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CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA MANUAL DE GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE 2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA MANUAL DE GEOGRAFIA DE MOÇAMBIQUE 1º ANO CÓDIGO TOTAL HORAS/1º SEMESTRE 100 CRÉDITOS (SNATCA) 4 NÚMERO DE TEMAS 7 UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique i Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade da Universidade Aberata (ISCED), e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade Aberta ISCED). A não observância do acima estipuladoo infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor na República de Moçambique. Universidade Aberta ISCED Vice-reitoria Académica Rua Paiva Couceiro, Macuti Beira - Moçambique Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Fax: 23323501 Email: suporte@unisced.edu.mz Website: www.isced.ac.mz mailto:suporte@isced.ac.mz UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique ii Agradecimentos Universidade Aberta ISCED e o autor do presente manual agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor: Geraldo Cardoso Sotaria, Mestrado em Ensino de Geografia Coordenação Design Financiamento e Logística Revisão Científica e Linguística Ano de Publicação Local de Publicação Vice-Reitor Académica do ISCED Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 2018 2022 ISCED – BEIRA iii Indice Visão geral 1 Benvindo ao Módulo de Geografia de Moçambique ....................................................... 1 Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este Módulo ................................................................................. 2 Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 Avaliação ........................................................................................................................... 7 TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. ………………………………………………………… 8 UNIDADE Temática 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos. ............ 8 Introução ........................................................................................................................... 8 Sumário ........................................................................................................................... 13 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 13 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 14 UNIDADE Temática 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial ................. 17 Introução ......................................................................................................................... 17 Sumário ........................................................................................................................... 20 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22 UNIDADE Temática 1.3. O traçado da costa Moçambicana ........................................... 24 Introdução ...................................................................................................................... 24 Sumário ........................................................................................................................... 30 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 30 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 31 UNIDADE Temática 1.4. Fusos horários: conceitos, historial, caracterização do fuso horário e definição do fuso de Moçambique ................................................................. 32 Introdução ...................................................................................................................... 32 Sumário ........................................................................................................................... 40 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 40 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 41 UNIDADE Temática: 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema .............. 43 TEMA – II: MORFO-ESTRUTURA. ……………………………………………………………. 45 UNIDADE Temática: 2.1 Introdução, estrutura geológica, Relevo tectónico e recursos UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique iv minerais .......................................................................................................................... 45 Introdução ...................................................................................................................... 45 Sumário ........................................................................................................................... 61 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 62 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................62 UNIDADE Temática: 2.2 Geomorfologia: conceitos, caracterização, processo de formação e distribuição .................................................................................................. 64 Introdução ...................................................................................................................... 64 Sumário ........................................................................................................................... 69 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 70 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 70 UNIDADE Temática: 2.3 Recursos Minerais: conceitos, classificação, distribuiçãogeográfica, Quadro actual dos recursos minerais ............................................................................ 72 Introdução ...................................................................................................................... 72 Sumário ........................................................................................................................... 84 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .....................................................................................85 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 86 9. Águas mineromedicinais: São aquelas que na sua composição se encontram minerais com características terapêuticas, obtidos de diferentes processes biológicos e geológicos (Pex: águastermais). ……………………………………...………………………………………. 87 UNIDADE Temática: 2.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades INTRODUÇÃO .......... 87 Exercícios do tema II: Morfoestrutura ............................................................................ 88 TEMA – III: CLIMA DE MOÇAMBIQUE ……………………………………………………… 88 UNIDADE Temática: 3.1 Introdução, Factores, elementos, classificação e sua distribuição ..................................................................................................................... 89 Introdução ....................................................................................................................... 89 Sumário ......................................................................................................................... 100 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 101 UNIDADE Temática: 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país ........................... 103 Introdução .................................................................................................................... 103 Sumário ......................................................................................................................... 106 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 107 UNIDADE Temática: 3.3 Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas108 Introdução .................................................................................................................... 108 Sumário ......................................................................................................................... 111 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 111 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 112 v UNIDADE Temática: 3.4 Enquadramento geral da costa de Moçambique .................. 113 Introdução .................................................................................................................... 113 Sumário ......................................................................................................................... 115 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 115 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 116 UNIDADE Temática: 3.5 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............ 117 Introdução .................................................................................................................... 117 Exercícios do tema III: Clima ......................................................................................... 117 TEMA – IV: SOLOS DE MOÇAMBIQUE ……………………………………………………. 118 UNIDADE Temática: 4.1 Introdução, Conceitos, classificação dos solos ...................... 118 Introdução .................................................................................................................... 118 Sumário ......................................................................................................................... 122 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 123 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 123 UNIDADE Temática: 4.2. Factores de formação e tipos de solo .................................. 124 Introdução .................................................................................................................... 124 Sumário ......................................................................................................................... 132 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 133 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 133 UNIDADE Temática: 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique .............................. 135 Introdução .................................................................................................................... 135 Sumário ......................................................................................................................... 140 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 140 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 141 UNIDADE Temática: 4.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............ 142 Introdução .................................................................................................................... 142 Exercícios do tema IV: Solos ......................................................................................... 143 TEMA – V: HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE. …………………………………………….. 144 UNIDADE Temática: 5.1 Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e bacias hidrográficas e seus rios ..................................................................................................................... 145 Introdução .................................................................................................................... 145 Hidrologia ...................................................................................................................... 145 Sumário ......................................................................................................................... 147 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 147 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 148 UNIDADE Temática: 5.2 Principais bacias hidrográficas e seus rios ............................. 149 Introdução .................................................................................................................... 149 Sumário ......................................................................................................................... 154 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 154 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 155 UNIDADE Temática: 5.3 usos múltiplos das bacias hidrográficas ................................ 156 UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique vi Introdução .................................................................................................................... 156 Sumário ......................................................................................................................... 160 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 161 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................162 UNIDADE Temática: 5.2 Águas subterrâneas ............................................................... 163 Introdução .................................................................................................................... 163 Sumário ......................................................................................................................... 164 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 165 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 165 UNIDADE Temática: 5.3 O canal de Moçambique e a Plataforma continental ............ 167 Introdução .................................................................................................................... 167 Sumário ......................................................................................................................... 169 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 170 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 170 Unidade temática: 5.4 Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas ........................ 171 Introdução .................................................................................................................... 171 Sumário ......................................................................................................................... 176 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 176 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 177 Unidade temática: 5.5 A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique .... 178 Introdução .................................................................................................................... 178 Sumário ......................................................................................................................... 179 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 180 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 180 Unidade temática: 5.6 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema ............... 181 Introdução .................................................................................................................... 181 Exercícios do tema V: Poluição das águasoceânicas .................................................... 181 TEMA – VI: BIOGEOGRAFIA. ……………………………………………………………….. 182 Unidade temática: 6.1 Biodiversidade, conceitos e factores da sua distribuição geográfica...................................................................................................................... 183 Introdução ..................................................................................................................... 183 Sumário ......................................................................................................................... 187 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 187 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 188 Unidade temática: 6.2 Zonas biogeográfica de Moçambique ...................................... 188 Sumário ......................................................................................................................... 196 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 196 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 196 Unidade temática: 6.3 Tipos florísticas e faunísticos de Moçambique ........................ 197 Sumário ......................................................................................................................... 208 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 208 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 208 vii Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 209 Unidade temática: 6.4 Áreas de conservação (Parques nacionais e reservas) ............ 210 Sumário ......................................................................................................................... 216 de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................................... 216 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 217 Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades deste tema ...................... 217 TEMA VII: GEOGRAFIA SÓCIO-ECONOMICA DE MOÇAMBIQUE; População E Principais Actividades. ………………………………………………………. 219 UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do estudo da população. .................................................................................................................... 219 Introdução .................................................................................................................... 219 Sumário ........................................................................................................................ 222 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 222 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 222 UNIDADE Temática 6.2. Indicadores demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural. ..................................................................................................... 223 Introdução .................................................................................................................... 223 Sumário ......................................................................................................................... 227 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 227 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 229 UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores naturais e humanos ....................................................................................................................... 230 Introdução .................................................................................................................... 230 Sumário ......................................................................................................................... 232 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 233 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 233 UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população ................................. 234 Introdução .................................................................................................................... 234 Sumário ......................................................................................................................... 237 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ...................................................................................237 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 237 UNIDADE Temática 6.5Os movimentos migratórios: migrações internas e internacionais ............................................................................................................... 238 Introdução .................................................................................................................... 238 Sumário ......................................................................................................................... 240 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 240 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 241 UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente ....................................................... 241 Introdução .................................................................................................................... 241 Sumário ......................................................................................................................... 249 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 250 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 252 UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique viii UNIDADE Temática 6.7. Agricultura, pesca, pecuária e silvicultura. Factores da localização: naturais e humanos ................................................................................... 253 Introdução .................................................................................................................... 253 Sumário ......................................................................................................................... 269 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 269 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 270 UNIDADE Temática 6.8.A importância da agricultura, pesca, pecuária e silvicultura .. 271 Introdução .................................................................................................................... 271 Sumário ......................................................................................................................... 272 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 272 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 273 UNIDADE Temática 6.9Impactos socioambientais da agricultura, pesca, pecuária e silvicultura ..................................................................................................................... 274 Introdução .................................................................................................................... 274 Sumário ......................................................................................................................... 276 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 276 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 276 UNIDADE Temática 6.10 Exercícios integrados das unidades deste tema ................... 277 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 277 TEMA VII: INDÚSTRIA E COMÉRCIO ……………………………………………………….. 278 UNIDADE Temática 7.1. Introdução: Noção sobre a indústria e o comércio ............... 278 Introdução .................................................................................................................... 278 Sumário ......................................................................................................................... 280 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 281 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 281 UNIDADE Temática 7.2. Os factores de desenvolvimento da indústria e do comércio: Factores naturais e humanos ........................................................................................ 282 Introdução .................................................................................................................... 282 Sumário ......................................................................................................................... 285 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 285 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 286 UNIDADE Temática 7.3. Os principais tipos de indústria e do comércio ..................... 287 Introdução .................................................................................................................... 287 Sumário ......................................................................................................................... 292 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 293 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 293 UNIDADE Temática 7.4.O papel dos corredores de desenvolvimento: Norte, Centro e Sul de Moçambique ...................................................................................................... 294 Introdução .................................................................................................................... 294 Sumário ......................................................................................................................... 298 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 299 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 299 ix UNIDADE Temática 7.5Exercícios integrados das unidades deste tema ...................... 300 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 300 TEMA VIII: TRANSPORTE E TURISMO EM MOÇAMBIQUE ……………………………….. 300 UNIDADE Temática 8.1. Introdução: Noções gerais sobre transportes e comunicações e turismo .......................................................................................................................... 301 Introdução .................................................................................................................... 301 Sumário ......................................................................................................................... 303 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 304 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 304 UNIDADE Temática 8.2. Os tipos de transportes: terrestre, marítimo e aéreo ........... 305 Introdução .................................................................................................................... 305 Sumário ......................................................................................................................... 311Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 312 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 312 UNIDADE Temática 8.3. Os tipos de turismo e espaços/destinos turísticos em Moçambique ................................................................................................................. 313 Introdução .................................................................................................................... 313 Sumário ......................................................................................................................... 317 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 317 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 318 UNIDADE Temática 8.4. Impactos socioeconómico e ambiental do turismo .............. 318 Introdução .................................................................................................................... 318 Sumário ......................................................................................................................... 320 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 320 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 320 UNIDADE Temática 8.5. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 321 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 321 TEMA XV: MOÇAMBIQUE E A SADC ………………………………………………………... 322 UNIDADE Temática 9.1. Introdução: Contexto do surgimento e países membros da SADC .............................................................................................................................. 322 Introdução .................................................................................................................... 322 Sumário ......................................................................................................................... 324 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 324 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 325 UNIDADE Temática 9.2. Áreas de coordenação edesenvolvimento socioeconómico na SADC .............................................................................................................................. 325 Introdução .................................................................................................................... 325 Sumário ......................................................................................................................... 327 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 328 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 328 UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique x UNIDADE Temática 9.3. O impacto da integração económica para Moçambique ...... 329 Introdução .................................................................................................................... 329 Sumário ......................................................................................................................... 331 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 331 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 332 UNIDADE Temática 9.4. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 332 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 332 UNIDADE Temática 9.4. Exercícios integrados das unidades deste tema .................... 333 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 333 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 333 11 Visão geral Benvindo ao Módulo de Geografia de Moçambique Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de Geografia de Moçambique deverá ser capaz de: situar Moçambique no contexto regional e inter-regional, analisar as suas características físico-geográficas, localizar os principais elementos e complexos naturais, compreender as relações entre a sociedade e o meio naturdal, dominar conceitos para a interpretação global e coerente da situação económica e social de Moçambique. ▪ Descrever o enquadramento geográfico de Moçambique. ▪ Caracterizar a constituição geológica de Moçambique. ▪ Destacar os principais fenómenos que ocorrem na Costa Objectivos Específicos ▪ Moçambicana. Caracterizar as Bacias hidrográficas de Moçambique. ▪ Destacar a fauna e flora de Moçambique. • Situar Moçambique no contexto regional e global. • Dominar conceitos para a inserção regional e global da situação sócio – económica de Moçambique. • Compreender as relações entre a comunidade e o meio natural, • Fornecer aos estudantes as potencialidades de Moçambique. ▪ Explicar a importância dos recursos naturais e humanos no desenvolvimento de Moçambique Discutir o papel da geografia na construção de uma identidade nacional Quem deveria estudar este Módulo Este Módulo, Geografia de Moçambique, foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia. Contudo, poderá ocorrer, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 12 Como está estruturado este módulo Este módulo, Geografia de Moçambique, paraestudantes do 2º ano do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia, à semelhança dos restantes da UnISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos- chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. Conteúdo deste módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cadaunidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: puros exercícios teóricos/práticos e actividades práticas. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos da UnISCED, pensando em si, num cantinho, recóndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal a UnISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CDROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataformadigital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação As Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-seno final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenasrespostas. Tarefas de avaliaçãodevem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do 13 fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didácticoPedagógica, etc, sobre comodeveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observaçõesque, em gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes eeficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamentecomo, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 14 Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade), o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudarpor tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-se descansoà mudança de actividades). Ou seja, que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudarapenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns 15 erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo umacarta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), ondeo recurso as TIC se tornam incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central da UnISCED indigetada para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes dassessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente quea nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 16 O plágio1é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autoriais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A avaliação do estudante consta detalhada doregulamentada de avaliação. Avaliação formativa: Serão observados os trabalhos de campo e as participações nos fóruns de discussões. Para cada actividade a média pesa em 40% sobre a avaliação final. 2. Avaliação sumativa: Ao final do semestre haverá uma prova presencial de avaliação e o valor da prova pesa 60% da pontuação total. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) avaliações e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação do ISCED. 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 17 GEOGRAFIA FÍSICA DE MOÇAMBIQUE TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. Unidade 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos Unidade 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial Unidade 1.3. O traçado da costa moçambicana Unidade 1.4. Fusos horários Unidade 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema UNIDADE Temática 1.1. Introdução: Conceito, objecto, objectivos e métodos. Introução A geografia de Moçambique é uma disciplina que estuda os fenómenos físicos geográficos e socioeconomicos de Moçambique, ou seja, relaciona os aspectos fisicos com os humanos. O seu objecto de estudo sao os fenómenos físicos e sociais que ocorrem em Moçambique e o seu método é observação. Neste tema em particular irá se abordar aspectos gerais sobre Geografia de Moçambique, seus conceitos, objecto de estudo, objectivos e metodoogias de estudos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Definir Geografia de Moçambique Identificar o objecto de estudo de Geografia de Moçambique Identificar os objectivos de Geografia de Moçambique Descrever os metodos de estudo de Geografia de Moçambique UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 18 Conceito de Geografia A origem etimológica do termo geografia é derivada dos radicais gregos geo = "Terra" + graphein = "escrever". Descreve as paisagens que resultaram da relação entre o homem e a natureza. Existem varios conceitos de geografia que entre eles destacamos os seguintes: Geografia é a ciencia de encruzilhadas autonoma que tem por objecto o espaço terrestre diferenciado e organizado. A sua função é localizar certos fenomenos, descreve-los com ajuda de diversos tipos de documentos e explicalos em funcao dessa decricao previa AMARAL (S/D: 73/74) citado por ANTUNES (1996: p79). Geografia é a ciencia que estuda o conjunto dos fenomenos naturais e humanos que constituem aspectos da superficie da Terra, considerados na sua distribuicao e relacoes recíprocas Ribeiro (1975) citado por Antunes (1996, p79). Em suma, a Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das relações entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas pelas sociedades estabelecendo novos valores sociais, criando novos espaços geográficos. Também estuda a distribuição dos fenómenos físicos, biológicos e humanos, as causas desta distribuição e as relações locais desses fenómenos. Conceito de Geografia de Moçambique Geografia de Moçambique é uma ciência geográfica que consiste no estudo, na análise da origem, da estrutura, e da dinâmica dos complexos naturais, sua repartição territorial bem como as possibilidades da sua utilização social tanto como o estudo de processos naturais de acordo com leis físicas, químicas, e biológicas 19 da natureza dentro do território moçambicano (MUCHANGOS, (1999). Objctivo de Geografia de Moçambique A geografia de Moçambique tem como objectivos gerais os seguintes: a) Possibilitar as escolas de um instrumento que melhor sirva ao ensino de Geografia de Moçambique dando uma ampliação de conhecimentos geográficos do Pais; b) Contribuir para um maior e melhor conhecimento do clima e da água na paisagem, suas relações com restantes componentes da paisagem e para melhor utilização em harmonia com o meio; c) Preparar para acção quotidiana: circular, viajar, compreender as informações naturais e humanas dentro do território moçambicano; d) Compreender e explicar as regras de funcionamento dos diferentes lugares do território e das sociedades humana no seio deste espaço, ambiente ecológico, das sociedades, factos de organização social, importância das culturas, compreender e explicar as dinâmicas e as mudanças que neles ocorrem; e) Saber situar diferentes lugares e factos não somente num mapa, mais sim, nos respectivos meios e as diferentes escalas bem definidas afins de saber determinar a dimensão espacial de qualquer questão ou problema dentro do território moçambicano; f) Adquirir um conhecimento de base do espaço terrestre e de vida dos homens na terra moçambicano; UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 20 g) Compreender as paisagens assim como os problemas que resultam do processo da sua utilização pela sociedade; h) Reflitir criticamente sobre os mecanismos de evolução de demográfica, o processo de industrialização, as transformações nas aglomerações urbanas e a evolução das relações de Moçambique com o exterior. Objecto de estudo de Geografia de Moçambique A geografia de Mocambique tem como objecto de estudo, as relações entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas pelas sociedades estabelecendo novos valores sociais, criando novos espaços geográficos. Também estuda a distribuição dos fenómenos físicos, biológicos e humanos, as causas desta distribuição e as relações locais desses fenómenos e que ocorrem no território moçambicano. Segundo ARAÚJO citado por MUCHANGOS (1999) a formação de geógrafos iniciou em 1969, com abertura do Bacharelato em Geografia na Universidade Lourenço Marquesna Faculdade de letras. Estes cidadãos formados, devem estar comprometidos pela utilização da natureza como fenómeno territorial e o estudo dos componentes físicos - geográficos, para esclarecer as condições actuais do território e fornecer dados para utilização, preservação, e melhoramento da Natureza e Meio Ambiente. Métodos da disciplina de Geografia de Moçambique Os métodos usados no ensino de Geografia de Moçambique são os seguintes: - Método Observação; - Método de Experimentação; 21 - Método de Excursão ou de campo; Método de observação - este método consiste na observação, na análise, na qualificação e na conclusão de diferentes características dos objectos ou fenómenos em estudo. Este método de observação directa subdivide se em dois tipos: Método de observação directa – consiste na utilização do método na construção de protocolos de pesquisa sobre o uso de recursos áudio – visuais como uma técnica eficaz na colecta e categorização dos dados.Este método consiste na observação de objecto em estudo no seu estado natural em ínloco isto é observar objecto em estudo na sua presença física presente de modo a que se possa apreciar as suas características físicas e analisar as suas qualidades visuais e compreender aquilo que se pretende apurar. Ex: observação directa de animais num parque. Observação indirecta – é o método que consiste em observar objecto em estudo sem a presença físico do objecto mais sim, através de das imagens como: fotografias, mapa, desenhos etc. Exemplo: o estudo de Moçambique a partir do mapa. Método de excursão ou método de campo - consiste em deslocamento de um determinado grupo para o campo onde vai efectuar o seu estudo de determinado assunto que pretende estudar que pode ser observar os tipos de solos, tipo de plantas, tipo de animais existente num parque, tipo de floresta, tipos de actividades desenvolvidas num determinado lugar etc. Sumário Nesta Unidade temática 1.1 estudamos e discutimos o conceito da Geografia como a ciência que se dedica a descrição dos aspectos UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 22 físicos geográficos e sócio económicos qie decorrem na superficie terrastre, e para o caso de Geografia de Moçambique faz-se a mesma abordagem de forma particular como objectivo de conhecer a relação que existe entre as condiçõesfísicas e os fenómenos sociais que ocorrem que ocorrem em Moçambique com base na observação dos mesmos. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Pergunta múltipla escolha) Perguntas 1. Defina a Geografia A. Geografia é uma ciência que se dedica ao estudo das relações entre diferentes seres vivos, criando novos espaços geográficos; B. Geografia é a ciencia que estuda o conjunto dos fenomenos naturais e humanos que constituem aspectos da superficie da Terra; C. Geografia possibilita as escolhas de um instrumento que melhor sirva ao ensino de Geografia de Moçambique dando uma ampliação de conhecimentos geográficos do Pais; D. Compreender e explicar as regras de funcionamento dos diferentes lugares do território e das sociedades humana no seio deste espaço, ambiente ecológico. 2. Saber situar diferentes lugares, compreender as paisagens assim como os problemas vindos das acções antrópicas, conhecer o funcionamento do clima, etc… constituem: A. Métodos de Geografia de Moçambique; B. Objectivos de Geografia de Moçambique; C. Conceito de Geografia de Moçambique D. Importância de Geografia de Moçambique 3. Qual a origem etimologica da Palavra Geografia A. Grega; B. Romana; C.Ingraterra; 23 D. Austria. Respostas: 1.B. 2. A. 3. A Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Verdadeiro Falso) Perguntas 1. Geografia é a ciência que estuda o conjunto dos fenómenos naturais e humanos que constituem aspectos da superfície da Terra. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2.A origem etimológica do termo Geografia é derivada dos radicais gregos geo = "Terra" + graphein = "escrever". A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Geografia de Moçambique é uma ciência geográfica que consiste no estudo, na análise da origem, da estrutura, e da dinâmica dos complexos naturais, sua repartição territorial bem como as possibilidades da sua utilização social tanto como o estudo de processos naturais de acordo com leis físicas, químicas, e biológicas da natureza dentro do território moçambicano. A. Verdade () B. Falso () 4.A geografia de Moçambique tem como objecto de estudo, as relações entre a sociedade e a natureza, e as mudanças realizadas pelas sociedades UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 24 estabelecendo novos valores sociais, criando novos espaços geográficos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A UNIDADE Temática 1.2. Enquadramento Geográfico e extensão territorial Introução Nesta unidade temática irá se abordar os aspectos que estão relacionados com o enquadramento geográfico de Moçambique, tendo em conta a sua localizaçãogeográfica e cósmica, limites e pontos extremos assim como a sua extensão territorial. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Localizar geográfica e cosmicamente Moçambique Identificar os seus limites Geográficos Descrever a extensão territorial de Moçambique Enquadramento Geográfico de Moçambique Moçambique localiza-se a sudeste do continente africano. É limitado: ✓ A leste pelo Oceano Índico; ✓ A norte pela Tanzânia; ✓ A noroeste pelo Malawi e Zâmbia; ✓ A oeste faz fronteira com o Zimbabwe, África do Sul e 25 Swazilândia, e a sul com a África do Sul (MUCHANGOS: 1999). Localização Cósmica A localizaçãocósmica relaciona-se com o enquadramento do país tendo em conta as suas coordenadas geográficas (paralelos e meridianos) assim sendo, segundo MUCHANGOS (1999, p.9) a República de Moçambique fica situada no Hemisfério Meridional entre os paralelos 10º 27' Sul e 26º 52' Sul. Ela pertence também ao Hemisfério Oriental entre os meridianos de 30º 12' Este e 40º 51' Este (vide o mapa 1). Fonte: CENACARTA (2006) Citado por CUMBE (2007:7) Pontos extremos Norte: Foz do Rovuma 10°27’ Sul Sul: Ponta do Ouro 26°15’ Sul http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma http://pt.wikipedia.org/wiki/Rovuma http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro http://pt.wikipedia.org/wiki/Ponta_do_Ouro UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 26 Este: Ponta Olunguane 41°15’ Este Oeste: Rio Aruángua 30°12’ Este Mapa 1: Localização geográfica de Moçambique Fonte: CENACARTA (2006) citado por CUMBE ( Extensão territorial A superfície continental de Moçambique é de 786.380 km2. Esta área corresponde a cerca de 2,6% da superfície do continente africano que é de aproximadamente 30 milhões de km2 (MUCHANGOS:1999). Dos 786.380km2 acima referenciados acima referenciados faz menção apenas a terra firme. Assim, acrescido aos 13.000 km2 que são ocupados pelas águas interiores que incluem os lagos, albufeiras e rios Moçambique totaliza uma superfície de 799.380 km2 (BARCA: 1992). Para MUCHANGOS (1999: 12): O comprimento máximo, medido em linha recta desde a foz do rio Rovuma no Norte, até ao rio Maputo ao Sul, é aproximadamente 1.800 km. A largura máxima, medida desde a Ponta Janga, na península de Mossuril a Este, até a intercepção do paralelo de 15º com o rio Aruângua a Oeste, é estimada em 963 km. A largura mínima de 47,5 km regista- se entre o farolda Catembe ate ao marco Sivayana a Oeste. A altitude máxima de Moçambique é de 2.436m e localiza-se no monte Binga, na cadeia do Chimanimani em Manica e é cerca de três vezes e meia inferior em relação ao ponto mais elevado do Globo, no Monte Everest (8.840 m) e duas vezes e meia http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo http://pt.wikipedia.org/wiki/Zumbo 27 relativamente mais baixo que o Pico Uhuru (5.895 m), o mais elevado de África. A maior profundidade continental regista-se no Lago Niassa e é de 706 m abaixo do nível médio das águas do mar. No Canal de Moçambique a maior profundidade regista-se a sudeste de Maputo na fractura de Moçambique com cerca de 5.000 m de profundidade, ou seja, menos da metade da maior profundidade oceânica do mundo, Mindanau com 11.033 m de profundidade. Sumário Nesta Unidade temática 1.2 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos ligados a dois pontos essencialmente, o enquadramento geográfico deMoçambique e sua extensão territorial concretamente. Moçambique geograficamente localiza- se a sudeste do continente africano e tendo em conta as suas coordenadas geográficas Moçambique fica situado no Hemisfério Meridional entre os paralelos 10º 27' Sul e 26º 52' Sul e os meridianos de 30º 12' Este e 40º 51' Este. Tem uma superfície continental de Moçambique é de 786.380 km2. Com um cumprimento de 1.800 km e largura de 963 km. A altitude máxima é de 2.436m e localiza-se no monte Binga em contrapartida a maior profundidade regista-se no Lago Niassa e é de 706 m. Em termos de distribuição geográfica de Moçambique, é dividido em três zonas distintamente em norte, centro e sul; zonas costeiras e do interior que as populações se diferenciam pela etnia geo-local. Zona norte: também conhecida por Moçambique setentrional é compreendida por três províncias: Niassa, Cabo Delgado e UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 28 Nampula. A norte fica Tanzânia, da qual se separa através do rio Rovuma, a Sul está a província de Zambézia, a Este é banhado pelo oceano Índico e Oeste é limitado pelo Lago Niassa e pelo Malawi. Astronomicamente fica entre os paralelos 10º 27’ S e 16º 51’ S e entre os meridianos 34º 40’ E e 40º51’E. Zona Centro: também denominada de Moçambique Central, é constituída por quatro províncias: Tete, Manica, Sofala e Zambézia. É limitada a norte pela Zâmbia, Malawi província de Niassa e de Nampula. A Sul, pelas províncias de Gaza e Inhambane. A Este, é banhado pelo Oceano Índico e a Oeste pela República de Zâmbia e República do Zimbabwe. Situação astronómica entre os paralelos 14º 00’ S e 21º 33’ S e pelo meridiano 30º 12’E e 39º07’E. Zona Sul: também denominada de Moçambique meridional, situa- se a sul do rio Save e compreende as províncias de Gaza, Inhambane e Maputo. É limitada a norte pelas províncias de Manica e Sofala. A Sul pela república de África do Sul, a Este é banhado pelo Oceano Índico e a Oeste, pela República do Zimbabwe, República de África do Sul e Reino da Swazilândia. Situação astronómica, entre os paralelos 21º05’ S e 26º52’ S e pelos meridianos 31º20’E e 35º20’E. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. Pelo enquadramento Geográfico Moçambique localiza-se a sudeste do continente africano. Em termos de Limite, é correcto afirmar que: a. O Rio Rovuma separa Moçambique da Tanzânia a Norte. b. O lago Niassa separa Moçambique do Malawi a Leste. c. O Rio Umbelúzi separa Moçambique de Zimbabwe a Oeste. 29 d. O Rio Save separa Moçambique de África do Sul a Sul. 2. Enquadramento Geográfico de Moçambique Moçambique localiza- se a sudeste do continente africano. É limitado: A leste pelo Oceano Índico; A norte pela Tanzânia; A noroeste pelo Malawi e Zâmbia; A oeste faz fronteira com o Zimbabwe, África do Sul e Swazilândia, e a Sul com a África do Sul. A. Verdade F. Falso 3. Qual a superfície da terra firme apenas do país? A. 686.380 km2 B. 776.380 km2 C. 788.380 km2 D. 786.380 km2 4. Da superfície de Moçambique qual corresponde as águas interiores: A. 12000 km2 B. 13000 km2 C. 14000 km2 D. 11000 km2 5. Qual a altitude Máxima e onde se localiza A. A altitude máxima de Moçambique é de 2.436m e localiza-se no monte Binga; B. A altitude máxima de Moçambique é de 2.456m e localiza-se no monte Binga C. A altitude máxima de Moçambique é de 2.786m e localiza-se no monte Everest D. A altitude máxima de Moçambique é de 2.956m e localiza-se no monte Kilimanjaro Respostas: 1. A; 2. A; 3. D; 4. B; 5. UNIDADE Temática 1.3. O traçado da costa Moçambicana Introdução O traçado da costa moçambicana caracteriza-se por ser irregular, pois apresenta muitas reentrâncias e saliências, desta feita, a UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 30 unidade temática presente fazer uma abordagem sobre esta característica da costa Moçambicana, mencionados aspectos relacionados com os cabos, Ilhas, baias, golfos, arquipélagos, entre outros aspectos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Costa Costa – é a parte dos continentes banhada pelas águas dos mares. A zona costeira moçambicana apresenta características morfológicas muito diversificadas. De norte a sul, encontramos sucessivamente uma faixa costeira muito recortada, composta basicamente por corais e rochas, uma combinação de areia e coral e areia e lama, praia e mangal, costas com dunas e ainda deltas e estuários dos inúmeros rios que desaguam no canal de Moçambique. O traçado da costa moçambicana A linha da costa, estima-se em cerca de 2.515 km de comprimento. E possui uma extensão de 120.000 km2 ou seja 0,24% aproximadamente 30 milhões de km2 da superfície do Oceano Índico, MUCHANGOS (1999: p 12). A distribuição dos oceanos e continentes, a República de Moçambique fica situada, na costa Sudoeste do continente africano, defronte da Ilha de Madagáscar, da qual se separa através do canal de Moçambique. Objectivos Específicos ▪ Definir os elemento s que caracterizam a costa ▪ Identificar os elementos da linha da costa moçambicana ▪ Caracterizar um dos elementos que caracterizam a costa moçambicana 31 A orla Marítima de Moçambique O litoral moçambicano é caracterizado por apresentar muito recortes recortes, por reentrâncias, saliências, arquipélagos e ilhas, principalmente na costa Norte do País. Os principais acidentes da costa de norte a sul estão assim dispostos. Cabos Cabo: saliência da costa que penetra francamente no mar (Antunes, 1996: 32). Na província de Cabo Delgado, encontramos o Cabo Suafo, no extremo Norte, junto a foz do rio Rovuma, o Cabo Delgado a cerca de 30 Km da foz daquele rio e ainda o Cabo Paquete mais a Sul. Ainda nesta província e de referir a Ponta Maunhane, a entrada da baía de Pemba e a Ponta do Diabo, a Norte da Baía do mesmo nome. Na província de Nampula, encontramos o Cabo Culomulomo, a entrada da Baía de Nacala, a Ponta Nangata a entrada da Baía de Memba, a Ponta Serissa a Sul da foz do rio Lúrio. Mais para Sul temos a Ponta Bajone, a Sul da Baía de Macombo e a Ponta Mesiuana, a Sul da entrada do porto de Angoche. Na província da Zambézia, temos a Ponta Macalonga, a Sul da foz do rio Lingonha, a Ponta Matirre e a Norte do porto de Pebane, a Ponta Olinga e Tangalane, respectivamente a Sul e a Norte da entrada do porto de Quelimane e finalmente a Ponta Macovane no extremo Norte da península de Bartolomeu Dias. A província de Sofala, não possui os acidentes em estudos dignos de menção que, pois a linha da Costa apresenta uma configuração maislinear. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 32 Na província de Inhambane, voltamos a encontrar a presença de alguns acidentes da Costa importantes. E o caso do Cabo Bazaruto, do extremo Norte da ilha de Bazaruto, o Cabo de S. Sebastião a Sul da Baía de Bazaruto e o Cabo das Correntes ao Sul da Baía de Inhambane e Bazaruto, a Ponta da Barra, a entrada (lado Sul) da Baía de Inhambane. A província de Gaza é praticamente rectilínea, não havendo, por qualquer referência a fazer a propósito do tema em estudo. Na província do Maputo, podem se apontar no Cabo de Inhaca, a entrada de Baía de Maputo na pare Norte da ilha do mesmo nome, o Cabo de Santa Maria a Sul da ilha de Inhaca, e a Ponta de Ouro no extremo Sul da província. Baías Baía: reentrância da costa, com entrada estreita e que se alarga para o interior, através da qual o mar penetra pela terra (LIMA, S/d: 17). Na província de Cabo delgado, encontramos a baía de palma a sul de cabo delgado, a baía da Mocímboa da praia, a Baía de Quissanga, a baía de Pemba que se caracteriza por se encontrara encostada em terra firme, com um estreito canal natural que se liga ao oceano indico e finalmente a baía de Lúrio que coincide com a foz do rio do mesmo nome. A província de Nampula e a mais rica em baías. Uma das maiores e a baía de Memba, a seguir há a salientar a baía de Nacala, formosa pelo seu porto natural, a baía de Canducia, a baía de Mossuril norte da ilha de Moçambique, a baía de Angoche. Daqui até ao sul da província, apesar de algumas reentrâncias também notórias, não há baías a salientar. 33 A província da Zambézia, apresenta apenas a baía de Quelimane que merece menção. Na província de Sofala, temos a baía de Nhandoze e a grande baía de Sofala. Na província de Inhambane a somente a apontar a baía de Inhambane, localizado junto a cidade do mesmo nome. A província de Gaza, não apresenta como já vimos, qualquer acidente de costa de realce, pois o seu litoral e quase rectilíneo e de extensão relativamente reduzida. Na província de Maputo volta encontramos umas das maiores baías, a baía de Maputo que se encontra encaixada entre o eixo da ilha de Inhaca, cabo de santa Maria e a cidade com o mesmo nome. Ilhas Ilha – Porçao de terra totalmente cercada de água. Segundo alguns geografos, a area da ilha nao deve ser superior a cinco milhoes de quilometros quadrados, limite a partir do qual o local se define como sendo continente (LIMA: 62). Ao longo de 2515 Km da costa moçambicana existem numerosas ilhas. Dentre as mais conhecidas destacam-se, por províncias, as seguintes; A província de Cabo Delgado é a que possui o maior número e Ilhas a nível nacional. Elas fazem parte do chamado arquipélago das Quirimbas, que e constituído pelas ilhas Tecomaji, Rongui, Queramimbe, Vamizi, Metundo, Quifuqui, Tambuze, Niuni, Kero, Medjumbi, Nacaloe, Matemo, Ibo, Quirimba, Mefunco, Quissira. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 34 A ilha do Ibo e a maior das ilhas do arquipélago e localiza-se a sul do paralelo de 12 sul. A província de Nampula e a que possui o maior número de ilhas, depois da província de cabo delgado. As mais importantes são as ilhas de Moçambique (Moçambique, Goa e Sena); Ilhas segundas ou ilha de Angoche (Moma, Caldeira, N’jovo, Puga-puga, Mafamede) entre Angoche e Moma. Na província da Zambézia, no eixo das ilhas segundas, acima citadas, entre Noma e Pebane temos as ilhas primeiras (Silva, Fogo, Coroa, Epidendron). Na província de Sofala, a sul da baía do mesmo nome, temos a assinalar somente a presença se uma ilha importante; a ilha de Chiloane. Na província de Inhambane, na costa Norte, e de realçar a presença do arquipélago de Bazaruto (vide mapa 2) constituído pelas seguintes ilhas; ilha do Bazaruto (a mais importante), ilha de Santa Carolina e ilha de Magarugue. Na província de Gaza não há ilhas a apontar. Por fim, na província de Maputo, destacam-se as seguintes ilhas: ilha da Inhaca (a maior) e dos Elefantes a entrada da baía, e ilhas de Xefina (grande, média e pequena). Mapa 2. As llhas da costa sul de Moçambique 35 Fonte: http: www.c91BWW Mozambique Amateur island Sumário Nesta Unidade temática 1.3 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos relacionados com o traçado da costa moçambicana e sua disposição. A costa moçambicana apresenta características morfológicas diversificadas, de norte a sul, encontramos faixa costeira recortada. Estima-se em cerca de 2.515 km de comprimento e extensão de 120.000 km2. Ap+resenta muitos recortes, por reentrâncias, saliências, arquipélagos e ilhas, principalmente na faixa costeira norte do País, em contrapartida as províncias de Gaza e Sofala as que apresentam as costas com menos acidentes. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 36 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) Perguntas: 1. Os principais elementos da linha da costa Moçambicana são seguintes: A. Costa, Cabo, Baías e Ilhas; e B. Ilha, Lago, Cabo e Praia; A. Verdade ( ) B. Falsa ( ) 2. Defina cada elemento da linha da costa: Cabo: saliência da costa que penetra francamente no mar; Baía: reentrância da costa, com entrada estreita e que se alarga para o interior, através da qual o mar penetra pela terra; Ilha – Porção de terra totalmente cercada de água; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Costa Marítima de Moçambique é caracterizado por apresentar muito recortes, por reentrâncias, saliências, arquipélagos e ilhas, principalmente na costa Norte do País. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: A; 2. A; 3. A; Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla escolha) Perguntas: 1. Identifica os principais elementos da linha da costa Moçambicana A. Costa, Cabo, Baías e Ilhas; B. Ilha, Lago, Cabo e Praia; C. Ponta, Cabo, baias e Praia; D. Todas as opções estão correcta 37 2. Escolha a opção Correcta. Os elementos da linha da costa são definidos por: A. Cabo: saliência da costa que penetra francamente no mar; B. Baía: reentrância da costa, com entrada estreita e que se alarga para o interior, através da qual o mar penetra pela terra; C. Ilha – Porção de terra totalmente cercada de água; D. Todas as opções são verdadeiras 3. Constitui as províncias com acidentes da costa. Escolha a opção correcta. A. Cabo Delgado: Cabo Suafo, Baía de Quissanga, ilhas Tecomaji; B. Nampula: Cabo Culomulomo, baía de Memba; ilhas de Moçambique; C. Zambézia: Ponta Macalonga, baía de Quelimane, ilhas segundas; D. Todas as opções estão correcta. Respostas: 1.A; 2. D; 3. D; UNIDADE Temática 1.4. Fusos horários: conceitos, historial, caracterização do fuso horário e definição do fuso de Moçambique Introdução Nesta unidade temática irá se abordar sobre o fuso horário, desde a necessidade do seu surgimento, os seus conceitos, diferenciação e determinação do mesmo. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir fuso horário Descrever o historial do surgimento do fuso horário Explicar o cálculo do fuso horário UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 38 Fuso horário Fuso horário é espaço do globo terrestre entre dois meridianos de 15° percorridos pelo sol durante 1 hora ou 60 minutos. Origem do sistema de fuso horário Segundo Carvalho e Araújo (2008) desde os egípcios, a preocupação com a contagem das horas é parte do nosso quotidiano. Até meados do séculoXIX, não havia um referencial único para a determinação das horas. Cada lugar estabelecia uma hora a ser respeitada pelos seus habitantes e certamente pelos seus visitantes, o que provavelmente causava embaraço e desconforto. A hora de uma localidade era acertada ao meio-dia, momento em que o sol estivesse a pino, ou seja, iluminando perpendicularmente o meridiano que passava naquela localidade. O descompasso provocado era grande, mas, com o surgimento da ferrovia essa situação ficou ainda pior. Como meio de transporte, o comboio não era tão rápido, mas tinha a possibilidade de percorrer grandes distâncias e a locomoção das pessoas entre lugares com horas muito diferentes tornou-se comum. Nos Estados Unidos, onde as ferrovias atravessavam longos percursos no sentido Oeste- Leste, chegou-se a ter cerca de 300 horas oficiais diferentes ao longo das estradas de ferro. Na Grã-Bretanha, a preocupação não era menor e na década de 1830 os ingleses estabeleceram uma única hora legal para o país, medida pelo Observatório Real de Greenwich, que fora construído em 1675 por ordem do Rei Charles II. O sistema inglês era fundamentado em eventos astronómicos, sendo o principal deles o movimento de rotação da Terra. 39 Na década de 1840, foi estabelecido o Greenwich Mean Time (GMT) – Tempo Médio de Greenwich – como tentativa de uniformizar a hora em toda a Grã-Bretanha. No entanto, a adesão ao horário de Londres não foi imediata, somente aos poucos as companhias férreas passaram a adoptá-lo, de forma que em 1855 a maior parte da Inglaterra já vivia em função desse horário. Tempo Universal Coordenado (UTC) Com o advento das novas tecnologias, em especial dos relógios atómicos altamente precisos, foi reconhecido que a definição da hora baseada na rotação da Terra (tal como era feita pelo GMT) era inadequada. Paralelamente, em 1967 houve uma redefinição do segundo (http://physics.nist.gov/cuu/Units/second.html) com aprecisão de cerca de um nano segundo - a fórmula anterior apresentava flutuações de alguns milésimos de segundo por dia. As várias tentativas de relacionar a nova definição do segundo com a hora GMT eram altamente insatisfatórias. Por isso, foi criada uma nova escala horária e a 1 de Janeiro de 1972 foi oficializada uma nova hora universal: Universal Time Coordinated (UTC), ou seja, o Tempo Universal Coordenado (http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/UT.html). Por vezes, ainda se ouve falar em hora GMT. Este é um termo desactualizado e por isso incorrecto. Dever-se-á, em vez disso, usar o termo UT (abreviado), esse, sim, é o termo oficial e correto (História: 2002) citado por Carvalho e Araújo (2008:3). Somente em 1878, o canadense Sir Sanford Fleming (1827-1915), engenheiro chefe das ferrovias do Canadá, após estudar o movimento de rotação da Terra, sugeriu que tal sistema zonas de tempo fosse adoptado no mundo inteiro a partir do meridiano que UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 40 passava pelo Observatório de Greenwich e propôs a divisão do planeta em 24 faixas ou fusos, cada uma correspondendo a uma hora. O Primeiro Meridiano é uma linha imaginária que liga o Pólo Norte ao Pólo Sul. Greenwich é uma cidade inglesa localizada nas margens do Rio Tamisa, onde se localiza o Observatório Real de Greenwich. Nesse Observatório, o principal telescópio era chamado de The Primary Transit. O meridiano que passava sobre esse instrumento foi adoptado como o meridiano de referência para a Grã-Bretanha. Em Outubro de 1884, 41 delegados de 25 nações se encontraram em Washington – DC, nos Estados Unidos, para a Conferência Internacional do Primeiro Meridiano e decidiram que: • No dia universal seria um Dia Solar Médio e começaria à meia- noite em Greenwich contado no formato de 0 a 24 horas; • No primeiro Fuso Horário abrangeria uma faixa que vai de 07º 30’ E (de East) a 07º 30’ W (de West), portanto, 15º de longitude. As horas aumentam no sentido Leste e diminuem no sentido oeste até a longitude de 180º ou antemeridiano, localizado de maneira muito conveniente no Oceano Pacífico, local ideal para o estabelecimento da Linha Internacional de Datas. Conveniente pelo fato de ser uma faixa da Terra pouco habitada, o que de certa forma facilita, na prática, a ocorrência de um fato real que é a existência de duas datas em lugares espacialmente muito próximos, como veremos adiante. Considerando a Terra vista dos pólos, representada pela circunferência dividem-se os 360º pelas 24 horas do dia e cada fuso horário compreende uma faixa de 15º longitude, na qual, 41 teoricamente, se tem a mesma hora. Quando dizemos que teoricamente têm a mesma hora dentro de uma faixa de 15º, é porque na prática não é bem assim. Em cada lugar do planeta, os governos locais têm a liberdade de definir as configurações dos fusos horários de seus países, de acordo com as suas conveniências. Hora real ou solar Essa é a hora real ou solar, ou seja, é a hora definida pela passagem do Sol sobre o meridiano de um lugar. Como sabemos, a Terra conceitualmente é dividida em hemisférios. O Equador divide a Terra em hemisférios Norte e Sul e o meridiano de Greenwich divide a Terra em hemisférios Leste e Oeste. Neste último sentido, temos 360 meridianos de 1grau de longitude. Cada grau é dividido em 60 minutos que, por sua vez, se dividem em 60 segundos. Figura 1 Movimento de rotação e de translação da terra Fonte: www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra http://www.moderna.com.br/tag/translacao-da-terra UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 42 A hora legal ou hora oficial A Figura 2apresenta um mapa esquemático da distribuição das horas no planeta Terra, de acordo com as convenções internacionais. Os fusos a leste de Greenwich recebem o sinal positivo, indicando que as suas horas são adiantadas em relação à hora do primeiro fuso; a oeste de Greenwich, o sinal é negativo, indicando horas atrasadas. Mas o inverso também é comum e neste caso, quando os fusos a oeste recebem o símbolo de positivo, isso indica que se deve acrescentar o número do fuso (por exemplo: +3), para saber as horas em Greenwich. As formas irregulares dos fusos vistas na Figura 5 devem-se às dificuldades de obediência aos limites originais estabelecidos pelo Sistema de Fusos Horários. Assim, frequentemente, tais limites são mudados em diferentes países para ajustar a distribuição local das horas, a fim de atender a interesses económicos, políticos, sociais e culturais, no todo ou em partes desses países. Isso é para evitar que dois lugares com fortes relações sócio espaciais tenham horas diferentes. Mapa 3. Fuso Horário e zonas de tempo Fonte:www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial http://www.tictoc.com.br/furo-horario-mundial 43 Linha Internacional das Datas Considerando que o movimento de rotação da Terra é ininterrupto, não parece sensato imaginar um lugar onde começa e onde termina um dia, pois, pela passagem do Sol, o dia nasce e termina a cada instante à medida que o Sol vai iluminando os lugares mais a Leste. No entanto, o sistema de fusos horários prevê a existência de um lugar, mais precisamente, de uma linha, ao longoda qual podemos considerar que o dia nasce oficialmente. É no meridiano de180º, conhecido como a Linha Internacional de Mudança de Datas (LID). Quando observamos um globo terrestre, ou um mapa mundi, podemos constatar que este meridiano está localizado em uma área muito pouco habitada do planeta. Mesmo assim, a linha ainda precisa ser ajustada à realidade dos países que atravessa, se afastando do meridiano de 180º, como no mapa 3. A mudança de datas ocorre da seguinte maneira: ao se fazer uma viagem no sentido OesteLeste (mesmo sentido da rotação da Terra) se ganha um dia no calendário, ou seja, no momento em que se cruza a linha tem-se uma imediata mudança de data. Na verdade, não se deixa de viver 24 horas, apenas, o viajante que estava em um dia 30, por exemplo, ao cruzar a linha no sentido Leste passa imediatamente para o dia 31. Em contraposição, quando viajamos no sentido Leste-Oeste e ultrapassamos a LID, saímos de um dia 31 para um dia 31 novamente, ou seja, perdemos um dia. Fusos horários de Moçambique Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois), possuindo assim duas horas de avanço relativamente ao Tempo Médio Universal, tal como uma parte dos países da Europa Setentrional e Oriental. Em UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 44 África, os seguintes países utilizam a mesma legal: Egipto, Sudão, Zaire, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana, Suazilândia, Lesotho e África do Sul MUCHANGOS (1999: 9). Devido a situação astronómica, é mínima a diferença da duração entre o dia e a noite ao longo do ano o que explicauma constância relativamente grande nas suas condições térmicas. Pela sua posição muito encostada a leste do semimeridiano de 30º Este, a hora legal é um pouco mais avançada que a hora local, o que é mais notório na parte Norte de Moçambique. Mapa 4 Representação do meridiano central de Moçambique Fonte: www.google,INEGI (2015) Hora oficial ou hora legal É determinada a partir do fuso horário que abrange um determinado território. Por exemplo, Moçambique considera 12 horas quando o sol estiver na vertical no meridiano 30° Este. http://www.google,inegi/ http://www.google,inegi/ 45 Hora local É determinada quando o sol incide directamente sobre um determinado ponto da superfície terrestre. Exemplo, em Moçambique esta é marcado pelo meridiano que passa pelo centro de observatório de Maputo Hora internacional É determinada pelo meridiano de Greenwich. O que significa que por exemplo, quando são 12 horas no meridiano de Greenwich, em Moçambique são 14 horas. Mapa 4. Fuso horário de África Fonte: www.google.com.br/fuso-horario-de-africa Sumário Nesta Unidade temática 1.4 estudamos e discutimos aspectos relacionados com os Fusos horários. Fuso horário é espaço do globo terrestre entre dois meridianos de 15° percorridos pelo sol durante http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa http://www.google.com.br/fuso-horario-de-africa UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 46 1 hora ou 60 minutos. O sistema surgiu na década de 1840, em que foi estabelecido o Greenwich Mean Time (GMT) – Tempo Médio de Greenwich – como tentativa de uniformizar a hora em toda a Grã- Bretanha. Apenas em 1878 sugeriu-se que tal sistema fosse adoptado no mundo inteiro. Por ser uma hora únicaadoptada tem como hora real ou solar, hora legal ou hora oficial e hora local. Assim, Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois). Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. Moçambique enquadra-se no fuso horário 2 (dois), isso significa que possui: A. (+) duas horas em relação ao tempo medio universal B. (-) duas horas em relação ao tempo medio universal C. (+) Dois dias em relação ao tempo universal D. (-) Dois minutos em relação ao tempo universal 2. De acordo com a Hora Internacional, quando são 12 horas no meridiano de Greenwich, em Moçambique são: A. 18 Horas; B. 16 Horas; C. 14 Horas D.24 horas 3. Quanto ao avanço de horas relativamente ao tempo médio universal, Moçambique pertence a dois fusos horários que são: a. +2 e +3 b. +2 e +4 c. +1 e +2 d. 0 e +1 Respostas: A; 2. C; 3. A Exercícios de-AVALIAÇÃO 47 GRUPO-2 (Verdadeiro ou Falso) Perguntas: 1. Fuso horário é espaço do globo terrestre entre dois meridianos de 15° percorridos pelo sol durante 1 hora ou 60 minutos. A. Verdadeira ( ) B. Falso ( ) 2. Na década de 1840, foi estabelecido o Greenwich Mean Time (GMT) – Tempo Médio de Greenwich, que surge da preocupação de uniformização das horas pelos inconvenientes que a diferenciação das horas entre cidades estava a causar, assim, em 1878 sugeriu-se que se adoptasse a nível mundial. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Hora real ou solar é a hora definida pela passagem do Sol sobre o meridiano de um lugar, enquanto a hora legal é aquela adoptada pelo país para uniformização do tempo em todas as regiões do mesmo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1.A; 2. A; 3. A UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 48 UNIDADE Temática: 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema Introdução Nesta unidade constam exercícios referentes e a unidade introdutória como forma de avaliar a compreensão dos conteúdos leccionados na unidade anterior. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir Geografia de Moçambique Identificar o objecto e objectivos de estudo de Geografia de Moçambique Descrever os métodos de estudo de Geografia de Moçambique ▪ Localizar geográfica e cosmicamente Moçambique ▪ Identificar os elementos da linha da costa moçambicana ▪ Caracterizar um dos elementos que caracterizam a costa moçambicana ▪ Definir fuso horário ▪ Descrever o historial do surgimento do fuso horário ▪ Explicar o cálculo do fuso horário Exercícios integrados do Tema 1 referentes a considerações gerais. 1. Defina Geografia de Moçambique. 2. Qual o objecto e objectivo de estudo da Geografia de Moçambique? 3. Identifique os métodos usados na geografia de Moçambique 4. Qual a importância do estudo da geografia de Moçambique 4. Faça a localizaçãocósmica e geográfica de Moçambique 5. Identifica os principais elementos da linha da costa Moçambicana 6. Dá um exemplo para cada elemento da linha da costa em cada província 49 3. Faca uma análise comparativa da costa na região norte, centro e sul 4. Explique como surgiu o sistema de fuso horário? 5. Diferencie hora real de legal? 6. Moçambique pertence a quantos fusos horários? E quais são? UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 50 TEMA – II: MORFO-ESTRUTURA. 2.1. Introdução, conceitos, estrutura geológica e Relevo tectónico 2.2. Geomorfologia 2.3. Recursos Minerais UNIDADE Temática: 2.1 Introdução, estrutura geológica, Relevo tectónico e recursos minerais Introdução O tema II aborda sobre a Morfo-estrutura (estrutura geológica) de Moçambique, desde o seu processo de formação, sua evolução e caracterização que resultaram nas diferentes formas de relevo, focalizando principalmente as formas relacionadascom os factores internos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir morfo-estrutura Descrever a geologia de Moçambique Identificar os processos de formação da estrutura geologia de Moçambique Estrutura geológica A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um soco cristalino com idade arcaica-câmbrica e por rochas com idade fanerozóica. O soco cristalino é constituído por paragnaisses supracrustais metamorfizados, granulitos e magmáticos, ortognaisses e rochas ígneas, CUMBE, (2007: P 71). 51 A estrutura físico-geográfica de Moçambique resulta de um longo processo de desenvolvimento histórico da Terra, que teve início no Pré-câmbrico e se prolonga até hoje. Este processo foi caracterizado por uma série de fases sucessivas e alternadas de orogenias, erosão e de alterações climáticas e pedobiogénicas MUCHANGOS (1999: p 18). Sob o ponto de vista cronológico distinguem-se em Moçambique, essencialmente três fases principais na formação do relevo: • Pré-câmbrico; • Karroo e; • Pós-karroo. No contexto geológico da África Austral, a história do desenvolvimento do relevo de Moçambique, é bastante longa e teve o seu início há mais de, pelo menos, 3.500 milhões de anos. Para MUCHANGOS (1999: p 18) a sua estrutura resultou da Conjugação e processos exógenos e endógenos em que se registou uma série de fases de deformação, destruição e consolidação da crusta que constituíram as bases para a formação de bacias epicratónicas. Estes processos produziram as unidades tectónicas subdivididas normalmente em cratões arcaicos consolidados há mais de 2.500 milhões de anos, zonas de dobramento que produziram as grandes regiões cratónicas e zonas de abatimento, cujos sedimentos apresentam em alguns casos, deformações subsidiárias. Posteriormente, as regiões de consolidação foram parcialmente activadas, por fenómenos endógenos, independentemente da existência de depósitos sedimentares epicratónicos. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 52 As principais fases de transformações tectogénicas de formação de montanhas, nível geral, concentraram-se no Precâmbrico; O dobramento permo-triássico, registado posteriormente, limitou-se essencialmente a uma estreita faixa no extremo Sul de África, resultante de uma deformação soco crustal denominado Panafricano. Para além dos processos endogénicos do magmatismo, metamorfismo e tecnogénese que levaram a estabilização e activação da crusta terrestre ou ainda a sua regeneração, a complexidade dos fenómenos geológicos do Precâmbrico da África Austral, foi ainda marcada pelos fenómenos exógenos tais como meteorização, a denudação e sedimentação. No território moçambicano, com as orogenias iniciadas no Precâmbrico, teve lugar o primeiro cenário geológico-tectónico, no qual se formou o esqueleto das principais montanhas do país, nomeadamente os complexos rochosos do chamado Cratão Rodesiano, no Precâmbrico Inferior e o Cinturão Moçambicano, “Moçambique Belt”, no Precâmbrico Superior. Estes processos rochosos constituem o principal embasamento de cerca de 2/3 do território Moçambicano, sendo a sua principal área de dispersão, as regiões setentrionais e centrais do país. Os vestígios mais importantes ocorrem no norte do país, destacandose o complexo de rochas mais antigo de Moçambique localizado no Sistema de Manica, que é a parte do Cratão Rodesiano. Segundo MUCHANGOS (1999: p 20), o complexo granito-gnéissico do sistema de Manica é o mais rico em intrusões básicas, mas estas, também são notáveis no complexo de rochas cristalinas situado a nordeste da Província de Tete. 53 Em território moçambicano, ainda não foi identificado rochas do Paleozóico Inferior e Médio, períodos durante os quais se supõe que Moçambique, tal como grande parte da África Austral, integrava ainda o Supercontinente Gondwana, que só se desmembrou no Cretácico, MUCHANGOS (1999: p 21). Do Precâmbrico Superior para o Câmbrico denominou-se de «Catanguese», nesta fase as principais elevações montanhosas ganharam a sua actual configuração, muito embora tenham sofrido ao longo dos tempos processos significativos de transformação. Em consequência disto, são visíveis nas regiões elevadas, os peneplanos, pedi-planos, insebelberge, pães-deaçúcar e muitas outras formas típicas da geomorfologia das regiões tropicais. Entre o Paleozóico Superior e o Mesozóico Inferior, a África Austral encontrava-se sob um clima continental húmido, particularmente propicio ao desenvolvimento florestal. Para MUCHANGOS (1999: p 22) no Karroo Superior, as séries sedimentares foram, em parte, cobertas por lavas vulcânicas de basaltos, riólitos, tufos, dacitos e ignimbritos. São estas coberturas lávicas que constituem o Oeste de Maputo os montes Libombos e uma série de acidentes orográficos que se estende para o Norte do rio Save até Lupata em Tete, acompanhando um alinhamento de falhas profundas. Devido as manifestações endogénicas observam-se vários maciços montanhosos de estrutura anelar que ocorre no centro e no norte do país. As depressões criadas por estes movimentos foram mais tarde ocupadas pelos lagos tectónicos de Niassa, Chirua, Chiúta e Amaramba e, é conhecida por Grandes Rifts da África Oriental. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 54 Durante o Cretácico, iniciou-se a subsidência de extensas bacias do litoral, acompanhada de transgressões marinhas que em muitas áreas, o oceano atingiu o limite ocidental da actual planície litoral, depositaram-se sedimentos de grés, calcários, margas, conglomerados e calcarenitos. Estas formacoes ocorrem na sua maior parte numa estreita faixa com Quionga e o rio Lúrio e constituem manchas mais ou menos extensas na parte meridional e central do país. Também registaram-se intensos fenómenos de erosão e que deixaram como vestígios encostas ravinada sem várias montanhas e, é conhecido por «Ciclo de Congo» e corresponde ao momento do desmembramento definitivo do Gondwana. Segundo MUCHANGOS (1999: p 25) o Quaternário caracterizou-se pelo aparecimento do homem e determinadas formas de desenvolvimento dos processos geomorfológicos, pedológicos e biológicos. Durante este período, predominavam processos de acumulação eólica e fluvial. Os materiais erodidos e acumulados, foram mais tarde, sob condições climáticas tropicais, ferralitizados formando em muitos casos laterites. Os ventos fortes e secos que sopravam frequentemente, tanto do oceano como do continente, contribuíram para o desenvolvimento de dunas de formas e dimensões diferentes, a distâncias variáveis da costa. Nas regiões mais elevadas e que, por conseguinte, mais chuvosas, desenvolveram-se florestas frondosas que ofereciam uma certa protecção contra a erosão. As prolongadas chuvas dos pluviais, contribuíam para o incremento da erosão, de tal modo que os pluviais podem ser caracterizados morfologicamente como fases de erosão linear (ravimento e formação de vales). 55 O clima, em conjunto com a tectónica, teria sido o principal factor de formação de terraços fluviais e cascalheiras e saibros que ocorrem em alturas muito acima dos actuais níveis de estiagem da maioria dos rios moçambicanos. Os terraços fluviais mais desenvolvidos encontram-se nos vales superiores dos rios Rovuma, Lúrio, Ligonha, Licungo, Zambeze, Púnguè, Búzi, limpopo e Incomati. As unidades estruturais do soco cristalino O cratão Zimbabweano Os escudos antigos correspondem aos primeiros núcleos de rochas que afloram desde início da formação da crosta terrestre. Estes escudossão formados por rochas magmáticas plutónicas, geralmente datadas de era Pré-Cambrica (primitiva) e por rochas metamórficas, originadas de material sedimentar antigo (do Paleozóico e anterior) que sofreu grandes alterações. Segundo CUMBE (2007), os escudos antigos sofreram acção de vários fenómenos geológicos, entre eles o rejuvenascimento, isto é, retomada da erosão nas formas de relevo já sensivelmente trabalhadas anteriormente. A retomada da erosão, por exemplo, pode dar-se em virtude das variações climáticas. As áreas de escudos antigos, são também denominadas de maciços antigos, que correspondem a uma área elevada desprovida de cobertura sedimentar, entretanto, que esse termo é utilizado em geomorfologia, no sentido descritivo, quando se refere às áreas montanhosas que abrangem extensas regiões e que foram parcialmente erodidas. O território Moçambicano é bastante antigo sob ponto de vista geológico. Os maciços antigos foram estimados que se formaram UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 56 na era pré-cambriana, concretamente no Arqueozóico, ou seja, na vida arcaica. A área coberta pelos escudos cristalinos de acordo com a idade da sua formação, subdivide-se em Cratão Zimbabueano e Cinturão de Moçambique ou simplesmente terrenos do Pré-câmbrico superior e inferior. Cratão Zimbabueano, estende-se para o Zimbabwe, onde forma os designados Muiane Gold Belt e Odzi Gold Belt (CUMBE, 2007). Este sistema, localiza-se na Província de Manica, onde forma a mancha de Manica, e, é considerada formação inferior, também conhecida pela antiquíssima designação de Série de Macequece, correspondendo ao escudo Bulawaiano no Zimbabwe. Esta formação é coberta de rochas metamórficas e sedimentares, representadas pelos Greenstones (rochas de grão fino, maciços, geralmente cinzento esverdeadas), epidioridos e anfibolitos, derivados de rochas basálticas e andesiticas, e as sedimentares mas representativas são os xistos sericiticos e cloróticos e ainda rochas xistosas afins. Enquanto a formação de M’beza e Vengo, corresponde no Zimbabwe ao Shamvaiano, também conhecido como Muiane por de séries de M’beza, tendo como base os conglomerados, considerados também por séries de Vengo. O prolongamento litologico, abrange as manchas restiticas no Moçambique Belt, são o distrito de Chimoio, Munhinga Bonde, Mavita, e o de BalamaNamuno em Cabo Delgado. Cinturão Moçambicano A outra parte maioritária dos Escudos antigos corresponde ao Moçambique Belt ou Cinturão moçambicano, que é um conjunto estrutural definido primeiramente Moçambique, depois, estendido ao Quénia e Uganda. Geneticamente este conjunto faz parte dum nível profundo (de cadeia de montanhas) posto a descoberto pelos 57 efeitos conjugados de um levantamento seguido dum longo período de erosão. Essa erosão deu-se por ciclo de seguimento e de estabilização, deixando marcas no relevo, através de superfícies altimétricas. O Cinturão moçambicano é dividido em 3 províncias tectónicas a saber: • A Província tectónica de Moçambique; • A Província tectónica de Niassa; e, • A Província tectónica do Médio Zambeze. A Província tectónica de Moçambique situa-se a Norte do paralelo 18º S e para Leste do meridiano 36º E. Esta engloba vários territórios das províncias do Norte e Zambézia no Centro, excluindo a parte ocidental da província do Niassa. Dentro desta Província evidencia-se a existência de dois grandes conjuntos litológicos, petrograficos e estruturais, são o Grupo de Nampula (Série de Namarroi e Namúli, Mavu e Ruaça, Metil, Mecuburi, Rurumana, Ribauè e Nampula) e o Grupo de Lúrio, onde se distinguem as seguintes Séries (Série de Cuamba, Chiure, Morrola, Monapo). O Grupo de Nampula apresenta uma migmatização desenvolvida e deriva certamente de um complexo Vulcano sedimentar rico em grauvaques e em rochas vulcânicas básicas, intermédias e, mas raramente ácidas. Enquanto o Grupo de Lúrio apresenta uma granulitização importante e fenómenos anatexicos de amplitude limitada, deriva de um complexo vulcânico sedimentar muito rico em rochas eruptivas ácidas com fases intermédias, básicas e ultrabásicas subordinadas. Repousa em discordância sobre o Grupo de Nampula, a continuidade notável desta discordância. Visível a Norte e Sul do Grupo e o facto de que se separa apenas nalguns metros dos conjuntos litologicamente muito diferentes sugerem uma discordância de origem estratigráfica. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 58 AProvíncia tectónica do Niassa engloba territórios ocidentais da província do Niassa e de Tete a norte do rio Zambeze. Constam de Granitos gnaissicos de Vúzi, Série de Fíngoè ou sistema de Fíngoè entre Zumbo e Fíngoè, complexo granitóide (CUMBE, 2007). Este complexo é caracterizado pela profusão de rochas graníticas distribuídas nomeadamente na parte Oeste da Província de Niassa, ocupa maior parte da região a Norte do rio Zambeze na Província de Tete. A Província tectónica do Médio Zambeze, engloba vastos territórios planalticas a sul do rio Zambeze ao rio Save e inclui o extremo ocidental da Província de Manica que faz parte do Précâmbrico inferior, estando dividido entre as seguintes formações: • Sistema de Umkondo (engloba a formação de Umkondo, representada na área de Espungabera a Rotanda, e de Fronteira, esta última formação estende-se ao longo da fronteira de Moçambique com o Zimbabwe, desde Espungabera a Changara, formando faixas com orientação Norte-Sul e assente discordantemente sobre a Formação de Barué, tendo duas unidades denominadas por Xisto gnaisse de Nhazonia e o Complexo quartzito micaxisto). • Formação de Vila Machado (Chimoio e Gondola, Inchope), entre o rio Punge e o rio Muda, trata-se de uma mancha com características semelhantes às de Manica, mas se engloba no cinturão moçambicano, constituído por restitos, sendo considerados como restitos das manchas de Munhinga- Bonde e de Mavita no distrito de Manica (constituída por gnaisses quartzo feldspaticos, gneisse quartzo monzoniticos com anfibolas e piroxenas, micaxistos quartzitos sacaroides, itabiritos, talcoxistos). 