baia de Inhambane e em Xai-Xai com 
valores de Pluviosidade acima dos 1. 400 mm e temperaturas médias 
da ordem dos 26º C. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
UNIDADE Temática: 3.5 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema 
 
Introdução 
Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema III que 
aborda sobre Clima de Moçambique desde o conceito, elementos, 
factores, descrição e sua distribuiçãogeográfica 
 
 
117 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Diferenciar o tempo do clima 
Identificar os factores do clima 
Descrever o clima de Moçambique 
Caracterizar a influência das massas de ar sobre Moçambique 
 ▪ Caracterizar as regiões morfoclimaticas 
 ▪ Caracterizar morfoclimaticamente a costa Moçambicana 
 
▪ Caracterizar zona costeira o clima da de Moçambique 
Exercícios do tema III: Clima 
1. Diferencie tempo de clima 
2. Caracterize os elementos de clima 
3. Caracterize os factores de clima 
4. Quais tipos de clima de Moçambique e como se 
encontramdistribuídos? 
5. Caracterize a circulação geral da 
 atmosfera de Moçambique 
6. Explique o impacto da circulação geral da atmosfera no 
clima de Moçambique 
7. Qual a zona com menos problemas de déficehídrico? 
8. Qual o factor que influencia o clima da zona centro? 
9. Identifica a zona com menos problemas de deficithídrico. 
Justifica a tua resposta 
10. Porque as regiões em volta da baia de Inhambane são mais 
húmidas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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118 
 
 
TEMA – IV: SOLOS DE MOÇAMBIQUE 
UNIDADE Temática 4.1 Introdução. Conceitos, composição e 
características. 
UNIDADE Temática 4.2 Factores de formação e tipos de solos. 
UNIDADE Temática 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique 
UNIDADE Temática 4.4. EXERCÍCIOS deste tema 
 
 
UNIDADE Temática: 4.1 Introdução, Conceitos, classificação dos solos 
 
Introdução 
Devidoa localização geográfica e astronómica, a República de 
Moçambique possui uma grande variedade de solos típicos das 
regiões tropicais. As classificações pedológicas tomam em conta a 
composição mineralógica, a cor, a origem, a idade e os processos 
morfológicos e biológicos recentes. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir solos 
Identificar os factores de formação de solo 
Caracterizar os solos de Moçambique 
 
Conceito de solos 
Geografia de solos, também chamada Pedogeografia, estuda a 
distribuição de solos, as associações características dos solos com a 
vegetação, drenagem, relevo, rochas, clima e o significado dos solos 
na economia e cultura de uma dada região. 
 
 
119 
 
Pedologia, do gregopedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo 
dos solos no seu ambiente natural. É um dos dois ramos da ciência 
do solo, sendo o outro a edafologia. A pedologia estuda a 
pedogénese, a morfologia dos solos e a classificação de solos. 
 
A real natureza do solo como uma entidade isolada, separada do 
material rochoso subjacente, do qual é originário, foi descoberta 
por um geólogo russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. Uma 
classificação apropriada dos solos, baseada em suas características 
inerentes, ao invés de no material geológico do qual são formados, 
foi criada em 1927 pelo geógrafo americano C. F. Marbut. 
 
Solo é a cobertura exterior da maior parte da superfície continental 
da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de 
partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da 
água e dos processos de desintegração orgânica. 
 
COMPOSIÇÃO OU CONSTITUINTES DO SOLO 
Na maior parte dos casos o solo é constituído principalmente por 
matéria mineral sólida, à qual está associada, matéria orgânica. 
Pode, porém, ser quase desprovido da matéria orgânica ou, ao 
contrário, ser formado principalmente por esta, com muito pouca 
matéria mineral. 
 
Em qualquer dos casos contém proporções variáveis de água com 
substâncias dissolvidas (soluções do solo) e ar (atmosfera do solo). 
 
1. Matéria mineral sólida 
O solo pode incluir, em proporções variáveis, fragmentos da rocha 
matriz e minerais; minerais de ordem secundária (resultantes da 
alteração dos minerais primários) como a argila residual, óxidos de 
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Edafologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedog%C3%A9nese
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_dos_solos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_dos_solos
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_solos&action=edit
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_solos&action=edit
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120 
 
cálcio, magnésio, etc. (elementos caloidais);iões minerais, que 
constitui a base de nutrição das plantas, (Ca+, K+, P+, Fe+, AL+…) 
2. Matéria orgânica 
O solo é constituído por restos de plantas e outros organismos, em 
estado mais ou menos de alteração. 
Esta matéria orgânica é habitada por grande número de 
microrganismos em actividade. A água e o ar ocupam os espaços 
intersticiais existentes entre as partículas terrosas. 
Quando os solos contêm mais de 20% de matéria orgânica (caso de 
textura grosseira) ou de 30% (caso de textura média ou fina), em 
espessura superiora a 30 centímetros, são consideradas como solos 
orgânicos. Todos os restantes são solos minerais. 
3. Composição mecânica 
Em consequência de meteorização são formados produtos freáveis 
que têm várias partículas de diferentes dimensões. Estas partículas 
existentes no solo, chamam-se – elementos mecânicos. As 
partículas de dimensões iguais são combinadas em fracções. O 
conteúdo relativo dos elementos mecânicos dos solos chama-se 
Composição Mecânica, em Pedogeografia é expresso em 
percentagem de reservas de solos seco. 
 
Existem padrões especiais para definição da composição, assim por 
exemplo: 
a) A soma de todos os elementos mecânicos do solo possui um 
diâmetro inferior a 0,002mm – é argila fina. 
b) A soma de todos elementos inferiores a 0,02mm – é limo. 
c) O de diâmetro inferior a 2mm – é areia fina. 
 
A composição mecânica exerce influência sobre a formação e 
propriedades dos solos, uma vez que as proporções relativas destes 
diversos lotes são muito variáveis, e permitem definir a sua textura. 
 
121 
 
 
4. Composição química do solo 
A matéria mineral do solo é constituída principalmente por 
oxigénio, Silício, Alumínio e Ferro. Na maior parte dos solos, os 
óxidos de Silício, Alumínio e Ferro somados constituem 90% ou 
mais do peso seco da fracção inorgânica, dominando largamente o 
óxido de Silício com 50 a 70%. 
 
O Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Titânio, Fósforo, Manganés, 
Enxofre, Cloro e outros elementos expressos em óxidos constituem 
assim menos de 10% do peso seco da fracção mineral do solo. A 
proporção de Azoto nos solos depende do teor de matéria orgânica. 
 
A fracção orgânica dos solos contem vulgarmente mais 95% de 
Azoto, e como regra 5 a 60% de Fósforo e 10 a 80% de Enxofre. 
Nos solos minerais, a percentagem do Azoto total em relação ao 
peso dos solos situa-se via de regra entre 0,05 a 0,5 e, na maior 
parte dos casos entre 0,05 e 0,25%. 
Nos solos orgânicos, os compostos orgânicos constituem em quase 
toda a espessura do solo de 20 a 30% até mais de 90% do peso seco. 
 
Gráfico 2. Composição do solo 
 
Fonte: www.google.com.br/composicao-do-solo 
 
 
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
http://www.google.com.br/composicao-do-solo
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122 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 4.1 estudamos os aspectosintrodutórios 
sobre os solos. Pedologia, do gregopedon (solo, terra), é o nome 
dado ao estudo dos solos no seu ambiente natural, foi descoberta 
por V. V. Dokuchaev em 1875. O Solo é a cobertura exterior da 
maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de 
minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas 
pela acção combinada do vento, da água e dos processos de 
desintegração orgânica é composto por matéria mineral sólida, 
matéria orgânica, água e ar. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 
1. Solo é a cobertura exterior da maior parte da superfície continental da 
Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas 
orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos 
processos de desintegração orgânica. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso () 
2. O cientista que deu início ao estudo dos solos, designa-se o geólogo 
russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
3. A composição ou constituintes do solo? Matéria mineral sólida, matéria 
orgânica, água com substâncias dissolvidas (soluções do solo) e ar 
(atmosfera do solo). 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
123 
 
4. Os solos orgânicos são aqueles que contêm mais de 20% de matéria 
orgânica (caso de textura grosseira) ou de 30% (caso de textura média ou 
fina), em espessura superiora a 30 centímetros. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
5. A composição mecânica do solo são as partículas de dimensões diferentes 
resultantes da meteorização dos das rochas que ficam incorporadas no 
solo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
6. A Diferença que existe entre argila fina de areia fina é Argila fina possui 
elementos mecânicos inferiores a 0,002mm e areia fina tem o diâmetro 
inferior a 2mm. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A 
 
 
 
UNIDADE Temática: 4.2. Factores de formação e tipos de solo 
Introdução 
Os diferentes tipos de solos que encontramos no nosso país estão 
relacionados com os vários aspectos que influem na formação dos 
mesmos. Nesta unidade temática iremos abordar sobre a acção dos 
diferentes factores de formação dos solos de Moçambique. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
124 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar os factores de formação dos solos 
Descrever a influência de cada factor na formação dos solos de 
Moçambique 
Descrever os tipos de solos de Moçambique 
 
Factores de Formação dos solos 
Material de origem 
O termo material de origem identifica o material do qual um 
determinado solo se desenvolveu. 
Pode ser a rocha subjacente ao perfil de solo, ou material coluvial 
ou aluvial, ou sedimentos diversos. 
Os solos desenvolvidos in situ da rocha ou do material consolidado 
subjacente são considerados autóctones e os solos sem relação 
com a rocha subjacente são alóctones, isto é, formados em material 
transportado proveniente de outra rocha. Em regiões tropicais e 
subtropicais, o solo pode estar separado da rocha inalterada 
subjacente por algumas dezenas de metros de regolito. 
 
Neste caso, o regolito é o material de origem do solo. As 
características do material de origem que influem na formação do 
solo são: o grau de consolidação, a granulação ou textura, a 
composição química e mineralógica e a estrutura da rocha. O grau 
de consolidação da rocha condiciona a velocidade da meteorização. 
Rochas pouco consolidadas (por ex., arenito) favorecem o 
desenvolvimento de solos mais profundos em comparação às 
rochas consolidadas (por ex., granito). 
 
Clima 
O factor clima é constituído por vários componentes, como a 
precipitação pluviométrica, a temperatura, o vento, a insolação, a 
 
125 
 
humidade relativa do ar, a evaporação, que atuam na formação do 
solo. As precipitações pluviométricas determinam a disponibilidade 
de água para as reacções químicas e a remoção dos constituintes 
solúveis. 
A temperatura afecta a velocidade das reacções químicas e, 
juntamente com o vento, acelera a evapotranspiração. As chuvas 
que atingem o solo podem ser: (1) retidas pelas forças matriciais do 
solo, (2) percolar através do solo, removendo partículas (eluviação, 
iluviação) ou elementos (lixiviação), ou (3) escorrer 
superficialmente, causando erosão. Para avaliar a influência da 
quantidade de chuvas na pedogênese de um solo, considera-se a 
diferença entre a precipitação pluviométrica e a evapotranspiração 
(P – EVT) como sendo a água excedente disponível para a 
meteorização e lixiviação. 
 
O clima, além de influir directamente na alteração das rochas e 
minerais, bem como na erosão dosmateriais alterados, também 
atua no desenvolvimento dos organismos vivos, que por sua vez, 
afectam o solo. Assim, o tipo de formação vegetal sobre um solo 
está relacionado ao clima (quantidade e distribuição de chuvas, 
temperatura, insolação, etc.), bem como ao solo. Por isso, a 
descrição da vegetação é um complemento importante na 
descrição das condições climáticas locais. 
 
Organismos vivos 
O factor organismos vivos compreende a flora e a fauna 
desenvolvida no solo. O seu efeito no solo pode ser visualizado em 
várias etapas. Num estádio inicial, líquenes e musgos povoam as 
rochas, extraindo elementos pelo contactodirecto, produzindo uma 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
126 
 
alteração incipiente das rochas que serve de substrato para os 
colonizadores seguintes. 
 
O processo de colonização chega ao auge quando houver substrato 
(= solo) capaz de sustentar espécies vegetais superiores. 
Parte dos nutrientes retirados pelas plantas retorna ao solo através 
dos resíduos orgânicos. Assim como a vegetação atua como factor 
de formação do solo, o solo (juntamente com o clima) é um 
condicionador do tipo de formação vegetal que nele se estabelece. 
 
Relevo 
Os solos ocupam segmentos de uma paisagem, a qual tem 
diferentes formas de relevo (plano, ondulado, montanhoso, etc.). 
As formas de relevo condicionam os fluxos de água através da 
paisagem, favorecendo a infiltração da água nas posições menos 
íngremes e o escorrimento superficial erosivo nas posições mais 
íngremes. Lembrando que a água é necessária para as reacções 
químicas (hidratação, hidrólise, oxi-redução, etc.), atua no 
transporte de partículas e na lixiviação de íons, e é essencial aos 
organismos que vivem no solo, entende-se o efeito do relevo como 
factor de formação do solo. 
 Existe, portanto, uma relação solo-relevo ou solo-paisagem, cuja 
compreensão é facilitada quando se subdivide a paisagem em 
vários segmentos. Os solos que ocupam os diferentes segmentos 
numa paisagem estão interligados através dos fluxos da água, os 
quais atuam no deslocamento de materiais, suspensões e soluções 
ao longo das paisagens, ecossistemas e solos. 
 
Desta maneira, os processos que ocorrem naqueles solos situados 
nas partes mais altas da paisagem também irão afectar os solos das 
cotas mais baixas. Este encadeamento de solos numa paisagem é 
definido pelo termo catena (do Latim, catena = cadeia de elos) ou 
 
127 
 
topo sequência, na qual os solos (“que ocupam os diferentes elos 
da cadeia”) diferem em função da erosão, do transporte e da 
deposição superficial de material, bem como pelos processos 
subsuperficiais que atuam ao longo do declive 
(lixiviação, translocação, deposição de materiais). 
 
Tempo 
Pouco se sabe a respeito da velocidade de formação dos solos, a 
não ser que é muito lenta. Nas zonas temperadas do hemisfério 
norte submetidas à glaciação, a pedogênese recomeçou nos 
sedimentos deixados pelas geleiras entre 10.000 e 20.000 anos 
atrás. É, portanto, possível estimar taxas de formação para os 
respectivos solos a partir destas datações. 
 
Ao contrário destas regiões, a ausência de glaciações nos trópicos e 
subtrópicos permitiu a continuidade do intemperismo e da 
pedogênese. Isto explica o intemperismo avançado, a baixa reserva 
em nutrientes e a elevada acidez da maioria dos solos tropicais e 
subtropicais. 
Acção humana – fator antropogênico 
As características de um solo, adquiridas lentamente (em milhares 
de anos) sob a influência dos factores ambientais naturais, podem 
ser rapidamente (desde poucos dias a dezenas ou centenas de 
anos) modificadas pela acção humana. Em termos globais, esta 
acção vem se intensificando e ampliando ao longo do tempo. 
 
Pesquisas arqueológicas mostram que as antigas civilizações da 
Mesopotâmia e do México faziam uso intensivo do solo para a 
produção agrícola, abastecendo grandes centros urbanos. A 
decadência e desaparecimento destas civilizações são atribuídos 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
128 
 
em parte à degradação de seus solos agrícolas, por efeitos erosivos 
ou salinização. Modernamente, as extensões de solos degradados 
vem sendo continuamente ampliadas na superfície terrestre, não 
se restringindo aos países subdesenvolvidos. 
 
Os efeitos prejudiciais colaterais são visíveis na degradação do solo 
e do ecossistema. Por isso, o uso do solo deve ser baseado na sua 
aptidão ao objectivo proposto, o que envolve uma avaliação de 
riscos e benefícios decorrentes da utilização pretendida. 
 
Tipos de Solos 
As condições geológicas a diferenciação microclimática, o regime 
hídrico e a natureza química da rocha-mãe, permitem o 
desenvolvimento de solos intrazonais. Ao nível regional e local a 
ocorrência dos solos azonais, relaciona-se com a localização e 
posição geográficas, a cobertura vegetal e com processos 
geomorfológicos e pedogenéticos recentes. 
Segundo MUCHANGOS, (1999: p 71), os solos moçambicanos 
predominam materiais ferruginosos e aluminosos, sendo por isso, 
considerados pedalféricos ou ferralíticos. 
Quanto a cor os solos mais abundantes são cinzentos-pardos e 
pardo-avermelhados, mas também ocorrem com frequência solos 
cinzentos e amarelados. 
Quanto texturado substrato da rocha-mãe condiciona a 
diferenciação entre solos residuais pedrogosos, solos litólicos, 
arenosos, argilosos e limosos. 
Os solos residuais são os que se desenvolvem a partir do soco 
cristalino granítico-gnéissico e de formações vulcânicas que de 
onde em onde, o interrompem. Trata-se, em geral de solos 
ferralíticos ou fersialíticos. 
 
129 
 
Os solos pouco evoluídos são solos minerais com horizontes 
genéticos pouco diferenciados e que apresentam uma distribuição 
irregular do material orgânico. Com efeito, eles apresentam no seu 
perfil horizontes incompletos, em razão da sua idade recente ou da 
curta duração dos processos pedogénicos. Neste grupo são 
incluídos solos aluvionares, os regosolos, os litosolos, os solos 
litólicos, os solos hidromórficos e halomórficos. Os solos 
aluvionares podem ser fluviais, lacustres e marinhos consoante a 
dominância dos factores e processos de sua formação. Eles são 
formados, em geral, a partir de depósitos de aluviões recentes, 
sendo, no entanto, enriquecidos progressivamente por novos 
materiais aluviais. 
No caso de regosolos, a sua formação resulta de materiais não 
consolidados, que formam depósitos espessos e uniformes. A sua 
granulometria e mineralogia são variadas. São em geral, solos 
arenosos, muito permeáveis e de vida variável. Estes solos são 
considerados psamo-hidromórficos quando a sua textura é 
grosseira e possui uma pequena percentagem de argila, com ou 
sem húmus. Derivados de rocha consolidada e ligeiramente 
alterados a partir de menos de 10 – 15 cm de profundidade são os 
litosolos. 
O seu perfil apresenta normalmente uma textura grosseira com 
horizonte A pouco ou nada humífero. Podem derivar de rochas 
calcárias, ocorrem geralmente em terreno ondulado a mais ou 
menos acidentado ou montanhoso, com maior ou menor 
frequência de afloramentos rochosos. 
Solos litólicos possuem o Horizonte A mais ou menos expresso, mas 
não humífero, encontrando-se a rocha muito pouco meteorizada a 
partir da profundidade superior a 10 – 15 cm; ou com horizonte A 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
130 
 
humífero e podendo a rocha consolidada, pouco ou nada 
meteorizada, encontrar-se a uma profundidade menor. Com 
proporção de argila variável, mas sempre insuficiente para estar na 
origem da diferenciação de níveis com características de horizonte 
B são os solos sialíticos. O seu Horizonte C pode ser delgado ou pelo 
contráriomuito espesso. No caso dos vertisolos, eles se 
desenvolvem sobre sedimentos não-consolidados de natureza 
calcária ou ainda sobre basaltos. A sua textura vária de fina a 
grosseira e a cor de pardo-acinzentada a pardo- avermelhada. 
Os solos acídicos são minerais mais ou menos evoluídos, que se 
formam tipicamente sob climas de natureza árida ou semiárida. 
Eles apresentam em determinadas épocas do ano elevados deficit 
de água necessária as plantas. São geralmente pardo-cinzentos ou 
pardo- avermelhados. Quando mostram evidências de tendências 
para salinização, são designados halomórficos. Por vezes também 
apresentam crostas carbonatadas. 
Os solos fersiáliticos são solos zonais tropicais minerais de perfil 
completo com reserva mineral alterável, variável consoante a 
natureza da rocha-mãe e com elevado grau de saturação. O 
substrato geológico é constituído por rochas cristalinas quartzíferas 
ou por sedimentos não consolidados. São designados 
eutrofersialíticos, quando apresentam uma textura fina e psamo- 
fersialíticos quando a textura é mais grosseira. Em alguns casos eles 
apresentam no horizonte B mais do que 30% de minerais de argila, 
sendo esta de carácter muito fortemente sialítico. Eles abrem 
fendas largas e profundas no estacão seca, mostrandoevidências de 
infiltração de materiais de níveis superiores para níveis inferiores. 
Estes processos são, muito comuns em variados tipos litológicos e 
nas mais diversas condições climáticas e os solos apresentam as 
tonalidades mais diversas, desde o pardo ao avermelhado. 
 
131 
 
Os solos ferralíticos são típicos das regiões tropicais, com as duas 
estacões do ano marcadamente distintas. Eles tanto se 
desenvolvem a partir de rochas eruptivas e metamórficas, como de 
rochas sedimentares. A sua fisionomia característica é a cor 
vermelha, que resulta dos intensos processos químicos de 
meteorização, que libertam óxidos de ferro. Se apresentam textura 
grosseira no seu substrato arenoso de origem sedimentar, designa-
se por psamo- ferralíticos. São designados paraferralíticos quando 
formados em meios de alteração ferralitica mas com perturbações 
no processo de evolução provocadas pela influência do relevo. 
Estas perturbações podem ser profundadas que se reflectem no 
perfil e na difusa diferenciação dos horizontes. 
Os solos hidromórficos, devido à sua posição topográfica em 
depressões estão sujeitas à influência permanente ou temporária 
das águas subterrâneas. A proximidade do lençol freático, onde são 
intensos os processos de oxidação-redução junto à superfície, 
provoca a formação de um horizonte glei ou pseudoglei. No seu 
perfil, pouco diferenciado, os solos hidromórficos apresentam um 
substrato argiloso acinzentado normalmente com abundante 
matéria orgânica e por vezes material grosseiro. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 4.2 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos relacionados os factores de 
formação e tipos de solo. Os factores de formação dos solos 
sãoa rocha-mãe, organismos, vivos, o relevo, o clima e o 
tempo (idade), cada um deste elemento influência para a 
formação dos diferentes tipos de solo que encontramos no 
nosso Pais. Assim segundo a variação destes elementos e 
associados a localizaçãogeográfica temos os solos zonais, 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
132 
 
azonais e intrazonais, com cores, texturas diferentes. Desde 
os residuais, os poucos evoluídos das regiões mais altas 
atéaos hidrográficos das depressões. 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha e Verdadeira ou Falso) 
1. Os factores de formação dos solos 
A. Material de origem, clima, organismos vivos, relevo, tempo, acção 
humana. 
B. A composição ou constituintes do solo são Matéria mineral sólida, 
matéria orgânica, água com substâncias dissolvidas (soluções do 
solo) e ar (atmosfera do solo). 
C. Alternativa A está correcta 
D. Alternativa B e C estão correcta 
 
2.Catena é definida como encadeamento de solos numa paisagem, 
na qual os solos (que ocupam os diferentes elos da cadeia) diferem 
em função da erosão, do transporte e da deposição superficial de 
material, bem como pelos processos subsuperficiais que atuam ao 
longo do declive (lixiviação, translocação, deposição de materiais). 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3.O material que podemos encontrar nos solos de Moçambique é: 
A. Ferruginoso e aluminosos; 
B. São catenas; 
C. Todas as alternativas estão corretas; 
D. Todas alternativas estão erradas 
 
4. Os tipos de solos que encontramos em Moçambique são: 
A. Argiloso e Arenoso e Aluminoso; 
B. Zonais, azonais e intrazonais; 
C. Todas as alternativas estão corretas; 
D. Nenhuma das anteriores está correcta 
 
5. Quanto a textura e substrato da rocha mãe, os tipos de solos que pode 
se encontrar em Moçambique é Solos residuais pedrogosos, solos 
litólicos, arenosos, argilosos e limosos. 
A. Verdade ( ) 
 
133 
 
B. Falso ( ) 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-B; 5-A 
 
 
 
UNIDADE Temática: 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique 
Introdução 
O solo de Moçambique tem uma ampla distribuição, que esta 
relacionada com os factores da sua formação, ou seja, 
característicasfísicas que cada região apresenta. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar os tipos de solos 
Descrever a distribuição dos solos 
Descrever os factores que influenciam na distribuição dos solos 
 
Factores da distribuição de diferentes solos em Moçambique 
A repartição territorial dos solos moçambicanos, corresponde em 
grande medida à estrutura territorial geológica e climática do país. Ela 
reflecte também a influência dos desníveis altitudinais e da 
continentalidade sobre os processos da formação dos solos. Estes 
factores contribuem para a ocorrência de solos zonais típicos das regiões 
tropicais e subtropicais. 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
134 
 
Factores específicos regionais da distribuição dos solos 
 A diferenciação microclimática, o regime hídrico e a natureza química 
da rocha-mãe, permite o desenvolvimento de solos intrazonais. Ao nível 
regional e local a ocorrência dos solos azonais, relaciona-se com a 
localização e posição geográficas, a cobertura vegetal e com processos 
geomorfológicos e pedogenéticos recentes. 
Apesar das variações das rochas e do relevo serem muito importantes e 
expressivas na determinação dos tipos de solos, e evidente uma certa 
zonalidade na repartição das principais unidades pedológicas. 
 