59 • Série Charnoquitica, distribui-se ao Norte do rio Zambeze nomeadamente no distrito de Murrumbala (granitos castanhos), as rochas são azuladas ou verde-azuladas escuras quando frescas, ganhando cor castanha por meteorização, nessa área a abundância de plagióclase, pertite, ortopiroxeno, clinopiroxena, magnetite, apatite, biotite, horneblenda, ilmenita e zircão. • Formação de Barué, ocupa a província de Manica-Sofala, uma extensa área entre a Formação de Fronteira a Oeste e o Sistema de Karroo a Este, distinguem-segnaisse com microclima, plagióclase, escassa biotite e granada. Relevo tectónico Os movimentos tectónicos que no passado geológico abalaram a África Oriental, deixaram nas regiões e no território moçambicano em particular, profundas marcas que se evidenciam na existência de várias depressões e vários alinhamentos de importantes estruturas tectónicas. Entre as depressões as mais importantes com um alinhamento predominante norte-sul se destacam: 1. A depressão do Niassa ou Rift no Niassa – é uma fractura tectónica que actualmente alberga as águas do Lago Niassa. Associado a esta estrutura, da sua parte leste estão as depressões do rio Lunho (Maniamba) praticamente preenchido por sedimentos de formações do Karroo indiferenciado no noroeste da província do Niassa. 2. A depressão de Chissenga – que constitui como que prolongamento do afundamento Urema – Zangue para sul. Este alberga o curso inferior do Púngoè e que se desvia para o mar onde continua na plataforma continental. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino deGeografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 60 3. A depressão do Urema ou simplesmente Urema- Zámgué – preenchido de grosso modo pelos rios Urema e Zámgué. 4. A depressão de Changane e Incomate Limpopo – constitui um largo e profundo afundamento que representa o vale do Limpopo; a sua largura na secção de Xai – Xai é superior a 5 km. Tem uma orientação predominantemente noroeste- sudoeste; no seu extremo sudoeste continua na sua plataforma continental no Oceano Índico. No seu extremo sul comporta o afundamento tectónico que corresponde a Baia de Maputo. Recursos Minerais Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande variedade de minerais e rochas de vários tipos, com idades que vão desde o Arcaico ao Recente. Algumas das ocorrências constituem recursos geológicos com interesse económico. Os fósseis ocorrem em geral na Bacia do Rovuma a norte de Moçambique e, a sul, na Bacia de Moçambique, em rochas sedimentares depositadas durante o desenvolvimento do Sistema do Rifte da África Oriental. A estrutura geológica em Moçambique, possui uma grande variedade de recursos minerais, que se agrupam da seguinte maneira: • Minerais energéticos, • Minerais rnetálicos, • Minerals não metálicos, • Águas minero-medicinais. a) Minerais energéticos De entre os minerais energéticos destacam-se: o Petróleo, Gás natural, e Carvão. Embora não se tenha identificado o petróleo em Moçambique, a sua ocorrência associada ao gás natural não é de excluir. Pelas 61 características geológicas egeomorfológicas do país existem duas principais bacias petrolífero-gasífera. Bacia do Rovuma - na faixa costeira da província de Cabo Delgado com cerca de 20.000 km2. Bacia Moçambicana - na parte central e sul do país com uma área de cerca de 290.000 km2. Os jazigos mais importantes foram descobertos nesta bacia. Principais jazigos de gás Na bacia Moçambicana - Pande e Temane (província Inhambane) e Buzi (Província de Sofala) e na bacia do Rovuma. O jazigo de pande foi já estudado detalhadamente, o que permrtiu avaliar, as suas reservasem 45biliões de m3 de gás. O carvão mineral é outro mineral energético de que Moçambique possui reservas importantes. As suas reservas estão avaliadas em 10 biliões de toneladas. Principais jazigos de carvão mineral Localizam-se na província de Tete nomeadamente em: ✓ Moatize, com cerca de 2 biliões de toneladas, ✓ Mucanhavuzi com cerca de 3,5 biliões de toneladas ✓ Minjova, com cerca de 3 biliões de toneladas, ✓ Sanangoe com cerca de 1,2 biliões de toneladas O carvão mineral ocorre ainda nas bacias de Maniamba (província de Niassa) e Espungabeira (província de Manica). b) Minerais metálicos Diversos minerais metálicos ocorrem no subsolo de Moçambique. Todavia, as reservas existentes não foram quantitativamente avaliadas, pelo que não serão feitas referências numéricas. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 62 Entre os principais minerais metálicos identificados no País destacam-se: o Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos de metais raros, Terras raras, e Areias pesadas. • O Ouro - essencialmente aluvionar ocorre nas províncias de Manica, Zambézia e Tete. • Ferro-os jazigos localizam-se nas províncias de Manica e Nampula, • Cobre - Tete e manica, • Platinoide - em Mucucóe e Tsangano (província de Tete), • Nos Pegmatitos de metais raros existem importantes ocorrências de Tântalo, Nióbio, e outros minerais raros que se encontrarn disseminados ern quatro jazigos. Todos eles na província da Zambézia. • Terras raras - são constituidas por pegmatitos e por carbonatitos e os seus jazigos se distribuem pelas províncias de Zambézia, Tete e Sofala, • Areias pesadas - são associações de ocorrências de ilmenite, rutilo, zircão e lencoxene, sendo os seus jazigos bem representados nas províncias de Zambézia, Nampula e Gaza (Moma e Chibuto existem projectos em curso de arreias pesadas). c) Minerais não metálicos Osprincipais jazigos deminerais nãometálicos identificados no país são os de: Mármore, Granito negro, Granito Vermelho, Grafite, Fluorite, Diatomite, Pedras Semipreciosas e outros. Mármore - ocorre exclusivamente na província de Cabo Delgado, constituído pelos jazigos de Montepuez e Mecufi. 63 Granite negro - constituído por complexos de gabro e gabroanortositos, ocorre nos jazigos de Matagata no Distrito de Gondola, Provímcia de Manica. Granito Vermelho - observa-se somente em Mepanda, província de Niassa, Grafite - tem a sua maior ocorrência na provímcia de Cabo Delgado onde existem 4 jazigos, mais também em Tete e Nampula, com um jazigo cada. Fluorite - Sofala (dois jazigos) e Tete (um jazigo) Diatomite - ocorrem nos terrenes fanerozóicos de Sofala e Maputo, sendo a sua maior representação nesta última província. Pedras Semi-preciosas - compostas por esmeraldas, turmalinas, águas marinhas e granadas, ocorrem nas províncias de Zambézia, Nampula, Cabo, Delgado, Niassae Tete. Ha ainda a considerar a ocorrência de apatite em Nampula; Bentonite em Maputo, Bauxite em Manica e Zambezia, Calcário em Maputo, Sofala e Nampula; e argilas, granitos, gnaisses e riolitos que ocorrem praticamente em todas províncias. Águas minero-medicinais São aquelas que na sua composição se encontram minerais com características terapéuticas, obtidos de difcrentes processes biológicos e geológicos (P. ex: águas termais). Águas termais - são aquelas cuja temperatura é igual ou superior a 37°C. É aquela que sai com urna temperatura de 5°C mais alta do que a temperatura média anual do lugar onde sai. Ocorrem com muita frequência em Lugela, Pebane e Namacurra (província da UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 64 Zambézia), Zumbo (província de Tete) e Metangula (província de Niassa). Águas minerais - são aqueias cujo conteúdo em sais minerais é superior a 1g/L. As mais significativas estão situadas nas regiões vulcânicas da cadeia dos Libmbos (província de Maputo) e nos granitos arcáicos de Manica. Outros minerais e gemas Gemas são materiais da crusta terrestre com características especiais para a produção de jóias ou outros fins ornamentais, em virtude da sua beleza, raridade e dureza. Em Moçambique, ocorrem gemas de diferentes tipos e qualidades em vários tipos de depósitos. As gemas estão enquadradas nos seguintes tipos de jazigos: pegmatítico-pneumatolíticos (esmeralda, águamarinha, morganite, heliodoro, goshenite, rubelite, verdelite, water melon, indicolite, siberite, dravite, acroíte, topázio imperial, topázio da Sibéria, ametista quartzo fumado, quartzo citrino, quartzo róseo, corindo, amazonite, dumortierite e adulária); hidrotermais (ágatas, opala, calcedónia e jaspe); metamórficos (granadas); sedimentares (granadas, ágatas, corindo, etc.) (Afonso & Marques, 1998) As gemas são extraídas principalmente em pegmatitos, mas também em alguns depósitos sedimentares do tipo placers. Estudos recentes, realizados nas áreas do Alto Ligonha e Monapo-Nacala, apontam para a ocorrência de gemas nestas áreas. Outras áreas onde pegmatitos com gemas podem ocorrer são a sul de Nipepe, a parte leste da Faixa do Lúrio, a área próxima da entrada do rio Lúrio e a zona de Zâmbuè a noroeste da Província de 65 Tete. Em todos estes pegmatitos ocorre berilo, turmalina, quartzo com qualidade para gema e ametista. Todo o soco cristalino, e especialmente o Cinturão de Moçambique, tem rochas e ambientes geológicos que são favoráveis à instalação de pegmatitos. Nas seguintes áreas também podem ocorrer rochas com gemas: • Alto Ligonha (pegmatitos da Zambézia); • Monapo-Nacala(pegmatitos de Nampula); • Norte de Ribáuè-Malema e sul de Nipepe; • Bordadura sul da Faixa do Lúrio, entre o rio Lúrio e Mirrote; • Prolongamento noroeste do campo pegmatítico do Alto Ligonha; • Área entre Muaguide e Mueda (província de Cabo Delgado); • Área entre Mueda e Montepuez (província de Cabo Delgado); • Área entre Zâmbuè e a fronteira zambiana, no rio Aruângua; • Área entre Nipepe e o rio Lugenda. Sumário Nesta Unidade temática 2.1 estudamos e discutimos fundamentalmente dois que sustentam a Morfo-estrutura moçambicana a saber: Estrutura geológica e o Relevo tectónico. Pois A geologia de Moçambique é caracterizada pela ocorrência de um soco cristalino com idade arcaica-câmbrica e por rochas com idade fanerozóica. Sob o ponto de vista cronológico distinguem-se em Moçambique, três fases principais na formação do relevo: Précâmbrico; Karroo e; Pós-karroo. A estrutura resultou da conjugação de processos exógenos e endógenos. A 1ª no UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 66 Précâmbrico que resultou na formação do esqueleto das principais montanhas do país (Cratão Rodesiano e o Cinturão Moçambicano). No Karroo Superior, as séries sedimentares foram cobertas por lavas vulcânicas. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. Corresponde a idade das unidades do soco cristalino de Moçambique as seguintes: a. Arcaica-câmbrica e rochas com idade farenorozóica. b. Terciário e quaternário c. Carbonífero e Jurássico. d. Mesozoico e Cenozoico. 2. O relevo de Moçambique e caraterizado por apresentar Montanhas, planaltos, planícies e depressões. Em termos percentuais de predominância, a proporção de planícies, planaltos e montanhas e seguinte: a. Depressões 16%, planície 44% e planaltos com 40%. b. Planícies com 16%, planaltos com 44% e montanhas com 40%. c. Depressões 44%, planície 40% e planaltos com 16%. d. Planícies com 44%, planaltos com 40% e montanhas com 16%. 3. O conjunto mineral de Moçambique composto por Bacias de Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, Moatize- Minjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo Chire. E identificado como jazigo de: a. Gás Natural b. Areias pesadas. c. Carvão Mineral d. Pedras preciosas. 67 4. Entre os principais minerais metálicos identificados no País destacam-se: A. Carvão Mineral, Areias Peadas e Zinco; B. Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos; C. Madeira, Diamante, Turmalinas e Ferro; D. Nenhum das Opções acima. 5. A disposição do relevo moçambicano da costa oeste ao interior leste obedece a seguinte ordem: A. Planalto, Planície e Montanhas; B. Monhatanhas, Planaltos e Planícies; C. Planícies Planaltos e Montanhas D. Planícies e Montanhas. Respostas: 1- A; 2. D; 3. C; 4. A; 5. C UNIDADE Temática: 2.2 Geomorfologia: conceitos, caracterização, processo de formação e distribuição Introdução Moçambique geomorfologicamente apresenta-se em forma de escadaria, tendo altitudes mais baixas no litoral e vai aumentando a medida que se caminha para o interior. Esta característica está relacionada aos processos geológicos abordados na unidade anterior que resultaram na geomorfologia que iremos abordar de seguida. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 68 Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Definir Geomorfologia Descrever o relevo de Moçambique Identificar os factores de formação do relevo Descrever a distribuiçãogeográfica da forma de relevo de Moçambique Geomorfologia Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das formas de relevo sobre a superfície da Terra, onde estas formas são resultantes dos processos actuais e pretéritos ocorridos nos litotipos existentes. Os processos ou factores que definem esta evolução podem ser exógenos ou modeladores (climas antigos e actuais, vegetação e solos) e endógenos ou formadores do relevo (tectónica e a geologia) (GEO REDE: 2008). Disposição do relevo de Moçambique O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com uma zona de montanhas a Oeste, que decresce em degraus aplanados até à planície litoral a Leste (vide mapa 5). Assim, de acordo com a altitude, identificam-se em Moçambique, planícies, planaltos, montanhas e depressões. Região de Planície De acordo com sua estrutura, cerca da metade (44%) do território moçambicano é constituído pela planície, com altitudes inferiores a 200m. Esta planície, que se desenvolve ao longo da costa, é uma faixa estreita entre a foz do rio Rovuma e o delta do Rio Zambeze. Ela alarga-se para o Sul do delta do rio Zambeze, abrangendo a quase totalidade da superfície situada ao Sul do rio Save, constituindo a Grande planície Moçambicana. 69 Na orla litoral, restingas e cordões litorais sobrepostas por dunas recentes, isolam rosários de lagunas ainda abertas ao oceano ou já completamente isoladas dele (MUCHANGOS; 1999: p 28). Região de Planaltos Moçambique, distingue-se duas superfícies planálticas: I. A primeira, com altitudes variam entre 200 e 600 m é designada por planaltos médios, está melhor representada ao Norte do paralelo de 17º Sul; II. A segunda, designada por altiplanaltica, as altitudes são superiores a 600 m. A sua maior dispersão verifica-se no Norte e Centro do país sobretudo nas províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Tete e Manica. Características do Planalto Moçambicano O planalto moçambicano caracteriza-se pela ocorrência de inúmeros montes residuais ou cristas intrusivas, de altitudes variáveis, que se disseminam pela paisagem. E são conhecidos por “inselberg” ou montes-ilhas. Em Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia, Tete e Manica, os planaltos médios fazem a transição para os altiplanaltos por um degrau mais ou menos acentuado. A sul do rio Save os planaltos médios desenvolvem-se sobre as formas vulcânicas de Karroo e estão muito dissecadas pela erosão. Área de montanhas Devido a longinquidade do território moçambicano as áreas de montanhas, que incluem formas de relevo com altitudes superiores a 1.000m, são muito pouco extensas e não constituem faixas contínuas, tal como sucede com os planaltos. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 70 Em Niassa as montanhas agrupam um conjunto de elevações, formando um ípsilon, que acompanha a margem oriental do lago Niassa e se inflecte para Nordeste, nas cercanias do Lago Amaramba, cujo pé se prolonga através do Malawi. Neste conjunto destacam-se os montes Txingeia (1.787 m), Txitongo (1.848 m), Sanga (1.798 m), Chissindo (1.579 m), Chitagalo (1.803 m), Jeci (1.836 m) e Mitucue (1.803 m). na Zambézia as montanhas caracterizam-se por uma certa dispersão de conjunto de montesilhas. As maiores altitudes registam-se nos montes Chiperone (2.054 m), Tumbine (1.542 m), Mabu (1.646 m), Derre (1.417 m), Mongue (1.043 m) e culminam nos montes Namuli onde os seus picos atingem 2.419 m, MUCHANGOS (1999: p 29) Na parte Norte da província de Tete as altitudes médias dos montes aumentam de Oeste para este entre 1.000 m e 1.400m. Os picos mais elevados são Domue (2.096 m) eChirobue (2.021 m), nas proximidades da fronteira com Malawi. Em Manica as montanhas ocorrem sobretudo ao longo da fronteira com o Zimbabwe, com destaque para a cordilheira de Chimanimani, onde se localiza o pico mais elevado do país (Monte Binga 2.436 m). Trata-se de um gigantesco maciço rectangular de 35 km de comprimento por 8 a 10 km de largura, situado a 80 km a Sul da cidade de Manica, orientado no sentido Norte-Sul ao longoda fronteira com o Zimbabwe. Ele separa-se do maciço de Espungabera, com altitudes próximas dos 1.000m, através duma depressão. A norte de Chimanimani localiza-se a serra da Gorongosa cuja altitude máxima é de 1.863 m. Mapa 6. Relevo de Moçambique 71 Fonte: MINED (1986) Principais depressões Das principais depressões existentes em Moçambique, destacamse os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde se instalaram os lagos e pântanos. Estas depressões interrompem frequentemente a continuidade das planícies, dos planaltos e das cadeias de montanhas. A depressão de maior significado geomorfológico é o vale do rio Zambeze, não só por constituir um dos maiores do continente africano, como ainda por atravessar regiões de litologia e tectónicas complicadas, às quais o rio teve que se adaptar. A diferença na litologia e tectónica favorece desníveis na superfície longitudinal dos rios e a construção de barragens. As outras depressões territoriais importantes em Moçambique são as depressões Chire – Urema e Espungabera. Estas formas negativas resultam de movimentos grabens tectónicos e representam das superfícies falhadas que caracterizam a África UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 72 Oriental. No prolongamento desta superfície para o norte, registase a depressão do Niassa, onde se instalam os lagos Niassa, Chirua, Chiúta e Amaramba. As restantes depressões, sobretudo as que se localizam ao sul do Save onde se instalaram as numerosas lagoas costeiras, têm somente uma importância local. As depressões caracterizam-se pela abundância de sedimentos transportados pelos rios e pelas enxurradas das partes mais altas. Das principais depressões existentes em Moçambique, destacamse os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde se instalaram os lagos e pantanos. Estas depressões interrompem frequentemente a continuidade das planícies, dos planaltos e das cadeias de montanhas. A depressão de maior significado geomorfológico é o vale do rio Zambeze, não só por constituir um dos maiores do continente africano, como ainda por atravessar regiões de litologia e tectónica complicadas, às quais o rio teve que se adaptar. A diferença na litologia e tectónica favorece desníveis na superfície longitudinal dos rios e a construção de barragens. As outras depressões territoriais importantes em Moçambique são as depressões Chire – Urema e Espungabera. Estas formas negativas resultam de movimentos grabens tectónicos e representam das superfícies falhadas que caracterizam a África Oriental. No prolongamento desta superfície para o norte, registase a depressão do Niassa, onde se instalam os lagos Niassa, Chirua, Chiúta e Amaramba. As restantes depressões, sobretudo as que se localizam ao sul do Save onde se instalaram as numerosas lagoas costeiras, têm somente uma importância local. As depressões caracterizam-se pela abundância de sedimentos transportados pelos rios e pelas enxurradas das partes mais altas. 73 Sumário Nesta Unidade temática 2.2 estudamos e discutimos aspectos referentes a geomorfologia (relevo) de Moçambique. Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das formas de relevo sobre a superfície da Terra. O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com zona de montanhas a Oeste para Leste. Assim, identificam-se as zonas de planícies, planaltos, montanhas e depressões. As Planícies com altitudes inferiores a 200m ao longo da costa, faixa estreita entre a foz do rio Rovuma e o delta do Rio Zambeze e quase totalidade da região sul. Os Planaltos com duas superfícies planaltos médios de 200 a 600 m altiplanaltos superiores a 600 m, estende-se no centro e norte. Áreas de montanhas estão em menor proporção que incluem formas de relevo com altitudes superiores a 1.000m, distribuem-se no centro e norte do Pais. As depressões destacam-se os vales dos rios e as formas de relevo negativas, onde se instalaram os lagos e pântanos. Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeiro ou Falso) 1. Geomorfologia é a ciência que estuda a génese e a evolução das formas de relevo sobre a superfície da Terra, onde estas formas são resultantes dos processos actuais e pretéritos ocorridos nos litotipos existentes. A. Verdade () B. Falso () UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 74 2.O relevo de Moçambique dispõe-se em forma de escadaria com uma zona de montanhas a Oeste, que decresce em degraus aplanados até à planície litoral a Leste (vide mapa 5). Assim, de acordo com a altitude, identificam-se em Moçambique, planícies, planaltos, montanhas e depressões. A. Verdade () B. Falso () 2. As principais formas de relevo existentes em Moçambique são: Planície, planaltos, montanhas e depressão. A. Verdade () B. Falso () 3. A forma de relevo predominante em Moçambiquesão as planícies como 44% seguido dos planaltos com 40% e por fim as montanhas com 16%. A. Falso ( ) B. Verdade ( ) 4. Fale das Características dos Planaltos; Resposta; Planalto moçambicano caracteriza-se pela ocorrência de inúmeros montes residuais ou cristas intrusivas, de altitudes variáveis, que se disseminam pela paisagem. E são conhecidos por “inselberg” ou montes-ilhas. A. Falso ( ) B. Verdadeira ( ) Respostas: 1-A; 2. A; 3. A; 4. B; 5. B Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) Perguntas: 1.A disposição do relevo moçambicano da costa oeste ao interior leste obedece a seguinte ordem: A. Planalto, Planície e Montanhas; B. Monhatanhas, Planaltos e Planícies; C. Planícies Planaltos e Montanhas D. Planícies e Montanhas. 75 2. Qual a Depressão de maior significado geomorfológico em Moçambique? A. Vale do Incomáti B. Velo do Save C. Vele do Rio Zambeze Respostas: 1. C; 2. C UNIDADE Temática: 2.3 Recursos Minerais: conceitos, classificação, distribuiçãogeográfica, Quadro actual dos recursos minerais Introdução Moçambique é um país rico em recursos minerais desde os energéticos aos recursosmineraisdistribuídos um pouco por todo o pais. Nesta unidade iremos abordar sobre o conceito de recursos minerais, sua caracterização, distribuição assim como a sua aplicação. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Definir Recursos Minerais Classificar os recursos minerais Identificar os recursos minerais de Moçambique Descrever a distribuição dos recursos minerais Recursos Minerais Antes de iniciarmos a abordagem sobre os recursosminerais de Moçambique, é necessário compreender os conceitos de recurso minerais e sua classificação que segundo o NETI (2007: 2) coloca da seguinte maneira: UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 76 Recursos minerais - substâncias naturais formadas por processos geológicos que, ocorrendo na crosta terrestre com uma concentração superior à média, podem ser economicamente exploráveis. Recursos energéticos - Recursos minerais utilizados para a produção de energia eléctrica, calorífica ou mecânica. Exemplos: petróleo, carvão, gás, urânio. Recursos não metálicos: Estes recursos, também designados por minerais e rochas industriais, constituem um grupo muito diversificado, incluindo minerais e rochas que são principalmente utilizados na construção civil e em processos industriais de natureza muito diversa. Recursos Metálicos - Recursos minerais explorados para a obtenção de um determinado elemento metálico que faz parte da sua constituição. Exemplos de metais: ouro, prata, cobre, alumínio, ferro, etc. (vide o esquema seguinte)Esquema 1. Classificação dos Recursos Minerais Fonte: INETI (2007:2), adaptado pelo autor Distribuiçãogeográfica dos recursos minerais em Moçambique Recursos minerais Energeticos Nao metalicos Rochas ornamentais ( Calcario, marmore e granito) Rochas e minerais Industriais ( Areia, argila, quartzo) Tetalicos 77 Moçambique é caracterizado pela ocorrência de uma grande variedade de minerais e rochas de vários tipos, com idades que vão desde o Arcaico ao Recente. Algumas das ocorrências constituem recursos geológicos com interesse económico. Os fósseis ocorrem em geral na Bacia do Rovuma a norte de Moçambique e, a sul, na Bacia de Moçambique, em rochas sedimentares depositadas durante o desenvolvimento do Sistema do Rift da África Oriental. A estrutura geológica em Moçambique possui uma grande variedade de recursos minerais, que se agrupam da seguinte maneira (MUCHANGOS, 1999): • Minerais energéticos, • Minerais metálicos, Minerais não metálicos, • Águas minero-medicinais. Minerais energéticos Os recursos energéticos actualmente explorados em Moçambique são o carvão e o gás natural onshore. Os jazigos de gás natural ocorrem na região de Pande, Temane, Búzi e há indícios da sua ocorrência próximo de Divinhe e Inhaminga. O jazigo mais importante de gás natural é o de Pande, na Província de Inhambane, com importantes reservas e actualmente em exploração. Outro jazigo de gás natural que também está a ser explorado é o de Temane, na Província da Zambézia. No que diz respeito ao petróleo, existem indícios da ocorrência deste recurso natural na Bacia do Rovuma, na região norte do país. Empresas do Canadá, Estados Unidos, Malásia e Itália têm estado a pesquisar hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma, mas quantidades UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 78 economicamente viáveis para a sua exploração ainda não foram descobertas. Existem esperanças de que o petróleo ainda possa vir a ser descoberto em virtude de a Bacia do Rovuma e a Bacia de Moçambique apresentarem condições litológicas e tectono- estruturais favoráveis para a ocorrência de hidrocarbonetos. No entanto, as pesquisas apontam para a presença de quantidades significativas de gás natural na Bacia do Rovuma. • Bacia do Rovuma - na faixa costeira da província de Cabo Delgado com cerca de 20.000 km2. • Bacia Moçambicana - na parte central e sul do país com uma área de cerca de 290.000 km2. Os jazigos mais importantes foram descobertos nesta bacia. Mapa 7. Principais bacias sedimentares e grabens Fonte: Moçambique (GTK Consortium, 2006b) citado por Cumbe; 2007: 85) 79 Principais jazigos de gás O Gás Natural é uma mistura de gases, extremamente leve, com aproximadamente 90% de metano. É encontrado com abundância na natureza, na maioria das vezes associado ao petróleo (Gás Associado), existindo também poços sem a presença de petróleo (Gás Não Associado). Na bacia Moçambicana Pande e Temane (província Inhambane) e Buzi (Província de Sofala) e na bacia do Rovuma. O jazigo de Pandefoi já estudado detalhadamente, o que permitiu avaliar, as suas reservasem 45biliões de m3 de gás (CUMBE, 2007). Nas séries sedimentares do Cretácico e do Terciário, nomeadamente em Búzi, Pande e Temane foram descobertas jazidas de gás natural. No Karroo inferior, associa-se a formações de tilitos, xistos, conglomerados, grés e carvões que ocorrem nas bacias sedimentares carboníferas do país. Estas bacias localizam-se nas províncias de Niassa, Tete e Manica numa faixa que bordeja o limite oriental das rochas pré-câmbricas MUCHANGOS (1999). A prospecção de gás natural, realizado em 30 furos, em Buzi (província da Beira), Temane e Pande (ambos a poucos km ao sul do rio Save e a norte da província de Inhambane), indica que somente 7 furos foram considerados promissores, nomeadamente os de Pande. O gás encontrado tem na sua composição 95,5% de metano e as suas reservas seguras apontam para 13 triliões de pés cúbicos. Mapa. 8 Áreas de prospecção de gás natural UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 80 Fonte: CHILENGUE (2013) Principais jazigos de carvão mineral O carvão ocorre com frequência nos sedimentos do Karroo Inferior em Moçambique, mas está geralmente depositado na Formação de Moatize (vide a Figura 2). A estrutura mais importante onde ocorre o carvão é o Graben do Zambeze, com uma extensão de mais de 350 km. A Bacia do Zambeze subdividese nas seguintes sub Bacias: Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, MoatizeMinjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo Chire. Considera-se que MucanhaVúzi é uma sub-Bacia da Bacia de Chicôa-Mecúcoè. Todas estas sub-bacias correspondem, em termos tectónicos, a estruturas do tipo graben ou semi-graben. Em termos de exploração económica, as sub-bacias de Moatize-Minjova e de Mucanha-Vúzi são as mais importantes. Em geral, cerca de 93 % do carvão que ocorre em Moçambique está concentrado na Bacia do Zambeze (Lächelt, 2004) citado por Cumbe (2007). Localização e quantidades do carvão na província de Tete: • Moatize, com cerca de 2 biliões de toneladas, • Mucanhavuzi com cerca de 3,5 biliões de toneladas 81 • Minjova, com cerca de 3 biliões de toneladas, • Sanangoe com cerca de 1,2 biliões de toneladas Fonte: Chilengue (2013) O carvão mineral ocorre ainda nas bacias de Maniamba (província de Niassa) e Espungabeira (província de Manica). Para MICOA, (S.A: p 26) as reservas de Minjova com reservas estimadas em 3 mil milhões de toneladas, cerca de 350 milhões de toneladas. As profundidades compreendidas entre 100 e 200 metros. Calculam-se que as reservas industriais rodem os 211,6 milhões de toneladas. - 156 Milhões a céu aberto e as restantes em profundidades variáveis. Mapa 9. Bacias onde ocorrem carvão em Moçambique UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 82 Fonte: Lächelt (2004) citado por Cumbe. Minerais metálicos Diversos minerais metálicos ocorrem no subsolo de Moçambique. Todavia, as reservas existentes não foram quantitativamente avaliadas, pelo que não serão feitas referências numéricas. Entre os principais minerais metálicos identificados no País destacam-se: o Ouro, Ferro, Cobre, Platinoide, Pegmatitos de metais raros, Terras raras, e Areias pesadas. • O Ouro - essencialmente aluvionar ocorre nas províncias de Manica, Zambézia e Tete. • Ferro - os jazigos localizam-se nas províncias de Manica e Nampula, • Cobre - Tete e Manica, • Platinoide - em Mucucóe e Tsangano (província de Tete), 83 • Nos Pegmatitos de metais raros existem importantes ocorrências de Tântalo, Nióbio, e outros minerais raros que se encontram disseminados em quatro jazigos. Todos eles na província da Zambézia. • Terras raras - são constituídas por pegmatitos e por carbonatitos e os seus jazigos se distribuem pelas províncias de Zambézia, Tete e Sofala, • Areias pesadas - são associações de ocorrências de ilmenite, rutilo, zircão e lencoxene, sendo os seus jazigos bem representados nas províncias de Zambézia, Nampula e Gaza (Moma e Chibuto existem projectos em curso de arreias pesadas). Mapa 10. localizaçãogeográfica dos minerais metálicos Fonte: Lächelt, 2004 citado por Cumbi (2007) Minerais não metálicos UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 84 Osprincipais jazigos deminerais nãometálicos identificados no país são os de: Mármore, Granito negro, Granito Vermelho, Grafite, Fluorite, Diatomite, Pedras Semipreciosas e outros, assim descritos:• Mármore - ocorre exclusivamente na província de Cabo Delgado, constituído pelos jazigos de Montepuez e Mecufi. • Granite negro - constituído por complexos de gabro e gabroanortositos, ocorre nos jazigos de Matagata no Distrito de Gondola, Província de Manica. • Granito Vermelho - observa-se somente em Mepanda, província de Niassa, • Grafite - tem a sua maior ocorrência na Província de Cabo Delgado onde existem 4 jazigos, mais também em Tete e Nampula, com um jazigo cada. • Fluorite - Sofala (dois jazigos) e Tete (um jazigo) • Diatomite - ocorrem nos terrenos fanerozóicos de Sofala e Maputo, sendo a sua maior representação nesta última província. • Pedras Semipreciosas - compostas por esmeraldas, turmalinas, águas marinhas e granadas, ocorrem nas províncias de Zambézia, Nampula, Cabo, Delgado, Niassae Tete. Há ainda a considerar a ocorrência de apatite em Nampula; Bentonite em Maputo, Bauxite em Manica e Zambézia, Calcário em Maputo, Sofala e Nampula; eargilas, granitos, gnaisseseriolitos que ocorrem praticamente em todas províncias. Mapa 11. Áreas de prospecção de gemas 85 Fonte: adaptado de Lächelt, 2004). 1: Pegmatitos com berilo, turmalina, quartzo e feldspatos; 2: Áreas com granadas; 3: Áreas com ágatas; 4: Ocorrências de corindo; 5: Dumortierite; 6: Áreas de prospecção de kimberlitos e diamantes; 7: Áreas de prospecção de selenite Águas mineromedicinais São aquelas que na sua composição se encontram minerais com características terapêuticas, obtidos de diferentes processes biológicos e geológicos (Pex: águastermais). • Águas termais - são aquelas cuja temperatura é igual ou superior a 37°C. É aquela que sai com uma temperatura de 5°C mais alta do que a temperatura média anual do lugar onde sai. Ocorrem com muita frequência em Lugela, Pebane e Namacurra (província da Zambézia), Zumbo (província de Tete) e Metangula (província de Niassa). Características das águas termais segundo Ombe e Fenhane (2002:22): UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 86 Afloram em regiõesplanálticas, sob ponto de vista químico satisfazem o consumo da população sem tratamento prévio, apesar de existirem característicasespecíficas de cada uma delas. As águas termais têm um poder medicinal como por exemplo para o curativo de reumatismo subagudo e crónicos, bronquites crónicas, asma (Chimoio), doenças da pele (Tete), Perturbação de estômago, fígado e intestino (Munhamade), doençasreumáticas e nevrálgicas, doençascrónicas na medula espinhal, intoxicação com venenos metálicos (nascente quente de Morrumbala) Ombe e Fenhane (2002). • Águas minerais - são aquelas cujo conteúdo em sais minerais é superior a 1g/L. As mais significativas estão situadas nas regiões vulcânicas da cadeia dos Libombos (província de Maputo) e nos granitos arcaicos de Manica. Mapa 12. Distribuição das fontes de água termais em Moçambique Fonte: Ombe e Fenhane (2002: 28) 87 Sumário Nesta Unidade temática 2.3 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos relacionados com os recursos minerais que são definidos como substâncias formadaspor processos geológicos que, podem ser economicamente exploráveis. Eles dividem-se em energéticos, metálicos e não metálicos. Distribuem-se de forma irregular sendo os energéticos nas bacias sedimentares e os metálicos e nãometálicos nas regiões de planalto e montanhas do centro e norte assim como as águasminero medicinais incluindo os Libombos no sul do país. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. Recurso mineral O conjunto mineral de Moçambique composto por Bacias de Mecúcuè, Mucanha-Vúzi, Chicôa, Mefideze, Sanangoè, Moatize-Minjova, Muarádzi-N’condezi, Chitima-Changara e Baixo Chire. E identificado como jazigo de: A. Gás Natural B. Areias pesadas. C. Carvão Mineral D. Pedras preciosas. 2. Faca a correspondência dos minerais e os seus locais de ocorrência em Moçambique. E. A. Ouro 1. Tete e Manica F. B. Ferro 2. Manica Zambézia e Tete G. C. Cobre 3. Manica e Manpula H. D. Areias Pesadas 4. Zambézia, Nampula e Gaza UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 88 Respostas: 1. C; 2. Resposta: A.2, B.3, C1 e D.4 Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdade ou Falso) Perguntas: 1. Recursos Minerais são substâncias naturais formadaspor processos geológicos que, ocorrendo na crosta terrestre com uma concentração superior à média, podem ser economicamente exploráveis. A. Verdade () B. Falso () 2. Os recursos minerais são divididos emmetálicos, energéticos e não metálicos. A. Verdade () B. Falso () 3. Os recursos energéticos actualmente explorados em Moçambique são o carvão e o gás natural onshore A. Verdade B. Falso 4. O jazigo mais importante de gás natural é o de Pande, na Província de Inhambane. A. Verdade () B. Falso () 5. Águas minerais (Chimoio e Maputo) e águas termais (Zambézia, Tete e Niassa). A. Verdade () B. Falso Respostas: 1. A; 2. A; 3. A; 4. A; 5. A 89 UNIDADE Temática: 2.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades INTRODUÇÃO Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema II que aborda sobre Morfo-estrutura como forma de avaliação da compreensão dos conteúdos leccionados na unidade anterior. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: ▪ Descrever a geologia de Moçambique ▪ Identificar os processos de formação da estrutura geológica de Moçambique Objectivos Específicos Descrever o relevo de Moçambique ▪ Identificar os factores de formação do relevo ▪ Descrever o relevo de Moçambique ▪ Identificar os factores de formação do relevo ▪ Classificar os recursos minerais ▪ Identificar os recursos minerais de Moçambique ▪ Descrever a distribuição dos recursos minerais Exercícios do tema II: Morfoestrutura 1. Identifique as unidades estruturais do soco cristalino 2. Quais as fases de formação do relevo Moçambicano? 3. Faca a localizaçãogeográfica de cada estrutura do soco cristalino 4. Identifique as principais formações do relevo tectónico 5. Estabeleça a diferença entre estas duas unidades 6. Caracterize cada formação do relevo tectónico 7. Qual é a disposição do relevo de Moçambique? 8. Qual a relação entre a região de planaltos emontanhas? UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 90 9. Quais os recursos minerais explorados em Moçambique? 10. Caracterize os recursos minerais de Moçambique e explique o processo da sua exploração. 91 TEMA – III: CLIMA DE MOÇAMBIQUE Unidade temática 3.1 Introdução, Factores, elementos, classificação e sua distribuição Unidade temática 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país Unidade temática 3.3 Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas Unidade temática 3.4 Enquadramento geral da costa de Moçambique Unidade temática 3.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema UNIDADE Temática: 3.1 Introdução, Factores, elementos, classificação e sua distribuição Introdução Nesta unidade, faz-se menção aos factores que influencia na distribuição e elementos do clima de Moçambique, sua classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o enquadramento geral da costa de Moçambique.Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Definir o clima Definir tempo Diferenciar o tempo do clima Identificar os factores do clima ▪ Descrever o clima de Moçambique Tempo e clima O tempo: é o estado físico das condições atmosféricas em um determinado momento e local. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 92 Clima é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais anos, caracterizada a partir de valores médios. Quer isto dizer, que o tempo traduz um estado actual da atmosfera, ao passo que o clima representa um estado médio da atmosfera (MATOS & CASTELAO: 2006). Elementos climáticos: São grandezas meteorológicas que variam no tempo e no espaço e comunicam, ao meio atmosférico. Suas características e propriedades peculiares são temperatura, humidade, chuva, vento, nebulosidade, pressão atmosférica, radiação solar entre outras. Como sustenta PENAS (2015) ao afirmar que: Elementos climáticos são as grandezas atmosféricas que podem ser medidas ou instantaneamente mensuradas. São os elementos atmosféricos que variam no tempo e no espaço e que se configuram como o atributo básico para se definir o clima da região. Os principais elementos climáticos são: radiação, temperatura, pressão e humidade. Elementos do clima – São todos os elementos que permitem caracterizarem o clima de uma determinada região. De entre os principais elementos do clima referem-se: a temperatura, a humidade atmosférica, a precipitação, nebulosidade, a insolação, a pressão atmosférica e o vento. Todos estes elementos variam com os factores do clima que influenciam as condições climáticas. Principais elementos do clima A insolação - é a quantidade de energia solar que atinge uma unidade de área da Terra, ou seja, o número de horas de sol 93 descoberto acima do horizonte, varia conforme a região. Exprimese em horas por dia, mês ou ano. Assim, podemos concluir que quanto for a duração da insolação, maior será a quantidade de energia recebida à superfície terrestre. O Sol emite uma grande quantidade de energia sob a forma de radiação (radiação solar): Energia emitida pelo sol). A insolação é a quantidade dessa radiação solar directa que incide num elemento com uma determinada área colocado numa posição horizontal e a um nível conhecido. A quantidade de radiação solar recebida num dado lugar varia com a latitude e a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de órbita. A Temperatura é a mensuração do calor na atmosfera, podendo ser medida emgraus celsius (°C) ou em outras unidades de medida, como fahrenheit (ºF) e o kelvin (K). Pressão atmosféricaé o “peso” ou “força” exercidos pelo ar sobre a superfície, pois, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ar possui massa e, consequentemente, peso. A pressão atmosférica costuma ser medida em milibares (mb). Humidade é a quantidade de água em sua forma gasosa presente na atmosfera. Temos, assim, a humidadeabsoluta (quantidade total de água na atmosfera) e a humidade relativa do ar (quantidade de água na atmosfera em relação ao total necessário para haver chuva). Evaporação da água é fundamental para o clima, pois ela esta directamente relacionada com a formação das chuvas. A evaporação ocorre quando um líquido é aquecido através da acção do Sol ou de outro factor como, por exemplo, o aquecimento de água num fogão doméstico. A água que evapora dos rios, lagos, http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 94 oceanos e até do nosso corpo, ao atingir determinada temperatura, que varia de acordo com o líquido, ocorre a transformação em vapor de água. Este vapor de água, que é invisível, mistura-se com o ar da atmosfera. Quando a temperatura baixa, o vapor de água volta ao formato líquido (condensação) e cai através de chuvas. Precipitação – quantidade de água que cai num determinado lugar da superfície da Terra, no estado líquido ou sólido e resulta da condensação do vapor de água que existe na atmosfera. A precipitação pode ter a forma de: chuva, chuvisco, neve, granizo, saraiva, nevoeiro, neblina, orvalho, geada ou sincelo. A abundância ou escassez de precipitações distingue climas húmidos, secos e áridos. Vento – É o ar em movimento. Movimento da massa de ar com uma determinada direcção e intensidade. O ar movimenta-se devido às diferenças de temperatura ou de pressão. O deslocamento do ar é sempre de áreas mais quentes, ou de regiões de altas pressões para as de baixa pressão. Sabemos que a superfície terrestre não recebe a mesma quantidade de calor. As regiões onde o ar faz movimento ascendente são denominadas de zonas de baixa pressão e nas regiões onde temos movimentos descendentes são chamadas de zonas de altas pressões (MATOS & CASTELÃO 2006). Factores do clima Segundo Penas (2015) Factores climáticos são as condições que determinam ou interferem nos elementos climáticos e os climas deles resultantes. São eles que ajudam a explicar o porquê de uma região ser quente e húmida e outra ser fria e seca, por exemplo. Os principais factores climáticos são: latitude, altitude e continentalidade, massas de ar, vegetação, correntes marítimas e até o relevo. 95 Os factores climáticos são os responsáveis pelas características ou modificações dos elementos do clima e devem ser analisados em conjunto, uma localidade, por exemplo, pode estar perto do mar e ser seca, ou pode estar próxima a linha do equador e ser fria. Condições físicas ou geográficas que condicionam o clima interagindo nas condições atmosféricas. Cada região tem seu próprio clima, isto porque os factores climáticos modificam os elementos do clima. Tipos de Factores do clima Latitude: está intrinsecamente ligada às diferenças da radiação solar sobre a Terra. Assim, quanto mais próximo à Linha do Equador (baixas latitudes), mais as temperaturas tendem a aumentar. Por outro lado, à medida que nos direccionamos rumo às zonas polares (altas latitudes), menores tendem a ser as temperaturas. Altitude são regiões mais altas, a pressão atmosfera costuma ser menor, além do fato de a irradiação também ser mais diminuta. Assim a temperatura costuma ser inferior, o que nos faz concluir que quanto maior a altitude, menores as temperaturas e, quanto mais próximo ao nível do mar, maiores as temperaturas. Continentalidade são termos que designam, respectivamente, a proximidade de um local do mar ou a sua posição em uma região mais continental, o que interfere directamente sobre o clima. Isso ocorre porque o solo costuma se aquecer ou se resfriar mais rapidamente do que a água, o que acarreta uma maior amplitude térmica (diferença entre a maior e menor temperatura) ao longo do ano em regiões continentais e o inverso em regiões litorâneas. http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 96 Massas de ar: em função das diferenças de pressão atmosférica, temos a movimentação do ar. Quando esse movimento ocorre em blocos de ar com a mesma temperatura e humidade, formam-se as massasde ar, que transferem suas características para o clima dos locais por onde passam. Massas de ar frio e húmido, por exemplo, são responsáveis por diminuírem as temperaturas e aumentarem a humidade. O encontro entre duas massas diferentes forma as frentes de ar. Vegetação: interfere no clima de várias formas diferentes. As principais delas são a contenção ou absorção dos raios solares, minimizando os seus efeitos, e a elevação da humidade por meio da evapotranspiração, o que ajuda a diminuir as temperaturas e elevar os índices de chuva. Relevo: também influencia o clima quando as regiões mais altas impedem a passagem de massas de ar, fazendo com que algumas regiões se tornem mais secas ou até desérticas. Correntes marítimas: apresentam condições específicas de temperatura, influenciando directamente o clima. Em regiões em que o mar é mais quente, por exemplo, a evaporação aumenta e eleva a humidade, que se dispersa para outras regiões. Quando as correntes são mais frias, a humidade local diminui e a pressão atmosférica e a humidade passam a ser menores, o que faz com que essa região acabe “sugando” as massas de ar de outras localidades, que passam a sofrer alterações em seus climas. Além de todos esses factores, que são os de ordem natural, também é preciso lembrar que o homem acaba se tornando um dos agentes mais intensos de transformação do clima. Ele pode ser responsável tanto por fenómenos climáticos mais localizados (ilhas http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm 97 de calor, inversão térmica e outros) quanto por processos mais amplos e diversificados. Factor humano A história da Terra regista-se grandes alterações climáticas, antes mesmo da presença humana. A condição para o desenvolvimento da vida nas terras emersas do planeta dependeu, inclusive, de modificações na composição química da atmosfera. Mas estas mudanças ocorreram em grandes espaços de tempo. Actualmente as alterações climáticas e os problemas que elas projectam para o futuro são resultantes, principalmente, das actividades humanas. A poluição atmosférica tem aumentado em escala progressiva há mais de dois séculos, a partir da Revolução Industrial. A industrialização inaugurou o uso em grande escala dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), principais responsáveis pelas mudanças climáticas que ameaçam o planeta na actualidade. A sociedade de consumo baseada no aumento da produção e oferta de bens materiais, é outra consequência da "civilização industrial". No século 20, o automóvel representou a face mais visível dos valores desta sociedade, hoje é o principal responsável pela poluição atmosférica nas grandes cidades. A dilapidação dos recursos naturais, o desmatamento, a deterioração dos rios, a construção de represas e muitas outras realizações humanas, exercem também influências negativas sobre o clima. Lidar com estas questões e propor soluções estão entre os desafios a ser enfrentados no século XXI (PENAS 2015). UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 98 Factores, elementos, Classificação e sua Distribuição em Moçambique O clima de Moçambique é fortemente influenciado pelos seguintes factores: • Proximidade da CIT2 e pelos ventos alísios e dasmonções; • A continentalidade; • A altitude; • A exposição geográfica; • Latitude; • Correntes marítimas (corrente quente do canal de Moçambique). As diferenças altimétricas, a continentalidade, a exposição e posição geográfica introduzem variações adicionais particularmente destacáveis, são: as terras altas e montanhosas situadas acima dos 600 m no planalto e nas montanhas de Manica, sobretudo nas áreas fronteiriças, onde a altitude assegura, um aumento de pluviosidade e uma diminuição de temperatura. Nestas terras altas, as somas pluviométricas anuais atingem 1. 800 a 2. 000 mm e a temperatura média anual é inferior a 18º C, MUCHANGOS (1999: 34). Dada a situação geográfica, nos dois lados do Trópico de Capricórnio, o clima da região climática Moçambique Sul é nitidamente tropical. A maior influência sobre o clima desta região e particularmente no que respeita ao comportamento da pluviosidade e da temperatura, é exercida pela localização na zona dos alísios do Sudeste, pela corrente marítima MoçambiqueAgulhas e pelas diferenças altitudinais e de exposição de cada uma das suas parcelas. 2 Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) ou ITCZ, em inglês (Intertropical Convergence Zone), é a área que circunda a Terra, próxima ao equador, onde os ventos originários dos hemisférios norte e sul se encontram. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_de_converg%C3%AAncia_intertropical https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ingl%C3%AAs_(idioma) https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador https://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_do_Equador 99 Segundo MICOA (S.A: p 16) destaca os seguintes factores do clima de Moçambique: Zona de convergência inter-tropical caracterizada por zonas de baixas pressões, onde se formam nuvens de desenvolvimento vertical e que originam grandes regimes de precipitação em todas as regiões do norte e a norte da província de Tete, dando-se assim inicio ao estacão das chuva. Ciclones tropicais também caracterizada por zonas de baixas pressões, movimentando, horizontalmente, massas de ar quente e húmido que provocam grandes precipitações, com maior frequência ao longo da costa, nas regiões do centro e norte. Dependendo da intensidade, este fenómeno, que ocorre entre Novembro e Abril, pode ser favorável para a agricultura, ou desfavorável, originando cheias e destruições. Anticiclones são zonas de altas pressões que influenciam negativamente aprecipitação e que ocorrem principalmente no interior das províncias do sul. Frentes frias do sul massas de ar frias originadas na superfície polar sul, com migração periódica param o equador e que ocasionam precipitações, na época seca e ao longo da faixa costeira, determinando a segunda época agrícola. Orografia a precipitação também acontece devido ao altorelevo, provocando a ascendência de massas de ar que adquirem baixas temperaturas e precipitam a chuva, nas regiões planálticas e montanhosas do país. Elementos do clima de Moçambique Temperatura a grande parte do norte de Moçambique regista temperaturas médias anuais superiores a 25º C e somas pluviométricos anuais superiores a 800 mm. Os valores máximos de UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 100 pluviosidade registam-se nas montanhas de Namuli e Niassa com mais de 2.000 mm e temperaturas médias inferiores a 18º C. Na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique correm valores de temperatura superiores a 24º C e somas pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm, MUCHANGOS (1999: p 37). Estas condições especiais de relativa aridez podem estar relacionadas com o efeito do embate da Corrente Equatorial que se desloca no sentido Oeste-Este e que nestas alturas se bifurca formando-se aí ramo Sul a Corrente de Moçambique. Entre o Zumbo e Mutarara, ao longo do vale do rio Zambeze, o clima é caracterizado por um índice de aridez bastante elevado. Os valores de pluviosidade total anual variam entre 600 e 800 mm diminuindo gradualmente para montante do rio. Em contrapartida, os valoresde temperatura são mais elevados, registando-se nas proximidades da cidade de Tete valores de pluviosidade média anual inferiores a 800 mm. Esta combinação entre altas temperaturas e baixa pluviosidade caracteriza esta parcela como uma das mais áridas do país. Esta extrema secura do clima resulta da fraca influencia oceânica aliada às elevadas temperaturas médias anuais e porque o efeito altitudinal não é suficiente para tornar o clima mais húmido. A influência conjunta destas massas de ar, no estacão quente provoca o aumento da pluviosidade e determina o regime da estação das chuvas. Classificação e sua distribuição do clima em Moçambique Excluindo a região litoral, grande parte das províncias de Manica e de Sofala possui um clima com características tropicais de transição entre a região de influência de massas de ar subequatoriais 101 provenientes do Norte e as massas de ar Polar Marítimo oriundas do Sul do continente Africano, MUCHANGOS (1999: P 39). Segundo o mapa geográfico, o clima de Moçambique classifica-se em quatro (4) tipos de clima sendo a destacar: Clima tropical húmido que estende do litoral Sul expandindo-se em quase toda a região norte. Clima tropical seca que abrangem na sua maioria na região Sul e ao Sul da província de Manica e Tete. Clima tropical modificado pela altitude que se caracteriza nas províncias de Manica, Norte da província de Tete, interior da província da Zambézia e no estremo Oeste da província do Niassa. E o clima tropical semiárido distribuído na província de Gaza Distrito de Chicualacuala localidade de Pafuri. Ver o mapa a seguir. Mapa 2: Classificação e distribuição do clima de Moçambique Fonte: MINED (1986) UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 102 Sumário Nesta Unidade temática 3.1 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos introdutórios sobre o clima de Moçambique. Clima é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa dada região, durante um período de trinta ou mais anos. É constituído pela insolação, temperatura, pressão atmosférica, humidade, evaporação, precipitação e vento. Mas o clima é influenciado pela latitude, altitude, continentalidade, massas de ar, vegetação, relevo, correntes marítimas e factor humano. A acção destes factores resulta nos quatro tipos de clima de Moçambique: clima tropical húmido; clima tropical seco; clima tropical semiárido e clima modificado pela altitude. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1.Como se encontram distribuídos os subclima em Mocambique? A. Clima tropical húmido ao longo da faixa costeira; B. Clima tropical seco, na parte sul do país (no interior) e na faixa ao longo do vale do Zambeze; C.Clima tropical semiárido, no interior da província de Gaza (Pafuri); D.Clima modificado pela altitude. Nas regiões de montanhas a noroeste de Niassa, norte de Tete e Manica. E. Todas as opcao estão correcta 2. Das afirmações que se segue escolha a correta: A.O tempo é o estado físico das condições atmosféricas em um determinado momento e local; B. O tempo é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais anos, caracterizada a partir de valores médios. C. Todas alternativas estão correctas http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm 103 D. Todas alternativas estão erradas 3. A difenca que existe entre o tempo e clima pode ser diferenciado de seguinte maneiras: A. O tempo traduz um estado actual da atmosfera, B. O clima representa um estado médio da atmosfera. C. As alternativas A e B estão correcta D. Todas as altenativas estão erradas Respostas: 1-E; 2-A Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Verdade ou Falso) Pergunta: 1.O tempo: é o estado físico das condições atmosféricas em um determinado momento e local. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4. Clima é a sucessão habitual de estados do tempo verificada numa dada região, durante um longo período, geralmente trinta ou mais anos, caracterizada a partir de valores médios. A. Verdade ( ) B. Falso 5. O tempo e clima pode ser diferenciado como, o tempo traduz um estado actual da atmosfera, ao passo que o clima representa um estado médio da atmosfera. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 6. Os principais elementos do clima são: Insolação, Temperatura, Pressão atmosférica, Humidade e precipitação. http://www.brasilescola.com/quimica/pressao-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm http://www.brasilescola.com/geografia/umidade-atmosferica.htm UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 104 A. Verdade ( ) B. Falso 7. Os factores de clima são: Latitude, altitude, continentalidade, massas de ar, vegetação, relevo, correntes marítimas, factor humano. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 8. Clima quente e húmido e’ o tipo caracteriistico de Moçambique. A. Verdade B. Falso Resposta: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A; 6-A UNIDADE Temática: 3.2 Circulação geral da atmosfera sobre o país Introdução Neste ponto, faz a menção de factores que influencia na distribuição e elementos do clima de Moçambique, sua classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o enquadramento geral da costa de Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir massas de ar Identificar as massas de ar que influenciam no clima de Moçambique Caracterizar a influência das massas de ar sobre Moçambique Circulação geral da atmosfera A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da atmosfera e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra. http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/influencia-altitude-sobre-clima.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/maritimidade-continentalidade.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/massas-ar.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm http://www.brasilescola.com/geografia/correntes-maritimas.htm https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica https://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_oce%C3%A2nica https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra 105 Aricas são movimentos fechados do escoamento atmosféricos provocados pela conservação de massasque constringem o movimento geral da atmosfera e pelas forças depressão e em puxo como observadas da superfície da Terra, cuja observação é feita em um referencial em rotação. A circulação atmosférica é a movimentação das massas de ar nas camadas mais baixas da atmosfera. Existem quatro tipos de massas de ar que estão relacionadas com a sua zona de origem ou latitudes: massas quentes (zonas equatoriais e tropicais), massas frias (zonas polares e temperadas, massas húmidas (áreas oceânicas) e massas secas (áreas continentais) (LIMA; S/d: 28). Circulação da atmosfera sobre Moçambique Pela sua localização geográfica os tipos de Tempo em Moçambique são determinados pela localização da zona de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico. A zona de baixas pressões equatoriais A zona de baixas pressões equatoriais constitui uma faixa estreita e móvel para onde convergem os ventos alísios. Esta Zona de Convergência Intertropical (CIT) conhecida em inglês Intertropical Convergence Zone (ITCZ), é uma cinta de ventos regulares, húmidos e instáveis. Ela desloca-se de um para outro lado do equador em função do maior vigor da influência dos alísios oriundos das células anticiclónicas. Devido à sua situação na costa Oriental de África, todo litoral moçambicano está sujeito a influência da corrente quente do Canal de Moçambique-Agulhas e dos correspondentes ventos dominantes marítimos do quadrante leste. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 106 O balanceamento anual deste sistema planetar de centros de pressão e de ventos, ora para Norte ora para Sul, acompanhando o movimento aparente do Sol, provoca um ritmo climático típico com duas estacões distintas: A estação quente e chuvosa, tem início em Outubro e termina em Marco. Nesta época do ano, a CIT, no seu movimento anual para Sul, invade a fronteira Norte de Moçambique em Novembro e a sua frente alcança entre Janeiro e Fevereiro a sua posição meridional extrema nas proximidades do paralelo de 20º Sul. O tipo de movimento que acompanha o movimento desta cinta de baixas pressões caracteriza-se normalmente por chuvas contínuas de grande intensidade com trovoadas dispersas. A estação seca e frescaque vai de Abril a Setembro, inicia-se após o CIT, no seu movimento em direcção ao Equador, já ter ultrapassado o limite Norte de Moçambique. Em Junho e Julho, encontrando-se a CIT muito deslocada para o Hemisfério Norte, a África Austral está dominado pelos anticiclones subtropicais localizados nos oceanos a latitude de 38º Sul dos quais emanam massas de ar estável e seco. Estas células anticiclónicas traduzem-se para Moçambique, bom tempo, seco, com céu limpo, ventos fracos a moderados do quadrante Este e chuvas raras no litoral e nas montanhas. As noites são frias e durante as manhãs existe forte tendência para a formação de nevoeiros conhecidos por cacimba. Por vezes, frentes frias oriundas da zona polar Sul, transportando ar marítimo frio, afetam especialmente as regiões do litoral ao Sul do rio Zambeze. Características da circulação atmosférica em Moçambique i. Zonas de influência de baixas pressões equatoriais com ventos de monção de NE durante o verão, a norte do rio Zambeze; 107 ii. Zona de circulação anti-ciclónica subtropical, a sul do rio Zambeze. A norte de Sofala e ao longo do rio Zambeze encontra- se a zona de transição. Os ventos na zona sul e central são predominantemente alísios de SE, e na zona norte são influenciados por um regime de monções com ventos de NE, durante o verão e de SW, durante o inverno. A temperatura do ar atmosférico aumenta com a latitude e com a distância para o interior, sendo a temperatura média anual cerca de 23° C e 26° C, nas zonas costeiras da região sul e norte, respectivamente. Moçambique (SAETRE & SILVA, 1979). Sumário Nesta Unidade temática 3.2 estudamos e discutimos fundamentalmente três itens sobre a circulação geral da atmosfera sobre Moçambique que é definida como um movimento de grande escala da atmosfera e o meio através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra. A circulação da atmosfera sobre Moçambique é influenciada pela sua localização pelas zonas de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico. As zonas de baixas pressões equatoriais quando se deslocam de um para outro lado do equador provocam um ritmo climático típico com duas estações distintas, quente e chuvosa e seca e fresca. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdade ou Falso) Perguntas: 1. A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da atmosfera e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra. A. Verdade ( ) https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Calor https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra https://pt.wikipedia.org/wiki/Terra UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 108 B. Falso ( ) 2. Os principais elementos que actuam na circulação geral da atmosfera em Moçambique são Zona de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Quando o CIT desloca-se para o norte apresenta o seguinte impacto no clima de Moçambique: A estação quente e chuvosa em Moçambique A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1. A Circulação geral da atmosfera é definida como: A. A circulação atmosférica é o movimento de grande escala da atmosfera e o meio (juntamente com as correntes oceânicas) através do qual o calor é distribuído pela superfície da Terra; B. A circulação atmosférica são movimentos fechados do escoamento atmosféricos provocados pela conservação de massasque constringem o movimento geral da atmosfera e pelas forças de pressão e em puxo como observadas da superfície da Terra, cuja observação é feita em um referencial em rotação. C. A circulação atmosférica é a movimentação das massas de ar nas camadas mais baixas da atmosfera. Existem quatro tipos de massas de ar que estão relacionadas com a sua zona de origem ou latitudes: massas quentes (zonas equatoriais e tropicais), massas frias (zonas polares e temperadas, massas húmidas (áreas oceânicas) e massas secas (áreas continentais); D. Todas as alternativas estão correctas 2. Identifica os principais elementos que actuam na circulação geral da atmosfera em Moçambique. 109 A. Zona de baixas pressões equatoriais, das células anticiclónicas tropicais e das frentes polares do Antárctico; B. Zona de baixas pressões equatoriais, áreas continentais; C. Todas as altenativas anteriores estão certas; D. Apenas alternativa A e B estão correcta. 3. Caracterize a circulação geral da atmosfera de Moçambique A. são movimentos fechados do escoamento atmosféricos provocados pela conservação; B. Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimática; C. A estação quente e chuvosa em Moçambique; D. Todas as alternativas anteriores estão correctas. 4. Explique o impacto da circulação geral da atmosfera no clima de Moçambique. A. zonas morfoclimáticas e o enquadramento geral da costa de Moçambique; B. Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul do pais; C. A estação seca e fresca que vai de Abril a Setembro; D. Todas alternativas estão correctas Respostas: 1-D; 2-A; 3-C; 4-C UNIDADE Temática: 3.3 Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas Introdução Neste ponto, faz a menção de factores que influencia na distribuição e elementos do clima de Moçambique,sua classificação, a circulação geral da atmosfera sobre o país, a integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas e o enquadramento geral da costa de Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 110 Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir regiões morfoclimaticas Identificar as regiões morfoclimaticas de Moçambique Caracterizar as regiões morfoclimaticas Integração de Moçambique nas grandes zonas morfoclimáticas As características climatológicas e meteorológicas de Moçambique permitem distinguir fundamentalmente três regiões climáticas, separadas por uma zona de transição, mais ou menos expressa na parte central do país. a) A Zona norte, compendiada entre a fronteira norte e 16º sul (Angoche); b) Zona centro, compreendida entre 16 e 20º sul; c) Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul do pais. Factores que influenciam a Zona Norte Ela é fortemente influenciada pela proximidade da CIT e pelos ventos alísios e das monções que em conjunto determinam a ocorrência dos principais tipos de tempo. Para além destes factores exercem grande influência sobre o clima desta região a continentalidade, a altitude, a exposição e posição geográfica. Grande parte do norte de Moçambique regista temperaturas médias anuais superiores a 25º C e somas pluviométricos anuais superiores a 800 mm. Os valores máximos de pluviosidade registam-se nas montanhas de Namuli e Niassa com mais de 2.000 mm e temperaturas médias inferiores a 18º C. Para MICOA (S/d: p 16) a disponibilidade de água na zona norte para as culturas é num período bem definido, o da época das chuvas, com mais de 80% de probabilidades das necessidades 111 mínimas de água serem suficientes para todo o ciclo vegetativo, ou seja, somente dois em cada 10 anos podem ocorrer problemas de défice hídrico. Zona centro – caracteriza-se por possuir condiçõesmeteorológicas gerais com carácterintermédio das zonas norte e sul, com frequentes trovoadas, aguaceiros e ventos fortes de Dezembro a Março por influência da zona de convergência intertropical. Durante a estação seca em média três ou quatro vezes por ano. Esta zona é invadida por massas de ar frio transportadas na circulação de célulasanticiclónicas vindas do sul que originam precipitaçõesaté ao interior, principalmente nas terras altas ao Norte do rio Zambeze. Geralmente nos meses de Dezembro a Fevereiro e em médias duas a três vezes por ano, o litoral principalmente da parte central de Moçambique, é atingido por temporais com precipitações abundantes e ventos muito fortes resultantes de ciclones tropicais. Essas perturbaçõesdecepam-se na faixa costeira, raramente atingem as regiões do interior e excepcionalmente atingem a região a sul do paralelo 24º sul em Inhambane (Da Barca: 1992). E região tem a probabilidade de até 60% das necessidades das culturas serem satisfeitas em água. Isto significa que o risco de ocorrência de secas seja de 4 anos em cada dez (MICOA; S/d: p 16) Zona sul – apresenta características muito distintas devido a factores relacionados com a circulação geral da atmosfera assim como os factores locais. Os principais factores que influenciam o clima desta região são: altitude, longitude e continentalidade. Assim a estação seca é mais prolongada (8 meses), com algumas particularidades dignas de menção na fronteira sul. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 112 A altitude da cadeia dos Libombos confere a este lugar uma descida da temperatura e um aumento da pluviosidade. A zona sul coincide com a zona de clima subtropical de transição para o clima temperado. O facto origina mudanças bruscas do estado do tempo principalmente nas províncias de Maputo e Gaza que costumam a ser afectadas pelas massas de ar frio polares. Para MICOA (s/d: 16) toda a região ao sul do rio Save, o potencial da precipitação não excede mais que 30% das necessidades das culturas e com um risco de que em cada dez anos, sete apresentem problemas de seca. Sumário Nesta Unidade temática 3.3 estudamos e discutimos essencialmente o aspecto relacionado com as grandes regioes morfoclimáticas de Mocambique. As características climatológicas e meteorológicas de Moçambique permitem distinguir tres regiões climáticas: a zona norte, zona centro e zona sul. A zona norte é influenciada pela proximidade da CIT e pelos ventos alísios e das monções e a continentalidade, a altitude, a exposição e posição geográfica tem como resultado temperaturas médias anuais superiores a 25º C e 800 mm de precipitação. Zona centro, é uma área de transição entre norte e sul é influenciada pela zona de convergência intertropical. Zona sul, tem características distintas devido a circulação geral da atmosfera e os factores locais, o potencial da precipitação não excede mais que 30% das necessidades das culturas e com um risco de que em cada dez anos, sete apresentem problemas de seca. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falsas) 113 1. As regiões morfoclimaticas de Moçambique são zona norte e centro. A. Verdade B. Falso 2. Zona de convergência intertropical, massas de ar frio transportadas na circulação de células anticiclónicas A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1. B; 2. A Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1. As regiões morfoclimaticas de Moçambique são: A. Zona norte, centro e sul; B. Zona Sul e Centro; C. Zona Norte; D. Todas opções estão erradas. 2. O limite das regiões morfoclimaticas de Moçambique A. A Zona norte, compreendida entre a fronteira norte e 16º sul (Angoche); B. Zona centro, compreendida entre 16 e 20º sul C. Zona sul, compreendida entre os 20º (Beira) e a fronteira sul do pais. D. Todas as opções estão correctas 3. Os factores que influenciam no clima da região sul são: A. Circulação geral da atmosfera e os factores locais (altitude, longitude e continentalidade). B. Circulação geral da atmosfera e os factores locais (insolação; temperatura e evaporação). C. Todas as opções estão correctas D. Todas opções anteriores estão erradas UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 114 Respostas: 1. A; 2. D; 3. A; UNIDADE Temática: 3.4 Enquadramento geral da costa de Moçambique Introdução Nesta unidadetemática faz-se menção e ao enquadramento geral da costa de Moçambique, olhando para aquilo que são as características morfoclimaticas da zona costeira de Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ ▪ ▪ Caracterizar morfologicamente a costa Moçambicana Identificar os principais elementos que compõem Moçambicana Caracterizar o clima da zona costeira de Moçambique a costa Enquadramento geral da costa de Moçambique A zona costeira de Moçambique apresenta característicasmorfológicas diversas. De norte a sul encontramos sucessivamente uma faixa costeira muito recortada, compostas por corais e rochas, uma combinação de areia e coral e areia e lama, praia e mangal, costa com dunas e ainda deltas e estuários dos inúmeros rios que desaguam no canal de Moçambique. Descrição morfoclimatica da costa de Norte a Sul Na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique correm valores de temperatura superiores a 24º C e somas pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm. 115 Estas condições especiais de relativa aridez podem estar relacionadas com o efeito do embate da Corrente Equatorialque se desloca no sentido Oeste-Este e que nestas alturas se bifurca formando-se aí ramo Sul a Corrente de Moçambique. Entre Pebane e Sofala, incluindo o delta do rio Zambeze o clima chuvoso de savana é caracterizada por temperaturas médias anuais entre 24º e 25º C e pluviosidade entre 1.000 e 1. 600 mm. No litoral, desde a foz do rio Save até ao extremo Sul, as somas pluviométricas médias anuais variam entre 800 e 1.000 mm enquanto as temperaturas médias oscilam entre 22º e 24º C. as regiões mais húmidas situam-se à volta da baia de Inhambane e em Xai-Xai com valores de Pluviosidade acima dos 1. 400 mm e temperaturas médias da ordem dos 26º C. Sumário Nesta Unidade temática 3.4 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre o enquadramento geral da costa moçambicana. A zona costeira de Moçambique apresenta característicasmorfológicas e climáticas diversas. Assim, na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique tem temperaturas superiores a 24º C e pluviosidade anual inferiores a 1.000 mm. Entre Pebane e Sofala, as temperaturas médias anuais oscilam entre 24º e 25º C e pluviosidade entre 1.000 e 1. 600 mm. No litoral, desde a foz do rio Save até ao extremo Sul, as somas pluviométricas médias anuais variam entre 800 e 1.000 mm enquanto as temperaturas médias oscilam entre 22º e 24º C. Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 1. A característica morfológica da costa Moçambicana apresenta se com uma faixa costeira muito recortada, compostas por corais e rochas, UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 116 uma combinação de areia e coral e areia e lama, praia e mangal, costa com dunas e ainda deltas e estuários dos inúmeros rios. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. A razão da existência das características morfológica da costa Moçambicana são os efeitos do embate da Corrente Equatorial que se desloca no sentido Oeste-Este. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. O clima da faixa costeira de Moçambique, descreve-se seguinte, na faixa do litoral Norte entre Mocimboa da Praia e Ilha de Moçambique correm valores de temperatura superiores a 24º C e somas pluviométricos anuais inferiores a 1.000 mm. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4. A diferença entre as temperaturas da região costeira a norte, centro e sul do país comporta-se seguinte, Norte: 24º e 1000mm, Centro: 24 a 25º e 1000 a 1600mm e sul: 22 a 24º e 800 a 1000mm. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5. A região mais húmida a sul de Save, as regiões mais húmidas a sul de Save localizam-se à volta da baia de Inhambane e em Xai-Xai com valores de Pluviosidade acima dos 1. 400 mm e temperaturas médias da ordem dos 26º C. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A UNIDADE Temática: 3.5 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema Introdução Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema III que aborda sobre Clima de Moçambique desde o conceito, elementos, factores, descrição e sua distribuiçãogeográfica 117 Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Diferenciar o tempo do clima Identificar os factores do clima Descrever o clima de Moçambique Caracterizar a influência das massas de ar sobre Moçambique ▪ Caracterizar as regiões morfoclimaticas ▪ Caracterizar morfoclimaticamente a costa Moçambicana ▪ Caracterizar zona costeira o clima da de Moçambique Exercícios do tema III: Clima 1. Diferencie tempo de clima 2. Caracterize os elementos de clima 3. Caracterize os factores de clima 4. Quais tipos de clima de Moçambique e como se encontramdistribuídos? 5. Caracterize a circulação geral da atmosfera de Moçambique 6. Explique o impacto da circulação geral da atmosfera no clima de Moçambique 7. Qual a zona com menos problemas de déficehídrico? 8. Qual o factor que influencia o clima da zona centro? 9. Identifica a zona com menos problemas de deficithídrico. Justifica a tua resposta 10. Porque as regiões em volta da baia de Inhambane são mais húmidas? UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 118 TEMA – IV: SOLOS DE MOÇAMBIQUE UNIDADE Temática 4.1 Introdução. Conceitos, composição e características. UNIDADE Temática 4.2 Factores de formação e tipos de solos. UNIDADE Temática 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique UNIDADE Temática 4.4. EXERCÍCIOS deste tema UNIDADE Temática: 4.1 Introdução, Conceitos, classificação dos solos Introdução Devidoa localização geográfica e astronómica, a República de Moçambique possui uma grande variedade de solos típicos das regiões tropicais. As classificações pedológicas tomam em conta a composição mineralógica, a cor, a origem, a idade e os processos morfológicos e biológicos recentes. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir solos Identificar os factores de formação de solo Caracterizar os solos de Moçambique Conceito de solos Geografia de solos, também chamada Pedogeografia, estuda a distribuição de solos, as associações características dos solos com a vegetação, drenagem, relevo, rochas, clima e o significado dos solos na economia e cultura de uma dada região. 119 Pedologia, do gregopedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo dos solos no seu ambiente natural. É um dos dois ramos da ciência do solo, sendo o outro a edafologia. A pedologia estuda a pedogénese, a morfologia dos solos e a classificação de solos. A real natureza do solo como uma entidade isolada, separada do material rochoso subjacente, do qual é originário, foi descoberta por um geólogo russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. Uma classificação apropriada dos solos, baseada em suas características inerentes, ao invés de no material geológico do qual são formados, foi criada em 1927 pelo geógrafo americano C. F. Marbut. Solo é a cobertura exterior da maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica. COMPOSIÇÃO OU CONSTITUINTES DO SOLO Na maior parte dos casos o solo é constituído principalmente por matéria mineral sólida, à qual está associada, matéria orgânica. Pode, porém, ser quase desprovido da matéria orgânica ou, ao contrário, ser formado principalmente por esta, com muito pouca matéria mineral. Em qualquer dos casos contém proporções variáveis de água com substâncias dissolvidas (soluções do solo) e ar (atmosfera do solo). 1. Matéria mineral sólida O solo pode incluir, em proporções variáveis, fragmentos da rocha matriz e minerais; minerais de ordem secundária (resultantes da alteração dos minerais primários) como a argila residual, óxidos de http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia_do_solo http://pt.wikipedia.org/wiki/Edafologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedog%C3%A9nese http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_dos_solos http://pt.wikipedia.org/wiki/Morfologia_dos_solos http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_solos&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Classifica%C3%A7%C3%A3o_de_solos&action=edit UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 120 cálcio, magnésio, etc. (elementos caloidais);iões minerais, que constitui a base de nutrição das plantas, (Ca+, K+, P+, Fe+, AL+…) 2. Matéria orgânica O solo é constituído por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou menos de alteração. Esta matéria orgânica é habitada por grande número de microrganismos em actividade. A água e o ar ocupam os espaços intersticiais existentes entre as partículas terrosas. Quando os solos contêm mais de 20% de matéria orgânica (caso de textura grosseira) ou de 30% (caso de textura média ou fina), em espessura superiora a 30 centímetros, são consideradas como solos orgânicos. Todos os restantes são solos minerais. 3. Composição mecânica Em consequência de meteorização são formados produtos freáveis que têm várias partículas de diferentes dimensões. Estas partículas existentes no solo, chamam-se – elementos mecânicos. As partículas de dimensões iguais são combinadas em fracções. O conteúdo relativo dos elementos mecânicos dos solos chama-se Composição Mecânica, em Pedogeografia é expresso em percentagem de reservas de solos seco. Existem padrões especiais para definição da composição, assim por exemplo: a) A soma de todos os elementos mecânicos do solo possui um diâmetro inferior a 0,002mm – é argila fina. b) A soma de todos elementos inferiores a 0,02mm – é limo. c) O de diâmetro inferior a 2mm – é areia fina. A composição mecânica exerce influência sobre a formação e propriedades dos solos, uma vez que as proporções relativas destes diversos lotes são muito variáveis, e permitem definir a sua textura. 121 4. Composição química do solo A matéria mineral do solo é constituída principalmente por oxigénio, Silício, Alumínio e Ferro. Na maior parte dos solos, os óxidos de Silício, Alumínio e Ferro somados constituem 90% ou mais do peso seco da fracção inorgânica, dominando largamente o óxido de Silício com 50 a 70%. O Cálcio, Magnésio, Sódio, Potássio, Titânio, Fósforo, Manganés, Enxofre, Cloro e outros elementos expressos em óxidos constituem assim menos de 10% do peso seco da fracção mineral do solo. A proporção de Azoto nos solos depende do teor de matéria orgânica. A fracção orgânica dos solos contem vulgarmente mais 95% de Azoto, e como regra 5 a 60% de Fósforo e 10 a 80% de Enxofre. Nos solos minerais, a percentagem do Azoto total em relação ao peso dos solos situa-se via de regra entre 0,05 a 0,5 e, na maior parte dos casos entre 0,05 e 0,25%. Nos solos orgânicos, os compostos orgânicos constituem em quase toda a espessura do solo de 20 a 30% até mais de 90% do peso seco. Gráfico 2. Composição do solo Fonte: www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo http://www.google.com.br/composicao-do-solo UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 122 Sumário Nesta Unidade temática 4.1 estudamos os aspectosintrodutórios sobre os solos. Pedologia, do gregopedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo dos solos no seu ambiente natural, foi descoberta por V. V. Dokuchaev em 1875. O Solo é a cobertura exterior da maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica é composto por matéria mineral sólida, matéria orgânica, água e ar. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 1. Solo é a cobertura exterior da maior parte da superfície continental da Terra. É um agregado de minerais não-consolidados e de partículas orgânicas produzidas pela acção combinada do vento, da água e dos processos de desintegração orgânica. A. Verdade ( ) B. Falso () 2. O cientista que deu início ao estudo dos solos, designa-se o geólogo russo, V. V. Dokuchaev, por volta de 1875. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. A composição ou constituintes do solo? Matéria mineral sólida, matéria orgânica, água com substâncias dissolvidas (soluções do solo) e ar (atmosfera do solo). A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 123 4. Os solos orgânicos são aqueles que contêm mais de 20% de matéria orgânica (caso de textura grosseira) ou de 30% (caso de textura média ou fina), em espessura superiora a 30 centímetros. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5. A composição mecânica do solo são as partículas de dimensões diferentes resultantes da meteorização dos das rochas que ficam incorporadas no solo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 6. A Diferença que existe entre argila fina de areia fina é Argila fina possui elementos mecânicos inferiores a 0,002mm e areia fina tem o diâmetro inferior a 2mm. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A UNIDADE Temática: 4.2. Factores de formação e tipos de solo Introdução Os diferentes tipos de solos que encontramos no nosso país estão relacionados com os vários aspectos que influem na formação dos mesmos. Nesta unidade temática iremos abordar sobre a acção dos diferentes factores de formação dos solos de Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 124 Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Identificar os factores de formação dos solos Descrever a influência de cada factor na formação dos solos de Moçambique Descrever os tipos de solos de Moçambique Factores de Formação dos solos Material de origem O termo material de origem identifica o material do qual um determinado solo se desenvolveu. Pode ser a rocha subjacente ao perfil de solo, ou material coluvial ou aluvial, ou sedimentos diversos. Os solos desenvolvidos in situ da rocha ou do material consolidado subjacente são considerados autóctones e os solos sem relação com a rocha subjacente são alóctones, isto é, formados em material transportado proveniente de outra rocha. Em regiões tropicais e subtropicais, o solo pode estar separado da rocha inalterada subjacente por algumas dezenas de metros de regolito. Neste caso, o regolito é o material de origem do solo. As características do material de origem que influem na formação do solo são: o grau de consolidação, a granulação ou textura, a composição química e mineralógica e a estrutura da rocha. O grau de consolidação da rocha condiciona a velocidade da meteorização. Rochas pouco consolidadas (por ex., arenito) favorecem o desenvolvimento de solos mais profundos em comparação às rochas consolidadas (por ex., granito). Clima O factor clima é constituído por vários componentes, como a precipitação pluviométrica, a temperatura, o vento, a insolação, a 125 humidade relativa do ar, a evaporação, que atuam na formação do solo. As precipitações pluviométricas determinam a disponibilidade de água para as reacções químicas e a remoção dos constituintes solúveis. A temperatura afecta a velocidade das reacções químicas e, juntamente com o vento, acelera a evapotranspiração. As chuvas que atingem o solo podem ser: (1) retidas pelas forças matriciais do solo, (2) percolar através do solo, removendo partículas (eluviação, iluviação) ou elementos (lixiviação), ou (3) escorrer superficialmente, causando erosão. Para avaliar a influência da quantidade de chuvas na pedogênese de um solo, considera-se a diferença entre a precipitação pluviométrica e a evapotranspiração (P – EVT) como sendo a água excedente disponível para a meteorização e lixiviação. O clima, além de influir directamente na alteração das rochas e minerais, bem como na erosão dosmateriais alterados, também atua no desenvolvimento dos organismos vivos, que por sua vez, afectam o solo. Assim, o tipo de formação vegetal sobre um solo está relacionado ao clima (quantidade e distribuição de chuvas, temperatura, insolação, etc.), bem como ao solo. Por isso, a descrição da vegetação é um complemento importante na descrição das condições climáticas locais. Organismos vivos O factor organismos vivos compreende a flora e a fauna desenvolvida no solo. O seu efeito no solo pode ser visualizado em várias etapas. Num estádio inicial, líquenes e musgos povoam as rochas, extraindo elementos pelo contactodirecto, produzindo uma UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 126 alteração incipiente das rochas que serve de substrato para os colonizadores seguintes. O processo de colonização chega ao auge quando houver substrato (= solo) capaz de sustentar espécies vegetais superiores. Parte dos nutrientes retirados pelas plantas retorna ao solo através dos resíduos orgânicos. Assim como a vegetação atua como factor de formação do solo, o solo (juntamente com o clima) é um condicionador do tipo de formação vegetal que nele se estabelece. Relevo Os solos ocupam segmentos de uma paisagem, a qual tem diferentes formas de relevo (plano, ondulado, montanhoso, etc.). As formas de relevo condicionam os fluxos de água através da paisagem, favorecendo a infiltração da água nas posições menos íngremes e o escorrimento superficial erosivo nas posições mais íngremes. Lembrando que a água é necessária para as reacções químicas (hidratação, hidrólise, oxi-redução, etc.), atua no transporte de partículas e na lixiviação de íons, e é essencial aos organismos que vivem no solo, entende-se o efeito do relevo como factor de formação do solo. Existe, portanto, uma relação solo-relevo ou solo-paisagem, cuja compreensão é facilitada quando se subdivide a paisagem em vários segmentos. Os solos que ocupam os diferentes segmentos numa paisagem estão interligados através dos fluxos da água, os quais atuam no deslocamento de materiais, suspensões e soluções ao longo das paisagens, ecossistemas e solos. Desta maneira, os processos que ocorrem naqueles solos situados nas partes mais altas da paisagem também irão afectar os solos das cotas mais baixas. Este encadeamento de solos numa paisagem é definido pelo termo catena (do Latim, catena = cadeia de elos) ou 127 topo sequência, na qual os solos (“que ocupam os diferentes elos da cadeia”) diferem em função da erosão, do transporte e da deposição superficial de material, bem como pelos processos subsuperficiais que atuam ao longo do declive (lixiviação, translocação, deposição de materiais). Tempo Pouco se sabe a respeito da velocidade de formação dos solos, a não ser que é muito lenta. Nas zonas temperadas do hemisfério norte submetidas à glaciação, a pedogênese recomeçou nos sedimentos deixados pelas geleiras entre 10.000 e 20.000 anos atrás. É, portanto, possível estimar taxas de formação para os respectivos solos a partir destas datações. Ao contrário destas regiões, a ausência de glaciações nos trópicos e subtrópicos permitiu a continuidade do intemperismo e da pedogênese. Isto explica o intemperismo avançado, a baixa reserva em nutrientes e a elevada acidez da maioria dos solos tropicais e subtropicais. Acção humana – fator antropogênico As características de um solo, adquiridas lentamente (em milhares de anos) sob a influência dos factores ambientais naturais, podem ser rapidamente (desde poucos dias a dezenas ou centenas de anos) modificadas pela acção humana. Em termos globais, esta acção vem se intensificando e ampliando ao longo do tempo. Pesquisas arqueológicas mostram que as antigas civilizações da Mesopotâmia e do México faziam uso intensivo do solo para a produção agrícola, abastecendo grandes centros urbanos. A decadência e desaparecimento destas civilizações são atribuídos UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 128 em parte à degradação de seus solos agrícolas, por efeitos erosivos ou salinização. Modernamente, as extensões de solos degradados vem sendo continuamente ampliadas na superfície terrestre, não se restringindo aos países subdesenvolvidos. Os efeitos prejudiciais colaterais são visíveis na degradação do solo e do ecossistema. Por isso, o uso do solo deve ser baseado na sua aptidão ao objectivo proposto, o que envolve uma avaliação de riscos e benefícios decorrentes da utilização pretendida. Tipos de Solos As condições geológicas a diferenciação microclimática, o regime hídrico e a natureza química da rocha-mãe, permitem o desenvolvimento de solos intrazonais. Ao nível regional e local a ocorrência dos solos azonais, relaciona-se com a localização e posição geográficas, a cobertura vegetal e com processos geomorfológicos e pedogenéticos recentes. Segundo MUCHANGOS, (1999: p 71), os solos moçambicanos predominam materiais ferruginosos e aluminosos, sendo por isso, considerados pedalféricos ou ferralíticos. Quanto a cor os solos mais abundantes são cinzentos-pardos e pardo-avermelhados, mas também ocorrem com frequência solos cinzentos e amarelados. Quanto texturado substrato da rocha-mãe condiciona a diferenciação entre solos residuais pedrogosos, solos litólicos, arenosos, argilosos e limosos. Os solos residuais são os que se desenvolvem a partir do soco cristalino granítico-gnéissico e de formações vulcânicas que de onde em onde, o interrompem. Trata-se, em geral de solos ferralíticos ou fersialíticos. 129 Os solos pouco evoluídos são solos minerais com horizontes genéticos pouco diferenciados e que apresentam uma distribuição irregular do material orgânico. Com efeito, eles apresentam no seu perfil horizontes incompletos, em razão da sua idade recente ou da curta duração dos processos pedogénicos. Neste grupo são incluídos solos aluvionares, os regosolos, os litosolos, os solos litólicos, os solos hidromórficos e halomórficos. Os solos aluvionares podem ser fluviais, lacustres e marinhos consoante a dominância dos factores e processos de sua formação. Eles são formados, em geral, a partir de depósitos de aluviões recentes, sendo, no entanto, enriquecidos progressivamente por novos materiais aluviais. No caso de regosolos, a sua formação resulta de materiais não consolidados, que formam depósitos espessos e uniformes. A sua granulometria e mineralogia são variadas. São em geral, solos arenosos, muito permeáveis e de vida variável. Estes solos são considerados psamo-hidromórficos quando a sua textura é grosseira e possui uma pequena percentagem de argila, com ou sem húmus. Derivados de rocha consolidada e ligeiramente alterados a partir de menos de 10 – 15 cm de profundidade são os litosolos. O seu perfil apresenta normalmente uma textura grosseira com horizonte A pouco ou nada humífero. Podem derivar de rochas calcárias, ocorrem geralmente em terreno ondulado a mais ou menos acidentado ou montanhoso, com maior ou menor frequência de afloramentos rochosos. Solos litólicos possuem o Horizonte A mais ou menos expresso, mas não humífero, encontrando-se a rocha muito pouco meteorizada a partir da profundidade superior a 10 – 15 cm; ou com horizonte A UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 130 humífero e podendo a rocha consolidada, pouco ou nada meteorizada, encontrar-se a uma profundidade menor. Com proporção de argila variável, mas sempre insuficiente para estar na origem da diferenciação de níveis com características de horizonte B são os solos sialíticos. O seu Horizonte C pode ser delgado ou pelo contráriomuito espesso. No caso dos vertisolos, eles se desenvolvem sobre sedimentos não-consolidados de natureza calcária ou ainda sobre basaltos. A sua textura vária de fina a grosseira e a cor de pardo-acinzentada a pardo- avermelhada. Os solos acídicos são minerais mais ou menos evoluídos, que se formam tipicamente sob climas de natureza árida ou semiárida. Eles apresentam em determinadas épocas do ano elevados deficit de água necessária as plantas. São geralmente pardo-cinzentos ou pardo- avermelhados. Quando mostram evidências de tendências para salinização, são designados halomórficos. Por vezes também apresentam crostas carbonatadas. Os solos fersiáliticos são solos zonais tropicais minerais de perfil completo com reserva mineral alterável, variável consoante a natureza da rocha-mãe e com elevado grau de saturação. O substrato geológico é constituído por rochas cristalinas quartzíferas ou por sedimentos não consolidados. São designados eutrofersialíticos, quando apresentam uma textura fina e psamo- fersialíticos quando a textura é mais grosseira. Em alguns casos eles apresentam no horizonte B mais do que 30% de minerais de argila, sendo esta de carácter muito fortemente sialítico. Eles abrem fendas largas e profundas no estacão seca, mostrandoevidências de infiltração de materiais de níveis superiores para níveis inferiores. Estes processos são, muito comuns em variados tipos litológicos e nas mais diversas condições climáticas e os solos apresentam as tonalidades mais diversas, desde o pardo ao avermelhado. 131 Os solos ferralíticos são típicos das regiões tropicais, com as duas estacões do ano marcadamente distintas. Eles tanto se desenvolvem a partir de rochas eruptivas e metamórficas, como de rochas sedimentares. A sua fisionomia característica é a cor vermelha, que resulta dos intensos processos químicos de meteorização, que libertam óxidos de ferro. Se apresentam textura grosseira no seu substrato arenoso de origem sedimentar, designa- se por psamo- ferralíticos. São designados paraferralíticos quando formados em meios de alteração ferralitica mas com perturbações no processo de evolução provocadas pela influência do relevo. Estas perturbações podem ser profundadas que se reflectem no perfil e na difusa diferenciação dos horizontes. Os solos hidromórficos, devido à sua posição topográfica em depressões estão sujeitas à influência permanente ou temporária das águas subterrâneas. A proximidade do lençol freático, onde são intensos os processos de oxidação-redução junto à superfície, provoca a formação de um horizonte glei ou pseudoglei. No seu perfil, pouco diferenciado, os solos hidromórficos apresentam um substrato argiloso acinzentado normalmente com abundante matéria orgânica e por vezes material grosseiro. Sumário Nesta Unidade temática 4.2 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos relacionados os factores de formação e tipos de solo. Os factores de formação dos solos sãoa rocha-mãe, organismos, vivos, o relevo, o clima e o tempo (idade), cada um deste elemento influência para a formação dos diferentes tipos de solo que encontramos no nosso Pais. Assim segundo a variação destes elementos e associados a localizaçãogeográfica temos os solos zonais, UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 132 azonais e intrazonais, com cores, texturas diferentes. Desde os residuais, os poucos evoluídos das regiões mais altas atéaos hidrográficos das depressões. Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha e Verdadeira ou Falso) 1. Os factores de formação dos solos A. Material de origem, clima, organismos vivos, relevo, tempo, acção humana. B. A composição ou constituintes do solo são Matéria mineral sólida, matéria orgânica, água com substâncias dissolvidas (soluções do solo) e ar (atmosfera do solo). C. Alternativa A está correcta D. Alternativa B e C estão correcta 2.Catena é definida como encadeamento de solos numa paisagem, na qual os solos (que ocupam os diferentes elos da cadeia) diferem em função da erosão, do transporte e da deposição superficial de material, bem como pelos processos subsuperficiais que atuam ao longo do declive (lixiviação, translocação, deposição de materiais). A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3.O material que podemos encontrar nos solos de Moçambique é: A. Ferruginoso e aluminosos; B. São catenas; C. Todas as alternativas estão corretas; D. Todas alternativas estão erradas 4. Os tipos de solos que encontramos em Moçambique são: A. Argiloso e Arenoso e Aluminoso; B. Zonais, azonais e intrazonais; C. Todas as alternativas estão corretas; D. Nenhuma das anteriores está correcta 5. Quanto a textura e substrato da rocha mãe, os tipos de solos que pode se encontrar em Moçambique é Solos residuais pedrogosos, solos litólicos, arenosos, argilosos e limosos. A. Verdade ( ) 133 B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-B; 5-A UNIDADE Temática: 4.3. Distribuição dos solos em Moçambique Introdução O solo de Moçambique tem uma ampla distribuição, que esta relacionada com os factores da sua formação, ou seja, característicasfísicas que cada região apresenta. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ ▪ ▪ Identificar os tipos de solos Descrever a distribuição dos solos Descrever os factores que influenciam na distribuição dos solos Factores da distribuição de diferentes solos em Moçambique A repartição territorial dos solos moçambicanos, corresponde em grande medida à estrutura territorial geológica e climática do país. Ela reflecte também a influência dos desníveis altitudinais e da continentalidade sobre os processos da formação dos solos. Estes factores contribuem para a ocorrência de solos zonais típicos das regiões tropicais e subtropicais. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 134 Factores específicos regionais da distribuição dos solos A diferenciação microclimática, o regime hídrico e a natureza química da rocha-mãe, permite o desenvolvimento de solos intrazonais. Ao nível regional e local a ocorrência dos solos azonais, relaciona-se com a localização e posição geográficas, a cobertura vegetal e com processos geomorfológicos e pedogenéticos recentes. Apesar das variações das rochas e do relevo serem muito importantes e expressivas na determinação dos tipos de solos, e evidente uma certa zonalidade na repartição das principais unidades pedológicas. Distribuição dos solos em Moçambique No Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos ferralíticos, fersialíticos e sialíticos. Estes solos ocorrem nos complexos granito-gneissicos do Norte de Moçambique até ao vale do rio Zambeze e uma grande parte das províncias de Tete, Sofala e Manica. Recursos Pedológicos nos aplanamentos e nas vertentes das principais cadeias montanhosas de rochas cristalinas e vulcânicas eles constituem espessos depósitos que, em condições propiciais, permitem a ocorrência de materiais lateríticos e/ou laterites. Em regiões com condições de humidade favoráveis e em estreita ligação com o relevo, eles apresentam uma cor avermelhada nos topos, alaranjada nas encostas e parada a acinzentada nas depressões. Esta sequência, conhecida normalmente por catena, ocorrem também em outros tipos de rochas incluindo as rochas sedimentares, com tonalidades muito diversas, desde que o relevo seja expressivo. Nas regiões de grande latitude quando o solo contém laterites ou material laterítico, formando carapaças espessas cobrindo a rocha- mãe, notam- se evidências de degradação, frequentemente em forma de coluviões. Estes solos constituíram nos pluviaisantigos e são de uma maneira geral ricos, sob ponto de vista agrícola. É neste tipo de solos que se 135 desenvolvem as culturas de maior significado económico tais como o milho, tabaco, chá, algodão e fruteiras. Na maior parte do Sul de Moçambique - e em todo litoral, os solos zonais desenvolvem-se a partir de sedimentos não consolidados. São em geral solos de idade recente (Quaternário), com horizontes indiferenciados e com constantes alterações no seu perfil. Solos ferralíticos e fersialíticosde origem calcária são muito comuns nas terras áridas do litoral de Cabo Delgado e de Inhambane, bem como em extensas áreas a Sudoeste de Maputo, particularmente sobre formações cretácicas. No litoral e sublitoral - os solos arenosos de dunas antigas e recentes revelam a irrelevância da influência dos processos de formação sobre a natureza da rocha-mãe e em contrapartida a importância da duração da acção dos factores climáticos e da cobertura vegetal. Nasmargens dos rios e suas depressões - os solos aluvionares fluviais acinzentados, constituem depósitos do Quaternárioaluvião. A sua maior área de dispersão localiza-se nas margens dos rios Zambeze, Púnguè, Búzi, Limpopo, Incomati, Umbeluzi. Em manchas de menores dimensões, os solos aluvionares fluviais ocorrem também ao longo dos cursos de água no interior das províncias ao Sul do rio Save e em toda faixa costeira e subcosteira ao Norte e ainda nos planaltos de Mueda e de Macomia. É neste tipo de solos arenonos fluviais que se desenvolvem algumas das principais culturas: cajueiro, arroz, hortícolas. Nesta categoria dos solos das baixas são incluídos os solos hidromórficos, muito representativos nos vales dos rios Urema e Zangue, em Mopeia e Marromeu e em várias planuras do Norte e Centro do país. Quando UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 136 representam membros inferiores das catenas designam-se por dambos e noutros casos por tandos, cujas áreas de dispersão constituem santuários privilegiados para uma fauna diversificada. Nas montanhas de Chimanimani -solos hidromórficos, apresentam um horizonte superficial espesso e com elevada percentagem de matéria orgânica, com carácter turfoso. Solos com características semelhantes ocorrem na faixa arenoso litoral e sublitoral ao Sul do rio Save, nomeadamente nos vales dos rios Incomati, Limpopo e Futi onde se conhecem por machongos, muito utilizados para o cultivo do arroz e da bananeira. Em fundos secos dos vales interdunares no litoral ao Sul do rio Save, ocorrem manchas, solos arenosos com concreçõesdiatómicas de origem Quaternária. Nas areias não aluviais de clima semi-árido - onde a pluviosidade é inferior a 600 mm e a temperatura média anual é da ordem de 24º C, conhecidas em algumas regiões ao Sul do rio Save por mananga, predominam solos cinzentos de horizonte superficial arenosos com subsolos muito compactos. A estes subsolos, cimentados em certos perfis, segue-se em regra, um horizonte franco- argiloso-arenoso, rico em concreções calcárias e elementos grosseiros quartzosos. Nestes solos é vulgar a presença destes elementos grosseiros, à superfície, numa delgada película não uniforme, o que lhe confere um aspecto superficial rosado. Na sua distribuição geográfica destacam-se o Médio Limpopo e grande parte do alto Changane e nas regiões arenosas do interior de Inharrime, Panda, Homoine, Morrumbene, até Mabote. Eles ocorrem em algumas áreas de terraços antigos dos rios Incomati, Umbeluzi e Maputo. Estes solos desenvolvem-se em áreas quase planas, a muito suavemente onduladas, a partir de depósitos sedimentares não consolidados. 137 No litoral, sem grande expressão espacial, ocorrem solos salinos de origem oceânica que associadas as condições estuarinas permitem a fixação e o desenvolvimento de ecossistemas ricos em espécies animais e vegetais e importantes sob o ponto de vista económico. Por fim, o Homem exerce grande influência na alteração e criação de regiões pedológicas através da sua acção de devastação da vegetação e de cultivo de plantas, de adubação, de irrigação, de drenagem, construção de terraços e outras obras e técnicas agrícolas. Para MICOA (S/a; p26) a distribuição dos solos de Moçambique resume-se da seguinte maneira: Na região norte do país, onde predominam rochas do précâmbrico e considerável precipitação, os solos predominantes são: os argilosos, variando entre os franco-argilosos-avermelhados que ocupam a maior área e que são mais vulneráveis à erosão e os solos argilosos vermelhos e acastanhados profundos, com boa permeabilidade e drenagem, menos susceptíveis á erosão. No litoral da região norte, a presença de rochas do fanerozoico deram origem a outro tipo de solos. São solos arenosos de dunas costeiras e de origem fluvial os que mais predominam. Na zona centro, predominam os franco-argilo-arenosos avermelhados, mas existem consideráveis extensões de solos franco-argilo-arenosos acastanhados ao sul da província de Tete. Ao longo da bacia do Zambeze, no curso médio e inferior deste rio, os solos fluviais, com elevada fertilidade, tomam lugar, misturando- se primeiro com os anteriores e tornando-se mais predominantes na costa. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 138 Ao sul do país, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade e de baixo poder de retenção de água. Ao longo dos vales dos rios, encontram-se solos fluviais de alta fertilidade. Ao longo da fronteira e associando-se à cadeia dos Libombos, existem solos delgados, poucos profundos e muito pouco aptos para a agricultura. Sumário Nesta Unidade temática 4.3 estudamos e discutimos conteúdosrelacionados com os factores de distribuição dos solos em Moçambique. A repartição territorial dos solos moçambicanos, corresponde à estrutura territorial geológica e climática do país, os desníveis altitudinais e da continentalidade sobre os processos da formação dos solos. Estes factores contribuem para a ocorrência de solos zonais típicos das regiões tropicais e subtropicais. Assim, a Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos ferralíticos, fersialíticos e sialíticos; a Sul, Solos ferralíticos e fersialíticos de origem calcária, No litoral e sublitoral - os solos arenosos de dunas antigas; Nas margens dos rios e suas depressões - os solos aluvionares fluviais acinzentados; Nas areias não aluviais de clima semiárido solos cinzentos de horizonte superficial arenosos com subsolos muito compactos e no litoral os solos salinos de origem oceânica. Exercícios de -AVALIAÇÃO GRUPO- (Multipla escolha e Verdadeiros ou Falso) 1. Os factores da distribuição dos solos em Moçambique é estrutura territorial geológica e climática do país, os desníveis altitudinais e da continentalidade sobre os processos da formação dos solos. 139 A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. Os factores específicos regionais da distribuição dos solos em Moçambique são: A. A diferenciação microclimática, B. O regime hídrico e a natureza química da rocha-mãe, C. A localização e posição geográficas e cobertura vegetal e com processos geomorfológicos e pedogenéticos recentes; D. Todas as alternativas estão correctas 3. Descrevendo a distribuição dos tipos de solos em cada área: A. No Norte do país - os solos (zonais) mais abundantes são os solos ferralíticos, fersialíticos e sialíticos; Solos ferralíticos e fersialíticos de origem calcária; B. Sul de Moçambique - em todo litoral, os solos zonais Solos ferralíticos e fersialíticos de origem calcária; No litoral e sublitoral - os solos arenosos de dunas antigas; Nas margens dos rios e suas depressões - os solos aluvionares fluviaisacinzentados, constituem depósitos do Quaternário-aluvião; C. Nas montanhas de Chimanimani - solos hidromórficos, Nas areias não aluviais de clima semi-árido solos cinzentos de horizonte superficial arenosos com subsolos muito compactos; No litoral, sem grande expressão espacial, ocorrem solos salinos. D. Todas as alternativas estão correctas 4. Relacionando a distribuição dos solos segundo Muchangos com a do MICOA: A. Na região norte do país os solos predominantes são: os argilosos, variando entre os franco-argilosos-avermelhados; franco- argiloarenosos acastanhados; B. Na zona centro, predominam os francoargilo-arenosos avermelhados; Ao sul do país, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade e de baixo poder de retenção de água. C. Apenas alternativa B e C estão correta; D. Alternativa A está correcta UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 140 Respostas: 1-A; 2-D; 3-D; 4-C UNIDADE Temática: 4.4 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema Introdução Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema IV que aborda sobre solos de Moçambique desde o conceito, elementos, factores, descrição e sua distribuiçãogeográfica Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Identificar os factores de formação de solo Caracterizar os solos de Moçambique Descrever a influência de cada factor na formação dos solos de Moçambique ▪ Descrever a distribuição dos solos ▪ Descrever os factores que influenciam na distribuição dos solos Exercícios do tema IV: Solos 1. Qual a composição ou constituintes do solo? 2. Diferencia Pedogeografia e pedologia 3. Descreva cada constituinte do solo 4. Diferencie composiçãoquímica de composiçãomecânica do solo 5. Que material podese encontrar nos solos de Moçambique? Justifique a tua resposta. 6. Quanto a textura e substrato da rocha mãe, que tipos de solos podem se encontrar em Moçambique? 141 7. Indique o elemento principal que condiciona a ocorrência de cada tipo de solo em cada área destinta de Moçambique 8. Relacione a distribuição dos solos segundo Muchangos com a do MICOA UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 142 TEMA – V: HIDROGRAFIA DE MOÇAMBIQUE. Unidade tematica 5.1. Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e bacias hidrográficas seus rios e seus usos. Unidade tematica 5.2. Usos múltiplos das bacias hidrográficas Unidade tematica 5.3 Águas subterrâneas Unidade tematica 5.4 O canal de Moçambique e a Plataforma continental Unidade tematica 5.5 Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas Unidade tematica 5.6 A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique UNIDADE Temática: 5.1 Introdução: conceitos, rios, lagos, mares e bacias hidrográficas e seus rios Introdução Neste capitulo irá se abordar o assuntos relacionados com: Hidrografia que é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra, as principais bacias hidrográficas e seus rios, Usos múltiplos das bacias hidrográficas. O canal de Moçambique e a Plataforma continental ,Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas e as formações lacustres de Moçambique . Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ ▪ ▪ Definir rios lagos e mares Identificar os principais rios de Moçambique Descrever as características dos rios Moçambicanos Hidrologia 143 Hidrologia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra. Os mapas dos mares e das partes navegáveis dos rios servem não apenas para mostrar a profundidade das águas, mas também a amplitude das marés, velocidade e direcção das correntes, a forma do litoral e até a natureza do fundo do mar, para fins de navegação. Esses dados oceanográficos obtidos com esse estudo, têm sido úteis para pesquisas submarinas, procura de petróleo e gás natural. Hidrografia é a ciência que descreve as características físicas e as condições da água na superfície da Terra, principalmente as massas de água para navegação. A definição actual da hidrologia deve ser ampliada para incluir aspectos de qualidade da água, ecologia, poluição e descontaminação O objecto de estudo da Hidrogeografia é a Hidrosfera, que é composta pelas águas em estado sólido (glaciares e calotes de gelo), líquido (oceanos, mares, lagos, rios e toalhas aquíferas) e gasoso (vapor de água). Entretanto a maior parte do corpo teórico da Hidrogeografia provém da Hidrologia, que é a ciência que estuda a ocorrência, distribuição e circulação da água na Terra, bem como as suas propriedades físicas e químicas e as suas relações com o Ambiente, incluindo as relações com os seres vivos. Porem o objectivo principal da Hidrogeografia será o estudo da ocorrência, repartição geográfica, circulação da água doce no Planeta, bem como das principais consequências da sua utilização pelo Homem, às escalas global, regional e local. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 144 Rio: curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou mar. Lagoa: depressão não muito profunda coberta por água doce ou salgada. Lago: grande massa de águaconfinada em um terreno profundo e cercada de terra. Os lagos são classificados segundo a sua origem em glaciários, tectónicos e vulcânicos, de barragem, tectónicos, cársicos e residuais ou endorreicos. Em Moçambique pela sua posiçãogeográfica encontramos todos os corpos hidrológicos acima mencionados e outros. A água, é um recurso público e o seu abastecimento é da responsabilidade do Estado. A sua administração implica uma contínua tomada de decisões em assuntos tais como a construção de infra-estruturas; sua operacionalidade e manutenção; tarifas; normas para a quantidade de água ambiental, entre outras MICOA, (S.A: p 43). Sendo assim a água deve ser e estar acessível a população tanto urbana quanto a que se encontrar no meio rural. Sumário Nesta Unidade temática 5.1 estudamos e discutimos fundamentalmente aspectos introdutórios da hidrologia. Hidrologia é a ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra e associa-se a hidrografia que é a ciência que descreve as características físicas e as condições da água na superfície da Terra, principalmente as massas de água para navegação. Actualmente a definição da hidrologia alargou-se para incluir aspectos de qualidade da água, ecologia, poluição e descontaminação. Tem como objecto de estudo a hidrosfera. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla escolha) 145 1. 1.A Hidrologia é: A. A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra; B. A ciência que estuda principais bacias hidrográficas de Moçambique; C. A ciência que estuda curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou mar; D. Todas alternativas anteriores estão corretas. 2. Hidrografia é: A. Parte da geografia que estuda a hidrosfera; B. A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra; C. A ciência que estuda curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou mar; D. Nenhuma das anteriores esta correcta. 3.Qual o objecto de estudo da hidrologia A. Objecto de estudo é Oceano; B. Objecto de estudo é a Hidrosfera; C. Objecto de estudo é todos rios e lagos do mundo; D. Todas alternativas anteriores estão correcta 4.Defina rios A. Rio: curso de água natural que desagua em outro curso, lago ou mar; B. Rio: depressão não muito profunda coberta por água doce ousalgada; C. Rio: A ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra; D. Todas alternativas anteriores estão correcta 5.Defina lagos A. Lago: grande massa de águaconfinada em um terreno profundo e cercada de terra. B. Lago: depressão não muito profunda coberta por água doce ou salgada; C. Lago: depressão não muito profunda coberta por água doce ou salgada. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 146 Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; 5-A Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Verdadeira ou Falso) 1. Hidrologia é definida como ciência que pesquisa e mapeia todas as águas do planeta Terra. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. A diferença existente entre lagoas de lagos é: Lago é grande massa de água confinada em um terreno profundo e cercada de terra, ao passo que Lagoa é depressão não muito profunda coberta por água doce ou salgada; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. O objecto de estudo da hidrologia são os Oceanos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4. Os lagos são classificados segundo a sua origem: A. Em glaciários, tectónicos e vulcânicos; B. Em de barragem, tectónicos e cársicos; C. Em residuais ou endorreicos; D. Todas as alternativas estão correcta Resposta: 1-A; 2-A; 3-B; 4-D; UNIDADE Temática: 5.2 Principais bacias hidrográficas e seus rios Introdução Nesta unidade temática iremos abordar sobre as principais bacias hidrográficas de Moçambique, tendo em conta que elas incluem não apenas o rio principal, mas também os seus afluentes e subafluentes. Em Moçambique existem várias bacias hidrográficas 147 a maioria compartilhadas com os países vizinhos e neste sentido irá se abordar sobre as características que os rios que incluem estas bacias. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir bacias hidrográficas Identificar as principais bacias hidrográficas Caracterizar os rios Moçambicanos Conceito de Bacia Hidrográfica Segundo Yoshizane (2005) bacia hidrográfica é a superfície do terreno, drenada por um rio principal (talvegue) com seus afluentes e subafluentes. A ideia de bacia hidrográfica está associada à noção da existência de nascentes, divisores de águas e características dos cursos de água, principais e secundários, denominados afluentes e subafluentes. As principais bacias Hidrográficas de Moçambique Segundo MUCHANGOS, (1999: p 44) das cerca de 25 bacias hidrográficas principais que drenam o país são de destacar de norte para sul as seguintes: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e recebe mesmo nome das bacias. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 148 Caracterização dos principais rios de Moçambique Os grandes cursos de água moçambicanos são de abastecimento predominantemente pluvial, de regime periódico, apesar de a maioria dos seus afluentes serem de regime ocasional. Todos os rios, com excepção dos rios Licungo, Ligonha e Messalo, são partilhados com outros países: os rios Maputo, Umbeluzi e Incomati, são partilhados com a África do Sul e a Swazilândia; o rio Limpopo partilhado com a África do Sul, Zimbabwe e Botswana; os rios Púngoé, Buzi e Save, por sua vez partilhados com o Zimbabwe; o rio Zambeze, considerado um dos maiores de África, é partilhado com os territórios de Angola, Namíbia, Botswana, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e Tanzânia. Com excepção do rio Rovuma, que serve de fronteira natural com a Tanzânia, Moçambique localiza-se no último troço de todos os rios internacionais, o que revela a sua dependência de água, relativamente aos países a montante. Na região sul do país, a dependência é maior se se considerar que apenas 10% do escoamento dos respectivos rios é originado pela chuva. A maior parte dos rios de Moçambique corre de oeste para leste, devido à configuração do relevo, e atravessam sucessivamente montanhas, planaltos e planícies, desaguando no Oceano Índico. Assim sendo os principais rios de Moçambiquetêm as suas nascentes nos países vizinhos, excepto no norte do país em que a maioria tem a sua bacia hidrográfica totalmente em Moçambique. As oscilações do caudal dos rios ao longo do ano são condicionadas por factores climáticos, registando os máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca. Nas terras altas os rios possuem grande capacidade erosiva e constituem cascatas, limitando por isso a navegabilidade. Nas planícies, formam meandros e depositam as suas aluviões ou 149 formam lagoas e pântanos. Para além do relevo, a natureza dos solos também influencia o caudal, a estrutura e o padrão da rede hidrográfica Mapa 11. Bacias hidrográficas Fonte: MINED (1986) As formações lacustres de Moçambique Em Moçambique existe um elevado número de lagos e lagoas naturais de diferentes origens para além das albufeiras, considerados lagos artificiais. Os lagos são objectos aquáticos de grandes dimensões a sua origem e desenvolvimento estão relacionados com factores endógenos, MUCHANGOS, (1999: p 60). Os lagos tectónicos mais importantes pelas suas dimensões são Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua, localizados na zona noroeste do país (Muchangos, 1999). UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 150 Lagos de origem endógenas (tectónicos) Os lagos endógenos ocupam as formas negativas criadas por forcas e movimentos endogénicos, como é o caso dos lagos de Moçambique Setentrional, em que as depressões são elementos do relevo falhado típico da África Oriental. Os lagos tectónicos mais importantes pelas suas dimensões são Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua situados na parte Noroeste do país. O lago Niassa É o maior lago natural de Moçambique. Localiza-se na parte ocidental da província do mesmo nome, numa depressão tectónica encaixada entre rochas cristalinas, constituindo um verdadeiro mar interior. Dos 28.678 km2 de extensão, apenas 7.000 km2 pertencem a Moçambique e os restantes ao Malawi. O lago Niassa tem forma alongada, com encostas predominantemente íngremes e margens rectilíneas de norte para sul, sendo o seu comprimento máximo de cerca de 600 km, dos quais metade em território moçambicano. A sua largura varia entre 15 e 90 km e o nível médio das suas águas situa-se a cerca de 472 m acima do nível médio das águas do mar. A sua profundidade máxima, sensivelmente na parte central do lago, é de 706 m. No lagoNiassa a pesca, o turismo e a recreação são actividades importantes, oferecendo ainda boas condições de navegabilidade. Logos de origem exógena Lagos com origem em factores exógenos relacionados com a erosão e a acumulação de sedimentos ocorrem em todo litoral e na margem dos rios (Muchangos,1999). A região mais rica em formações lacustres de origem exógena situa- se no litoral ao sul do rio Save. Os lagos mais importantes são do Norte para Sul: Manhali, Zevane, Muanguane, Nhamanene, 151 Nhalenhenque, Dongane, Poelela, Quissico, Maiaene, Massava, Chiguire, Nhavarre, Nhadimbe, Nhangulaze, Nhanvue Nhagela, Inhamparala, Uembje, Muandje, Pati, Maundo, Chingute, Piti, Zitundo e Satine. Trata-se de lagos e lagoas, umas de água doce outras de água salgada, muitas vezes dispostas em forma de rosário, relevando a sua origem em fenómenos da morfologia costeira registada em períodos geológicos recentes. Sumário Nesta Unidade temática 5.2 estudamos o tema sobre bacias hidrográficas, seus rios e lagos. Bacias, estas que sãodefinidas como superfície do terreno,drenada por um rio principal (talvegue) com seus afluentes e subafluentes. As principais bacias Hidrográficas de Moçambique são: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e recebe mesmo nome das bacias. Os rios moçambicanoscaracterizam-se por serem de abastecimento pluvial, de regime periódico. Todos os rios, com excepção dos rios Licungo, Ligonha e Messalo, são partilhados com outros países. A maior parte dos rios corre de oeste para leste, devido à configuração do relevo. Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla escolha e Verdadeiro ou Falso) 1. A bacia hidrográfica é definida como é a superfície do terreno, drenada por um rio principal (talvegue) com seus afluentes e subafluentes. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. As principais bacias hidrográficas de Moçambique são Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 152 Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo e recebe mesmo nome das bacias. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. O regime dos rios Moçambicanos é Periódicos e Constatnte A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.Os rios Moçambicanos que não são partilhados com outros Países são: A. Rios Licungo, Ligonha e Messalo; B. Zambeze, Pùngué e Búzi; C. Save, Zambezia e Lurio D. Nenhuma alternativa está correcta 5.O regime dos rios Moçambicanos são: A. Periódicos B. Constatnte C. Anuais D. Todas anteriores estão correcta 6. As razões da oscilação dos caudais dos rios moçambicanos são condicionadas por factores climáticos, registando os máximos na época das chuvas e os mínimos na estação seca. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 7.Os lagos tectónicos mais importantes de Mocambique são: A. Niassa, Chiúta, Amaramba e Chirua situados na parte Noroeste do país; B. Niassa, Zambezia e Chirua; C. Chiuta, Niassa e Cahora Bassa; D. As alternativas A e B estão correcta. Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; 5-A; 6-A; 7-A 153 UNIDADE Temática: 5.3 usos múltiplos das bacias hidrográficas Introdução As bacias hidrográficas têmvários usos directos e indirectos. Estes usos são feitos através dos seus rios principais ou seus afluentes, variado de acordo com as características que estes vão apresentar. Assim sendo, a unidade seguinte irá abordar os usos das principais bacias hidrográficas de Moçambique Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Identificar as bacias hidrográficas Identificar a importância das bacias hidrográficas Explicar as formas de exploração das bacias hidrográficas Usos múltiplos das bacias hidrográficas Das principais bacias hidrográficas mencionadas na unidade anterior: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo. Cada uma apresenta as suas características e este aspecto remete a diferentes usos das mesmas. Para MICOA, (S.A: p 22) os rios são a principal fonte de água em Moçambique, estima-se que existam disponíveis, em média, cerca 3 de 216.000 milhões de m por ano. Deste valor, 54% das águas são originadas fora do país, das quais 76% provêm do rio Zambeze. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 154 Comportamento dos rios das três zonas de Moçambique Região norte Devido à melhor distribuição e frequência das chuvas e à maior dispersão de rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas apresentam predominantemente um padrão dendrítico. O rio Lúrio, com uma bacia hidrográfica de 60.800 km2, é a maior totalmente moçambicana, nasce no monte Malema a mais de 1.000 m de altitude e tem cerca de 1.000 km de comprimento. Dada a extensão da sua bacia hidrográfica, ele representa com os seus numerosos afluentes, a linha mostra a subdivisão do Planalto Moçambicano. O rio Rovuma faz fronteira com a Tanzânia em quase todo o seu percurso. A sua nascente situa-se no planalto do Ungone na Tanzânia e atinge Moçambique na sua confluência com o rio Messinge. A partir daí, toma a direcção oeste-leste, numa extensão de mais de 600 km, até a sua foz no Oceano Índico onde desagua em forma de estuário. A sua bacia hidrográfica em território moçambicano é de 101.160 km2, sendo na maior parte do seu percurso em rio estreito, alargando-se somente ao atingir a planície litoral. Os seus principais afluentes da margem moçambicana são: Messinge, Lucheringo e Lugenda. Estes têm origem nas terras altas do Niassa e possuem elevado potencial hidroeléctrico. O rio Zambeze é, pelas suas características hidrológicas, o maior e o mais importante rio que atravessa o território moçambicano. Com cerca de 2.600 km de comprimento, é o 26º rio mais comprido do mundo e o 4º em África depois do Nilo (6.700 km), Zaire (4.600 155 km) e Níger (4.200 km). O rio Zambeze nasce na Zâmbia a cerca de 1.700 m de altitude. A barragem de Cabora Bassa, que é a maior do país, resulta do represamento das águas do rio Zambeze em Songo, na província deTete. O rio Zambeze desagua num amplo delta de cerca de 7.000 km2 de superfície. O caudal médio do rio é estimado em cerca de 16.000 m3/s, transportando e depositando anualmente um volume de aluviões de mais de 500.000.000 de toneladas. O principal braço do delta do Zambeze é o rio Cuama, que é rectilíneo e presta-se à navegação fluvial. Zona Centro (entre as bacias dos rios Zambeze e Save) Devido ao grande desnível que se verifica entre as terras altas e as planícies num espaço relativamente curto, os cursos de água registam nas suas secções superiores, intensa erosão e grande capacidade de transporte de materiais. Estas características favorecem a construção de barragens para a produção de energia eléctrica, mas limitam grandemente a sua navegabilidade. No curso inferior eles são parcialmente navegáveis e as suas margens, de solos aluvionares, apresentam boas condições para o desenvolvimento de culturas irrigáveis. Os rios mais importantes desta região do país, o Púnguè e o Búzi, nascem nas terras altas do Zimbabwe e desaguam na baía de Mazanzane no Oceano Índico. Dos 29.500 km2 do total da bacia hidrográfica do rio Púnguè, 28.000 km2 encontram-se em Moçambique. Região sul O rio Save representa o limite entre as províncias do centro e do sul de Moçambique, separando as províncias de Manica e Sofala, no centro, e as províncias de Inhambane e Gaza a sul. Nasce nas terras UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 156 altas do Zimbabwe e corre na direcção oeste-leste, até desaguar no Oceano Índico por um estuário perto de Nova Mambone. Em território moçambicano, o rio Save é totalmente um rio de planície, com uma bacia hidrográfica de 14.646 km2.Ao Sul do rio Save, o regime hidrográfico é condicionado pelo clima, relevo, natureza das rochas e pelos aproveitamentos hídricos. Os principais cursos de água importantes são, de norte para sul: Govuro, Inhanombe, Limpopo, Incomáti, Umbelúzi, Tembe e Maputo. Exceptuando os rios Govuro e Inhanombe, os restantes rios nascem nos países vizinhos e atravessam os montes Libombos. Ao atingirem a planície perdem a sua capacidade erosiva e formam nas suas margens extensas planícies aluviais, propícias à agricultura. Na planície, o seu caudal é condicionado pela influência combinada das condições climáticas gerais, do fraco declive e da elevada permeabilidade das rochas sedimentares. Nas secções inferioresdos rios formam-se frequentemente pântanos. A navegabilidade dos rios nesta região é limitada, devido ao regime sazonal do caudal e à sua elevada capacidade de assoreamento. O rio Limpopo, pela extensão da sua bacia hidrográfica, é o rio mais importante do sul de Moçambique. Ele nasce na África do Sul e atinge o território moçambicano naconfluência com o rio Pafúri. O seu comprimento total é de 1.170 km dos quais 600 km ocorrem em Moçambique, drenando uma área de cerca de 80.000 km2. O rio Limpopo apresenta uma forte tendência para a meandrização e para o desenvolvimento de lagoas e pântanos no seu curso inferior. Este rio caracteriza-se por um caudal extremamente variável, com o seu leito seco em estiagem e muito caudaloso na época das chuvas (MUCHANGOS: 1999). 