Distribuição dos solos em Moçambique 
No Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos 
ferralíticos, fersialíticos e sialíticos. Estes solos ocorrem nos complexos 
granito-gneissicos do Norte de Moçambique até ao vale do rio 
Zambeze e uma grande parte das províncias de Tete, Sofala e Manica. 
Recursos Pedológicos nos aplanamentos e nas vertentes das principais 
cadeias montanhosas de rochas cristalinas e vulcânicas eles constituem 
espessos depósitos que, em condições propiciais, permitem a 
ocorrência de materiais lateríticos e/ou laterites. Em regiões com 
condições de humidade favoráveis e em estreita ligação com o relevo, 
eles apresentam uma cor avermelhada nos topos, alaranjada nas 
encostas e parada a acinzentada nas depressões. 
Esta sequência, conhecida normalmente por catena, ocorrem também 
em outros tipos de rochas incluindo as rochas sedimentares, com 
tonalidades muito diversas, desde que o relevo seja expressivo. Nas 
regiões de grande latitude quando o solo contém laterites ou material 
laterítico, formando carapaças espessas cobrindo a rocha- mãe, notam-
se evidências de degradação, frequentemente em forma de coluviões. 
Estes solos constituíram nos pluviaisantigos e são de uma maneira geral 
ricos, sob ponto de vista agrícola. É neste tipo de solos que se 
 
135 
 
desenvolvem as culturas de maior significado económico tais como o 
milho, tabaco, chá, algodão e fruteiras. 
Na maior parte do Sul de Moçambique - e em todo litoral, os solos 
zonais desenvolvem-se a partir de sedimentos não consolidados. São em 
geral solos de idade recente (Quaternário), com horizontes 
indiferenciados e com constantes alterações no seu perfil. Solos 
ferralíticos e fersialíticosde origem calcária são muito comuns nas 
terras áridas do litoral de Cabo Delgado e de Inhambane, bem como em 
extensas áreas a Sudoeste de Maputo, particularmente sobre formações 
cretácicas. 
No litoral e sublitoral - os solos arenosos de dunas antigas e 
recentes revelam a irrelevância da influência dos processos de 
formação sobre a natureza da rocha-mãe e em contrapartida a 
importância da duração da acção dos factores climáticos e da 
cobertura vegetal. 
Nasmargens dos rios e suas depressões - os solos aluvionares 
fluviais acinzentados, constituem depósitos do 
Quaternárioaluvião. A sua maior área de dispersão localiza-se nas 
margens dos rios Zambeze, Púnguè, Búzi, Limpopo, Incomati, 
Umbeluzi. Em manchas de menores dimensões, os solos 
aluvionares fluviais ocorrem também ao longo dos cursos de água 
no interior das províncias ao Sul do rio Save e em toda faixa costeira 
e subcosteira ao Norte e ainda nos planaltos de Mueda e de 
Macomia. 
É neste tipo de solos arenonos fluviais que se desenvolvem algumas 
das principais culturas: cajueiro, arroz, hortícolas. Nesta categoria 
dos solos das baixas são incluídos os solos hidromórficos, muito 
representativos nos vales dos rios Urema e Zangue, em Mopeia e 
Marromeu e em várias planuras do Norte e Centro do país. Quando 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
136 
 
representam membros inferiores das catenas designam-se por 
dambos e noutros casos por tandos, cujas áreas de dispersão 
constituem santuários privilegiados para uma fauna diversificada. 
Nas montanhas de Chimanimani -solos hidromórficos, 
apresentam um horizonte superficial espesso e com elevada 
percentagem de matéria orgânica, com carácter turfoso. Solos com 
características semelhantes ocorrem na faixa arenoso litoral e 
sublitoral ao Sul do rio Save, nomeadamente nos vales dos rios 
Incomati, Limpopo e Futi onde se conhecem por machongos, muito 
utilizados para o cultivo do arroz e da bananeira. Em fundos secos 
dos vales interdunares no litoral ao Sul do rio Save, ocorrem 
manchas, solos arenosos com concreçõesdiatómicas de origem 
Quaternária. 
Nas areias não aluviais de clima semi-árido - onde a pluviosidade é 
inferior a 600 mm e a temperatura média anual é da ordem de 24º 
C, conhecidas em algumas regiões ao Sul do rio Save por mananga, 
predominam solos cinzentos de horizonte superficial arenosos com 
subsolos muito compactos. A estes subsolos, cimentados em certos 
perfis, segue-se em regra, um horizonte franco- argiloso-arenoso, 
rico em concreções calcárias e elementos grosseiros quartzosos. 
Nestes solos é vulgar a presença destes elementos grosseiros, à 
superfície, numa delgada película não uniforme, o que lhe confere 
um aspecto superficial rosado. Na sua distribuição geográfica 
destacam-se o Médio Limpopo e grande parte do alto Changane e 
nas regiões arenosas do interior de Inharrime, Panda, Homoine, 
Morrumbene, até Mabote. Eles ocorrem em algumas áreas de 
terraços antigos dos rios Incomati, Umbeluzi e Maputo. Estes solos 
desenvolvem-se em áreas quase planas, a muito suavemente 
onduladas, a partir de depósitos sedimentares não consolidados. 
 
137 
 
No litoral, sem grande expressão espacial, ocorrem solos salinos 
de origem oceânica que associadas as condições estuarinas 
permitem a fixação e o desenvolvimento de ecossistemas ricos em 
espécies animais e vegetais e importantes sob o ponto de vista 
económico. 
Por fim, o Homem exerce grande influência na alteração e criação 
de regiões pedológicas através da sua acção de devastação da 
vegetação e de cultivo de plantas, de adubação, de irrigação, de 
drenagem, construção de terraços e outras obras e técnicas 
agrícolas. 
Para MICOA (S/a; p26) a distribuição dos solos de Moçambique resume-se 
da seguinte maneira: 
Na região norte do país, onde predominam rochas do précâmbrico 
e considerável precipitação, os solos predominantes são: os 
argilosos, variando entre os franco-argilosos-avermelhados que 
ocupam a maior área e que são mais vulneráveis à erosão e os solos 
argilosos vermelhos e acastanhados profundos, com boa 
permeabilidade e drenagem, menos susceptíveis á erosão. No 
litoral da região norte, a presença de rochas do fanerozoico deram 
origem a outro tipo de solos. São solos arenosos de dunas costeiras 
e de origem fluvial os que mais predominam. 
 
Na zona centro, predominam os franco-argilo-arenosos 
avermelhados, mas existem consideráveis extensões de solos 
franco-argilo-arenosos acastanhados ao sul da província de Tete. 
Ao longo da bacia do Zambeze, no curso médio e inferior deste rio, 
os solos fluviais, com elevada fertilidade, tomam lugar, misturando-
se primeiro com os anteriores e tornando-se mais predominantes 
na costa. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
138 
 
Ao sul do país, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade 
e de baixo poder de retenção de água. Ao longo dos vales dos rios, 
encontram-se solos fluviais de alta fertilidade. Ao longo da fronteira 
e associando-se à cadeia dos Libombos, existem solos delgados, 
poucos profundos e muito pouco aptos para a agricultura. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 4.3 estudamos e discutimos 
conteúdosrelacionados com os factores de distribuição dos solos 
em Moçambique. A repartição territorial dos solos moçambicanos, 
corresponde à estrutura territorial geológica e climática do país, os 
desníveis altitudinais e da continentalidade sobre os processos da 
formação dos solos. Estes factores contribuem para a ocorrência de 
solos zonais típicos das regiões tropicais e subtropicais. Assim, a 
Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos 
ferralíticos, fersialíticos e sialíticos; a Sul, Solos ferralíticos e 
fersialíticos de origem calcária, No litoral e sublitoral - os solos 
arenosos de dunas antigas; Nas margens dos rios e suas depressões 
- os solos aluvionares fluviais acinzentados; Nas areias não aluviais 
de clima semiárido solos cinzentos de horizonte superficial 
arenosos com subsolos muito compactos e no litoral os solos 
salinos de origem oceânica. 
 
 
Exercícios de -AVALIAÇÃO 
GRUPO- (Multipla escolha e Verdadeiros ou Falso) 
1. Os factores da distribuição dos solos em Moçambique é estrutura 
territorial geológica e climática do país, os desníveis altitudinais e da 
continentalidade sobre os processos da formação dos solos. 
 
139 
 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
2. Os factores específicos regionais da distribuição dos solos em 
Moçambique são: 
A. A diferenciação microclimática, 
B. O regime hídrico e a natureza química da rocha-mãe, 
C. A localização e posição geográficas e cobertura vegetal e com 
processos geomorfológicos e pedogenéticos recentes; 
D. Todas as alternativas estão correctas 
 
3. Descrevendo a distribuição dos tipos de solos em cada área: 
A. No Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos 
ferralíticos, fersialíticos e sialíticos; Solos ferralíticos e fersialíticos de 
origem calcária; 
B. Sul de Moçambique - em todo litoral, os solos zonais Solos ferralíticos 
e fersialíticos de origem calcária; No litoral e sublitoral - os solos 
arenosos de dunas antigas; Nas margens dos rios e suas depressões - 
os solos aluvionares fluviaisacinzentados, constituem depósitos do 
Quaternário-aluvião; 
C. Nas montanhas de Chimanimani - solos hidromórficos, Nas areias não 
aluviais de clima semi-árido solos cinzentos de horizonte superficial 
arenosos com subsolos muito compactos; No litoral, sem grande 
expressão espacial, ocorrem solos salinos. 
D. Todas as alternativas estão correctas 
 
4. Relacionando a distribuição dos solos segundo Muchangos com a 
do MICOA: 
A. Na região norte do país os solos predominantes são: os argilosos, 
variando entre os franco-argilosos-avermelhados; franco-
argiloarenosos acastanhados; 
B. Na zona centro, predominam os francoargilo-arenosos avermelhados; 
Ao sul do país, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade e 
de baixo poder de retenção de água. 
C. Apenas alternativa B e C estão correta; 
D. Alternativa A está correcta 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
140 
 
Respostas: 1-A; 2-D; 3-D; 4-C 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática: 4.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema 
Introdução 
Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema IV que 
aborda sobre solos de Moçambique desde o conceito, elementos, 
factores, descrição e sua distribuiçãogeográfica 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar os factores de formação de solo 
Caracterizar os solos de Moçambique 
Descrever a influência de cada factor na formação dos solos de 
Moçambique 
 ▪ Descrever a distribuição dos solos 
 ▪ Descrever os factores que influenciam na distribuição dos solos 
 
Exercícios do tema IV: Solos 
1. Qual a composição ou constituintes do solo? 
2. Diferencia Pedogeografia e pedologia 
3. Descreva cada constituinte do solo 
4. Diferencie composiçãoquímica de composiçãomecânica do 
solo 
5. Que material podese encontrar nos solos de Moçambique? 
Justifique a tua resposta. 
6. Quanto a textura e substrato da rocha mãe, que tipos de 
solos podem se encontrar em Moçambique? 
 
141 
 
7. Indique o elemento principal que condiciona a ocorrência de 
cada tipo de solo em cada área destinta de Moçambique 
8. Relacione a distribuição dos solos segundo Muchangos com 
a do MICOA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
142 
 
TEMA – V: HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE. 
Unidade tematica 5.1. Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e 
bacias hidrográficas seus rios e seus usos. 
Unidade tematica 5.2. Usos múltiplos das bacias hidrográficas 
Unidade tematica 5.3 Águas subterrâneas 
Unidade tematica 5.4 O canal de Moçambique e a Plataforma 
continental 
Unidade tematica 5.5 Ecossistemas costeiros 
 e espécies ameaçadas 
Unidade tematica 5.6 A poluição das águas oceânicas no litoral de 
Moçambique 
 
UNIDADE Temática: 5.1 Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e bacias hidrográficas e 
seus rios 
 
Introdução 
Neste capitulo irá se abordar o assuntos relacionados com: 
Hidrografia que é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas 
do planeta Terra, as principais bacias hidrográficas e seus rios, Usos 
múltiplos das bacias hidrográficas. O canal de Moçambique e a 
Plataforma continental ,Ecossistemas costeiros e espécies 
ameaçadas e as formações lacustres de Moçambique . 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir rios lagos e mares 
Identificar os principais rios de Moçambique 
Descrever as características dos rios Moçambicanos 
Hidrologia 
 
143 
 
Hidrologia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do 
planeta Terra. 
Os mapas dos mares e das partes navegáveis dos rios servem não 
apenas para mostrar a profundidade das águas, mas também a 
amplitude das marés, velocidade e direcção das correntes, a forma 
do litoral e até a natureza do fundo do mar, para fins de navegação. 
Esses dados oceanográficos obtidos com esse estudo, têm sido 
úteis para pesquisas submarinas, procura de petróleo e gás natural. 
 
Hidrografia é a ciência que descreve as características físicas e as 
condições da água na superfície da Terra, principalmente as massas 
de água para navegação. 
A definição actual da hidrologia deve ser ampliada para incluir 
aspectos de qualidade da água, ecologia, poluição e 
descontaminação 
O objecto de estudo da Hidrogeografia é a Hidrosfera, que é 
composta pelas águas em estado sólido (glaciares e calotes de 
gelo), líquido (oceanos, mares, lagos, rios e toalhas aquíferas) e 
gasoso (vapor de água). 
 
Entretanto a maior parte do corpo teórico da Hidrogeografia 
provém da Hidrologia, que é a ciência que estuda a ocorrência, 
distribuição e circulação da água na Terra, bem como as suas 
propriedades físicas e químicas e as suas relações com o Ambiente, 
incluindo as relações com os seres vivos. Porem o objectivo 
principal da Hidrogeografia será o estudo da ocorrência, repartição 
geográfica, circulação da água doce no Planeta, bem como das 
principais consequências da sua utilização pelo Homem, às escalas 
global, regional e local. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
144 
 
Rio: curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou 
mar. 
Lagoa: depressão não muito profunda coberta por água doce ou 
salgada. 
Lago: grande massa de águaconfinada em um terreno profundo e 
cercada de terra. Os lagos são classificados segundo a sua origem 
em glaciários, tectónicos e vulcânicos, de barragem, tectónicos, 
cársicos e residuais ou endorreicos. 
 
Em Moçambique pela sua posiçãogeográfica encontramos todos os 
corpos hidrológicos acima mencionados e outros. 
A água, é um recurso público e o seu abastecimento é da 
responsabilidade do Estado. A sua administração implica uma 
contínua tomada de decisões em assuntos tais como a construção 
de infra-estruturas; sua operacionalidade e manutenção; tarifas; 
normas para a quantidade de água ambiental, entre outras MICOA, 
(S.A: p 43). 
 
Sendo assim a água deve ser e estar acessível a população tanto 
urbana quanto a que se encontrar no meio rural. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.1 estudamos e discutimos 
fundamentalmente aspectos introdutórios da hidrologia. Hidrologia é a 
ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra e 
associa-se a hidrografia que é a ciência que descreve as características 
físicas e as condições da água na superfície da Terra, principalmente as 
massas de água para navegação. Actualmente a definição da hidrologia 
alargou-se para incluir aspectos de qualidade da água, ecologia, 
poluição e descontaminação. Tem como objecto de estudo a hidrosfera. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla escolha) 
 
145 
 
1. 1.A Hidrologia é: 
A. A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra; 
B. A ciência que estuda principais bacias hidrográficas de Moçambique; 
C. A ciência que estuda curso de água natural que desagua em outro 
curso, lago ou mar; 
D. Todas alternativas anteriores estão corretas. 
 
2. Hidrografia é: 
A. Parte da geografia que estuda a hidrosfera; 
B. A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra; 
C. A ciência que estuda curso de água natural que desagua em outro 
curso, lago ou mar; 
D. Nenhuma das anteriores esta correcta. 
3.Qual o objecto de estudo da hidrologia 
A. Objecto de estudo é Oceano; 
B. Objecto de estudo é a Hidrosfera; 
C. Objecto de estudo é todos rios e lagos do mundo; 
D. Todas alternativas anteriores estão correcta 
 
4.Defina rios 
A. Rio: curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou mar; 
B. Rio: depressão não muito profunda coberta por água doce ousalgada; 
C. Rio: A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta 
Terra; 
D. Todas alternativas anteriores estão correcta 
 
5.Defina lagos 
A. Lago: grande massa de águaconfinada em um terreno profundo e 
cercada de terra. 
B. Lago: depressão não muito profunda coberta por água doce ou 
salgada; 
C. Lago: depressão não muito profunda coberta por água doce ou 
salgada. 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
146 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; 5-A 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Verdadeira ou Falso) 
1. Hidrologia é definida como ciência que pesquisa e mapeia todas as 
águas do planeta Terra. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. A diferença existente entre lagoas de lagos é: Lago é grande massa 
de água confinada em um terreno profundo e cercada de terra, ao passo 
que Lagoa é depressão não muito profunda coberta por água doce ou 
salgada; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
3. O objecto de estudo da hidrologia são os Oceanos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4. Os lagos são classificados segundo a sua origem: 
A. Em glaciários, tectónicos e vulcânicos; 
B. Em de barragem, tectónicos e cársicos; 
C. Em residuais ou endorreicos; 
D. Todas as alternativas estão correcta 
 
 
Resposta: 1-A; 2-A; 3-B; 4-D; 
 
 
UNIDADE Temática: 5.2 Principais bacias hidrográficas e seus rios 
 
Introdução 
Nesta unidade temática iremos abordar sobre as principais bacias 
hidrográficas de Moçambique, tendo em conta que elas incluem 
não apenas o rio principal, mas também os seus afluentes e 
subafluentes. Em Moçambique existem várias bacias hidrográficas 
 
147 
 
a maioria compartilhadas com os países vizinhos e neste sentido irá 
se abordar sobre as características que os rios que incluem estas 
bacias. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir bacias hidrográficas 
Identificar as principais bacias hidrográficas 
Caracterizar os rios Moçambicanos 
 
Conceito de Bacia Hidrográfica 
Segundo Yoshizane (2005) bacia hidrográfica é a superfície do 
terreno, drenada por um rio principal (talvegue) com seus afluentes 
e subafluentes. A ideia de bacia hidrográfica está associada à noção 
da existência de nascentes, divisores de águas e características dos 
cursos de água, principais e secundários, denominados afluentes e 
subafluentes. 
 
As principais bacias Hidrográficas de Moçambique 
Segundo MUCHANGOS, (1999: p 44) das cerca de 25 bacias 
hidrográficas principais que drenam o país são de destacar de norte 
para sul as seguintes: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, 
Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, 
Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e 
recebe mesmo nome das bacias. 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
148 
 
Caracterização dos principais rios de Moçambique 
Os grandes cursos de água moçambicanos são de abastecimento 
predominantemente pluvial, de regime periódico, apesar de a 
maioria dos seus afluentes serem de regime ocasional. 
Todos os rios, com excepção dos rios Licungo, Ligonha e Messalo, 
são partilhados com outros países: os rios Maputo, Umbeluzi e 
Incomati, são partilhados com a África do Sul e a Swazilândia; o rio 
Limpopo partilhado com a África do Sul, Zimbabwe e Botswana; os 
rios Púngoé, Buzi e Save, por sua vez partilhados com o Zimbabwe; 
o rio Zambeze, considerado um dos maiores de África, é partilhado 
com os territórios de Angola, Namíbia, Botswana, Zâmbia, 
Zimbabwe, Malawi e Tanzânia. 
Com excepção do rio Rovuma, que serve de fronteira natural com a 
Tanzânia, Moçambique localiza-se no último troço de todos os rios 
internacionais, o que revela a sua dependência de água, 
relativamente aos países a montante. Na região sul do país, a 
dependência é maior se se considerar que apenas 10% do 
escoamento dos respectivos rios é originado pela chuva. 
A maior parte dos rios de Moçambique corre de oeste para leste, 
devido à configuração do relevo, e atravessam sucessivamente 
montanhas, planaltos e planícies, desaguando no Oceano Índico. 
Assim sendo os principais rios de Moçambiquetêm as suas 
nascentes nos países vizinhos, excepto no norte do país em que a 
maioria tem a sua bacia hidrográfica totalmente em Moçambique. 
 
As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas 
por factores climáticos, registando os máximos na época das 
chuvas e os mínimos na estação seca. 
Nas terras altas os rios possuem grande capacidade erosiva e 
constituem cascatas, limitando por isso a navegabilidade. Nas 
planícies, formam meandros e depositam as suas aluviões ou 
 
149 
 
formam lagoas e pântanos. Para além do relevo, a natureza dos 
solos também influencia o caudal, a estrutura e o padrão da rede 
hidrográfica 
Mapa 11. Bacias hidrográficas 
 
Fonte: MINED (1986) 
As formações lacustres de Moçambique 
Em Moçambique existe um elevado número de lagos e lagoas 
naturais de diferentes origens para além das albufeiras, 
considerados lagos artificiais. 
 
Os lagos são objectos aquáticos de grandes dimensões a sua origem 
e desenvolvimento estão relacionados com factores endógenos, 
MUCHANGOS, (1999: p 60). 
 
Os lagos tectónicos mais importantes pelas suas dimensões são 
Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua, localizados na zona noroeste 
do país (Muchangos, 1999). 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
150 
 
Lagos de origem endógenas (tectónicos) 
Os lagos endógenos ocupam as formas negativas criadas por forcas 
e movimentos endogénicos, como é o caso dos lagos de 
Moçambique Setentrional, em que as depressões são elementos do 
relevo falhado típico da África Oriental. Os lagos tectónicos mais 
importantes pelas suas dimensões são Niassa, Chiúta, Amaramba e 
Chirua situados na parte Noroeste do país. 
 
O lago Niassa 
É o maior lago natural de Moçambique. Localiza-se na parte 
ocidental da província do mesmo nome, numa depressão tectónica 
encaixada entre rochas cristalinas, constituindo um verdadeiro mar 
interior. Dos 28.678 km2 de extensão, apenas 
7.000 km2 pertencem a Moçambique e os restantes ao Malawi. 
 
O lago Niassa tem forma alongada, com encostas 
predominantemente íngremes e margens rectilíneas de norte para 
sul, sendo o seu comprimento máximo de cerca de 600 km, dos 
quais metade em território moçambicano. A sua largura varia entre 
15 e 90 km e o nível médio das suas águas situa-se a cerca de 472 
m acima do nível médio das águas do mar. A sua profundidade 
máxima, sensivelmente na parte central do lago, é de 706 m. No 
lagoNiassa a pesca, o turismo e a recreação são actividades 
importantes, oferecendo ainda boas condições de navegabilidade. 
 