157 Sumário Nesta Unidade temática 5.3 estudamos e discutimos os usos múltiplos das bacias hidrográficas. As principais bacias hidrográficas mencionadas na unidade anterior são a principal fonte de água em Moçambique, estima-se que existam disponíveis, em média, cerca de 216.000 milhões de 3 m por ano. Deste valor, 54% das águas são originadas fora do país, das quais 76% provêm do rio Zambeze. Na região norte devido à melhor distribuição e frequência das chuvas e à maior dispersão de rochas magmáticas e metamórficas, as bacias hidrográficas apresentam predominantemente um padrão dendrítico. No centro devido ao grande desnível do terreno os cursos de água registam nas suas secções superiores, intensa erosão e grande capacidade de transporte de materiais. No sul correm em regiões de planície. 1. Natureza; 2. Objectivos e; 3. Princípios Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. As principais bacias hidrográficas de Moçambique são: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. A estimativa em termos de quantidade de água disponível por ano em Moçambique, estima-se que existam disponíveis, em média, cerca de 216.000 milhões de m3 por ano. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Do total das águas existentes no país, a percentagem correspondente a contribuição de outros países é de 54% das águas são originadas fora do país. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 158 A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4. A maior contribuição das águas do pais provém da bacia hidrográfica do Zambeze com 76%. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5. O padrão de drenagem dos rios do Norte é Padrão detrítico. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 6. O maior rio totalmente moçambicano é rio Lurio A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A UNIDADE Temática: 5.2 Águas subterrâneas Introdução Nesta unidade temática iremosabordar sobre as águassubterrâneas, conceitos, origens, características e sua distribuição geográfica em Moçambique Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ Definir águassubterrâneas Caracterizar as águassubterrâneas Descreva a distribuiçãogeográfica das águassubterrâneas Águas subterrâneas 159 Água subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos3. Segundo MICOA, (S.A: p 23), em Moçambique existem três unidades hidrogeológicas favoráveis à exploração deste recurso, que está de certa forma relacionado com os principais tipos de formações rochosas que ocorrem em Moçambique, sendo elas: a) Os aquíferos relacionados com as formações geológicas do Complexo cristalino Verificam-se nas regiões centro-norte e norte do país, abrangendo as províncias de Cabo Delgado, Niassa, Tete, Nampula, Manica, Zambézia e a parte da província de Sofala. Os aquíferos destas formações produzem geralmente 1 a 2 m3 de água por hora; b) Os aquíferos das formações do Karroo Estão relacionadas com as areias argilosas e conglomerados de séries sedimentares, ocorrendo apenas nas províncias de Tete e Niassa. Outros aquíferos deste grupo estão ligados com as rochas vulcânicas e basálticas e ocupam uma extensa área ao longo do país, ou seja, da província de Tete à província de Maputo. c) Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós- Karroo Ocorrem em quase todo o país, cujo teor de salinidade da água, proveniente de muitos deles, limita a sua utilização para o consumo 3 Aquifero é uma formacao geologica subterranean que funciona como como reservatorio de agua, sendo alimentado pelas chuvas que se infiltram no subsolo. Sao rochas com caracteristicas porosas epermeaveis, capazes de reter e ceder agua. Fonte: infoescola.com/hidrografia/aquifero/ UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 160 humano, para o consumo animal e também com limitações para a irrigação. De um modo geral, a ocorrência deste recurso em Moçambique está limitado, pelo facto de em cerca de 60% da área do país predominarem rochas impermeáveis. Os aquíferos ao longo dos rios, são de forma geral os que oferecem água de melhor qualidade. A água subterrânea, em Moçambique, é essencialmente utilizada para fins domésticos, sendo a principal fonte de água potável nas zonas rurais e em alguns centros urbanos como Pemba, Tete, Xai- Xai e Chókwé, MICOA, (s/a: p 24). Sumário Nesta Unidade temática 5.2 estudamos aspectos relacionados com as águassubterrâneas e as suas unidades hidrogeologicas. Água subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos. Existem três unidades hidrogeológicas favoráveis à exploração deste recurso: aquíferos relacionados com as formações geológicas do Complexo Cristalino, aquíferos das formações do Karroo e aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo. Mas a exploração deste recurso pelo facto de em cerca de 60% da área do país predominarem rochas impermeáveis. Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. As águas subterrâneas podem serem definidas como: A. Toda aquela água que ocupa todos os espaços vazios de uma formação geológica, os chamados aquíferos; B. Água subterrânea é toda aquela água que ocupa todos os espaços, rios, lagos e oceanos; 161 C. Água subterrânea é toda aquela água que se encontra nas superfícies do planeta Terra; D. Todas alternativas anteriores estão correctas. 2. As unidades hidrogeologicas favoráveis a exploração das águas subterrâneas são: A. Os aquíferos relacionados com as formações geológicas do complexo cristalino; B. Os aquíferos das formações do Karroo; C.Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo. D. Todas alternativas anteriores estão correcta. 3. O aquífero com maiores limitações em termos de salinidade das suas águas pertence a formação: A. Os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do PósKarroo; B. Os aquíferos relacionados com as formações água subterrânea; C. Todas alternativas anteriores estão correcta; D. Todas alternativas anteriores estão incorrecta; Respostas: 1-A; 2-D; 3-A; UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 162 UNIDADE Temática: 5.3 O canal de Moçambique e a Plataforma continental Introdução O canal de Moçambique e a plataforma continental é o tema que a seguir iremos abordar, onde irá se privilegiar as característicasfísicas da plataforma e a descrição do canal de Moçambique, desde a sua formação e cursofinal. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Definir canal de Moçambique Identificar o canal de Moçambique Caracterizar a plataforma continental de Moçambique Caracterizar o canal de Moçambique O canal de Moçambique e a Plataforma continental Segundo MUCHANGOS (1999: p 66) o canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. Vários autores admitem que o processo de fractura se iniciou no pré-Karroo e que terminou em finais do Cretácico. Plataforma continental Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos. Tem uma declividade 163 modesta e um relevo que varia entre 70 km de largura e 200 metros de profundidade. Ao Norte, a plataforma continental é muito estreita, alarga-se para o Sul, a partir de Pebane até a Baia de Sofala, estreitando-se novamente para Sul, até atingir Inhambane. No Sul de Moçambique, a plataforma continental alarga-se ligeiramente ao largo da província de Gaza, para se estreitar a partir da Baia de Maputo para Sul. Canal de Moçambique O canal de Moçambique é a porção do Oceano Índico situado entre a costa da África Oriental e Madagáscar, aproximadamente entre as latitudes 10º e 25º S. A sua origem e desenvolvimento estão relacionados com vulcanismo extensivo ao longo das fronteiras entre a África, Antárctica e Madagáscar que teve início no Jurássico Médio. A temperatura média da água é relativamente elevada, com temperaturas nunca inferiores a 18ºC, sendo as mais elevadas de 36ºC registadas em áreas com águas pouco profundas. A principal corrente do Canal de Moçambique (Corrente de Moçambique), forma-se aproximadamente à latitude de 12º sul, no noroeste da Ilha de Madagáscar, como ramo sul da corrente Equatorial sul. No seu percurso norte-sul, junto ao paralelo de 26º sul, junta-se à corrente de Madagáscar oriental, formando a Corrente das Agulhas. Por isso a principal corrente de Moçambique é também conhecida por Moçambique-Agulhas. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 164 Devido ao regime de ventos locais, esta corrente sofre alguns desvios e ramificações pouco significativas, mas com capacidade suficiente para estimular a morfodinâmica costeira. A amplitude das marés varia em média entre 0,5 e 4 m, podendo ultrapassar os 6m durante as marés vivas na baía de Sofala, devido à grande extensão da plataforma continental (Muchangos, 1999). Este valor da amplitude das marés, que é o mais elevado registado no continente africano cria condições naturais para o aproveitamento de energia maremotrice. A inteiração dos factores físico-geográficos aliados a posição latitudinal do país, condicionam a natureza das condições físicas, químicas, dinâmicas e biológicas das águas do Oceano Índico no Canal de Moçambique e cria as bases para a sua utilização económica e social. Sumário Nesta Unidade temática 5.3 estudamos o tema sobre ocanal de Moçambique e a plataforma continental. O canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos. Ao Norte é muito estreita, alarga-se para o Sul (Pebane á Baia de Sofala), estreitando-se novamente para Sul, até atingir Inhambane. A principal corrente do Canal de Moçambique no noroeste da Ilha de Madagáscar no seu percurso norte-sul junta-se à corrente de Madagáscar oriental, formando a Corrente das Agulhas. 165 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeiros ou Falso) 1.O Canal de Moçambique definido como é uma depressão cuja origem está relacionada com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. A principal corrente do canal de Moçambique e corrente quente; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.A formação do canal de Moçambique iniciou no período de pré-Karroo e que terminou em finais do Cretácico. A. Verdade ( ) 2. B. Falso ( ) Respostas: 1-A, 2-A, 3-A, 4-A, Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1. A diferença que existe entre o canal de Moçambique e a plataforma continental é: A. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos; B. A Plataforma continental corresponde a uma zona de transição entre os aquíferos relacionados com as formações sedimentares do Pós-Karroo UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 166 C. O Canal de Moçambique é uma depressão cuja origem está relacionada com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar. D. As alternativas A e C estão correcta 2. O processo de formação do canal de Moçambique está relacionado: A. Com as acções tectónicas de dobramentos acompanhadas por fracturas sem deslocações, mas que provocaram o afundimento do espaço compreendido entre Moçambique e Ilha de Madagáscar; B. A sua origem e desenvolvimento estão relacionados com vulcanismo extensivo ao longo das fronteiras entre a África, Antárctica e Madagáscar que teve início no Jurássico Médio; C. Apenas alternativas B está correcta; D. Apenas alternativas A e B estão correta. 3.Caracteristicas da plataforma continental são: A. zona de transição entre a massa continental e o fundo dos oceanos; B. Tem uma declividade modesta e um relevo que varia entre 70 km de largura e 200 metros de profundidade; C. Ao Norte, a plataforma continental é muito estreita, alarga-se para o Sul, a partir de Pebane até a Baia de Sofala, estreitando-se novamente para Sul, até atingir Inhambane. D. Todas alternativas estão correcta. Resposta: 1-D; 2-D; 3-D 167 Unidade temática: 5.4 Ecossistemas costeiros e espécies ameaçadas Introdução Moçambique apresenta uma extensa costa que é caracterizada por uma biodiversidade característica da região tropical. Esta variedade de espécies animais e vegetais esta sofrer impactos negativos principalmente da intensa acção humana. Na unidade seguinte iremos abordar os aspectos atrásdescritos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Identificar as espécies costeiras Caracterizar as espécies costeiras de Moçambique Identificar as espéciesameaçadas Descrever as principais acções que levam a degradação dos ecossistemas costeiros Biodiversidade Marinha e dos Rios Moçambique é banhado pelo oceano Índico em toda a sua faixa este. Além disso, possui diversos rios de grandes dimensões tendo um dos maiores de África, o Zambeze (o 3º maior de África) vindo de outros Países de África e desaguando na Costa Moçambicana, transportando consigo muitos nutrientes para desenvolvimento de uma biodiversidade marinha ampla. Desta biodiversidade parte dela serve como fonte de alimentação e de rendimento para oPaís com exportações para países o qual não são privilegiados por uma costa marinha ou de fraco recurso marinho. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 168 Contudo devido à grande procura deste produto no mercado mundial, faz com que a sua captura seja em alguns casos excessiva se tomarmos em conta que hoje em dia os sistemas de pescas estão desenvolvidos, ameaçando algumas espécies de extinção (exemplo disso são as pescas de arrasto). Segurança marinha O sistema de segurança costeira em Moçambique é muito fraco ou inexistente. Hoje o País não tem em conta de quantos navios pesqueiros ilegais se encontram nas águas moçambicanas praticando actividades pesqueiras. Portanto não tem ideia do tamanho da destruição do ecossistema e da Biodiversidade Marinha e se por “lapso” se interceptam ilegais a praticarem estas actividades, estes não sofrem nenhuma sanção punitiva visto que há uma facilidade corromper o sistema de fiscalização. Segundo MUCHANGOS, (1999: p 93), ao longo do litoral de Moçambique distribui-se, segundo as características da temperatura, salinidade, dinâmica e limpidez das massas aquáticas florestas conhecidas por mangal, é típica das regiões costeiras tropicais e subtropicais, constitui um mundo indeterminado entre a terra e o mar. Este tipo de vegetação distribui-se por cerca de 48% do litoral moçambicano, em áreas, de certo modo, protegidas das correntes e da ondulação directa do mar. Biodiversidade Marinha da costa Moçambique Das espécies marinhas destacam-se os equinodermes4habitam as águas do Oceano Índico, não sendo conhecida qualquer espécie de 4 Equinoderme: do grego echinos (espinhos) e derma (pele), constituem um grupo de animais exclusivamente marinhos dotados de um endoesqueleto calcario muitas vezes providos de espinhos salientes, que justificam o nome zoologico da especie. Fonte: sobiologia.com.br/conteudos/reinos3.equinodermos.php 169 água doce. Os mais conhecidos são o ouriço, a estrela-do-mar, a holotúria e o lírio do mar. O grupo dos celenterados5destacam-se: as alforrecas, as anémonas e os corais, muito abundantes em águas pouco profundas da costa moçambicana. Os corais vivem em águas límpidas muito movimentadas em bancos de grés costeiros que afloram nas proximidades da costa em particular junto á plataforma continental e nas proximidades das ilhas. Eles são notáveis pela beleza de formas e encontram-se sobre protecção em algumas regiões nomeadamente na Ilha de Inhaca. Uma grande parte dos vermes são parasitas, os mais importantes são a minhoca e a ténia. Dos nematelmintas destacase a lombriga que é também um parasita do homem. Os crustáceos marinhos destacam-se a lagosta, o lagostim e o caranguejo que vivem nas águas moçambicanas em todas profundidades. Devido a grande extensão da plataforma continental da baia de Sofala, o Banco de Sofala de 200 km de largura, constitui o principal habitat para numerosas espécies de crustáceos de grande valor comercial, salientando-se camarão, lagosta e o caranguejo. O camarão é um dos principais produtos de exportação do país. Os moluscos são animais aquáticos, vivendo no Oceano Índico, nos lagos, lagoas, pântanos e rios. Os mais conhecidos são: polvo, choco, ostras, lulas, búzios e mexilhões; outros como a lema e o caracol. 5 Celenterados: do grego Koilos (compartimento, cavidade) e entheron (urticante, que queima). Fonte: sobiologia.com.br/conteudos/reinos2.cindarios.php UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 170 Os peixes, tem uma componente muito importante da fauna aquática. A maior parte das espécies desenvolvem-se no Canal de Moçambique, em diferentes profundidades, da plataforma continental e do talude continental. Entre os principais destacamse a baleia, o dugongo, o golfinho, o tubarão, peixe-serra, peixepedra, atum, cavala, garoupa, xareu, carapau, cachuco, corvina, magumba, sardinha, tainha e pescada. As tartarugasmarinhas desenvolvem-se em todo litoral; A sua sobrevivência em algumas regiões costeiras está ameaçada pela predação a que estão sujeitos os seus ovos e ainda pela caça visando o aproveitamento da sua carne para alimentação e da sua carapaça como troféu. Esta ameaça justifica a adopção de medidas para a sua proteção (MUCHANGOS: 1999). Espécies ameaçadas As tartarugas de água doce vivem nos rios e lagos. As tartarugas marinhas desenvolvem-se em todo litoral; a sua carapaça chega a atingir mais de 0,5 m de diâmetro. A sua sobrevivência em algumas regiões costeiras está ameaçada pela predação a que estão sujeitos os seus ovos e ainda pela caça visando o aproveitamento da sua carne para alimentação e da sua carapaça como troféu. Esta ameaça justifica a adopção de medidas para a sua proteção. Os principais mamíferos marinhos que ocorrem em muitas parcelas de costa moçambicana destacam-se o dugongo e a toninha. O dugongo, pelas características do seu ecossistema e pela ameaça que sobre ele paira, encontra-se sob proteção. Alguns exemplos de acções que estão a ser desenvolvidas para a proteção das espécies. 171 Contribuição na conservação da Biodiversidade Em reconhecimento da necessidade de envolvimento de toda a sociedade em acções de conservação da biodiversidade, o WWF Moçambique, tal como acontece em todo o mundo, desenvolve uma série de actividades tendentes a alcançar este fim. Em Inhassoro, o futuro dos dugongos está bastante comprometido, devido as actividades humanas e o uso de determinadas artes nocivas a fauna marinha, como é o caso de uso de artes de pesca e caça directa pelo Homem. Embora, esforços têm vindo a ser implementados para evitar a perda de alguns indivíduos de uma população estimada em 200 dugongos na Baía do Bazaruto a perda desta espécie única a nível da Costa Oriental de África é significativa. Esta situação pode criar um desequilíbrio em termos de presença de espécies que dela dependem, decréscimo no turismo de mergulho, entre outras. Nos últimos anos, tem estado a trabalhar no sentido de sensibilizar para preservação destas espécies actuando com diversas actividades. Lançou-se em 2007 um evento desportivo junto a comunidade de pescadores e estudantes, com intuito de conservação de alguns animais como as tartarugas marinhas, baleias, corais e dugongos. Numa das contagens aéreas, feita anualmente pelo WWF Moçambique em Inhambane, determinou-se uma população de cerca de 175 indivíduos o que dá uma larga esperança de existência de mais. Daí os esforços para a sua manutenção para a humanidade serem maiores. O que o WWF Moçambique faz para preservação dos dugongos ▪ Promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais marinhos. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 172 ▪ Desenvolvimento de programas de sensibilização e consciencialização ambiental. ▪ Apoio em actividades de fiscalização marítima, na protecção de dugongos e tartarugas. ▪ Formação em matéria de Educação Ambiental as comunidades e escolas. ▪ Realização de actividades desportivas em prol a conservação e preservação dos recursos. ▪ Programas radiofónicos, divulgando mensagens. Sumário Nesta Unidade temática 5.4 estudamos e discutimos fundamentalmente sobre a biodiversidade marinha, suas ameaças e acções de protecção. Moçambique possui uma imensa biodiversidade marinha que é alimentada pelos nutrientes que vem com as águas do rio. Essa biodiversidade esta ameaçada pela fraca segurança e um sistema de fiscalizaçãofácil de corromper. Para além das espéciesmarinhas temos o mangal em todo litoral. A WWF e outras instituições desenvolvem actividades de preservação desta biodiversidade principalmente para as tartarugas e Dugongos e toninha. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 1. O principal problema relacionado com a segurança marinha em Moçambique é muito fraco ou inexistente e facilidade corromper o sistema de fiscalização de Mangal. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 173 2. A espécie florística típica da costa moçambicana é Equinodermes, celenterados, corais, crustáceos, moluscos, peixes e tartarugas marinhas. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. As principais espécies marinhas de Moçambique são Tartarugas marinhas e dugongo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.As principais espécies marinhas em vias de extinção em Moçambique são Tartarugas marinhas e dugongo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-B; 4-A; Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1. As acções a WWF tem levado a cabo para a preservação das espécies marinhas são: A. Promoção de uma gestão sustentável dos recursos naturais marinhos; Desenvolvimento de programas de sensibilização e consciencialização ambiental; B. Apoio em actividades de fiscalização marítima, na protecção de dugongos e tartarugas; C.Formação em matéria de Educação Ambiental as comunidades e escolas e Programas radiofónicos, divulgando mensagens; D. Todas alternativas estão Correcta. 2.As razões da fraca protecção da costa moçambicana são: A. sistema de fiscalização é fácil de corromper; B. Nao há investimento de outras instituições de modo a desenvolvem actividades de preservação desta biodiversidade; C.A fraca adopcao das políticas do governo de Mocambique; D. Todas alternativas estão correctas 3.As principais espécies que encontramos na costa moçambicana são: UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 174 A. Equinodermes; os corais; os crustáceos; os moluscossão; os peixes; as tartarugasmarinhas; B. Caranguijo; polvos; peixes; Peixe pedra e agulha; C. Alternativas A e B estão corretas; D. Nenhuma das alternativas anteriores estaá certa A. Todas alteriores estão correctas Resposta: 1 – D; 2-A; 3-A; Unidade temática: 5.5 A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique Introdução Nesta unidade iremos abordar a questão da poluição das águasoceânicas do litoral do pais, tendo em conta que este processo ocorre de forma natural ou pode ser acelerado pela acção humana e agravado pelo facto dos rios do interland que desaguam no oceano trazem consigo elementos que nãosão produzidos em Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos específicos ▪ ▪ ▪ Definir poluição costeira Identificar os factores da poluição costeira Descrever os impactos da poluição costeira em Moçambique A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique Poluição: acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos ambientes pela introdução de substâncias nocivas. Os gases poluentes expelidos das indústrias e das usinas termoeléctricassó grandes fontes de poluiçãoatmosférica (LIMA S/D: 94). 175 No caso concreto de tema em questão a poluição faz referência a introdução de substâncias nocivas nas águasoceânicas do litoral de Moçambique por diversas razões. Para MUCHANGOS (1999) a inteiração dos factores físicogeográficos aliados a posição latitudinal do país condicionam a natureza das condições físicas, químicas, dinâmicas e biológicas das águas do Oceano Índico no Canal de Moçambique e cria as bases para a sua utilização económica e social. Nas periferias das desembocaduras dos rios toma a cor castanha esverdeada a cinzenta. As variações da cor dependem ainda dos estacões do ano e da turbulência das águas do mar, visto que muitos rios moçambicanos nascem nos países vizinhos o que condiciona maior possibilidade de contaminação das águas do mar, visto que, no seu percurso, decorre em variedade tipos de solo e tipos de actividades humanas, influenciando assim a cor da água que desagua no oceano indico. É de salientar que, as actividades realizadas no mar contribuem de certa forma na poluição das águas do mar como por exemplo: lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos perpetuados pelos atores locais e o derramamento do combustível fosse neste contexto o gás natural, o maior poluidor das águas do mar na actualidade. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 176 Sumário Nesta Unidade temática 5.5 estudamos e discutimos conteúdos relacionados com a poluição costeira. Poluição: acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos ambientes pela introdução de substâncias nocivas. No caso concreto de tema em questão a poluição faz referência a introdução de substâncias nocivas nas águasoceânicas do litoral de Moçambique por diversas razões. Nas periferias das desembocaduras dos rios toma a cor castanha esverdeada a cinzenta e dependem dos estacões do ano e da turbulência das águas do mar e dos tipos de solo e tipos de actividades humanas, influenciando assim a cor da água que desagua no oceano indico. Actividades realizadas no mar contribuem na poluição das águas do mar. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Multipla Escolha) 1. Poluição pode ser definida como: A. Acto ou efeito de poluir, contaminação de diversos ambientes pela introdução de substâncias nocivas; B. Os gases poluentes expelidos das indústrias e das usinas termo Neléctricassó grandes fontes de poluição atmosférica; C. Acto ou efeito de poluir, ou seja, qualquer alteração nas características químicas, físicas e biológicas da água que cause prejuízos à saúde; D. Todas alternativas anteriores estão correctas 2. A poluição das águas oceânicas significa: A. Refere-se a introdução de substâncias nocivas nas águas oceânicas do litoral de Moçambique por diversas razões; B. Ocorre porque tanto os mares quanto os oceanos recebem diariamente, em todo o mundo, uma infinidade de poluentes; C. Alternativas A e B são corretas; 177 D. Alternativas A está correcta 3. O elemento que influencia na cor das águas dos rios que desaguam no oceano índico; A. A turbulência das águas do mar, os tipos de solo por onde os rios percorrem; B. Lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos perpetuados pelos atores locais e o derramamento do combustível fosse neste contexto o gás natural; C. Todas alternativas estão correcta; D. Nenhuma das alternativas está correcta. 4. As práticas que incrementam a poluição costeira em Moçambique são: A. Lavagem de maquinarias, lançamento de resíduos sólidos perpetuados e o derramamento do combustível fosse; B. A turbulência das águas do mar, os tipos de solo por onde os rios percorrem; C. Apenas alternativa A está correta; D. Todas alternativas anteriores estão corretas Resposta: 1-D; 2- C; 3 –A; 4-A Unidade temática: 5.6 EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema Introdução Nesta unidade constam exercícios referentes e ao tema V que aborda sobre A poluição das águas oceânicas no litoral de Moçambique. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ ▪ ▪ ▪ Identificar os principais rios de Moçambique Descrever as características dos rios Moçambicanos Caracterizar os rios Moçambicanos Identificar a importância das bacias hidrográficas UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 178 ▪ Descreva a distribuiçãogeográfica das águassubterrâneas ▪ Localizar o canal deMoçambique ▪ Caracterizar a plataforma continental de Moçambique ▪ Caracterizar as espécies costeiras de Moçambique ▪ Identificar as espéciesameaçadas deextinção ▪ Descrever as principais acções que levam a degradação dos ecossistemas costeiros ▪ Descrever os impactos da poluição costeira em Moçambique Exercícios do tema V: Poluição das águasoceânicas 1. Identifique as principais bacias hidrográficas de Moçambique 2. Classifique os rios moçambicanos quanto ao regime. Justifique a reposta 3. Quais os rios Moçambicanos que nãosão partilhados com outros Países 4. 6. Quais os lagos tectónicos mais importantes e onde se localizam? 5. Relacione o sentido do curso dos rios moçambicanos com a disposição do relevo. 6. Faça uma análise comparativa dos rios das regiões centro, norte e sul. 7. Descreva as unidades hidrogeológicas de Moçambique 8. Explique o processo de formação do canal de Moçambique 9. Identifique os principais problemasrelacionados com a segurança marinha em Moçambique. 10. Que medidas de mitigação podem ser implementadas? 179 TEMA – VI: BIOGEOGRAFIA. Unidade temática: 6.1. Biodiversidade, conceitos e factores da sua distribuição geográfica Unidade temática: 6.2. Zonas biogeográfica de Moçambique Unidade temática: 6.3 Tipos florísticos e faunísticos de Moçambique Unidade temática: 6.4. Áreas de conservação (Parques e Reservas Nacionais) Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades deste tema Unidade temática: 6.1 Biodiversidade, conceitos e factores da sua distribuição geográfica Introdução Nesta unidade iremos abordar sobre a biodiversidade (variedade e variabilidade) dos seres vivos. Eles estão distribuídos de forma desigual obedecendo determinados factores que a seguir iremos abordar. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos Definir biodiversidade Identificar os factores de distribuição da biodiversidade Caracterizar a acção dos factores na distribuição da biodi UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 180 6.1. Factores da distribuição da biodiversidade 6.1.1 Biodiversidade Biodiversidade é a variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim como os complexos ecológicos dos quais fazem parte, compreende a diversidade dentro de cada espécie entre as espécies e dos ecossistemas (Lei do Ambiente: 20/97). Moçambique apresenta uma grande variação dos organismos vivos, devido a sua localização geográfica associada ao clima e outros factores que se fazem sentir na região. 6.1.2 Factores da distribuição da biodiversidade (factores ecológicos) Os principais factores que condicionam a maior ou menor distribuição da biodiversidade estão divididos em grupos. Temos os factores abióticos (latitude, relevo, continentalidade, tipos de solos, as condições de água), temos os factores bióticos (a relação ecológica entre as espécies e factores antrópico (o grau de intervenção humana). De acordo com MUCHANGOS (1999:79) A vida orgânica e sua distribuição em Moçambique nem sempre foi a mesma desde a constituição da terra. As profundas modificações tectónicas, climáticas, hidrológicas e pedológicas que a terra sofreu desde a sua constituição exercem influência sobre todos seus organismos vivos e na sua actual distribuição. As áreas de distribuição geográfica das espécies são variáveis e dependem de factores de multiplicação e do meio de disseminação. Dentre eles destacam-se as barreiras geográficas (oceanos, lagos, rios e montanhas); factores climáticos, (temperatura, humidade, pluviosidade); factores bióticos (relação entre os diferentes seres vivos); o substrato edáfico (composição 181 e natureza dos solos); factores históricos (evolução das espécies). A distribuição dos seres vivos depende ainda das actividades da sociedade humana que distribui para o seu enriquecimento ou seu empobrecimento ou para a sua total distribuição. Dos principais factores da distribuição da biodiversidade a seguir passa se a cita-los: Clima As alterações no clima afectam directamente o ciclo de chuvas e ventos causando intensas oscilações na temperatura, sabe-se que a temperatura é um factor importantíssimo para o crescimento, desenvolvimento e reprodução de um infinito número de espécies, por tanto essas mudanças de regimes acarretam um vasto conjunto de efeitos biológicos que por sua vez afectam também o clima, alguns dos quais acabam, de forma circular, contribuindo com mudanças ambientais regionais que intensificam os efeitos das mudanças climáticas tanto em nível regional como global. AMARAL e VALE (2010:10) Por exemplo, o aquecimento do ambiente aquático resulta na migração de algumas espécies de peixes para ambientes mais frios, como o que ocorre com as populações de algumas espécies de plantas que se movimentam para altitudes maiores. Como diversas espécies de peixes de ambientes tropicais são importantes dispersoras de sementes, a manutenção da floresta nos ambientes afectados é comprometida, o que resulta na diminuição das populações de árvores e peixes VAL e VAL citados por AMARAL e VALE (2010:9). Latitude A biodiversidade não é distribuída igualmente na Terra. Ela é, sem dúvida, maior nos trópicos. Quanto maior a latitude, menor é o número de espécies, contudo, as populações tendem a ter maiores áreas de ocorrência. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 182 Existem regiões do globo onde há mais espécies que outras. As riquezas de espécies tendem a variar de acordo com a disponibilidade energética, hídrica (clima, altitude) e também pelas suas histórias evolutivas. A Luz A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao desenvolvimento das plantas. De fato, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através de um processo – a fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa. Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver. São excepção algumas espécies que vivem em cavernas - espécies cavernícolas - e as espécies que vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais. A Temperatura Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este factor uma grande importância. Cada ser sobrevive entrecertos limites de temperatura - amplitude térmica de existência -, não existindoacima de um determinado valor - temperatura máxima - nem abaixo de outro -temperatura mínima. Relação ecológica A influência dasrelaçõesecológicas na biodiversidade é notória nos diferentes ecossistemas fazendo surgir modificações adaptativas que ocorrem da interacção entre os seres vivos. Uma das relações que resulta dessa interacção é a competição intra e inter- especifica. Moçambique pela localizaçãogeográfica (região intertropical) apresenta biomas diversos ricos em nichos ecológicos, ou seja, especializações dos organismos no que diz respeito a moradia, alimento, período de descanso etc. (ex. predadores nocturnos e 183 diurnos, variedade de antílopes etc.). Este aspecto permite um maior desenvolvimento das espécies. Acção antrópica/ intervenção humana A acção antrópicadá-se pelas alterações que o homem empreende nos ecossistemas. Estas acções podem ser positivas, contribuindo para o desenvolvimento dos ecossistemas ou negativas, causando a destruiçãodos mesmos. Em Moçambique a actividades como agricultura itinerante que usa técnicasrudimentares com pratica daqueimada de certa forma contribui para a degradação dos ecossistemas, assim como a caca de animais que estão em preservação para venda dos seus cornos no mercado negro. Sumário A biodiversidade é a variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas terrestres, marinhos, aquáticos assim como os complexos ecológicos dos quais fazem parte. Os factores que intervém na distribuição são: abióticos- latitude, relevam, continentalidade, tipos de solos, as condições de água e factores bióticos- relação ecológica entre as espécies e a acção humana. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 1. A Biodiversidade: é a variedade e variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens incluindo entre outros os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos assim como os complexos ecológicos dos quais fazem parte, compreende a diversidade dentro de cada espécie entre as espécies e dos ecossistemas; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 184 2. Os factores que intervém na distribuição geográfica da biodiversidade são abióticos e bióticos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. As acção do clima na distribuição da biodiversidade são as alterações no clima afectam directamente o ciclo de chuvas e ventos causando intensas oscilações na temperatura, um factor importantíssimo para o crescimento, desenvolvimento e reprodução de um infinito número de espécies. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.As acção humana na distribuição da biodiversidade são pelas alterações que o homem empreende nos ecossistemas. Estas acções podem ser positivas, contribuindo para o desenvolvimento dos ecossistemas ou negativas, causando a destruiçãodos mesmos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5.Ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. A. Verade ( ) B. Falso ( ) Resposta: 1- A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A Unidade temática: 6.2 Zonas biogeográfica de Moçambique Introdução A unidade temática seguinte irá se bordar sobre as regiões biogeográficas de Moçambique, tendo em conta a sua localização geografia, factores sua caracterização. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 185 Objectivos específicos Localizar as regiões biogeográficas de Moçambique Caracterizar as regiões biogeográficas Diferenciar as regiões biogeográficas em termos de clima, vegetação e solos 6.3. Zonas biogeográfica de Moçambique Moçambique, pela sua localização geografia (região sudanozambezíaca) e os factores associados como clima, solos, rochas, relevo, água, continentalidade e acção humana comporta três das principais regiões biogeográficas: Setentrional, Central e Meridional. O zoneamento ecológico foi baseado no mapa da vegetação (vegetation map of the flora Zambeziaca area), editado por Wild e Fernandes (1967). O produto original era um mapa regional de tipos potenciais de vegetação, com referência espacial as florestas cobrindo nomeadamente os países Botswana, Zâmbia, Zimbabwe, Malawi e Moçambique, em uma escala de 1:2500 000 e pretendia ajudar a compreender os padrões da distribuição das espécies na área e nos factores que governam esta distribuição. As 54 classes de vegetação do mapa de Flora Zambézia presentes em Moçambique, foram reclassificadas e agregadas em 9 eco regiões de forma a descrever, a um nível geral, os potenciais tipos de vegetação de Moçambique. Para tal, forma usados critérios como a natureza ecológica tendo em conta as principais características tais como, altitude, precipitação, composição específica, estágios de sucessão florísticas e ao mesmo tempo, baseados na espécie dominante, por exemplo, Miombo, Mopane, entre outros, além da proximidade geográfica. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 186 No final, nove zonas ecológicas foram definidas: Zona eco florístico 1: Florestas húmidas de montanha e Miombo húmido Em Moçambique, três maiores subtipos podem-se distinguir nesta zona: Tipo 1 - Floresta Sempre-verdes húmidas de montanha Trata-se de uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco grosso, com amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. Em geral as suas folhas são pequenas e caducas, raramente largas e perenes. O estrato herbáceo é pobre e constituído por gramíneas curtas. Composta por formações florestais húmidas ou sub-húmidas, localizadas acima de 1300m de altitude, nas regiões com precipitações anuais de 1700-200 mm (Gorongoza, Chimanimani, Gurué, Milange, Vumba, Namuli, Tamassa e no Planalto de Mueda, etc). Espécies típicas são: Curtisia dentada, Cordyla Africana, Kigelia Africana, etc. Tipo 2 - Florestas húmidas semi-deciduas em zonas de altitude media Desenvolvem-se nos planaltos de Chimoio e de Mossurize, particularmente em Espungabera, Mabongo, Marongo, Sitatonga e Amatongas, onde a precipitacao média anul é aproximadamente 1200-1400mm, em que as árvores dominantes atingem cerca de 20 m de altura. As temperaturas são mais elevadas do que no tipo 1. A altitude varia de 700-1200 m e as florestas estão viradas principalmente para Este ou Sudeste, na base e dos planaltos de Chimoio, Manica e Mossurize, estendendo-se delicadamente para baixo ao longo das ravinas. 187 Tipo 3 – Miombo húmido Em Moçambique, este tipo de vegetação dominada por Brachytegia spiciformis junta-se com as florestas semi-decíduas mesoplanáticas de Pteleopis, Erythopheum e Newtonia (Tipo 2) por isso foi incluída nesta zona eco-florística, em vez da zona de miombo. Ocorre no planalto de Chimoio e nas partes altas do Distrito da Zambézia em áreas com precipitação média anual de 1200-1500 (1800) mm. As espécies associadas são: Vitex Payos, V. Domiana, Dombeya Burgessiae, Cussomia Spicata, etc. O estrato arbustivo é pobremente desenvolvido. Em altitudes elevadas, geralmente acima de 1000 m, com uma topografia ondulada desenvolvem muitas manchas de florestas de Brachytegia utilis e Brachytegia glaucences nas partes altas das cadeias. Nas partes altas dos distritos da Zambézia (Alta Zambézia), este tipo de floresta de precipitação alta, é encontrado nas seguintes áreas: Ilê, Namarroi e montanhas adjacentes as montanhas do Gúruè, Náuelè, Alto Molocué, Tacuane, Milange, etc. Zona eco – florística 2: Florestas húmidas sub-litorais Esta zona eco-florística é específica de Moçambique e ocupa uma área relativamente importante nas províncias de Sofala e Zambézia. Constitui uma das mais ricas e importantes florestas de Moçambique, embora mais prejudicada pela exploração madeireira. Esta mesma zona ocupa a região central sub litoral em duas faixas para Norte e sul do delta do Zambeze, sendo no sul deste, a Beira e Marromeu, e no Norte nas áreas de Campo, Nicuadala, Namacurra e Maganja da Costa. Este tipo desenvolve-se nesta área devido a relativa abundância de chuvas litorais e também devido a UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 188 acumulação de água no solo (telúricas). Portanto, é parcialmente controlada edaficamente. Nesta região, a vegetação é composta por formações de florestas altas densas e semi-decíduas, e altitudes baixas um mosaico. Dos principais subgrupos podem ser definidos: a) Mosaico sub litoral de Cherringoma, sul do rio Zambeze (Sofala); e, b) Mosaico sub litoral de Zambézia,Norte do rio Zambeze e na fronteira com área do delta (Zambézia). Zona eco-florística 3: Matas6 (semi) – deciduas húmidas de miombo (semi-decidous miombo woodland watter type) A mata (semi) – decídua húmida de Miombo, encontra-se na baixa altitude da região sub-litorânea. Esta zona eco – florística possui um clima tropical sazonal com maior concentração de precipitação nos meses mais quentes de Novembro à Março, seguido por um intenso inverno seco que pode durar até seis meses. A precipitaçao média anual varia de 800-1200 mm, embora picos altos até 1400 mm por ano podem ocorrer. A temperatura média mais alta varia de 21 a 30°C dependendo da elevacao, com a temperatura mais altas cobrindo as areas mais baixas. A temperatura média mais baixa varia de 15 a 21°C. Este tipo de vegetação ocupa vastas áreas da região Central e sentetrional, Norte e Sul do dlta do Zambeze. As espécies arbóreas de médio porte (8-17 m). As mais frequnentes são: Brachystesia spiciformis (dominate) Jubelnardia globiflora, Burkea Africana, etc. 6 Matas são comunidades constituídas por dois (raramente três) estratos de vegetação nos quais copas apenas se tocam (matas abertas) ou se sobrepõe (matas serradas). 189 Zona eco – florística 4: Matas decíduas secas de Miombo (decidous miombo woodland drier type) Mata xerófila (semi) – decídua ocupa tipicamente as áreas de baixa altitude, com precipitaçoes médias anuais entre 600 a 800 (1000) mm. Ocorre em várias regioes do norte e do centro (Província de manica, Sofala, Tete, Zambézia e Niassa). Inclui muitos subtipos e as alturas das árvores é geralmente menor (8-10 metros) que o tipo anterior. Em termos gerais,a as principais espécies são: Brachystesia spiciformis, Jubelnardia globiflora, Burker Africana, etc. Zona eco-florística 5: Floresta de Mopane (Mopane wooldland) As matas abertas de Mopane encontram-se na região ecológica, caracterizada por chuvas tropicais de verão (Novembro – Abril). Com 450-700 (100) mm por ano. Estas matas são frequentes no vale do Limpopo (Pafuri, Changalane, Massangene), na região Noroeste da província de Gaza e na região de Tete. São caracterizadas pela dominancia de árvores de Mopane. Mopane geralmente forma povoamentos puros com exclusão de outras espécies, mas é muitas vezes associada com uma série de outras árvores altas e arbustos. As comunidades de Mopane apresentam uma variação considerável na altura e densidade. Árvores nas matas densas ou em savanas abertas podem atingir alturas de até 10 a 15 mm solos aluviais profundos. Em solos alcalinos, impenetráveis o mopane tende a ser de pequeno porte e arbustivo (1 a 3 m). Estas duas formas estruturais, e as classes entre elas, ocorrem geralmente num mosaico dependendo dos factores micro-climáticos e das condições dos solos. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 190 Zona eco-florística 6: Floresta seca decídua indiferente (Zambesian wooldland) Formações arbóreas ou arbustivas caracterizadas por uma mistura de espécies e falta de uma predominância de elementos florísticas dos bosques de Mopane e de Miombo. As espécies lenhosas se diferenciam conforme os tipos de solo e as condições climáticas. Espécies características são: Acácia spp., Combretum spp., Kigela Africana, etc. Zona eco florística 7: zonas sub – áridas e pradarias secas Estas formações xerófilas ocupam as regiões com pluviosidade anual inferior a 600 mm e temperatura elevadas (Maputo, Chengane, Massangene, etc). Nestas formações predominam as acácias: Acacia nigrescenses, Acacia xantophloea, Acacia nilotica e Acacia goetzei, que em alguns casos, são associadoas a outras espécies xerófilas como Commiphora spp. Zona eco-florística 8: Mosaicos de vegetação costeira Tipo de vegetação das dunas recentes ou solos jovens formados de areia de origem eólica. Dunas recentemente formadas são primeiro instáveis e salinas mas tornam-se colonizadas por plantas pioneiras de hábito distinto gregário e prostrado. Ao longo da costa moçambicana as pioneiras mais comuns são Sesuvium portulacastrum, Ipomoe pes-caprae, I. ficifolia, etc. Zona eco-florística 9: áreas húmidas As florestas sempre-verdes dos pântanos ocupam tipicamente as áreas húmidas e terras baixas inundadas do estuário do Zambeze e das Savanas costeiras. Em geral, esta formação ocorre na beira dos rios, lagos, lagoas, em solos de drenagem muito escassa. As espécies arbóreas mais frequentes são: Barringtonia racemosa, Ficus verruculosa, Phonex reclinata, etc. 191 Tabela 6. Áreas total (100ha) de florestas e para outras vegetações lenhosas para todo o país Florestas Florestas densas Florestas abertas Mangais Florestas abertas em áreas húmidas Total de florestas 2.251,7 16.390,0 357,0 802,3 40.068,0 Outras vegetações lenhosas Mangais Arbustos Florestas com agricultura itinerante Total de outras formações lenhosas 1.093,1 8.051,0 5.568,1 14.712,2 Fonte: Inventário florestal (2007, p: 12) Sumário Devido à sua localização geográfica - região sudano-zambezíaca, e associado aos factores - clima, solos, rochas, relevo, água, continentalidade e acção humana, Moçambique três principais regiões biogeográficas: Moçambique Setentrional, Moçambique Centro e Moçambique Meridional. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 1. As principais zonas biogeográficas de Moçambique são: zonas biogeográficas de Moçambique setentrional, central e meridional; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2.O factor solo, apresenta as seguintes características da zona biogeográfica de Moçambique central, assim sendo, existem de solos aluvionares da alta fertilidade associados a intrusão salina, a zona biogeográfica de Moçambique central e propicia UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 192 ao desenvolvimento de uma floresta de mangal ao longo do litoral e interior da baia de Sofala. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3.Caracterize, em termos biogeográficos, a zona biogeográfica de Moçambique meridional caracteriza-se por possuir uma floresta aberta e Savana.Nesta zona ocorrem solos aluvionares associados a existência de grandes rios como o Limpopo, Incomáti e Umbeluzi. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; B-A; 3-A Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1. As principais zonas biogeográficas de Moçambique. A. Zona eco florística; B. Zona eco – florística; C. Zona eco-florística; D. Todas alternativas estão correcta 2.Na distribuição das zonas Biogeográficas, a região caracterizada pela predominância de árvores de Mopane pertence a: a. Zona Eco florística 1. b. Zona Eco florística 9. c. Zona Eco florística 7 d. Zona Eco florística 5. 3.Sendo Reserva nacional uma zona protecção de espécies de flora e fauna raras, endémicas, que denunciem declínio e os ecossistemas frágeis. Indique nas opções asseguir, a espécie protegida na Reserva de Maputo. a. Girafas. b. Leões. c. Elefantes. d. Rinocerontes. 4. Uma área de conservação, cujo objectivo principal é de preservar ecossistemas naturais, de grande relevância ecológica e beleza cénica, denomina-se? a. Reserva Nacional. b. Parque Nacional. c. Coutada. 193 d. Fazenda do Bravio. Respostas: 1. -D; 2. – D; 3. – C; 4. – B Unidade temática: 6.3 Tipos florísticas e faunísticos de Moçambique Introdução Moçambique apresenta uma vasta diversidade dos seres vivos (flora e fauna) com uma distribuição variada tendo em conta as condições da cada local. De seguida iremos abordar sobre a distribuição das espécies,animais e vegetais no território nacional. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos Identificar as regiões fito geográficas e faunísticas Caracterizar as regiões faunísticas e fito geográficas As regiões fitas geográficas de Moçambique A vegetação moçambicana comporta três das 20 regiões fito geográficas do mundo e esta localizada na região sudanozambeziana e, segundo MUCHANGOS (1999), esta se encontra subdividida em terrestre, aquática e cultural. Os factores da distribuição da fauna estão associados os referenciados na unidade anterior a saber: a posição geográfica de Moçambique na zona sub-equatorial e tropical do Hemisfério Sul, UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 194 na costa oriental e austral do continente africano, as condições regionais e locais do clima, relevo, rios, lagos, rochas, solos e a distância em relação ao Oceano Índico. A localização de Moçambique na região florística sudanozambezíaca e as condições climáticas condicionam o desenvolvimento de variedades de associações vegetais hidrófilas, mesófilas e xerófilas de floresta e de savanas arbóreas e arbustivas. As diferenças na distribuição, composição, densidade e variedade de espécies devem-se a factores tais como latitude, alternância entre as terras altas e as depressões, continentalidade, natureza pedológica, condições de água, de solo e o grau de intervenção humana. Estes factores provocam diferenças espaciais na distribuição da vegetação. A área de dispersão da floresta está relacionada com o clima, continentalidade, altitude e as condições edáficas. Elas apresentam características mesófilas subequatoriais com grande diversidade e tamanho de árvores que atingem até 35 m de altura. Para esta floresta, o clima sub-equatorial do norte do país e de todo o litoral, propiciam as melhores condições, devido às características de humidade e pluviosidade. Ela desenvolve-se de preferência em áreas onde a pluviosidade é superior a 1000 mm por mais de 5 meses e tem o carácter de floresta sempre verde. Trata-se de uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco grosso, com amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. Em geral as suas folhas são pequenas e caducas, raramente largas e perenes. O estrato herbáceo é pobre e constituído por gramíneas curtas. 195 A floresta sempre verde desenvolve-se sobretudo nas principais montanhas do país e a densidade em espécies é maior nas encostas voltadas para leste em altitudes compreendidas entre 1200 e 1600 m e onde a pluviosidade é superior a 1500 mm. Na província de Niassa, a floresta sempre verde ocorre numa faixa de montanhas desde Maniamba até às proximidades de Mandimba. Na Zambézia abrange grande parte das terras altas de Milange, Namúli, Gúruè, Namarroi e Morrumbala. Em Manica, a floresta sempre verde ocorre em áreas montanhosas de Espungabera, Chimanimani, Vengo, Vumba, Tsetserra, Mavita, Garuzo, Zuira, Penhalonga e Choa. A floresta semi-decídua ou semi-caduca desenvolve-se nos planaltos de Chimoio e de Mossurize, particularmente em Espungabera, Mabongo, Marongo, Sitatonga e Amatongas, onde a pluviosidade é de cerca de 1200mm. As árvores dominantes atingem cerca de 20 m de altura. Este tipo de floresta ocorre nas terras planálticas da província de Cabo Delgado entre Mueda, Chomba e N´gapa, em altitudes que variam entre 750 e 850 m e onde a pluviosidade é superior a 1000 mm. A floresta de folha caduca ocorre nas zonas sub-planálticas próximas da zona litoral, de onde se destacam as regiões planálticas de Cheringoma, Madanda-Machaze e do Baixo Búzi. A floresta de folha caduca encontra-se bem representada ao norte do rio Save em terrenos calcários terciários e onde os valores de pluviosidade variam entre 800 e 1200 mm. Ao norte do rio Zambeze esta floresta apresenta-se relativamente mais densa devido às condições particulares de humidade, sendo de destacar as regiões de Macomia e Mueda. Ao sul do rio Save a floresta de folha caduca ocorre nos Montes Libombos, sendo mais UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 196 extensa e rica em variedade de espécies na província de Inhambane, entre Vilanculos e Massinga. Floresta-galeria, ocorre nas margens aluviais dos principais rios de Moçambique, em especial na parte norte, ocorre uma floresta adaptada às condições edáficas locais, cujas árvores podem ser dominadas por um estrato herbáceo de caniço, bambu e outros. Ela dispõe-se ao longo dos rios, parecendo cobri-los, por isso a sua designação. Floresta dunar, ocorre nas dunas existentes em quase todo o litoral, caracterizada por uma vegetação mista, arbóreo-arbustiva com estrato herbáceoabundante. A floresta dunar é mais vistosa onde a pluviosidade é superior a 900mm. Embora constituindo manchas descontínuas, interrompidas pela savana arbórea, é ao sul do rio Save que a floresta dunar tem a sua maior expressão. Em regiões de relativa fraca pluviosidade, normalmente afastadas da costa, e de solos secos, ocorre a savana. A savana pode ser arbórea ou arbustiva de acordo com a predominância de árvores ou arbustos nos respectivos estratos, mas com o estrato herbáceo sempre presente. De uma maneira geral a savana é uma formação baixa (plantas de altura até 10 m), por vezes degradada, com plantas espinhosas e outras de folha caduca. As espécies são de porte médio, variando de 10 a 15 m, e distribuem-se a norte da província de Manica, em Gaza, Inhambane e, em geral, nas margens dos principais cursos de água, onde a pluviosidade não ultrapassa os 600 mm. A sua maior área de ocorrência é a parte meridional de Moçambique, excepto as estreitas faixas de floresta sub-litoral e a floresta de montanha nos Libombos. A flora aquática de Moçambique distribui-se em função das condições de temperatura, salinidade, dinâmica e limpidez das massas aquáticas. A floresta aquática desenvolve-se na orla 197 marítima e na foz dos rios normalmente em terrenos alagadiços e sujeitos à influência das águas do mar. Esta floresta, conhecida por mangal, é típica de regiões costeiras tropicais e subtropicais. O mangal distribui-se por cerca de 48% do litoral moçambicano, perfazendo mais de 800 km2. Mapa 13. Vegetação e fauna Fonte: INDE (2008) Tipos faunísticos e sua distribuição Moçambique possui uma grande diversidade de espécies de fauna, cuja repartição geográfica depende de vários factores dentre eles os latitudinais, altitudinais, climáticos e biológicos. Faunisticamente o território moçambicano pertence a chamada região Etiópica ou Africano-Malgache. Abrangência da região faunística Esta região faunística abrange as zonas de África ao Sul do Sahara e ao Sul do Equador com o clima subtropical e tropical e nela vivem UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 198 numerosas espécies típicas, algumas, delas endémicas e relictos ou relíquias. Factores da distribuição da fauna A influência da latitude e do clima é fundamental tanto no revestimento cutâneo das espécies como ainda no seu aspecto e esta influência faz-se sentir ainda sobre o desenvolvimento da flora que constitui a base alimentar da maioria das espécies. A distribuição da fauna moçambicana está ainda com a distribuição das associações vegetais e com as condições de acesso a água. O factor biológico de combinação dos tipos faunísticos é fundamental, sobretudo no estabelecimento da cadeia alimentar em que os herbívoros necessitam da flora para sua alimentação e ao mesmo tempo, eles mesmos servem de alimento aos carnívoros.Fauna Aquática Moçambique dispõe nos seus 120.000 km2 de área oceânica e cerca de 13.000 km2 de águas interiores de uma enorme variedade de espécies. A sua distribuição depende das suas exigências de salinidade, temperatura, profundidade, limpidez e dinâmica das águas. Ela é particularmente diversificada no Canal de Moçambique onde vivem numerosas espécies de mamíferos, repteis, peixes, moluscos, artrópodes e protozoários. Os protozoários vivem tanto nas águas doces dos rios, lagos, e lagoas como nas águas salgadas oceânicas, bem como nos pântanos e charcos em todas regiões altimétricas do país. Alguns géneros como Tripanosoma e a Haemoeba têm causando doenças nos homens e nos animais domésticos. A espécie que produz a doença do sono chama-se Tripanosoma gambiense que transmite ao homem através da mosca do género Glossima, também conhecida por tsé-tsé. Outro protozoário, responsável pelo 199 paludismo, a Haemoeba vivax é transmitido ao Homem pelas fêmeas dos mosquitos do género Anopheles. Os espongiáriosconstituem um grupo zoológico notável não só pela sua grande abundância no Oceano Índico, mas também pela sua difusão. Igualmente notável são os celenterados que constituem um dos grupos mais numerosos do reino animal e são notáveis pela beleza das suas formas e da sua cor. As espécies mais conhecidas são do género Hydra (hidra-de- águadoce). Os equinodermes habitam as águas do Oceano Índico, não sendo conhecida qualquer espécie de água doce. Os mais conhecidos são o ouriço, a estrela-do-mar, a holotúria e o lírio do mar. Do grupo dos celenterados destacam-se as alforrecas, as anémonas e os corais, muito abundantes em águas pouco profundas da costa moçambicana. Os corais vivem em águas límpidas muito movimentadas em bancos de grés costeiros que afloram nas proximidades da costa em particular junto á plataforma continental e nas proximidades das ilhas. Eles são notáveis pela beleza de formas e encontram-se sobre protecção em algumas regiões nomeadamente na Ilha de Inhaca. Uma grande parte dos vermes são parasitas, os mais importantes são a minhoca e a ténia. Dos nematelmintas destaca-se a lombriga que é também um parasita do homem. Os antropodes, constituem mais da metade das espécies animais conhecidas, vivendo a sua maioria à superfície do solo, no ar, na água e no subsolo. Trata-se de uma grande variedade de formas e de espécies, sendo os mais comuns os insectos e os crustáceos. Exemplos de insectos muito abundantes em todo território moçambicano são a abelha, a mosca, a centopeia, a aranha, a cigarra, a barata, o mosquito e a borboleta. Algumas espécies de UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 200 mosca, mosquito e barata são causadores de doenças do Homem; outros como aranha e a centopeia são venenosos. Dos crustáceos marinhos destacam-se a lagosta, o lagostim e o caranguejo que vivem nas águas moçambicanas em todas profundidades. Devido a grande extensão da plataforma continental da baia de Sofala, o Banco de Sofala de 200 km de largura, constitui o principal habitat para numerosas espécies de crustáceos de grande valor comercial, salientando-se camarão, lagosta e o caranguejo. O camarão é um dos principais produtos de exportação do país. Os moluscos são um grupo muito vasto e que desempenharam desde os tempos geológicos passados um papel destacado. São animais essencialmente aquáticos, vivendo no Oceano Índico, nos lagos, lagoas, pântanos e rios. Os mais conhecidos são: polvo, choco, ostras, lulas, búzios e mexilhões; outros como a lema e o caracol, estão completamente adaptados à vida terrestre. Os peixes, como vertebrados adaptados à vida aquática representam uma componente muito importante da fauna aquática. A maior parte das espécies desenvolvem-se no Canal de Moçambique, em diferentes profundidades, da plataforma continental e do talude continental. Entre os principais destacamse a baleia, o dugongo, o golfinho, o tubarão, peixe-serra, peixepedra, atum, cavala, garoupa, xareu, carapau, cachuco, corvina, magumba, sardinha, tainha e pescada. Nos rios e lagos, a Tilápia mossambica é a espécie de peixe mais típica, sendo incentivada a sua produção para fornecimento de proteínas às populações do interior. No Lago Niassa, para além da Tilapia uma notável variedade de espécies e tamanhos muito apreciados pelas populações locais. Dentre elas destacam-se os batráquios tais como sapo, a rã e a salamandra. Eles estão adaptados simultaneamente à vida aquática e terrestre; outros têm a vida completamente aquática 201 passando depois animais terrestres. A maioria, no estado adulto, pode viver indistintamente dentro e fora da água. Dos répteisdestacam-se os cágados, várias espécies de cobras, osgas, lagartos, camaleões, vivem em geral nas áreas florestais, mas também ocorrem nas montanhas e outros ainda são anfíbios como os crocodilos, tartarugas e algumas espécies de lagartos. Entre os repetis merecem especial menção o crocodilo, o maior réptil anfíbio da água doce, que vive em praticamente todos principais rios de Moçambique e nas proximidades da foz dos rios que desaguam no Lago Niassa. Ele tem vindo a ser cultivado com sucesso em Manica, Inhambane e Maputo para aproveitamento da sua pele e das suas carnes. As tartarugaspodem ser de água doce ou de água salgada. As tartarugas de água doce vivem nos rios e lagos. As tartarugas marinhas desenvolvem-se em todo litoral; a sua carapaça chega a atingir mais de 0,5 m de diâmetro. A sua sobrevivência em algumas regiões costeiras está ameaçada pela predação a que estão sujeitos os seus ovos e ainda pela caça visando o aproveitamento da sua carne para alimentação e da sua carapaça como troféu. Esta ameaça justifica a adopção de medidas para a sua protecção. As aveshabitam as florestas e savanas do país, nas regiões costeiras, nas planícies, nos planaltos, nos vales e nas montanhas. Os mais comuns são a avestruz, o albatroz, a gaivota, o corvo, as garças, a cegonha, o flamingo, a perdiz, a codomiz, a galinhola, a águia, o abutre, a rola, o pombo verde, a andorinha, o beija-flor e o peito-celeste. A avestruz, a maior ave corredora do mundo, ocorre com raridade sobre tudo nas savanas do Sul do país e é considerada uma espécie em extinção. O pelicano, a garça, o marabu e o pica-peixe e o albatroz, vivem predominantemente nas UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 202 proximidades das massas líquidas no litoral oceânico, em charcos e pântanos. Algumas espécies, como a andorinha, o pardal, as cegonhas são migradoras e permanecem em Moçambique na estação quente para regressarem no início do verão no Hemisfério Norte. Das aves domésticas ou culturais, as mais importantes em Moçambique são os seguintes: a galinha, o pato, o peru e o ganso. Elas adaptam-se bem praticamente todas as regiões do país e são muitas vezes cultivadas intensivamente pelo Homem, com bons resultados. Os mamíferos distribuem-se por todo o território moçambicano, especialmente em regiões ricas em vegetação herbácea, onde encontram as suas melhores condições ecológicas. Salientam o boi-cavalo, leão, palapala, chita, cabrito do mato, búfalo, elefante, gato selvagem, girafa, ngondonga, inhacoso, impala, javali, leopardo, lebre, macaco, pangolim, manguço, porco do mato, porco-espinho, rato, rinoceronte e zebra. A Inhala é o antílope mais típico do país, sendo caracterizada uma espécie rara ao nível do continente africano. A zebra e a girafa, muito abundantes, são também típicas do continente africano. Enquanto a zebra se distribui por quase todo país, a girafa que é também animal mais alto do mundo, vive com maiorabundância nas regiões do Niassa, Cabo Delgado e Gaza. O elefante, o maior mamífero terrestre do mundo, encontra-se nas florestas e savanas de todo o país. Em muitas regiões o número de exemplares tem vindo a decrescer devido a enorme pressão pelos caçadores para o aproveitamento do seu marfim e de outros troféus. O hipopótamo, maior mamífero anfíbio do mundo, é também um exemplar frequente nos principais rios, lagos e lagoas. 203 No Vale tectónico do Urema-Zangue e nas regiões de savana com estrato herbáceo abundante e com água próxima, concentram-se numerosos mamíferos existentes em Moçambique, dentre os quais os grandes herbívoros como a zebra o búfalo, a girafa, a impala e o rinoceronte. Nas planícies e vales são comuns várias espécies de antílopes, dos quais se destacam a lande, que é maior antílope africano, o chengane (menor antilopde moçambicano), o chango e o cabrito do mato. São também comuns na savana moçambicana, nas planícies e vales, várias espécies de pequenos e grandes carnívoros, dos quais se salientam o leão, o leopardo, chacal, gato cerval e a chita. Nas áreas de fraca cobertura vegetal, vive o pangolim que se alimenta de insectos, sobretudo formigas. Sumário Das 20 regiões fitogeográficas do mundo, Moçambique possui somente três, designadamente: flora terrestre, aquática e cultural. A localização de Moçambique na região florística sudano- zambezíaca e as condições climáticas condicionam o desenvolvimento de variedades de associações vegetais hidrófilas, mesófilas e xerófilas de floresta e de savanas arbóreas e arbustivas. Relativamente a fauna, o nosso país possui uma grande diversidade de espécies de fauna, cuja repartição geográfica depende de vários factores como latitude, altitude, clima e seres vivos, o que faz com que o território moçambicano pertença a chamada região Etiópica ou Africano-Malgache. UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 204 Exercícios de-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 1. Moçambique se localiza-se na região fitogeográfica e faunística sudano- zambezíaca e na regiao Etiópica ou Africano-Malgache. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. As principais características da região fitogeográfica de Moçambique é região fitogeografica de Moçambique caracteriza-se por apresentar elevada pluviosidade (superior a 1000mm), predominância de planícies e planaltos e abundância de cursos de água. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3.A floresta moçambicana characterize-se por apresenta características mesófilas subequatoriais com grande diversidade e tamanho de árvores que atingem até 35 m de altura. É uma floresta com grande densidade do estrato arbóreo, com árvores de tronco grosso, com amplas copas que se elevam até a uma altura de 10 a 20 m. A. Verdade ( ) Falso ( ) 4.Os principais factores que intervenção na distribuição da fauna moçambicana são: latitude, altitude, clima e factores de ordem biológica. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5.Caracterize a floresta de savana é uma formação baixa (plantas de altura até 10 m), por vezes degradada, com plantas espinhosas e outras de folha caduca. As espécies são de porte médio, variando de 10 a 15 m, e distribuem-se a norte da província de Manica, em Gaza, Inhambane e, em geral, nas margens dos principais cursos de água, onde a pluviosidade não ultrapassa os 600 mm. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 205 Unidade temática: 6.4 Áreas de conservação (Parques nacionais e reservas) Introdução As áreas de conservação são de extrema importância para a conservação e protecção da biodiversidade. Assim sendo, Moçambique possui parques e reservas nacionais assim como coutadas que tem um papel preponderante na protecção da biodiversidade. Nesta unidade vamos abordar sobre essas áreas. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Noções gerais sobre Parque e Reserva Nacional Parqueé uma área de conservação, geralmente de propriedade do Estado, que tem como objectivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cénica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de actividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contacto com a natureza e de ecoturismo turismo ecológico. Os parques nacionais e reservas biológicas em Moçambique são protegidas, interditas a qualquer tipo de utilização pública incluindo a caça, ou permitida num regime restrito. MUCHANGOS (1999:100). Elas representam pela sua dispersão, porções das regiões naturais onde se incluem na maior parte dos casos às plantas e animais que dificilmente viveriam fora das regiões protegidas. Objectivos específicos Definir Parque e Reserva Nacionais como áreas de conser da biodiversidade Conhecer os Parques e as Reservas existentes em Moçambi Destacar a importância dos Parques e da Reservas Nacionai https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 206 Com efeito, as reservas florestais legalmente constituídas, perfazem mais de 50.000 ha dos quais somente 10.000 ha se encontram, de facto protegidas. A maioria é invadida anualmente pelo fogo, pelos madeireiros e pelas machambas. O sistema de parques nacionais e reservas biológicas de Moçambique iniciou em 1960 com a criação da Reserva do Gilé pelo Diploma Legislativo no 1996 de 23/07/1960. Desde então foram criados 4 parques nacionais e 6 reservas biológicas ocupando actualmente uma área equivalente a 12, 6% da superfície total do território Moçambicano. Ibidem Área de Protecção Ambiental: área pertencente ao grupo das unidades de conservação de uso sustentável, regida por dispositivos legais. Constitui-se de área, em geral, extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais, especialmente importantes para a qualidade de vida e bem-estar da população residente e do entorno. Tem por objectivo disciplinar o uso sustentável dos recursos naturais e promover, quando necessário, a recuperação dos ecossistemas degradados. Área de Preservação Permanente: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo génico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. 6.4.1. Áreas de conservação As Áreas de conservação são áreas territoriais delimitadas, representativas do património natural nacional, destinadas à conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de espécies de animais ou vegetais (Lei de Florestas e Fauna Bravia Nº. 10/99 de 07 de Julho, Capítulo II - Protecção dos Recursos 207 Florestais e Faunísticos, Artigo 10). A Lei de Florestas e Fauna Bravia define para Moçambique as seguintes áreas de conservação: a) Parques Nacionais; b) Reservas Nacionais; c) Zonas de Uso e de Valor Histórico-Cultural. 6.4.2. Parques Nacionais Áreas protegidas são áreas de terra e/ou mar especialmente dedicadas à protecção e manutenção da diversidade biológica, e de seus recursos naturais e culturais associados, manejadas por meio de instrumentos legais ou outros meios efectivos. Segundo CUMBE (2007: p 58) em Moçambique, os Parques Nacionais são zonas de protecção total delimitadas, destinadas à propagação, protecção, conservação e maneio da vegetaçãoe de animais bravios, bem como à protecção de locais, paisagens ouformações geológicas de particular valor científico, cultural ou estético e para recreação pública, representativos do património nacional (Lei de Florestas e Fauna Bravia No. 10/99 de 07 de Julho, Artigo 11). Um exemplo é o Parque Nacional das Quirimbas que foi estabelecido através do Decreto 14/2002, de 6 de Junho, situado na Província de Cabo Delgado. 6.4.3. Reservas Nacionais As Reservas Nacionais são zonas de protecção total destinadas à protecção de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em vias de extinção ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis, tais como zonas húmidas, dunas, mangais e corais, bem como a conservação da flora e fauna presentes no mesmo ecossistema (Lei de Florestas e Fauna Bravia No. 10/99 de 07 de Julho, CUMBE, (2007: p.59) UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 208 Mapa 14: Parques e Reservas Nacionais Fonte: CUMBE, (2007: 70) De acordo com PERREIRA et all (1986:19) em Moçambique podem ser encontrados os Parques e Reservas. Assim, temos os seguintes Parques Nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e Gorongosa. Contudo, temos as seguintes Reservas Nacionais: Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, Marromeu e Pomene. Parques Nacionais Parque Nacional do Limpopo Parque Nacional do Limpopo – PNL. Possui uma área de 10.000 km² e está localizado na Província de Gaza. Este parque faz fronteira com o Parque Nacional Kruger, na África do Sul, e com o Parque Nacional de Gonarezhou, no Zimbabué... formando assim, uma só reserva de 35.000 quilómetros quadrados, batizada de Parque Transfronteiriço Grande Limpopo (Great Limpopo Transfronteir Park). 209 Parque Nacional de Banhine Parque Nacional de Banhine – PNB. O Parque possui uma área de 7.000 km², está localizado na Província de Gaza (300 quilómetros ao norte de Maputo, aproximadamente). Aqui há girafas! Os panfletos publicitários do Parque de Banhine até mostram fotografias de girafas, mas talvez essas fotos foram tiradas no país vizinho, na África do Sul. Parque Nacional de Zinave Parque Nacional de Zinave – PNZ. O Parque possui uma área de 5.000 km², está localizado na Província de Inhambane. Parque Nacional Marinho do Bazaruto Parque Nacional Marinho do Bazaruto – PNB. O Parque possui uma área de 1.400 km², está localizado na Província de Inhambane. Acesso pela cidade de Vilanculos ou Aldeia de Vilankulo. O Arquipélago de Bazaruto é uma reserva natural, de rara beleza, situado à beira mar. Constituída por 5 ilhas: Ilha de Bazaruto, Santa Carolina, Ilha de Magaruque, Ilha de Benguera e Ilha Bangué. Parque Nacional da Gorongosa Parque Nacional da Gorongosa – PNG / Gorongosa National Park (www.gorongosa.net) O Parque está localizado na Província de Sofala, perto da cidade da Beira e não muito distante da fronteira com o Zimbabué. Reservas Nacionais Reserva do Niassa A Reserva possui uma área de 15.000 km², está localizada na Província de Niassa. Reserva dos Elefantes ou Reserva de Maputo A Reserva possui uma área de 700 km², está localizada na Província de Maputo (rumo à região sul da capital), na foz do rio com o http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Gaza http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Gaza http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Inhambane http://www.girafamania.com.br/africano/materia_mocambique.html#Sofala UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 210 mesmo nome. Famosa pelas manadas de elefantes e também pelos bandos migratórios de flamingos e pelicanos. A região protegida é rica em flora, por causa de seu solo fértil, com floresta fechada e vegetação costeira (Oceano Índico), incluindo gigantescas dunas. Podemos encontrar o gato serval, o cabrito cinzento, lebres, entre outros animais. Reserva Nacional de Chimanimani Está localizada na Província de Manica. Reserva do Gilé A Reserva possui uma área de 2.100 km², está localizada na Província de Zambézia, a nordeste da cidade de Quelimane. É uma reserva de caça, com grande variedade de animais selvagens. Reserva de Marromeu A Reserva possui uma área de 1.500 km², está localizada na Província de Sofala, na foz do rio Zambeze, tem, sobretudo, importantes manadas de búfalos. Aqui ocorrem abates controlados... Reserva de Pomene A Reserva possui uma área de 200 km², está localizada na Província de Inhambane. Sumário Um Parque é uma área de conservação, geralmente de propriedade do Estado, que tem como objectivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cénica. Em Moçambique temos os seguintes Parques Nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e Gorongosa. Enquanto que Reserva e uma zona de protecção total de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em vias de extinção ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis, tais como zonas húmidas, dunas, mangais e corais, bem como a conservação da flora e fauna presentes no mesmo ecossistema. São Resernas Nacionais: Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, Marromeu e Pomene. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema 211 Exercícios de -AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Mista) 1. A diferença que existente entre Parque da Reserva Parque nacional é uma área de conservação, geralmente de propriedade do Estado, que tem como objectivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cénica enquanto que Reserva nacional é uma zona protecção total de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, em vias de extinção ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. A importância dos Parques e das Reservas Nacionais, de um modo geral, os parques e as reservas constituem importantes áreas de conservação e protecção da biodiversidade. Sob autorização legal, nestas áreas podem ser realizadas pesquisas científicas e o desenvolvimento de actividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contacto com a natureza e de ecoturismo turismo ecológico. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Os Parques e Reservas nacionais de Mocambique são: A. Parques nacionais: Limpopo, Banhine, Zinave, Bazaruto e Gorongosa; B. Reservas nacionais: Niassa, Maputo, Chimanimani, Gile, Marromeu e Pomene. C. As alternativas A e B estão correta D. Todas alternativas anterios esto correcta Respostas: 1-A; 2-A; 3-C; https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rea_de_conserva%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema https://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema UNISCED CURSO: Licenciatura em Ensino de Geografia; 1º Ano Módulo: Geografia de Moçambique 212 Unidade temática: 6.5 Exercícios integrados das unidades deste tema De noções sobre: a) Biodiversidade b) Parque nacional c) Reserva nacional 2. Explique a acção dos factores abióticos e bióticos na distribuição geográfica da biodiversidade 3. Resumidamente, caracterize as zonas biogeográficas de Moçambique setentrional, central e meridional 4. Mencione as regiões fito geográficase faunísticas de Moçambique 5. Mencione as áreas de conservação e protecção da biodiversidade em Moçambique 6. Destaque a importância das áreas de conservação e protecção da biodiversidade. 213 TEMA VII: GEOGRAFIA SÓCIO-ECONOMICA DE MOÇAMBIQUE; População E Principais Actividades. UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do estudo da população UNIDADE Temática 6.2. Indicares demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores naturais e humanos UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população UNIDADE Temática 6.5. Os movimentos migratórios: emigração e imigração UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente UNIDADE Temática 6.7. Os factores da localização das principais culturas e sistemas agro-pecuários: factores naturais e humanos UNIDADE Temática 6.8.A importância da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura UNIDADE Temática 6.9. Impactos sócio ambientais da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura UNIDADE Temática 6.10. Exercícios integrados dos temas desta unidade temática. UNIDADE Temática 6.1. Introdução: Noção, evolução e importância do estudo da população. Introdução Para facilitar o estudo detalhado, a Geografia de Moçambique divide-se em: Geografia Física de Moçambique e Geografia Socioeconómica de Moçambique. Na Geografia Física de Moçambique, você aprendeu os aspectos físicos geográficos, designadamente: morfo-estutura, climas, solos, hidrografia, a flora e a fauna de Moçambique. Na Geografia Socioeconómica, que inicia agora, você vai aprender os aspectos socioeconómicos, nomeadamente: a população, agricultura, pecuária, pesca, silvicultura, indústria, comércio, transportes, turismo, Moçambique e a SADC. Assim, nesta primeira unidade temática 6.1, você inicia a abordagem sobre a noção, evolução e importância do estudo população. Ao completar esta unidade temática, você deverá ser capaz de: 214 Noção e evolução e importância do estudo da população Noção sobre população Do ponto de vista geográfico, entende-se por população humana o conjunto de pessoas que habitam num determinado espaço geográfico que pode ser uma localidade, posto administrativo, distrito, vila, cidade ou país. Assim, a população moçambicana é o conjunto de todas as pessoas, sem distinção da raça, cor, religião, nível de escolaridade, condição económica, etc.,que vivem em Moçambique. Evolução da população moçambicana A população moçambicana evoluiu ao longo do tempo. O Instituto Nacional de Estatística (INE), é a entidade que em Moçambique faz a contagem/censo das pessoas através do processo designado pelo Recenseamento Geral da População e Habitação. Para o efeito, após a independência nacional, alcançada a 25.06.1975, Moçambique realizou o seu Iº Recenseamento Geral da População e Habitaçãoem 1980, seguido do IIº em 1997 e, o IIIº, que teve lugar em 2007. Durante este período de tempo, foi notório que a população moçambicana cresceu significativamente, tal como se pode observar na tabela 1 e gráfico 2 que se seguem. Tabela 1: Evolução da população moçambicana, 1980-2007 Ano População em (000) total Homens Mulheres 1980 12.130 5.909 6.222 Objectivos Específicos ▪ Dê a noção da população. ▪Analisara evolução da população moçambicana ao longo do tempo ▪ Destacar a importância do estudo da população moçambicana. 215 1997 16.076 7.703 8.373 2007 20.226,9 9.735,0 10.491,9 Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). Gráfico 2: Evolução da população moçambicana, 1980-2007. Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). Observando atentamente a tabela 1 conjugado com o gráfico 1, respectivamente, pode-se concluir que a população moçambicana registou um crescimento aceleradode 1980 à 2007. Este facto, porém, deve-se a conjugação de vários factores, dentre eles destacam-se: as elevadas taxas de fecundidade e das taxas decrescentes de mortalidade. Os dados revelam ainda que, em 2007, a população moçambicana foi estimada em vinte milhões e quinhentos e trinta e um mil habitantes (20.531.000). Do total, 52% são mulheres e 48% são homens, o que significa que no nosso país há mais mulheres do que homens. Importância do estudo da população O estudo da população de Moçambique é muito importante na medida em que o estudo permite fornecer dados ao estado moçambicano na planificação de infra-estruturas socioeconómicas como por exemplo: escolas, hospitais, abastecimento de água, electricidade, habitação, etc., com o objectivo de melhorar a vida das pessoas. 216 Como pode ver, é importante que o estudante tenha ideia da importância de estudar a população, pois o seu estudo fornece informações de utilidade para a tomada de decisão no nosso país. Por exemplo, o conhecimento do elevado número da população feminina permite ao Governo dar maior atenção aos cuidados maternos infantis, como distribuição de redes mosquiteirasà mulheres gestantes, campanhas de vacinação, programas de saúde sexual e reprodutiva; incremento de taxas de escolaridade as mulheres, etc. Sumário Nesta Unidade temática6.1, aprendemos e destacamos, fundamentalmente, três itens muito importantes: Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdasdeiras ou Falso) 1. A população é definida como conjunto de pessoas que habita uma determinada região que pode ser numa povoação, localidade, posto administrativo, distrito, cidade, província e país. A. Vaerdade ( ) B. Falso ( ) 2. A evolução da população moçambicana de 1980 a 2007, de um modo geral, de 1980 a 2007 a população moçambicana registou um crescimento considerável, passando de 12.130 mil para 20.531 mil habitantes. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. E importante estudar a população para saber quantos somos, onde estamos, como estamos para permitir planificar as acções de desenvolvimento como a construção de escolas, hospitais, abastecimento de água potável, energia. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1- A; 2-A; 3-A; 217 Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-2 (Multipla Escolha) 1.A estrutura etária de uma população e a sua composição por idades, e designada por. a. Transição demográfica. b. Taxa de crescimento. c. Estrutura etária da população. d. Estrutura Sexual da População. 2. Das causas asseguir, identifique as associadas à baixa taxa de fecundidade da população nas cidades de Moçambique. a. Elevado número de população idosa. b. Elevado número da população Jovem. c. Adesão às práticas de planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. d. Maior taxa de mortalidade infantil. 3. Identifique as causas que condicionaram a elevada taxa de mortalidade infantil nas décadas de 80 e 90. a. Elevada instabilidade politica. b. Precárias condições de saúde falta de alimentos e a guerra. c. Frequente ocorrência de calamidades naturais. d. Deficiente sistema de educação. 4. Diz-se que a Taxa de crescimento vegetativo é positiva quando: a. O número de nascimentos é maior que o número de mortes; b. O número de nascimento é menor que o de mortes e, c. O número de nascimento é igual ao de mortes. d. A taxa de crescimento natural tende a aumentar. 