Logos de origem exógena 
Lagos com origem em factores exógenos relacionados com a erosão 
e a acumulação de sedimentos ocorrem em todo litoral e na 
margem dos rios (Muchangos,1999). 
A região mais rica em formações lacustres de origem exógena situa-
se no litoral ao sul do rio Save. Os lagos mais importantes são do 
Norte para Sul: Manhali, Zevane, Muanguane, Nhamanene, 
 
151 
 
Nhalenhenque, Dongane, Poelela, Quissico, Maiaene, Massava, 
Chiguire, Nhavarre, Nhadimbe, Nhangulaze, Nhanvue Nhagela, 
Inhamparala, Uembje, Muandje, Pati, Maundo, Chingute, Piti, 
Zitundo e Satine. Trata-se de lagos e lagoas, umas de água doce 
outras de água salgada, muitas vezes dispostas em forma de 
rosário, relevando a sua origem em fenómenos da morfologia 
costeira registada em períodos geológicos recentes. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.2 estudamos o tema sobre bacias 
hidrográficas, seus rios e lagos. Bacias, estas que sãodefinidas como 
superfície do terreno,drenada por um rio principal (talvegue) com 
seus afluentes e subafluentes. As principais bacias Hidrográficas de 
Moçambique são: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, 
Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, 
Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e recebe mesmo 
nome das bacias. Os rios moçambicanoscaracterizam-se por serem 
de abastecimento pluvial, de regime periódico. Todos os rios, com 
excepção dos rios Licungo, Ligonha e Messalo, são partilhados com 
outros países. A maior parte dos rios corre de oeste para leste, 
devido à configuração do relevo. 
 
 
 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla escolha e Verdadeiro ou Falso) 
1. A bacia hidrográfica é definida como é a superfície do terreno, drenada 
por um rio principal (talvegue) com seus afluentes e subafluentes. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. As principais bacias hidrográficas de Moçambique são Rovuma, Messalo, 
Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
152 
 
Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e recebe 
mesmo nome das bacias. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. O regime dos rios Moçambicanos é Periódicos e Constatnte 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4.Os rios Moçambicanos que não são partilhados com outros Países são: 
A. Rios Licungo, Ligonha e Messalo; 
B. Zambeze, Pùngué e Búzi; 
C. Save, Zambezia e Lurio 
D. Nenhuma alternativa está correcta 
 
 
5.O regime dos rios Moçambicanos são: 
A. Periódicos 
B. Constatnte 
C. Anuais 
D. Todas anteriores estão correcta 
 
6. As razões da oscilação dos caudais dos rios moçambicanos são 
condicionadas por factores climáticos, registando os máximos na época das 
chuvas e os mínimos na estação seca. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
7.Os lagos tectónicos mais importantes de Mocambique são: 
A. Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua situados na parte Noroeste do país; 
B. Niassa, Zambezia e Chirua; 
C. Chiuta, Niassa e Cahora Bassa; 
D. As alternativas A e B estão correcta. 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; 5-A; 6-A; 7-A 
 
 
 
 
153 
 
 
UNIDADE Temática: 5.3 usos múltiplos das bacias hidrográficas 
 
Introdução 
As bacias hidrográficas têmvários usos directos e indirectos. Estes 
usos são feitos através dos seus rios principais ou seus afluentes, 
variado de acordo com as características que estes vão apresentar. 
Assim sendo, a unidade seguinte irá abordar os usos das principais 
bacias hidrográficas de Moçambique 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar as bacias hidrográficas 
Identificar a importância das bacias hidrográficas 
Explicar as formas de exploração das bacias hidrográficas 
 
Usos múltiplos das bacias hidrográficas 
Das principais bacias hidrográficas mencionadas na unidade 
anterior: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, 
Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, 
Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo. Cada uma 
apresenta as suas características e este aspecto remete a diferentes 
usos das mesmas. 
 
Para MICOA, (S.A: p 22) os rios são a principal fonte de água em 
Moçambique, estima-se que existam disponíveis, em média, cerca 
3 de 216.000 milhões de m por ano. Deste valor, 54% das águas são 
originadas fora do país, das quais 76% provêm do rio Zambeze. 
 
 
 
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154 
 
Comportamento dos rios das três zonas de Moçambique 
Região norte 
Devido à melhor distribuição e frequência das chuvas e à maior 
dispersão de rochas magmáticas e metamórficas, as bacias 
hidrográficas apresentam predominantemente um padrão 
dendrítico. 
 
O rio Lúrio, com uma bacia hidrográfica de 60.800 km2, é a maior 
totalmente moçambicana, nasce no monte Malema a mais de 1.000 
m de altitude e tem cerca de 1.000 km de comprimento. 
Dada a extensão da sua bacia hidrográfica, ele representa com os 
seus numerosos afluentes, a linha mostra a subdivisão do Planalto 
Moçambicano. 
 
O rio Rovuma faz fronteira com a Tanzânia em quase todo o seu 
percurso. A sua nascente situa-se no planalto do Ungone na 
Tanzânia e atinge Moçambique na sua confluência com o rio 
Messinge. A partir daí, toma a direcção oeste-leste, numa extensão 
de mais de 600 km, até a sua foz no Oceano Índico onde desagua 
em forma de estuário. A sua bacia hidrográfica em território 
moçambicano é de 101.160 km2, sendo na maior parte do seu 
percurso em rio estreito, alargando-se somente ao atingir a planície 
 litoral. Os seus principais afluentes da margem 
moçambicana são: Messinge, Lucheringo e Lugenda. Estes têm 
origem nas terras altas do Niassa e possuem elevado potencial 
hidroeléctrico. 
 
O rio Zambeze é, pelas suas características hidrológicas, o maior e 
o mais importante rio que atravessa o território moçambicano. 
Com cerca de 2.600 km de comprimento, é o 26º rio mais comprido 
do mundo e o 4º em África depois do Nilo (6.700 km), Zaire (4.600 
 
155 
 
km) e Níger (4.200 km). O rio Zambeze nasce na Zâmbia a cerca de 
1.700 m de altitude. A barragem de Cabora Bassa, que é a maior do 
país, resulta do represamento das águas do rio Zambeze em Songo, 
na província deTete. O rio Zambeze desagua num amplo delta de 
cerca de 7.000 km2 de superfície. O caudal médio do rio é estimado 
em cerca de 16.000 m3/s, transportando e depositando 
anualmente um volume de aluviões de mais de 500.000.000 de 
toneladas. O principal braço do delta do Zambeze é o rio Cuama, 
que é rectilíneo e presta-se à navegação fluvial. 
 
Zona Centro (entre as bacias dos rios Zambeze e Save) 
Devido ao grande desnível que se verifica entre as terras altas e as 
planícies num espaço relativamente curto, os cursos de água 
registam nas suas secções superiores, intensa erosão e grande 
capacidade de transporte de materiais. Estas características 
favorecem a construção de barragens para a produção de energia 
eléctrica, mas limitam grandemente a sua navegabilidade. No curso 
inferior eles são parcialmente navegáveis e as suas margens, de 
solos aluvionares, apresentam boas condições para o 
desenvolvimento de culturas irrigáveis. 
Os rios mais importantes desta região do país, o Púnguè e o Búzi, 
nascem nas terras altas do Zimbabwe e desaguam na baía de 
Mazanzane no Oceano Índico. Dos 29.500 km2 do total da bacia 
hidrográfica do rio Púnguè, 28.000 km2 encontram-se em 
Moçambique. 
 
Região sul 
O rio Save representa o limite entre as províncias do centro e do sul 
de Moçambique, separando as províncias de Manica e Sofala, no 
centro, e as províncias de Inhambane e Gaza a sul. Nasce nas terras 
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156 
 
altas do Zimbabwe e corre na direcção oeste-leste, até desaguar no 
Oceano Índico por um estuário perto de Nova Mambone. 
 
Em território moçambicano, o rio Save é totalmente um rio de 
planície, com uma bacia hidrográfica de 14.646 km2.Ao Sul do rio 
Save, o regime hidrográfico é condicionado pelo clima, relevo, 
natureza das rochas e pelos aproveitamentos hídricos. Os principais 
cursos de água importantes são, de norte para sul: Govuro, 
Inhanombe, Limpopo, Incomáti, Umbelúzi, Tembe e Maputo. 
Exceptuando os rios Govuro e Inhanombe, os restantes rios nascem 
nos países vizinhos e atravessam os montes Libombos. Ao atingirem 
a planície perdem a sua capacidade erosiva e formam nas suas 
margens extensas planícies aluviais, propícias à agricultura. Na 
planície, o seu caudal é condicionado pela influência combinada das 
condições climáticas gerais, do fraco declive e da elevada 
permeabilidade das rochas sedimentares. Nas secções inferioresdos rios formam-se frequentemente pântanos. A navegabilidade 
dos rios nesta região é limitada, devido ao regime sazonal do caudal 
e à sua elevada capacidade de assoreamento. 
 
 O rio Limpopo, pela extensão da sua bacia hidrográfica, é o rio mais 
importante do sul de Moçambique. Ele nasce na África do Sul e 
atinge o território moçambicano naconfluência com o rio Pafúri. O 
seu comprimento total é de 1.170 km dos quais 600 km ocorrem 
em Moçambique, drenando uma área de cerca de 80.000 km2. O 
rio Limpopo apresenta uma forte tendência para a meandrização e 
para o desenvolvimento de lagoas e pântanos no seu curso inferior. 
Este rio caracteriza-se por um caudal extremamente variável, com 
o seu leito seco em estiagem e muito caudaloso na época das 
chuvas (MUCHANGOS: 1999). 
 
 
 
157 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.3 estudamos e discutimos os usos 
múltiplos das bacias hidrográficas. 
As principais bacias hidrográficas mencionadas na unidade anterior 
são a principal fonte de água em Moçambique, estima-se que 
existam disponíveis, em média, cerca de 216.000 milhões de 3 
m por ano. Deste valor, 54% das águas são originadas fora do país, 
das quais 76% provêm do rio Zambeze. Na região norte devido à 
melhor distribuição e frequência das chuvas e à maior dispersão de 
rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas 
apresentam predominantemente um padrão dendrítico. No centro 
devido ao grande desnível do terreno os cursos de água registam 
nas suas secções superiores, intensa erosão e grande capacidade 
de transporte de materiais. No sul correm em regiões de planície. 
 
1. Natureza; 
2. Objectivos e; 
3. Princípios 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. As principais bacias hidrográficas de Moçambique são: Rovuma, Messalo, 
Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, 
Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
2. A estimativa em termos de quantidade de água disponível por ano em 
Moçambique, estima-se que existam disponíveis, em média, cerca de 
216.000 milhões de m3 por ano. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. Do total das águas existentes no país, a percentagem correspondente a 
contribuição de outros países é de 54% das águas são originadas fora do 
país. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
158 
 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4. A maior contribuição das águas do pais provém da bacia hidrográfica do 
Zambeze com 76%. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5. O padrão de drenagem dos rios do Norte é Padrão detrítico. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
6. O maior rio totalmente moçambicano é rio Lurio 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
 
UNIDADE Temática: 5.2 Águas subterrâneas 
 
Introdução 
Nesta unidade temática iremosabordar sobre as 
águassubterrâneas, conceitos, origens, 
características e sua distribuição geográfica em 
Moçambique 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir águassubterrâneas 
Caracterizar as águassubterrâneas 
Descreva a distribuiçãogeográfica das águassubterrâneas 
 
Águas subterrâneas 
 
159 
 
Água subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços 
vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos3. 
 
Segundo MICOA, (S.A: p 23), em Moçambique existem três 
unidades hidrogeológicas favoráveis à exploração deste recurso, 
que está de certa forma relacionado com os principais tipos de 
formações rochosas que ocorrem em Moçambique, sendo elas: 
a) Os aquíferos relacionados com as formações geológicas do 
Complexo cristalino 
Verificam-se nas regiões centro-norte e norte do país, abrangendo 
as províncias de Cabo Delgado, Niassa, Tete, Nampula, Manica, 
Zambézia e a parte da província de Sofala. 
Os aquíferos destas formações produzem geralmente 1 a 2 m3 de 
água por hora; 
b) Os aquíferos das formações do Karroo 
Estão relacionadas com as areias argilosas e conglomerados de 
séries sedimentares, ocorrendo apenas nas províncias de Tete e 
Niassa. Outros aquíferos deste grupo estão ligados com as rochas 
vulcânicas e basálticas e ocupam uma extensa área ao longo do 
país, ou seja, da província de Tete à província de Maputo. 
c) Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-
Karroo 
Ocorrem em quase todo o país, cujo teor de salinidade da água, 
proveniente de muitos deles, limita a sua utilização para o consumo 
 
3 Aquifero é uma formacao geologica subterranean que funciona como como 
reservatorio de agua, sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. 
Sao rochas com caracteristicas porosas epermeaveis, capazes de reter e ceder agua. 
Fonte: infoescola.com/hidrografia/aquifero/ 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
160 
 
humano, para o consumo animal e também com limitações para a 
irrigação. 
De um modo geral, a ocorrência deste recurso em Moçambique 
está limitado, pelo facto de em cerca de 60% da área do país 
predominarem rochas impermeáveis. Os aquíferos ao longo dos 
rios, são de forma geral os que oferecem água de melhor qualidade. 
A água subterrânea, em Moçambique, é essencialmente utilizada 
para fins domésticos, sendo a principal fonte de água potável nas 
zonas rurais e em alguns centros urbanos como Pemba, Tete, Xai-
Xai e Chókwé, MICOA, (s/a: p 24). 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.2 estudamos aspectos relacionados com 
as águassubterrâneas e as suas unidades hidrogeologicas. Água 
subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios 
de uma formação geológica, os chamados aquíferos. Existem três 
unidades hidrogeológicas favoráveis à exploração deste recurso: 
aquíferos relacionados com as formações geológicas do Complexo 
Cristalino, aquíferos das formações do Karroo e aquíferos 
relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo. Mas 
a exploração deste recurso pelo facto de em cerca de 60% da área 
do país predominarem rochas impermeáveis. 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. As águas subterrâneas podem serem definidas como: 
A. Toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação 
geológica, os chamados aquíferos; 
B. Água subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços, rios, 
lagos e oceanos; 
 
161 
 
C. Água subterrânea é toda aquela água que se encontra nas superfícies do 
planeta Terra; 
D. Todas alternativas anteriores estão correctas. 
 
2. As unidades hidrogeologicas favoráveis a exploração das águas 
subterrâneas são: 
A. Os aquíferos relacionados com as formações geológicas do complexo 
cristalino; 
B. Os aquíferos das formações do Karroo; 
C.Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo. 
D. Todas alternativas anteriores estão correcta. 
 
3. O aquífero com maiores limitações em termos de salinidade das suas águas 
pertence a formação: 
A. Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do PósKarroo; 
B. Os aquíferos relacionados com as formações água subterrânea; 
C. Todas alternativas anteriores estão correcta; 
D. Todas alternativas anteriores estão incorrecta; 
 
 
Respostas: 1-A; 2-D; 3-A; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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162 
 
 
UNIDADE Temática: 5.3 O canal de Moçambique e a Plataforma continental 
 
 
 
Introdução 
O canal de Moçambique e a plataforma continental é o tema que a 
seguir iremos abordar, onde irá se privilegiar as 
característicasfísicas da plataforma e a descrição do canal de 
Moçambique, desde a sua formação e cursofinal. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir canal de Moçambique 
Identificar o canal de Moçambique 
Caracterizar a plataforma continental de Moçambique 
Caracterizar o canal de Moçambique 
 
O canal de Moçambique e a Plataforma continental 
 
Segundo MUCHANGOS (1999: p 66) o canal de Moçambique é uma 
depressão cuja origem está relacionada com as acções tectónicas 
de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, 
mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido 
entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. Vários autores admitem 
que o processo de fractura se iniciou no pré-Karroo e que terminou 
em finais do Cretácico. 
 
Plataforma continental 
Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre 
a massa continental e o fundo dos oceanos. Tem uma declividade 
 
163 
 
modesta e um relevo que varia entre 70 km de largura e 200 metros 
de profundidade. 
 
Ao Norte, a plataforma continental é muito estreita, alarga-se para 
o Sul, a partir de Pebane até a Baia de Sofala, estreitando-se 
novamente para Sul, até atingir Inhambane. No Sul de 
Moçambique, a plataforma continental alarga-se ligeiramente ao 
largo da província de Gaza, para se estreitar a partir da Baia de 
Maputo para Sul. 
 
Canal de Moçambique 
O canal de Moçambique é a porção do Oceano Índico situado entre 
a costa da África Oriental e Madagáscar, aproximadamente entre 
as latitudes 10º e 25º S. A sua origem e desenvolvimento estão 
relacionados com vulcanismo extensivo ao longo das fronteiras 
entre a África, Antárctica e Madagáscar que teve início no Jurássico 
Médio. 
 
A temperatura média da água é relativamente elevada, com 
temperaturas nunca inferiores a 18ºC, sendo as mais elevadas de 
36ºC registadas em áreas com águas pouco profundas. 
A principal corrente do Canal de Moçambique (Corrente de 
Moçambique), forma-se aproximadamente à latitude de 12º sul, no 
noroeste da Ilha de Madagáscar, como ramo sul da corrente 
Equatorial sul. No seu percurso norte-sul, junto ao paralelo de 26º 
sul, junta-se à corrente de Madagáscar oriental, formando a 
Corrente das Agulhas. Por isso a principal corrente de Moçambique 
é também conhecida por Moçambique-Agulhas. 
 
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164 
 
Devido ao regime de ventos locais, esta corrente sofre alguns 
desvios e ramificações pouco significativas, mas com capacidade 
suficiente para estimular a morfodinâmica costeira. 
 
A amplitude das marés varia em média entre 0,5 e 4 m, podendo 
ultrapassar os 6m durante as marés vivas na baía de Sofala, devido 
à grande extensão da plataforma continental (Muchangos, 1999). 
Este valor da amplitude das marés, que é o mais elevado registado 
no continente africano cria condições naturais para o 
aproveitamento de energia maremotrice. 
 
A inteiração dos factores físico-geográficos aliados a posição 
latitudinal do país, condicionam a natureza das condições físicas, 
químicas, dinâmicas e biológicas das águas do Oceano Índico no 
Canal de Moçambique e cria as bases para a sua utilização 
económica e social. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.3 estudamos o tema sobre ocanal de 
Moçambique e a plataforma continental. 
O canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada 
com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas 
sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço 
compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. Plataforma 
continental corresponde a uma zona de transição entre a massa 
continental e o fundo dos oceanos. Ao Norte é muito estreita, alarga-se 
para o Sul (Pebane á Baia de Sofala), estreitando-se novamente para Sul, 
até atingir Inhambane. A principal corrente do Canal de Moçambique no 
noroeste da Ilha de Madagáscar no seu percurso norte-sul junta-se à 
corrente de Madagáscar oriental, formando a Corrente das Agulhas. 
 
 
 
165 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeiros ou Falso) 
1.O Canal de Moçambique definido como é uma depressão cuja origem está 
relacionada com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por 
fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço 
compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
2. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a 
massa continental e o fundo dos oceanos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
3. A principal corrente do canal de Moçambique e corrente quente; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
4.A formação do canal de Moçambique iniciou no período de pré-Karroo e que 
terminou em finais do Cretácico. 
A. Verdade ( ) 
2. B. Falso ( ) 
 
 
Respostas: 1-A, 2-A, 3-A, 4-A, 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
1. A diferença que existe entre o canal de Moçambique e a plataforma 
continental é: 
A. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a 
massa continental e o fundo dos oceanos; 
B. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre os 
aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo 
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166 
 
C. O Canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada com 
as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem 
deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido 
entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. 
D. As alternativas A e C estão correcta 
2. O processo de formação do canal de Moçambique está relacionado: 
A. Com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas 
sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço 
compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar; 
 
B. A sua origem e desenvolvimento estão relacionados com vulcanismo 
extensivo ao longo das fronteiras entre a África, Antárctica e Madagáscar que 
teve início no Jurássico Médio; 
 
C. Apenas alternativas B está correcta; 
D. Apenas alternativas A e B estão correta. 
 
3.Caracteristicas da plataforma continental são: 
A. zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos; 
B. Tem uma declividade modesta e um relevo que varia entre 70 km de 
largura e 200 metros de profundidade; 
C. Ao Norte, a plataforma continental é muito estreita, alarga-se para o Sul, 
a partir de Pebane até a Baia de Sofala, estreitando-se novamente para 
Sul, até atingir Inhambane. 
D. Todas alternativas estão correcta. 
 
 
Resposta: 1-D; 2-D; 3-D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
167 
 
 
Unidade temática: 5.4 Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas 
Introdução 
 
Moçambique apresenta uma extensa costa que é caracterizada por 
uma biodiversidade característica da região tropical. Esta variedade 
de espécies animais e vegetais esta sofrer impactos negativos 
principalmente da intensa acção humana. Na unidade seguinte 
iremos abordar os aspectos atrásdescritos. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar as espécies costeiras 
Caracterizar as espécies costeiras de Moçambique 
Identificar as espéciesameaçadas 
Descrever as principais acções que levam a degradação dos 
ecossistemas costeiros 
 
Biodiversidade Marinha e dos Rios 
Moçambique é banhado pelo oceano Índico em toda a sua faixa 
este. Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo 
um dos maiores de África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo 
de outros Países de África e desaguando na Costa Moçambicana, 
transportando consigo muitos nutrientes para desenvolvimento de 
uma biodiversidade marinha ampla. 
 
Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação 
e de rendimento para oPaís com exportações para países o qual 
não são privilegiados por uma costa marinha ou de fraco recurso 
marinho. 
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168 
 
Contudo devido à grande procura deste produto no mercado 
mundial, faz com que a sua captura seja em alguns casos excessiva 
se tomarmos em conta que hoje em dia os sistemas de pescas estão 
desenvolvidos, ameaçando algumas espécies de extinção (exemplo 
disso são as pescas de arrasto). 
Segurança marinha 
O sistema de segurança costeira em Moçambique é muito fraco ou 
inexistente. Hoje o País não tem em conta de quantos navios 
pesqueiros ilegais se encontram nas águas moçambicanas 
praticando actividades pesqueiras. Portanto não tem ideia do 
tamanho da destruição do ecossistema e da Biodiversidade 
Marinha e se por “lapso” se interceptam ilegais a praticarem estas 
actividades, estes não sofrem nenhuma sanção punitiva visto que 
há uma facilidade corromper o sistema de fiscalização. 
Segundo MUCHANGOS, (1999: p 93), ao longo do litoral de 
Moçambique distribui-se, segundo as características da 
temperatura, salinidade, dinâmica e limpidez das massas aquáticas 
florestas conhecidas por mangal, é típica das regiões costeiras 
tropicais e subtropicais, constitui um mundo indeterminado entre 
a terra e o mar. Este tipo de vegetação distribui-se por cerca de 48% 
do litoral moçambicano, em áreas, de certo modo, protegidas das 
correntes e da ondulação directa do mar. 
 
Biodiversidade Marinha da costa Moçambique 
Das espécies marinhas destacam-se os equinodermes4habitam as 
águas do Oceano Índico, não sendo conhecida qualquer espécie de 
 
4 Equinoderme: do grego echinos (espinhos) e derma (pele), constituem um grupo 
de animais exclusivamente marinhos dotados de um endoesqueleto calcario muitas 
vezes providos de espinhos salientes, que justificam o nome zoologico da especie. 
Fonte: sobiologia.com.br/conteudos/reinos3.equinodermos.php 
 
169 
 
água doce. Os mais conhecidos são o ouriço, a estrela-do-mar, a 
holotúria e o lírio do mar. 
O grupo dos celenterados5destacam-se: as alforrecas, as anémonas 
e os corais, muito abundantes em águas pouco profundas da costa 
moçambicana. 
 
Os corais vivem em águas límpidas muito movimentadas em bancos 
de grés costeiros que afloram nas proximidades da costa em 
particular junto á plataforma continental e nas proximidades das 
ilhas. Eles são notáveis pela beleza de formas e encontram-se sobre 
protecção em algumas regiões nomeadamente na Ilha de Inhaca. 
Uma grande parte dos vermes são parasitas, os mais importantes 
são a minhoca e a ténia. Dos nematelmintas destacase a lombriga 
que é também um parasita do homem. 
 
Os crustáceos marinhos destacam-se a lagosta, o lagostim e o 
caranguejo que vivem nas águas moçambicanas em todas 
profundidades. Devido a grande extensão da plataforma 
continental da baia de Sofala, o Banco de Sofala de 200 km de 
largura, constitui o principal habitat para numerosas espécies de 
crustáceos de grande valor comercial, salientando-se camarão, 
lagosta e o caranguejo. O camarão é um dos principais produtos de 
exportação do país. 
 
Os moluscos são animais aquáticos, vivendo no Oceano Índico, nos 
lagos, lagoas, pântanos e rios. Os mais conhecidos são: polvo, 
choco, ostras, lulas, búzios e mexilhões; outros como a lema e o 
caracol. 
 
5 Celenterados: do grego Koilos (compartimento, cavidade) e entheron (urticante, que 
queima). Fonte: sobiologia.com.br/conteudos/reinos2.cindarios.php 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
170 
 
 
Os peixes, tem uma componente muito importante da fauna 
aquática. A maior parte das espécies desenvolvem-se no Canal de 
Moçambique, em diferentes profundidades, da plataforma 
continental e do talude continental. Entre os principais destacamse 
a baleia, o dugongo, o golfinho, o tubarão, peixe-serra, peixepedra, 
atum, cavala, garoupa, xareu, carapau, cachuco, corvina, 
magumba, sardinha, tainha e pescada. 
 
As tartarugasmarinhas desenvolvem-se em todo litoral; A sua 
sobrevivência em algumas regiões costeiras está ameaçada pela 
predação a que estão sujeitos os seus ovos e ainda pela caça 
visando o aproveitamento da sua carne para alimentação e da sua 
carapaça como troféu. Esta ameaça justifica a adopção de medidas 
para a sua proteção (MUCHANGOS: 1999). 
 
Espécies ameaçadas 
As tartarugas de água doce vivem nos rios e lagos. As tartarugas 
marinhas desenvolvem-se em todo litoral; a sua carapaça chega a 
atingir mais de 0,5 m de diâmetro. A sua sobrevivência em algumas 
regiões costeiras está ameaçada pela predação a que estão sujeitos 
os seus ovos e ainda pela caça visando o aproveitamento da sua 
carne para alimentação e da sua carapaça como troféu. Esta 
ameaça justifica a adopção de medidas para a sua proteção. 
Os principais mamíferos marinhos que ocorrem em muitas parcelas 
de costa moçambicana destacam-se o dugongo e a toninha. 
 
O dugongo, pelas características do seu ecossistema e pela ameaça 
que sobre ele paira, encontra-se sob proteção. Alguns exemplos de 
acções que estão a ser desenvolvidas para a proteção das espécies. 
 
 
 
 
171 
 
Contribuição na conservação da Biodiversidade 
Em reconhecimento da necessidade de envolvimento de toda a 
sociedade em acções de conservação da biodiversidade, o WWF 
Moçambique, tal como acontece em todo o mundo, desenvolve 
uma série de actividades tendentes a alcançar este fim. 
Em Inhassoro, o futuro dos dugongos está bastante comprometido, 
devido as actividades humanas e o uso de determinadas artes 
nocivas a fauna marinha, como é o caso de uso de artes de pesca e 
caça directa pelo Homem. Embora, esforços têm vindo a ser 
implementados para evitar a perda de alguns indivíduos de uma 
população estimada em 200 dugongos na Baía do Bazaruto a perda 
desta espécie única a nível da Costa Oriental de África é 
significativa. Esta situação pode criar um desequilíbrio em termos 
de presença de espécies que dela dependem, decréscimo no 
turismo de mergulho, entre outras. 
 
Nos últimos anos, tem estado a trabalhar no sentido de sensibilizar 
para preservação destas espécies actuando com diversas 
actividades. Lançou-se em 2007 um evento desportivo junto a 
comunidade de pescadores e estudantes, com intuito de 
conservação de alguns animais como as tartarugas marinhas, 
baleias, corais e dugongos. 
Numa das contagens aéreas, feita anualmente pelo WWF 
Moçambique em Inhambane, determinou-se uma população de 
cerca de 175 indivíduos o que dá uma larga esperança de existência 
de mais. Daí os esforços para a sua manutenção para a humanidade 
serem maiores. 
O que o WWF Moçambique faz para preservação dos dugongos ▪ 
Promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais 
marinhos. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
172 
 
▪ Desenvolvimento de programas de sensibilização e 
consciencialização ambiental. 
▪ Apoio em actividades de fiscalização marítima, na protecção de 
dugongos e tartarugas. 
▪ Formação em matéria de Educação Ambiental as comunidades e 
escolas. 
▪ Realização de actividades desportivas em prol a conservação e 
preservação dos recursos. 
▪ Programas radiofónicos, divulgando mensagens. 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.4 estudamos e discutimos 
fundamentalmente sobre a biodiversidade marinha, suas 
ameaças e acções de protecção. Moçambique possui uma 
imensa biodiversidade marinha que é alimentada pelos 
nutrientes que vem com as águas do rio. Essa biodiversidade 
esta ameaçada pela fraca segurança e um sistema de 
fiscalizaçãofácil de corromper. Para além das espéciesmarinhas temos o mangal em todo litoral. A WWF e outras 
instituições desenvolvem actividades de preservação desta 
biodiversidade principalmente para as tartarugas e Dugongos e 
toninha. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 
1. O principal problema relacionado com a segurança marinha em 
Moçambique é muito fraco ou inexistente e facilidade corromper o sistema 
de fiscalização de Mangal. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
173 
 
2. A espécie florística típica da costa moçambicana é Equinodermes, 
celenterados, corais, crustáceos, moluscos, peixes e tartarugas marinhas. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. As principais espécies marinhas de Moçambique são Tartarugas marinhas e 
dugongo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4.As principais espécies marinhas em vias de extinção em Moçambique são 
Tartarugas marinhas e dugongo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
1. As acções a WWF tem levado a cabo para a preservação das espécies 
marinhas são: 
A. Promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais marinhos; 
Desenvolvimento de programas de sensibilização e consciencialização 
ambiental; 
B. Apoio em actividades de fiscalização marítima, na protecção de dugongos 
e tartarugas; 
C.Formação em matéria de Educação Ambiental as comunidades e escolas e 
Programas radiofónicos, divulgando mensagens; 
D. Todas alternativas estão Correcta. 
 
2.As razões da fraca protecção da costa moçambicana são: 
A. sistema de fiscalização é fácil de corromper; 
B. Nao há investimento de outras instituições de modo a desenvolvem 
actividades de preservação desta biodiversidade; 
C.A fraca adopcao das políticas do governo de Mocambique; 
D. Todas alternativas estão correctas 
 
3.As principais espécies que encontramos na costa moçambicana são: 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
174 
 
A. Equinodermes; os corais; os crustáceos; os moluscossão; os peixes; as 
tartarugasmarinhas; 
B. Caranguijo; polvos; peixes; Peixe pedra e agulha; 
C. Alternativas A e B estão corretas; 
D. Nenhuma das alternativas anteriores estaá certa 
 
A. Todas alteriores estão correctas 
 
 
 Resposta: 1 – D; 2-A; 3-A; 
 
Unidade temática: 5.5 A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique 
 
 
Introdução 
Nesta unidade iremos abordar a questão da poluição das 
águasoceânicas do litoral do pais, tendo em conta que este 
processo ocorre de forma natural ou pode ser acelerado pela acção 
humana e agravado pelo facto dos rios do interland que desaguam 
no oceano trazem consigo elementos que nãosão produzidos em 
Moçambique. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
Definir poluição costeira 
Identificar os factores da poluição costeira 
Descrever os impactos da poluição costeira em Moçambique 
 
A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique 
 
Poluição: acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos 
ambientes pela introdução de substâncias nocivas. Os gases 
poluentes expelidos das indústrias e das usinas termoeléctricassó 
grandes fontes de poluiçãoatmosférica (LIMA S/D: 94). 
 
175 
 
 
No caso concreto de tema em questão a poluição faz referência a 
introdução de substâncias nocivas nas águasoceânicas do litoral de 
Moçambique por diversas razões. 
 
Para MUCHANGOS (1999) a inteiração dos factores 
físicogeográficos aliados a posição latitudinal do país condicionam 
a natureza das condições físicas, químicas, dinâmicas e biológicas 
das águas do Oceano Índico no Canal de Moçambique e cria as 
bases para a sua utilização económica e social. Nas periferias das 
desembocaduras dos rios toma a cor castanha esverdeada a 
cinzenta. As variações da cor dependem ainda dos estacões do ano 
e da turbulência das águas do mar, visto que muitos rios 
moçambicanos nascem nos países vizinhos o que condiciona maior 
possibilidade de contaminação das águas do mar, visto que, no seu 
percurso, decorre em variedade tipos de solo e tipos de actividades 
humanas, influenciando assim a cor da água que desagua no 
oceano indico. 
 
É de salientar que, as actividades realizadas no mar contribuem de 
certa forma na poluição das águas do mar como por exemplo: 
lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos 
perpetuados pelos atores locais e o derramamento do combustível 
fosse neste contexto o gás natural, o maior poluidor das águas do 
mar na actualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
176 
 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática 5.5 estudamos e discutimos conteúdos 
relacionados com a poluição costeira. 
Poluição: acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos 
ambientes pela introdução de substâncias nocivas. No caso 
concreto de tema em questão a poluição faz referência a 
introdução de substâncias nocivas nas águasoceânicas do litoral de 
Moçambique por diversas razões. Nas periferias das 
desembocaduras dos rios toma a cor castanha esverdeada a 
cinzenta e dependem dos estacões do ano e da turbulência das 
águas do mar e dos tipos de solo e tipos de actividades humanas, 
influenciando assim a cor da água que desagua no oceano indico. 
Actividades realizadas no mar contribuem na poluição das águas do 
mar. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Multipla Escolha) 
1. Poluição pode ser definida como: 
 A. Acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos ambientes pela 
introdução de substâncias nocivas; 
B. Os gases poluentes expelidos das indústrias e das usinas termo 
Neléctricassó grandes fontes de poluição atmosférica; 
C. Acto ou efeito de poluir, ou seja, qualquer alteração nas características 
químicas, físicas e biológicas da água que cause prejuízos à saúde; 
D. Todas alternativas anteriores estão correctas 
 
2. A poluição das águas oceânicas significa: 
A. Refere-se a introdução de substâncias nocivas nas águas oceânicas do 
litoral de Moçambique por diversas razões; 
B. Ocorre porque tanto os mares quanto os oceanos recebem 
diariamente, em todo o mundo, uma infinidade de poluentes; 
C. Alternativas A e B são corretas; 
 
177 
 
D. Alternativas A está correcta 
3. O elemento que influencia na cor das águas dos rios que desaguam no 
oceano índico; 
A. A turbulência das águas do mar, os tipos de solo por onde os rios 
percorrem; 
B. Lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos perpetuados 
pelos atores locais e o derramamento do combustível fosse neste 
contexto o gás natural; 
C. Todas alternativas estão correcta; 
D. Nenhuma das alternativas está correcta. 
 
4. As práticas que incrementam a poluição costeira em Moçambique são: 
A. Lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos perpetuados 
e o derramamento do combustível fosse; 
B. A turbulência das águas do mar, os tipos de solo por onde os rios 
percorrem; 
C. Apenas alternativa A está correta; 
D. Todas alternativas anteriores estão corretas 
 
 
Resposta: 1-D; 2- C; 3 –A; 4-A 
 
 
 
Unidade temática: 5.6 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema 
 
Introdução 
Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema V que 
aborda sobre A poluição das águas oceânicas no litoral de 
Moçambique. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
▪ 
▪ 
▪ 
Identificar os principais rios de Moçambique 
Descrever as características dos rios Moçambicanos 
Caracterizar os rios Moçambicanos 
Identificar a importância das bacias hidrográficas 
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178 
 
 
▪ Descreva a distribuiçãogeográfica das águassubterrâneas 
 ▪ Localizar o canal deMoçambique 
 
▪ Caracterizar a plataforma continental de Moçambique 
 
▪ Caracterizar as espécies costeiras de Moçambique 
 
▪ Identificar as espéciesameaçadas deextinção 
 ▪ Descrever as principais acções que levam a degradação dos ecossistemas costeiros 
 ▪ Descrever os impactos da poluição costeira em Moçambique 
Exercícios do tema V: Poluição das águasoceânicas 
1. Identifique as principais bacias hidrográficas de Moçambique 
2. Classifique os rios moçambicanos quanto ao regime. Justifique 
a reposta 
3. Quais os rios Moçambicanos que nãosão partilhados com 
outros Países 
4. 6. Quais os lagos tectónicos mais importantes e onde se 
localizam? 
5. Relacione o sentido do curso dos rios moçambicanos com a 
disposição do relevo. 
6. Faça uma análise comparativa dos rios das regiões centro, norte 
e sul. 
7. Descreva as unidades hidrogeológicas de Moçambique 
8. Explique o processo de formação do canal de Moçambique 
9. Identifique os principais problemasrelacionados com a 
segurança marinha em Moçambique. 
10. Que medidas de mitigação podem ser implementadas? 
 
 
 
 
179 
 
TEMA – VI: BIOGEOGRAFIA. 
Unidade temática: 6.1. Biodiversidade, conceitos e factores da sua 
distribuição geográfica 
Unidade temática: 6.2. Zonas biogeográfica de Moçambique 
Unidade temática: 6.3 Tipos florísticos e faunísticos de 
Moçambique 
Unidade temática: 6.4. Áreas de conservação (Parques e Reservas 
Nacionais) 
Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades deste 
tema 
 
 
 
Unidade temática: 6.1 Biodiversidade, conceitos e factores 
da sua distribuição geográfica 
 
Introdução 
Nesta unidade iremos abordar sobre a biodiversidade (variedade 
e variabilidade) dos seres vivos. Eles estão distribuídos de forma 
desigual obedecendo determinados factores que a seguir iremos 
abordar. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Definir biodiversidade 
Identificar os factores de distribuição da biodiversidade 
Caracterizar a acção dos factores na distribuição da biodi 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
180 
 
6.1. Factores da distribuição da biodiversidade 
6.1.1 Biodiversidade 
Biodiversidade é a variedade e variabilidade entre os organismos 
vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas 
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim como 
os complexos ecológicos dos quais fazem parte, compreende a 
diversidade dentro de cada espécie entre as espécies e dos 
ecossistemas (Lei do Ambiente: 20/97). 
Moçambique apresenta uma grande variação dos organismos 
vivos, devido a sua localização geográfica associada ao clima e 
outros factores que se fazem sentir na região. 
6.1.2 Factores da distribuição da biodiversidade (factores ecológicos) 
Os principais factores que condicionam a maior ou menor 
distribuição da biodiversidade estão divididos em grupos. Temos 
os factores abióticos (latitude, relevo, continentalidade, tipos de 
solos, as condições de água), temos os factores bióticos (a relação 
ecológica entre as espécies e factores antrópico (o grau de 
intervenção humana). 
De acordo com MUCHANGOS (1999:79) A vida orgânica e sua 
distribuição em Moçambique nem sempre foi a mesma desde a 
constituição da terra. As profundas modificações tectónicas, 
climáticas, hidrológicas e pedológicas que a terra sofreu desde a 
sua constituição exercem influência sobre todos seus organismos 
vivos e na sua actual distribuição. 
As áreas de distribuição geográfica das espécies são variáveis e 
dependem de factores de multiplicação e do meio de 
disseminação. Dentre eles destacam-se as barreiras geográficas 
(oceanos, lagos, rios e montanhas); factores climáticos, 
(temperatura, humidade, pluviosidade); factores bióticos (relação 
entre os diferentes seres vivos); o substrato edáfico (composição 
 
181 
 
e natureza dos solos); factores históricos (evolução das espécies). 
A distribuição dos seres vivos depende ainda das actividades da 
sociedade humana que distribui para o seu enriquecimento ou seu 
empobrecimento ou para a sua total distribuição. Dos principais 
factores da distribuição da biodiversidade a seguir passa se a cita-los: 
Clima 
As alterações no clima afectam directamente o ciclo de chuvas e 
ventos causando intensas oscilações na temperatura, sabe-se que 
a temperatura é um factor importantíssimo para o crescimento, 
desenvolvimento e reprodução de um infinito número de espécies, 
por tanto essas mudanças de regimes acarretam um vasto 
conjunto de efeitos biológicos que por sua vez afectam também o 
clima, alguns dos quais acabam, de forma circular, contribuindo 
com mudanças ambientais regionais que intensificam os efeitos 
das mudanças climáticas tanto em nível regional como global. 
AMARAL e VALE (2010:10) 
 
Por exemplo, o aquecimento do ambiente aquático resulta na 
migração de algumas espécies de peixes para ambientes mais frios, 
como o que ocorre com as populações de algumas espécies de 
plantas que se movimentam para altitudes maiores. Como diversas 
espécies de peixes de ambientes tropicais são importantes 
dispersoras de sementes, a manutenção da floresta nos ambientes 
afectados é comprometida, o que resulta na diminuição das 
populações de árvores e peixes VAL e VAL citados por AMARAL e 
VALE (2010:9). 
 
Latitude 
A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem 
dúvida, maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o 
número de espécies, contudo, as populações tendem a ter maiores 
áreas de ocorrência. 
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182 
 
Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. As 
riquezas de espécies tendem a variar de acordo com a 
disponibilidade energética, hídrica (clima, altitude) e também 
pelas suas histórias evolutivas. 
 
A Luz 
A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. 
É indispensável ao desenvolvimento das plantas. De fato, os 
vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado 
através de um processo – a fotossíntese - realizado a partir da 
captação da energia luminosa. Praticamente todos os animais 
necessitam de luz para sobreviver. São excepção algumas espécies 
que vivem em cavernas - espécies cavernícolas - e as espécies que 
vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais. 
 
A Temperatura 
Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de 
temperatura, o que confere a este factor uma grande importância. 
Cada ser sobrevive entrecertos limites de temperatura - amplitude 
térmica de existência -, não existindoacima de um determinado 
valor - temperatura máxima - nem abaixo de outro -temperatura 
mínima. 
 
Relação ecológica 
A influência dasrelaçõesecológicas na biodiversidade é notória nos 
diferentes ecossistemas fazendo surgir modificações adaptativas 
que ocorrem da interacção entre os seres vivos. Uma das relações 
que resulta dessa interacção é a competição intra e inter-
especifica. 
Moçambique pela localizaçãogeográfica (região intertropical) 
apresenta biomas diversos ricos em nichos ecológicos, ou seja, 
especializações dos organismos no que diz respeito a moradia, 
alimento, período de descanso etc. (ex. predadores nocturnos e 
 
183 
 
diurnos, variedade de antílopes etc.). Este aspecto permite um 
maior desenvolvimento das espécies. 
Acção antrópica/ intervenção humana 
A acção antrópicadá-se pelas alterações que o homem empreende 
nos ecossistemas. Estas acções podem ser positivas, contribuindo 
para o desenvolvimento dos ecossistemas ou negativas, causando 
a destruiçãodos mesmos. Em Moçambique a actividades como 
agricultura itinerante que usa técnicasrudimentares com pratica daqueimada de certa forma contribui para a degradação dos 
ecossistemas, assim como a caca de animais que estão em 
preservação para venda dos seus cornos no mercado negro. 
 
Sumário 
A biodiversidade é a variedade e variabilidade entre os organismos 
vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas 
terrestres, marinhos, aquáticos assim como os complexos 
ecológicos dos quais fazem parte. Os factores que intervém na 
distribuição são: abióticos- latitude, relevam, continentalidade, 
tipos de solos, as condições de água e factores bióticos- relação 
ecológica entre as espécies e a acção humana. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
 
1. A Biodiversidade: é a variedade e variabilidade entre os organismos 
vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas 
terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim como os 
complexos ecológicos dos quais fazem parte, compreende a 
diversidade dentro de cada espécie entre as espécies e dos 
ecossistemas; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
184 
 
2. Os factores que intervém na distribuição geográfica da biodiversidade 
são abióticos e bióticos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. As acção do clima na distribuição da biodiversidade são as alterações 
no clima afectam directamente o ciclo de chuvas e ventos causando 
intensas oscilações na temperatura, um factor importantíssimo para 
o crescimento, desenvolvimento e reprodução de um infinito número 
de espécies. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4.As acção humana na distribuição da biodiversidade são pelas alterações 
que o homem empreende nos ecossistemas. Estas acções podem ser 
positivas, contribuindo para o desenvolvimento dos ecossistemas ou 
negativas, causando a destruiçãodos mesmos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5.Ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre 
componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e 
micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, 
como o ar, a água, o solo e minerais. 
A. Verade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
 
 Resposta: 1- A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
 
Unidade temática: 6.2 Zonas biogeográfica de Moçambique 
 
Introdução 
A unidade temática seguinte irá se bordar sobre as regiões 
biogeográficas de Moçambique, tendo em conta a sua localização 
geografia, factores sua caracterização. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
185 
 
 
Objectivos 
específicos 
Localizar as regiões biogeográficas de Moçambique 
Caracterizar as regiões biogeográficas 
Diferenciar as regiões biogeográficas em termos de clima, vegetação e solos 
 
6.3. Zonas biogeográfica de Moçambique 
Moçambique, pela sua localização geografia (região 
sudanozambezíaca) e os factores associados como clima, solos, 
rochas, relevo, água, continentalidade e acção humana comporta 
três das principais regiões biogeográficas: Setentrional, Central e 
Meridional. 
O zoneamento ecológico foi baseado no mapa da vegetação 
(vegetation map of the flora Zambeziaca area), editado por Wild e 
Fernandes (1967). 
O produto original era um mapa regional de tipos potenciais de 
vegetação, com referência espacial as florestas cobrindo 
nomeadamente os países Botswana, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e 
Moçambique, em uma escala de 1:2500 000 e pretendia ajudar a 
compreender os padrões da distribuição das espécies na área e nos 
factores que governam esta distribuição. 
As 54 classes de vegetação do mapa de Flora Zambézia presentes 
em Moçambique, foram reclassificadas e agregadas em 9 eco 
regiões de forma a descrever, a um nível geral, os potenciais tipos 
de vegetação de Moçambique. Para tal, forma usados critérios 
como a natureza ecológica tendo em conta as principais 
características tais como, altitude, precipitação, composição 
específica, estágios de sucessão florísticas e ao mesmo tempo, 
baseados na espécie dominante, por exemplo, Miombo, Mopane, 
entre outros, além da proximidade geográfica. 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
186 
 
No final, nove zonas ecológicas foram definidas: 
Zona eco florístico 1: Florestas húmidas de montanha e Miombo húmido 
Em Moçambique, três maiores subtipos podem-se distinguir nesta 
zona: 
Tipo 1 - Floresta Sempre-verdes húmidas de montanha 
Trata-se de uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, 
com árvores de tronco grosso, com amplas copas que se elevam até 
a uma altura de 10 a 20 m. Em geral as suas folhas são pequenas e 
caducas, raramente largas e perenes. O estrato herbáceo é pobre e 
constituído por gramíneas curtas. 
 
Composta por formações florestais húmidas ou sub-húmidas, 
localizadas acima de 1300m de altitude, nas regiões com 
precipitações anuais de 1700-200 mm (Gorongoza, Chimanimani, 
Gurué, Milange, Vumba, Namuli, Tamassa e no Planalto de Mueda, 
etc). 
Espécies típicas são: Curtisia dentada, Cordyla Africana, Kigelia Africana, etc. 
 