5.A actual taxa de crescimento natural de Moçambique, é de? a. 4.1% b. 3.2% c. 3.3% d. 2.3%. Resposta: 1-C; 2-C; 3-B; 4-A; 5-D UNIDADE Temática 6.2. Indicadores demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural.218 Introdução Nesta unidade temática número 6.2, você vai estudar, diferenciando, os indicadores demográficos, designadamente: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural da população moçambicana. Também devera saber calcular as taxas de fecundidade, mortalidade infantil e crescimento natural, para além de saber interpretar gráficos da evolução Desenvolvimento das taxas de fecundidade e de mortalidade infantil tomando em consideração os factores que influenciam. Ao completar esta unidadetemática, você deverá ser capaz de: Taxa de natalidade Antes de falarmos sobre a taxa de natalidade, convém primeiro entender a natalidade que é outro variável demográfico. Assim, por natalidade entende-se como sendo o número de nascimentos registados num dado país, ou seja, o número de nascimentos registados em Moçambique. Quando falou da evolução da população moçambicana, você aprendeu que ela regista um crescimento contínuo. Este facto deve-se a elevadataxa de natalidade, que corresponde ao número de nascimentos vivos por cada mil habitantes. Contudo, para se apurar melhor o crescimento populacional de um país, usa-se, frequentemente, a taxa de fecundidade, ao invés da taxa de natalidade. Isto porque sendo a taxa de natalidade uma variável demográfica, tem um inconveniente de considerar os nascimentos em relação ao conjunto da população em geral, quando se sabe que na maior parte não pode ter filhos porque é demasiado jovem ou já muito idosos. Deste modo, a taxa de fecundidade (Tf), se define pelo número de nados vivos por cada mil mulheres em idade fecunda (estatisticamente, dos 15 aos Objectivos Específicos Diferenciaras taxas de natalidade, mortalidade, crescimento natural e de Saber calcular as taxas de fecundidade, mortalidade infantil e de crescimento natural Interpretar gráficos da evolução das taxas de fecundidade e de mortalidade infantil tomando em consideração os factores que influenciam. Indicadores demográficos: taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural 219 49 anos de idade). Observando a tabela 2 e gráfico 3, conclui-se que em Moçambique, a taxa de fecundidade é mais elevada na zona rural do que na zona urbana (observa tabela 2 e gráfico 3). Tabela 2: Evolução da taxa global de fecundidade, 1980-2007 Área de residência Anos 1980 1997 2007 Rural 5.7 5.2 4.2 Urbana 6.9 5.2 5.7 Total 6.4 5.9 5.3 Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). Gráfico 3: Evolução da taxa global de fecundidade, 1980-2007 Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). A baixa taxa de fecundidade na cidade pode estar associada há várias causas. Por exemplo, as pessoas (sobretudo adolescentes e jovens), têm maior possibilidade de acesso à informação sobre o planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. Na zona rural, ainda se verifica dificuldades de acesso a esta informação relativa ao planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva aliada aos usos e costumesque se traduzem na proliferação de casamentos prematuros, práticas de poligamia. Para se determinar, isto é, calcular a taxa de fecundidade (Tf), usa-se a seguinte formula matemática: Tf = n° de nscimentos vivosx 1000 n° de mulheres dos 15 aos 49 anos Taxa de mortalidade A taxa de mortalidade é outro variável que se utiliza para fazer o estudo da população. Ela é um indicador que reflecte o número de óbitos por 1000 220 habitantes de uma população num determinado período de tempo (geralmente um ano). Ora, para determinar com alguma exactidão a taxa de mortalidade, usa-se, frequentemente, a taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil que expressa o número de óbitos entre crianças com menos de um ano de vida em cada 1000 nados vivos. Veja a baixo a fórmula matemática usada para calcular a taxa de mortalidade infantil: TMF = n° de óbitos de menores d 1 ano x 1000 n° de nascimentos ocorridos A tabela 3 assim como o gráfico 4 abaixo apresentados, ilustram a taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil, para o período 1994-2003. Tabela 3: Taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil Neonatal Pósneonatal Infantil Pós- infantil Infantojuvenil Homem 50 78 127 61 181 Mulher 46 74 120 64 176 Total 48 76 124 62 178 Gráfico 4: Taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil Fonte: INE, 2008 (Censos de 1980, 1997 e 2007). Analisando atentamente aos dados tanto da tabela 3 quanto do gráfico 3, percebe-se que as taxas de mortalidade infantil, assim como as taxas de mortalidade noutras fases da vida da criança com menos de 5 anos são, em geral, mais alta para o sexo masculino do que do sexo feminino. Em Moçambique, as décadas de 80 e 90 registaram elevada taxa de mortalidade infantil, devidas principalmente as precárias condições de saúde, carência de alimentos e efeitos da guerra. 221 Actualmente, a taxa de mortalidade infantil reduziu significativamente, isto deve-seà melhoria dos cuidados materno-infantil como por exemplo maior acompanhamento pré-natal e pós-parto, realização, regularmente, de campanhas de vacinação e combate a algumas epidemias (malária, cólera, etc.). Ora, a elevada taxa de mortalidade e, particularmente, a taxa de mortalidade infantil, afectam em grande medida a esperança de vidada população. Portanto, a esperança de vida faz alusão ao número médio de anos que se espera que uma pessoa nascida num determinado ano viva, se as condições de mortalidade existentes forem constantes. No nosso país segundo dados do INE, a esperança de vida passou de 44 anos, em 1997, para 48 anos, em 2008. Taxa de crescimento natural Uma vez analisados os indicadores demográficos (taxa de natalidade e de mortalidade), importa agora avaliarmos o seu saldo, ou seja, a taxa de crescimento natural, também conhecido por crescimento vegetativo. Se por um lado a natalidade e a mortalidade diminuem, por outro, das diferenças entre os mesmos resulta um saldo positivo, o que significa que a população cresce. Efectivamente, a taxa de crescimento natural representa a diferença entre nascimentos e mortes, quer dizer, entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade verificas durante um ano. A taxa de crescimento natural calcula-se usando a seguinte fórmula: TCN = TN-TM No nosso país, actualmente, a taxa de crescimento natural situa-se em 2.3%, mas com tendência a aumentar. Ora, a taxa de crescimento vegetativo pode ser: i) positiva, quando o número de nascimentos é maior que o número de mortes; ii) negativa quando o número de nascimento é menor que o de mortes e, nula quando o número de nascimento é igual ao de mortes. Sumário Na unidade temática 6.2, aprendemos e destacamos três principais indicadores demográficos: 1) taxa de natalidade; 2) taxa de mortalidade e, 3) taxa de crescimento natural. É importante destacar que para se apurar o crescimento da população usa-se muito a taxa de fecundidade que e número de nados vivos por cada mil mulheres em idade fecunda, sendo alta na zona rural e baixa na cidade. No nosso país a taxa de mortalidade e muito elevada, sobretudo a taxa de mortalidade infantil e infanto-juvenil. O conhecimento sobre os nascimentos e mortes permite determinar a taxa de crescimento natural da população de Moçambique, podendo ser positivo e negativo, respectivamente. 222 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Verdadeira ou Falso) 1. Diferenca da Taxa de natalidade é número de nascimentos vivos por cada mil habitantes. E taxa de mortalidade reflecte o número de óbitos por 1000 habitantes de uma população num determinado período de tempo enquanto a taxa de crescimento natural representa a diferença a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade verificadasdurante um ano. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2.A fórmula matemática para determinar a taxa de natalidade e de mortalidade. Daí calcula-se a taxa de crescimento natural: Tf = n° de nscimentos vivosx 1000 n° de mulheres dos 15 aos 49 anos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. A taxa de fecundidade é alta na zona rural e baixa na zona urbana. Porquê, devido a dificuldades de acesso a informação sobre o planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva, usos e costumes que se traduzem na proliferação de casamentos prematuros, práticas de poligamia. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.Os cuidados a ter em conta para a redução da taxa de mortalidade infantil. Os cuidados a ter em conta para a redução da taxa de mortalidade infantil podem ser maior acompanhamento pré-natal e pós-parto, realização, regularmente, de campanhas de vacinação e combate a algumas epidemias. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5.A taxa de fecundidade é alta na zona rural e baixa na zona urbana. Porquê, na zona urbana a taxa de fecundidade é baixa devido a maior possibilidade de acesso à informação sobre o planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. A. Verdade ( ) Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 223 UNIDADE Temática 6.3. Factores de distribuição da população: factores naturais e humanos Introdução Em Moçambique, tal como noutros países do mundo, a distribuição da população é irregular, o que equivale afirmar que no nosso país, há regiões densamente povoadas e regiões menos habitadas. É claro que, esta distribuição desigual da população moçambicana é decorrente de factores naturais, tais como: clima, solo, relevo, vegetação e águae factores humanos, como por exemplo agricultura, industria, transportes e comunicações. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: ▪ Identificar os factores de distribuição da população ▪ Explicar a influência dos factores identificados na distribuição da população moçambicana Objectivos específicos Desenvolvimento Factores de distribuição da população a) Factores naturais Os factores naturais que mais influência exerce sobre a distribuição da população no nosso país são, entre outros: clima, solo, relevo, vegetação, água. O clima (através dos seus principais elementos: temperatura e precipitação) constitui, sem dúvidas, o principal factor que condiciona a repartição da nossa população. Por um lado, o clima actua directamente sobre o organismo humano como condicionante à saúde, a actividade física e intelectual das pessoas e, por outro, actua de maneira indirecta condicionando a fixação e desenvolvimento da vida animal e vegetal, determinando a natureza e 224 qualidade de solos indispensáveis para a prática da actividade agropecuária. As regiões de clima suave, com temperaturas amenas e chuvas mais ou menos abundantes (clima tropical húmido), propícias para actividade agro- pecuária, apresentam forte densidade populacional, como são os casos das provínciasmoçambicanas da Zambézia, Nampula e Sofala. O solo, recurso natural indispensável para a actividade agrícola, condiciona a repartição da população moçambicana, ora vejamos: por exemplo os solos franco-argilosos-arenosos acastanhados, bastante férteis e, por conseguinte, favoráveis à agricultura, sobretudo para as culturas de mandioca e milho atraem a fixação da população na região norte e centro do país. Regra geral, as regiões cujo relevo predominante é montanhoso e planalto não são favoráveis à fixação da população, pois dificultam a prática da agriculturaem resultado não só das baixas temperaturas como também da pobreza dos solos, a construção de infra-estruturas socioeconómicas. Por exemplo, em Moçambique são os casos de algumas regiões das províncias de Manica, Zambézia, Tete e Niassa. Quanto à vegetação, as regiões com floresta relativamente densa, principalmente as grandes extensões das províncias de Sofala e Zambézia, registam pequenas aglomerações da população humana, por dificultar a penetração, ocupação e fixação, para além de termos solos pobres para actividade agrícola. Ao longo dos vales dos rios Limpopo (província de Gaza), Zambeze (província da Zambézia), entre outros, por exemplo, são consideradas regiões atractivas para a fixação da população por reunirem condições para a agricultura, pecuária e pesca. 225 b) Factores humanos Relativamente aos factores humanos, temos a destacar: agricultura, indústria e transportes/vias de comunicação, exercem uma influência notável na distribuição da população moçambicana. Você sabe muito bem que em Moçambique grande parte (cerca de 80%) da população tem na agricultura a base de subsistência familiar. Assim, a maior concentração da população moçambicana se verifica, obviamente, nos lugares de solos férteis e água abundante, recursos naturais indispensáveis para a prática de agricultura. A implementação duma indústria atrai outras indústrias e muitas outras actividades (comercio, bancos, serviços de educação, saúde), que exigem mão-de-obranecessária ao seu funcionamento, o que tem como consequência a aglomeração da população. Por exemplo, a elevada densidade populacional no maior parque industrial de Moçambique - cidade da Matola, província do Maputo. No nosso país, os transportes e as vias de comunicação, desempenham um papel fundamental na distribuição espacial da população, uma vez que exercem um forte poder de atracção sobre as diferentes actividades económicas, particularmente a indústria e o comércio. Desde sempre, o litoral moçambicano atraiu a fixação dapopulação, não só pelos recursos pesqueiros como também pelas facilidades que as águas do mar oferecem nas comunicações internas e externas. As estradas e vias férreas têm igualmente sua cota parte na distribuição da população. Tal são os casos das aglomerações populacionais observadas nas principais cidades moçambicanas de Nampula, Beira e Maputo. Sumário Na distribuição irregular da população moçambicana intervém dois factores: 1) factores de ordem natural, como por exemplo: clima, solo, relevo, vegetação e água e, 226 2) factores de ordem humana, tais como a prática de agricultura, indústria, transportes e comunicações. Exercícios de AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Mista) 1.Os factores que intervém na distribuição irregular da população moçambicana. factor de atratividade populacional que condicionou as aglomerações na cidade da Matola, província de Maputo é: a. A Indústria. b. O Transporte c. O Porto. d. A Agricultura. 2.De acordo com distribuição climática de Moçambique, a região sul da Província de Manica destaca-se: a.Clima tropical húmido. b.Clima tropical seco. b.Clima tropical modificado pela altitude. c.Clima Tropical semiárido. 3.Sobre as características meteorológicas de Moçambique, indique a região mais propensa à ocorrência de secas: a.Região Norte. b.Região Sul. c.Região Centro. d.Região intermedia Centro e Sul. 4.Influência do clima, solos e rio na distribuição geográfica da população moçambicana. A.Clima -as regiões de clima suave, com temperaturas amenas e chuvas mais ou menos abundantes (clima tropical húmido), propícias para actividade agropecuária, apresentam forte densidade populacional, como são os casos das províncias moçambicanas da Zambézia, Nampula e Sofala. B. Solos - solos franco-argilosos-arenosos acastanhados, bastante férteis e, por conseguinte, favoráveis à agricultura, sobretudo para as culturas de mandioca e milho atraem a fixação da população na região norte e centro do país. C.Rios - os vales dos rios, são considerados regiões atractivas para a fixação da população por reunirem condições para a agricultura, pecuária e pesca. D. Todas anteriores estãocorretas 227 5. A agricultura e a actividade industrial exercem influência na repartição espacial da população moçambicana, ora vejamos: A. Agricultura atrai a concentração da população moçambicana. Ela realiza-se em locais onde os solos são férteis e aptos para diversas culturas, tanto de subsistência (mandioca, milho, amendoim) quanto de rendimento (cana-de açúcar, algodão, tabaco). B. Actividade industrial – onde há indústria, verifica-se sempre a tendência de concentração, a volta dela, da população que vai constituir a principal mão- de-obra para o seu funcionamento. C. Nenhuma das anterior está correta D. Alternativa A e B estão correta 6. Na distribuição irregular da população moçambicana intervém dois principais factores: naturais e humanos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Resposta: 1-A; 2-B; 3-B; 4-D; 5-D; 6-A UNIDADE Temática 6.4. Estrutura etária e sexual da população Introdução Nesta unidade temática, vai aprender sobre a estrutura etária e sexual da população moçambicana, ou seja, a distribuição da população moçambicana por faixas de idade e grupos de sexo. O estudo da estrutura etária e sexual da população é de grande importância na medida em que permite saber quantos jovens, adultos e idosos, tanto sejam mulheres quantos homens existem em Moçambique, constituindo um indicador para melhor planificar os processos de desenvolvimento socioeconómico. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: ▪ Distinguirestrutura etáriada estrutura sexual da população ▪ Saber construir a pirâmide etária da população bem como interpretá-la 228 ▪ Caracterizarpirâmide etária tendo em conta os factores e elementos Objectivos Específicos Estrutura etária e sexual da população Estrutura etária A estrutura etária é a distribuição da população por faixas de idade. Regra geral, a população costuma ser dividida em três faixas etárias principais: i) jovens – de 0 a 19 anos; ii) adultos – de 20 a 59 anos e, iii) idosos – de 60 e mais anos. A representação gráfica da estrutura etáriada população de um país, como Moçambique, é normalmente feita através da chamada pirâmide etária. Porém, vários factores podem influir nas características de uma pirâmide etária, entretanto, dois deles são considerados fundamentais: o crescimento vegetativo e a longevidade. Ora, uma pirâmide etária da população apresenta os seguintes elementos: i) A base da pirâmide representa a população jovem; ii) O corpo (parte intermediaria) representa a população adulta; iii) O ápice da pirâmide representa a população velha; iv) À direita ficam representadas as mulheres e, à esquerda, os homens v) No centro, ficam representadas as faixas representadas as idades da população. Assim, a seguir, no gráfico 5, veja a representação esquemática da pirâmide etária da população moçambicana. Gráfico 5: Pirâmide etária da população, 2007 229 Fonte: INE, 2008. Da leitura da pirâmide etária representada pelo gráfico 4, notar-se que a maior parte da população moçambicana é jovem, devido, entre outros factores, a elevadas taxas de fecundidade e redução gradual da mortalidade infantil. O gráfico 4 ainda indica uma população jovem com faixa etária dos 0-14 anos de idade, o que justifica a configuração da pirâmide etária onde se nota-se a sua base bem larga e o topo (ápice) bem estreito. Estrutura sexual da população Se a estrutura etária da população indica a distribuição da população por faixas de idade, não restam dúvidas que a estrutura sexual da população seja a composição da população por grupos de sexo (masculino/feminino ou homem/mulher). Em Moçambique, segundo dados do Censo 2007, há mais Mulheres (52%) do que Homens (48%). Este padrão nacional, repete-se a nível provincial, isto é, o número de mulheres e superior ao dos homens em todas as províncias do país. Neste contexto, é de salientar que, por exemplo, as províncias de Inhambane e Gaza são as que mais se destacam com 56% de mulheres. 230 Evidentemente que, uma das causas desta tendência pode dever-se a uma maior participação dos homens na emigração, principalmente para as minas da República da África do Sul. Sumário A estrutura etária da população é a sua composição por idades: jovens, adultos e idosos. A estrutura etária é representada através de pirâmide etária. A estrutura etária da população depende da evolução do binómio natalidade-mortalidade e esperança média de vida. Entretanto, a estrutura sexual da população e composição da população por grupos de sexo: masculino e feminino. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO GRUPO-1 (Mista) 1. Estrutura etária duma população é estrutura etária duma população e a sua composição por idades; A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2.Estrutura sexual duma população é a composição por grupos de sexo. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3.Por que é que as províncias de Gaza e do Maputo tem mais mulheres do que homens é porque na sua estrutura sexual, mais mulheres do que homens porque maior parte dos homens migração para a República da África do Sul a procura de trabalho nas minas de ouro, platina bem como nas farmas. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.A estrutura etária de uma população e a sua composição por idades, e designada por. A. Transição demográfica. B.Taxa de crescimento. C.Estrutura etária da população. D.Estrutura Sexual da População. 231 5. Das causas asseguir, identifique as associadas à baixa taxa de fecundidade da população nas cidades de Moçambique A.Elevado número de população idosa. B.Elevado número da população Jovem. C.desão às práticas de planeamento familiar e saúde sexual e reprodutiva. D.Maior taxa de mortalidade infantil. Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-C; 5-C UNIDADE Temática 6.5. Os movimentos migratórios: migrações internas e internacionais Introdução Os movimentos migratórios constituem as deslocações periódicas ou definitivas de pessoas de um lugar para o outro. Elas constituem também uma das causas da distribuição espacial da população moçambicana. Assim, nesta unidade temática vamos abordar dois tipos de movimentos migratórios: internas e internacionais. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: ▪ Diferenciarmigrações internas das migrações internacionais Objectivos ▪ Identificarprincipais causas das migrações internas e internacionais Específicos Os movimentos migratórios: migrações internas e internacionais Migrações internas ou nacionais Designamos por migrações internas aquelas que se realizam dentro de um mesmo país. No nosso país, as migrações internas são muito complexas, tanto em relação as suas causas quanto em relação ao sentido em que se processam, podem ser de vários tipos: de uma região para outra ou de uma mesma região. 232 Podem ocorrer de uma zona rural para outra, do campo para cidade ou entre duas cidades. Além disso, essas migrações podem ser periódicas ou definitivas, o que nos dá uma ideia das dificuldades e complexidades. Dentre as migrações internas, em Moçambique são mais comuns as seguintes: migrações diárias ou pendulares e migrações campo-cidade. Relativamente às migrações diárias ou pendulares, são movimentos de vaivém, típico dos grandes centros urbanos, onde diariamente uma grande massa, normalmente, de trabalhadores e estudantes, desloca-se do subúrbio e da periferia urbana em direcção aos centros de prestação de serviços (industrial, comercial) e educacionais (escolas e universidades), regressando aos seus lares após a jornada laboral ou estudantil. Constituem exemplos bem elucidativos destes vaivéns, o que se sucede nas cidades moçambicanasde Maputo, Beira e Nampula, etc. No que diz respeito às migrações campo-cidade, também conhecidas por êxodo rural, é o deslocamento de indivíduos, sobretudo jovens, do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Em Moçambique, o êxodo rural é também muito comum. Suas causas e consequências são de grande importância sob todos os aspectos. As principais causas do êxodo rural no nosso país são: as precárias condições de vida no campo (exemplo: deficiente acesso à educação, saúde, habitação, esgotamento de solos, etc.) e a atracção exercida pelas cidades (exemplo: acesso à educação, saúde, habitação, água, etc.). No entanto, nem sempre as cidades (por exemplo: Maputo, Beira e Nampula), conseguem absorver todas as necessidades básicas requeridas pelos exodistas. De facto, o crescimento das cidades é insuficiente para oferecer a todas as pessoas que se deslocam às cidades as condições como o emprego, moradia, escolas, assistência médico-social. 233 Adicionando-se a isto, está a baixa qualificação profissional, o baixo nível de escolaridade e baixo padrão de vida dos migrantes, ainda teremos como consequências o surgimento de diversos problemas: a formação de bairros de lata, o desemprego e subemprego, a criminalidade, a prostituição, mendicidade, proliferação do comércio informa, agravamento das já precárias condições de saneamento do meio, entre outros problemas. Migrações internacionais As migrações internacionais são deslocações de pessoas de um país para o outro. Embora em Moçambique as migrações internacionais careçam de dados actualizados, podemos considerar dois principais motivos: 1º, à procura de emprego e, 2º, por motivo de continuação de estudos. A República da África do Sul tem sido o destino escolhido por emigrantes moçambicanos para aonde se deslocam à procura de emprego sobretudo no sector mineiro. Grande parte dos moçambicanos das províncias de Inhambane, Gaza e Maputo (região sul de Moçambique), vão anualmente a África do Sul. Desde a independência nacional (proclamada a 25.06.1975), Moçambique mantem estreitos laços de cooperação com vários países do mundo, nos domínios económico, político e sociocultural. O sector de Educação e Desenvolvimento Humano é que maior proveito tira para a formação no estrangeiro, de muitos moçambicanos (homens e mulheres) em diversas áreas no Brasil, Portugal, Tanzânia, Zimbabué, Reino Unido, Alemanha, França, entre outros países. Sumário São dois principais movimentos migratórios: internas ou nacionais e externas ou internacionais. As migrações nacionais sãodeslocações que se realizam dentro do nosso país, sendo as comuns as migrações diárias ou pendulares e migrações campo-cidade. Entretanto, as migrações internacionais são aquelas deslocações da população para o estrangeiro são 234 várias as causas das migrações, com maior realce para a procura de emprego, educação, saúde, habitação. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 1. Migrações internas são movimentações de pessoas duma região para outra dentro do país, ao passo que migrações internacionais são aquelas deslocações de pessoas de um país para outro país. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2.As principais causas das migrações: Nacionais podem ser procura de emprego, saúde, educação, habitação e internacionais podem ser a guerra, procura de emprego, educação. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3.As migrações diárias e o êxodo rural caracterizem-pela movimentação de pessoas, sobretudo jovens, da zona rural para a zona urbana com o interesse de procurar emprego ou continuar com os seus estudos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4. As migrações diárias/pendulares caracterizam-se por serem movimentos de ida e volta, diariamente, de pessoas que habitam na periferia urbana para os grandes centros urbanos com a finalidade de procurar emprego, trabalhar e estudar. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 5. As migrações nacionais sãodeslocações que se realizam dentro do nosso país, sendo as comuns as migrações diárias ou pendulares e migrações campo- cidade. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A 235 UNIDADE Temática 6.6. Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente Introdução Com o crescimento acentuado da população moçambicana, emerge desafios para dar resposta no que diz respeito à procura de satisfação das diversas necessidades básicas, entre as quais, se destacam: educação, saúde, habitação, emprego e conservação do meio ambiente. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: ▪ Conhecer os principais problemas demográficos actuais ▪ Analisara manifestação dos principais problemas demográficos em Moçambique. Objectivos Específicos Desenvolvimento Principais problemas demográficos actuais: educação, saúde, habitação, desemprego, alimentação e ambiente Educação Em Moçambique, todas as pessoas (independentemente da cor, raça, religião, etnia, filiação política, etc), têm o direito à Educação. Contudo, o acesso a educação no nosso país ainda constitui um grande desafio não só do governo como também para toda a sociedade moçambicana. De acordo com INE (2008:43), “a taxa de analfabetismo no país tende a reduzir. De 60.5%, em 1997 passou a 51.9%, em 2005”. Como se pode notar, em 8 anos (1997-2005), a taxa de analfabetismo caiu em 8.6%, o que representa um grande esforço do governo moçambicano de garantir o acesso à educação para toda população moçambicana. No Ensino Primário, tanto do 1º grau quanto do 2º grau (EP1 e EP2), a taxa líquida de escolarização, que representa a proporção entre os alunos que frequentam um determinado nível de ensino com idade oficial para 236 frequentar e a população no mesmo grupo etário, tem vindo a aumentar ao longo do tempo, tal como ilustram os gráficos 6 e 7, respectivamente. Gráfico 6: Taxa líquida de escolarização no EP1, 1998-2008 Fonte: INE, 2008. Analisando o gráfico 5, pode-se notar que, por exemplo, em 2004 a taxa líquida de escolarização no EP1 situou-se em 78% para os rapazes e, 73.2% para as raparigas. A cifra percentual aumento em 2008, onde 102% fixouse para os rapazes e, 98.4% para as raparigas, portanto sem diferenças significativas para ambos grupos sexuais. Quanto ao EP2, o levantamento escolar efectuado de 1998 a 2008, mostra o seguinte: a taxa líquida de escolarização fixou-se, em 2004, em 5.9% para os rapazes e, cerca de 5.2% para as raparigas. Houve um incremento também em 2008, onde para os rapazes foi de 15.8% e, para as raparigas, situou-se em 16%. Gráfico 7: Taxa líquida de escolarização no EP2, 1998-2008 Fonte: INE (2008). 237 Contudo, para se ter uma ideia mais aproximada da realidade no que diz respeito ao acesso à educação, é aconselhável utilizar o indicador taxa de frequência escolar- relação entre os alunos de uma determinada idade que frequentam o sistema educativo, e o resto da população com a mesma idade. O exemplo que a seguir se apresenta na tabela 4, ilustra claramente, a taxa de frequência escolar em Moçambique, em 2005. Tabela 4: Taxa de frequência escolar, 6-12 anos, 2005 Província Idade e sexo 6-10 Anos 11-12 Anos Mulher Homem Mulher Homem País 76 82 53 69 Niassa 58 66 78 66 Cabo Delgado 61 62 84 86 Nampula 50 55 68 68 Zambézia 71 69 85 85 Tete 57 61 70 65 Manica 68 75 88 79 Sofala 66 64 72 96 Inhambane 81 77 90 93 Gaza 83 83 95 99 Maputo 88 91 95 98 Maputo cidade 92 92 95 93 Fonte: INE, 2008. Relativamente ao Ensino Secundário, só existem dados disponíveisque dizem respeito à taxa de conclusão na EscolaSecundária, no período compreendido entre 1998-2007. A taxa de conclusão representa, por conseguinte, a proporção de alunos matriculados que terminam um determinado nível escolar. Assim, o gráfico 8, insere os dados estatísticos referentes a taxa de conclusão no Ensino Secundário. Gráfico 8: Taxa de conclusão na Escola Secundária, 1998-2007 238 Fonte: INE, 2008. Olhando atentamente os dados constantes no gráfico 7, podemos concluir o seguinte: embora as taxas de conclusão tenham aumentado no Ensino Secundário Geral (1º e 2º ciclos), ao longo dos anos, a verdade é que a diferença entre os sexos aumentou. Por exemplo, em 2004, a taxa de conclusão situou-se em 1.8% para as mulheres e, 2.0% para os homens (caso do ESG1); e 4.0% para as mulheres e, 6.2% para os homens para o caso do ESG2, respectivamente. Relativamente ao ensino superior, é de referir que em 2006, foram matriculados um total de 32.090 estudantes nos diversos cursos ministrados nas universidades do nosso país. Deste universo, 9.608 foram mulheres e 22.482, foram homens. Dos matriculados, graduaram 850 mulheres e 1.849 homens, veja o gráfico 9 abaixo. Gráfico 9: Matriculados e graduados no Ensino Superior Público, 2006 Fonte. INE, 2008. 239 Saúde e alimentação Em Moçambique, o acesso a saúde, tal como à educação, ainda contínua deficiente, apesar dos esforços que tem vindo a ser envidados. A distribuição irregular da população, a falta de pessoal qualificado, insuficiência de recursos financeiros e os aspectos socioculturais, constituem os principais factores que travam o acesso equitativo dos serviços de saúde. Entre 2001-2006, a mortalidade materna intra-hospitalar que indica o número de mulheres que morrem nos hospitais em cada 100,000 nascidos vivos aumentou significativamente, tendo passado de 162 para 190, respectivamente. Entretanto, a partir de 2007 já se verifica uma ligeira tendência de redução deste índice (193), tal como mostra o gráfico 10. Este facto, devese, em parte, do trabalho feito na área de saúde materno infantil, como acompanhamentos pré-natal e pós-parto, campanhas de vacinação, distribuição de redes mosquiteiras para proteger da malária às mulheres grávidas e dos recém-nascidos. 240 Gráfico 10: Mortalidade materna intra-hospitalar, 2001-2007 Fonte: INE, 2008 Em Moçambique, a situação de crianças subnutridas ainda persiste. Dados disponíveis publicados pelo INE conjuntamente com o MISAU (Ministério da Saúde), indicam queno nosso país o estado de nutrição (crónica, aguda e insuficiência de peso), relaciona-se com os níveis de escolaridade da mãe (observa atentamente a tabela 5). Tabela 5. Percentagem de crianças subnutridas, 2003 Subnutrição crónica Subnutrição aguda Baixo peso Total 41 4 23.7 Rapariga 39.4 4.0 22.6 Rapaz 42.6 4.0 24.7 Nível de escolaridade da mãe Nenhum 46.9 3.9 31.1 Primário 41.8 4.0 24.4 Secundário 15.0 4.4 12.1 Fonte: INE, 2008. Analisando a tabela 5, constata-se claramente uma correlação negativa entre a subnutrição crónica e o nível de escolaridade da mãe. Por exemplo, a subnutrição decresce com o aumento de nível de escolaridade da mãe, ou seja, uma mãe cujo nível de escolaridade é secundário a subnutrição crónica se fixou em 15% contra uma percentagem de 46.9% de crianças subnutridas cujas mães não possuem qualquer nível de escolaridade. 241 Ademais, em Moçambique, algumas doenças mais preocupantes para a saúde pública são: a Malária e o HIV e SIDA. A prevalência do HIV e SIDA no nosso país é elevada. O índice de prevalência do HIV/SIDA nas mulheres é superior a dos homens, isto deve-se aos factores biológicos e socioculturais que colocam a mulher em situação de maior vulnerabilidade à infecção que o homem. Actualmente, no nosso país, o índice de prevalência pelo HIV/SIDA é mais elevado na região centro e, relativamente baixo na região sul e norte do país, respectivamente. Infelizmente, ainda não há cura para o HIV/SIDA. Os esforços conjugados apenas servem para evitar novos casos de infecção pelo HIV/SIDA. Para o efeito, é fundamental conheceralguns cuidados para evitar infecção pelo HIV/SIDA, como por exemplo: praticar a abstinência sexual, evitar o uso de objectos cortantes não esterilizados, usar preservativo nas relações sexuais, fazer o teste de HIV/SIDA para saber do seu estado de seroprevalência, entre outros cuidados. Habitação e desemprego Em qualquer país, há uma relação directa entre o crescimento da sua população e a taxa de desemprego. Este facto, não poderia ser diferente em Moçambique. A taxa de desemprego define a relação entre a população desempregada e a população em idade activa (com 15 ou mais anos de idade). Em 2005, no nosso país, a taxa de desemprego foi mais elevada, atingindo uma percentagem de 19%. O desemprego afecta mais as mulheres que os homens (tanto no campo quanto na cidade). As províncias de Maputo, Maputo Cidade e Niassa, registaram elevadas taxas de desemprego para as mulheres. 242 Assim, a tabela 6, mostra as evidências de desemprego em Moçambique. O baixo nível de qualificação profissional e as migrações campo-cidade são apontadas como principais causas que contribuem para o desemprego. Tabela 6. Taxa de desemprego da população de 15 ou mais anos, 2005 Idade Total Total Urbana Rural H M Total H M Total H M 15-19 36.8 36.9 36.7 56.8 53.4 60.1 26.4 26.8 26.1 20-24 27.2 22.8 30.2 45.1 38.4 50.8 16.6 11.6 19.7 25-29 19.6 12.6 24.8 30.9 23.4 37.3 14.0 6.6 19.1 30-34 15.1 8.0 20.6 22.3 12.1 30.5 11.9 6.3 16.3 35-39 11.1 7.1 13.8 18.9 12.2 24.0 7.7 4.6 9.6 40-44 10.3 5.6 14.6 14.5 10.3 18.7 8.1 3.0 12.5 45-49 9.6 6.3 12.3 13.9 10.9 16.9 7.7 3.7 10.5 50-54 8.2 6.1 9.9 15.0 11.5 18.5 5.3 3.7 6.6 55-59 7.4 6.3 8.3 13.3 11.5 15.0 5.5 4.3 6.3 60-64 9.2 7.0 11.1 15.9 13.8 17.6 7.2 5.0 9.0 65+ 8.2 5.9 10.4 15.3 13.1 17 6.5 4.2 8.5 Total 18.7 14.7 21.7 31.0 25.6 35.7 12.9 9.1 15.7 Fonte: INE, 2008 Legenda: H-Homem; M-Mulher Em Moçambique, grande parte da população vive na zona rural onde possui casas construídas por material precário (pau a pique, maticada pelo matope e coberta a capim), sem no entanto oferecer condições mínimas de habitabilidade, tal como se pode ver na figura 2. Figura 2: Vista parcial das características de casas de matéria precário. Fonte: http://moradadebarro.org/ Conservação do meio Ambiente http://moradadebarro.org/ http://moradadebarro.org/ 243 Em Moçambique, os problemas ligados a preservação do meio ambiente são graves, a avaliar pela crescente demanda na exploração dos recursos naturais (solo, florestas, água, etc.) para a satisfação das variadas necessidades básicas. No nosso país, cerca de 80% da população reside na zona rural e tem como a agricultura o seu meio de sobrevivência. Para a abertura dos seus campos de cultivo, a população uso o fogo, ou seja, pratica as queimadas, grande parte delas descontroladas, o que contribui bastante na degradação e ou o empobrecimento dos solos. A exploração madeireira e a produção de carvão vegetal contribui para o desmatamento e expõe o solo aos processos erosivos, ou seja, desgaste, transporte e deposição de sedimentos. O crescimento da população urbana, associado a sua expansão e deficiente ordenamento territorial, concorre para a degradação das já precárias condições de saneamento do meio nas cidades (Maputo, Beira, Nampula, etc.) e, consequentemente, a proliferação de doenças ambientais (malária, cólera,diarreia, etc.). Sumário A população moçambicana vem registando um crescimento a um ritmo acentuado, passando de dezasseis milhões e setenta e seis mil pessoas em 1997 para vinte milhões e quinhentos e trinta e um mil habitantes em 2007. Este crescimento exponencial nem sempre é acompanhado pela provisão dos serviços essenciais para uma vida condigna. Como consequência, registam-se problemas demográficos, como o acesso à educação, saúde, alimentação, habitação, emprego e conservação do meio ambiente. Exercícios de-AVALIAÇÃO 244 GRUPO-1 (Verdadeiras ou Falso) 1. Os principais problemas demográficos no nosso país são: o acesso a educação, saúde, alimentação, habitação, emprego e conservação do meio ambiente. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 2. Os factores que minam o acesso equitativo da saúde podem ser: distribuição irregular da população, a falta de pessoal qualificado, insuficiência de recursos financeiros e os aspectos socioculturais. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. A relação entre o estado de subnutrição crónica das crianças e o nível de escolaridade da mãe e a seguinte: uma mãe cujo nível de escolaridade é secundário a subnutrição crónica pode reduzir significativamente na medida em que esta mãe poderá ser capaz de prestar maior cuidados higiénicoalimentares ao seu bebe o que poderá não suceder-se a uma mãe que não possui qualquer nível de escolaridade. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 3. Alguns dos cuidados a ter em conta para a prevenção do HIV/SIDA no nosso país são praticar a abstinência sexual, evitar o uso de objectos cortantes não esterilizados, usar preservativo nas relações sexuais, fazer o teste de HIV/SIDA e, em caso de positivo, seguir rigorosamente ao tratamento hospitalar. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) 4.Algumas medidas para a conservação do meio ambiente podem ser: evitar a prática de queimadas descontroladas, praticar o reflorestamento, depositar no contentor os resíduos sólidos. A. Verdade () B. Falso () 5.As migrações internacionais são deslocações de pessoas de um país para o outro. Embora em Moçambique as migrações internacionais careçam de dados actualizados, podemos considerar dois principais motivos: 1º, à procura de emprego e, 2º, por motivo de continuação de estudos. A. Verdade ( ) B. Falso ( ) Respostas: 1-A; 2-A; 3-A; 4-A; 5-A UNIDADE Temática 6.7. Agricultura, pesca, pecuária e silvicultura. Factores da localização: naturais e humanos 245 Introdução Em Moçambique, maior parte da populaçãoestimada em mais de 70% está ligada ao sector extractivo, principalmente a agricultura. Para além da agricultura, a pesca, pecuária e silvicultura constituem outras actividades de subsistência. Assim, nesta unidade temática, você vai analisar a influência dos factores naturais e humanos no desenvolvimento destas actividades. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Explicar a influência dos factores naturais e humanos na actividade agrícola Caracterizar os tipos de pesca Objectivos Caracterizar a pecuária e a silvicultura Específicos Agricultura A agricultura foi definida como a base de desenvolvimento do nosso país, devido às óptimas condições naturais para o desenvolvimento da actividade agrícola. A sua localização geográfica, extensão territorial, solos férteis, variedade de climas tropicais e uma densa rede hidrográfica, são alguns dos requisitos básicos para o desenvolvimento da agricultura. Em Moçambique, a agricultura é actividade fundamental (praticada com 80% da população activa), a sua funçãoprimordial é fornecer alimentos e matérias-primas para o consumo nacional. Basicamente, o sistema agrícola mais comum no nosso país é agricultura extensiva ou de subsistência, contudo com moderada tendência para agricultura intensiva ou comercial, onde, o mapa 15, representa a distribuição geográfica das principais culturas em terra arável. Mapa 15: Distribuição geográfica das principais culturas em terra arável 246 Fonte: MINED (1986:22), Atlas Geográfico, vl.1. Zonas Agro-ecológicas em Moçambique e as suas potencialidades Duma maneira geral, Moçambique possui cerca de 36 milhões de hectares (ha) de terra arável, dos quais menos de 10% são cultivados, 3.3 milhões de hectares irrigáveis, dos quais somente cerca de 50.000 (0,13%) são actualmente irrigados. Cerca de 78% da superfície do País é ocupada por florestas e a área coberta de floresta potencialmente produtiva, contendo espécies de valor comercial, é de cerca de 20 milhões de hectares. Esta área correspondente a cerca de 24% da superfície total do país. O volume comercial existente nesta área é de cerca de 22 milhões de metros cúbicos de árvores em pé com um DAP acima de 40 cm. Cerca de 9 milhões de hectares de parques nacionais e áreas de reservas de fauna bravia. Das 104 bacias hidrográficas existentes, 15 são particularmente importantes e 9 destas são secções terminais de rios internacionais. O escoamento médio anual é estimado em 216 milhões de m3 de água, dos quais apenas 100 milhões têm origem em chuvas que ocorrem em Moçambique. As distintas zonas agro - ecológicas podem ser agrupadas em três macro zonas: Norte, Centro e Sul. As zonas Norte e Centro de Moçambique possuem um bom potencial agrícola e possuem bacias hidrográficas com regimes de escoamento mais 247 permanentes do que no Sul. Estas zonas são, geralmente, produtoras de excedentes agrícolas, mas o desenvolvimento da pecuária de bovinos é dificultada pela mosca tsé-tsé. No entanto, essas zonas são importantes produtores de gado suíno e caprino, e de aves. A zona Sul é caracterizada por solos arenosos pobres e por um regime de precipitação irregular e de baixas quantidades. Estas condições não são favoráveis para agricultura de sequeiro. A presença de barragens e sistemas de regadio nesta zona potencia a agricultura regada. As actividades agrárias mais importantes são as florestas e a pecuária; a produção animal geralmente é afectada por doenças tais como a febre aftosa, a peste suína africana e a Newcastle. As secas extremas e cheias cíclicas afectam sobretudo algumas regiões do Sul e Centro do País. As zonas mais áridas (interior de Gaza, norte e interior de Inhambane e sul de Tete) são igualmente mais propensas e mais vulneráveis às secas extremas, uma vez que a pluviosidade normal destas zonas já está nos limites mínimos de possibilidades de produção em condições de sequeiro. As cheias são mais frequentes nas margens das principais bacias hidrográficas no Sul e Centro do país, principalmente por causa das chuvas que ocorrem nos países vizinhos. Devido à sua localização geográfica, o País é também afectado por ciclones. O efeito destas calamidades é agravado pela debilidade das infraestruturas, fraqueza dos agentes económicos e das instituições económicas e sociais, públicas, privadas e da sociedade civil. A Região do Interior de Maputo e Sul de Gaza È uma área relativamente pequena, cobrindo uma faixa do interior da província de Maputo e sul do interior de Gaza. A maior parte da zona situa- se a menos de 200 m de altitude; as terras de Namaacha atingem 500 m de 248 altitude. As chuvas são concentradas de Novembro a Março e a época chuvosa é caracterizada por grande irregularidade no que respeita ao começo da época, duração da época, quantidade de precipitação. As chuvas podem ocorrer na época seca. Com excepção dos solos dos pequenos Libombos, Moamba e os vales de Limpopo, Incomati e Umbelúzi, os solos são arenosos ou de textura franco arenoso. As famílias semeiam nas duas épocas, com destaque as culturas de milho, feijão nhemba, amendoim e mandioca. Devido ao regime de precipitações as variedades usadas são geralmente de curta duração.