Tipo 2 - Florestas húmidas semi-deciduas em zonas de altitude media 
Desenvolvem-se nos planaltos de Chimoio e de Mossurize, 
particularmente em Espungabera, Mabongo, Marongo, Sitatonga e 
Amatongas, onde a precipitacao média anul é aproximadamente 
1200-1400mm, em que as árvores dominantes atingem cerca de 20 
m de altura. 
 
As temperaturas são mais elevadas do que no tipo 1. A altitude 
varia de 700-1200 m e as florestas estão viradas principalmente 
para Este ou Sudeste, na base e dos planaltos de Chimoio, Manica 
e Mossurize, estendendo-se delicadamente para baixo ao longo 
das ravinas. 
 
 
 
187 
 
Tipo 3 – Miombo húmido 
Em Moçambique, este tipo de vegetação dominada por 
Brachytegia spiciformis junta-se com as florestas semi-decíduas 
mesoplanáticas de Pteleopis, Erythopheum e Newtonia (Tipo 2) por 
isso foi incluída nesta zona eco-florística, em vez da zona de 
miombo. 
 
Ocorre no planalto de Chimoio e nas partes altas do Distrito da 
Zambézia em áreas com precipitação média anual de 1200-1500 
(1800) mm. As espécies associadas são: Vitex Payos, V. Domiana, 
Dombeya Burgessiae, Cussomia Spicata, etc. 
 
O estrato arbustivo é pobremente desenvolvido. Em altitudes 
elevadas, geralmente acima de 1000 m, com uma topografia 
ondulada desenvolvem muitas manchas de florestas de 
Brachytegia utilis e Brachytegia glaucences nas partes altas das cadeias. 
 
Nas partes altas dos distritos da Zambézia (Alta Zambézia), este tipo 
de floresta de precipitação alta, é encontrado nas seguintes áreas: 
Ilê, Namarroi e montanhas adjacentes as montanhas do Gúruè, 
Náuelè, Alto Molocué, Tacuane, Milange, etc. 
 
Zona eco – florística 2: Florestas húmidas sub-litorais 
Esta zona eco-florística é específica de Moçambique e ocupa uma 
área relativamente importante nas províncias de Sofala e Zambézia. 
Constitui uma das mais ricas e importantes florestas de 
Moçambique, embora mais prejudicada pela 
exploração madeireira. 
 
Esta mesma zona ocupa a região central sub litoral em duas faixas 
para Norte e sul do delta do Zambeze, sendo no sul deste, a Beira e 
Marromeu, e no Norte nas áreas de Campo, Nicuadala, Namacurra 
e Maganja da Costa. Este tipo desenvolve-se nesta área devido a 
relativa abundância de chuvas litorais e também devido a 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
188 
 
acumulação de água no solo (telúricas). Portanto, é parcialmente 
controlada edaficamente. 
 
Nesta região, a vegetação é composta por formações de florestas 
altas densas e semi-decíduas, e altitudes baixas um mosaico. 
 
Dos principais subgrupos podem ser definidos: 
a) Mosaico sub litoral de Cherringoma, sul do rio Zambeze (Sofala); e, 
b) Mosaico sub litoral de Zambézia,Norte do rio Zambeze e na fronteira 
com área do delta (Zambézia). 
 
Zona eco-florística 3: Matas6 (semi) – deciduas húmidas de miombo 
(semi-decidous miombo woodland watter type) 
A mata (semi) – decídua húmida de Miombo, encontra-se na baixa 
altitude da região sub-litorânea. Esta zona eco – florística possui um 
clima tropical sazonal com maior concentração de precipitação nos 
meses mais quentes de Novembro à Março, seguido por um intenso 
inverno seco que pode durar até seis meses. A precipitaçao média 
anual varia de 800-1200 mm, embora picos altos até 1400 mm por 
ano podem ocorrer. A temperatura média mais alta varia de 21 a 
30°C dependendo da elevacao, com a temperatura mais altas 
cobrindo as areas mais baixas. A temperatura média mais baixa 
varia de 15 a 21°C. 
 
Este tipo de vegetação ocupa vastas áreas da região Central e 
sentetrional, Norte e Sul do dlta do Zambeze. As espécies arbóreas 
de médio porte (8-17 m). As mais frequnentes são: Brachystesia 
spiciformis (dominate) Jubelnardia globiflora, Burkea Africana, etc. 
 
 
6 Matas são comunidades constituídas por dois (raramente três) estratos de 
vegetação nos quais copas apenas se tocam (matas abertas) ou se sobrepõe (matas 
serradas). 
 
189 
 
Zona eco – florística 4: Matas decíduas secas de Miombo (decidous 
miombo woodland drier type) 
Mata xerófila (semi) – decídua ocupa tipicamente as áreas de baixa 
altitude, com precipitaçoes médias anuais entre 600 a 800 (1000) 
mm. Ocorre em várias regioes do norte e do centro (Província de 
manica, Sofala, Tete, Zambézia e Niassa). Inclui muitos subtipos e 
as alturas das árvores é geralmente menor (8-10 metros) que o tipo 
anterior. Em termos gerais,a as principais espécies são: Brachystesia 
spiciformis, Jubelnardia globiflora, Burker Africana, etc. 
Zona eco-florística 5: Floresta de Mopane (Mopane wooldland) 
As matas abertas de Mopane encontram-se na região ecológica, 
caracterizada por chuvas tropicais de verão (Novembro – Abril). 
Com 450-700 (100) mm por ano. Estas matas são frequentes no vale 
do Limpopo (Pafuri, Changalane, Massangene), na região Noroeste 
da província de Gaza e na região de Tete. São caracterizadas pela 
dominancia de árvores de Mopane. 
 
Mopane geralmente forma povoamentos puros com exclusão de 
outras espécies, mas é muitas vezes associada com uma série de 
outras árvores altas e arbustos. 
 
As comunidades de Mopane apresentam uma variação 
considerável na altura e densidade. Árvores nas matas densas ou 
em savanas abertas podem atingir alturas de até 10 a 15 mm solos 
aluviais profundos. Em solos alcalinos, impenetráveis o mopane 
tende a ser de pequeno porte e arbustivo (1 a 3 m). Estas duas 
formas estruturais, e as classes entre elas, ocorrem geralmente 
num mosaico dependendo dos factores micro-climáticos e das 
condições dos solos. 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
190 
 
Zona eco-florística 6: Floresta seca decídua indiferente (Zambesian 
wooldland) 
Formações arbóreas ou arbustivas caracterizadas por uma mistura 
de espécies e falta de uma predominância de elementos florísticas 
dos bosques de Mopane e de Miombo. As espécies lenhosas se 
diferenciam conforme os tipos de solo e as condições climáticas. 
Espécies características são: Acácia spp., Combretum spp., Kigela 
Africana, etc. 
 
Zona eco florística 7: zonas sub – áridas e pradarias secas Estas 
formações xerófilas ocupam as regiões com pluviosidade anual 
inferior a 600 mm e temperatura elevadas (Maputo, Chengane, 
Massangene, etc). Nestas formações predominam as acácias: 
Acacia nigrescenses, Acacia xantophloea, Acacia nilotica e Acacia 
goetzei, que em alguns casos, são associadoas a outras espécies 
xerófilas como Commiphora spp. 
 
Zona eco-florística 8: Mosaicos de vegetação costeira 
Tipo de vegetação das dunas recentes ou solos jovens formados de 
areia de origem eólica. Dunas recentemente formadas são primeiro 
instáveis e salinas mas tornam-se colonizadas por plantas pioneiras 
de hábito distinto gregário e prostrado. Ao longo da costa 
moçambicana as pioneiras mais comuns são Sesuvium 
portulacastrum, Ipomoe pes-caprae, I. ficifolia, etc. 
 
Zona eco-florística 9: áreas húmidas 
As florestas sempre-verdes dos pântanos ocupam tipicamente as 
áreas húmidas e terras baixas inundadas do estuário do Zambeze e 
das Savanas costeiras. Em geral, esta formação ocorre na beira dos 
rios, lagos, lagoas, em solos de drenagem muito escassa. As 
espécies arbóreas mais frequentes são: Barringtonia racemosa, 
Ficus verruculosa, Phonex reclinata, etc. 
 
 
191 
 
Tabela 6. Áreas total (100ha) de florestas e para outras vegetações lenhosas 
para todo o país 
 Florestas 
Florestas 
densas 
Florestas 
abertas 
Mangais Florestas 
abertas em 
áreas 
húmidas 
Total de 
florestas 
2.251,7 16.390,0 357,0 802,3 40.068,0 
 Outras vegetações lenhosas 
Mangais Arbustos Florestas com 
agricultura 
itinerante 
Total de 
 outras 
formações 
lenhosas 
1.093,1 8.051,0 5.568,1 14.712,2 
Fonte: Inventário florestal (2007, p: 12) 
 
 
Sumário 
Devido à sua localização geográfica - região sudano-zambezíaca, e 
associado aos factores - clima, solos, rochas, relevo, água, 
continentalidade e acção humana, Moçambique três principais 
regiões biogeográficas: Moçambique Setentrional, Moçambique 
Centro e Moçambique Meridional. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 
 
1. As principais zonas biogeográficas de Moçambique são: zonas biogeográficas de 
Moçambique setentrional, central e meridional; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2.O factor solo, apresenta as seguintes características da zona biogeográfica de 
Moçambique central, assim sendo, existem de solos aluvionares da alta fertilidade 
associados a intrusão salina, a zona biogeográfica de Moçambique central e propicia 
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192 
 
ao desenvolvimento de uma floresta de mangal ao longo do litoral e interior da baia 
de Sofala. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3.Caracterize, em termos biogeográficos, a zona biogeográfica de 
Moçambique meridional caracteriza-se por possuir uma floresta aberta e 
Savana.Nesta zona ocorrem solos aluvionares associados a existência de 
grandes rios como o Limpopo, Incomáti e Umbeluzi. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
Respostas: 1-A; B-A; 3-A 
 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
1. As principais zonas biogeográficas de Moçambique. 
A. Zona eco florística; 
B. Zona eco – florística; 
C. Zona eco-florística; 
D. Todas alternativas estão correcta 
 
2.Na distribuição das zonas Biogeográficas, a região caracterizada pela 
predominância de árvores de Mopane pertence a: 
a. Zona Eco florística 1. 
b. Zona Eco florística 9. 
c. Zona Eco florística 7 
d. Zona Eco florística 5. 
 
3.Sendo Reserva nacional uma zona protecção de espécies de flora e fauna raras, 
endémicas, que denunciem declínio e os ecossistemas frágeis. Indique nas opções 
asseguir, a espécie protegida na Reserva de Maputo. 
a. Girafas. 
b. Leões. 
c. Elefantes. 
d. Rinocerontes. 
 
4. Uma área de conservação, cujo objectivo principal é de preservar ecossistemas 
naturais, de grande relevância ecológica e beleza cénica, denomina-se? 
a. Reserva Nacional. 
b. Parque Nacional. 
c. Coutada. 
 
193 
 
d. Fazenda do Bravio. 
 
 
Respostas: 1. -D; 2. – D; 3. – C; 4. – B 
 
 
 
 
Unidade temática: 6.3 Tipos florísticas e faunísticos de 
Moçambique 
 
Introdução 
Moçambique apresenta uma vasta diversidade dos seres vivos 
(flora e fauna) com uma distribuição variada tendo em conta as 
condições da cada local. De seguida iremos abordar sobre a 
distribuição das espécies,animais e vegetais no território nacional. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
Identificar as regiões fito geográficas e faunísticas 
Caracterizar as regiões faunísticas e fito geográficas 
 
As regiões fitas geográficas de Moçambique 
A vegetação moçambicana comporta três das 20 regiões fito 
geográficas do mundo e esta localizada na região 
sudanozambeziana e, segundo MUCHANGOS (1999), esta se 
encontra subdividida em terrestre, aquática e cultural. 
 
Os factores da distribuição da fauna estão associados os 
referenciados na unidade anterior a saber: a posição geográfica de 
Moçambique na zona sub-equatorial e tropical do Hemisfério Sul, 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
194 
 
na costa oriental e austral do continente africano, as condições 
regionais e locais do clima, relevo, rios, lagos, rochas, solos e a 
distância em relação ao Oceano Índico. 
 
A localização de Moçambique na região florística 
sudanozambezíaca e as condições climáticas condicionam o 
desenvolvimento de variedades de associações vegetais hidrófilas, 
mesófilas e xerófilas de floresta e de savanas arbóreas e 
arbustivas. 
 
As diferenças na distribuição, composição, densidade e variedade 
de espécies devem-se a factores tais como latitude, alternância 
entre as terras altas e as depressões, continentalidade, natureza 
pedológica, condições de água, de solo e o grau de intervenção 
humana. Estes factores provocam diferenças espaciais na 
distribuição da vegetação. 
 
A área de dispersão da floresta está relacionada com o clima, 
continentalidade, altitude e as condições edáficas. Elas 
apresentam características mesófilas subequatoriais com grande 
diversidade e tamanho de árvores que atingem até 35 m de altura. 
Para esta floresta, o clima sub-equatorial do norte do país e de 
todo o litoral, propiciam as melhores condições, devido às 
características de humidade e pluviosidade. 
Ela desenvolve-se de preferência em áreas onde a pluviosidade é 
superior a 1000 mm por mais de 5 meses e tem o carácter de 
floresta sempre verde. Trata-se de uma floresta com grande 
densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco grosso, com 
amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. Em 
geral as suas folhas são pequenas e caducas, raramente largas e 
perenes. O estrato herbáceo é pobre e constituído por gramíneas 
curtas. 
 
 
195 
 
A floresta sempre verde desenvolve-se sobretudo nas principais 
montanhas do país e a densidade em espécies é maior nas 
encostas voltadas para leste em altitudes compreendidas entre 
1200 e 1600 m e onde a pluviosidade é superior a 1500 mm. Na 
província de Niassa, a floresta sempre verde ocorre numa faixa de 
montanhas desde Maniamba até às proximidades de Mandimba. 
Na Zambézia abrange grande parte das terras altas de Milange, 
Namúli, Gúruè, Namarroi e Morrumbala. Em Manica, a floresta 
sempre verde ocorre em áreas montanhosas de Espungabera, 
Chimanimani, Vengo, Vumba, Tsetserra, Mavita, Garuzo, Zuira, 
Penhalonga e Choa. 
 
A floresta semi-decídua ou semi-caduca desenvolve-se nos 
planaltos de Chimoio e de Mossurize, particularmente em 
Espungabera, Mabongo, Marongo, Sitatonga e Amatongas, onde a 
pluviosidade é de cerca de 1200mm. As árvores dominantes 
atingem cerca de 20 m de altura. Este tipo de floresta ocorre nas 
terras planálticas da província de Cabo Delgado entre Mueda, 
Chomba e N´gapa, em altitudes que variam entre 750 e 850 m e 
onde a pluviosidade é superior a 1000 mm. 
 
A floresta de folha caduca ocorre nas zonas sub-planálticas 
próximas da zona litoral, de onde se destacam as regiões 
planálticas de Cheringoma, Madanda-Machaze e do Baixo Búzi. A 
floresta de folha caduca encontra-se bem representada ao norte 
do rio Save em terrenos calcários terciários e onde os valores de 
pluviosidade variam entre 800 e 1200 mm. 
Ao norte do rio Zambeze esta floresta apresenta-se relativamente 
mais densa devido às condições particulares de humidade, sendo 
de destacar as regiões de Macomia e Mueda. Ao sul do rio Save a 
floresta de folha caduca ocorre nos Montes Libombos, sendo mais 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
196 
 
extensa e rica em variedade de espécies na província de 
Inhambane, entre Vilanculos e Massinga. 
 
Floresta-galeria, ocorre nas margens aluviais dos principais rios de 
Moçambique, em especial na parte norte, ocorre uma floresta 
adaptada às condições edáficas locais, cujas árvores podem ser 
dominadas por um estrato herbáceo de caniço, bambu e outros. 
Ela dispõe-se ao longo dos rios, parecendo cobri-los, por isso a sua 
designação. 
 
Floresta dunar, ocorre nas dunas existentes em quase todo o 
litoral, caracterizada por uma vegetação mista, arbóreo-arbustiva 
com estrato herbáceoabundante. A floresta dunar é mais vistosa 
onde a pluviosidade é superior a 900mm. Embora constituindo 
manchas descontínuas, interrompidas pela savana arbórea, é ao 
sul do rio Save que a floresta dunar tem a sua maior expressão. 
Em regiões de relativa fraca pluviosidade, normalmente afastadas 
da costa, e de solos secos, ocorre a savana. A savana pode ser 
arbórea ou arbustiva de acordo com a predominância de árvores 
ou arbustos nos respectivos estratos, mas com o estrato herbáceo 
sempre presente. De uma maneira geral a savana é uma formação 
baixa (plantas de altura até 10 m), por vezes degradada, com 
plantas espinhosas e outras de folha caduca. As espécies são de 
porte médio, variando de 10 a 15 m, e distribuem-se a norte da 
província de Manica, em Gaza, Inhambane e, em geral, nas 
margens dos principais cursos de água, onde a pluviosidade não 
ultrapassa os 600 mm. A sua maior área de ocorrência é a parte 
meridional de Moçambique, excepto as estreitas faixas de floresta 
sub-litoral e a floresta de montanha nos Libombos. 
 
A flora aquática de Moçambique distribui-se em função das 
condições de temperatura, salinidade, dinâmica e limpidez das 
massas aquáticas. A floresta aquática desenvolve-se na orla 
 
197 
 
marítima e na foz dos rios normalmente em terrenos alagadiços e 
sujeitos à influência das águas do mar. Esta floresta, conhecida por 
mangal, é típica de regiões costeiras tropicais e subtropicais. O 
mangal distribui-se por cerca de 48% do litoral moçambicano, 
perfazendo mais de 800 km2. 
Mapa 13. Vegetação e fauna 
Fonte: INDE (2008) 
Tipos faunísticos e sua distribuição 
Moçambique possui uma grande diversidade de espécies de fauna, 
cuja repartição geográfica depende de vários factores dentre eles 
os latitudinais, altitudinais, climáticos e biológicos. 
Faunisticamente o território moçambicano pertence a chamada 
região Etiópica ou Africano-Malgache. 
 
Abrangência da região faunística 
Esta região faunística abrange as zonas de África ao Sul do Sahara 
e ao Sul do Equador com o clima subtropical e tropical e nela vivem 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
198 
 
numerosas espécies típicas, algumas, delas endémicas e relictos ou 
relíquias. 
 
Factores da distribuição da fauna 
A influência da latitude e do clima é fundamental tanto no 
revestimento cutâneo das espécies como ainda no seu aspecto e 
esta influência faz-se sentir ainda sobre o desenvolvimento da 
flora que constitui a base alimentar da maioria das espécies. 
 
A distribuição da fauna moçambicana está ainda com a distribuição 
das associações vegetais e com as condições de acesso a água. O 
factor biológico de combinação dos tipos faunísticos é 
fundamental, sobretudo no estabelecimento da cadeia alimentar 
em que os herbívoros necessitam da flora para sua alimentação e 
ao mesmo tempo, eles mesmos servem de alimento aos 
carnívoros.Fauna Aquática 
Moçambique dispõe nos seus 120.000 km2 de área oceânica e 
cerca de 13.000 km2 de águas interiores de uma enorme variedade 
de espécies. A sua distribuição depende das suas exigências de 
salinidade, temperatura, profundidade, limpidez e dinâmica das 
águas. Ela é particularmente diversificada no Canal de 
Moçambique onde vivem numerosas espécies de mamíferos, 
repteis, peixes, moluscos, artrópodes e protozoários. 
 
Os protozoários vivem tanto nas águas doces dos rios, lagos, e 
lagoas como nas águas salgadas oceânicas, bem como nos 
pântanos e charcos em todas regiões altimétricas do país. Alguns 
géneros como Tripanosoma e a Haemoeba têm causando doenças 
nos homens e nos animais domésticos. A espécie que produz a 
doença do sono chama-se Tripanosoma gambiense que transmite 
ao homem através da mosca do género Glossima, também 
conhecida por tsé-tsé. Outro protozoário, responsável pelo 
 
199 
 
paludismo, a Haemoeba vivax é transmitido ao Homem pelas 
fêmeas dos mosquitos do género Anopheles. 
 
Os espongiáriosconstituem um grupo zoológico notável não só 
pela sua grande abundância no Oceano Índico, mas também pela 
sua difusão. Igualmente notável são os celenterados que 
constituem um dos grupos mais numerosos do reino animal e são 
notáveis pela beleza das suas formas e da sua cor. 
As espécies mais conhecidas são do género Hydra (hidra-de-
águadoce). 
 
Os equinodermes habitam as águas do Oceano Índico, não sendo 
conhecida qualquer espécie de água doce. Os mais conhecidos são 
o ouriço, a estrela-do-mar, a holotúria e o lírio do mar. 
Do grupo dos celenterados destacam-se as alforrecas, as 
anémonas e os corais, muito abundantes em águas pouco 
profundas da costa moçambicana. Os corais vivem em águas 
límpidas muito movimentadas em bancos de grés costeiros que 
afloram nas proximidades da costa em particular junto á 
plataforma continental e nas proximidades das ilhas. Eles são 
notáveis pela beleza de formas e encontram-se sobre protecção 
em algumas regiões nomeadamente na Ilha de Inhaca. 
Uma grande parte dos vermes são parasitas, os mais importantes 
são a minhoca e a ténia. Dos nematelmintas destaca-se a lombriga 
que é também um parasita do homem. 
 
Os antropodes, constituem mais da metade das espécies animais 
conhecidas, vivendo a sua maioria à superfície do solo, no ar, na 
água e no subsolo. Trata-se de uma grande variedade de formas e 
de espécies, sendo os mais comuns os insectos e os crustáceos. 
Exemplos de insectos muito abundantes em todo território 
moçambicano são a abelha, a mosca, a centopeia, a aranha, a 
cigarra, a barata, o mosquito e a borboleta. Algumas espécies de 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
200 
 
mosca, mosquito e barata são causadores de doenças do Homem; 
outros como aranha e a centopeia são venenosos. Dos crustáceos 
marinhos destacam-se a lagosta, o lagostim e o caranguejo que 
vivem nas águas moçambicanas em todas profundidades. Devido 
a grande extensão da plataforma continental da baia de Sofala, o 
Banco de Sofala de 200 km de largura, constitui o principal habitat 
para numerosas espécies de crustáceos de grande valor comercial, 
salientando-se camarão, lagosta e o caranguejo. O camarão é um 
dos principais produtos de exportação do país. 
 
Os moluscos são um grupo muito vasto e que desempenharam 
desde os tempos geológicos passados um papel destacado. São 
animais essencialmente aquáticos, vivendo no Oceano Índico, nos 
lagos, lagoas, pântanos e rios. Os mais conhecidos são: polvo, 
choco, ostras, lulas, búzios e mexilhões; outros como a lema e o 
caracol, estão completamente adaptados à vida terrestre. 
 
Os peixes, como vertebrados adaptados à vida aquática 
representam uma componente muito importante da fauna 
aquática. A maior parte das espécies desenvolvem-se no Canal de 
Moçambique, em diferentes profundidades, da plataforma 
continental e do talude continental. Entre os principais 
destacamse a baleia, o dugongo, o golfinho, o tubarão, peixe-serra, 
peixepedra, atum, cavala, garoupa, xareu, carapau, cachuco, 
corvina, magumba, sardinha, tainha e pescada. 
Nos rios e lagos, a Tilápia mossambica é a espécie de peixe mais 
típica, sendo incentivada a sua produção para fornecimento de 
proteínas às populações do interior. No Lago Niassa, para além da 
Tilapia uma notável variedade de espécies e tamanhos muito 
apreciados pelas populações locais. 
Dentre elas destacam-se os batráquios tais como sapo, a rã e a 
salamandra. Eles estão adaptados simultaneamente à vida 
aquática e terrestre; outros têm a vida completamente aquática 
 
201 
 
passando depois animais terrestres. A maioria, no estado adulto, 
pode viver indistintamente dentro e fora da água. 
 
Dos répteisdestacam-se os cágados, várias espécies de cobras, 
osgas, lagartos, camaleões, vivem em geral nas áreas florestais, 
mas também ocorrem nas montanhas e outros ainda são anfíbios 
como os crocodilos, tartarugas e algumas espécies de lagartos. 
Entre os repetis merecem especial menção o crocodilo, o maior 
réptil anfíbio da água doce, que vive em praticamente todos 
principais rios de Moçambique e nas proximidades da foz dos rios 
que desaguam no Lago Niassa. 
Ele tem vindo a ser cultivado com sucesso em Manica, Inhambane 
e Maputo para aproveitamento da sua pele e das suas carnes. 
 
As tartarugaspodem ser de água doce ou de água salgada. 
As tartarugas de água doce vivem nos rios e lagos. As tartarugas 
marinhas desenvolvem-se em todo litoral; a sua carapaça chega a 
atingir mais de 0,5 m de diâmetro. A sua sobrevivência em algumas 
regiões costeiras está ameaçada pela predação a que estão 
sujeitos os seus ovos e ainda pela caça visando o aproveitamento 
da sua carne para alimentação e da sua carapaça como troféu. Esta 
ameaça justifica a adopção de medidas para a sua protecção. 
 
As aveshabitam as florestas e savanas do país, nas regiões 
costeiras, nas planícies, nos planaltos, nos vales e nas montanhas. 
Os mais comuns são a avestruz, o albatroz, a gaivota, o corvo, as 
garças, a cegonha, o flamingo, a perdiz, a codomiz, a galinhola, a 
águia, o abutre, a rola, o pombo verde, a andorinha, o beija-flor e 
o peito-celeste. A avestruz, a maior ave corredora do mundo, 
ocorre com raridade sobre tudo nas savanas do Sul do país e é 
considerada uma espécie em extinção. O pelicano, a garça, o 
marabu e o pica-peixe e o albatroz, vivem predominantemente nas 
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202 
 
proximidades das massas líquidas no litoral oceânico, em charcos 
e pântanos. 
 
Algumas espécies, como a andorinha, o pardal, as cegonhas são 
migradoras e permanecem em Moçambique na estação quente 
para regressarem no início do verão no Hemisfério Norte. 
 
Das aves domésticas ou culturais, as mais importantes em 
Moçambique são os seguintes: a galinha, o pato, o peru e o ganso. 
Elas adaptam-se bem praticamente todas as regiões do país e são 
muitas vezes cultivadas intensivamente pelo Homem, com bons 
resultados. 
 
Os mamíferos distribuem-se por todo o território moçambicano, 
especialmente em regiões ricas em vegetação herbácea, onde 
encontram as suas melhores condições ecológicas. 
Salientam o boi-cavalo, leão, palapala, chita, cabrito do mato, 
búfalo, elefante, gato selvagem, girafa, ngondonga, inhacoso, 
impala, javali, leopardo, lebre, macaco, pangolim, manguço, porco 
do mato, porco-espinho, rato, rinoceronte e zebra. 
A Inhala é o antílope mais típico do país, sendo caracterizada uma 
espécie rara ao nível do continente africano. A zebra e a girafa, 
muito abundantes, são também típicas do continente africano. 
Enquanto a zebra se distribui por quase todo país, a girafa que é 
também animal mais alto do mundo, vive com maiorabundância 
nas regiões do Niassa, Cabo Delgado e Gaza. O elefante, o maior 
mamífero terrestre do mundo, encontra-se nas florestas e savanas 
de todo o país. Em muitas regiões o número de exemplares tem 
vindo a decrescer devido a enorme pressão pelos caçadores para 
o aproveitamento do seu marfim e de outros troféus. 
O hipopótamo, maior mamífero anfíbio do mundo, é também um 
exemplar frequente nos principais rios, lagos e lagoas. 
 
 
203 
 
No Vale tectónico do Urema-Zangue e nas regiões de savana com 
estrato herbáceo abundante e com água próxima, concentram-se 
numerosos mamíferos existentes em Moçambique, dentre os 
quais os grandes herbívoros como a zebra o búfalo, a girafa, a 
impala e o rinoceronte. Nas planícies e vales são comuns várias 
espécies de antílopes, dos quais se destacam a lande, que é maior 
antílope africano, o chengane (menor antilopde moçambicano), o 
chango e o cabrito do mato. São também comuns na savana 
moçambicana, nas planícies e vales, várias espécies de pequenos e 
grandes carnívoros, dos quais se salientam o leão, o leopardo, 
chacal, gato cerval e a chita. 
Nas áreas de fraca cobertura vegetal, vive o pangolim que se 
alimenta de insectos, sobretudo formigas. 
 
 
Sumário 
Das 20 regiões fitogeográficas do mundo, Moçambique possui 
somente três, designadamente: flora terrestre, aquática e cultural. 
A localização de Moçambique na região florística sudano-
zambezíaca e as condições climáticas condicionam o 
desenvolvimento de variedades de associações vegetais hidrófilas, 
mesófilas e xerófilas de floresta e de savanas arbóreas e 
arbustivas. Relativamente a fauna, o nosso país possui uma grande 
diversidade de espécies de fauna, cuja repartição geográfica 
depende de vários factores como latitude, altitude, clima e seres 
vivos, o que faz com que o território moçambicano pertença a 
chamada região Etiópica ou Africano-Malgache. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 
204 
 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
 
1. Moçambique se localiza-se na região fitogeográfica e faunística sudano-
zambezíaca e na regiao Etiópica ou Africano-Malgache. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. As principais características da região fitogeográfica de Moçambique é 
região fitogeografica de Moçambique caracteriza-se por apresentar 
elevada pluviosidade (superior a 1000mm), predominância de planícies 
e planaltos e abundância de cursos de água. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3.A floresta moçambicana characterize-se por apresenta características 
mesófilas subequatoriais com grande diversidade e tamanho de árvores que 
atingem até 35 m de altura. É uma floresta com grande densidade do estrato 
arbóreo, com árvores de tronco grosso, com amplas copas que se elevam 
até a uma altura de 10 a 20 m. 
A. Verdade ( ) 
Falso ( ) 
 
4.Os principais factores que intervenção na distribuição da fauna 
moçambicana são: latitude, altitude, clima e factores de ordem biológica. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5.Caracterize a floresta de savana é uma formação baixa (plantas de altura 
até 10 m), por vezes degradada, com plantas espinhosas e outras de folha 
caduca. As espécies são de porte médio, variando de 10 a 15 m, e 
distribuem-se a norte da província de Manica, em Gaza, Inhambane e, em 
geral, nas margens dos principais cursos de água, onde a pluviosidade não 
ultrapassa os 600 mm. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
 
 
 
 
205 
 
Unidade temática: 6.4 Áreas de conservação (Parques nacionais e 
reservas) 
 
Introdução 
As áreas de conservação são de extrema importância para a 
conservação e protecção da biodiversidade. Assim sendo, 
Moçambique possui parques e reservas nacionais assim como 
coutadas que tem um papel preponderante na protecção da 
biodiversidade. Nesta unidade vamos abordar sobre essas áreas. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Noções gerais sobre Parque e Reserva Nacional 
Parqueé uma área de conservação, geralmente de propriedade do 
Estado, que tem como objectivo básico a preservação de 
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza 
cénica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de actividades de educação e interpretação 
ambiental, de recreação em contacto com a natureza e de 
ecoturismo turismo ecológico. 
 
Os parques nacionais e reservas biológicas em Moçambique são 
protegidas, interditas a qualquer tipo de utilização pública 
incluindo a caça, ou permitida num regime restrito. MUCHANGOS 
(1999:100). 
 
Elas representam pela sua dispersão, porções das regiões naturais 
onde se incluem na maior parte dos casos às plantas e animais que 
dificilmente viveriam fora das regiões protegidas. 
 
Objectivos 
específicos 
Definir Parque e Reserva Nacionais como áreas de conser 
da biodiversidade 
Conhecer os Parques e as Reservas existentes em Moçambi 
Destacar a importância dos Parques e da Reservas Nacionai 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
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206 
 
Com efeito, as reservas florestais legalmente constituídas, 
perfazem mais de 50.000 ha dos quais somente 10.000 ha se 
encontram, de facto protegidas. A maioria é invadida anualmente 
pelo fogo, pelos madeireiros e pelas machambas. 
O sistema de parques nacionais e reservas biológicas de 
Moçambique iniciou em 1960 com a criação da Reserva do Gilé 
pelo Diploma Legislativo no 1996 de 23/07/1960. Desde então 
foram criados 4 parques nacionais e 6 reservas biológicas 
ocupando actualmente uma área equivalente a 12, 6% da 
superfície total do território Moçambicano. Ibidem 
Área de Protecção Ambiental: área pertencente ao grupo das 
unidades de conservação de uso sustentável, regida por 
dispositivos legais. Constitui-se de área, em geral, extensa, com 
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, 
bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a 
qualidade de vida e bem-estar da população residente e do 
entorno. Tem por objectivo disciplinar o uso sustentável dos 
recursos naturais e promover, quando necessário, a recuperação 
dos ecossistemas degradados. 
 
Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não 
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os 
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a 
biodiversidade, o fluxo génico de fauna e flora, proteger o solo e 
assegurar o bem-estar das populações humanas. 
 
6.4.1. Áreas de conservação 
As Áreas de conservação são áreas territoriais delimitadas, 
representativas do património natural nacional, destinadas à 
conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de 
espécies de animais ou vegetais (Lei de Florestas e Fauna Bravia 
Nº. 10/99 de 07 de Julho, Capítulo II - Protecção dos Recursos 
 
207 
 
Florestais e Faunísticos, Artigo 10). A Lei de Florestas e Fauna 
Bravia define para Moçambique as seguintes áreas de 
conservação: 
a) Parques Nacionais; 
b) Reservas Nacionais; 
c) Zonas de Uso e de Valor Histórico-Cultural. 
6.4.2. Parques Nacionais 
Áreas protegidas são áreas de terra e/ou mar especialmente 
dedicadas à protecção e manutenção da diversidade biológica, e 
de seus recursos naturais e culturais associados, manejadas por 
meio de instrumentos legais ou outros meios efectivos. 
Segundo CUMBE (2007: p 58) em Moçambique, os Parques 
Nacionais são zonas de protecção total delimitadas, destinadas à 
propagação, protecção, conservação e maneio da vegetaçãoe de 
animais bravios, bem como à protecção de locais, paisagens 
ouformações geológicas de particular valor científico, cultural ou 
estético e para recreação pública, representativos do património 
nacional (Lei de Florestas e Fauna Bravia No. 10/99 de 07 de Julho, 
Artigo 11). Um exemplo é o Parque Nacional das Quirimbas que foi 
estabelecido através do Decreto 14/2002, de 6 de Junho, situado 
na Província de Cabo Delgado. 
 
6.4.3. Reservas Nacionais 
As Reservas Nacionais são zonas de protecção total destinadas à 
protecção de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em 
vias de extinção ou que denunciem declínio, e os ecossistemas 
frágeis, tais como zonas húmidas, dunas, mangais e corais, bem 
como a conservação da flora e fauna presentes no mesmo 
ecossistema (Lei de Florestas e Fauna Bravia No. 10/99 de 
07 de Julho, CUMBE, (2007: p.59) 
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208 
 
 
Mapa 14: Parques e Reservas Nacionais 
 
Fonte: CUMBE, (2007: 70) 
 
De acordo com PERREIRA et all (1986:19) em Moçambique podem 
ser encontrados os Parques e Reservas. Assim, temos os seguintes 
Parques Nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e 
Gorongosa. Contudo, temos as seguintes Reservas Nacionais: 
Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, Marromeu e Pomene. 
 
Parques Nacionais 
Parque Nacional do Limpopo 
Parque Nacional do Limpopo – PNL. Possui uma área de 10.000 km² 
e está localizado na Província de Gaza. Este parque faz fronteira 
com o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e com o Parque 
Nacional de Gonarezhou, no Zimbabué... formando assim, uma só 
reserva de 35.000 quilómetros quadrados, batizada de Parque 
Transfronteiriço Grande Limpopo (Great Limpopo Transfronteir 
Park). 
 
 
209 
 
Parque Nacional de Banhine 
Parque Nacional de Banhine – PNB. O Parque possui uma área de 
7.000 km², está localizado na Província de Gaza (300 quilómetros 
ao norte de Maputo, aproximadamente). Aqui há girafas! Os 
panfletos publicitários do Parque de Banhine até mostram 
fotografias de girafas, mas talvez essas fotos foram tiradas no país 
vizinho, na África do Sul. 
 
Parque Nacional de Zinave 
Parque Nacional de Zinave – PNZ. O Parque possui uma área de 
5.000 km², está localizado na Província de Inhambane. 
 
Parque Nacional Marinho do Bazaruto 
Parque Nacional Marinho do Bazaruto – PNB. O Parque possui uma 
área de 1.400 km², está localizado na Província de Inhambane. 
Acesso pela cidade de Vilanculos ou Aldeia de Vilankulo. O 
Arquipélago de Bazaruto é uma reserva natural, de rara beleza, 
situado à beira mar. Constituída por 5 ilhas: Ilha de Bazaruto, Santa 
Carolina, Ilha de Magaruque, Ilha de Benguera e Ilha Bangué. 
 
Parque Nacional da Gorongosa 
Parque Nacional da Gorongosa – PNG / Gorongosa National Park 
(www.gorongosa.net) 
O Parque está localizado na Província de Sofala, perto da cidade da 
Beira e não muito distante da fronteira com o Zimbabué. 
 
Reservas Nacionais 
Reserva do Niassa 
A Reserva possui uma área de 15.000 km², está localizada na 
Província de Niassa. 
Reserva dos Elefantes ou Reserva de Maputo 
A Reserva possui uma área de 700 km², está localizada na Província 
de Maputo (rumo à região sul da capital), na foz do rio com o 
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Gaza
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Gaza
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane
http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Sofala
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210 
 
mesmo nome. Famosa pelas manadas de elefantes e também 
pelos bandos migratórios de flamingos e pelicanos. A região 
protegida é rica em flora, por causa de seu solo fértil, com floresta 
fechada e vegetação costeira (Oceano Índico), incluindo 
gigantescas dunas. Podemos encontrar o gato serval, o cabrito 
cinzento, lebres, entre outros animais. 
 
Reserva Nacional de Chimanimani 
Está localizada na Província de Manica. 
 
Reserva do Gilé 
A Reserva possui uma área de 2.100 km², está localizada na 
Província de Zambézia, a nordeste da cidade de Quelimane. É uma 
reserva de caça, com grande variedade de animais selvagens. 
Reserva de Marromeu 
A Reserva possui uma área de 1.500 km², está localizada na 
Província de Sofala, na foz do rio Zambeze, tem, sobretudo, 
importantes manadas de búfalos. Aqui ocorrem abates 
controlados... 
Reserva de Pomene 
A Reserva possui uma área de 200 km², está localizada na Província 
de Inhambane. 
 
Sumário 
Um Parque é uma área de conservação, geralmente de 
propriedade do Estado, que tem como objectivo básico a 
preservação de ecossistemas naturais de grande relevância 
ecológica e beleza cénica. Em Moçambique temos os seguintes 
Parques Nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e 
Gorongosa. Enquanto que Reserva e uma zona de protecção total 
de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em vias de 
extinção ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis, tais 
como zonas húmidas, dunas, mangais e corais, bem como a 
conservação da flora e fauna presentes no mesmo ecossistema. 
São Resernas Nacionais: Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, 
Marromeu e Pomene. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
 
211 
 
 
Exercícios de -AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Mista) 
1. A diferença que existente entre Parque da Reserva Parque nacional 
é uma área de conservação, geralmente de propriedade do Estado, 
que tem como objectivo básico a preservação de ecossistemas 
naturais de grande relevância ecológica e beleza cénica enquanto 
que Reserva nacional é uma zona protecção total de certas espécies 
de flora e fauna raras, endémicas, em vias de extinção ou que 
denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. A importância dos Parques e das Reservas Nacionais, de um modo 
geral, os parques e as reservas constituem importantes áreas de 
conservação e protecção da biodiversidade. Sob autorização legal, 
nestas áreas podem ser realizadas pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de actividades de educação e interpretação 
ambiental, de recreação em contacto com a natureza 
e de ecoturismo turismo ecológico. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. Os Parques e Reservas nacionais de Mocambique são: 
A. Parques nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e 
Gorongosa; 
B. Reservas nacionais: Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, Marromeu 
e Pomene. 
C. As alternativas A e B estão correta 
D. Todas alternativas anterios esto correcta 
 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-C; 
 
 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
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212 
 
 
 
Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades 
deste tema 
 
De noções sobre: 
a) Biodiversidade 
b) Parque nacional 
c) Reserva nacional 
 
2. Explique a acção dos factores abióticos e bióticos na distribuição geográfica 
da biodiversidade 
3. Resumidamente, caracterize as zonas biogeográficas de Moçambique 
setentrional, central e meridional 
4. Mencione as regiões fito geográficase faunísticas de Moçambique 
5. Mencione as áreas de conservação e protecção da biodiversidade em 
Moçambique 
6. Destaque a importância das áreas de conservação e protecção da 
biodiversidade. 
 
213 
 
TEMA VII: GEOGRAFIA SÓCIO-ECONOMICA DE MOÇAMBIQUE; 
 População E Principais Actividades. 
 
UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do 
estudo da população 
UNIDADE Temática 6.2. Indicares demográficos: taxas de natalidade, 
mortalidade e crescimento natural 
UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores 
naturais e humanos 
UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população 
UNIDADE Temática 6.5. Os movimentos migratórios: emigração e imigração 
UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: 
educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente 
UNIDADE Temática 6.7. Os factores da localização das principais culturas e 
sistemas agro-pecuários: factores naturais e humanos 
UNIDADE Temática 6.8.A importância da agricultura, pecuária, pesca e 
silvicultura 
UNIDADE Temática 6.9. Impactos sócio ambientais da agricultura, pecuária, 
pesca e silvicultura 
UNIDADE Temática 6.10. Exercícios integrados dos temas desta unidade 
temática. 
 
 
UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do 
estudo da população. 
 
Introdução 
Para facilitar o estudo detalhado, a Geografia de Moçambique divide-se em: 
Geografia Física de Moçambique e Geografia Socioeconómica de 
Moçambique. 
Na Geografia Física de Moçambique, você aprendeu os aspectos físicos 
geográficos, designadamente: morfo-estutura, climas, solos, hidrografia, a 
flora e a fauna de Moçambique. 
Na Geografia Socioeconómica, que inicia agora, você vai aprender os 
aspectos socioeconómicos, nomeadamente: a população, agricultura, 
pecuária, pesca, silvicultura, indústria, comércio, transportes, turismo, 
Moçambique e a SADC. 
Assim, nesta primeira unidade temática 6.1, você inicia a abordagem sobre a 
noção, evolução e importância do estudo população. 
 
 
Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de: 
 
 
214 
 




 
 
Noção e evolução e importância do estudo da população 
 
 
Noção sobre população 
 
Do ponto de vista geográfico, entende-se por população humana o 
conjunto de pessoas que habitam num determinado espaço geográfico que 
pode ser uma localidade, posto administrativo, distrito, vila, cidade ou país. 
Assim, a população moçambicana é o conjunto de todas as pessoas, sem 
distinção da raça, cor, religião, nível de escolaridade, condição económica, 
etc.,que vivem em Moçambique. 
 
Evolução da população moçambicana 
A população moçambicana evoluiu ao longo do tempo. O Instituto Nacional 
de Estatística (INE), é a entidade que em Moçambique faz a 
contagem/censo das pessoas através do processo designado pelo 
Recenseamento Geral da População e Habitação. 
Para o efeito, após a independência nacional, alcançada a 25.06.1975, 
Moçambique realizou o seu Iº Recenseamento Geral da População e 
Habitaçãoem 1980, seguido do IIº em 1997 e, o IIIº, que teve lugar em 2007. 
Durante este período de tempo, foi notório que a população moçambicana 
cresceu significativamente, tal como se pode observar na tabela 1 e gráfico 
2 que se seguem. 
Tabela 1: Evolução da população moçambicana, 1980-2007 
Ano População 
em (000) 
total Homens Mulheres 
1980 12.130 5.909 6.222 
Objectivos 
Específicos 
 
▪ Dê a noção da população. 
▪Analisara evolução da população moçambicana ao longo do tempo 
▪ Destacar a importância do estudo da população moçambicana. 
 
215 
 
1997 16.076 7.703 8.373 
2007 20.226,9 9.735,0 10.491,9 
 Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). 
 
Gráfico 2: Evolução da população moçambicana, 1980-2007. 
 
Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). 
 
Observando atentamente a tabela 1 conjugado com o gráfico 1, 
respectivamente, pode-se concluir que a população moçambicana registou 
um crescimento aceleradode 1980 à 2007. Este facto, porém, deve-se a 
conjugação de vários factores, dentre eles destacam-se: as elevadas taxas 
de fecundidade e das taxas decrescentes de mortalidade. 
Os dados revelam ainda que, em 2007, a população moçambicana foi 
estimada em vinte milhões e quinhentos e trinta e um mil habitantes 
(20.531.000). Do total, 52% são mulheres e 48% são homens, o que significa 
que no nosso país há mais mulheres do que homens. 
 
Importância do estudo da população 
O estudo da população de Moçambique é muito importante na medida em 
que o estudo permite fornecer dados ao estado moçambicano na 
planificação de infra-estruturas socioeconómicas como por exemplo: 
 escolas, hospitais, 
abastecimento de água, electricidade, habitação, etc., com o objectivo de 
melhorar a vida das pessoas. 
 
216 
 
Como pode ver, é importante que o estudante tenha ideia da importância 
de estudar a população, pois o seu estudo fornece informações de utilidade 
para a tomada de decisão no nosso país. 
Por exemplo, o conhecimento do elevado número da população feminina 
permite ao Governo dar maior atenção aos cuidados maternos infantis, 
como distribuição de redes mosquiteirasà mulheres gestantes, campanhas 
de vacinação, programas de saúde sexual e reprodutiva; incremento de 
taxas de escolaridade as mulheres, etc. 
 
Sumário 
Nesta Unidade temática6.1, aprendemos e destacamos, 
fundamentalmente, 
três itens muito importantes: 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Verdasdeiras ou Falso) 
 
1. A população é definida como conjunto de pessoas que habita uma 
determinada região que pode ser numa povoação, localidade, posto 
administrativo, distrito, cidade, província e país. 
A. Vaerdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. A evolução da população moçambicana de 1980 a 2007, de um modo geral, de 
1980 a 2007 a população moçambicana registou um crescimento considerável, 
passando de 12.130 mil para 20.531 mil habitantes. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. E importante estudar a população para saber quantos somos, onde 
estamos, como estamos para permitir planificar as acções de desenvolvimento 
como a construção de escolas, hospitais, abastecimento de água potável, 
energia. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
 
Respostas: 1- A; 2-A; 3-A; 
 
 
217 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Multipla Escolha) 
 
 1.A estrutura etária de uma população e a sua composição por idades, e designada por. 
a. Transição demográfica. 
b. Taxa de crescimento. 
c. Estrutura etária da população. 
d. Estrutura Sexual da População. 
 
2. Das causas asseguir, identifique as associadas à baixa taxa de fecundidade da 
população nas cidades de Moçambique. 
a. Elevado número de população idosa. 
b. Elevado número da população Jovem. 
c. Adesão às práticas de planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. 
d. Maior taxa de mortalidade infantil. 
 
3. Identifique as causas que condicionaram a elevada taxa de mortalidade infantil nas 
décadas de 80 e 90. 
a. Elevada instabilidade politica. 
b. Precárias condições de saúde falta de alimentos e a guerra. 
c. Frequente ocorrência de calamidades naturais. 
d. Deficiente sistema de educação. 
 
4. Diz-se que a Taxa de crescimento vegetativo é positiva quando: 
a. O número de nascimentos é maior que o número de mortes; 
b. O número de nascimento é menor que o de mortes e, 
c. O número de nascimento é igual ao de mortes. 
d. A taxa de crescimento natural tende a aumentar. 
 
5.A actual taxa de crescimento natural de Moçambique, é de? 
a. 4.1% 
b. 3.2% 
c. 3.3% 
d. 2.3%. 
 
 Resposta: 1-C; 2-C; 3-B; 4-A; 5-D 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 6.2. Indicadores demográficos: taxas de natalidade, 
mortalidade e crescimento natural.218 
 
 
Introdução 
Nesta unidade temática número 6.2, você vai estudar, diferenciando, os 
indicadores demográficos, designadamente: taxas de natalidade, 
mortalidade e crescimento natural da população moçambicana. Também 
devera saber calcular as taxas de fecundidade, mortalidade infantil e 
crescimento natural, para além de saber interpretar gráficos da evolução 
Desenvolvimento 
das taxas de fecundidade e de mortalidade infantil tomando em 
consideração os factores que influenciam. 
 
Ao completar esta unidadetemática, você deverá ser capaz de: 
Taxa de natalidade 
Antes de falarmos sobre a taxa de natalidade, convém primeiro entender a 
natalidade que é outro variável demográfico. Assim, por natalidade 
entende-se como sendo o número de nascimentos registados num dado 
país, ou seja, o número de nascimentos registados em Moçambique. 
Quando falou da evolução da população moçambicana, você aprendeu que 
ela regista um crescimento contínuo. Este facto deve-se a elevadataxa de 
natalidade, que corresponde ao número de nascimentos vivos por cada mil 
habitantes. 
Contudo, para se apurar melhor o crescimento populacional de um país, 
usa-se, frequentemente, a taxa de fecundidade, ao invés da taxa de 
natalidade. Isto porque sendo a taxa de natalidade uma variável 
demográfica, tem um inconveniente de considerar os nascimentos em 
relação ao conjunto da população em geral, quando se sabe que na maior 
parte não pode ter filhos porque é demasiado jovem ou já muito idosos. 
Deste modo, a taxa de fecundidade (Tf), se define pelo número de nados 
vivos por cada mil mulheres em idade fecunda (estatisticamente, dos 15 aos 
Objectivos 
Específicos 
Diferenciaras taxas de natalidade, mortalidade, crescimento natural e de 
Saber calcular as taxas de fecundidade, mortalidade infantil e de crescimento 
natural 
Interpretar gráficos da evolução das taxas de fecundidade e de 
mortalidade infantil tomando em consideração os factores que 
influenciam. 
Indicadores demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e 
crescimento natural 
 
219 
 
49 anos de idade). Observando a tabela 2 e gráfico 3, conclui-se que em 
Moçambique, a taxa de fecundidade é mais elevada na zona rural do que 
na zona urbana (observa tabela 2 e gráfico 3). Tabela 2: Evolução da taxa 
global de fecundidade, 1980-2007 
 
Área de residência Anos 
1980 1997 2007 
Rural 5.7 5.2 4.2 
Urbana 6.9 5.2 5.7 
Total 6.4 5.9 5.3 
Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). 
Gráfico 3: Evolução da taxa global de fecundidade, 1980-2007 
 
Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). 
A baixa taxa de fecundidade na cidade pode estar associada há várias 
causas. Por exemplo, as pessoas (sobretudo adolescentes e jovens), têm 
maior possibilidade de acesso à informação sobre o planeamento familiar 
e saúde sexual e reprodutiva. 
Na zona rural, ainda se verifica dificuldades de acesso a esta informação 
relativa ao planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva aliada aos 
usos e costumesque se traduzem na proliferação de casamentos 
prematuros, práticas de poligamia. 
Para se determinar, isto é, calcular a taxa de fecundidade (Tf), usa-se a 
seguinte formula matemática: Tf = n° de nscimentos vivosx 1000 n° de 
mulheres dos 15 aos 49 anos 
Taxa de mortalidade 
A taxa de mortalidade é outro variável que se utiliza para fazer o estudo da 
população. Ela é um indicador que reflecte o número de óbitos por 1000 
 
220 
 
habitantes de uma população num determinado período de tempo 
(geralmente um ano). 
Ora, para determinar com alguma exactidão a taxa de mortalidade, usa-se, 
frequentemente, a taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil que 
expressa o número de óbitos entre crianças com menos de um ano de vida 
em cada 1000 nados vivos. Veja a baixo a fórmula matemática usada para 
calcular a taxa de mortalidade infantil: 
TMF = n° de óbitos de menores d 1 ano x 1000 
 n° de nascimentos ocorridos 
A tabela 3 assim como o gráfico 4 abaixo apresentados, ilustram a taxa de 
mortalidade infantil e infanto-juvenil, para o período 1994-2003. 
Tabela 3: Taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil 
 Neonatal Pósneonatal Infantil Pós- 
infantil 
Infantojuvenil 
Homem 50 78 127 61 181 
Mulher 46 74 120 64 176 
Total 48 76 124 62 178 
 
Gráfico 4: Taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil 
 
Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). 
Analisando atentamente aos dados tanto da tabela 3 quanto do gráfico 3, 
percebe-se que as taxas de mortalidade infantil, assim como as taxas de 
mortalidade noutras fases da vida da criança com menos de 5 anos são, em 
geral, mais alta para o sexo masculino do que do sexo feminino. 
Em Moçambique, as décadas de 80 e 90 registaram elevada taxa de 
mortalidade infantil, devidas principalmente as precárias condições de 
saúde, carência de alimentos e efeitos da guerra. 
 
221 
 
Actualmente, a taxa de mortalidade infantil reduziu significativamente, isto 
deve-seà melhoria dos cuidados materno-infantil como por exemplo maior 
acompanhamento pré-natal e pós-parto, realização, regularmente, de 
campanhas de vacinação e combate a algumas epidemias (malária, cólera, 
etc.). 
Ora, a elevada taxa de mortalidade e, particularmente, a taxa de mortalidade 
infantil, afectam em grande medida a esperança de vidada população. 
Portanto, a esperança de vida faz alusão ao número médio de anos que se 
espera que uma pessoa nascida num determinado ano viva, se as condições 
de mortalidade existentes forem constantes. No nosso país segundo dados 
do INE, a esperança de vida passou de 44 anos, em 1997, para 48 anos, em 
2008. 
Taxa de crescimento natural 
Uma vez analisados os indicadores demográficos (taxa de natalidade e de 
mortalidade), importa agora avaliarmos o seu saldo, ou seja, a taxa de 
crescimento natural, também conhecido por crescimento vegetativo. Se 
por um lado a natalidade e a mortalidade diminuem, por outro, das 
diferenças entre os mesmos resulta um saldo positivo, o que significa que a 
população cresce. 
Efectivamente, a taxa de crescimento natural representa a diferença entre 
nascimentos e mortes, quer dizer, entre a taxa de natalidade e a taxa de 
mortalidade verificas durante um ano. A taxa de crescimento natural 
calcula-se usando a seguinte fórmula: TCN = TN-TM 
No nosso país, actualmente, a taxa de crescimento natural situa-se em 2.3%, 
mas com tendência a aumentar. 
Ora, a taxa de crescimento vegetativo pode ser: i) positiva, quando o 
número de nascimentos é maior que o número de mortes; ii) negativa 
quando o número de nascimento é menor que o de mortes e, nula quando 
o número de nascimento é igual ao de mortes. 
 
Sumário 
Na unidade temática 6.2, aprendemos e destacamos três principais 
indicadores demográficos: 1) taxa de natalidade; 2) taxa de mortalidade e, 
3) taxa de crescimento natural. É importante destacar que para se apurar o 
crescimento da população usa-se muito a taxa de fecundidade que e 
número de nados vivos por cada mil mulheres em idade fecunda, sendo alta 
na zona rural e baixa na cidade. No nosso país a taxa de mortalidade e muito 
elevada, sobretudo a taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil. O 
conhecimento sobre os nascimentos e mortes permite determinar a taxa 
de crescimento natural da população de Moçambique, podendo ser 
positivo e negativo, respectivamente. 
 
222 
 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 
 
1. Diferenca da Taxa de natalidade é número de nascimentos vivos por cada mil 
habitantes. E taxa de mortalidade reflecte o número de óbitos por 1000 
habitantes de uma população num determinado período de tempo enquanto a 
taxa de crescimento natural representa a diferença a taxa de natalidade e a taxa 
de mortalidade verificadasdurante um ano. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2.A fórmula matemática para determinar a taxa de natalidade e de mortalidade. Daí 
calcula-se a taxa de crescimento natural: Tf = n° de nscimentos vivosx 1000 n° de 
mulheres dos 15 aos 49 anos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. A taxa de fecundidade é alta na zona rural e baixa na zona urbana. Porquê, 
devido a dificuldades de acesso a informação sobre o planeamento familiar e 
saúde sexual e reprodutiva, usos e costumes que se traduzem na proliferação 
de casamentos prematuros, práticas de poligamia. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4.Os cuidados a ter em conta para a redução da taxa de mortalidade infantil. Os 
cuidados a ter em conta para a redução da taxa de mortalidade infantil podem ser 
maior acompanhamento pré-natal e pós-parto, realização, regularmente, de 
campanhas de vacinação e combate a algumas epidemias. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5.A taxa de fecundidade é alta na zona rural e baixa na zona urbana. Porquê, na 
zona urbana a taxa de fecundidade é baixa devido a maior possibilidade de acesso 
à informação sobre o planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. 
A. Verdade ( ) 
Falso ( ) 
 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
 
 
223 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores naturais e 
humanos 
 
Introdução 
Em Moçambique, tal como noutros países do mundo, a distribuição da população é 
irregular, o que equivale afirmar que no nosso país, há regiões densamente povoadas e 
regiões menos habitadas. É claro que, esta distribuição desigual da população 
moçambicana é decorrente de factores naturais, tais como: clima, solo, relevo, vegetação 
e águae factores humanos, como por exemplo agricultura, industria, transportes e 
comunicações. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
▪ Identificar os factores de distribuição da população 
▪ Explicar a influência dos factores identificados na distribuição da população moçambicana 
Objectivos específicos 
 
Desenvolvimento 
 
Factores de distribuição da população 
a) Factores naturais 
Os factores naturais que mais influência exerce sobre a distribuição da 
população no nosso país são, entre outros: clima, solo, relevo, vegetação, 
água. 
O clima (através dos seus principais elementos: temperatura e 
precipitação) constitui, sem dúvidas, o principal factor que condiciona a 
repartição da nossa população. 
Por um lado, o clima actua directamente sobre o organismo humano como 
condicionante à saúde, a actividade física e intelectual das pessoas e, por 
outro, actua de maneira indirecta condicionando a fixação e 
desenvolvimento da vida animal e vegetal, determinando a natureza e 
 
224 
 
qualidade de solos indispensáveis para a prática da actividade 
agropecuária. 
As regiões de clima suave, com temperaturas amenas e chuvas mais ou 
menos abundantes (clima tropical húmido), propícias para actividade agro-
pecuária, apresentam forte densidade populacional, como são os casos das 
provínciasmoçambicanas da Zambézia, Nampula e Sofala. 
O solo, recurso natural indispensável para a actividade agrícola, condiciona 
a repartição da população moçambicana, ora vejamos: por exemplo os 
solos franco-argilosos-arenosos acastanhados, bastante férteis e, por 
conseguinte, favoráveis à agricultura, sobretudo para as culturas de 
mandioca e milho atraem a fixação da população na região norte e centro 
do país. 
Regra geral, as regiões cujo relevo predominante é montanhoso e planalto 
não são favoráveis à fixação da população, pois dificultam a prática da 
agriculturaem resultado não só das baixas temperaturas como também da 
pobreza dos solos, a construção de infra-estruturas socioeconómicas. Por 
exemplo, em Moçambique são os casos de algumas regiões das províncias 
de Manica, Zambézia, Tete e Niassa. 
Quanto à vegetação, as regiões com floresta relativamente densa, 
principalmente as grandes extensões das províncias de Sofala e Zambézia, 
registam pequenas aglomerações da população humana, por dificultar a 
penetração, ocupação e fixação, para além de termos solos pobres para 
actividade agrícola. 
Ao longo dos vales dos rios Limpopo (província de Gaza), Zambeze 
(província da Zambézia), entre outros, por exemplo, são consideradas 
regiões atractivas para a fixação da população por reunirem condições para 
a agricultura, pecuária e pesca. 
 
225 
 
b) Factores humanos 
Relativamente aos factores humanos, temos a destacar: agricultura, 
indústria e transportes/vias de comunicação, exercem uma influência 
notável na distribuição da população moçambicana. 
Você sabe muito bem que em Moçambique grande parte (cerca de 80%) da 
população tem na agricultura a base de subsistência familiar. Assim, a maior 
concentração da população moçambicana se verifica, obviamente, nos 
lugares de solos férteis e água abundante, recursos naturais indispensáveis 
para a prática de agricultura. 
A implementação duma indústria atrai outras indústrias e muitas outras 
actividades (comercio, bancos, serviços de educação, saúde), que exigem 
mão-de-obranecessária ao seu funcionamento, o que tem como 
consequência a aglomeração da população. Por exemplo, a elevada 
densidade populacional no maior parque industrial de Moçambique - 
cidade da Matola, província do Maputo. 
No nosso país, os transportes e as vias de comunicação, desempenham um 
papel fundamental na distribuição espacial da população, uma vez que 
exercem um forte poder de atracção sobre as diferentes actividades 
económicas, particularmente a indústria e o comércio. 
Desde sempre, o litoral moçambicano atraiu a fixação dapopulação, não só 
pelos recursos pesqueiros como também pelas facilidades que as águas do 
mar oferecem nas comunicações internas e externas. 
As estradas e vias férreas têm igualmente sua cota parte na distribuição da 
população. Tal são os casos das aglomerações populacionais observadas 
nas principais cidades moçambicanas de Nampula, Beira e Maputo. 
 
 
Sumário 
Na distribuição irregular da população moçambicana intervém dois factores: 
1) factores de ordem natural, como por exemplo: clima, solo, relevo, 
vegetação e água e, 
 
226 
 
2) factores de ordem humana, tais como a prática de agricultura, 
indústria, transportes e comunicações. 
 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Mista) 
1.Os factores que intervém na distribuição irregular da população moçambicana. factor de 
atratividade populacional que condicionou as aglomerações na cidade da Matola, província 
de Maputo é: 
a. A Indústria. 
b. O Transporte 
c. O Porto. 
d. A Agricultura. 
 
2.De acordo com distribuição climática de Moçambique, a região sul da Província de Manica 
destaca-se: 
a.Clima tropical húmido. 
b.Clima tropical seco. 
b.Clima tropical modificado pela altitude. 
c.Clima Tropical semiárido. 
 
3.Sobre as características meteorológicas de Moçambique, indique a região mais propensa à 
ocorrência de secas: 
a.Região Norte. 
b.Região Sul. 
c.Região Centro. 
d.Região intermedia Centro e Sul. 
 
4.Influência do clima, solos e rio na distribuição geográfica da população moçambicana. 
A.Clima -as regiões de clima suave, com temperaturas amenas e chuvas mais ou menos 
abundantes (clima tropical húmido), propícias para actividade agropecuária, apresentam 
forte densidade populacional, como são os casos das províncias moçambicanas da 
Zambézia, Nampula e Sofala. 
B. Solos - solos franco-argilosos-arenosos acastanhados, bastante férteis e, por conseguinte, 
favoráveis à agricultura, sobretudo para as culturas de mandioca e milho atraem a fixação 
da população na região norte e centro do país. 
C.Rios - os vales dos rios, são considerados regiões atractivas para a fixação da população 
por reunirem condições para a agricultura, pecuária e pesca. 
D. Todas anteriores estãocorretas 
 
 
227 
 
5. A agricultura e a actividade industrial exercem influência na repartição 
espacial da população moçambicana, ora vejamos: 
A. Agricultura atrai a concentração da população moçambicana. Ela realiza-se 
em locais onde os solos são férteis e aptos para diversas culturas, tanto de 
subsistência (mandioca, milho, amendoim) quanto de rendimento (cana-de 
açúcar, algodão, tabaco). 
B. Actividade industrial – onde há indústria, verifica-se sempre a tendência de 
concentração, a volta dela, da população que vai constituir a principal mão-
de-obra para o seu funcionamento. 
C. Nenhuma das anterior está correta 
D. Alternativa A e B estão correta 
 
6. Na distribuição irregular da população moçambicana intervém dois principais 
factores: naturais e humanos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
 
Resposta: 1-A; 2-B; 3-B; 4-D; 5-D; 6-A 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população 
 
Introdução 
Nesta unidade temática, vai aprender sobre a estrutura etária e sexual da 
população moçambicana, ou seja, a distribuição da população 
moçambicana por faixas de idade e grupos de sexo. 
O estudo da estrutura etária e sexual da população é de grande importância 
na medida em que permite saber quantos jovens, adultos e idosos, tanto 
sejam mulheres quantos homens existem em Moçambique, constituindo 
um indicador para melhor planificar os processos de desenvolvimento 
socioeconómico. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
▪ Distinguirestrutura etáriada estrutura sexual da população 
▪ Saber construir a pirâmide etária da população bem como interpretá-la 
 
228 
 
▪ Caracterizarpirâmide etária tendo em conta os factores e elementos 
Objectivos 
Específicos 
 
Estrutura etária e sexual da população 
 
Estrutura etária 
A estrutura etária é a distribuição da população por faixas de idade. Regra 
geral, a população costuma ser dividida em três faixas etárias principais: i) 
jovens – de 0 a 19 anos; ii) adultos – de 20 a 59 anos e, iii) idosos – de 60 e 
mais anos. 
A representação gráfica da estrutura etáriada população de um país, como 
Moçambique, é normalmente feita através da chamada pirâmide etária. 
Porém, vários factores podem influir nas características de uma pirâmide 
etária, entretanto, dois deles são considerados fundamentais: o 
crescimento vegetativo e a longevidade. 
Ora, uma pirâmide etária da população apresenta os seguintes elementos: 
i) A base da pirâmide representa a população jovem; 
ii) O corpo (parte intermediaria) representa a população adulta; 
iii) O ápice da pirâmide representa a população velha; 
 iv) À direita ficam representadas as mulheres e, à esquerda, os homens 
v) No centro, ficam representadas as faixas representadas as idades da 
população. 
Assim, a seguir, no gráfico 5, veja a representação esquemática da pirâmide 
etária da população moçambicana. 
Gráfico 5: Pirâmide etária da população, 2007 
 
229 
 
 
Fonte: INE, 2008. 
 
Da leitura da pirâmide etária representada pelo gráfico 4, notar-se que a 
maior parte da população moçambicana é jovem, devido, entre outros 
factores, a elevadas taxas de fecundidade e redução gradual da mortalidade 
infantil. 
O gráfico 4 ainda indica uma população jovem com faixa etária dos 0-14 
anos de idade, o que justifica a configuração da pirâmide etária onde se 
nota-se a sua base bem larga e o topo (ápice) bem estreito. 
Estrutura sexual da população 
Se a estrutura etária da população indica a distribuição da população por 
faixas de idade, não restam dúvidas que a estrutura sexual da população 
seja a composição da população por grupos de sexo (masculino/feminino 
ou homem/mulher). 
Em Moçambique, segundo dados do Censo 2007, há mais Mulheres (52%) 
do que Homens (48%). Este padrão nacional, repete-se a nível provincial, 
isto é, o número de mulheres e superior ao dos homens em todas as 
províncias do país. 
Neste contexto, é de salientar que, por exemplo, as províncias de 
Inhambane e Gaza são as que mais se destacam com 56% de mulheres. 
 
230 
 
Evidentemente que, uma das causas desta tendência pode dever-se a uma 
maior participação dos homens na emigração, principalmente para as 
minas da República da África do Sul. 
 
Sumário 
A estrutura etária da população é a sua composição por idades: jovens, 
adultos e idosos. A estrutura etária é representada através de pirâmide 
etária. A estrutura etária da população depende da evolução do binómio 
natalidade-mortalidade e esperança média de vida. Entretanto, a estrutura 
sexual da população e composição da população por grupos de sexo: 
masculino e feminino. 
 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Mista) 
 
1. Estrutura etária duma população é estrutura etária duma população e a sua 
composição por idades; 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2.Estrutura sexual duma população é a composição por grupos de sexo. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3.Por que é que as províncias de Gaza e do Maputo tem mais mulheres do que 
homens é porque na sua estrutura sexual, mais mulheres do que homens porque 
maior parte dos homens migração para a República da África do Sul a procura de 
trabalho nas minas de ouro, platina bem como nas farmas. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4.A estrutura etária de uma população e a sua composição por idades, e designada por. 
A. Transição demográfica. 
B.Taxa de crescimento. 
C.Estrutura etária da população. 
D.Estrutura Sexual da População. 
 
 
231 
 
5. Das causas asseguir, identifique as associadas à baixa taxa de fecundidade da população nas 
cidades de Moçambique 
A.Elevado número de população idosa. 
B.Elevado número da população Jovem. 
C.desão às práticas de planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. 
D.Maior taxa de mortalidade infantil. 
 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-C; 5-C 
 
 
 
 
UNIDADE Temática 6.5. Os movimentos migratórios: migrações internas 
 e internacionais 
 
Introdução 
Os movimentos migratórios constituem as deslocações periódicas ou 
definitivas de pessoas de um lugar para o outro. Elas constituem também 
uma das causas da distribuição espacial da população moçambicana. Assim, 
nesta unidade temática vamos abordar dois tipos de movimentos 
migratórios: internas e internacionais. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
▪ Diferenciarmigrações internas das migrações internacionais 
Objectivos ▪ Identificarprincipais causas das migrações internas e internacionais 
Específicos 
 
Os movimentos migratórios: migrações internas e internacionais 
 
Migrações internas ou nacionais 
Designamos por migrações internas aquelas que se realizam dentro de um 
mesmo país. No nosso país, as migrações internas são muito complexas, 
tanto em relação as suas causas quanto em relação ao sentido em que se 
processam, podem ser de vários tipos: de uma região para outra ou de uma 
mesma região. 
 
232 
 
 Podem ocorrer de uma zona rural para outra, do campo para cidade ou 
entre duas cidades. Além disso, essas migrações podem ser periódicas ou 
definitivas, o que nos dá uma ideia das dificuldades e complexidades. 
Dentre as migrações internas, em Moçambique são mais comuns as 
seguintes: migrações diárias ou pendulares e migrações campo-cidade. 
Relativamente às migrações diárias ou pendulares, são movimentos de 
vaivém, típico dos grandes centros urbanos, onde diariamente uma grande 
massa, normalmente, de trabalhadores e estudantes, desloca-se do 
subúrbio e da periferia urbana em direcção aos centros de prestação de 
serviços (industrial, comercial) e educacionais (escolas e universidades), 
regressando aos seus lares após a jornada laboral ou estudantil. Constituem 
exemplos bem elucidativos destes vaivéns, o que se sucede nas cidades 
moçambicanasde Maputo, Beira e Nampula, etc. 
No que diz respeito às migrações campo-cidade, também conhecidas por 
êxodo rural, é o deslocamento de indivíduos, sobretudo jovens, do meio 
rural (campo) para o meio urbano (cidade). 
Em Moçambique, o êxodo rural é também muito comum. Suas causas e 
consequências são de grande importância sob todos os aspectos. As 
principais causas do êxodo rural no nosso país são: as precárias condições 
de vida no campo (exemplo: deficiente acesso à educação, saúde, 
habitação, esgotamento de solos, etc.) e a atracção exercida pelas cidades 
(exemplo: acesso à educação, saúde, habitação, água, etc.). 
No entanto, nem sempre as cidades (por exemplo: Maputo, Beira e 
Nampula), conseguem absorver todas as necessidades básicas requeridas 
pelos exodistas. 
De facto, o crescimento das cidades é insuficiente para oferecer a todas as 
pessoas que se deslocam às cidades as condições como o emprego, 
moradia, escolas, assistência médico-social. 
 
233 
 
Adicionando-se a isto, está a baixa qualificação profissional, o baixo nível de 
escolaridade e baixo padrão de vida dos migrantes, ainda teremos como 
consequências o surgimento de diversos problemas: a formação de bairros 
de lata, o desemprego e subemprego, a criminalidade, a prostituição, 
mendicidade, proliferação do comércio informa, agravamento das já 
precárias condições de saneamento do meio, entre outros problemas. 
Migrações internacionais 
As migrações internacionais são deslocações de pessoas de um país para o 
outro. Embora em Moçambique as migrações internacionais careçam de 
dados actualizados, podemos considerar dois principais motivos: 1º, à 
procura de emprego e, 2º, por motivo de continuação de estudos. 
A República da África do Sul tem sido o destino escolhido por emigrantes 
moçambicanos para aonde se deslocam à procura de emprego sobretudo 
no sector mineiro. Grande parte dos moçambicanos das províncias de 
Inhambane, Gaza e Maputo (região sul de Moçambique), vão anualmente 
a África do Sul. 
Desde a independência nacional (proclamada a 25.06.1975), Moçambique 
mantem estreitos laços de cooperação com vários países do mundo, nos 
domínios económico, político e sociocultural. 
O sector de Educação e Desenvolvimento Humano é que maior proveito tira 
para a formação no estrangeiro, de muitos moçambicanos (homens e 
mulheres) em diversas áreas no Brasil, Portugal, Tanzânia, Zimbabué, Reino 
Unido, Alemanha, França, entre outros países. 
 
Sumário 
São dois principais movimentos migratórios: internas ou nacionais e 
externas ou internacionais. As migrações nacionais sãodeslocações que se 
realizam dentro do nosso país, sendo as comuns as migrações diárias ou 
pendulares e migrações campo-cidade. Entretanto, as migrações 
internacionais são aquelas deslocações da população para o estrangeiro são 
 
234 
 
várias as causas das migrações, com maior realce para a procura de 
emprego, educação, saúde, habitação. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
1. Migrações internas são movimentações de pessoas duma região para outra 
dentro do país, ao passo que migrações internacionais são aquelas deslocações 
de pessoas de um país para outro país. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2.As principais causas das migrações: Nacionais podem ser procura de emprego, 
saúde, educação, habitação e internacionais podem ser a guerra, procura de 
emprego, educação. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3.As migrações diárias e o êxodo rural caracterizem-pela movimentação de 
pessoas, sobretudo jovens, da zona rural para a zona urbana com o interesse de 
procurar emprego ou continuar com os seus estudos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
4. As migrações diárias/pendulares caracterizam-se por serem movimentos 
de ida e volta, diariamente, de pessoas que habitam na periferia urbana para 
os grandes centros urbanos com a finalidade de procurar emprego, trabalhar 
e estudar. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
5. As migrações nacionais sãodeslocações que se realizam dentro do nosso 
país, sendo as comuns as migrações diárias ou pendulares e migrações campo-
cidade. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
 
 
 
 
 
235 
 
UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: 
educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente 
 
Introdução 
Com o crescimento acentuado da população moçambicana, emerge desafios 
para dar resposta no 
que diz respeito à procura de satisfação das diversas necessidades básicas, 
entre as quais, se destacam: educação, saúde, habitação, emprego e 
conservação do meio ambiente. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
▪ Conhecer os principais problemas demográficos actuais 
▪ Analisara manifestação dos principais problemas demográficos em Moçambique. 
Objectivos 
Específicos 
Desenvolvimento 
 
Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, habitação, 
desemprego, alimentação e ambiente 
 
Educação 
Em Moçambique, todas as pessoas (independentemente da cor, raça, 
religião, etnia, filiação política, etc), têm o direito à Educação. Contudo, o 
acesso a educação no nosso país ainda constitui um grande desafio não só 
do governo como também para toda a sociedade moçambicana. 
De acordo com INE (2008:43), “a taxa de analfabetismo no país tende a 
reduzir. De 60.5%, em 1997 passou a 51.9%, em 2005”. Como se pode 
notar, em 8 anos (1997-2005), a taxa de analfabetismo caiu em 8.6%, o que 
representa um grande esforço do governo moçambicano de garantir o 
acesso à educação para toda população moçambicana. 
No Ensino Primário, tanto do 1º grau quanto do 2º grau (EP1 e EP2), a taxa 
líquida de escolarização, que representa a proporção entre os alunos que 
frequentam um determinado nível de ensino com idade oficial para 
 
236 
 
frequentar e a população no mesmo grupo etário, tem vindo a aumentar 
ao longo do tempo, tal como ilustram os gráficos 6 e 7, respectivamente. 
Gráfico 6: Taxa líquida de escolarização no EP1, 1998-2008 
 
Fonte: INE, 2008. 
Analisando o gráfico 5, pode-se notar que, por exemplo, em 2004 a taxa 
líquida de escolarização no EP1 situou-se em 78% para os rapazes e, 73.2% 
para as raparigas. A cifra percentual aumento em 2008, onde 102% fixouse 
para os rapazes e, 98.4% para as raparigas, portanto sem diferenças 
significativas para ambos grupos sexuais. 
Quanto ao EP2, o levantamento escolar efectuado de 1998 a 2008, mostra 
o seguinte: a taxa líquida de escolarização fixou-se, em 2004, em 5.9% para 
os rapazes e, cerca de 5.2% para as raparigas. Houve um incremento 
também em 2008, onde para os rapazes foi de 15.8% e, para as raparigas, 
situou-se em 16%. 
 
Gráfico 7: Taxa líquida de escolarização no EP2, 1998-2008 
 
Fonte: INE (2008). 
 
237 
 
 
Contudo, para se ter uma ideia mais aproximada da realidade no que diz 
respeito ao acesso à educação, é aconselhável utilizar o indicador taxa de 
frequência escolar- relação entre os alunos de uma determinada idade que 
frequentam o sistema educativo, e o resto da população com a mesma 
idade. O exemplo que a seguir se apresenta na tabela 4, ilustra claramente, 
a taxa de frequência escolar em Moçambique, em 2005. 
Tabela 4: Taxa de frequência escolar, 6-12 anos, 2005 
 
Província 
 Idade e sexo 
6-10 Anos 11-12 Anos 
Mulher Homem Mulher Homem 
País 76 82 53 69 
Niassa 58 66 78 66 
Cabo Delgado 61 62 84 86 
Nampula 50 55 68 68 
Zambézia 71 69 85 85 
Tete 57 61 70 65 
Manica 68 75 88 79 
Sofala 66 64 72 96 
Inhambane 81 77 90 93 
Gaza 83 83 95 99 
Maputo 88 91 95 98 
Maputo cidade 92 92 95 93 
Fonte: INE, 2008. 
Relativamente ao Ensino Secundário, só existem dados disponíveisque 
dizem respeito à taxa de conclusão na EscolaSecundária, no período 
compreendido entre 1998-2007. 
A taxa de conclusão representa, por conseguinte, a proporção de alunos 
matriculados que terminam um determinado nível escolar. Assim, o gráfico 
8, insere os dados estatísticos referentes a taxa de conclusão no Ensino 
Secundário. 
Gráfico 8: Taxa de conclusão na Escola Secundária, 1998-2007 
 
238 
 
 
Fonte: INE, 2008. 
Olhando atentamente os dados constantes no gráfico 7, podemos concluir 
o seguinte: embora as taxas de conclusão tenham aumentado no Ensino 
Secundário Geral (1º e 2º ciclos), ao longo dos anos, a verdade é que a 
diferença entre os sexos aumentou. 
Por exemplo, em 2004, a taxa de conclusão situou-se em 1.8% para as 
mulheres e, 2.0% para os homens (caso do ESG1); e 4.0% para as mulheres 
e, 6.2% para os homens para o caso do ESG2, respectivamente. 
Relativamente ao ensino superior, é de referir que em 2006, foram 
matriculados um total de 32.090 estudantes nos diversos cursos 
ministrados nas universidades do nosso país. Deste universo, 9.608 foram 
mulheres e 22.482, foram homens. Dos matriculados, graduaram 850 
mulheres e 1.849 homens, veja o gráfico 9 abaixo. 
 
 
 
Gráfico 9: Matriculados e graduados no Ensino Superior Público, 2006 
 
Fonte. INE, 2008. 
 
239 
 
 
 
Saúde e alimentação 
Em Moçambique, o acesso a saúde, tal como à educação, ainda contínua 
deficiente, apesar dos esforços que tem vindo a ser envidados. A 
distribuição irregular da população, a falta de pessoal qualificado, 
insuficiência de recursos financeiros e os aspectos socioculturais, 
constituem os principais factores que travam o acesso equitativo dos 
serviços de saúde. 
Entre 2001-2006, a mortalidade materna intra-hospitalar que indica o 
número de mulheres que morrem nos hospitais em cada 100,000 nascidos 
vivos aumentou significativamente, tendo passado de 162 para 190, 
respectivamente. 
Entretanto, a partir de 2007 já se verifica uma ligeira tendência de redução 
deste índice (193), tal como mostra o gráfico 10. Este facto, devese, em 
parte, do trabalho feito na área de saúde materno infantil, como 
acompanhamentos pré-natal e pós-parto, campanhas de vacinação, 
distribuição de redes mosquiteiras para proteger da malária às mulheres 
grávidas e dos recém-nascidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
240 
 
Gráfico 10: Mortalidade materna intra-hospitalar, 2001-2007 
 
 
Fonte: INE, 2008 
Em Moçambique, a situação de crianças subnutridas ainda persiste. Dados 
disponíveis publicados pelo INE conjuntamente com o MISAU (Ministério 
da Saúde), indicam queno nosso país o estado de nutrição (crónica, aguda 
e insuficiência de peso), relaciona-se com os níveis de escolaridade da mãe 
(observa atentamente a tabela 5). 
Tabela 5. Percentagem de crianças subnutridas, 2003 
 Subnutrição crónica Subnutrição aguda Baixo peso 
Total 41 4 23.7 
Rapariga 39.4 4.0 22.6 
Rapaz 42.6 4.0 24.7 
Nível de escolaridade da mãe 
Nenhum 46.9 3.9 31.1 
Primário 41.8 4.0 24.4 
Secundário 15.0 4.4 12.1 
Fonte: INE, 2008. 
Analisando a tabela 5, constata-se claramente uma correlação negativa 
entre a subnutrição crónica e o nível de escolaridade da mãe. Por exemplo, 
a subnutrição decresce com o aumento de nível de escolaridade da mãe, 
ou seja, uma mãe cujo nível de escolaridade é secundário a subnutrição 
crónica se fixou em 15% contra uma percentagem de 46.9% de crianças 
subnutridas cujas mães não possuem qualquer nível de escolaridade. 
 
241 
 
Ademais, em Moçambique, algumas doenças mais preocupantes para a 
saúde pública são: a Malária e o HIV e SIDA. A prevalência do HIV e SIDA no 
nosso país é elevada. 
O índice de prevalência do HIV/SIDA nas mulheres é superior a dos homens, 
isto deve-se aos factores biológicos e socioculturais que colocam a mulher 
em situação de maior vulnerabilidade à infecção que o homem. 
Actualmente, no nosso país, o índice de prevalência pelo HIV/SIDA é mais 
elevado na região centro e, relativamente baixo na região sul e norte do 
país, respectivamente. 
Infelizmente, ainda não há cura para o HIV/SIDA. Os esforços conjugados 
apenas servem para evitar novos casos de infecção pelo HIV/SIDA. Para o 
efeito, é fundamental conheceralguns cuidados para evitar infecção pelo 
HIV/SIDA, como por exemplo: praticar a abstinência sexual, evitar o uso de 
objectos cortantes não esterilizados, usar preservativo nas relações sexuais, 
fazer o teste de HIV/SIDA para saber do seu estado de seroprevalência, 
entre outros cuidados. 
Habitação e desemprego 
Em qualquer país, há uma relação directa entre o crescimento da sua 
população e a taxa de desemprego. Este facto, não poderia ser diferente em 
Moçambique. A taxa de desemprego define a relação entre a população 
desempregada e a população em idade activa (com 15 ou mais anos de 
idade). 
Em 2005, no nosso país, a taxa de desemprego foi mais elevada, atingindo 
uma percentagem de 19%. O desemprego afecta mais as mulheres que os 
homens (tanto no campo quanto na cidade). As províncias de Maputo, 
Maputo Cidade e Niassa, registaram elevadas taxas de desemprego para as 
mulheres. 
 
 
242 
 
Assim, a tabela 6, mostra as evidências de desemprego em Moçambique. O 
baixo nível de qualificação profissional e as migrações campo-cidade são 
apontadas como principais causas que contribuem para o desemprego. 
Tabela 6. Taxa de desemprego da população de 15 ou mais anos, 2005 
 
Idade 
 
Total 
Total Urbana Rural 
H M Total H M Total H M 
15-19 36.8 36.9 36.7 56.8 53.4 60.1 26.4 26.8 26.1 
20-24 27.2 22.8 30.2 45.1 38.4 50.8 16.6 11.6 19.7 
25-29 19.6 12.6 24.8 30.9 23.4 37.3 14.0 6.6 19.1 
30-34 15.1 8.0 20.6 22.3 12.1 30.5 11.9 6.3 16.3 
35-39 11.1 7.1 13.8 18.9 12.2 24.0 7.7 4.6 9.6 
40-44 10.3 5.6 14.6 14.5 10.3 18.7 8.1 3.0 12.5 
45-49 9.6 6.3 12.3 13.9 10.9 16.9 7.7 3.7 10.5 
50-54 8.2 6.1 9.9 15.0 11.5 18.5 5.3 3.7 6.6 
55-59 7.4 6.3 8.3 13.3 11.5 15.0 5.5 4.3 6.3 
60-64 9.2 7.0 11.1 15.9 13.8 17.6 7.2 5.0 9.0 
65+ 8.2 5.9 10.4 15.3 13.1 17 6.5 4.2 8.5 
Total 18.7 14.7 21.7 31.0 25.6 35.7 12.9 9.1 15.7 
Fonte: INE, 2008 Legenda: H-Homem; M-Mulher 
Em Moçambique, grande parte da população vive na zona rural onde possui 
casas construídas por material precário (pau a pique, maticada pelo matope 
e coberta a capim), sem no entanto oferecer condições mínimas de 
habitabilidade, tal como se pode ver na figura 2. 
Figura 2: Vista parcial das características de casas de matéria precário. 
 
Fonte: http://moradadebarro.org/ 
 
 
 
 
 
Conservação do meio Ambiente 
http://moradadebarro.org/
http://moradadebarro.org/
 
243 
 
 
Em Moçambique, os problemas ligados a preservação do meio ambiente 
são graves, a avaliar pela crescente demanda na exploração dos recursos 
naturais (solo, florestas, água, etc.) para a satisfação das variadas 
necessidades básicas. 
No nosso país, cerca de 80% da população reside na zona rural e tem como 
a agricultura o seu meio de sobrevivência. Para a abertura dos seus campos 
de cultivo, a população uso o fogo, ou seja, pratica as queimadas, grande 
parte delas descontroladas, o que contribui bastante na degradação e ou o 
empobrecimento dos solos. 
A exploração madeireira e a produção de carvão vegetal contribui para o 
desmatamento e expõe o solo aos processos erosivos, ou seja, desgaste, 
transporte e deposição de sedimentos. 
O crescimento da população urbana, associado a sua expansão e deficiente 
ordenamento territorial, concorre para a degradação das já precárias 
condições de saneamento do meio nas cidades (Maputo, Beira, Nampula, 
etc.) e, consequentemente, a proliferação de doenças ambientais (malária, 
cólera,diarreia, etc.). 
 
Sumário 
A população moçambicana vem registando um crescimento a um ritmo 
acentuado, passando de dezasseis milhões e setenta e seis mil pessoas em 
1997 para vinte milhões e quinhentos e trinta e um mil habitantes em 
2007. Este crescimento exponencial nem sempre é acompanhado pela 
provisão dos serviços essenciais para uma vida condigna. Como 
consequência, registam-se problemas demográficos, como o acesso à 
educação, saúde, alimentação, habitação, emprego e conservação do meio 
ambiente. 
 
 
 
Exercícios de-AVALIAÇÃO 
 
244 
 
GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 
1. Os principais problemas demográficos no nosso país são: o acesso a educação, 
saúde, alimentação, habitação, emprego e conservação do meio ambiente. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
2. Os factores que minam o acesso equitativo da saúde podem ser: distribuição 
irregular da população, a falta de pessoal qualificado, insuficiência de recursos 
financeiros e os aspectos socioculturais. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. A relação entre o estado de subnutrição crónica das crianças e o nível de 
escolaridade da mãe e a seguinte: uma mãe cujo nível de escolaridade é secundário 
a subnutrição crónica pode reduzir significativamente na medida em que esta mãe 
poderá ser capaz de prestar maior cuidados higiénicoalimentares ao seu bebe o 
que poderá não suceder-se a uma mãe que não possui qualquer nível de 
escolaridade. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
3. Alguns dos cuidados a ter em conta para a prevenção do HIV/SIDA no nosso 
país são praticar a abstinência sexual, evitar o uso de objectos cortantes não 
esterilizados, usar preservativo nas relações sexuais, fazer o teste de HIV/SIDA 
e, em caso de positivo, seguir rigorosamente ao tratamento hospitalar. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
4.Algumas medidas para a conservação do meio ambiente podem ser: evitar a 
prática de queimadas descontroladas, praticar o reflorestamento, depositar no 
contentor os resíduos sólidos. 
A. Verdade () 
B. Falso () 
 
5.As migrações internacionais são deslocações de pessoas de um país para o outro. 
Embora em Moçambique as migrações internacionais careçam de dados 
actualizados, podemos considerar dois principais motivos: 1º, à procura de 
emprego e, 2º, por motivo de continuação de estudos. 
A. Verdade ( ) 
B. Falso ( ) 
 
Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 
 
UNIDADE Temática 6.7. Agricultura, pesca, pecuária e silvicultura. Factores da 
localização: naturais e humanos 
 
245 
 
 
Introdução 
Em Moçambique, maior parte da populaçãoestimada em mais de 70% está 
ligada ao sector extractivo, principalmente a agricultura. Para além da 
agricultura, a pesca, pecuária e silvicultura constituem outras actividades 
de subsistência. Assim, nesta unidade temática, você vai analisar a 
influência dos factores naturais e humanos no desenvolvimento destas 
actividades. 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Explicar a influência dos factores naturais e humanos na actividade agrícola 
Caracterizar os tipos de pesca 
Objectivos 
Caracterizar a pecuária e a silvicultura 
Específicos 
 
 
Agricultura 
 
A agricultura foi definida como a base de desenvolvimento do nosso país, 
devido às óptimas condições naturais para o desenvolvimento da 
actividade agrícola. A sua localização geográfica, extensão territorial, solos 
férteis, variedade de climas tropicais e uma densa rede hidrográfica, são 
alguns dos requisitos básicos para o desenvolvimento da agricultura. 
Em Moçambique, a agricultura é actividade fundamental (praticada com 
80% da população activa), a sua funçãoprimordial é fornecer alimentos e 
matérias-primas para o consumo nacional. 
Basicamente, o sistema agrícola mais comum no nosso país é agricultura 
extensiva ou de subsistência, contudo com moderada tendência para 
agricultura intensiva ou comercial, onde, o mapa 15, representa a 
distribuição geográfica das principais culturas em terra arável. 
Mapa 15: Distribuição geográfica das principais culturas em terra arável 
 
246 
 
 
Fonte: MINED (1986:22), Atlas Geográfico, vl.1. 
 
Zonas Agro-ecológicas em Moçambique e as suas potencialidades 
Duma maneira geral, Moçambique possui cerca de 36 milhões de hectares 
(ha) de terra arável, dos quais menos de 10% são cultivados, 3.3 milhões de 
hectares irrigáveis, dos quais somente cerca de 50.000 (0,13%) são 
actualmente irrigados. Cerca de 78% da superfície do País é ocupada por 
florestas e a área coberta de floresta potencialmente produtiva, contendo 
espécies de valor comercial, é de cerca de 20 milhões de hectares. Esta área 
correspondente a cerca de 24% da superfície total do país. O volume 
comercial existente nesta área é de cerca de 22 milhões de metros cúbicos 
de árvores em pé com um DAP acima de 40 cm. Cerca de 9 milhões de 
hectares de parques nacionais e áreas de reservas de fauna bravia. Das 104 
bacias hidrográficas existentes, 15 são particularmente importantes e 9 
destas são secções terminais de rios internacionais. O escoamento médio 
anual é estimado em 216 milhões de m3 de água, dos quais apenas 100 
milhões têm origem em chuvas que ocorrem em Moçambique. As distintas 
zonas agro - ecológicas podem ser agrupadas em três macro zonas: Norte, 
Centro e Sul. 
As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom potencial 
agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais 
 
247 
 
permanentes do que no Sul. Estas zonas são, geralmente, produtoras de 
excedentes agrícolas, mas o desenvolvimento da pecuária de bovinos é 
dificultada pela mosca tsé-tsé. No entanto, essas zonas são importantes 
produtores de gado suíno e caprino, e de aves. 
 
A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por um regime de 
precipitação irregular e de baixas quantidades. Estas condições não são 
favoráveis para agricultura de sequeiro. A presença de barragens e sistemas 
de regadio nesta zona potencia a agricultura regada. As actividades agrárias 
mais importantes são as florestas e a pecuária; a produção animal 
geralmente é afectada por doenças tais como a febre aftosa, a peste suína 
africana e a Newcastle. 
As secas extremas e cheias cíclicas afectam sobretudo algumas regiões do 
Sul e Centro do País. As zonas mais áridas (interior de Gaza, norte e interior 
de Inhambane e sul de Tete) são igualmente mais propensas e mais 
vulneráveis às secas extremas, uma vez que a pluviosidade normal destas 
zonas já está nos limites mínimos de possibilidades de produção em 
condições de sequeiro. 
 
As cheias são mais frequentes nas margens das principais bacias 
hidrográficas no Sul e Centro do país, principalmente por causa das chuvas 
que ocorrem nos países vizinhos. Devido à sua localização geográfica, o País 
é também afectado por ciclones. 
 
O efeito destas calamidades é agravado pela debilidade das infraestruturas, 
fraqueza dos agentes económicos e das instituições económicas e sociais, 
públicas, privadas e da sociedade civil. 
 
A Região do Interior de Maputo e Sul de Gaza 
È uma área relativamente pequena, cobrindo uma faixa do interior da 
província de Maputo e sul do interior de Gaza. A maior parte da zona situa-
se a menos de 200 m de altitude; as terras de Namaacha atingem 500 m de 
 
248 
 
altitude. As chuvas são concentradas de Novembro a Março e a época 
chuvosa é caracterizada por grande irregularidade no que respeita ao 
começo da época, duração da época, quantidade de precipitação. As chuvas 
podem ocorrer na época seca. Com excepção dos solos dos pequenos 
Libombos, Moamba e os vales de Limpopo, Incomati e Umbelúzi, os solos 
são arenosos ou de textura franco arenoso. As famílias semeiam nas duas 
épocas, com destaque as culturas de milho, feijão nhemba, amendoim e 
mandioca. Devido ao regime de precipitações as variedades usadas são 
geralmente de curta duração.

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